desde sempre achei que a felicidade fosse de cor amarela. quando o filme começou, o aspecto vivo do semblante feliz de todos os personagens comprovou minha teoria, com amarelo vívido preenchendo tudo e todos, pintando a paisagem e as pessoas. quando o pai de tony se foi, o amarelo adquiriu um aspecto diferente, contrapondo-se a minha hipótese. tornou-se desgastado, antigo, carregava o caráter sufocante do tempo em cada milímetro cuidadosamente montado da tela. tirou o brilho de qualquer sorriso de tony, pois de que adiantava estar em casa se seu pai já não estava? só que, como foi dito no início, o fim dos filmes sempre são bonitos. e, particularmente, o de "o filme da minha vida" foi lindíssimo. acabei por aceitar que o amarelo pode ser tanto a cor da felicidade quanto da melancolia, e ambas se fazem amplamente presentes na obra.
no geral, gostei bastante do filme. gostei das atuações, dos personagens e os diálogos. a cena em que o brando olha pra foto antiga é linda por conta da fotografia, assim como a que o almeida tá conversando com o almir sobre a possível compra do projetor. o filme transmite muito bem o tempo que cada personagem carrega com sua história, como o brando reencontrando pessoas do passado, o almeida e o cine, zé e até paula e sua gravidez. todas essas situações de caráter "temporal" me provocaram muita curiosidade. de fato ficou meio parado e arrastado por demais. de qualquer forma, acredito que se não fosse da forma que foi perderia o efeito do tempo de que falei anteriormente. breno nina orgulho do maranhão!
ainda que seja famoso pelas cores de seus filmes, as que almodóvar criou em julieta bordam uma única personagem: a culpa. julieta sentia-se culpada por não ter ficado no vagão conversando com o senhor de óculos e casaco preto, mas se tivesse feito isso não teria conhecido o amor de sua vida. mais velha, sentia-se culpada por ter brigado com xoan, pois caso não tivesse feito isso, ele não teria saído para velejar e morrido na tempestade. após a morte do marido, sentia-se culpada até por ter entrado em depressão, apoiando-se na única luz de sua vida, antía, para sobreviver ao inferno. talvez, caso tivesse adotado a força de um touro presente na filha, todo o processo de luto não teria sido traumático o bastante para que a garota fosse embora para sempre. por fim, julieta prefere entregar-se à dor, submeter-se ao término de seu relacionamento amoroso, por sentir-se culpada pela ausência da filha em sua vida. a culpa branca da neve que cobria as estradas onde o senhor cometeu suicídio, azul do mar que ceifou a vida de xoan e todas os culposos cenários coloridos que abrigavam julieta até o fim do filme, tudo é pintado para indicar como as personagens se sentem com as próprias escolhas, de modo que, por fim, a dor é partilhada tanto pela mãe, que perdeu antía, quanto pela filha, que percebe com a morte do filho o quão dolorosa sua partida foi para julieta.
como em toda profissão, o escritor trabalha como desejo e prazer: desejo de escrever, de tecer histórias com base naquilo que viveu, e prazer por fazê-lo. comumente, a escrita é comparada à possibilidade de ser outra pessoa, de transpôr fantasias para a carne de personagens. já em "a flor do meu segredo", particularmente, leo sente prazer não só de criar personas, mas de criar personas que criam personas. sua opção me é não só extremamente curiosa, mas estranha, pois a única razão que consigo encontrar para que ela criasse toda essa odisseia para publicar os próprios livros seria associada a uma grande vergonha das próprias fantasias amorosas. gosto de como em todo o filme, seja pelo idioma original, pelas atuações ou pelas cores me dá um calor facilmente associado à paixão dos romances da personagem principal. nenhum diálogo perde a eloquência que percorre a trama, o que me roubou a atenção do começo ao fim. acaba sendo simples, por um lado, mas não é nada fácil de ser encontrado em outras histórias.
