A cada episódio assistido era um sentimento de dor, inquietação e angústia que se formava sobre mim. A intensidade e a profundidade que The Leftovers tem para retratar questões de ordem filosófica, religiosa/espiritual e emocional de forma extremamente delicada e singular.
No final, a única coisa que resta é dor, e através dela, continuar (tentando) existir.
A vida e suas contradições, a ideia de (in)comunicação em família, paixões passadas, a euforia juvenil e outros sentimentos tão comuns a vida humana.
Talvez esse seja o ''problema'' com esse Cinema mais ''rotineiro'', muitos cinéfilos não estão habituados com um enredo não linear, com uma linguagem sutil e reflexiva.
Película extremamente doce que não foi feita para que você assista em um dia banal.
Posso morrer bem agora, quero ser livre, mas preciso dar liberdade também. As borboletas, aqui têm um significado importante, a própria liberdade, porém, também vejo uma doçura por parte da figura infantil, a criança e sua curiosidade, o desprender-se da realidade, dos sentimentos, sentidos.
É de um realismo maravilhoso. A psicodelia, a mistura entre realidade e sonho é visualmente saboroso.
Uma delícia de curta-metragem, filme ou seja lá o que 'isso' for. Em meio ao nonsense das cenas, é possível sentir uma sensação estranha repleta de simbolismos e críticas de nossa conduta moral, nossas vidas. A coloração presente nesta obra é insana, excitante e deliciosa.
Sentimento de liberdade e transcendência. Tony Gatlif é assim, um diretor diferenciado. Filme completamente louco, assim como seus personagens que transmitem em nós, diversos sentimentos em conflito. Viajar sem dinheiro, como andarilhos, conviver com ciganos, a música que excita, a poesia. É sensorial por demais e não incomoda, ao contrário, fascina.
Tenha 'sentimentos' inclinados para a melancolia e compreenderá toda a 'poesia' desta série que engana ao ser caracterizada como comédia. Esta série é quase que uma animação filosófica (se não for) que explora o pior que há em nós.
Obviamente, apenas quem sentiu, cheirou e saboreou o fracasso em maiores partes, ou em menores partes compreenderá a dor de ser quem se é. Existir é tão complexo quanto viver. Nossas ações injustificáveis e promessas que fazemos a nos mesmos de melhorarmos para assim, ficarmos em harmonia com nós mesmos.
Realmente, essa ideia de dar uma forma antropomórfica em animais dá um toque 'nonsense' na série para mostrar nossas 'insanidades' e frivolidades com a qual estamos inclinados a fazer parte.
O fundo da série é o universo das celebridades que é uma cartada para mostrar a passagem rápida de uma vida ligada ao estrelato que pode acabar em questão de segundos.
''Coda'' mostra-se sutil, mostrando que a ''temida'' morte quer apenas nos acolher quando é o momento de partirmos. A morte por sua vez, é multifacetada tentando convencer a pobre alma a ir com 'ela'. É uma obra de encher os olhos com vida e questionamentos acerca da vida que é breve.
A estética das cores e ilustrações, a jornada da alma acompanhada da morte é fascinante. Causa no espectador, a vontade de almejar por mais mais imagens do gênese de sua vida, mais cores e lembranças memoráveis.
É a primeira vez que assisto um filme de Gaspar Noé. De fato, pelo que eu havia lido sobre ele, já esperava por uma obra 'caótica' com uma estética singular.
Uma obra impactante que começa a 'causar' aflição e angústia desde o início. Sejam fotografias e cenas de forma exacerbada em relação ao túnel e a cena que a antecede revela uma crueza admirável.
A sentença que molda o filme é a questão do tempo ou a 'demonização' dele e como 'ele' tem a capacidade de destruir-nos.
Atrevo-me a pensar nesta obra com uma essência que beira ao realismo, a calamidade do ser humano e suas formas de prazer que, de alguma forma causam ao espectador desconforto e vontade de que o filme termine imediatamente.
