É massa a maneira como o Jia trabalha o subtexto utilitarista a partir de uma chave cômica. Lembra "As Montanhas Se Separam" no que diz respeito às experimentações mais abertas com o cinema de gênero. No mais, estou muito ansioso para assistir "Amor Até as Cinzas".
Engraçado perceber como os espectadores ficaram desconcertados depois da exibição deste curta-metragem. Vejo “Bao” como uma excêntrica animação que versa a respeito de um dos pilares mais importantes dos relacionamentos familiares: a culinária. O filme evidencia o valor de preparar o alimento em conjunto, sentar-se à mesa, comer ao lado das pessoas que amamos. De certa forma ele também chama atenção para algo que as famílias modernas estão perdendo: o contato.
Domínio absoluto do espaço – cenas filmadas de diferentes ângulos – e do tempo – figuras congelas no meio de uma ação e repetições de uma situação casual. Acho que tudo aquilo que Maya Deren estima na fotografia está presente em "Ritual in Transfigures Time". Talvez este seja o comentário sobre quietude e movimento, como oposição entre vida e morte, mais claro da filmografia dela.
Gosto bastante destas externas, algo que eu não lembro de assistir em outros filmes da Maya Deren... é muito bonito vê-la registrando as ondas do mar e caminhando pela praia. Aquela sequência dela se arrastando em cima da mesa lembrou-me como o convívio social pode ser uma verdadeira selva.
Curioso como o fascínio pelo registro do movimento de corpos no plano é deixado um pouco de lado. Maya Deren acaba ocupando-se em filmar outros elementos mesmo, como aquele barbante ou cadarço, que se enrola ao corpo do homem tal qual uma serpente.
Na ausência de qualquer referência especial nós dançamos desorientados com os corpos luminosos neste não-lugar. Um filme-dança mais tridimensional que os últimos lançamentos do cinema.
Meio que ela continua com os experimentos iniciados em "A Study in Choreography for Camera", mas dessa vez registrando por mais tempo movimentos tradicionais da cultura chinesa. Quando Chao-Li Chi salta do cômodo para o terraço, no qual aparecerá trajando roupas exóticas e segurando uma espada, Maya Deren faz do mundo o palco daquela dança. Os movimentos da câmera unem-se aos do registro e tornam aquela expressão especialmente eterna. O filme-dança.
Para Maya Deren a fotografia não apenas testemunha a existência de uma realidade específica – essencial para existência do próprio registro – mas é, para todos os fins, seu equivalente. Nessa perspectiva, documentar o cotidiano dos gatos e o nascimento daqueles filhotes equipara-se ao milagre da vida. O efeito do processo cinematográfico à realidade concebe um filme verdadeiramente milagroso.
Muito antes do Kubrick cortar do osso para a estação espacial, Maya Deren havia realizado passagens maravilhosas com este dançarino. Impressionante como imagem e música trabalham em conjunto para conduzir o corpo de um espaço para outro – da floresta para o cômodo.
Jia Zhangke está interessado na passagem do bote pelos canais de Suzhou. Está interessado no reencontro de uma geração que teve os sonhos afogados. Mesmo não conhecendo os personagens, percebemos por meio de pequenos gestos que eles são vítimas de um tempo que não para de correr. Jia concentra-se mesmo no registo desta fatia de tempo que, num piscar de olhos, deixa de ser presente. É melancólico, mas bonito, como aquela pedra arremessada no lago.
Se isso o filme está incompleto, imaginem como seria completo? Não falta nada em "Um Dia no Campo". Jean Renoir compõe belíssimos planos que remetem as pinturas do impressionismo, sobretudo aos quadros de Pierre-Auguste Renoir. Uma história de amor à primeira vista. Um passeio marcante, tanto para as personagens quanto para os espectadores. A dinâmica das relações desenvolve-se sem pressa, com leveza, humor e também melancolia. Lembrou-me o recente "Me Chame Pelo Seu Nome".
Uma carta aberta ao basquete, onde Kobe Bryant demonstra com intimidade toda gratidão e amor pelo esporte. Os traços são poéticos e a trilha sonora de John Williams apelativa.
Narrado pelas vozes de Agnés Varda e Michel Piccoli, "Saudações, cubanos!" dispõe de um ritmo agradável que permitiria até mesmo uma minutagem maior. Além de montar muito bem o documentário através de ótimas fotografias que captam o movimento e as particularidades de Cuba e dos cubanos. Um retrato fascinado e poético sobre aquele cosmos. "Os visitantes ficam surpresos em como Cuba está se virando e com seu socialismo-tropical cheio de cores".
