Sou pessoa com baixa visão e tenho buscado filmes com/sobre pessoas cegas.
Afirmo algo: A visão engana mesmo, e muito!, mas ela dá um (falso) contorno para a realidade, uma âncora, algo "pra se agarrar", sabe?
Quando a gente não enxerga, ou enxerga muito mal (como eu) é muito mais fácil fantasiar. Digo mais fácil por que a fantasia é algo que desde Freud tem sido mostrado que é prática comum e diária de todos nós - e bem, vcs sabem, muitas fantasias de pessoas não deficientes acabam muitas vezes substituindo a relaidade! O filme mostra esse processo, comum a todos, mas em alguém sem o suporte visual.
Acho que foi o filme que mais traduziu a sensação de perder a visão, pra mim. Eu me vejo muitas vezes "virtualizando" cenas que eu não consigo enxergar direito - será que a minha namorada tá olhando pra mim, do outro lado da estação da Sé? Ela sorri? Acena?
"Não se pode fazer nada para desenterrar essa alma humana? Toda a vizinhança correria para salvar essa mulher se ela fosse enterrada viva na profundidade de uma tumba trabalhariam com zelo até que ela fosse desenterrada. Se houvesse alguém que tivesse tanto paciência quanto zelo, poderia despertá-la..."
Olha... eu me sinto até pouco preparado para fazer um comentário, pq a profundidade humana que esse filme alcança não é brincadeira. A educação e a linguagem desenterraram Helen Keller. E sabe, a sensação é que nós todos temos também nossos pontos cegos, lugares que não existe palavra suficiente para nos fazer comunicar, para dar conta da vida. A existência é um eterno jogo de palavras, narrativas, alfabetos, símbolos e linguagem. A palavra cria o mundo e nos coloca pra fora de nós mesmos.
Brisas à parte... A infindável cena do prato de comida me deixou exausto. Conseguiram capturar o desconforto e a força de Anne S. nesta jornada de CUIDADO para com outro ser humano. Uma das melhores cenas de drama que eu já presenciei no cinema! O restante o pessoal aqui nos comentários debulhou já: atuações, diálogos, fotografia.
Engraçado ver a distância grande da forma de se relacionar norte-americana com a nossa, brasileira. Isso me deixa meio: "uh, esse pessoal é meio esquisito!"
Apesar disso, consegui me conectar com essa história que também um dia vai ser a sua, a nossa: como é difícil amar alguém e TER que deixá-lo.
Sobretudo, esse filme é uma história sobre AS PALAVRAS, as frases que damos e recebemos por aí.
Essas palavras, ao longo dos anos, se amontoam, rolam pra cima e pra fora de nós, nos escapam e nos deixam perdidos! Esse filme expressou muito bem esse movimento.
Como bem disse Saramago: "estou a referir-me a algo que as palavras jamais poderão exprimir, relativo, absoluto, cheio, vazio, ser ainda, não ser já, (...) porque as palavras, se o não sabe, movem-se muito, mudam de um dia para o outro, são instáveis como sombras, sombras elas mesmas, que tanto estão como deixaram de estar, bolas de sabão, conchas de que mal se sente a respiração, troncos cortados, aí lhe fica a informação, é gratuita".
Faltou "alguma coisa" para Moonlight ser realmente o filmaço que se pretende.
O filme tenta passar o desconforto dos dramas clássicos, mas falha.
Falha não por falta de boas narrativas, boas atuações e execução - pois tudo isso é ótimo -, mas por meter os pés pelas mãos ao tentar alcançar aquele toque "noir, blasè da vida real" de qualquer forma.
Essa forçação de barra fez o roteiro ficar meio sem pé nem cabeça, vcs não acham?
O rapaz que persegue Chiron na escola é um puro maníaco, faz de tudo contra ele, publicamente - mas ilogicamente Chiron é expulso quando reage de forma menos pior. A cena em que Kevin simplesmente aceita socar Chiron!?
Qual o sentido disso tudo caindo do céu, totalmente sem uma construção mais cuidadosa e natural? Isso só me faz pensar que norte-americanos que filmam dramas tem que ver mais os filmes de diretores como o finlandês Aki Kaurismaki, o romeno Cristian Mungiu e até mesmo o Almodóvar!
Um século pode passar, mas o pudor continua atacando da mesma forma a psicanálise e suas descobertas. Tive a sorte de ler, alguns dias atrás, um texto do próprio Freud narrando a história da psicanálise, de suas descobertas e de como foi complicada a recepção de suas ideias - e o filme sintetizou muito fielmente essa história. Está muito bem retratado a sua relação com Breuer, a "transferência" que este "perdeu a chance" de concluir com a Cecily e até mesmo o medo de Freud ser literalmente apedrejado nas ruas. Teve que ter coragem demais pra seguir. Achei bem emocionante!
pela primeira (e única) vez, falar sem gaguejar, auto-afirmado, como se fosse outro.
