"Paixão Obsessiva" é daqueles filmes que almeja ser muita coisa, mas que ao final não passa de uma completa perda de tempo. Muita coisa no longa deixa a desejar e fazem com que o filme seja totalmente esquecido.
Acompanhamos Julia Banks (Rosario Dawson) que deixa o seu emprego para viver com o seu noivo David Connover (Geoff Stults), em uma pequena cidade. Mas o combo dessa mudança, ainda acompanha a filha do seu noivo e uma obsessiva ex-esposa, Tessa Connover (Katherine Heigl), que esta vai fazer de tudo para separar o casal.
Esse filme, que se diz de suspense, perde logo na cena inicial grande parte da sua tensão. Não é preciso pensar muito para montar o esquema que levou aquela cena inicial. Dito isto, o filme inteiro se apoia na perseguição de Tessa a Julia.
Com um roteiro fraco, as atuações também não são lá essas coisas. Katherine Heighl até consegue construir uma personagem que intimida, porém, lembra muito aquelas vilãs de novela mexicana. Rosario Dawson é a mais esforçada aqui, no entanto, sua personagem é passiva em muitos momentos e é difícil engolir algumas atitudes que a mulher não toma. A construção dos personagens é totalmente mal feita, e o pior deles é David, que fica sem força alguma na trama.
Dito isto, "Paixão Obsessiva" ainda vai na contramão do papel que a mulher tanto luta na sociedade atual. Com uma trama datada, e com uma cara de novela enorme, é de se estranhar que esse filme foi dirigido e roteirizado por mulheres. Uma pena.
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Jason está de volta na sua luta sedenta por mais matança. "Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive" praticamente ignora o péssimo quinto filme da franquia e, por incrível que pareça, é uma das melhores sequências do assassino mascarado.
O obcecado Tommy Jarvis (Thom Mathews) quer pôr um fim em Jason de uma vez por todas, desenterrando e cremando o seu corpo. O plano falha e Jason é ressuscitado por um raio (nessa altura da franquia, Jason já virou algo sobrenatural). O matador segue para o acampamento Forest Green, antigo Crystal Lake, para mais uma noite de violência.
Com uma narrativa bem dinâmica, o diretor e roteirista Tom McLoughlin apresenta aqui um roteiro repleto de referências a outras obras cinematográficas. Os créditos de abertura lembram 007, por exemplo, e o roteiro é repleto de ironias, lembrando inclusive o que "Pânico" viria a fazer na década seguinte. Com uma ambientação acertada, o local transmite muito bem a sensação de isolamento e medo, e o diretor trabalha muito bem o suspense, dando um tom que parecia inalcançável para a franquia.
Finalmente vimos crianças em Crystal Lake, ou melhor, agora Forest Green. A presença de crianças ajuda a aumentar o nível de tensão no filme. Jason também está diferente. Interpretado pela primeira vez por C. J. Graham, o ator entrega o Jason mais assustador e tenebroso da franquia, pelo menos até aqui. A trilha sonora de Harry Manfredini está mais vigorosa e acaba se tornando uma das melhores de toda a saga.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive" comprova que ainda é possível sair coisa boa depois de tantos filmes. O filme teve um desempenho razoável nas bilheterias, com um orçamento de US$ 3 milhões de dólares, e uma arrecadação de US$ 19,472 milhões. O longa ainda entrega uma das melhores "mortes" a Jason, mas, mesmo sendo boa, sabemos que não será capaz de detê-lo por muito tempo.
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O destino é controlado, ou nós fazemos o nosso próprio destino? Essa é a questão que o político David Norris (Matt Damon) vai passar em sua vida. Perto de ser eleito senador dos EUA, ele se apaixona pela dançarina Elise Sellas (Emily Blunt). Quando decide viver esse amor, ele começa a ser perseguido por homens misteriosos que tentam afastar o casal.
Não se pode negar, o tema do filme é muito atraente e tem um certo charme. Falar de destino e livre arbítrio é bem interessante e o longa mostra ao público os dois lados da moeda: aceitar um destino já escrito ou mudarmos algo e ter uma vida totalmente diferente, independentemente das consequências que essa mudança possa causar. E isso é um tema que sempre chama a atenção.
A direção do estreante George Nolfi em nenhum momento deixa o seu filme ficar chato. Deixando os atores bem a vontade, e aplicando um tom misterioso, ele gera expectativa do que pode acontecer e consegue deixar o público atento ao que está sendo desenvolvido.
Matt Damon, aliás, está bem a vontade. Chega até a lembrar os tempos de Bourne em determinadas cenas e está perfeito interpretando o político David Norris. Emily Blunt também está ótima e sempre evoluindo em sua carreira.
Roteiro acima da média e um elenco muito bom, "Os Agentes do Destino" é uma grata surpresa em meio à falta de originalidade que vira e mexe assola Hollywood.
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Hollywood é assim, quando o primeiro filme é um sucesso, não demora muito para uma continuação ganhar vida. E em menos de dois anos, "A Morte te dá Parabéns 2" chega aos cinemas apostando no mesmo elenco (com algumas adições) e com uma pegada um pouco diferente do longa anterior.
Após morrer diversas vezes para quebrar o feitiço temporal que a mantinha presa no dia de seu aniversário, Tree Gelbman (Jessica Rothe) tenta escrever uma nova história ao lado de Carter Davis (Israel Broussard). No entanto, um experimento científico, que acontece no campus da universidade, dá errado e a jovem é forçada a retornar ao fluxo de repetição e, desta vez, morrer não será o bastante para escapar.
Há de se louvar a tentativa do diretor Christopher Landon para fazer algo um pouco diferente nesta sequência, e não simplesmente seguir a mesma fórmula do filme anterior. Por isso o filme abandona um pouco o lado do terror e investe na ficção científica ao brincar com viagens no tempo e dimensões.
Essa abordagem na ficção para explicar o que acontecia com Tree, tirou um pouco da dinâmica do filme, deixando a narrativa um pouco arrastada. A figura do assassino com cara de bebê, também perde peso. Porém, o filme ganha ao apostar um pouco no drama, ao mostrar a nossa protagonista o que ela pode perder ou ganhar dependendo de qual dimensão ela escolher ficar.
Jéssica Rothe continua muito bem como Tree, e o humor do filme continua na medida certa. Sendo assim, "A Morte te dá Parabéns 2" não tem o mesmo frescor do primeiro longa, mas ainda está bem legal de se acompanhar.
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Um dos filmes mais lembrados e importantes da nouvelle vague - movimento artístico do cinema francês -, "Jules e Jim: Uma Mulher Para Dois" é referenciado até hoje em outros longas.
François Truffaut nos leva para a Paris do início do século XX, onde Jules (Oskar Werner), um judeu-alemão tímido, e Jim (Henri Serre), um francês extrovertido, tornam-se grandes amigos. Eles têm os mesmos interesses, entretanto procuram alcançá-los de forma bastante diferenciada. Em uma viagem para a Grécia, eles vêem uma estátua com um sorriso sem igual e, quando voltam à Paris, conhecem Catherine (Jeanne Moreau), que se parece com a escultura. Logo os três boêmios se tornam um trio inseparável e eles têm muitos momentos agradáveis, mas a vida parece ter outros planos para eles.
O longa não possui uma narrativa tão dinâmica. Apesar da narrativa acompanhar a história com rápidos diálogos, o filme é meio truncado e sua montagem se torna um pouquinho problemática.
Porém, o longa é um importante estudo de personagem. Temos aqui três protagonistas, que se nos colocarmos na época em que o filme se passa, eram muito a frente do seu tempo. No melhor conceito de Carpe Diem, imagine os três apenas curtindo a vida, sem ligar muito para responsabilidades, ou então, uma mulher que sempre se sentiu livre para fazer o que quiser, no qual nem um casamento seria capaz de mudá-la. O longa bate muito nessa tecla, o que acaba sendo uma critica sobre o que a sociedade nos impõe.
Por fim, "Jules e Jim: Uma Mulher Para Dois" talvez não tenha mais aquele impacto hoje em dia como em décadas atrás, mas é um filme interessante de se conhecer.
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A história não é tão original assim, e reviver sempre o mesmo dia era o plote de "Feitiço do Tempo", comédia de 1993 estrelada por Bill Murray e Andie MacDowell. "A Morte te dá Parabéns" utiliza um humor bem peculiar, que faz esse filme de terror ser bem divertido.
Na trama acompanhamos a jovem Tree Gelbman (Jessica Rothe), que no dia de seu aniversário - daí o porquê do título - é assassinada e passa automaticamente a reviver o mesmo dia. Estranheza e desespero tomam conta da nossa protagonista, até que com a ajuda de Carter Davis (Israel Broussard), um colega que tem uma queda por ela, Tree tenta descobrir quem é o assassino para por um fim nesse acontecimento bizarro.
O diretor Christopher Landon entrega um filme divertido, com o humor na medida certa. Apesar de ter uma vibe desses terror para adolescente, ele entrega sequências bem bacanas, sem jumperscars além de trabalhar muito bem os clichês do gênero e referenciar alguns filmes de terror.
Jessica Rothe entrega uma personagem que de início nos dá uma certa aversão. Ela é boçal, metida e não liga para os outros. Sua personagem evolui e passa por um aprendizado. Sua atuação é convincente e surpreendente.
Divertido e cheio de reviravoltas, o longa é daqueles para se assistir com a galera. "A Morte te dá Parabéns" passa no teste e cumpre muito bem o seu papel.
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O diretor Yorgos Lanthimos está ficando marcado por apresentar em sua filmografia um estilo bem peculiar, voltado à estranheza.
Em "O Sacrifício do Cervo Sagrado", o diretor nos apresenta ao cirurgião cardíaco, Steven Murphy (Colin Farrell), que começa a manter uma amizade um pouco estranha com o filho de um ex-paciente seu, que morreu em uma cirurgia. Esse relacionamento entre os dois ganha contornos obscuros quando essa amizade vai se tornando obsessão.
