Grazi Ferreira

Gostei muito.
Parece que a proposta da série mudou completamente da temporada 1 pra última. Quando na primeira há uma romantização do Joe com uma pegada bastante ficcional e sombria, o final da série traz a história para a realidade material, encontrando a figura do Joe em criminosos reais como o Ted Bundy, aquele cara estranho com a tatuagem de caveira medonha na cara e outros assassinos seriais.
A série convida a gente a repensar o nosso papel enquanto sociedade. E questiona a postura doentia que muita gente adota quando esses caras estão pagando a pena na prisão. Além desse tanto de vezes que a gente, ao longo das temporadas, pode ser conduzido pelo narrador-personagem que dessa vez vai ser diferente e ele vai melhorar, portanto, merece uma segunda chance. Quantas chances demos ao Joe? Quantas justificativas demos aos assassinatos ao longo da série? Quantas vezes torcemos por ele?
Mas além disso, me fez observar que tudo isso acontece porque se trata de um cara branco padrão. Pensa se fosse uma mulher no lugar dele ou um preto? A coisa não iria tão distante como vai quando é um cara como o Joe. Outro fato interessante que eu notei é que na 1a temporada ele usa "you" para os interesses românticos, às vezes nos faz sentir no lugar dos personagens; na última temporada, parece que "you" é ele mesmo, conversando consigo; e no último segundo, retorna "you" para nós, como parte do problema.

Me incomoda profundamente a forma com que tiraram a Elena da série. A história toda começa e se desenvolve entre os irmãos e ela.
O final do casal foi bem morno. O homi vive diversas crises, briga com meio mundo pro reencontro com o par dele ser daquele jeito, com ceninhas curtas de dar as mãos? Senhoras e senhores, sinceramente! Não há necessidade de soft porn, mas ficou um reencontro sem sal, sim.

Já estou no ritmo do Oscar 2026. Vou comprar minha roupa pro evento.