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Existe muita discussão atual que a obra traz para debate, como a importância da luta antimanicomial, dos estigmas-sociais, rótulos (vc gosta do Fanon? Foucalt? Então vai pirar assistindo). Filmes que se conectam com esse: > Garota, Interrompida > Réquiem Para um Sonho Filmaços, tbm!
Literalmente Antenor "rouba" as lembranças de Eurídice, as tranca em um cofre literal que representa muito bem um cofre metafórico
no qual as mulheres tem sido sistematicamente colocadas pelo patriarcado. Os gestos deste patriarcado estão representados de forma tangível, verossímil, detalhista e muito bem construídos. O pai, o esposo e o médico sendo símbolos máximos e certeiros de um Estado (e uma família) que reproduz o ideário colonizador tão característico do Brasil.
Eu todo arrepiado em uma das lindas cenas de piano de Euridice, pleníssima, e aí chega o EMBUSTE e acende a luz por puro prazer sádico! Que vontade de matar o Gregorio Duvivier.
A narrativa não se contenta só com a história de uma família pequeno-burguesa em decadência, mas explora outros laços e outras vidas. Lembrei muito da minha mãe e das histórias que compartilha comigo: que ela foi obrigada a casar e aguentar tanta coisa - e minha avó, pior ainda, chegava a dar o salário inteiro na mão dos irmãos. Salário conseguido no chão de fábrica, por volta das décadas de 40 e 50 - período médio em que se passa o filme. Meu comentário é um tanto pessoal pois o filme tocou muito nas histórias das mulheres da minha família. Se você gostou desse filme, indico outros sobre histórias de "mulheres versus o mundo": -> 4 meses, 3 semanas, 2 dias (2007 - Romênia) -> As Herdeiras (2018 - Paraguai) -> Como Nossos Pais (2017 - BR)
> A maconha é realmente uma substância que dissolve certos "muros" sociais e o faz com maestria, de forma organizada e pacífica. O filme conseguiu demonstrar isso de maneira fantástica. > Existe um apagamento dos desejos próprios muito bem retratado na narrativa, principalmente nas mulheres. Lynn, a "mãe e esposa", mostra vários lados não explorados e negligenciados - principalmente pelo seu companheiro. Uma vitalidade tremenda que parece sempre pronta para vir à tona. Torcemos a cada minuto para que essa força venha e exploda tudo pelos ares. >Para perturbar, digo que é um filme maravilhoso, apesar de ser estadunidense :P
->O chaveiro da Mariana com uma boneca numa caixa de vidro. O bonequinho do Martin que tem uma janela no peito! Esses e muitos outros pequenos símbolos da vida me capturam sempre. E por isso que eu gosto tanto dos filmes argentinos - são bons nisso. ->Me fala daquela cena dos 20 lances de escada! Fiquei cansado como se eu tivesse subindo (e descendo) junto. Achei muito imersivo e bem filmado, num geral. ->Os monólogos que falam sobre a cidade são ótimos e dariam um filme a parte! ->A narrativa cheia de pontas soltas é uma delícia. Até por isso achei que o desfecho também seria meio "desencontrado"...mas poxa, vai dizer que não foi fofo? :))
Trabalho na educação pública e periférica há 9 anos e nunca vi um retrato tão fiel e fluído de adolescentes em nenhum filme como nesse! Gente, esses atores adolescentes estão impecáveis. Chega a parecer um documentário. O dia a dia de uma escola na periferia de SP é muito parecido, apesar de nossa parca estrutura e quantidade reduzida de funcionários: muitas questões se atropelam a todo momento, justamente como os diálogos entrecortados em sala de aula - que foram perfeitamente capturados... Profs e funcionários lidando com fortes questões psicológicas próprias e alheias a todo momento. Pesado. Achei ótima a narrativa que não "puxa sardinha" pra nenhum lado, mas simplesmente mostra os acontecimentos.
Que intensa a subjetividade desse filme e os símbolos que ele nos traz! Me arrepiei tanto em várias partes.
Como não se apaixonar por Chela? Estamos vendo uma mulher que se descobre não mais sentada no "banco carona". Ela passa a dirigir a própria vida. O simbolismo do carro - que teria tudo para cair no óbvio - ficou sutil e certeiro. "Você não tem carteira pra dirigir", o par castrador ainda tenta argumentar.
"Atreva-se sempre. Esse é um grande culto que poucos professam": esses versos são trazidos pela boca de uma arrasadora paixão. Uma dessas paixões que tiram a inércia da nossa vida, nos viram do avesso, tiram o sono, sacodem o pó! Esses versos ensinam que quem se atreve, não pode nunca mais voltar atrás. E é verdade. (Ainda bem!)
Os comentários aqui estão MUITO bons! Adorei alguém falando que as antiguidades da casa seguem o mesmo ritmo da protagonista: indo embora, prenunciando o destino de Chela e sua transformação em Poupée.
