Nem tem como comparar se um é melhor que o outro da franquia, foram gravados juntos, na verdade é uma única coisa que foi dividida em 3, falar que um é melhor que o outro é o mesmo que falar que ele é melhor que ele mesmo ou pior que ele mesmo. Agora, aos detalhes que não se encontram nos outros, a batalha do Abismo é incrível, nem consegui assistir como quem vê heróis lutando para vencer um inimigo, mas como seres impotentes que marcham para a morte com dignidade. A floresta onde Merry e Pippin se metem é fantástica, aquelas árvores me deixaram com raiva e depois me emocionaram. A disputa entre Elfo e Anão também deu o tom leve para que as cenas dramáticas não nos destruíssem. Novamente repito: Tolkien e Peter Jackson se completam.
Simpatizo tanto com este filme que até esqueço que não curto Russell Crowe, ele está incrível e interpreta um homem mais incrível ainda. Sempre que vejo este filme me sinto mais forte para lutar por meus objetivos, imagine um homem que precisa ser grande, precisa descobrir algo maravilhoso, mas é tímido e ao mesmo tempo traz uma mania de grandeza devastadora; ele não se contenta em precisar, ele estuda, até obsessivamente para conquistar, ele é um modelo de persistência, e o mais incrível é que para ser um gênio, ele precisa até mesmo driblar a própria incapacidade cerebral, já que seu maior inimigo é seu único meio de ser grande, seu cérebro, que tanto o ajuda como pode boicotá-lo, baseado numa vida real e sobre um ganhador do Nobel, nem preciso falar nada. Perfeito.
Este filme é incrível, e o mais legal foi que não fala somente sobre a construção de um site, mas de uma revolução que foi a modificação das relações humanas através de um site, fora todas as questões sobre direitos autorais, mas acredito na força do Zuckerberg, e não porque vou colar este comentário no Facebook, mas porque autor é quem executa, ter ideia todo mundo tem, agora, colocar em prática é outra questão e isso ele fez, claro, com ajuda de certas pessoas. O filme fala sobre a construção de uma revolução e sobre as inimizades que se faz no caminho por conta disso. Adorei o filme e é sempre um incentivo para fazermos a diferença em alguma coisa. Não sei se o Facebook sobrevive, mas que mudou as relações humanas, isso mudou.
A interpretação de Heath Ledger está ótima, é um romance lindo, não cai no estereotipo do amor entre o mesmo sexo, e ainda consegue fazer uma grande critica à sociedade, tanto que Ennis Del Mar é fruto deste preconceito, ele cresceu em um meio machista onde o próprio pai atacava homossexuais, e agora se torna um adulto tímido e retraído; é engraçado como a sexualidade dos dois não é definida, eles apenas se amam e se curtem, fora isso tentam levar uma vida comum para não serem julgados, o tipo de filme que fica na memória, e se eles tivessem ignorado tudo e todos teriam sido felizes, mas assim é a vida, quando se dá mais importância a sociedade do que aos desejos, só resta a infelicidade. Filme sem exageros, com interpretações sutis e próximas da realidade.
Caramba, que filme grandioso, em todos os sentidos. E definitivamente não sei porque muitos anunciam o filme como outro de Gladiador, ao lado de Gladiador e Spartacus, este filme não tem nada disso, na verdade Ben-Hur é até pacifista. Mesmo assim o filme é incrível, os efeitos não caem na ridicularização da época e ainda consegue impressionar, algumas cenas claramente mostram o efeito acontecendo, mas mesmo assim a trama continua numa adrenalina tão grande ou tensa que ficamos focados no que acontece. Ben-Hur ainda se destaca pela história, é quase um paralelo da história de Cristo, e Jesus é integrante importante da trama, sem transformar a trama numa trama bíblica, complexo, mas perfeito. Mereceu todos os 11 Oscars recebidos, merece estar ao lado de "Titanic" e "Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei". Não é meu filme predileto, mas conseguiu me impressionar e me manter animado durante mais de 220 minutos. Terminar de ver o filme é ficar com o sentimento cinéfilo de missão cumprida, e agradavelmente cumprida.
Definitivamente Tolkien é um dos poucos autores que foram bem adaptados para o cinema, Peter Jackson não é um oportunista, ele é um fã de Tolkien, e por isso se dedicou 100% para a construção deste filme (com toda equipe). Não vejo defeitos na trama, há partes do livro que não estão aqui, mas é natural, o filme ficaria umas 5 horas, acredito que as escolhas de quais passagens deveriam ser filmadas não poderiam ser mais acertadas. Amo os Hobbits porque são pessoas comuns vivendo suas vidinhas sem alterações numa pacata cidade, e a aventura vai até eles, somente criaturas puras e muito pequenas, pra não falar desligadas dos conflitos do mundo, para carregarem fardo tão grande. A Sociedade do Anel é um ótimo início de trilogia, sei que os próximos têm mais adrenalina, mas o condado está tão bem retratado que é lindo reassistir só para ver aquela cidadezinha. Tantos detalhes que o comentário não teria fim, facilmente vai pro meu Top 5, isso porque consegue homenagear um acontecimento milagroso da literatura que foi a obra de Tolkien e ainda ser um acontecimento grandioso do cinema. Tolkien e Peter se completam.
Filme incrível; não sei o que foi melhor, assistir uma trama policial onde o foco estava mais no preconceito que tinham contra Virgil, ou ver o personagem enigmático que é o mascador de chicletes Bill, o homem, embora preconceituoso como a cidade, por vezes parece que se obriga a ser preconceituoso já que no momento de tirar o chapéu para qualquer ponto feito por Virgil, baixa sua cabeça e fica quieto. Mereceu todos os Oscars que ganhou, achei estranho a falta de indicação para Sidney Poitier, mas concordo com a vitória de Rod Steiger. Esta adaptação do romance de John Ball ficou ainda melhor com a liberdade que Poitier tomou para não levar tapa sem revidar, isso ajudou na construção da personagem, já que Virgil é um homem educado, forte, extremamente tolerante e paciente com os branquelos que não ajudam e ainda atrapalham, principalmente seu espírito de não ser saco de pancada. Um dos melhores filmes policiais que já vi, principalmente por focar na inteligência da trama e não em perseguições e tiroteios para divertir a audiência, o filme não tem defeitos, até hoje passa uma mensagem importante e ousada.