a barriga de 6 meses que se tornou elena foi o que salvou seus pais do assassinato no araguaia. o lugar criado a ela sempre foi o de salvadora, pois foi o que fez assim que sua existência amanheceu. uma criança que nasceu para salvar a família. elena está sempre atuando e me pergunto se faz isso por querer se perder na possibilidade de ser outra pessoa. de ser outra que não aquela que salva. porque pra ela arte é tudo, não é? sem arte, ela prefere morrer. sendo arte essa possibilidade de não ser elena, ela prefere morrer a ser a que salva? petra perguntava se sua mãe estava triste, e ela respondia que estava pensando em elena. e a menina abraçava a mãe e fazia carinho. salvava ela. ela que era sua família. petra também é aquela que salva. e, ao fim, petra diz que se perde em elena. diz que elena está sempre com ela.
você é a minha memória inconsolável, feita de pedra e de sombra. e é dela que tudo nasce. e dança.
introduziram a desconstrução de gênero na forma de se vestir sem entendê-la. introduziram a bissexualidade de maneira bizarra, como se ele só tivesse beijado o companheiro de banda por estar triste. só tem duas pessoas negras no elenco. uma delas é a empregada (acho essa palavra cruel, mas não consegui pensar em outra). trataram tanto os pais de pierre quanto os de sua irmã de maneira extremamente caricata, mostrando que eles são monstros, quando na verdade acho que não deveria ser dessa forma.
achei bizarra a associação do assassinato à educação. desde a entrada dos visitantes na casa, pedindo educadamente um favor até o fim do filme, onde entram em outra casa pedindo pelo mesmo favor, tudo se dá de forma bastante cortês. a presença dos assassinos na casa de veraneio é sempre tida como uma visita, como por exemplo a conversa, o ato de assistir televisão quando acaba o assunto, o fazer jogos pra matar o tédio. é uma dupla de assassinos em série tão sutil quanto visitantes que batem em sua porta dia de domingo.
a solidão do ennis no final me fez chorar. tudo o que ele era se resumia a um trailer, duas filhas, o trabalho e as roupas que ele e jack mancharam de sangue na montanha.
Ao Cair da Noite
3.1 976 Assista Agorase tivesse terminado quando paul mata will, kim e o garotinho teria sido melhor
Corações de Pedra
3.9 185paleta de cores 10/10
It: A Coisa
3.9 3,0K Assista Agoraque meninos fofos!
Elon Não Acredita na Morte
2.8 65uma interrogação feita de fumo e entulho.
God Help The Girl
3.6 238essas psicologias de drama europeu são sempre péssimas assim ou é só nos filmes que vejo?
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
3.8 332 Assista Agoracomo diria skinner: o operante é um exercício de poder.
Lisbela e o Prisioneiro
3.8 1,2Kum tesouro do cinema sobre um romance no cinema <3
O Filme da Minha Vida
3.6 500 Assista Agoradesde sempre achei que a felicidade fosse de cor amarela.
quando o filme começou, o aspecto vivo do semblante feliz de todos os personagens comprovou minha teoria, com amarelo vívido preenchendo tudo e todos, pintando a paisagem e as pessoas.
quando o pai de tony se foi, o amarelo adquiriu um aspecto diferente, contrapondo-se a minha hipótese. tornou-se desgastado, antigo, carregava o caráter sufocante do tempo em cada milímetro cuidadosamente montado da tela. tirou o brilho de qualquer sorriso de tony, pois de que adiantava estar em casa se seu pai já não estava?
só que, como foi dito no início, o fim dos filmes sempre são bonitos. e, particularmente, o de "o filme da minha vida" foi lindíssimo. acabei por aceitar que o amarelo pode ser tanto a cor da felicidade quanto da melancolia, e ambas se fazem amplamente presentes na obra.