Recomendo outros filmes que são na mesma pegada (mulheres se transformando e traçando a própria vida!): -Gloria (2013/Chile), dirigido por Sebastián Lelio https://filmow.com/gloria-t70793/
-Como Nossos Pais (2017/BR),dirigido por Laís Bodanzky https://filmow.com/como-nossos-pais-t202063/
Quem é observador do micro, das pequenezas da vida, vai encontrar uma narrativa muito bem feita e amarrada. Tem quem fale que o filme é "parado", porém essa história acontece no eixo vertical da subjetividade, dos detalhes e não no eixo horizontal da sucessão de acontecimentos e desencadeamento de situações e tal. Isso deixa a atmosfera pesada, densa e palpável. Essa pegada mais psicológica, que eu gosto muito e que me emociona demais! Senti o mesmo assistindo "Aquarius". Fiquei muito curioso para ler essa obra que citam: Ibsen - Casa de Bonecas
Edit: Quem gostou, veja tbm: "As Herdeiras", filme paraguaio de 2018 https://filmow.com/as-herdeiras-t248490/
Um filme que discute "identidade" e os papéis sociais.
A narrativa é perfeita, de verdade. Me tocou demais, pois além de ácido é super fofo.
Não é a toa que esse diretor tem obras com o foco no trabalho operário e nas camadas populares! O filme ataca o neo-liberalismo a todo momento. Faz isso de forma cortante, cheia de micro símbolos, ironias e gestos largos e caricatos de cada personagem.
Foi o mais animador que eu pude ver do Aki Kaurismaki até agora e o que mais me emocionou. Ele mostra a união de trabalhadores em um grupo maior e como as vezes tudo que precisamos é não ter um nome, não querer um nome e só ir vivendo o que se sente.
A sorte do protagonista é que a vida dele estava resolvida, no fim das contas, mas já pensou se esse divórcio não tivesse sido realizado?
A trilha sonora é milimetricamente bem feita. A banda traz uma "quebra de costume/paradigma" que embala a narrativa. Em todos os filmes dele que vi aparecem músicos e artistas encenando essa quebra com "o que está definido"/com a regra erudita. Daí então, da espontaneidade popular surgem músicos fantásticos. A mulher que cantava "só pra ela" se revela uma grande voz juntamente com os músicos libertos dos dogmas religiosos. Quantos talentos não estão encarcerados por aí? Presos em uma identidade de "motorista de ônibus", "atendente de caixa", etc.
Gostou desse filme? Indico pra vc, de outros diretores: "4 Meses, 3 semanas, 2 dias" e "La Belle Verte" e "Paterson"
Fiquei muito desconfortável assistindo. Só me senti assim vendo "Réquiem Para Um Sonho", que tem uma atmosfera parecida. Muito bem montado, cenas originais. A cena
é uma das mais terríveis que já passei o olho. Os maravilhosos efeitos dos anos 90, aquele psicodelismo super imersivo! A trilha sonora me deixou ansioso hahaha muito bem colocada.
O filme é lúdico. Digo isso pois parece muito descolado da realidade nacional - talvez por um recorte da classe média alta? Talvez. Porém, como li aqui, também penso que ele é fofo e simples, pois é direcionado justamente para o público que retrata: adolescentes em fase escolar. Olhando por aí, ele é muito bem executado e dialoga muito bem com este público. Ter um filme nacional cujo protagonista é uma pessoa com deficiência em busca de sua sexualidade já é uma dádiva em um país que castra a pessoa com deficiência e mata em grande quantidade a população LGBT. Esperava um pouquinho mais, porém não deixa de ser interessante.
Li tantos ótimos comentários aqui! Uma colega que citou Marx, de forma super real e contundente, me fez muito empolgado, pois fiquei com a ideia dos meios de produção enquanto via as bicicletas - que afinal são máquinas, são meios. Um trabalhador sem esses meios básicos está fadado à marginalização, à miséria total, à exploração inescrupulosa e ao mito do "negociar com o patrão".
Um filme para se repensar nossos próprios direitos trabalhistas que dia a dia tem sido aniquilados pelos entusiastas do Estado mínimo!
As cenas de transporte público hiper violento e ineficaz, o trabalho infantil naturalizado, o homem subindo uma montanha de prateleiras infinitas para depositar o único jogo de lençóis do casal, que foi empenhado. Cenas que foram muito marcantes pra mim.
"Que saco deve ser um filme sobre tênis!" Pensamento que me fez esperar para ver esse filmaço!
Um filme sobre a importância da produção de sentido e símbolos para certos grupos de pessoas na sociedade: Mulheres se organizando, inspirando outras e sacudindo a vida daqueles que estão empoeirados pelos costumes (frágeis) da "família tradicional"!