Donnie Darko é o filme de minha transição da adolescência para a fase adulta, quando assisti fiquei encantado, tudo era confusão e obrigações, e me deparar com Donnie foi fundir um pouco mais meus neurônios, mas tinha um Q de saudosismo que eu buscava, era o elo entre meu presente e o passado abandonado. Donnie fala sobre destino, viagem no tempo e traz questões existências para fundirem nossa cabeça. Incrivelmente não consta nas melhores listas sobre cinema, o que acho bom, porque é um filme incrível e não sendo popularizado, continua como um tesouro escondido para seus fãs, o pop ainda não vulgarizou Donnie Darko. É um filme para pensar, montar o quebra cabeça e rever alguns dos astros da sessão da tarde, neste filme que já era dos anos 2000, Patrick Swayze está perfeito, Drew Barrymore linda, e é interessante ver que o atual muso gay Jake Gyllenhaal já era um ator talentosíssimo. Filme que intriga, para ser debatido diversas vezes, tenho minhas teorias, mas poderia soar como spoiler, apenas indico, é um filme obrigatório sobre viagem no tempo, e após quebrar a cabeça, seja bem vindo ao mundo secreto dos admiradores de Donnie Darko. Vai pra Top 50 certamente.
Como diria Jay de “Eu, a Patroa e as Crianças”, E.T é todo cuti-cuti, todo criança e só deseja voltar para casa, não precisamos ter medo dele. Este filme é incrível, até hoje emociona porque fala de temas universais, como amizade e diferenças. Se um E.T. pode fazer amizade com um garotinho terráqueo, qualquer diferença que vemos entre nós sobre etnias, sexos e ideologias são apenas desculpas para sermos ruins, todos podemos ser amigos e nos comunicarmos de forma digna. E.T só quer voltar para casa e Spielberg finalmente faz um filme sem colocar o alienígena clichê que deseja aniquilar todo mundo, este alienígena é mais humano que muito ser humano, é adorável, esquisito, mas mesmo assim adorável. Um clássico de sempre, mereceu o Globo de Ouro e devia ter ganhado de Gandhi no Oscar.
Mágico, um dos melhores musicais que já vi. Foram os 170 minutos mais bem aproveitados que já tive contemplando um filme. O filme, embora existam criticas que o chamem de superficial, a meu ver consegue a façanha de lidar com dois temas opostos, defendê-los e ainda virar uma obra prima, do culto ao culto contra o preconceito ao inculto. O personagem de Rex Harrison é incrível, seu jeito solteiro de ser, convicto, é maravilhoso, finalmente coloca na tela as vantagens infinitas de ser solteiro e porque um enlace não seria bom negócio para o homem que deseja sua liberdade. Já Audrey Hepburn, linda como vendedora de flores ou bela dama, traz algo realmente tocante, quando já culta, percebe que é uma injustiça gigante uma pessoa conhecedora das coisas e de bons modos, ter que continuar entre os incivilizados, mas permanece humilde para respeitá-los, afinal, ninguém melhor que ela sabe o quanto é difícil estar privado de condições para se viver bem. Músicas lindas, mágicas, e estes dois elementos contrastantes, da arrogante vendedora de flores contra o arrogante culto professor é o que mais me encanta. Mesmo com todo machismo do professor, vejo como um modelo de liberdade e ode ao bom uso da língua, afinal, pra que se comunicar se não é pra se comunicar direito?!? Lindo. E ainda fica a questão, “Pobreza não significa ignorância, basta dedicação e qualquer um pode ser uma pessoa melhor”.
De Entre Dois Amores “Entre dois Amores” não tem é nada. A fotografia é maravilhosa, as paisagens são incríveis, belo filme visual, mas cadê algo mais? Até os filmes parados do Terrence são mais emocionantes; a sinopse no DVD promete uma das maiores histórias de amor e sofrimento do cinema, não vi sofrimento e o amor é bem contido, acho que o triângulo amoroso é de Karen pelo lugar e pelo aventureiro, seu marido nem parece que existe, quando aparece é indiferente. Eu não sou capaz de analisar esta obra sem relembrar os bocejos que tive, mas é importante, ganhou o Oscar lá em 1986, entendo que é perfeito tecnicamente, mas nem tudo é técnica, precisa de emoção e significar algo, significou apenas um belo filme produzido, nenhum conceito por trás do feito, baseado em um livro, beleza, muita coisa é baseada em livros. Embora toda crítica, acho que mereceu o Oscar, não tinha coisa boa concorrendo, talvez A Cor Púrpura, talvez.
Filme para ser analisado com o coração, esqueça técnica, qualidade de efeitos especiais e qualquer análise mais profunda, o filme é uma deliciosa brincadeira, acredito que consegue ser melhor do que o primeiro, não se pode comparar as histórias, o filme é um pretexto para realizar o sonho dos fãs, e até eu que não era fã acabei olhando com respeito para estes homens que brincam com a própria velhice e mostram que ainda podem dar boas porradas, Jet Li está apagado, mas já era de se esperar, sua participação foi maravilhosa no primeiro, neste segundo aconteceu algo que queríamos desde o primeiro, ver Bruce Willis e Arnold em ação, e mais, o inigualável Chuck Norris, em uma participação especialíssima unicamente para justificar sua fama de Deus. A lenda é verdadeira, ele é tudo aquilo que dizem, e a maneira de deixá-lo isolado da trama foi necessária para que sua imagem continuasse intacta, é um lobo solitário, os maiores são, e a humildade do homem para entrar na brincadeira até com o significado de sua fama é algo incrível. Pra não falar da participação caricata do vilão Vilain, Van Damme está incrível, a interpretação que mais curti, me divertiu, não poderia ser melhor, cheio de trejeitos, ironias, e fazendo cara de verdadeiro vilão, quer dizer, Vilain. Ótimo filme, fiquei fã da franquia pelo que representa tal encontro de astros. E que venha o 3... Ainda faltam alguns para se reunirem ao grupo, aí o impossível cinematográfico estará concretizado.