A sensibilidade que esse filme apresenta parece ser estritamente congênita nas obras de Honoré. Apresenta-nos a história de três pessoas no âmbito familiar, o pai e seus dois filhos em meio aos dilemas familiares reais.
As características de cada personagem presente no filme é munida de afeição e poesia que parece-me ser impossível não identificar-se com nenhum das personagens. Há 'pequenas' barreiras entre os relacionamentos entre pais e filhos, namorados e namoradas que não estão longe de nosso cotidiano.
A história inicia-se com um toque melancólico tão apaixonante juntamente com a atmosfera outonal que molda por inteiro o filme. Os diálogos, a exposição ao sentir e ser sentido, a fragilidade de nós mesmos.
No fim das contas, ''Em Paris'', é um filme para reunir amigos distantes e não distantes, familiares e, talvez pessoas importantes para saborear as aventuras e desventuras da vida.
Aprecio a Arte, e devo dizer que o 'causador' deste meu fascínio por pinturas, cores e materiais artísticos é justamente Van Gogh. Meu primeiro contato com Arte foi através deste ser, que com adversidade e taciturnidade encantou-me com suas obras.
Esta obra quase que documental, revela um lado de Vincent que poucos ousariam conhecer. A troca de cartas entre seu irmão, Theo é apenas um 'pano' transparente em meio a tanta poesia e melancolia em que embalam-se palavras proferidas por ambos.
Ademais, mostra-se sua trajetória como pintor (artista) e como ser humano também.
De mãos entrelaçadas com sua evolução pictórica misturada com tamanha solidão e misantropia.
Devo dizer que este filme parece-me um tanto quanto despretensioso, porém, nada espetacular. Desde de um enredo fútil e sem nexo, cuja 'razão' só é dita no fim do filme, ocasionando uma total perda de 'tempo' em quem assiste.
A única coisa interessante que posso 'salvar' deste filme, foi a atuação da 'mocinha', que também 'transformou-se' em outra pessoa ao ser colocada numa situação de perigo.
Sinceramente, como um filme do gênero 'gore', este não me é formidável.
De início, quem lê a sinopse deste filme em qualquer lugar da internet, irá pensar que trata-se de algo polêmico, e de fato, creio eu, ficará 'louco' para vê-lo. Mas, veja bem, isto está distante de nossa realidade? Não existem pessoas que estão 'regradas' ao âmbito da imoralidade e perversão que não podemos enxergar?
''Ma Mère'' é isto, a confusão de sentidos entre mãe e filho, a ideia de incesto cometido e pessoas também adeptas à uma vida de luxúria e devassidão, é um prato cheio de filosofia hedonista.
Honoré, em minha visão, não quis 'ser polêmico' para atrair espectadores ou coisa parecida, mas para mostrar-nos de alguma forma, a arte da libertinagem, no erotismo na vida de seres que abrem as portas para 'elas' entrarem.
Antes de mais nada, é evidente que a 'doçura' de um breve complexo de Édipo está presente no enredo deste filme, causando preocupações e levando em becos sem saída quem não está acostumado com este 'cinema'.
Desde de uma fotografia instigante, sensações e movimentos inquietantes, devo dizer que tal curta-metragem é agradável aos meus olhos. A aversão, o estranhamento de nós mesmos, a vontade de estar e não estar ali. A sensibilidade, de algum modo, sobre a crise existencial.
É a ideia de um solilóquio interminável e inabalável, onde nós nos colocamos no mesmo lugar de Ciro e o mesmo nos dá uma 'aula' de existencialismo.
Em primeira mão, parece-me ser uma obra inquietante, melancólica e densa com traços documentais. O papel interpretado por Adrien Brody (Henry) leva-nos a sentirmos uma certa afeição para com o mesmo, apesar de apresentar uma frieza estampada em seus olhos. A desesperança para com o devir; e até mesmo, com o sistema educacional.