Ao contrário do "amor padrão" que é vendido - aquele que sufoca e mata mulheres todos os dias -
(Ele cuida dos joelhos de Billie, mesmo deduzindo a traição)
Emma Stone está ótima no papel, mas Steve Carrell está inacreditável - daquelas atuações que deixam o ator difícil de reconhecer - só depois me toquei que já havia visto filmes com ele, haha.
Vale muito a pena mesmo pra quem não é fã de esportes, como eu. O filme deve ter menos de 15 minutos de cenas de tênis - e ainda assim são ótimas.
Surpreende como o simples fato de ser escutado por alguém pode mudar uma vida. O filme transmite isso de uma forma muito tênue e completa. Quanto mais anônimo esse alguém que nos escuta, melhor.
Em Lunchbox temos praticamente um processo de terapia: há o reconhecimento das trajetórias e questões das personagens por elas mesmas, através das cartas e sabores.
No final das contas não importam os encontros ou desencontros - podemos deixar essa preocupação para outros muitos filmes com esse enfoque -,
Toda a narrativa do filme tem seu ritmo ditado pelo "tempo do relógio" - um conceito de contagem de tempo que se percebe na revolução industrial. O tempo do relógio, que é cíclico e pontual, se opõe ao tempo da natureza, que foge às engrenagens dos relógios, às sirenes das fábricas, aos dias do mês... Paterson transita entre esses dois tempos, sem se afetar inteiramente por nenhum deles. Acompanhamos um operário pelo ciclo de uma semana. Toda vez que há a quebra do tempo cíclico, ele consegue escrever versos escorado nas brechas do dia a dia. Ouve conversas, relaciona símbolos e seus versos refletem sua personalidade: sempre alinhado, simples e minimalista. Não é a toa que encontra um poeta japonês em um cena´rio de natureza: O estilo poético hai-kai representa bem a personalidade do protagonista e toda a fotografia do filme.
O filme é muito lindo e vale a pena. Após ver fui procurar a poesia de William Carlos Williams, o que foi ótimo para sacar algumas coisas.
Réquiem é uma missa celebrada para homenagear os mortos. Os sonhos mortos nesse filme são de doer, fala sério! Me emocionei muito.
A relação desse filme com os barulhos foi algo que me impressionou demais. Durante toda a narrativa os ruídos, clicks, vozes das multidões, etc são marcantes e cadenciam toda a história. Há um vídeo sobre barulho e psicanálise no canal do Christian Dunker. Esse filme foi um ótimo exemplo sobre o tema e se vc sentiu isso também, veja o vídeo no youtube!
Símbolos que me marcaram: O traficante mudo - reforça toda essa atmosfera com os sons e barulhos. A Marion nas cenas da ponte - usa um vestido quase idêntico ao da Sra. Goldfarb.
Enfim, demorei anos pra assistir e só sinto que deveria ter visto antes.
Parece a história de dois burguesinho safados (e é), porém o filme está cheio de sarcasmo. Como a América Latina se parece! A desigualdade tão gritante e pungente. Achei muito sensível isso ser mostrado entre as cenas e no meio dos "problemas" da elite mexicana.
Os dois levam uma lavada de Luisa, o que eu não estava esperando acontecer. Pensei no começo que seria um American-Pie latino, mas o diretor soube enganar muito bem para nos surpreender com coisas um pouco mais profundas.
A realidade não é maravilhosa. Mas os pequenos detalhes da realidade que transformam as vidas, esses são lindos. Este filme é exatamente sobre pequenas revoluções em uma vida estagnada há décadas e isso me emocionou muito. Uma senhora, uma operária, passar por uma experiência de
Gente, eu tô doido pela banda Grýlurnar e soube que ela aparece em algo desse doc. Alguém sabe onde eu posso encontrar, por favor? :) Edit, encontrei e já baixei. Quem quiser, dá um salve inbox.
Blind
3.7 123 Assista AgoraSou pessoa com baixa visão e tenho buscado filmes com/sobre pessoas cegas.
Afirmo algo: A visão engana mesmo, e muito!, mas ela dá um (falso) contorno para a realidade, uma âncora, algo "pra se agarrar", sabe?
Quando a gente não enxerga, ou enxerga muito mal (como eu) é muito mais fácil fantasiar. Digo mais fácil por que a fantasia é algo que desde Freud tem sido mostrado que é prática comum e diária de todos nós - e bem, vcs sabem, muitas fantasias de pessoas não deficientes acabam muitas vezes substituindo a relaidade! O filme mostra esse processo, comum a todos, mas em alguém sem o suporte visual.
Acho que foi o filme que mais traduziu a sensação de perder a visão, pra mim. Eu me vejo muitas vezes "virtualizando" cenas que eu não consigo enxergar direito - será que a minha namorada tá olhando pra mim, do outro lado da estação da Sé? Ela sorri? Acena?
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista Agora"Não se pode fazer nada para desenterrar essa alma humana?