Estamos diante da Americanização de Sacha Baron Cohen, não sei porque, mas acho seus filmes, Borat e Brüno super inteligentes, servindo para destruir a falsidade americana, esperei o mesmo deste filme, a ideia já é ótima, uma ode à Ditadura, não que eu seja à favor, sou contra Ditadura e Democracia, mas esperei que finalmente este sistema teria o devido respeito, em certo momento até teve, Aladeen em seu discurso final é ótimo, compara Democracia com Ditadura, porém, ele pecou, desgraçadamente pecou por transformar uma ótima ideia em simplesmente uma comédia romântica água com açúcar no melhor estilo americano, E temos a marca registrada de Sacha, piada repetida pra quem não sabe o que fazer pra chamar mais a atenção, acho que depois de Borat e Brüno, eu conheço mais o pênis de Sacha do que o meu.
Estou puto da vida porque uso alguns guias de cinema quando quero indicações, porém, A Vida é Bela, um dos principais ganhadores do Oscar de Filme Estrangeiro que esta premiação já teve, não consta na lista dos 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, será que não poderiam ter deixado de fora As Patricinhas de Beverly Hills para incluir este? Aqui Benigni finalmente mostra que traz o legado de Chaplin consigo, é um dos poucos que consegue falar de dramas e assuntos sérios com a graça chapliniana. É lindo, assisti há anos e tornei a vê-lo hoje, novamente chego ao fim do filme de garganta embargada, foi incrível, nunca pensei que um filme sobre o Holocausto fosse algo mágico e de beleza, pior que a gente fica com uma raiva por terem destruído pessoas como Guido que só queriam impedir que seus filhos não vissem a desgraça por traz de tudo. Além de toda palhaçada no campo de concentração, que adoro, acho que a primeira parte também é importante, é ali que Guido mostra quem é, e de quebra vemos a falsidade e superficialidade da dita "raça superior" quando Guido discursa sobre o porque dos Arianos serem superiores, além é claro, daquele doutor e sua fútil amizade com Guido.
Decididamente este é o filme que melhor representa a pintura, e por um motivo, consegue ser uma pintura e usa da linguagem da pintura, isso é, fotografia fantástica, silêncio necessário para sua contemplação, e de quebra temos algumas explicações sobre o processo criativo e sobre as comparações que o pintor Pieter Bruegel fez entre o sofrimento pela invasão espanhola e o martírio de Jesus Cristo, se o seu intuito era retratar a sociedade através da pintura, juntamente com seus costumes e seu povo, criticando atos inumanos, então o diretor Lech Majewsk ajudou acrescentando detalhes que não podem ser vistos, mas imaginados, como o que antecede os momentos pintados e o interior das casas e claro, do moinho que tem uma participação especial, tanto no quadro quanto no filme. O filme é parado, mas ora, uma pintura é parada, o filme é silencioso, mas pinturas são assim, e para se contemplar um bom quadro é bom termos apenas beleza, silêncio e calma. Coloco este filme ao lado dos melhores filmes que já vi, porque naquilo que se propõe, acerta em cheio e se confunde com o objeto retratado e homenageado. Faltam diálogos? Quem é que se importa com diálogos quando se observa uma bela obra de arte? Eu não.
Poxa, mas que filme divertido, no começo estranhei tudo, e meu receio pelo desconhecido era o mesmo que da protagonista Brenda, mas assim que a ilustre visitante da Bavária foi se soltando, o que é contrastante com seu jeito grandalhona de ser, vi como foi bonito este aflorar, ode à amizade total, um dos melhores exemplos de elogio à amizade que já vi no cinema, fora o ambiente desértico que deixa tudo ainda mais estranho. Fiquei emocionado quando a visitante alemã começou a aflorar o lado artístico dos demais, e fica claro que a arte é a responsável por unir as pessoas e fazer até do lugar mais inóspito (sempre quis usar esta palavra) um lugar melhor. Sem palavras, e ainda descubro que Brenda é CCH Pounder, a chefona da série Depósito 13 que eu amo.
Não entendo as criticas que este filme recebe, não tenho nada contra filmes alegres, mas este filme não é apenas um filme alegre e divertido, tem até passe livre para clichês, porque ele é muito bem contado, conta com três momentos diferentes contados de três maneiras diferentes, três fases da vida de Jamal contadas num aprofundamento dentro da história, um tipo de história dentro da história, ele na delegacia que por vez se lembra dele no programa que por vez estava se lembrando da história de sua vida. Aposto que se fosse pobre não estariam interrogando o coitado. O mais interessante é ver que aos poucos, a história contada vai se fundindo ao como foi parar no programa e consequentemente na delegacia, até se tornar aos poucos tudo a mesma coisa. Gostei do povo retratado, ficou longe do clichê favelado no meio de cobras, já que parecem querer realmente o bem de Jamal e não tirar uma fatia da grana. O romance é bonito, agrada, e usar perguntas e respostas para contar aos poucos sobre a vida do rapaz foi bem criativo, melhor ainda é que a vida acaba por depender de seu acerto no programa, e o acerto passa a depender de sua vida. Nunca vi filme com tantos elementos bem cruzados, diferentes, distantes e mesmo assim fazendo todo sentido.
Sempre que assisto este filme fico surpreendido, e sempre tem um novo detalhe para observar. Não é a primeira vez que fico com a impressão de que Lars tem probleminha na cabeça, mas se ele usa isso para fazer seus filmes, então está bom para nós, e qual é o diretor que não faz o mesmo?! Diminuir o filme falando que se trata apenas de Lars exorcizando seus demônios é não enxergar que a obra também sobrevive sem seu criador. O filme é lindo, as imagens são chocantes, o preto e branco com a câmera lenta serve pra elevar a qualidade, o drama da protagonista é angustiante, e por favor, assistam sem seus pais do lado, será constrangedor. Mesmo que tenha sido ridicularizado em Cannes, acho que foi mais pelo choque, mas tem que ter estômago, e a inversão de Éden e da Imagem de Deus para seu oposto mitológico Diabo é tanto um soco na sociedade quanto a construção de um suspense cheio de signos e viagem para dentro da protagonista culpada, estão ali para se punirem e serem punidos. A vida parece mesmo guiada pelo caos, talvez esta seja a única verdade.