O ritmo e estilo empregados por Yorgos Lanthimos são ao mesmo tempo interessantes e repulsivos. O diretor consegue a todo momento deixar o espectador inquieto, desconfortável com tudo o que acontece em cena. O uso da trilha sonora é bastante interessante, vai desde a música clássica até passando por ruídos que incomodam realmente quem o assiste. E é essa a sensação que o diretor quer passar. Tirar a posição de passivo do público e fazê-lo sentir o filme.
As atuações causam estranheza e alguns diálogos são esquisitos, mas isso também faz parte do que o diretor quer passar. Muitas cenas causam impacto graças ao estilo do diretor. Desde a cena de abertura (com uma cirurgia real de coração), passando pela cena de sexo de Colin Farrell com uma inanimada Nicole Kidman (na qual o diretor flerta até com necrofilia). O final faz jus a essa história que é inspirada em uma peça grega, chamada "Ifigênia em Áulide".
Concluindo, "O Sacrifício do Cervo Sagrado" é um filme que requer a atenção do público. Se você é desses que gosta de filmes que incomodam, que fazem pensar e que não entrega nada fácil, este longa é obrigatório.
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Sam Mendes estreou em Hollywood já arrebatando o Oscar por "Beleza Americana". Seu próximo trabalho foi algo bem peculiar, "Estrada Para Perdição", baseado em uma HQ, mas não essas de super-heróis, e sim com uma história muito mais profunda.
No filme acompanhamos Michael Sullivan (Tom Hanks), um assassino da máfia que vê seu filho mais velho presenciar vários assassinatos cometidos por ele em uma noite. Devido a esse acontecimento, Sullivan perde esposa e filho caçula, e segue com o filho mais velho rumo a uma vingança contra aqueles que acabaram com a sua família.
O longa tem um desenvolvimento narrativo muito bom. No primeiro ato, temos uma ótima apresentação dos personagens, no qual suas índoles deixam a mostra o caráter de cada um. O trabalho de direção de arte é impecável, e é absurdo a recriação dos anos 30. A trilha sonora se destaca ao mesclar a emoção com a violência. Tudo bem executado para criar-se um filme bem amarrado e interessante de se assistir.
Um dos pontos importantes do filme é ele não ser só um filme de gangster, e sim uma linda história de pai e filho. O "eu te amo" aqui é dito de diversas formas, todas sutis, graças a ótima direção de Sam Mendes. A descoberta e o amadurecimento são tratados de uma forma tão cuidadosa que é profundamente verdadeiro. Tom Hanks e Paul Newman dão um show em cena, além de ser muito interessante ver Tom Hanks como um assassino, mesmo que de bom coração. Seu personagem é cheio de medo pelo caminho que o filho possa tomar, e isso gera nele um arrependimento. E o ator demonstra isso muitas vezes, apenas com o olhar.
Por fim, "Estrada Para Perdição" se torna um dos grandes trabalhos de Sam Mendes, o capricho do diretor impressiona do primeiro ao último frame. Um filme marcante e verdadeiro em muitos aspectos.
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Para o bem ou para o mau, "Armageddon" marcou época em Hollywood no final da década de 90, e abriu caminho para um novo estilo, os chamados "filmes-catástrofes".
No longa, a NASA descobre um enorme asteróide que está vindo em direção a Terra. Caso ele se choque, será o fim da humanidade. Eles têm apenas 18 dias para evitar o fim do planeta e, para isso, tomam medidas extremas, convocando o maior perfurador de petróleo que existe, Harry Stamper (Bruce Willis), que exige montar a sua própria equipe para realizar um plano (um tanto quanto suicida): perfurar o asteróide e implantar uma bomba para explodi-lo.
O diretor Michael Bay tem um estilo bem definido em sua filmografia, quem o conhece sabe: o diretor presa pelo espetáculo pirotécnico com câmeras rápidas, efeitos visuais e som em seus filmes que sempre são um show a parte. Já o roteiro... Pois bem, aqui em "Armageddon" muitos efeitos ainda são impressionantes passados mais de duas décadas do filme. Já o roteiro, possui diálogos pífios e inúmeras frases de efeitos.
A montagem do filme é frenética e consegue até imprimir um sentido de urgência. No entanto, tudo vai por água abaixo devido a todos os personagens da equipe de Bruce Willis, que servem apenas de alívio cômico na maioria das vezes, tirando grande parte de seriedade da história.
Ao fim, "Armageddon" é daqueles filmes para você desligar o cérebro por duas horas e meia e assistir com os amigos para darem boas risadas.
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A adolescência é uma das fases mais difíceis da vida. Sair de casa, que profissão ter, que rumo tomar? São perguntas que permeiam a cabeça dos jovens. Junte-se a isso, as experiências e descobertas da sexualidade. "O Mau Exemplo de Cameron Post", embarca na cabeça da protagonista do título, para nos mostrar os reflexos de determinadas ações sofridas nessa idade tão complicada.
Após ser flagrada transando com uma colega, Cameron (Chloe Grace Moretz), é enviada pela tia para uma instituição que "trata" de pessoas que estão se descobrindo homossexuais, para tentar "reverter" esse processo.
Com uma cara polêmica, mas nem tanto, o filme é simpático ao abordar esse turbilhão de emoções na cabeça dos jovens. O regime bem autoritário da instituição, faz com que os jovens se unam, e se ajudem a sobreviver. A diretora Desiree Akhavan consegue captar momentos mágicos de questionamentos, perguntas e respostas ao longo da trama. Sem forçar a barra e tentar a todo momento passar na cara uma ideia, ela pega o questionamento e nos mostra da melhor maneira, para que nós possamos entender e não julgar.
Chloe Grace Moretz está em seu melhor papel na carreira. A atriz consegue mostrar o desconforto em algumas situações - como nas fotos ao lado de um rapaz antes de um baile - e os questionamentos na busca de entender tudo o que está acontecendo com ela, como nos vários close-ups colocados muito bem pela diretora, para captar o melhor da atuação de Chloe. No fim, é uma atuação minuciosa e poderosa.
Concluindo, "O Mau Exemplo de Cameron Post" pode trazer reações adversas para aqueles mais conservadores, mas é um filme importante, que merece muito ser descoberto.
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"As pessoas podem dizer que eu não poderia cantar. Mas ninguém pode me dizer que eu não cantei." Essa frase, dita em certa altura por Florence, mostra uma mulher que era movida pela sua paixão à música. "Florence: Quem é Essa Mulher?", nova cinebiografia do diretor Stephen Frears, trás em seu íntimo uma mensagem forte, num filme simples, mas muito elegante.
Florence Foster (Meryl Streep) é uma mulher muito rica, que ajudou a mudar o cenário musical de Nova York na década de 40. Acometida pela sífilis, ela adora cantar, porém, não canta muito bem. Seu esposo Clair Bayfield (Hugh Grant) é capaz de tudo para encobrir a verdade sobre sua voz, para ver a felicidade de Florence.
Stephen Frears opta por um filme mais voltado para a comédia do que para o drama. Florence sofria de sífilis desde os 18 anos, mas o filme dosa muito bem o seu estilo e cria uma identidade. Interessante ver que por meio da ridicularização, o diretor cria uma heroína bastante interessante.
Meryl Streep, sempre muito competente, cria uma personagem com diversas nuances. Florence é uma mulher solitária que gosta de companhia. Apesar do filme ser mais voltado para comédia, é impressionante como Meryl Streep consegue emocionar, para em seguida nos fazer rir com seus falsetes. Hugh Grant também está ótimo como o dedicado esposo, mas é Simon Helberg, que dá vida ao pianista Cosmé McMoon, quem rouba a cena. O ator tem uma expressão facial muito importante para a história.
Por fim, "Florence: Quem é Essa Mulher?" é um filme que fala de sonhos e paixões, e de como as vezes deixamos de realizá-los por simples medo do que os outros vão achar. O final é um verdadeiro ensinamento, principalmente para este mundo de vaidades que vivemos hoje em dia.
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Um suspense sem muitas pretensões que referencia obras do passado e cumpre bem a sua função. Assim é "Perseguição", dirigido por John Dahl e que tem como roteirista J. J. Abrams.
No longa, acompanhamos Lewis (Paul Walker) que está entrando de férias da faculdade e pretende viajar com Venna (Leelee Sobieski), sua amiga por quem ele é apaixonado. Antes, ele precisa tirar o seu irmão Fuller (Steve Zahn) da cadeia. Após o feito, já na estrada, os dois irmãos fazem uma brincadeira com um caminhoneiro, por meio de um rádio amador. Mal sabiam eles que ali começava um verdadeiro inferno em suas vidas.
O roteiro de J. J. Abrams não tem nada de tão novo, porém, trabalha bem a tensão e brinca com o espectador em diversos momentos. O filme faz referência a vários clássicos do gênero, desde "Encurralado" de Steven Spielberg, até "Psicose" de Alfred Hitchcock. Perceba que um dos hotéis onde os irmãos se hospedam, é igual ao de Norman Bates.
A trilha sonora de Marco Beltrami vai bem, sabendo ser mais enfática nos momentos de tensão e leve quando precisa ser. O filme não dá espaço para enrolação, a montagem é bastante ágil. Tudo é muito urgente. Do trio de protagonistas, destaque para Steve Zahn que está muito bem no papel.
Por fim, "Perseguição" não redefine o gênero, e nem é essa a sua ambição. Sem muitas reviravoltas, o filme sabe trabalhar bem os clichês e, no final, acaba sendo um bom entretenimento.
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A ideia de finalizar a história do matador mascarado em "Sexta-Feira 13, Parte 4: Capítulo Final" não durou muito. Apenas um ano após o quarto filme, chegava aos cinemas "Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo", contando com a mesma estrutura já conhecida dos filmes anteriores e apostando em um plot twist que não agradou em nada os fãs da série.
Possivelmente o filme mais fraco da série. Aqui a matança se passa em uma clínica de internamento para jovens, um tanto quanto liberal: sem grades, sem guardas... O local perfeito para Jason fazer a festa. Os personagens continuam servindo apenas de vítimas, sem aprofundamento nenhum.