Com traços sutis de poesia, recordaram-me obras de Poe, Bukowski e, quiçá, uma pitada filosófica.
Sinceramente, não consigo dar risadas ou achar algo de ''bonitinho'' neste filme. Ao contrário, ''Bem-vindo à Casa de Bonecas'' desmascara uma realidade com uma cobertura de crueza que nem todos os filmes voltados à adolescência possuem. Confesso que a saída da infância para a adolescência é no mínimo frustrante, e Dawn sabe disso. Exposta em um âmbito familiar negligente, o fato de sentir-se sozinha neste mundo hostil, o descaso de sua professora e outros elementos que caminham para esse ciclo. Torno-me a pensar que, talvez, o que Dawn queria era amor. Amor não correspondido por seus pais e nem por seus irmãos. A pequena criatura que apenas queria sentir uma pequena dose do ''ser amada''. Em alguns aspectos, vejo que Dawn chega a ser rude com o único amigo que possuía. Porém, com sua ''cabecinha'' transtornada parece-me ser compreensível tais atitudes. Ademais, era apenas uma criança, a querer encaixar-se no mundo e nos padrões impostos ao seu redor.
A pitada de humor negro foi de bom grado nessa obra.
Dentro do universo desse filme, encontramo-nos com Ramón, um homem comum em condições incomuns. Observamos o afeto que sua família possui para com ele e o fato de não aceitarem que ele ''acabe'' com sua própria vida. De algum modo, não respeitando sua liberdade. A tão idealizada e sonhada morte que desejava. Esse desejo de morrer que Ramón possuía, parece-me ser estritamente reflexivo e poético. Ademais, não consigo pensar neste título e em algumas cenas em que o mar é o protagonista, e não mencionar que há uma vontade de poetar sobre esse mar. Mar que deu a vida à Ramón e depois a retirou. É inevitável não sentir um carinho por este homem; extremamente racional e inteligente. Pensar e até mesmo falar do termo ''Eutanásia'' gera controvérsias.
Feche os olhos por alguns instantes, imagine uma bela praia, o vento a bater em teu rosto... Esta é a sensação que tive ao assistir ''Mar Adentro''.
''Depois de Horas'', leva-nos em um trajeto cômico e alucinante. Pensar em sair de nossa zona de conforto, de modo geral, encontra-se fora de cogitação. No sentido dos problemas e desventuras que tal ''fuga'' pode nos proporcionar.
Esse filme retrata isso, o ato de sairmos do conforto e nos ''aventurarmos'' nas ruas e avenidas da vida. O que para Paul, poderia ser uma noite comum com uma garota, acaba transformando-se numa ''corrida'' transviada e sem fim.
Ambientada nos anos 70, "The Get Down" explora estritamente o âmbito da música disco, o uso e abuso de drogas, o "auge" das gângues, com uma boa pitada de hip-hop e rap.
Ao assistir cada episódio, tem-se a impressão de adentrar nos anos 70, com muita dança e psicodelia. Não posso deixar de falar da trilha sonora, é ótima.
Sobre o fator político que há na série, é a questão da desigualdade social que assolava os moradores do Bronx (ainda assola). Questão também no Brasil.
Contudo, gostaria que explorassem todo o sulco que esta série possui.
Temos outras refilmagens que abordam o mesmo assunto como ''Das Experiment'', de 2001 e ''The Experiment'', de 2010.
Aliás, é baseado no livro do próprio Zimbardo, ''The Effect Lucifer.''
''The Stanford Prison Experiment'' mostra-nos como o poder dado aqueles que obtiveram tal ''proeza'' pode nos revelar nossas mais variadas facetas. Vê-se que os próprios ''guardas'' haviam perdido o ''controle'' de suas mentes aparentemente normais.