Os filmes de Tarantino conseguem uma façanha incrível, serem filmes parados e lembrados pelas poucas cenas de ação ou exagerada violência que trazem, unicamente porque Tarantino é o mestre dos diálogos inteligentes cheios de referências cinematográficas e literárias. Aqui, mesmo não tendo vivido a época, posso dizer que senti que a vingança foi feita, tudo bem que ele distorce a história, na verdade está dando voz aos muitos perseguidos e humilhados, mas afinal, aquela época realmente existiu para aprendermos a não repetir a cagada e ainda ridicularizar qualquer um que ainda traga tal sentimento de superioridade racial dentro de si. Todo filme é uma obra de arte, e o vilão é incrível, o caçador de judeus é um dos melhores que já vi, consegue intimidar apenas com suas palavras, dava medo quando ele aparecia. Brad Pitt também está fora de série, fazendo este caipira anti-nazista que finalmente resolveu fazer o que é certo. Quando acabou o filme tudo o que eu queria era caçar alguns nazistas e vingar aquela época, vingança justa.
Trilogia das Cores, realmente existe trilogia para tudo neste mundo, mas gostei deste início. A Liberdade é azul, consegue homenagear as cores da bandeira da França e ainda reflete de forma digna sobre o tema Liberdade. Acredito que a liberdade mostrada não tenha sido apenas a liberdade bonita que todos procuram, mas aquela de estar sem rumo, do precisar de alguém ou de algo para se prender para pelo menos dar razão para sua vida, o filme a meu ver mostrou duas liberdades, começando pelos benefícios da mesma e terminando num beco sem saída. Nem preciso falar que os tons azulados encantam, a trilha sonora clássica é magnifica, e Juliette Binoche conseguiu a façanha de interpretar uma personagem que tinha tudo para cair no drama exagerado de forma sutil e poética, tudo em seus movimentos é de uma leveza que encanta. Minha mãe me fez gostar do filme, porque quando terminei eu não tinha gostado, mas para minha surpresa, uma explicação de minha mãe fez com que eu amasse esta verdadeira poesia visual.
E não é que este filme se mostrou mais real do que na época? Estava bem à frente do tempo, e hoje vivemos na Matrix chamada Internet. Brincadeiras à parte, o filme revolucionou pelo Bullet-Time e conseguiu mesclar filosofia, literatura, épico e efeitos especiais, os efeitos estão ali para ilustrar a Matrix, e não só para delírio do arrasa quarteirão, tanto que as cenas fora da Matrix não trazem o Bullet-Time. Artes marciais, balé de porradaria, história complexa e cheia de referências, e um dos dilemas filosóficos que mais amo, que podemos também ver em Schopenhauer, sobre o que seria real? E mesmo que identificado este real, seria melhor viver uma vidinha comum e sem atribulações, ou a dura realidade que está acima disso tudo? Mundo apocalíptico contra vida tranquila, parece tentador, mas valeria à pena abdicar da verdade pela tranquilidade? Muita gente se contenta com o mais fácil e agradável.
Que coisa bonita de se ver, é isso que considero uma verdadeira poesia da desgraça. A trilha sonora realmente mereceu todos os prêmios que levou. Ganhou o Globo de Ouro merecidamente e deveria ter ganhado o Oscar. Ver as 3 histórias se chocarem também foi incrível, e o interessante é que elas se chocam sem que precisem se cruzar verdadeiramente. Tinha minhas preferências pelo drama Marroquino que virou sem surpresas, mas ainda chocante, em uma intriga entre países, prejudicando assim o casal de protagonistas, mas a interpretação de Adriana Barraza se tornou a melhor coisa do filme, pra não falar sobre o final lindo e com uma música de tirar o fôlego apresentados pelo núcleo japonês. Eu achava que aquele núcleo japonês não tinha nada a ver com a trama, mas quando suas ligações aparecem é impossível não ficar em transe. O tipo de filme em que nada está ali por acaso. Poxa, ainda estou em choque com o que assisti. Perfeito, em todos os sentidos, desde a trama até os cenários, interpretações e o som, putz, a música é incrível.
Eu tinha preconceito contra Clint Eastwood, sempre o vi com a imagem do machão que muitos homens se espelham, mas tenho que tirar o chapéu, este filme é incrível, conseguiu construir uma personagem preconceituosa que é mais digna do que muito bom samaritano que existe por aí, e seu jeito machão não é daquele machista, é do tipo homem de fibra, suas respostas rápidas, maldosas e inteligentes fazem toda diferença. Homem solitário, mas que apesar de não se dar bem com a sociedade e com a família, fica na dele, faz o que é certo, defende a honra de quem é fraco demais para defender, e se pudesse apenas levava sua vidinha, tomando sua cerveja e sem se largar no descanso da idade, porque homem que não para é homem que continua vivo. Simplesmente fantástico. Confesso que Walt Kowalski, apesar de ressentido, amargo e preconceituoso é uma imagem a ser seguida, no mundo do extremismo politicamente correto é bom que exista pessoas assim. O mais interessante é que ele se torna herói até daqueles que ele não gosta, fabuloso, sem palavras. My Name is Eastwood, Clint Eastwood! (Prêmio César de Melhor Filme Estrangeiro)
A Trupe de mulambentos merecia um filme só para eles, muito bom, referências bíblicas de montão, desde a Santa Ceia até a coroação de Cristo; que futura freirinha mais bonitinha, o primeiro filme de Buñuel que gosto, não curtia suas loucuras sem noção, prefiro estas loucuras com linearidade, com enredo de começo, meio e fim. Foi uma bela surpresa, quanta coragem, o filme censurado acaba por ganhar a Palma de Ouro, um soco nos ultra conservadores. Viridiana é um filme necessário, nunca pensei que sacanagem e imagens santas fossem combinar tão bem. Não é à toa que é um marco do cinema, não só de Buñuel, mas do cinema mundial.
O Senhor dos Anéis: As Duas Torres
4.4 1,1K Assista AgoraNem tem como comparar se um é melhor que o outro da franquia, foram gravados juntos, na verdade é uma única coisa que foi dividida em 3, falar que um é melhor que o outro é o mesmo que falar que ele é melhor que ele mesmo ou pior que ele mesmo. Agora, aos detalhes que não se encontram nos outros, a batalha do Abismo é incrível, nem consegui assistir como quem vê heróis lutando para vencer um inimigo, mas como seres impotentes que marcham para a morte com dignidade. A floresta onde Merry e Pippin se metem é fantástica, aquelas árvores me deixaram com raiva e depois me emocionaram. A disputa entre Elfo e Anão também deu o tom leve para que as cenas dramáticas não nos destruíssem. Novamente repito: Tolkien e Peter Jackson se completam.