Inserido no longa-metragem "Cléo das 5 às 7" este curta-metragem implica uma mensagem muito poderosa, no entanto, isoladamente não alcança a mesma força. Contudo, "Os Noivos da Ponte Mac Donald" funciona bem como um silencioso e cômico curta-metragem, agraciado pela presença de Anna Karina e Jean-Luc Godard.
"Vozes de uma Estrela Distante" fala sobre problemas dos relacionamentos à distancia e a incomunicabilidade na era de alta tecnologia. Se Makoto Shinkai insiste em tratar tais temas na sua filmografia eu não sei, porém, ele refina bastante a abordagem em "Kimi no Na wa.". Acho os desenhos feios e o texto, em alguns momentos, demasiadamente verborrágico. Mas está longe de ser ruim.
Guillermo del Toro faz uso das cores azul e vermelho, um interesse que ele aperfeiçoará em "A Colina Escarlate". Neste curta-metragem jocoso podemos identificar alguns elementos valiosos para a construção desse cineasta.
The Hedonists
3.5 3É massa a maneira como o Jia trabalha o subtexto utilitarista a partir de uma chave cômica. Lembra "As Montanhas Se Separam" no que diz respeito às experimentações mais abertas com o cinema de gênero. No mais, estou muito ansioso para assistir "Amor Até as Cinzas".
Bao
4.2 197 Assista Agora#52FilmsByWomen (33)
Engraçado perceber como os espectadores ficaram desconcertados depois da exibição deste curta-metragem. Vejo “Bao” como uma excêntrica animação que versa a respeito de um dos pilares mais importantes dos relacionamentos familiares: a culinária. O filme evidencia o valor de preparar o alimento em conjunto, sentar-se à mesa, comer ao lado das pessoas que amamos. De certa forma ele também chama atenção para algo que as famílias modernas estão perdendo: o contato.
Ritual In Transfigured Time
4.1 11#52FilmsByWomen (29)
Domínio absoluto do espaço – cenas filmadas de diferentes ângulos – e do tempo – figuras congelas no meio de uma ação e repetições de uma situação casual. Acho que tudo aquilo que Maya Deren estima na fotografia está presente em "Ritual in Transfigures Time". Talvez este seja o comentário sobre quietude e movimento, como oposição entre vida e morte, mais claro da filmografia dela.
At Land
4.3 17#52FilmsByWomen (28)
Gosto bastante destas externas, algo que eu não lembro de assistir em outros filmes da Maya Deren... é muito bonito vê-la registrando as ondas do mar e caminhando pela praia. Aquela sequência dela se arrastando em cima da mesa lembrou-me como o convívio social pode ser uma verdadeira selva.
Witch's Cradle
3.6 12#52FilmsByWomen (27)
Curioso como o fascínio pelo registro do movimento de corpos no plano é deixado um pouco de lado. Maya Deren acaba ocupando-se em filmar outros elementos mesmo, como aquele barbante ou cadarço, que se enrola ao corpo do homem tal qual uma serpente.
The Very Eye of Night
3.9 8#52FilmsByWomen (26)
Na ausência de qualquer referência especial nós dançamos desorientados com os corpos luminosos neste não-lugar. Um filme-dança mais tridimensional que os últimos lançamentos do cinema.
Ensemble for Somnambulists
3.6 5#52FilmsByWomen (25)
O fato dos corpos serem luminosos neste balé de luzes e sombras diz muito sobre a Maya Deren, né?
Meditation on Violence
3.5 10#52FilmsByWomen (24)
Meio que ela continua com os experimentos iniciados em "A Study in Choreography for Camera", mas dessa vez registrando por mais tempo movimentos tradicionais da cultura chinesa. Quando Chao-Li Chi salta do cômodo para o terraço, no qual aparecerá trajando roupas exóticas e segurando uma espada, Maya Deren faz do mundo o palco daquela dança. Os movimentos da câmera unem-se aos do registro e tornam aquela expressão especialmente eterna. O filme-dança.