Toda a vizinhança correria para salvar essa mulher se ela fosse enterrada viva na profundidade de uma tumba trabalhariam com zelo até que ela fosse desenterrada.
Se houvesse alguém que tivesse tanto paciência quanto zelo, poderia despertá-la..."
Olha... eu me sinto até pouco preparado para fazer um comentário, pq a profundidade humana que esse filme alcança não é brincadeira.
A educação e a linguagem desenterraram Helen Keller.
E sabe, a sensação é que nós todos temos também nossos pontos cegos, lugares que não existe palavra suficiente para nos fazer comunicar, para dar conta da vida.
A existência é um eterno jogo de palavras, narrativas, alfabetos, símbolos e linguagem.
A palavra cria o mundo e nos coloca pra fora de nós mesmos.
Brisas à parte...
A infindável cena do prato de comida me deixou exausto. Conseguiram capturar o desconforto e a força de Anne S. nesta jornada de CUIDADO para com outro ser humano. Uma das melhores cenas de drama que eu já presenciei no cinema!
O restante o pessoal aqui nos comentários debulhou já: atuações, diálogos, fotografia.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraEngraçado ver a distância grande da forma de se relacionar norte-americana com a nossa, brasileira. Isso me deixa meio: "uh, esse pessoal é meio esquisito!"
Apesar disso, consegui me conectar com essa história que também um dia vai ser a sua, a nossa: como é difícil amar alguém e TER que deixá-lo.
Sobretudo, esse filme é uma história sobre AS PALAVRAS, as frases que damos e recebemos por aí.
Essas palavras, ao longo dos anos, se amontoam, rolam pra cima e pra fora de nós, nos escapam e nos deixam perdidos! Esse filme expressou muito bem esse movimento.
Como bem disse Saramago:
"estou a referir-me a algo que as palavras jamais poderão exprimir, relativo, absoluto, cheio, vazio, ser ainda, não ser já, (...) porque as palavras, se o não sabe, movem-se muito, mudam de um dia para o outro, são instáveis como sombras, sombras elas mesmas, que tanto estão como deixaram de estar, bolas de sabão, conchas de que mal se sente a respiração, troncos cortados, aí lhe fica a informação, é gratuita".
Quando Charlie se depara com
aquela carta do início, na leitura incerta do filho, nos aliviamos demais, pois sabemos que elas, as palavras, encontraram finalmente seu destino
Pro filme ser perfeito, só faltou ser brasileiro ou latino. kkkk Aposto que assim eles iam dar um jeito.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraFaltou "alguma coisa" para Moonlight ser realmente o filmaço que se pretende.
O filme tenta passar o desconforto dos dramas clássicos, mas falha.
Falha não por falta de boas narrativas, boas atuações e execução - pois tudo isso é ótimo -, mas por meter os pés pelas mãos ao tentar alcançar aquele toque "noir, blasè da vida real" de qualquer forma.
Essa forçação de barra fez o roteiro ficar meio sem pé nem cabeça, vcs não acham?
O rapaz que persegue Chiron na escola é um puro maníaco, faz de tudo contra ele, publicamente - mas ilogicamente Chiron é expulso quando reage de forma menos pior.
A cena em que Kevin simplesmente aceita socar Chiron!?
Qual o sentido disso tudo caindo do céu, totalmente sem uma construção mais cuidadosa e natural? Isso só me faz pensar que norte-americanos que filmam dramas tem que ver mais os filmes de diretores como o finlandês Aki Kaurismaki, o romeno Cristian Mungiu e até mesmo o Almodóvar!
Freud, Além da Alma
3.9 175 Assista AgoraUm século pode passar, mas o pudor continua atacando da mesma forma a psicanálise e suas descobertas.
Tive a sorte de ler, alguns dias atrás, um texto do próprio Freud narrando a história da psicanálise, de suas descobertas e de como foi complicada a recepção de suas ideias - e o filme sintetizou muito fielmente essa história.
Está muito bem retratado a sua relação com Breuer, a "transferência" que este "perdeu a chance" de concluir com a Cecily e até mesmo o medo de Freud ser literalmente apedrejado nas ruas. Teve que ter coragem demais pra seguir.
Achei bem emocionante!
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraAquele filme que te coloca no chão e flutuando no ar ao mesmo tempo.
Os pequenos gestos dos corpos que vão se libertando de um sistema de "saúde" totalmente caduco são de partir o coração - e de dar frio na barriga.
Essa "libertação dos corpos" e seus pequenos gestos foi sensivelmente captada! Como é triste e bonito quando o Chefe
começa a se libertar de sua prisão interna! Indo dos grossos movimentos com a bola de basquete até o fino pegar de uma folha de chiclete! -
pela primeira (e única) vez, falar sem gaguejar, auto-afirmado, como se fosse outro.
Existe muita discussão atual que a obra traz para debate, como a importância da luta antimanicomial, dos estigmas-sociais, rótulos (vc gosta do Fanon? Foucalt? Então vai pirar assistindo).