Uma Mente Brilhante
4.3 1,7K Assista AgoraSimpatizo tanto com este filme que até esqueço que não curto Russell Crowe, ele está incrível e interpreta um homem mais incrível ainda. Sempre que vejo este filme me sinto mais forte para lutar por meus objetivos, imagine um homem que precisa ser grande, precisa descobrir algo maravilhoso, mas é tímido e ao mesmo tempo traz uma mania de grandeza devastadora; ele não se contenta em precisar, ele estuda, até obsessivamente para conquistar, ele é um modelo de persistência, e o mais incrível é que para ser um gênio, ele precisa até mesmo driblar a própria incapacidade cerebral, já que seu maior inimigo é seu único meio de ser grande, seu cérebro, que tanto o ajuda como pode boicotá-lo, baseado numa vida real e sobre um ganhador do Nobel, nem preciso falar nada. Perfeito.
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraEste filme é incrível, e o mais legal foi que não fala somente sobre a construção de um site, mas de uma revolução que foi a modificação das relações humanas através de um site, fora todas as questões sobre direitos autorais, mas acredito na força do Zuckerberg, e não porque vou colar este comentário no Facebook, mas porque autor é quem executa, ter ideia todo mundo tem, agora, colocar em prática é outra questão e isso ele fez, claro, com ajuda de certas pessoas. O filme fala sobre a construção de uma revolução e sobre as inimizades que se faz no caminho por conta disso. Adorei o filme e é sempre um incentivo para fazermos a diferença em alguma coisa. Não sei se o Facebook sobrevive, mas que mudou as relações humanas, isso mudou.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraA interpretação de Heath Ledger está ótima, é um romance lindo, não cai no estereotipo do amor entre o mesmo sexo, e ainda consegue fazer uma grande critica à sociedade, tanto que Ennis Del Mar é fruto deste preconceito, ele cresceu em um meio machista onde o próprio pai atacava homossexuais, e agora se torna um adulto tímido e retraído; é engraçado como a sexualidade dos dois não é definida, eles apenas se amam e se curtem, fora isso tentam levar uma vida comum para não serem julgados, o tipo de filme que fica na memória, e se eles tivessem ignorado tudo e todos teriam sido felizes, mas assim é a vida, quando se dá mais importância a sociedade do que aos desejos, só resta a infelicidade. Filme sem exageros, com interpretações sutis e próximas da realidade.
Ben-Hur
4.3 548 Assista AgoraCaramba, que filme grandioso, em todos os sentidos. E definitivamente não sei porque muitos anunciam o filme como outro de Gladiador, ao lado de Gladiador e Spartacus, este filme não tem nada disso, na verdade Ben-Hur é até pacifista. Mesmo assim o filme é incrível, os efeitos não caem na ridicularização da época e ainda consegue impressionar, algumas cenas claramente mostram o efeito acontecendo, mas mesmo assim a trama continua numa adrenalina tão grande ou tensa que ficamos focados no que acontece. Ben-Hur ainda se destaca pela história, é quase um paralelo da história de Cristo, e Jesus é integrante importante da trama, sem transformar a trama numa trama bíblica, complexo, mas perfeito. Mereceu todos os 11 Oscars recebidos, merece estar ao lado de "Titanic" e "Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei". Não é meu filme predileto, mas conseguiu me impressionar e me manter animado durante mais de 220 minutos. Terminar de ver o filme é ficar com o sentimento cinéfilo de missão cumprida, e agradavelmente cumprida.
O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel
4.4 1,9K Assista AgoraDefinitivamente Tolkien é um dos poucos autores que foram bem adaptados para o cinema, Peter Jackson não é um oportunista, ele é um fã de Tolkien, e por isso se dedicou 100% para a construção deste filme (com toda equipe). Não vejo defeitos na trama, há partes do livro que não estão aqui, mas é natural, o filme ficaria umas 5 horas, acredito que as escolhas de quais passagens deveriam ser filmadas não poderiam ser mais acertadas. Amo os Hobbits porque são pessoas comuns vivendo suas vidinhas sem alterações numa pacata cidade, e a aventura vai até eles, somente criaturas puras e muito pequenas, pra não falar desligadas dos conflitos do mundo, para carregarem fardo tão grande. A Sociedade do Anel é um ótimo início de trilogia, sei que os próximos têm mais adrenalina, mas o condado está tão bem retratado que é lindo reassistir só para ver aquela cidadezinha. Tantos detalhes que o comentário não teria fim, facilmente vai pro meu Top 5, isso porque consegue homenagear um acontecimento milagroso da literatura que foi a obra de Tolkien e ainda ser um acontecimento grandioso do cinema. Tolkien e Peter se completam.
No Calor da Noite
4.0 139 Assista AgoraFilme incrível; não sei o que foi melhor, assistir uma trama policial onde o foco estava mais no preconceito que tinham contra Virgil, ou ver o personagem enigmático que é o mascador de chicletes Bill, o homem, embora preconceituoso como a cidade, por vezes parece que se obriga a ser preconceituoso já que no momento de tirar o chapéu para qualquer ponto feito por Virgil, baixa sua cabeça e fica quieto. Mereceu todos os Oscars que ganhou, achei estranho a falta de indicação para Sidney Poitier, mas concordo com a vitória de Rod Steiger. Esta adaptação do romance de John Ball ficou ainda melhor com a liberdade que Poitier tomou para não levar tapa sem revidar, isso ajudou na construção da personagem, já que Virgil é um homem educado, forte, extremamente tolerante e paciente com os branquelos que não ajudam e ainda atrapalham, principalmente seu espírito de não ser saco de pancada. Um dos melhores filmes policiais que já vi, principalmente por focar na inteligência da trama e não em perseguições e tiroteios para divertir a audiência, o filme não tem defeitos, até hoje passa uma mensagem importante e ousada.
