Parece um filme do Samuel Fuller adaptado para sessão da tarde. E o resultado é excelente! Equilibra uma abordagem crua com muita suspensão de descrença. Ainda bem que o Luc Besson ainda tem energia para entregar uma pérola como essa. E como sempre nos filmes dele, o protagonista precisa se superar na atuação.
Há uma versão no YouTube - baixa resolução, mas bom áudio. Uma pena ter tantas pérolas nacionais sem restauro. Espero que a IA facilite este trabalho. Para mim, é uma clara mensagem contra a meritocracia, em como os indivíduos podem estar presos numa realidade social, sem possibilidade de ascensão de qualquer natureza. A filosofia de vida seguida por uma das personagens, de sempre se manter em movimento e de não voltar é bem elucidativa sobre a msg que o filme quer passar. É interessante acompanhar as mudanças sociais naquele ambiente, remetendo a um experimento controlado.
Um belo roteiro, cheio de nuances, de incômodos e de perguntas desconcertantes, como um bom livro de investigação. Interessante perceber ao longo da trama que a verdade não importa no julgamento. A verdade nem sempre é mais convincente do que os pré julgamentos, do que o desejo por histórias diferentes.
Uma boa comédia em que um grupo de amigos tenta encontrar a filha de uma cafetina para que um deles se case com ela e tenha direito a herança. A saga para encontra-la é bem divertida. Saliento a hilária cena do grupo tentando contato com a cafetina através de um médium.
O filme não resolve o drama familiar, nem a catástrofe. Isso não chega a ser ruim, pois há bons motivos para gostar deste filme: O tom realista das mortes e dos desastres naturais, o drama familiar em que todos estão errados ou fazendo besteiras e, as cenas na mina, tão simples, mas muito bem executadas.
Uma contratada avulsa da vida, que mais parece uma prisão urbana representada pela fábrica. As fugas da realidade são fugazes e ela é sempre puxada de volta.
Vi uma versão colorizada no YT. Tem boas atuações, principalmente da atriz coadjuvante, Vale pelas locações sinuosas e por ser um filme bem acessível em termos de ritmo e preenchimento com diálogos, ainda que o roteiro seja simples.
Uma boa história, com um vilão realmente difícil de vencer. A progressão das lutas, bem como a preparação para as lutas são bem montadas. Além da boa história, as lutas são primorosas, cruas, sem jogos de câmera, apenas com efeitos sonoros e, um time grande bons lutadores.
Cativante e inspirador. Apesar da linha tênue com o drama do alcoolismo, há espaço para um conto leve, que insere a bebida como traço cultural daquela comunidade, incluindo os problemas sociais e de saúde pública que o alcoolismo gera. O álcool é o elemento escolhido para discutir a solidão. Traz como pano de fundo a dura missão dos professores e os anseios dos adolescentes. Uma pena tantas pessoas terem enxergado uma apologia a bebida ou sentido falta de um tom mais crítico. Para mim a obra deixa claro a corda bamba de quando alguém consome álcool e tem benefícios imediatos e, quando alguém está sendo consumido pelo álcool.
Meia hora de filme já estava tudo perdido e eu torcendo pra ninguém conversar com o vilão, pro cara viajar com a esposa, pra médica não ser hipnotizada... Tudo em vão
. Fiquei tão imerso que não fui percebendo as pistas, só perto do final em que as cenas tomam rumos inteligíveis é que a ficha foi caindo. A impressão que me deu é de que já assisti o mesmo filme com roupagem Hollywood em versões mastigadas, nenhum deles melhor do que a saga deste investigador.
O filme consegue emular o ambiente e o clima dos filmes de investigação dos anos 60. As referências são mencionadas no quarto da protagonista. Apesar de ser previsível, tem uma estética agradável e um bom ritmo.
A honestidade é apresentada como um fardo na vida de um jovem. A que custo e a quantos riscos vale brigar por mais direitos? Uma bela reflexão sobre consciência de classe.
A história é interessante e retrata de forma incrível a condição de opressão sofrida pela mulher. No entanto, peca muito no ritmo e na construção da condição psicológica da esposa. Ficou aquela sensação de que um pouco do estilo de Cronemberg faria bem a trama.
A criação do suspense, a tensão constante e os elementos inebriantes e imersivos da obra são uma aula para o gênero suspense. As excelentes atuações tbém ajudam bastante.