A meu ver, Dr. Zimbardo propôs essa experiência sem pensar que levaria a uma preocupação maior. A interferência do ambiente, de certo modo, também influenciou para que alguns dos ''prisioneiros'' fossem à beira da loucura, sujeitos a péssimas condições de vida.
Como o abuso verbal, físico e psicológico pode nos afetar de forma gradativa. Tornando-nos verdadeiros seres irracionais.
O diálogo final entre Erza Miller e Michael Angarano tenha sido, talvez, o ápice do filme.
''Brahman Naman'' parece-me ser um filme do gênero besteirol. Uma espécie de gênero americano que estamos costumados a assistir. Não há nada de extraordinário, distinto e/ou inovador. A atmosfera indiana por ter dado um novo ar ao contexto, mas nada que tenha me convencido. Contudo, se você está a procurar por este gênero de filme, ''Brahman Naman'' é uma boa escolha.
Uma experiência melancólica e sensível. Característica que pode ser observada na cinematografia asiática.
Kenji é a essência do ser taciturno e a sensibilidade exprimidas na tela. A descrença na vida, o vazio imenso ocasionado pela própria existência e a falta de sentido acerca de tudo. A junção desses elementos dá-se nesta obra que pode ser considerada sublime e até mesmo, poética. As referências da famosa máfia japonesa são impagáveis.
Sobre o final? Sinceramente, não sei dizer. Creio ser um final subjetivo. Algo que deve crescer e se desenvolver no pensamento de cada um.
A vida de pessoas comuns e suas experiências de vida singulares. Edifício Master é uma obra cinematográfica em que você prende os olhos ao observar vidas tão longínquas e diferentes da sua, da minha vida. Refiro-me ao termo "diferente" e até mesmo "longínquo" no sentido de não estarmos aptos a enxergar momentos, vidas de pessoas não próximas a nós. Há sentimento de inexistência por parte dos próprios moradores que ali residiam. Eduardo Coutinho retrata aqui, a simplicidade de ser quem se é. Algo que me deixa pensar num lado poético da situação é ver que grande parte dos entrevistados moram em Copacabana e suas condições sociais são completamente díspares ao olhos de quem pensa apenas existência na camada burguesa neste bairro. Essas vidas excluídas são as cenas, os retratos que quero levar comigo. Quero ver e experimentar. Há risadas, tristezas, filosofias por trás dessa atmosfera diversificada. É diversidade.
Apesar de tudo, creio ser fundamental, transmitir esse documentário em salas de aula. Essencialmente, nas aulas de Sociologia e Língua Portuguesa.
De uma singeleza e delicadeza singular. Há um carinho por toda a atmosfera do anime. É algo que não consigo explicar. A vida dos personagens reflete em nossas vidas comuns ou não comuns. Tudo parece-me maduro e ao mesmo tempo imaturo. Sinto-me como uma criança ao observar essa obra. Criança que não quer crescer e se tornar adulto abruptamente.
Devo dizer também em respeito a OST (Original Soundtrack) que não passa aos nossos olhos de forma sutil. Está ali e você deve enxergar. Contudo, Honey & Clover, talvez, seja um retrato de nossas vidas tão confusas.
Neste filme, Victor Salva deixa a desejar com um enredo sem sentido e atuações piores ainda. Uma grande perda de tempo. Talvez, o(s) garoto(s) sejam só seres insanos a procurar por alguma ''diversão''.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraA cada episódio assistido era um sentimento de dor, inquietação e angústia que se formava sobre mim. A intensidade e a profundidade que The Leftovers tem para retratar questões de ordem filosófica, religiosa/espiritual e emocional de forma extremamente delicada e singular.
No final, a única coisa que resta é dor, e através dela, continuar (tentando) existir.
Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe (Histórias Novas e Selecionadas)
3.4 257 Assista AgoraA vida e suas contradições, a ideia de (in)comunicação em família, paixões passadas, a euforia juvenil e outros sentimentos tão comuns a vida humana.