Donnie Darko
4.2 3,8K Assista AgoraDonnie Darko é o filme de minha transição da adolescência para a fase adulta, quando assisti fiquei encantado, tudo era confusão e obrigações, e me deparar com Donnie foi fundir um pouco mais meus neurônios, mas tinha um Q de saudosismo que eu buscava, era o elo entre meu presente e o passado abandonado. Donnie fala sobre destino, viagem no tempo e traz questões existências para fundirem nossa cabeça. Incrivelmente não consta nas melhores listas sobre cinema, o que acho bom, porque é um filme incrível e não sendo popularizado, continua como um tesouro escondido para seus fãs, o pop ainda não vulgarizou Donnie Darko. É um filme para pensar, montar o quebra cabeça e rever alguns dos astros da sessão da tarde, neste filme que já era dos anos 2000, Patrick Swayze está perfeito, Drew Barrymore linda, e é interessante ver que o atual muso gay Jake Gyllenhaal já era um ator talentosíssimo. Filme que intriga, para ser debatido diversas vezes, tenho minhas teorias, mas poderia soar como spoiler, apenas indico, é um filme obrigatório sobre viagem no tempo, e após quebrar a cabeça, seja bem vindo ao mundo secreto dos admiradores de Donnie Darko. Vai pra Top 50 certamente.
E.T.: O Extraterrestre
3.9 1,4K Assista AgoraComo diria Jay de “Eu, a Patroa e as Crianças”, E.T é todo cuti-cuti, todo criança e só deseja voltar para casa, não precisamos ter medo dele. Este filme é incrível, até hoje emociona porque fala de temas universais, como amizade e diferenças. Se um E.T. pode fazer amizade com um garotinho terráqueo, qualquer diferença que vemos entre nós sobre etnias, sexos e ideologias são apenas desculpas para sermos ruins, todos podemos ser amigos e nos comunicarmos de forma digna. E.T só quer voltar para casa e Spielberg finalmente faz um filme sem colocar o alienígena clichê que deseja aniquilar todo mundo, este alienígena é mais humano que muito ser humano, é adorável, esquisito, mas mesmo assim adorável. Um clássico de sempre, mereceu o Globo de Ouro e devia ter ganhado de Gandhi no Oscar.
Minha Bela Dama
4.0 358 Assista AgoraMágico, um dos melhores musicais que já vi. Foram os 170 minutos mais bem aproveitados que já tive contemplando um filme. O filme, embora existam criticas que o chamem de superficial, a meu ver consegue a façanha de lidar com dois temas opostos, defendê-los e ainda virar uma obra prima, do culto ao culto contra o preconceito ao inculto. O personagem de Rex Harrison é incrível, seu jeito solteiro de ser, convicto, é maravilhoso, finalmente coloca na tela as vantagens infinitas de ser solteiro e porque um enlace não seria bom negócio para o homem que deseja sua liberdade. Já Audrey Hepburn, linda como vendedora de flores ou bela dama, traz algo realmente tocante, quando já culta, percebe que é uma injustiça gigante uma pessoa conhecedora das coisas e de bons modos, ter que continuar entre os incivilizados, mas permanece humilde para respeitá-los, afinal, ninguém melhor que ela sabe o quanto é difícil estar privado de condições para se viver bem. Músicas lindas, mágicas, e estes dois elementos contrastantes, da arrogante vendedora de flores contra o arrogante culto professor é o que mais me encanta. Mesmo com todo machismo do professor, vejo como um modelo de liberdade e ode ao bom uso da língua, afinal, pra que se comunicar se não é pra se comunicar direito?!? Lindo. E ainda fica a questão, “Pobreza não significa ignorância, basta dedicação e qualquer um pode ser uma pessoa melhor”.
Entre Dois Amores
3.7 238 Assista AgoraDe Entre Dois Amores “Entre dois Amores” não tem é nada. A fotografia é maravilhosa, as paisagens são incríveis, belo filme visual, mas cadê algo mais? Até os filmes parados do Terrence são mais emocionantes; a sinopse no DVD promete uma das maiores histórias de amor e sofrimento do cinema, não vi sofrimento e o amor é bem contido, acho que o triângulo amoroso é de Karen pelo lugar e pelo aventureiro, seu marido nem parece que existe, quando aparece é indiferente. Eu não sou capaz de analisar esta obra sem relembrar os bocejos que tive, mas é importante, ganhou o Oscar lá em 1986, entendo que é perfeito tecnicamente, mas nem tudo é técnica, precisa de emoção e significar algo, significou apenas um belo filme produzido, nenhum conceito por trás do feito, baseado em um livro, beleza, muita coisa é baseada em livros. Embora toda crítica, acho que mereceu o Oscar, não tinha coisa boa concorrendo, talvez A Cor Púrpura, talvez.
Os Mercenários 2
3.5 2,3K Assista AgoraFilme para ser analisado com o coração, esqueça técnica, qualidade de efeitos especiais e qualquer análise mais profunda, o filme é uma deliciosa brincadeira, acredito que consegue ser melhor do que o primeiro, não se pode comparar as histórias, o filme é um pretexto para realizar o sonho dos fãs, e até eu que não era fã acabei olhando com respeito para estes homens que brincam com a própria velhice e mostram que ainda podem dar boas porradas, Jet Li está apagado, mas já era de se esperar, sua participação foi maravilhosa no primeiro, neste segundo aconteceu algo que queríamos desde o primeiro, ver Bruce Willis e Arnold em ação, e mais, o inigualável Chuck Norris, em uma participação especialíssima unicamente para justificar sua fama de Deus. A lenda é verdadeira, ele é tudo aquilo que dizem, e a maneira de deixá-lo isolado da trama foi necessária para que sua imagem continuasse intacta, é um lobo solitário, os maiores são, e a humildade do homem para entrar na brincadeira até com o significado de sua fama é algo incrível. Pra não falar da participação caricata do vilão Vilain, Van Damme está incrível, a interpretação que mais curti, me divertiu, não poderia ser melhor, cheio de trejeitos, ironias, e fazendo cara de verdadeiro vilão, quer dizer, Vilain. Ótimo filme, fiquei fã da franquia pelo que representa tal encontro de astros. E que venha o 3... Ainda faltam alguns para se reunirem ao grupo, aí o impossível cinematográfico estará concretizado.