Filmes que se conectam com esse:
> Garota, Interrompida
> Réquiem Para um Sonho
Filmaços, tbm!
e ah, #DefendamOSUS!!!
A Vida Invisível
4.3 642Que roubo pode ser mais cruel do que o da própria história e da autonomia de outra pessoa?
Literalmente Antenor "rouba" as lembranças de Eurídice, as tranca em um cofre literal que representa muito bem um cofre metafórico
Os gestos deste patriarcado estão representados de forma tangível, verossímil, detalhista e muito bem construídos. O pai, o esposo e o médico sendo símbolos máximos e certeiros de um Estado (e uma família) que reproduz o ideário colonizador tão característico do Brasil.
Eu todo arrepiado em uma das lindas cenas de piano de Euridice, pleníssima, e aí chega o EMBUSTE e acende a luz por puro prazer sádico! Que vontade de matar o Gregorio Duvivier.
A narrativa não se contenta só com a história de uma família pequeno-burguesa em decadência, mas explora outros laços e outras vidas.
Lembrei muito da minha mãe e das histórias que compartilha comigo: que ela foi obrigada a casar e aguentar tanta coisa - e minha avó, pior ainda, chegava a dar o salário inteiro na mão dos irmãos. Salário conseguido no chão de fábrica, por volta das décadas de 40 e 50 - período médio em que se passa o filme.
Meu comentário é um tanto pessoal pois o filme tocou muito nas histórias das mulheres da minha família.
Se você gostou desse filme, indico outros sobre histórias de "mulheres versus o mundo":
-> 4 meses, 3 semanas, 2 dias (2007 - Romênia)
-> As Herdeiras (2018 - Paraguai)
-> Como Nossos Pais (2017 - BR)
Procura Insaciável
4.0 20> A maconha é realmente uma substância que dissolve certos "muros" sociais e o faz com maestria, de forma organizada e pacífica. O filme conseguiu demonstrar isso de maneira fantástica.
> Existe um apagamento dos desejos próprios muito bem retratado na narrativa, principalmente nas mulheres. Lynn, a "mãe e esposa", mostra vários lados não explorados e negligenciados - principalmente pelo seu companheiro. Uma vitalidade tremenda que parece sempre pronta para vir à tona. Torcemos a cada minuto para que essa força venha e exploda tudo pelos ares.
>Para perturbar, digo que é um filme maravilhoso, apesar de ser estadunidense :P
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista Agora->O chaveiro da Mariana com uma boneca numa caixa de vidro. O bonequinho do Martin que tem uma janela no peito! Esses e muitos outros pequenos símbolos da vida me capturam sempre. E por isso que eu gosto tanto dos filmes argentinos - são bons nisso.
->Me fala daquela cena dos 20 lances de escada! Fiquei cansado como se eu tivesse subindo (e descendo) junto. Achei muito imersivo e bem filmado, num geral.
->Os monólogos que falam sobre a cidade são ótimos e dariam um filme a parte!
->A narrativa cheia de pontas soltas é uma delícia. Até por isso achei que o desfecho também seria meio "desencontrado"...mas poxa, vai dizer que não foi fofo? :))
Entre os Muros da Escola
3.9 363Trabalho na educação pública e periférica há 9 anos e nunca vi um retrato tão fiel e fluído de adolescentes em nenhum filme como nesse! Gente, esses atores adolescentes estão impecáveis. Chega a parecer um documentário.
O dia a dia de uma escola na periferia de SP é muito parecido, apesar de nossa parca estrutura e quantidade reduzida de funcionários: muitas questões se atropelam a todo momento, justamente como os diálogos entrecortados em sala de aula - que foram perfeitamente capturados... Profs e funcionários lidando com fortes questões psicológicas próprias e alheias a todo momento. Pesado.
Achei ótima a narrativa que não "puxa sardinha" pra nenhum lado, mas simplesmente mostra os acontecimentos.
As Herdeiras
3.4 38Que intensa a subjetividade desse filme e os símbolos que ele nos traz! Me arrepiei tanto em várias partes.
Como não se apaixonar por Chela? Estamos vendo uma mulher que se descobre não mais sentada no "banco carona". Ela passa a dirigir a própria vida. O simbolismo do carro - que teria tudo para cair no óbvio - ficou sutil e certeiro. "Você não tem carteira pra dirigir", o par castrador ainda tenta argumentar.
"Atreva-se sempre. Esse é um grande culto que poucos professam": esses versos são trazidos pela boca de uma arrasadora paixão. Uma dessas paixões que tiram a inércia da nossa vida, nos viram do avesso, tiram o sono, sacodem o pó! Esses versos ensinam que quem se atreve, não pode nunca mais voltar atrás. E é verdade. (Ainda bem!)