Talvez esse seja o ''problema'' com esse Cinema mais ''rotineiro'', muitos cinéfilos não estão habituados com um enredo não linear, com uma linguagem sutil e reflexiva.
Película extremamente doce que não foi feita para que você assista em um dia banal.
The Butterfly
4.2 3Posso morrer bem agora, quero ser livre, mas preciso dar liberdade também. As borboletas, aqui têm um significado importante, a própria liberdade, porém, também vejo uma doçura por parte da figura infantil, a criança e sua curiosidade, o desprender-se da realidade, dos sentimentos, sentidos.
É de um realismo maravilhoso. A psicodelia, a mistura entre realidade e sonho é visualmente saboroso.
Borboleta
3.6 11Uma delícia de curta-metragem, filme ou seja lá o que 'isso' for. Em meio ao nonsense das cenas, é possível sentir uma sensação estranha repleta de simbolismos e críticas de nossa conduta moral, nossas vidas. A coloração presente nesta obra é insana, excitante e deliciosa.
Uma obra sensorial e louca.
Exílios
3.8 40Sentimento de liberdade e transcendência. Tony Gatlif é assim, um diretor diferenciado. Filme completamente louco, assim como seus personagens que transmitem em nós, diversos sentimentos em conflito. Viajar sem dinheiro, como andarilhos, conviver com ciganos, a música que excita, a poesia. É sensorial por demais e não incomoda, ao contrário, fascina.
BoJack Horseman (1ª Temporada)
4.3 286 Assista AgoraTenha 'sentimentos' inclinados para a melancolia e compreenderá toda a 'poesia' desta série que engana ao ser caracterizada como comédia. Esta série é quase que uma animação filosófica (se não for) que explora o pior que há em nós.
Obviamente, apenas quem sentiu, cheirou e saboreou o fracasso em maiores partes, ou em menores partes compreenderá a dor de ser quem se é. Existir é tão complexo quanto viver. Nossas ações injustificáveis e promessas que fazemos a nos mesmos de melhorarmos para assim, ficarmos em harmonia com nós mesmos.
Realmente, essa ideia de dar uma forma antropomórfica em animais dá um toque 'nonsense' na série para mostrar nossas 'insanidades' e frivolidades com a qual estamos inclinados a fazer parte.
O fundo da série é o universo das celebridades que é uma cartada para mostrar a passagem rápida de uma vida ligada ao estrelato que pode acabar em questão de segundos.
BoJack, tu és o cara.
Coda
4.3 26''Coda'' mostra-se sutil, mostrando que a ''temida'' morte quer apenas nos acolher quando é o momento de partirmos. A morte por sua vez, é multifacetada tentando convencer a pobre alma a ir com 'ela'. É uma obra de encher os olhos com vida e questionamentos acerca da vida que é breve.
A estética das cores e ilustrações, a jornada da alma acompanhada da morte é fascinante. Causa no espectador, a vontade de almejar por mais mais imagens do gênese de sua vida, mais cores e lembranças memoráveis.
Desprender-se de uma vida é tão difícil assim?
Irreversível
4.0 1,8K Assista AgoraÉ a primeira vez que assisto um filme de Gaspar Noé. De fato, pelo que eu havia lido sobre ele, já esperava por uma obra 'caótica' com uma estética singular.
Uma obra impactante que começa a 'causar' aflição e angústia desde o início. Sejam fotografias e cenas de forma exacerbada em relação ao túnel e a cena que a antecede revela uma crueza admirável.
A sentença que molda o filme é a questão do tempo ou a 'demonização' dele e como 'ele' tem a capacidade de destruir-nos.
Atrevo-me a pensar nesta obra com uma essência que beira ao realismo, a calamidade do ser humano e suas formas de prazer que, de alguma forma causam ao espectador desconforto e vontade de que o filme termine imediatamente.
Em Paris
3.7 252A sensibilidade que esse filme apresenta parece ser estritamente congênita nas obras de Honoré. Apresenta-nos a história de três pessoas no âmbito familiar, o pai e seus dois filhos em meio aos dilemas familiares reais.