O roteiro é repleto de furos e as mortes não empolgam tanto. Sem o talento do maquiador Tom Savine, o cargo aqui ficou com Martin Becker, que mostrou total falta de talento na elaboração das mortes. Primeiro porque elas se repetem muito, segundo porque tudo fica muito subjetivo. A única morte interessante é a de um jovem que tem o crânio esmagado por um cinto em uma árvore.
O final também não empolga. A protagonista Pam, vivida pela atriz Melanie Kinnaman, é muito fraca e o plot twist em que descobrimos que não é o Jason que está matando, mas sim o paramédico Roy (Dick Wieand), se vingando da morte do filho que ele abandonou (como assim?), não funcionou.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo" não acrescenta em nada à franquia, mostrando-se um filme cansativo até mesmo no que mais chama atenção na série, a criatividade das mortes. Apesar da falta de qualidade, o longa foi razoável nas bilheterias, já que teve um orçamento de US$ 2,200 milhões de dólares e arrecadação de quase US$ 22 milhões que garantiram a volta de Jason no próximo filme.
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Sempre é bom assistir um filme sonhador e inspirador. "O Céu de Outubro" é um longa sem muitas pretensões, mas que é bem executado do início ao fim, mostrando uma história real que mobilizou uma pequena cidade.
O filme conta a história de Homer Hickam (Jake Gyllenhaal), que após ver o satélite soviético Sputnik cruzar o céu, vê nascer em seu coração a vontade de colocar foguetes para voar. Os obstáculos são muitos. A pequena cidade sobrevive da mineração. Um ou outro estudante consegue sair para ir em busca de uma carreira melhor, o restante está fadado a trabalhar na mineradora mesmo. Sem o apoio do pai John Hickam (Chris Cooper), Homer terá a ajuda de mais três amigos, e da sua sonhadora professora Miss Riley (Laura Dern) para conseguir alcançar o seu sonho.
O longa tem um roteiro bem amarrado, e uma ótima direção de Joe Johnston, que vai nos mostrando a alegria e as agruras da busca por um sonho. Jake Gyllenhaal constrói um personagem incrível, capaz de mostrar todos os seus sonhos em apenas um olhar. O filme também tem ótimas atuações de Chris Cooper e Laura Dern.
A trilha sonora de Mark Isham, é linda e inspiradora. Conseguindo transitar pela euforia e a decepção, a trilha realmente consegue ser algo marcante.
Por fim, "O Céu de Outubro" é daqueles filmes com personagens cativantes. Levado por ótimas atuações, o filme nos emociona com seus personagens sonhadores. Nos emociona e nos faz rir na medida certa. Enfim, um filme que merece ser descoberto.
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Uma das maiores empresas do mundo, o McDonald's, teve a sua história contada pelas mãos do diretor John Lee Hancock, que mostrou a ambição e a ganância por trás de um dos maiores fast foods do mundo.
No longa, acompanhamos Ray Kroc (Michael Keaton), um sujeito ambicioso, com fome de poder (como sugere o título nacional). Ele conhece os irmãos McDonald's e, com sua lábia, consegue se tornar um franqueado da marca. Após algum tempo, (e passando por cima da ética), Ray começa a se desgarrar dos irmãos, e assim começa a construir o seu império no ramo alimentício.
O roteiro do filme é simples, muito focado no personagem Ray Kroc. O roteiro sempre apresenta uma dificuldade para o protagonista, para, logo em seguida, ele encontrar uma solução. E assim, o longa tem um prato cheio para mostrar todas as artimanhas e covardias que Ray é capaz de fazer.
Michael Keaton está ótimo no papel. Com um discurso que convence, além de um sorriso bem cínico, o ator demonstra uma lábia impressionante. Seu personagem sempre quer o melhor, seja na vida profissional ou pessoal. Ele parece nunca descansar, nunca está satisfeito. Enquanto Keaton está ótimo no papel, Laura Dern é pouca aproveitada, e o filme acaba desperdiçando o seu talento.
Por fim, o longa é poderoso, mostrando o quanto um sujeito é capaz de fazer para passar por cima dos outros e vencer na vida. O filme mostra como esse capitalismo selvagem transforma as pessoas e como esse mesmo capitalismo devora aqueles que não têm essa fome de poder.
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Passadas algumas décadas, a história do homem que consegue descobrir uma fórmula para ficar invisível ganha as telonas mais uma vez. Dirigido por Paul Verhoeven, e estrelado por Kevin Bacon, "O Homem Sem Sombra" é um filme até bacana, mas peca por não aprofundar mais a sua história.
Após ter a fórmula rejeitada por um conselho de ética, o cientista Sebastian Caine (Kevin Bacon) resolve testá-la em si. A personalidade do cientista já mostrava ele como sendo um sujeito com o ego lá em cima, soberbo e narcisista. Some-se a isso, o sujeito ainda consegue ficar invisível, já dá pra imaginar a confusão que ele criará.
O filme faz um questionamento muito bom: o que você faria se ficasse invisível? Porém, Paul Verhoeven limita-se apenas a mostrar o protagonista aprontando com pessoas próximas, seja uma forte cena de estupro com uma vizinha, ou assediando as colegas de trabalho, até mesmo matando os colegas de trabalho. O filme não vai tão longe ao explorar a questão de invisibilidade.
O longa também tem algumas incongruências, porém, podemos relevar. Já as cenas violentas são bem elaboradas e os efeitos visuais estão excelentes, principalmente quando Sebastian tem seu corpo preenchido com alguma coisa líquida, tipo água ou sangue.
No fim, "O Homem Sem Sombra" não é tão criativo como "O Homem Invisível" de 1933, e está longe de ser um filme que ficará marcado, mas merece ser descoberto.
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Na vida, existem pessoas que fazem acontecer, e existem aquelas que aceitam o que vai acontecendo e terminam por se tornarem cômodas. E esse é um dos temas de "É Proibido Fumar", filme de Anna Muylaert, mesma diretora do tocante "Que Horas Ela Volta?"
Baby (Glória Pires, em excelente atuação), é uma professora de violão, que vive sozinha em seu apartamento. Fumante e com atritos com as irmãs, é a chegada de um morador no apartamento vizinho que chama sua atenção. Ele é Max (Paulo Miklos), simpático ao ponto de fazer com que Baby abandone seus cigarros somente para impressioná-lo. Porém, existe um problema: Max de certa forma, ainda está ligado a ex-esposa. Como as fotos nos créditos iniciais revelam.
Tudo em cena trata de nos contar quem é Baby. No seu apertado apartamento, vemos que ela é uma mulher que parou no tempo. Não quis se envolver em um relacionamento, usa camisas de Chico Buarque, etc. É uma mulher presa ao passado, esperando que algo novo possa acontecer. E acontece, a chegada de Max, faz com que ela pense em coisas que antes não pensava. Desde largar o vício do cigarro, até a começar a se depilar. Baby começa a ficar mais vaidosa, é como se renascesse. Porém, a entrada de um terceiro elemento, dará o tom de suspense ao final, que inclusive deixa um pouco em aberto a interpretação.
A condução da direção de Anna Muylaert é incrível. Uma história simples, mas que nos deixa ligados para sabermos como terminará. Em todos os cantos do filme, a paixão pela música é evidenciada. Seja na paixão de Baby pelas canções de Chico, até a presença do ex-Titãs Paulo Miklos. E Baby, seria uma homenagem a Baby Consuelo? Talvez.
Por fim, "É Proibido Fumar" apresenta uma personagem com muitas reviravoltas em sua vida, envolvendo amor, traição, inseguranças. E por isso o filme cumpre bem o seu papel, por retratar personagens bem reais.
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Não tão conhecido como outros clássicos do Studio Ghibli, porém, não menos importante, "O Mundo dos Pequeninos" explora a amizade e o amadurecimento para contar uma história bem comovente.
Acompanhamos Arriety e sua família de pequeninos, que vivem no assoalho de uma casa, como coletores. Eles pegam nessa casa o necessário para sobreviver. Eles possuem medo dos humanos normais, pois têm muitos temores do que eles possam fazer. Porém, um dia, Arriety é vista por Shô, uma criança que está na casa repousando enquanto espera por uma importante cirurgia para fazer no coração. E é com o medo do desconhecido que se começa uma linda amizade.
Dirigido por Hiromasa Yonebayashi, o filme explora o nascimento da amizade entre o tímido Shô e a extrovertida Arriety. Os coletores possuem um medo natural dos humanos, tanto por seu tamanho, como por histórias que eles escutam. Porém, Shô age diferente com Arriety, e ela vê nele algo diferente e começa a explorar mais esse relacionamento. Assim, temos, por parte dos dois, uma barreira quebrada em que o medo do novo e do diferente dá espaço para a amizade. Esse mesmo laço fortalece o garoto que está prestes a fazer a cirurgia no coração. Arriety surge como uma esperança em sua vida, de que tudo ficará bem. Ela lhe dá força e coragem para enfrentar o desconhecido.
O filme é rico em cores e com detalhes incríveis. O mundo visto a partir dos olhos de Arriety, faz com nossos olhos fiquem atentos a tudo o que é posto na tela. Detalhes da natureza, gotas de água nas plantas ou até mesmo os acessórios utilizados na casa da pequenina, tudo é feito com extremo capricho.
Por fim, "O Mundo dos Pequeninos" aborda uma história que pode parecer simples, mas que toca em temas profundos. Faz com que possamos refletir sobre assuntos complexos e que possamos romper com aqueles preconceitos iniciais que costumamos ter.
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Uma das marcas da filmografia do diretor Stephen Daldry é a sensibilidade, isso pode ser notado em filmes como "As Horas" e "Billy Elliot". Aqui em "O Leitor" o diretor continua com a mesma pegada, um filme sensível, mas que vai ficando mais pesado a medida que passa.