Excelente construção do medo, pautado no cenário iluminado com sombras nas janelas, manchas nos móveis e objetos se movendo. O ponto alto da trama se dá pela dubiedade da narrativa: Você pode escolher a trama da possessão clássica oitentista, bastante eficiente; ou a trama psicológica da menina solitária e extremamente sobrecarregada com afazeres domésticos e cuidados dos irmãos. Eu preferi focar no drama realista da menina que perde sua adolescência e segue o fluxo sem ninguém com quem desabafar. É o cenário perfeito para transfigurar o pai em uma aura sobrenatural, mas completamente instável.
Como a ingenuidade e a vulnerabilidade latentes na protagonista podem castiga-la. Sem piedade ou empatia no âmbito religioso e sem acolhimento da família. Nesta obra, tanto a trila sonora, como as peculiaridades da filmagem, em nada romantizam o sofrimento. Não entendo quem percebeu o filme como uma ode ao sofrimento feminino. Assim como não entendo classificarem este filme como romance. É impossível recortar a primeira hora desta película, se vc acompanhou o desenrolar da história.
Aquela energia de trailer o filme inteiro. Tem excelentes atuações e uma trilha bem afiada. Senti falta de ver personagens baseados em pessoas reais, não somente no arquétipo. As cenas isoladas funcionam melhor do que o filme todo. A melhor delas pra mim e talvez uma das mais simples, foi a tentativa de gravação com som em oito takes: há um tom cartunesco, teatral, que nos leva para um mundo de fantasia, mas toda hora nos lembra que há questões problemáticas que não devem ser romantizadas.
Um bom drama familiar, sobre relações de matrimônio e de maternidade. A roupagem de viagem no tempo vem de uma fórmula bem conhecida do público, diria até com certo lugar de conforto pela jornada do herói bem típica que a protagonista vivencia. No entanto, aqui ganha mais velocidade e liberdade de criação dos universos. Não é suficiente para ser considerado inovador, mas garante bem os momentos de drama, comédia e aventura. A Yeoh está ótima, mas faço menção a Jamie Lee Curtis, com um personagem mal planejado e fácil de estragar, mas que ela interpreta com maestria.
Uma atuação digna de muitos prêmios da Mia Goth. Atuação essa bem difícil: precisa ser gradativa, de um tom ingênuo para um tom duro e confiante, de arroubos emocionais e mudanças de humor constantes. O terror mental proporciona uma experiência de drama, que vai gerando ansiedade, angústia, para enfim desaguar em um profundo desespero. Tem excelentes enquadramentos, figurino e a estética bem próxima do Technicolor. É um terror iluminado e imersivo, em que não precisamos torcer para alguém ficar vivo. E é incrível como Pearl, com tantos elementos iguais a X, ao mesmo tempo se distancia e justifica a obra, inserindo outros elementos do gênero.
Um dos melhores representantes do cinema noir. É provável que seja um dos mais fáceis, pela bela fotografia e por manter o ritmo com muitos diálogos. O clima de desconfiança é alimentado de forma simples e elegante, com bastante mentira, cinismo e ceticismo. É neste clima que o filme termina, mesmo explicando certos acontecimentos, nenhum personagem conseguiria nos convencer de qualquer coisa. A semente da dúvida foi plantada, regada e criou raízes muito profundas.
Um retrato do cotidiano de uma família disfuncional e comum. Incrível como sob o olhar do espectador, todos estão errados e só se machucam mais. Os personagens cansam, tentam arrumar as relações, mas há muito desapego, rancor e vazio existencial. Para a protagonista, o escape é a juventude, a esperança de que algum dia ela encontre algo para ser feliz.
O filme certamente provoca empatia naqueles que estão abertos a sentir a dor da perda. No entanto, é um filme que carece de ritmo e de bom roteiro. A sensibilidade genuína das atuações e da trilha sonora compensam. A obra poderia incluir espectadores dispostos apenas a ver um filme melancólico, sem precisar transpor as próprias histórias de dor. Não perderia a autoralidade.
Me pareceu muito um filme para TV. Toda hora me dava a sensação de solução pouco criativa pela muleta dos maneirismos de filmes autobiograficos. As atuações do Austin Butler e do Tom Hanks sustentam a obra. Sobre o Elvis, um bom documentário sobre a carreira dele teria sido mais proveitoso e arrancaria mais emoções.
DogMan
3.6 57 Assista AgoraParece um filme do Samuel Fuller adaptado para sessão da tarde. E o resultado é excelente! Equilibra uma abordagem crua com muita suspensão de descrença. Ainda bem que o Luc Besson ainda tem energia para entregar uma pérola como essa. E como sempre nos filmes dele, o protagonista precisa se superar na atuação.