As características de cada personagem presente no filme é munida de afeição e poesia que parece-me ser impossível não identificar-se com nenhum das personagens. Há 'pequenas' barreiras entre os relacionamentos entre pais e filhos, namorados e namoradas que não estão longe de nosso cotidiano.
A história inicia-se com um toque melancólico tão apaixonante juntamente com a atmosfera outonal que molda por inteiro o filme. Os diálogos, a exposição ao sentir e ser sentido, a fragilidade de nós mesmos.
No fim das contas, ''Em Paris'', é um filme para reunir amigos distantes e não distantes, familiares e, talvez pessoas importantes para saborear as aventuras e desventuras da vida.
Van Gogh: Pintando com Palavras
4.5 51Aprecio a Arte, e devo dizer que o 'causador' deste meu fascínio por pinturas, cores e materiais artísticos é justamente Van Gogh. Meu primeiro contato com Arte foi através deste ser, que com adversidade e taciturnidade encantou-me com suas obras.
Esta obra quase que documental, revela um lado de Vincent que poucos ousariam conhecer. A troca de cartas entre seu irmão, Theo é apenas um 'pano' transparente em meio a tanta poesia e melancolia em que embalam-se palavras proferidas por ambos.
Ademais, mostra-se sua trajetória como pintor (artista) e como ser humano também.
De mãos entrelaçadas com sua evolução pictórica misturada com tamanha solidão e misantropia.
Você é o Próximo
3.2 1,5K Assista AgoraDevo dizer que este filme parece-me um tanto quanto despretensioso, porém, nada espetacular. Desde de um enredo fútil e sem nexo, cuja 'razão' só é dita no fim do filme, ocasionando uma total perda de 'tempo' em quem assiste.
A única coisa interessante que posso 'salvar' deste filme, foi a atuação da 'mocinha', que também 'transformou-se' em outra pessoa ao ser colocada numa situação de perigo.
Sinceramente, como um filme do gênero 'gore', este não me é formidável.
Minha Mãe
2.8 243De início, quem lê a sinopse deste filme em qualquer lugar da internet, irá pensar que trata-se de algo polêmico, e de fato, creio eu, ficará 'louco' para vê-lo. Mas, veja bem, isto está distante de nossa realidade? Não existem pessoas que estão 'regradas' ao âmbito da imoralidade e perversão que não podemos enxergar?
''Ma Mère'' é isto, a confusão de sentidos entre mãe e filho, a ideia de incesto cometido e pessoas também adeptas à uma vida de luxúria e devassidão, é um prato cheio de filosofia hedonista.
Honoré, em minha visão, não quis 'ser polêmico' para atrair espectadores ou coisa parecida, mas para mostrar-nos de alguma forma, a arte da libertinagem, no erotismo na vida de seres que abrem as portas para 'elas' entrarem.
Antes de mais nada, é evidente que a 'doçura' de um breve complexo de Édipo está presente no enredo deste filme, causando preocupações e levando em becos sem saída quem não está acostumado com este 'cinema'.
Atônito, Eu.
3.8 47Desde de uma fotografia instigante, sensações e movimentos inquietantes, devo dizer que tal curta-metragem é agradável aos meus olhos. A aversão, o estranhamento de nós mesmos, a vontade de estar e não estar ali. A sensibilidade, de algum modo, sobre a crise existencial.
É a ideia de um solilóquio interminável e inabalável, onde nós nos colocamos no mesmo lugar de Ciro e o mesmo nos dá uma 'aula' de existencialismo.
Em suma, é um texto munido de reflexão e poesia.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraEm primeira mão, parece-me ser uma obra inquietante, melancólica e densa com traços documentais. O papel interpretado por Adrien Brody (Henry) leva-nos a sentirmos uma certa afeição para com o mesmo, apesar de apresentar uma frieza estampada em seus olhos. A desesperança para com o devir; e até mesmo, com o sistema educacional.