O longa se passa em Berlim, e conhecemos Michael Berg (David Kross), um adolescente que após passar mal voltando para casa, conhece Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher com o dobro de sua idade. Ela o ajuda, e um dia quando ele volta para agradecer, os dois começam a se envolver sexualmente. Porém, o relacionamento deles não fica só nisso. Hanna gosta que o amado leia para ela. Um dia, Michael vai visitá-lá e a casa está vazia. Hanna foi embora, e Michael fica com o coração partido. Os anos passam, ele se torna um estudante de Direito, e quando ele vai assistir a um julgamento de pessoas envolvidas no nazismo, uma das acusadas é Hanna. E é aí que o filme da uma virada sensacional em sua história.
Stephen Daldry constrói sua história com maestria, sabendo esconder e revelar pontos importantes no momento certo. Sua narrativa é crescente e isso faz muito bem ao filme. Kate Winslet com sua competência habitual, entrega uma personagem com uma intensidade enorme. Que emociona pela veracidade de sua atuação, que inclusive lhe rendeu o Oscar de melhor Atriz. O jovem David Kross também merece destaque por sua atuação.
O longa trata de muitos assuntos, como o amor, ignorância e vergonha. E o quanto um acontecimento em nossa vida, pode mudar a pessoa que nos tornamos. Devido ao rompimento com Hanna, Michael se transformou em uma pessoa distante dos outros.
O filme não seria o mesmo se não tivesse atores tão competentes para expressar os assuntos que se propõe a tratar. Polêmico em algumas coisas, "O Leitor" se torna um filme obrigatório, graças a uma história densa, e que nos faz refletir.
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Um dos filmes mais clássicos de terror da Universal, "O Homem Invisível" marcou época quando os efeitos visuais ainda engatinhavam na indústria cinematográfica.
No longa, o cientista Jack Griffin (Claude Rains) consegue fazer um experimento no qual ele se torna invisível. O experimento acaba afetando sua mente, e, o que antes seria uma experiência inovadora, torna-se fonte de um poder doentio por parte do cientista, deixando-o agressivo e perigoso.
O roteiro do filme é inspirado na obra do autor H. G. Wells, que foi escrita em 1897. O longa mostra a derradeira história de um homem comum, que tem em suas mãos um certo poder e acaba sendo consumido por ele. A atuação de Claude Rains é bastante interessante. Utilizando muito a imposição da voz para demonstrar a sua loucura, o ator se destaca enquanto seu corpo fica enrolado com as bandagens ou vestido de pijamas.
Os efeitos visuais são espetaculares para a época. Vale frisar que o filme envelheceu bem, utilizando truques com fios para fazer objetos se moverem, acidentes bem elaborados (inclusive com um trem descarrilando), além de um primórdio chroma key de veludo para fazer o ator ficar invisível. É impossível não imaginar a loucura que deve ter sido para o público ver tal coisa diante de seus olhos.
Com quase noventa anos, esse clássico da Universal sempre será lembrado por seu charme e criatividade em contar uma história que parecia impossível para a época. De curiosidade, ainda temos a mocinha do filme, Flora Cranley (Gloria Stuart) que, décadas depois, interpretaria a Rose idosa, em "Titanic".
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Um dos momentos mais surreais da história americana, tanto da espionagem, quanto de Hollywood, foi o resgate de reféns que aconteceu em 1979 no Irã. Coube a Ben Affleck a tarefa de retratar essa, que é uma das histórias mais improváveis de se acontecer.
No longa, o governo dos Estados Unidos se recusa a entregar Reza Pahlevi, deposto pelo aiatolá Khomeine. Com isso, o povo iraniano vai às ruas protestar e acabam invadindo a embaixada americana, fazendo 54 prisioneiros. Seis funcionários conseguem escapar, refugiando-se na casa do embaixador canadense em Teerã.
Com isso, a CIA tem a tarefa de trazê-los de volta e, para isso, aceita o plano de um agente secreto, Tony Mendez (Ben Affleck), de fingir que estava fazendo um filme falso no Oriente Médio, para fazer com que os reféns pudessem embarcar de volta para a América.
O longa acerta ao retratar bem o momento político que os dois países viviam na época. Fora isso, cabe a nós entendermos que antigamente era bem mais fácil executar tal plano. Hoje com as tecnologias e as políticas voltadas para o embarque, seria considerado um plano suicida. Ben Affleck consegue equilibrar vários gêneros em seu filme, tem um pouco de comédia, de drama e muito suspense. Aliás, Affleck mostra que está cada vez mais maduro na direção e consegue criar uma enorme tensão, principalmente no clímax final.
No fim, os fãs que gostam de filmes de espionagem e política irão se surpreender com "Argo". E de quebra, o longa faz uma homenagem a Hollywood, que teve uma enorme participação nesta inusitada missão.
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A década foi repleta de obras explorando o universo zumbi. Pena que nem todas as obras são dignas de apreço, e "Conexão Mortal", baseada num livro de Stephen King, é um bom exemplo de desperdício.
Na trama, o artista Clay Riddell (John Cusack) inicia uma busca desesperada por sua distante esposa e seu filho, depois que um misterioso sinal de celular transforma os habitantes de Boston em assassinos selvagens.
O início do filme tem uma pegada no gore, bem interessante. O desespero é bem mostrado e a tensão é bem criada. Mas acredite, é só isso que o filme tem de bom. Os dramas do filme não são trabalhados de maneira satisfatória. A história fica preguiçosa e maçante. Junte-se a isso personagens que entram em cena apenas com um fim, morrer. É um péssimo trabalho do diretor Tod Williams, que fracassa em tudo que se propôs mostrar.
O longa também é um desperdício de talentos. John Cusack totalmente perdido em cena e um Samuel L. Jackson atuando no automático. Suas tramas não se desenvolvem e fica difícil imaginar porque eles aceitaram fazer tal filme. Vale lembrar que os dois atuaram juntos em outra adaptação de uma obra de Stephen King, "1408", que é muito boa.
No mais, "Conexão Mortal" é um filme esquecível. Ultimamente Stephen King tem tido ótimas adaptações de suas obras, mas essa aqui, lembra aqueles filmes bem ruins de décadas passadas que eram tirados de suas histórias.
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David Fincher é um dos grandes nomes do cinema, e suspense é o forte do diretor. "Seven: Os Sete Crimes Capitais", "Clube da Luta" e "O Quarto do Pânico" estão aí para provar que ele entende do assunto. Coube a ele dirigir "Zodíaco", um thriller baseado em fatos reais que mergulhou a cidade de San Francisco em um medo profundo durante o final da década de 60 e a década de 70.
Na trama, um serial killer, que se auto intitula Zodíaco, mata as pessoas sem deixar rastros. Ele também tem o costume de ligar para polícia, além de escrever cartas codificadas para os jornais da cidade. A polícia, então, tem um entranhado quebra-cabeça para tentar chegar ao assassino.
O longa é muito charmoso em toda a sua parte de investigação. A narrativa é atraente e o fato do assassino "brincar" com a polícia deixa o filme bem interessante. Fincher também explora bem as cenas de assassinatos, empregando um grafismo e um estilo bem particular. A montagem possui uma crescente tensão até os momentos decisivos do longa. Nesse ponto, David Fincher segura seu filme com extrema maestria.
Um dos pontos fracos do filme pode ser a utilização de muitos personagens, alguns entram, mas sem muita utilidade. O filme também peca um pouco por não dar um background um pouco maior da vida pessoal do personagem Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal). Sua família sofre devido a sua doação na perseguição do assassino, mas isso poderia ser melhor construído.
No mais, "Zodíaco" nos leva a uma série de crimes mais impressionantes da história dos Estados Unidos. O final impressiona e vale a dica para quem gostou: pesquisar mais sobre essa intrigante história.
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Um sucesso cada vez maior. Jason e sua pilha de jovens mortos lotam cada vez mais as salas de cinema, mesmo que os filmes sejam recheados de furos no roteiro (principalmente em sua cronologia) e a crítica não goste nenhum pouco das inúmeras continuações.
"Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final", apresenta os mesmos elementos que os filmes anteriores: um bando de jovens prontos para o abate; um roteiro raso, que não se importa com ninguém (a não ser com Jason); a pilha de corpos que aparece espalhado antes da nossa "final girl" colocar um basta no assassino; e por aí vai.
Como falei acima, a história é muito rasa. Nenhum dos personagens é aprofundado o suficiente a ponto de você torcer para eles. O diretor Joseph Zito peca ao desenrolar uma história na qual a atmosfera de suspense não é criada. Jason vai simplesmente empilhando um cadáver atrás do outro. A montagem é feita com cortes tão bruscos que chega a ser engraçada.
Mas essa pérola tem o seu valor. O final tem um peso, visto o que é realizado pelo personagem Tommy (Corey Feldman). Inclusive, personagem esse que é aproveitado nas próximas sequências. A volta de Tom Savine apresenta mortes elaboradas, muito bem realizadas. O trabalho feito é simplesmente impressionante, principalmente quando lembramos que é um filme da década de oitenta, sem os recursos que existem hoje.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final", custou $ 2,600 milhões de dólares e arrecadou $ 33 milhões. Merece ser apreciado de leve, sem exigir muito. O bacana aqui é curtir a carnificina de Jason, enquanto esperamos pelo próximo episódio.
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Paixão Obsessiva
2.6 276 Assista Agora"Paixão Obsessiva" é daqueles filmes que almeja ser muita coisa, mas que ao final não passa de uma completa perda de tempo. Muita coisa no longa deixa a desejar e fazem com que o filme seja totalmente esquecido.
Acompanhamos Julia Banks (Rosario Dawson) que deixa o seu emprego para viver com o seu noivo David Connover (Geoff Stults), em uma pequena cidade. Mas o combo dessa mudança, ainda acompanha a filha do seu noivo e uma obsessiva ex-esposa, Tessa Connover (Katherine Heigl), que esta vai fazer de tudo para separar o casal.