Sete Dias de Agonia
3.6 4Há uma versão no YouTube - baixa resolução, mas bom áudio. Uma pena ter tantas pérolas nacionais sem restauro. Espero que a IA facilite este trabalho. Para mim, é uma clara mensagem contra a meritocracia, em como os indivíduos podem estar presos numa realidade social, sem possibilidade de ascensão de qualquer natureza. A filosofia de vida seguida por uma das personagens, de sempre se manter em movimento e de não voltar é bem elucidativa sobre a msg que o filme quer passar. É interessante acompanhar as mudanças sociais naquele ambiente, remetendo a um experimento controlado.
Anatomia de uma Queda
4.0 778 Assista AgoraUm belo roteiro, cheio de nuances, de incômodos e de perguntas desconcertantes, como um bom livro de investigação. Interessante perceber ao longo da trama que a verdade não importa no julgamento. A verdade nem sempre é mais convincente do que os pré julgamentos, do que o desejo por histórias diferentes.
A Filha de Madame Betina
2.0 2Uma boa comédia em que um grupo de amigos tenta encontrar a filha de uma cafetina para que um deles se case com ela e tenha direito a herança. A saga para encontra-la é bem divertida. Saliento a hilária cena do grupo tentando contato com a cafetina através de um médium.
O Abismo
2.5 62 Assista AgoraO filme não resolve o drama familiar, nem a catástrofe. Isso não chega a ser ruim, pois há bons motivos para gostar deste filme: O tom realista das mortes e dos desastres naturais, o drama familiar em que todos estão errados ou fazendo besteiras e, as cenas na mina, tão simples, mas muito bem executadas.
Falsa Loura
2.9 139Uma contratada avulsa da vida, que mais parece uma prisão urbana representada pela fábrica. As fugas da realidade são fugazes e ela é sempre puxada de volta.
Argélia
3.6 10 Assista AgoraVi uma versão colorizada no YT. Tem boas atuações, principalmente da atriz coadjuvante, Vale pelas locações sinuosas e por ser um filme bem acessível em termos de ritmo e preenchimento com diálogos, ainda que o roteiro seja simples.
A Lâmina Fatal
3.4 17 Assista AgoraUma boa história, com um vilão realmente difícil de vencer. A progressão das lutas, bem como a preparação para as lutas são bem montadas. Além da boa história, as lutas são primorosas, cruas, sem jogos de câmera, apenas com efeitos sonoros e, um time grande bons lutadores.
Hypnotic: Ameaça Invisível
2.7 119 Assista AgoraRoteiro muito mal escrito, atuações bem prejudicadas pela história. Até poderia render um bom filme pelo argumento, mas a execução é muito ruim.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 797 Assista AgoraCativante e inspirador. Apesar da linha tênue com o drama do alcoolismo, há espaço para um conto leve, que insere a bebida como traço cultural daquela comunidade, incluindo os problemas sociais e de saúde pública que o alcoolismo gera. O álcool é o elemento escolhido para discutir a solidão. Traz como pano de fundo a dura missão dos professores e os anseios dos adolescentes. Uma pena tantas pessoas terem enxergado uma apologia a bebida ou sentido falta de um tom mais crítico. Para mim a obra deixa claro a corda bamba de quando alguém consome álcool e tem benefícios imediatos e, quando alguém está sendo consumido pelo álcool.
A Cura
3.9 79Meia hora de filme já estava tudo perdido e eu torcendo pra ninguém conversar com o vilão, pro cara viajar com a esposa, pra médica não ser hipnotizada... Tudo em vão
Noite Passada em Soho
3.6 726 Assista AgoraO filme consegue emular o ambiente e o clima dos filmes de investigação dos anos 60. As referências são mencionadas no quarto da protagonista. Apesar de ser previsível, tem uma estética agradável e um bom ritmo.
Constans
3.5 2 Assista AgoraA honestidade é apresentada como um fardo na vida de um jovem. A que custo e a quantos riscos vale brigar por mais direitos? Uma bela reflexão sobre consciência de classe.
Devorar
3.7 366 Assista AgoraA história é interessante e retrata de forma incrível a condição de opressão sofrida pela mulher. No entanto, peca muito no ritmo e na construção da condição psicológica da esposa. Ficou aquela sensação de que um pouco do estilo de Cronemberg faria bem a trama.
O Anjo da Noite
3.7 28A criação do suspense, a tensão constante e os elementos inebriantes e imersivos da obra são uma aula para o gênero suspense. As excelentes atuações tbém ajudam bastante.