O Ditador
3.2 1,8K Assista AgoraEstamos diante da Americanização de Sacha Baron Cohen, não sei porque, mas acho seus filmes, Borat e Brüno super inteligentes, servindo para destruir a falsidade americana, esperei o mesmo deste filme, a ideia já é ótima, uma ode à Ditadura, não que eu seja à favor, sou contra Ditadura e Democracia, mas esperei que finalmente este sistema teria o devido respeito, em certo momento até teve, Aladeen em seu discurso final é ótimo, compara Democracia com Ditadura, porém, ele pecou, desgraçadamente pecou por transformar uma ótima ideia em simplesmente uma comédia romântica água com açúcar no melhor estilo americano, E temos a marca registrada de Sacha, piada repetida pra quem não sabe o que fazer pra chamar mais a atenção, acho que depois de Borat e Brüno, eu conheço mais o pênis de Sacha do que o meu.
A Vida é Bela
4.5 2,7K Assista AgoraEstou puto da vida porque uso alguns guias de cinema quando quero indicações, porém, A Vida é Bela, um dos principais ganhadores do Oscar de Filme Estrangeiro que esta premiação já teve, não consta na lista dos 1001 Filmes Para Ver Antes de Morrer, será que não poderiam ter deixado de fora As Patricinhas de Beverly Hills para incluir este? Aqui Benigni finalmente mostra que traz o legado de Chaplin consigo, é um dos poucos que consegue falar de dramas e assuntos sérios com a graça chapliniana. É lindo, assisti há anos e tornei a vê-lo hoje, novamente chego ao fim do filme de garganta embargada, foi incrível, nunca pensei que um filme sobre o Holocausto fosse algo mágico e de beleza, pior que a gente fica com uma raiva por terem destruído pessoas como Guido que só queriam impedir que seus filhos não vissem a desgraça por traz de tudo. Além de toda palhaçada no campo de concentração, que adoro, acho que a primeira parte também é importante, é ali que Guido mostra quem é, e de quebra vemos a falsidade e superficialidade da dita "raça superior" quando Guido discursa sobre o porque dos Arianos serem superiores, além é claro, daquele doutor e sua fútil amizade com Guido.
O Moinho e a Cruz
4.0 37Decididamente este é o filme que melhor representa a pintura, e por um motivo, consegue ser uma pintura e usa da linguagem da pintura, isso é, fotografia fantástica, silêncio necessário para sua contemplação, e de quebra temos algumas explicações sobre o processo criativo e sobre as comparações que o pintor Pieter Bruegel fez entre o sofrimento pela invasão espanhola e o martírio de Jesus Cristo, se o seu intuito era retratar a sociedade através da pintura, juntamente com seus costumes e seu povo, criticando atos inumanos, então o diretor Lech Majewsk ajudou acrescentando detalhes que não podem ser vistos, mas imaginados, como o que antecede os momentos pintados e o interior das casas e claro, do moinho que tem uma participação especial, tanto no quadro quanto no filme. O filme é parado, mas ora, uma pintura é parada, o filme é silencioso, mas pinturas são assim, e para se contemplar um bom quadro é bom termos apenas beleza, silêncio e calma. Coloco este filme ao lado dos melhores filmes que já vi, porque naquilo que se propõe, acerta em cheio e se confunde com o objeto retratado e homenageado. Faltam diálogos? Quem é que se importa com diálogos quando se observa uma bela obra de arte? Eu não.
Bagdad Café
4.0 242 Assista AgoraPoxa, mas que filme divertido, no começo estranhei tudo, e meu receio pelo desconhecido era o mesmo que da protagonista Brenda, mas assim que a ilustre visitante da Bavária foi se soltando, o que é contrastante com seu jeito grandalhona de ser, vi como foi bonito este aflorar, ode à amizade total, um dos melhores exemplos de elogio à amizade que já vi no cinema, fora o ambiente desértico que deixa tudo ainda mais estranho. Fiquei emocionado quando a visitante alemã começou a aflorar o lado artístico dos demais, e fica claro que a arte é a responsável por unir as pessoas e fazer até do lugar mais inóspito (sempre quis usar esta palavra) um lugar melhor. Sem palavras, e ainda descubro que Brenda é CCH Pounder, a chefona da série Depósito 13 que eu amo.
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraNão entendo as criticas que este filme recebe, não tenho nada contra filmes alegres, mas este filme não é apenas um filme alegre e divertido, tem até passe livre para clichês, porque ele é muito bem contado, conta com três momentos diferentes contados de três maneiras diferentes, três fases da vida de Jamal contadas num aprofundamento dentro da história, um tipo de história dentro da história, ele na delegacia que por vez se lembra dele no programa que por vez estava se lembrando da história de sua vida. Aposto que se fosse pobre não estariam interrogando o coitado. O mais interessante é ver que aos poucos, a história contada vai se fundindo ao como foi parar no programa e consequentemente na delegacia, até se tornar aos poucos tudo a mesma coisa. Gostei do povo retratado, ficou longe do clichê favelado no meio de cobras, já que parecem querer realmente o bem de Jamal e não tirar uma fatia da grana. O romance é bonito, agrada, e usar perguntas e respostas para contar aos poucos sobre a vida do rapaz foi bem criativo, melhor ainda é que a vida acaba por depender de seu acerto no programa, e o acerto passa a depender de sua vida. Nunca vi filme com tantos elementos bem cruzados, diferentes, distantes e mesmo assim fazendo todo sentido.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraSempre que assisto este filme fico surpreendido, e sempre tem um novo detalhe para observar. Não é a primeira vez que fico com a impressão de que Lars tem probleminha na cabeça, mas se ele usa isso para fazer seus filmes, então está bom para nós, e qual é o diretor que não faz o mesmo?! Diminuir o filme falando que se trata apenas de Lars exorcizando seus demônios é não enxergar que a obra também sobrevive sem seu criador. O filme é lindo, as imagens são chocantes, o preto e branco com a câmera lenta serve pra elevar a qualidade, o drama da protagonista é angustiante, e por favor, assistam sem seus pais do lado, será constrangedor. Mesmo que tenha sido ridicularizado em Cannes, acho que foi mais pelo choque, mas tem que ter estômago, e a inversão de Éden e da Imagem de Deus para seu oposto mitológico Diabo é tanto um soco na sociedade quanto a construção de um suspense cheio de signos e viagem para dentro da protagonista culpada, estão ali para se punirem e serem punidos. A vida parece mesmo guiada pelo caos, talvez esta seja a única verdade.