Esse filme, que se diz de suspense, perde logo na cena inicial grande parte da sua tensão. Não é preciso pensar muito para montar o esquema que levou aquela cena inicial. Dito isto, o filme inteiro se apoia na perseguição de Tessa a Julia.
Com um roteiro fraco, as atuações também não são lá essas coisas. Katherine Heighl até consegue construir uma personagem que intimida, porém, lembra muito aquelas vilãs de novela mexicana. Rosario Dawson é a mais esforçada aqui, no entanto, sua personagem é passiva em muitos momentos e é difícil engolir algumas atitudes que a mulher não toma. A construção dos personagens é totalmente mal feita, e o pior deles é David, que fica sem força alguma na trama.
Dito isto, "Paixão Obsessiva" ainda vai na contramão do papel que a mulher tanto luta na sociedade atual. Com uma trama datada, e com uma cara de novela enorme, é de se estranhar que esse filme foi dirigido e roteirizado por mulheres. Uma pena.
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Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive
3.2 305 Assista AgoraJason está de volta na sua luta sedenta por mais matança. "Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive" praticamente ignora o péssimo quinto filme da franquia e, por incrível que pareça, é uma das melhores sequências do assassino mascarado.
O obcecado Tommy Jarvis (Thom Mathews) quer pôr um fim em Jason de uma vez por todas, desenterrando e cremando o seu corpo. O plano falha e Jason é ressuscitado por um raio (nessa altura da franquia, Jason já virou algo sobrenatural). O matador segue para o acampamento Forest Green, antigo Crystal Lake, para mais uma noite de violência.
Com uma narrativa bem dinâmica, o diretor e roteirista Tom McLoughlin apresenta aqui um roteiro repleto de referências a outras obras cinematográficas. Os créditos de abertura lembram 007, por exemplo, e o roteiro é repleto de ironias, lembrando inclusive o que "Pânico" viria a fazer na década seguinte. Com uma ambientação acertada, o local transmite muito bem a sensação de isolamento e medo, e o diretor trabalha muito bem o suspense, dando um tom que parecia inalcançável para a franquia.
Finalmente vimos crianças em Crystal Lake, ou melhor, agora Forest Green. A presença de crianças ajuda a aumentar o nível de tensão no filme. Jason também está diferente. Interpretado pela primeira vez por C. J. Graham, o ator entrega o Jason mais assustador e tenebroso da franquia, pelo menos até aqui. A trilha sonora de Harry Manfredini está mais vigorosa e acaba se tornando uma das melhores de toda a saga.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 6: Jason Vive" comprova que ainda é possível sair coisa boa depois de tantos filmes. O filme teve um desempenho razoável nas bilheterias, com um orçamento de US$ 3 milhões de dólares, e uma arrecadação de US$ 19,472 milhões. O longa ainda entrega uma das melhores "mortes" a Jason, mas, mesmo sendo boa, sabemos que não será capaz de detê-lo por muito tempo.
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Os Agentes do Destino
3.5 1,1K Assista AgoraO destino é controlado, ou nós fazemos o nosso próprio destino? Essa é a questão que o político David Norris (Matt Damon) vai passar em sua vida. Perto de ser eleito senador dos EUA, ele se apaixona pela dançarina Elise Sellas (Emily Blunt). Quando decide viver esse amor, ele começa a ser perseguido por homens misteriosos que tentam afastar o casal.
Não se pode negar, o tema do filme é muito atraente e tem um certo charme. Falar de destino e livre arbítrio é bem interessante e o longa mostra ao público os dois lados da moeda: aceitar um destino já escrito ou mudarmos algo e ter uma vida totalmente diferente, independentemente das consequências que essa mudança possa causar. E isso é um tema que sempre chama a atenção.
A direção do estreante George Nolfi em nenhum momento deixa o seu filme ficar chato. Deixando os atores bem a vontade, e aplicando um tom misterioso, ele gera expectativa do que pode acontecer e consegue deixar o público atento ao que está sendo desenvolvido.
Matt Damon, aliás, está bem a vontade. Chega até a lembrar os tempos de Bourne em determinadas cenas e está perfeito interpretando o político David Norris. Emily Blunt também está ótima e sempre evoluindo em sua carreira.
Roteiro acima da média e um elenco muito bom, "Os Agentes do Destino" é uma grata surpresa em meio à falta de originalidade que vira e mexe assola Hollywood.
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A Morte Te Dá Parabéns 2
3.0 713Hollywood é assim, quando o primeiro filme é um sucesso, não demora muito para uma continuação ganhar vida. E em menos de dois anos, "A Morte te dá Parabéns 2" chega aos cinemas apostando no mesmo elenco (com algumas adições) e com uma pegada um pouco diferente do longa anterior.
Após morrer diversas vezes para quebrar o feitiço temporal que a mantinha presa no dia de seu aniversário, Tree Gelbman (Jessica Rothe) tenta escrever uma nova história ao lado de Carter Davis (Israel Broussard). No entanto, um experimento científico, que acontece no campus da universidade, dá errado e a jovem é forçada a retornar ao fluxo de repetição e, desta vez, morrer não será o bastante para escapar.
Há de se louvar a tentativa do diretor Christopher Landon para fazer algo um pouco diferente nesta sequência, e não simplesmente seguir a mesma fórmula do filme anterior. Por isso o filme abandona um pouco o lado do terror e investe na ficção científica ao brincar com viagens no tempo e dimensões.
Essa abordagem na ficção para explicar o que acontecia com Tree, tirou um pouco da dinâmica do filme, deixando a narrativa um pouco arrastada. A figura do assassino com cara de bebê, também perde peso. Porém, o filme ganha ao apostar um pouco no drama, ao mostrar a nossa protagonista o que ela pode perder ou ganhar dependendo de qual dimensão ela escolher ficar.
Jéssica Rothe continua muito bem como Tree, e o humor do filme continua na medida certa. Sendo assim, "A Morte te dá Parabéns 2" não tem o mesmo frescor do primeiro longa, mas ainda está bem legal de se acompanhar.
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Jules e Jim - Uma Mulher Para Dois
4.1 335 Assista AgoraUm dos filmes mais lembrados e importantes da nouvelle vague - movimento artístico do cinema francês -, "Jules e Jim: Uma Mulher Para Dois" é referenciado até hoje em outros longas.
François Truffaut nos leva para a Paris do início do século XX, onde Jules (Oskar Werner), um judeu-alemão tímido, e Jim (Henri Serre), um francês extrovertido, tornam-se grandes amigos. Eles têm os mesmos interesses, entretanto procuram alcançá-los de forma bastante diferenciada. Em uma viagem para a Grécia, eles vêem uma estátua com um sorriso sem igual e, quando voltam à Paris, conhecem Catherine (Jeanne Moreau), que se parece com a escultura. Logo os três boêmios se tornam um trio inseparável e eles têm muitos momentos agradáveis, mas a vida parece ter outros planos para eles.
O longa não possui uma narrativa tão dinâmica. Apesar da narrativa acompanhar a história com rápidos diálogos, o filme é meio truncado e sua montagem se torna um pouquinho problemática.
Porém, o longa é um importante estudo de personagem. Temos aqui três protagonistas, que se nos colocarmos na época em que o filme se passa, eram muito a frente do seu tempo. No melhor conceito de Carpe Diem, imagine os três apenas curtindo a vida, sem ligar muito para responsabilidades, ou então, uma mulher que sempre se sentiu livre para fazer o que quiser, no qual nem um casamento seria capaz de mudá-la. O longa bate muito nessa tecla, o que acaba sendo uma critica sobre o que a sociedade nos impõe.
Por fim, "Jules e Jim: Uma Mulher Para Dois" talvez não tenha mais aquele impacto hoje em dia como em décadas atrás, mas é um filme interessante de se conhecer.
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A Morte Te Dá Parabéns
3.3 1,5K Assista AgoraA história não é tão original assim, e reviver sempre o mesmo dia era o plote de "Feitiço do Tempo", comédia de 1993 estrelada por Bill Murray e Andie MacDowell. "A Morte te dá Parabéns" utiliza um humor bem peculiar, que faz esse filme de terror ser bem divertido.
Na trama acompanhamos a jovem Tree Gelbman (Jessica Rothe), que no dia de seu aniversário - daí o porquê do título - é assassinada e passa automaticamente a reviver o mesmo dia. Estranheza e desespero tomam conta da nossa protagonista, até que com a ajuda de Carter Davis (Israel Broussard), um colega que tem uma queda por ela, Tree tenta descobrir quem é o assassino para por um fim nesse acontecimento bizarro.
O diretor Christopher Landon entrega um filme divertido, com o humor na medida certa. Apesar de ter uma vibe desses terror para adolescente, ele entrega sequências bem bacanas, sem jumperscars além de trabalhar muito bem os clichês do gênero e referenciar alguns filmes de terror.
Jessica Rothe entrega uma personagem que de início nos dá uma certa aversão. Ela é boçal, metida e não liga para os outros. Sua personagem evolui e passa por um aprendizado. Sua atuação é convincente e surpreendente.
Divertido e cheio de reviravoltas, o longa é daqueles para se assistir com a galera. "A Morte te dá Parabéns" passa no teste e cumpre muito bem o seu papel.
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O Sacrifício do Cervo Sagrado
3.7 1,2K Assista AgoraO diretor Yorgos Lanthimos está ficando marcado por apresentar em sua filmografia um estilo bem peculiar, voltado à estranheza.
Em "O Sacrifício do Cervo Sagrado", o diretor nos apresenta ao cirurgião cardíaco, Steven Murphy (Colin Farrell), que começa a manter uma amizade um pouco estranha com o filho de um ex-paciente seu, que morreu em uma cirurgia. Esse relacionamento entre os dois ganha contornos obscuros quando essa amizade vai se tornando obsessão.
O ritmo e estilo empregados por Yorgos Lanthimos são ao mesmo tempo interessantes e repulsivos. O diretor consegue a todo momento deixar o espectador inquieto, desconfortável com tudo o que acontece em cena. O uso da trilha sonora é bastante interessante, vai desde a música clássica até passando por ruídos que incomodam realmente quem o assiste. E é essa a sensação que o diretor quer passar. Tirar a posição de passivo do público e fazê-lo sentir o filme.