Verônica: Jogo Sobrenatural
3.1 545 Assista AgoraExcelente construção do medo, pautado no cenário iluminado com sombras nas janelas, manchas nos móveis e objetos se movendo. O ponto alto da trama se dá pela dubiedade da narrativa: Você pode escolher a trama da possessão clássica oitentista, bastante eficiente; ou a trama psicológica da menina solitária e extremamente sobrecarregada com afazeres domésticos e cuidados dos irmãos. Eu preferi focar no drama realista da menina que perde sua adolescência e segue o fluxo sem ninguém com quem desabafar. É o cenário perfeito para transfigurar o pai em uma aura sobrenatural, mas completamente instável.
Ondas do Destino
4.2 334 Assista AgoraComo a ingenuidade e a vulnerabilidade latentes na protagonista podem castiga-la. Sem piedade ou empatia no âmbito religioso e sem acolhimento da família. Nesta obra, tanto a trila sonora, como as peculiaridades da filmagem, em nada romantizam o sofrimento. Não entendo quem percebeu o filme como uma ode ao sofrimento feminino. Assim como não entendo classificarem este filme como romance. É impossível recortar a primeira hora desta película, se vc acompanhou o desenrolar da história.
Babilônia
3.6 332 Assista AgoraAquela energia de trailer o filme inteiro. Tem excelentes atuações e uma trilha bem afiada. Senti falta de ver personagens baseados em pessoas reais, não somente no arquétipo. As cenas isoladas funcionam melhor do que o filme todo. A melhor delas pra mim e talvez uma das mais simples, foi a tentativa de gravação com som em oito takes: há um tom cartunesco, teatral, que nos leva para um mundo de fantasia, mas toda hora nos lembra que há questões problemáticas que não devem ser romantizadas.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraUm bom drama familiar, sobre relações de matrimônio e de maternidade. A roupagem de viagem no tempo vem de uma fórmula bem conhecida do público, diria até com certo lugar de conforto pela jornada do herói bem típica que a protagonista vivencia. No entanto, aqui ganha mais velocidade e liberdade de criação dos universos. Não é suficiente para ser considerado inovador, mas garante bem os momentos de drama, comédia e aventura. A Yeoh está ótima, mas faço menção a Jamie Lee Curtis, com um personagem mal planejado e fácil de estragar, mas que ela interpreta com maestria.
Pearl
3.9 985Uma atuação digna de muitos prêmios da Mia Goth. Atuação essa bem difícil: precisa ser gradativa, de um tom ingênuo para um tom duro e confiante, de arroubos emocionais e mudanças de humor constantes. O terror mental proporciona uma experiência de drama, que vai gerando ansiedade, angústia, para enfim desaguar em um profundo desespero. Tem excelentes enquadramentos, figurino e a estética bem próxima do Technicolor. É um terror iluminado e imersivo, em que não precisamos torcer para alguém ficar vivo. E é incrível como Pearl, com tantos elementos iguais a X, ao mesmo tempo se distancia e justifica a obra, inserindo outros elementos do gênero.
Relíquia Macabra
4.0 182 Assista AgoraUm dos melhores representantes do cinema noir. É provável que seja um dos mais fáceis, pela bela fotografia e por manter o ritmo com muitos diálogos. O clima de desconfiança é alimentado de forma simples e elegante, com bastante mentira, cinismo e ceticismo. É neste clima que o filme termina, mesmo explicando certos acontecimentos, nenhum personagem conseguiria nos convencer de qualquer coisa. A semente da dúvida foi plantada, regada e criou raízes muito profundas.
A Nossos Amores
3.7 53Um retrato do cotidiano de uma família disfuncional e comum. Incrível como sob o olhar do espectador, todos estão errados e só se machucam mais. Os personagens cansam, tentam arrumar as relações, mas há muito desapego, rancor e vazio existencial. Para a protagonista, o escape é a juventude, a esperança de que algum dia ela encontre algo para ser feliz.
Aftersun
4.1 699O filme certamente provoca empatia naqueles que estão abertos a sentir a dor da perda. No entanto, é um filme que carece de ritmo e de bom roteiro. A sensibilidade genuína das atuações e da trilha sonora compensam. A obra poderia incluir espectadores dispostos apenas a ver um filme melancólico, sem precisar transpor as próprias histórias de dor. Não perderia a autoralidade.
Elvis
3.8 757Me pareceu muito um filme para TV. Toda hora me dava a sensação de solução pouco criativa pela muleta dos maneirismos de filmes autobiograficos. As atuações do Austin Butler e do Tom Hanks sustentam a obra. Sobre o Elvis, um bom documentário sobre a carreira dele teria sido mais proveitoso e arrancaria mais emoções.