Com traços sutis de poesia, recordaram-me obras de Poe, Bukowski e, quiçá, uma pitada filosófica.
Bem-Vindo à Casa de Bonecas
3.9 228Sinceramente, não consigo dar risadas ou achar algo de ''bonitinho'' neste filme. Ao contrário, ''Bem-vindo à Casa de Bonecas'' desmascara uma realidade com uma cobertura de crueza que nem todos os filmes voltados à adolescência possuem. Confesso que a saída da infância para a adolescência é no mínimo frustrante, e Dawn sabe disso. Exposta em um âmbito familiar negligente, o fato de sentir-se sozinha neste mundo hostil, o descaso de sua professora e outros elementos que caminham para esse ciclo. Torno-me a pensar que, talvez, o que Dawn queria era amor. Amor não correspondido por seus pais e nem por seus irmãos. A pequena criatura que apenas queria sentir uma pequena dose do ''ser amada''. Em alguns aspectos, vejo que Dawn chega a ser rude com o único amigo que possuía. Porém, com sua ''cabecinha'' transtornada parece-me ser compreensível tais atitudes. Ademais, era apenas uma criança, a querer encaixar-se no mundo e nos padrões impostos ao seu redor.
A pitada de humor negro foi de bom grado nessa obra.
Mar Adentro
4.2 607Dentro do universo desse filme, encontramo-nos com Ramón, um homem comum em condições incomuns. Observamos o afeto que sua família possui para com ele e o fato de não aceitarem que ele ''acabe'' com sua própria vida. De algum modo, não respeitando sua liberdade. A tão idealizada e sonhada morte que desejava. Esse desejo de morrer que Ramón possuía, parece-me ser estritamente reflexivo e poético. Ademais, não consigo pensar neste título e em algumas cenas em que o mar é o protagonista, e não mencionar que há uma vontade de poetar sobre esse mar. Mar que deu a vida à Ramón e depois a retirou. É inevitável não sentir um carinho por este homem; extremamente racional e inteligente. Pensar e até mesmo falar do termo ''Eutanásia'' gera controvérsias.
Feche os olhos por alguns instantes, imagine uma bela praia, o vento a bater em teu rosto... Esta é a sensação que tive ao assistir ''Mar Adentro''.
Depois de Horas
4.0 453 Assista Agora''Depois de Horas'', leva-nos em um trajeto cômico e alucinante. Pensar em sair de nossa zona de conforto, de modo geral, encontra-se fora de cogitação. No sentido dos problemas e desventuras que tal ''fuga'' pode nos proporcionar.
Esse filme retrata isso, o ato de sairmos do conforto e nos ''aventurarmos'' nas ruas e avenidas da vida. O que para Paul, poderia ser uma noite comum com uma garota, acaba transformando-se numa ''corrida'' transviada e sem fim.
Uma obra intrigante.
The Get Down (1ª Temporada)
4.5 417 Assista AgoraAmbientada nos anos 70, "The Get Down" explora estritamente o âmbito da música disco, o uso e abuso de drogas, o "auge" das gângues, com uma boa pitada de hip-hop e rap.
Ao assistir cada episódio, tem-se a impressão de adentrar nos anos 70, com muita dança e psicodelia. Não posso deixar de falar da trilha sonora, é ótima.
Sobre o fator político que há na série, é a questão da desigualdade social que assolava os moradores do Bronx (ainda assola). Questão também no Brasil.
Contudo, gostaria que explorassem todo o sulco que esta série possui.
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
3.8 332 Assista AgoraTemos outras refilmagens que abordam o mesmo assunto como ''Das Experiment'', de 2001 e ''The Experiment'', de 2010.
Aliás, é baseado no livro do próprio Zimbardo, ''The Effect Lucifer.''