As atuações causam estranheza e alguns diálogos são esquisitos, mas isso também faz parte do que o diretor quer passar. Muitas cenas causam impacto graças ao estilo do diretor. Desde a cena de abertura (com uma cirurgia real de coração), passando pela cena de sexo de Colin Farrell com uma inanimada Nicole Kidman (na qual o diretor flerta até com necrofilia). O final faz jus a essa história que é inspirada em uma peça grega, chamada "Ifigênia em Áulide".
Concluindo, "O Sacrifício do Cervo Sagrado" é um filme que requer a atenção do público. Se você é desses que gosta de filmes que incomodam, que fazem pensar e que não entrega nada fácil, este longa é obrigatório.
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Estrada para Perdição
3.9 399Sam Mendes estreou em Hollywood já arrebatando o Oscar por "Beleza Americana". Seu próximo trabalho foi algo bem peculiar, "Estrada Para Perdição", baseado em uma HQ, mas não essas de super-heróis, e sim com uma história muito mais profunda.
No filme acompanhamos Michael Sullivan (Tom Hanks), um assassino da máfia que vê seu filho mais velho presenciar vários assassinatos cometidos por ele em uma noite. Devido a esse acontecimento, Sullivan perde esposa e filho caçula, e segue com o filho mais velho rumo a uma vingança contra aqueles que acabaram com a sua família.
O longa tem um desenvolvimento narrativo muito bom. No primeiro ato, temos uma ótima apresentação dos personagens, no qual suas índoles deixam a mostra o caráter de cada um. O trabalho de direção de arte é impecável, e é absurdo a recriação dos anos 30. A trilha sonora se destaca ao mesclar a emoção com a violência. Tudo bem executado para criar-se um filme bem amarrado e interessante de se assistir.
Um dos pontos importantes do filme é ele não ser só um filme de gangster, e sim uma linda história de pai e filho. O "eu te amo" aqui é dito de diversas formas, todas sutis, graças a ótima direção de Sam Mendes. A descoberta e o amadurecimento são tratados de uma forma tão cuidadosa que é profundamente verdadeiro. Tom Hanks e Paul Newman dão um show em cena, além de ser muito interessante ver Tom Hanks como um assassino, mesmo que de bom coração. Seu personagem é cheio de medo pelo caminho que o filho possa tomar, e isso gera nele um arrependimento. E o ator demonstra isso muitas vezes, apenas com o olhar.
Por fim, "Estrada Para Perdição" se torna um dos grandes trabalhos de Sam Mendes, o capricho do diretor impressiona do primeiro ao último frame. Um filme marcante e verdadeiro em muitos aspectos.
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Armageddon
3.5 1,1KPara o bem ou para o mau, "Armageddon" marcou época em Hollywood no final da década de 90, e abriu caminho para um novo estilo, os chamados "filmes-catástrofes".
No longa, a NASA descobre um enorme asteróide que está vindo em direção a Terra. Caso ele se choque, será o fim da humanidade. Eles têm apenas 18 dias para evitar o fim do planeta e, para isso, tomam medidas extremas, convocando o maior perfurador de petróleo que existe, Harry Stamper (Bruce Willis), que exige montar a sua própria equipe para realizar um plano (um tanto quanto suicida): perfurar o asteróide e implantar uma bomba para explodi-lo.
O diretor Michael Bay tem um estilo bem definido em sua filmografia, quem o conhece sabe: o diretor presa pelo espetáculo pirotécnico com câmeras rápidas, efeitos visuais e som em seus filmes que sempre são um show a parte. Já o roteiro... Pois bem, aqui em "Armageddon" muitos efeitos ainda são impressionantes passados mais de duas décadas do filme. Já o roteiro, possui diálogos pífios e inúmeras frases de efeitos.
A montagem do filme é frenética e consegue até imprimir um sentido de urgência. No entanto, tudo vai por água abaixo devido a todos os personagens da equipe de Bruce Willis, que servem apenas de alívio cômico na maioria das vezes, tirando grande parte de seriedade da história.
Ao fim, "Armageddon" é daqueles filmes para você desligar o cérebro por duas horas e meia e assistir com os amigos para darem boas risadas.
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O Mau Exemplo de Cameron Post
3.4 318 Assista AgoraA adolescência é uma das fases mais difíceis da vida. Sair de casa, que profissão ter, que rumo tomar? São perguntas que permeiam a cabeça dos jovens. Junte-se a isso, as experiências e descobertas da sexualidade. "O Mau Exemplo de Cameron Post", embarca na cabeça da protagonista do título, para nos mostrar os reflexos de determinadas ações sofridas nessa idade tão complicada.
Após ser flagrada transando com uma colega, Cameron (Chloe Grace Moretz), é enviada pela tia para uma instituição que "trata" de pessoas que estão se descobrindo homossexuais, para tentar "reverter" esse processo.
Com uma cara polêmica, mas nem tanto, o filme é simpático ao abordar esse turbilhão de emoções na cabeça dos jovens. O regime bem autoritário da instituição, faz com que os jovens se unam, e se ajudem a sobreviver. A diretora Desiree Akhavan consegue captar momentos mágicos de questionamentos, perguntas e respostas ao longo da trama. Sem forçar a barra e tentar a todo momento passar na cara uma ideia, ela pega o questionamento e nos mostra da melhor maneira, para que nós possamos entender e não julgar.
Chloe Grace Moretz está em seu melhor papel na carreira. A atriz consegue mostrar o desconforto em algumas situações - como nas fotos ao lado de um rapaz antes de um baile - e os questionamentos na busca de entender tudo o que está acontecendo com ela, como nos vários close-ups colocados muito bem pela diretora, para captar o melhor da atuação de Chloe. No fim, é uma atuação minuciosa e poderosa.
Concluindo, "O Mau Exemplo de Cameron Post" pode trazer reações adversas para aqueles mais conservadores, mas é um filme importante, que merece muito ser descoberto.
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Florence: Quem é Essa Mulher?
3.5 351 Assista Agora"As pessoas podem dizer que eu não poderia cantar. Mas ninguém pode me dizer que eu não cantei." Essa frase, dita em certa altura por Florence, mostra uma mulher que era movida pela sua paixão à música. "Florence: Quem é Essa Mulher?", nova cinebiografia do diretor Stephen Frears, trás em seu íntimo uma mensagem forte, num filme simples, mas muito elegante.
Florence Foster (Meryl Streep) é uma mulher muito rica, que ajudou a mudar o cenário musical de Nova York na década de 40. Acometida pela sífilis, ela adora cantar, porém, não canta muito bem. Seu esposo Clair Bayfield (Hugh Grant) é capaz de tudo para encobrir a verdade sobre sua voz, para ver a felicidade de Florence.
Stephen Frears opta por um filme mais voltado para a comédia do que para o drama. Florence sofria de sífilis desde os 18 anos, mas o filme dosa muito bem o seu estilo e cria uma identidade. Interessante ver que por meio da ridicularização, o diretor cria uma heroína bastante interessante.
Meryl Streep, sempre muito competente, cria uma personagem com diversas nuances. Florence é uma mulher solitária que gosta de companhia. Apesar do filme ser mais voltado para comédia, é impressionante como Meryl Streep consegue emocionar, para em seguida nos fazer rir com seus falsetes. Hugh Grant também está ótimo como o dedicado esposo, mas é Simon Helberg, que dá vida ao pianista Cosmé McMoon, quem rouba a cena. O ator tem uma expressão facial muito importante para a história.
Por fim, "Florence: Quem é Essa Mulher?" é um filme que fala de sonhos e paixões, e de como as vezes deixamos de realizá-los por simples medo do que os outros vão achar. O final é um verdadeiro ensinamento, principalmente para este mundo de vaidades que vivemos hoje em dia.
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Perseguição: A Estrada da Morte
3.4 368 Assista AgoraUm suspense sem muitas pretensões que referencia obras do passado e cumpre bem a sua função. Assim é "Perseguição", dirigido por John Dahl e que tem como roteirista J. J. Abrams.
No longa, acompanhamos Lewis (Paul Walker) que está entrando de férias da faculdade e pretende viajar com Venna (Leelee Sobieski), sua amiga por quem ele é apaixonado. Antes, ele precisa tirar o seu irmão Fuller (Steve Zahn) da cadeia. Após o feito, já na estrada, os dois irmãos fazem uma brincadeira com um caminhoneiro, por meio de um rádio amador. Mal sabiam eles que ali começava um verdadeiro inferno em suas vidas.
O roteiro de J. J. Abrams não tem nada de tão novo, porém, trabalha bem a tensão e brinca com o espectador em diversos momentos. O filme faz referência a vários clássicos do gênero, desde "Encurralado" de Steven Spielberg, até "Psicose" de Alfred Hitchcock. Perceba que um dos hotéis onde os irmãos se hospedam, é igual ao de Norman Bates.
A trilha sonora de Marco Beltrami vai bem, sabendo ser mais enfática nos momentos de tensão e leve quando precisa ser. O filme não dá espaço para enrolação, a montagem é bastante ágil. Tudo é muito urgente. Do trio de protagonistas, destaque para Steve Zahn que está muito bem no papel.
Por fim, "Perseguição" não redefine o gênero, e nem é essa a sua ambição. Sem muitas reviravoltas, o filme sabe trabalhar bem os clichês e, no final, acaba sendo um bom entretenimento.
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Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo
2.7 304 Assista AgoraA ideia de finalizar a história do matador mascarado em "Sexta-Feira 13, Parte 4: Capítulo Final" não durou muito. Apenas um ano após o quarto filme, chegava aos cinemas "Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo", contando com a mesma estrutura já conhecida dos filmes anteriores e apostando em um plot twist que não agradou em nada os fãs da série.