The Private Life of a Cat
4.4 16#52FilmsByWomen (23)
Para Maya Deren a fotografia não apenas testemunha a existência de uma realidade específica – essencial para existência do próprio registro – mas é, para todos os fins, seu equivalente. Nessa perspectiva, documentar o cotidiano dos gatos e o nascimento daqueles filhotes equipara-se ao milagre da vida. O efeito do processo cinematográfico à realidade concebe um filme verdadeiramente milagroso.
Mario Banana II
1.9 17Frutofilia 2
Mario Banana I
2.1 56Frutofilia 1
A Study in Choreography for Camera
3.8 15#52FilmsByWomen (21)
Muito antes do Kubrick cortar do osso para a estação espacial, Maya Deren havia realizado passagens maravilhosas com este dançarino. Impressionante como imagem e música trabalham em conjunto para conduzir o corpo de um espaço para outro – da floresta para o cômodo.
Tramas do Entardecer
4.4 94#52FilmsByWomen (20)
Acho que o cinema nunca concebeu sonhos tão aterrorizantes e letais como neste filme.
Cry Me a River
3.8 2Jia Zhangke está interessado na passagem do bote pelos canais de Suzhou. Está interessado no reencontro de uma geração que teve os sonhos afogados. Mesmo não conhecendo os personagens, percebemos por meio de pequenos gestos que eles são vítimas de um tempo que não para de correr. Jia concentra-se mesmo no registo desta fatia de tempo que, num piscar de olhos, deixa de ser presente. É melancólico, mas bonito, como aquela pedra arremessada no lago.
Antoine e Colette
4.1 103 Assista AgoraDa infância incompreendia ao amor incorrespondido.
Uma História da Água
3.5 32Godard e Truffaut mostrando que trabalho em grupo pode não dar tão certo quanto o esperado.
Sunspring
2.7 5O cinema acentuando uma iminente falência da virtude do esforço humano a partir do aperfeiçoamento das inteligências artificiais.
Les enfants désaccordés
3.1 1O cinema dá espaço para o vazio.
Um Dia no Campo
3.8 23Se isso o filme está incompleto, imaginem como seria completo? Não falta nada em "Um Dia no Campo". Jean Renoir compõe belíssimos planos que remetem as pinturas do impressionismo, sobretudo aos quadros de Pierre-Auguste Renoir. Uma história de amor à primeira vista. Um passeio marcante, tanto para as personagens quanto para os espectadores. A dinâmica das relações desenvolve-se sem pressa, com leveza, humor e também melancolia. Lembrou-me o recente "Me Chame Pelo Seu Nome".
Dear Basketball
3.7 70Uma carta aberta ao basquete, onde Kobe Bryant demonstra com intimidade toda gratidão e amor pelo esporte. Os traços são poéticos e a trilha sonora de John Williams apelativa.
Saudações, Cubanos!
4.4 34 Assista Agora#52FilmsByWomen (12)
Narrado pelas vozes de Agnés Varda e Michel Piccoli, "Saudações, cubanos!" dispõe de um ritmo agradável que permitiria até mesmo uma minutagem maior. Além de montar muito bem o documentário através de ótimas fotografias que captam o movimento e as particularidades de Cuba e dos cubanos. Um retrato fascinado e poético sobre aquele cosmos. "Os visitantes ficam surpresos em como Cuba está se virando e com seu socialismo-tropical cheio de cores".
Os Noivos da Ponte Mac Donald
3.6 34#52FilmsByWomen (11)
Inserido no longa-metragem "Cléo das 5 às 7" este curta-metragem implica uma mensagem muito poderosa, no entanto, isoladamente não alcança a mesma força. Contudo, "Os Noivos da Ponte Mac Donald" funciona bem como um silencioso e cômico curta-metragem, agraciado pela presença de Anna Karina e Jean-Luc Godard.
Vozes de uma Estrela Distante
3.5 54"Vozes de uma Estrela Distante" fala sobre problemas dos relacionamentos à distancia e a incomunicabilidade na era de alta tecnologia. Se Makoto Shinkai insiste em tratar tais temas na sua filmografia eu não sei, porém, ele refina bastante a abordagem em "Kimi no Na wa.". Acho os desenhos feios e o texto, em alguns momentos, demasiadamente verborrágico. Mas está longe de ser ruim.
Geometria
3.5 19Guillermo del Toro faz uso das cores azul e vermelho, um interesse que ele aperfeiçoará em "A Colina Escarlate". Neste curta-metragem jocoso podemos identificar alguns elementos valiosos para a construção desse cineasta.