Bastardos Inglórios
4.4 4,9K Assista AgoraOs filmes de Tarantino conseguem uma façanha incrível, serem filmes parados e lembrados pelas poucas cenas de ação ou exagerada violência que trazem, unicamente porque Tarantino é o mestre dos diálogos inteligentes cheios de referências cinematográficas e literárias. Aqui, mesmo não tendo vivido a época, posso dizer que senti que a vingança foi feita, tudo bem que ele distorce a história, na verdade está dando voz aos muitos perseguidos e humilhados, mas afinal, aquela época realmente existiu para aprendermos a não repetir a cagada e ainda ridicularizar qualquer um que ainda traga tal sentimento de superioridade racial dentro de si. Todo filme é uma obra de arte, e o vilão é incrível, o caçador de judeus é um dos melhores que já vi, consegue intimidar apenas com suas palavras, dava medo quando ele aparecia. Brad Pitt também está fora de série, fazendo este caipira anti-nazista que finalmente resolveu fazer o que é certo. Quando acabou o filme tudo o que eu queria era caçar alguns nazistas e vingar aquela época, vingança justa.
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraTrilogia das Cores, realmente existe trilogia para tudo neste mundo, mas gostei deste início. A Liberdade é azul, consegue homenagear as cores da bandeira da França e ainda reflete de forma digna sobre o tema Liberdade. Acredito que a liberdade mostrada não tenha sido apenas a liberdade bonita que todos procuram, mas aquela de estar sem rumo, do precisar de alguém ou de algo para se prender para pelo menos dar razão para sua vida, o filme a meu ver mostrou duas liberdades, começando pelos benefícios da mesma e terminando num beco sem saída. Nem preciso falar que os tons azulados encantam, a trilha sonora clássica é magnifica, e Juliette Binoche conseguiu a façanha de interpretar uma personagem que tinha tudo para cair no drama exagerado de forma sutil e poética, tudo em seus movimentos é de uma leveza que encanta. Minha mãe me fez gostar do filme, porque quando terminei eu não tinha gostado, mas para minha surpresa, uma explicação de minha mãe fez com que eu amasse esta verdadeira poesia visual.
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraE não é que este filme se mostrou mais real do que na época? Estava bem à frente do tempo, e hoje vivemos na Matrix chamada Internet. Brincadeiras à parte, o filme revolucionou pelo Bullet-Time e conseguiu mesclar filosofia, literatura, épico e efeitos especiais, os efeitos estão ali para ilustrar a Matrix, e não só para delírio do arrasa quarteirão, tanto que as cenas fora da Matrix não trazem o Bullet-Time. Artes marciais, balé de porradaria, história complexa e cheia de referências, e um dos dilemas filosóficos que mais amo, que podemos também ver em Schopenhauer, sobre o que seria real? E mesmo que identificado este real, seria melhor viver uma vidinha comum e sem atribulações, ou a dura realidade que está acima disso tudo? Mundo apocalíptico contra vida tranquila, parece tentador, mas valeria à pena abdicar da verdade pela tranquilidade? Muita gente se contenta com o mais fácil e agradável.
Babel
3.9 996 Assista AgoraQue coisa bonita de se ver, é isso que considero uma verdadeira poesia da desgraça. A trilha sonora realmente mereceu todos os prêmios que levou. Ganhou o Globo de Ouro merecidamente e deveria ter ganhado o Oscar. Ver as 3 histórias se chocarem também foi incrível, e o interessante é que elas se chocam sem que precisem se cruzar verdadeiramente. Tinha minhas preferências pelo drama Marroquino que virou sem surpresas, mas ainda chocante, em uma intriga entre países, prejudicando assim o casal de protagonistas, mas a interpretação de Adriana Barraza se tornou a melhor coisa do filme, pra não falar sobre o final lindo e com uma música de tirar o fôlego apresentados pelo núcleo japonês. Eu achava que aquele núcleo japonês não tinha nada a ver com a trama, mas quando suas ligações aparecem é impossível não ficar em transe. O tipo de filme em que nada está ali por acaso. Poxa, ainda estou em choque com o que assisti. Perfeito, em todos os sentidos, desde a trama até os cenários, interpretações e o som, putz, a música é incrível.
Gran Torino
4.2 1,5K Assista AgoraEu tinha preconceito contra Clint Eastwood, sempre o vi com a imagem do machão que muitos homens se espelham, mas tenho que tirar o chapéu, este filme é incrível, conseguiu construir uma personagem preconceituosa que é mais digna do que muito bom samaritano que existe por aí, e seu jeito machão não é daquele machista, é do tipo homem de fibra, suas respostas rápidas, maldosas e inteligentes fazem toda diferença. Homem solitário, mas que apesar de não se dar bem com a sociedade e com a família, fica na dele, faz o que é certo, defende a honra de quem é fraco demais para defender, e se pudesse apenas levava sua vidinha, tomando sua cerveja e sem se largar no descanso da idade, porque homem que não para é homem que continua vivo. Simplesmente fantástico. Confesso que Walt Kowalski, apesar de ressentido, amargo e preconceituoso é uma imagem a ser seguida, no mundo do extremismo politicamente correto é bom que exista pessoas assim. O mais interessante é que ele se torna herói até daqueles que ele não gosta, fabuloso, sem palavras. My Name is Eastwood, Clint Eastwood! (Prêmio César de Melhor Filme Estrangeiro)
Viridiana
4.2 141A Trupe de mulambentos merecia um filme só para eles, muito bom, referências bíblicas de montão, desde a Santa Ceia até a coroação de Cristo; que futura freirinha mais bonitinha, o primeiro filme de Buñuel que gosto, não curtia suas loucuras sem noção, prefiro estas loucuras com linearidade, com enredo de começo, meio e fim. Foi uma bela surpresa, quanta coragem, o filme censurado acaba por ganhar a Palma de Ouro, um soco nos ultra conservadores. Viridiana é um filme necessário, nunca pensei que sacanagem e imagens santas fossem combinar tão bem. Não é à toa que é um marco do cinema, não só de Buñuel, mas do cinema mundial.