Possivelmente o filme mais fraco da série. Aqui a matança se passa em uma clínica de internamento para jovens, um tanto quanto liberal: sem grades, sem guardas... O local perfeito para Jason fazer a festa. Os personagens continuam servindo apenas de vítimas, sem aprofundamento nenhum.
O roteiro é repleto de furos e as mortes não empolgam tanto. Sem o talento do maquiador Tom Savine, o cargo aqui ficou com Martin Becker, que mostrou total falta de talento na elaboração das mortes. Primeiro porque elas se repetem muito, segundo porque tudo fica muito subjetivo. A única morte interessante é a de um jovem que tem o crânio esmagado por um cinto em uma árvore.
O final também não empolga. A protagonista Pam, vivida pela atriz Melanie Kinnaman, é muito fraca e o plot twist em que descobrimos que não é o Jason que está matando, mas sim o paramédico Roy (Dick Wieand), se vingando da morte do filho que ele abandonou (como assim?), não funcionou.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 5: Um Novo Começo" não acrescenta em nada à franquia, mostrando-se um filme cansativo até mesmo no que mais chama atenção na série, a criatividade das mortes. Apesar da falta de qualidade, o longa foi razoável nas bilheterias, já que teve um orçamento de US$ 2,200 milhões de dólares e arrecadação de quase US$ 22 milhões que garantiram a volta de Jason no próximo filme.
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O Céu de Outubro
4.1 258 Assista AgoraSempre é bom assistir um filme sonhador e inspirador. "O Céu de Outubro" é um longa sem muitas pretensões, mas que é bem executado do início ao fim, mostrando uma história real que mobilizou uma pequena cidade.
O filme conta a história de Homer Hickam (Jake Gyllenhaal), que após ver o satélite soviético Sputnik cruzar o céu, vê nascer em seu coração a vontade de colocar foguetes para voar. Os obstáculos são muitos. A pequena cidade sobrevive da mineração. Um ou outro estudante consegue sair para ir em busca de uma carreira melhor, o restante está fadado a trabalhar na mineradora mesmo. Sem o apoio do pai John Hickam (Chris Cooper), Homer terá a ajuda de mais três amigos, e da sua sonhadora professora Miss Riley (Laura Dern) para conseguir alcançar o seu sonho.
O longa tem um roteiro bem amarrado, e uma ótima direção de Joe Johnston, que vai nos mostrando a alegria e as agruras da busca por um sonho. Jake Gyllenhaal constrói um personagem incrível, capaz de mostrar todos os seus sonhos em apenas um olhar. O filme também tem ótimas atuações de Chris Cooper e Laura Dern.
A trilha sonora de Mark Isham, é linda e inspiradora. Conseguindo transitar pela euforia e a decepção, a trilha realmente consegue ser algo marcante.
Por fim, "O Céu de Outubro" é daqueles filmes com personagens cativantes. Levado por ótimas atuações, o filme nos emociona com seus personagens sonhadores. Nos emociona e nos faz rir na medida certa. Enfim, um filme que merece ser descoberto.
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Fome de Poder
3.6 829 Assista AgoraUma das maiores empresas do mundo, o McDonald's, teve a sua história contada pelas mãos do diretor John Lee Hancock, que mostrou a ambição e a ganância por trás de um dos maiores fast foods do mundo.
No longa, acompanhamos Ray Kroc (Michael Keaton), um sujeito ambicioso, com fome de poder (como sugere o título nacional). Ele conhece os irmãos McDonald's e, com sua lábia, consegue se tornar um franqueado da marca. Após algum tempo, (e passando por cima da ética), Ray começa a se desgarrar dos irmãos, e assim começa a construir o seu império no ramo alimentício.
O roteiro do filme é simples, muito focado no personagem Ray Kroc. O roteiro sempre apresenta uma dificuldade para o protagonista, para, logo em seguida, ele encontrar uma solução. E assim, o longa tem um prato cheio para mostrar todas as artimanhas e covardias que Ray é capaz de fazer.
Michael Keaton está ótimo no papel. Com um discurso que convence, além de um sorriso bem cínico, o ator demonstra uma lábia impressionante. Seu personagem sempre quer o melhor, seja na vida profissional ou pessoal. Ele parece nunca descansar, nunca está satisfeito. Enquanto Keaton está ótimo no papel, Laura Dern é pouca aproveitada, e o filme acaba desperdiçando o seu talento.
Por fim, o longa é poderoso, mostrando o quanto um sujeito é capaz de fazer para passar por cima dos outros e vencer na vida. O filme mostra como esse capitalismo selvagem transforma as pessoas e como esse mesmo capitalismo devora aqueles que não têm essa fome de poder.
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O Homem Sem Sombra
2.9 380Passadas algumas décadas, a história do homem que consegue descobrir uma fórmula para ficar invisível ganha as telonas mais uma vez. Dirigido por Paul Verhoeven, e estrelado por Kevin Bacon, "O Homem Sem Sombra" é um filme até bacana, mas peca por não aprofundar mais a sua história.
Após ter a fórmula rejeitada por um conselho de ética, o cientista Sebastian Caine (Kevin Bacon) resolve testá-la em si. A personalidade do cientista já mostrava ele como sendo um sujeito com o ego lá em cima, soberbo e narcisista. Some-se a isso, o sujeito ainda consegue ficar invisível, já dá pra imaginar a confusão que ele criará.
O filme faz um questionamento muito bom: o que você faria se ficasse invisível? Porém, Paul Verhoeven limita-se apenas a mostrar o protagonista aprontando com pessoas próximas, seja uma forte cena de estupro com uma vizinha, ou assediando as colegas de trabalho, até mesmo matando os colegas de trabalho. O filme não vai tão longe ao explorar a questão de invisibilidade.
O longa também tem algumas incongruências, porém, podemos relevar. Já as cenas violentas são bem elaboradas e os efeitos visuais estão excelentes, principalmente quando Sebastian tem seu corpo preenchido com alguma coisa líquida, tipo água ou sangue.
No fim, "O Homem Sem Sombra" não é tão criativo como "O Homem Invisível" de 1933, e está longe de ser um filme que ficará marcado, mas merece ser descoberto.
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É Proibido Fumar
3.1 256Na vida, existem pessoas que fazem acontecer, e existem aquelas que aceitam o que vai acontecendo e terminam por se tornarem cômodas. E esse é um dos temas de "É Proibido Fumar", filme de Anna Muylaert, mesma diretora do tocante "Que Horas Ela Volta?"
Baby (Glória Pires, em excelente atuação), é uma professora de violão, que vive sozinha em seu apartamento. Fumante e com atritos com as irmãs, é a chegada de um morador no apartamento vizinho que chama sua atenção. Ele é Max (Paulo Miklos), simpático ao ponto de fazer com que Baby abandone seus cigarros somente para impressioná-lo. Porém, existe um problema: Max de certa forma, ainda está ligado a ex-esposa. Como as fotos nos créditos iniciais revelam.
Tudo em cena trata de nos contar quem é Baby. No seu apertado apartamento, vemos que ela é uma mulher que parou no tempo. Não quis se envolver em um relacionamento, usa camisas de Chico Buarque, etc. É uma mulher presa ao passado, esperando que algo novo possa acontecer. E acontece, a chegada de Max, faz com que ela pense em coisas que antes não pensava. Desde largar o vício do cigarro, até a começar a se depilar. Baby começa a ficar mais vaidosa, é como se renascesse. Porém, a entrada de um terceiro elemento, dará o tom de suspense ao final, que inclusive deixa um pouco em aberto a interpretação.
A condução da direção de Anna Muylaert é incrível. Uma história simples, mas que nos deixa ligados para sabermos como terminará. Em todos os cantos do filme, a paixão pela música é evidenciada. Seja na paixão de Baby pelas canções de Chico, até a presença do ex-Titãs Paulo Miklos. E Baby, seria uma homenagem a Baby Consuelo? Talvez.
Por fim, "É Proibido Fumar" apresenta uma personagem com muitas reviravoltas em sua vida, envolvendo amor, traição, inseguranças. E por isso o filme cumpre bem o seu papel, por retratar personagens bem reais.
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O Mundo dos Pequeninos
4.2 652 Assista AgoraNão tão conhecido como outros clássicos do Studio Ghibli, porém, não menos importante, "O Mundo dos Pequeninos" explora a amizade e o amadurecimento para contar uma história bem comovente.
Acompanhamos Arriety e sua família de pequeninos, que vivem no assoalho de uma casa, como coletores. Eles pegam nessa casa o necessário para sobreviver. Eles possuem medo dos humanos normais, pois têm muitos temores do que eles possam fazer. Porém, um dia, Arriety é vista por Shô, uma criança que está na casa repousando enquanto espera por uma importante cirurgia para fazer no coração. E é com o medo do desconhecido que se começa uma linda amizade.
Dirigido por Hiromasa Yonebayashi, o filme explora o nascimento da amizade entre o tímido Shô e a extrovertida Arriety. Os coletores possuem um medo natural dos humanos, tanto por seu tamanho, como por histórias que eles escutam. Porém, Shô age diferente com Arriety, e ela vê nele algo diferente e começa a explorar mais esse relacionamento. Assim, temos, por parte dos dois, uma barreira quebrada em que o medo do novo e do diferente dá espaço para a amizade. Esse mesmo laço fortalece o garoto que está prestes a fazer a cirurgia no coração. Arriety surge como uma esperança em sua vida, de que tudo ficará bem. Ela lhe dá força e coragem para enfrentar o desconhecido.
O filme é rico em cores e com detalhes incríveis. O mundo visto a partir dos olhos de Arriety, faz com nossos olhos fiquem atentos a tudo o que é posto na tela. Detalhes da natureza, gotas de água nas plantas ou até mesmo os acessórios utilizados na casa da pequenina, tudo é feito com extremo capricho.
Por fim, "O Mundo dos Pequeninos" aborda uma história que pode parecer simples, mas que toca em temas profundos. Faz com que possamos refletir sobre assuntos complexos e que possamos romper com aqueles preconceitos iniciais que costumamos ter.