Os comentários aqui estão MUITO bons! Adorei alguém falando que as antiguidades da casa seguem o mesmo ritmo da protagonista: indo embora, prenunciando o destino de Chela e sua transformação em Poupée.
Recomendo outros filmes que são na mesma pegada (mulheres se transformando e traçando a própria vida!):
-Gloria (2013/Chile), dirigido por Sebastián Lelio
https://filmow.com/gloria-t70793/
-Como Nossos Pais (2017/BR),dirigido por Laís Bodanzky
https://filmow.com/como-nossos-pais-t202063/
Como Nossos Pais
3.8 444Quem é observador do micro, das pequenezas da vida, vai encontrar uma narrativa muito bem feita e amarrada.
Tem quem fale que o filme é "parado", porém essa história acontece no eixo vertical da subjetividade, dos detalhes e não no eixo horizontal da sucessão de acontecimentos e desencadeamento de situações e tal. Isso deixa a atmosfera pesada, densa e palpável.
Essa pegada mais psicológica, que eu gosto muito e que me emociona demais! Senti o mesmo assistindo "Aquarius".
Fiquei muito curioso para ler essa obra que citam: Ibsen - Casa de Bonecas
Edit: Quem gostou, veja tbm:
"As Herdeiras", filme paraguaio de 2018
https://filmow.com/as-herdeiras-t248490/
O Homem Sem Passado
3.8 46Um filme que discute "identidade" e os papéis sociais.
A narrativa é perfeita, de verdade. Me tocou demais, pois além de ácido é super fofo.
Não é a toa que esse diretor tem obras com o foco no trabalho operário e nas camadas populares! O filme ataca o neo-liberalismo a todo momento. Faz isso de forma cortante, cheia de micro símbolos, ironias e gestos largos e caricatos de cada personagem.
Foi o mais animador que eu pude ver do Aki Kaurismaki até agora e o que mais me emocionou. Ele mostra a união de trabalhadores em um grupo maior e como as vezes tudo que precisamos é não ter um nome, não querer um nome e só ir vivendo o que se sente.
A sorte do protagonista é que a vida dele estava resolvida, no fim das contas, mas já pensou se esse divórcio não tivesse sido realizado?
A trilha sonora é milimetricamente bem feita. A banda traz uma "quebra de costume/paradigma" que embala a narrativa. Em todos os filmes dele que vi aparecem músicos e artistas encenando essa quebra com "o que está definido"/com a regra erudita. Daí então, da espontaneidade popular surgem músicos fantásticos. A mulher que cantava "só pra ela" se revela uma grande voz juntamente com os músicos libertos dos dogmas religiosos. Quantos talentos não estão encarcerados por aí? Presos em uma identidade de "motorista de ônibus", "atendente de caixa", etc.
Gostou desse filme? Indico pra vc, de outros diretores: "4 Meses, 3 semanas, 2 dias" e "La Belle Verte" e "Paterson"
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraFiquei muito desconfortável assistindo. Só me senti assim vendo "Réquiem Para Um Sonho", que tem uma atmosfera parecida.
Muito bem montado, cenas originais. A cena
do bebê morto
Os maravilhosos efeitos dos anos 90, aquele psicodelismo super imersivo!
A trilha sonora me deixou ansioso hahaha muito bem colocada.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista AgoraO filme é lúdico. Digo isso pois parece muito descolado da realidade nacional - talvez por um recorte da classe média alta? Talvez.
Porém, como li aqui, também penso que ele é fofo e simples, pois é direcionado justamente para o público que retrata: adolescentes em fase escolar. Olhando por aí, ele é muito bem executado e dialoga muito bem com este público.
Ter um filme nacional cujo protagonista é uma pessoa com deficiência em busca de sua sexualidade já é uma dádiva em um país que castra a pessoa com deficiência e mata em grande quantidade a população LGBT.
Esperava um pouquinho mais, porém não deixa de ser interessante.
Ladrões de Bicicleta
4.4 533 Assista AgoraLi tantos ótimos comentários aqui!
Uma colega que citou Marx, de forma super real e contundente, me fez muito empolgado, pois fiquei com a ideia dos meios de produção enquanto via as bicicletas - que afinal são máquinas, são meios.
Um trabalhador sem esses meios básicos está fadado à marginalização, à miséria total, à exploração inescrupulosa e ao mito do "negociar com o patrão".
Um filme para se repensar nossos próprios direitos trabalhistas que dia a dia tem sido aniquilados pelos entusiastas do Estado mínimo!
As cenas de transporte público hiper violento e ineficaz, o trabalho infantil naturalizado, o homem subindo uma montanha de prateleiras infinitas para depositar o único jogo de lençóis do casal, que foi empenhado. Cenas que foram muito marcantes pra mim.
Batalha dos Sexos
3.8 7"Que saco deve ser um filme sobre tênis!"
Pensamento que me fez esperar para ver esse filmaço!