''The Stanford Prison Experiment'' mostra-nos como o poder dado aqueles que obtiveram tal ''proeza'' pode nos revelar nossas mais variadas facetas. Vê-se que os próprios ''guardas'' haviam perdido o ''controle'' de suas mentes aparentemente normais.
A meu ver, Dr. Zimbardo propôs essa experiência sem pensar que levaria a uma preocupação maior. A interferência do ambiente, de certo modo, também influenciou para que alguns dos ''prisioneiros'' fossem à beira da loucura, sujeitos a péssimas condições de vida.
Como o abuso verbal, físico e psicológico pode nos afetar de forma gradativa. Tornando-nos verdadeiros seres irracionais.
O diálogo final entre Erza Miller e Michael Angarano tenha sido, talvez, o ápice do filme.
Brahman Naman
2.3 11 Assista Agora''Brahman Naman'' parece-me ser um filme do gênero besteirol. Uma espécie de gênero americano que estamos costumados a assistir. Não há nada de extraordinário, distinto e/ou inovador. A atmosfera indiana por ter dado um novo ar ao contexto, mas nada que tenha me convencido. Contudo, se você está a procurar por este gênero de filme, ''Brahman Naman'' é uma boa escolha.
A Última Vida no Universo
3.9 39Uma experiência melancólica e sensível. Característica que pode ser observada na cinematografia asiática.
Kenji é a essência do ser taciturno e a sensibilidade exprimidas na tela. A descrença na vida, o vazio imenso ocasionado pela própria existência e a falta de sentido acerca de tudo. A junção desses elementos dá-se nesta obra que pode ser considerada sublime e até mesmo, poética. As referências da famosa máfia japonesa são impagáveis.
Sobre o final? Sinceramente, não sei dizer. Creio ser um final subjetivo. Algo que deve crescer e se desenvolver no pensamento de cada um.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraA vida de pessoas comuns e suas experiências de vida singulares. Edifício Master é uma obra cinematográfica em que você prende os olhos ao observar vidas tão longínquas e diferentes da sua, da minha vida. Refiro-me ao termo "diferente" e até mesmo "longínquo" no sentido de não estarmos aptos a enxergar momentos, vidas de pessoas não próximas a nós. Há sentimento de inexistência por parte dos próprios moradores que ali residiam. Eduardo Coutinho retrata aqui, a simplicidade de ser quem se é. Algo que me deixa pensar num lado poético da situação é ver que grande parte dos entrevistados moram em Copacabana e suas condições sociais são completamente díspares ao olhos de quem pensa apenas existência na camada burguesa neste bairro. Essas vidas excluídas são as cenas, os retratos que quero levar comigo. Quero ver e experimentar. Há risadas, tristezas, filosofias por trás dessa atmosfera diversificada. É diversidade.
Apesar de tudo, creio ser fundamental, transmitir esse documentário em salas de aula. Essencialmente, nas aulas de Sociologia e Língua Portuguesa.
Honey & Clover (1ª Temporada)
4.3 11De uma singeleza e delicadeza singular. Há um carinho por toda a atmosfera do anime. É algo que não consigo explicar. A vida dos personagens reflete em nossas vidas comuns ou não comuns. Tudo parece-me maduro e ao mesmo tempo imaturo. Sinto-me como uma criança ao observar essa obra. Criança que não quer crescer e se tornar adulto abruptamente.
Devo dizer também em respeito a OST (Original Soundtrack) que não passa aos nossos olhos de forma sutil. Está ali e você deve enxergar. Contudo, Honey & Clover, talvez, seja um retrato de nossas vidas tão confusas.
A Vila do Medo
1.9 234 Assista AgoraNeste filme, Victor Salva deixa a desejar com um enredo sem sentido e atuações piores ainda. Uma grande perda de tempo. Talvez, o(s) garoto(s) sejam só seres insanos a procurar por alguma ''diversão''.
''A Vila do Medo'', tem certeza?