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O Leitor
4.1 1,8K Assista AgoraUma das marcas da filmografia do diretor Stephen Daldry é a sensibilidade, isso pode ser notado em filmes como "As Horas" e "Billy Elliot". Aqui em "O Leitor" o diretor continua com a mesma pegada, um filme sensível, mas que vai ficando mais pesado a medida que passa.
O longa se passa em Berlim, e conhecemos Michael Berg (David Kross), um adolescente que após passar mal voltando para casa, conhece Hanna Schmitz (Kate Winslet), uma mulher com o dobro de sua idade. Ela o ajuda, e um dia quando ele volta para agradecer, os dois começam a se envolver sexualmente. Porém, o relacionamento deles não fica só nisso. Hanna gosta que o amado leia para ela. Um dia, Michael vai visitá-lá e a casa está vazia. Hanna foi embora, e Michael fica com o coração partido. Os anos passam, ele se torna um estudante de Direito, e quando ele vai assistir a um julgamento de pessoas envolvidas no nazismo, uma das acusadas é Hanna. E é aí que o filme da uma virada sensacional em sua história.
Stephen Daldry constrói sua história com maestria, sabendo esconder e revelar pontos importantes no momento certo. Sua narrativa é crescente e isso faz muito bem ao filme. Kate Winslet com sua competência habitual, entrega uma personagem com uma intensidade enorme. Que emociona pela veracidade de sua atuação, que inclusive lhe rendeu o Oscar de melhor Atriz. O jovem David Kross também merece destaque por sua atuação.
O longa trata de muitos assuntos, como o amor, ignorância e vergonha. E o quanto um acontecimento em nossa vida, pode mudar a pessoa que nos tornamos. Devido ao rompimento com Hanna, Michael se transformou em uma pessoa distante dos outros.
O filme não seria o mesmo se não tivesse atores tão competentes para expressar os assuntos que se propõe a tratar. Polêmico em algumas coisas, "O Leitor" se torna um filme obrigatório, graças a uma história densa, e que nos faz refletir.
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O Homem Invisível
3.9 156 Assista AgoraUm dos filmes mais clássicos de terror da Universal, "O Homem Invisível" marcou época quando os efeitos visuais ainda engatinhavam na indústria cinematográfica.
No longa, o cientista Jack Griffin (Claude Rains) consegue fazer um experimento no qual ele se torna invisível. O experimento acaba afetando sua mente, e, o que antes seria uma experiência inovadora, torna-se fonte de um poder doentio por parte do cientista, deixando-o agressivo e perigoso.
O roteiro do filme é inspirado na obra do autor H. G. Wells, que foi escrita em 1897. O longa mostra a derradeira história de um homem comum, que tem em suas mãos um certo poder e acaba sendo consumido por ele. A atuação de Claude Rains é bastante interessante. Utilizando muito a imposição da voz para demonstrar a sua loucura, o ator se destaca enquanto seu corpo fica enrolado com as bandagens ou vestido de pijamas.
Os efeitos visuais são espetaculares para a época. Vale frisar que o filme envelheceu bem, utilizando truques com fios para fazer objetos se moverem, acidentes bem elaborados (inclusive com um trem descarrilando), além de um primórdio chroma key de veludo para fazer o ator ficar invisível. É impossível não imaginar a loucura que deve ter sido para o público ver tal coisa diante de seus olhos.
Com quase noventa anos, esse clássico da Universal sempre será lembrado por seu charme e criatividade em contar uma história que parecia impossível para a época. De curiosidade, ainda temos a mocinha do filme, Flora Cranley (Gloria Stuart) que, décadas depois, interpretaria a Rose idosa, em "Titanic".
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Argo
3.9 2,5KUm dos momentos mais surreais da história americana, tanto da espionagem, quanto de Hollywood, foi o resgate de reféns que aconteceu em 1979 no Irã. Coube a Ben Affleck a tarefa de retratar essa, que é uma das histórias mais improváveis de se acontecer.
No longa, o governo dos Estados Unidos se recusa a entregar Reza Pahlevi, deposto pelo aiatolá Khomeine. Com isso, o povo iraniano vai às ruas protestar e acabam invadindo a embaixada americana, fazendo 54 prisioneiros. Seis funcionários conseguem escapar, refugiando-se na casa do embaixador canadense em Teerã.
Com isso, a CIA tem a tarefa de trazê-los de volta e, para isso, aceita o plano de um agente secreto, Tony Mendez (Ben Affleck), de fingir que estava fazendo um filme falso no Oriente Médio, para fazer com que os reféns pudessem embarcar de volta para a América.
O longa acerta ao retratar bem o momento político que os dois países viviam na época. Fora isso, cabe a nós entendermos que antigamente era bem mais fácil executar tal plano. Hoje com as tecnologias e as políticas voltadas para o embarque, seria considerado um plano suicida. Ben Affleck consegue equilibrar vários gêneros em seu filme, tem um pouco de comédia, de drama e muito suspense. Aliás, Affleck mostra que está cada vez mais maduro na direção e consegue criar uma enorme tensão, principalmente no clímax final.
No fim, os fãs que gostam de filmes de espionagem e política irão se surpreender com "Argo". E de quebra, o longa faz uma homenagem a Hollywood, que teve uma enorme participação nesta inusitada missão.
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Conexão Mortal
2.1 280 Assista AgoraA década foi repleta de obras explorando o universo zumbi. Pena que nem todas as obras são dignas de apreço, e "Conexão Mortal", baseada num livro de Stephen King, é um bom exemplo de desperdício.
Na trama, o artista Clay Riddell (John Cusack) inicia uma busca desesperada por sua distante esposa e seu filho, depois que um misterioso sinal de celular transforma os habitantes de Boston em assassinos selvagens.
O início do filme tem uma pegada no gore, bem interessante. O desespero é bem mostrado e a tensão é bem criada. Mas acredite, é só isso que o filme tem de bom. Os dramas do filme não são trabalhados de maneira satisfatória. A história fica preguiçosa e maçante. Junte-se a isso personagens que entram em cena apenas com um fim, morrer. É um péssimo trabalho do diretor Tod Williams, que fracassa em tudo que se propôs mostrar.
O longa também é um desperdício de talentos. John Cusack totalmente perdido em cena e um Samuel L. Jackson atuando no automático. Suas tramas não se desenvolvem e fica difícil imaginar porque eles aceitaram fazer tal filme. Vale lembrar que os dois atuaram juntos em outra adaptação de uma obra de Stephen King, "1408", que é muito boa.
No mais, "Conexão Mortal" é um filme esquecível. Ultimamente Stephen King tem tido ótimas adaptações de suas obras, mas essa aqui, lembra aqueles filmes bem ruins de décadas passadas que eram tirados de suas histórias.
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Zodíaco
3.7 1,3K Assista AgoraDavid Fincher é um dos grandes nomes do cinema, e suspense é o forte do diretor. "Seven: Os Sete Crimes Capitais", "Clube da Luta" e "O Quarto do Pânico" estão aí para provar que ele entende do assunto. Coube a ele dirigir "Zodíaco", um thriller baseado em fatos reais que mergulhou a cidade de San Francisco em um medo profundo durante o final da década de 60 e a década de 70.
Na trama, um serial killer, que se auto intitula Zodíaco, mata as pessoas sem deixar rastros. Ele também tem o costume de ligar para polícia, além de escrever cartas codificadas para os jornais da cidade. A polícia, então, tem um entranhado quebra-cabeça para tentar chegar ao assassino.
O longa é muito charmoso em toda a sua parte de investigação. A narrativa é atraente e o fato do assassino "brincar" com a polícia deixa o filme bem interessante. Fincher também explora bem as cenas de assassinatos, empregando um grafismo e um estilo bem particular. A montagem possui uma crescente tensão até os momentos decisivos do longa. Nesse ponto, David Fincher segura seu filme com extrema maestria.
Um dos pontos fracos do filme pode ser a utilização de muitos personagens, alguns entram, mas sem muita utilidade. O filme também peca um pouco por não dar um background um pouco maior da vida pessoal do personagem Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal). Sua família sofre devido a sua doação na perseguição do assassino, mas isso poderia ser melhor construído.
No mais, "Zodíaco" nos leva a uma série de crimes mais impressionantes da história dos Estados Unidos. O final impressiona e vale a dica para quem gostou: pesquisar mais sobre essa intrigante história.
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Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final
3.3 376 Assista AgoraUm sucesso cada vez maior. Jason e sua pilha de jovens mortos lotam cada vez mais as salas de cinema, mesmo que os filmes sejam recheados de furos no roteiro (principalmente em sua cronologia) e a crítica não goste nenhum pouco das inúmeras continuações.
"Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final", apresenta os mesmos elementos que os filmes anteriores: um bando de jovens prontos para o abate; um roteiro raso, que não se importa com ninguém (a não ser com Jason); a pilha de corpos que aparece espalhado antes da nossa "final girl" colocar um basta no assassino; e por aí vai.
Como falei acima, a história é muito rasa. Nenhum dos personagens é aprofundado o suficiente a ponto de você torcer para eles. O diretor Joseph Zito peca ao desenrolar uma história na qual a atmosfera de suspense não é criada. Jason vai simplesmente empilhando um cadáver atrás do outro. A montagem é feita com cortes tão bruscos que chega a ser engraçada.
Mas essa pérola tem o seu valor. O final tem um peso, visto o que é realizado pelo personagem Tommy (Corey Feldman). Inclusive, personagem esse que é aproveitado nas próximas sequências. A volta de Tom Savine apresenta mortes elaboradas, muito bem realizadas. O trabalho feito é simplesmente impressionante, principalmente quando lembramos que é um filme da década de oitenta, sem os recursos que existem hoje.
Por fim, "Sexta-Feira 13, Parte 4: O Capítulo Final", custou $ 2,600 milhões de dólares e arrecadou $ 33 milhões. Merece ser apreciado de leve, sem exigir muito. O bacana aqui é curtir a carnificina de Jason, enquanto esperamos pelo próximo episódio.
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