Um filme sobre a importância da produção de sentido e símbolos para certos grupos de pessoas na sociedade: Mulheres se organizando, inspirando outras e sacudindo a vida daqueles que estão empoeirados pelos costumes (frágeis) da "família tradicional"!
Ao contrário do "amor padrão" que é vendido - aquele que sufoca e mata mulheres todos os dias -
o pequeno recuo e apoio de Larry ao desenrolar de toda a situação foram dignos e contrários aos padrões atuais.
(Ele cuida dos joelhos de Billie, mesmo deduzindo a traição)
Emma Stone está ótima no papel, mas Steve Carrell está inacreditável - daquelas atuações que deixam o ator difícil de reconhecer - só depois me toquei que já havia visto filmes com ele, haha.
Vale muito a pena mesmo pra quem não é fã de esportes, como eu. O filme deve ter menos de 15 minutos de cenas de tênis - e ainda assim são ótimas.
Lunchbox
4.1 135 Assista AgoraSurpreende como o simples fato de ser escutado por alguém pode mudar uma vida. O filme transmite isso de uma forma muito tênue e completa.
Quanto mais anônimo esse alguém que nos escuta, melhor.
Em Lunchbox temos praticamente um processo de terapia: há o reconhecimento das trajetórias e questões das personagens por elas mesmas, através das cartas e sabores.
No final das contas não importam os encontros ou desencontros - podemos deixar essa preocupação para outros muitos filmes com esse enfoque -,
mas sim a forma como Saajan e Ila terminam seu contato como pessoas totalmente diferentes.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraRecomendo aos gados que vejam o filme do Edir Macedo
parça do mito
e assim poderão pastar mais adequadamente rs
Paterson
3.9 353 Assista AgoraToda a narrativa do filme tem seu ritmo ditado pelo "tempo do relógio" - um conceito de contagem de tempo que se percebe na revolução industrial. O tempo do relógio, que é cíclico e pontual, se opõe ao tempo da natureza, que foge às engrenagens dos relógios, às sirenes das fábricas, aos dias do mês... Paterson transita entre esses dois tempos, sem se afetar inteiramente por nenhum deles.
Acompanhamos um operário pelo ciclo de uma semana. Toda vez que há a quebra do tempo cíclico, ele consegue escrever versos escorado nas brechas do dia a dia. Ouve conversas, relaciona símbolos e seus versos refletem sua personalidade: sempre alinhado, simples e minimalista. Não é a toa que encontra um poeta japonês em um cena´rio de natureza: O estilo poético hai-kai representa bem a personalidade do protagonista e toda a fotografia do filme.
O filme é muito lindo e vale a pena. Após ver fui procurar a poesia de William Carlos Williams, o que foi ótimo para sacar algumas coisas.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraRéquiem é uma missa celebrada para homenagear os mortos.
Os sonhos mortos nesse filme são de doer, fala sério! Me emocionei muito.
A relação desse filme com os barulhos foi algo que me impressionou demais. Durante toda a narrativa os ruídos, clicks, vozes das multidões, etc são marcantes e cadenciam toda a história. Há um vídeo sobre barulho e psicanálise no canal do Christian Dunker. Esse filme foi um ótimo exemplo sobre o tema e se vc sentiu isso também, veja o vídeo no youtube!
Símbolos que me marcaram:
O traficante mudo - reforça toda essa atmosfera com os sons e barulhos.
A Marion nas cenas da ponte - usa um vestido quase idêntico ao da Sra. Goldfarb.
Enfim, demorei anos pra assistir e só sinto que deveria ter visto antes.
E Sua Mãe Também
4.0 519Parece a história de dois burguesinho safados (e é), porém o filme está cheio de sarcasmo.
Como a América Latina se parece! A desigualdade tão gritante e pungente. Achei muito sensível isso ser mostrado entre as cenas e no meio dos "problemas" da elite mexicana.
Os dois levam uma lavada de Luisa, o que eu não estava esperando acontecer. Pensei no começo que seria um American-Pie latino, mas o diretor soube enganar muito bem para nos surpreender com coisas um pouco mais profundas.
Pela Janela
3.5 57A realidade não é maravilhosa. Mas os pequenos detalhes da realidade que transformam as vidas, esses são lindos. Este filme é exatamente sobre pequenas revoluções em uma vida estagnada há décadas e isso me emocionou muito. Uma senhora, uma operária, passar por uma experiência de
viajar para outro país, conhecer outra língua, outros costumes e praticamente voltar como outra pessoa - mesmo que milimetricamente -
Edite: se vc gostou desse filme, assista "As Herdeiras", filme paraguaio de 2018.
Rokk í Reykjavík
3.6 3Gente, eu tô doido pela banda Grýlurnar e soube que ela aparece em algo desse doc.
Alguém sabe onde eu posso encontrar, por favor? :)
Edit, encontrei e já baixei. Quem quiser, dá um salve inbox.