O Último Cine Drive-in
3.5 69no geral, gostei bastante do filme. gostei das atuações, dos personagens e os diálogos. a cena em que o brando olha pra foto antiga é linda por conta da fotografia, assim como a que o almeida tá conversando com o almir sobre a possível compra do projetor. o filme transmite muito bem o tempo que cada personagem carrega com sua história, como o brando reencontrando pessoas do passado, o almeida e o cine, zé e até paula e sua gravidez. todas essas situações de caráter "temporal" me provocaram muita curiosidade.
de fato ficou meio parado e arrastado por demais. de qualquer forma, acredito que se não fosse da forma que foi perderia o efeito do tempo de que falei anteriormente.
breno nina orgulho do maranhão!
Julieta
3.8 529 Assista Agoraainda que seja famoso pelas cores de seus filmes, as que almodóvar criou em julieta bordam uma única personagem: a culpa.
julieta sentia-se culpada por não ter ficado no vagão conversando com o senhor de óculos e casaco preto, mas se tivesse feito isso não teria conhecido o amor de sua vida. mais velha, sentia-se culpada por ter brigado com xoan, pois caso não tivesse feito isso, ele não teria saído para velejar e morrido na tempestade. após a morte do marido, sentia-se culpada até por ter entrado em depressão, apoiando-se na única luz de sua vida, antía, para sobreviver ao inferno. talvez, caso tivesse adotado a força de um touro presente na filha, todo o processo de luto não teria sido traumático o bastante para que a garota fosse embora para sempre. por fim, julieta prefere entregar-se à dor, submeter-se ao término de seu relacionamento amoroso, por sentir-se culpada pela ausência da filha em sua vida.
a culpa branca da neve que cobria as estradas onde o senhor cometeu suicídio, azul do mar que ceifou a vida de xoan e todas os culposos cenários coloridos que abrigavam julieta até o fim do filme, tudo é pintado para indicar como as personagens se sentem com as próprias escolhas, de modo que, por fim, a dor é partilhada tanto pela mãe, que perdeu antía, quanto pela filha, que percebe com a morte do filho o quão dolorosa sua partida foi para julieta.
Você é o Próximo
3.2 1,5K Assista Agoranunca diga: desse trash nunca beberei
A Flor do Meu Segredo
3.7 160como em toda profissão, o escritor trabalha como desejo e prazer: desejo de escrever, de tecer histórias com base naquilo que viveu, e prazer por fazê-lo. comumente, a escrita é comparada à possibilidade de ser outra pessoa, de transpôr fantasias para a carne de personagens. já em "a flor do meu segredo", particularmente, leo sente prazer não só de criar personas, mas de criar personas que criam personas. sua opção me é não só extremamente curiosa, mas estranha, pois a única razão que consigo encontrar para que ela criasse toda essa odisseia para publicar os próprios livros seria associada a uma grande vergonha das próprias fantasias amorosas.
gosto de como em todo o filme, seja pelo idioma original, pelas atuações ou pelas cores me dá um calor facilmente associado à paixão dos romances da personagem principal. nenhum diálogo perde a eloquência que percorre a trama, o que me roubou a atenção do começo ao fim. acaba sendo simples, por um lado, mas não é nada fácil de ser encontrado em outras histórias.
Elena
4.2 1,3K Assista Agoraa barriga de 6 meses que se tornou elena foi o que salvou seus pais do assassinato no araguaia. o lugar criado a ela sempre foi o de salvadora, pois foi o que fez assim que sua existência amanheceu. uma criança que nasceu para salvar a família.
elena está sempre atuando e me pergunto se faz isso por querer se perder na possibilidade de ser outra pessoa. de ser outra que não aquela que salva. porque pra ela arte é tudo, não é? sem arte, ela prefere morrer. sendo arte essa possibilidade de não ser elena, ela prefere morrer a ser a que salva?
petra perguntava se sua mãe estava triste, e ela respondia que estava pensando em elena. e a menina abraçava a mãe e fazia carinho. salvava ela. ela que era sua família. petra também é aquela que salva. e, ao fim, petra diz que se perde em elena. diz que elena está sempre com ela.
você é a minha memória inconsolável, feita de pedra e de sombra. e é dela que tudo nasce. e dança.
Contra o Sol
3.3 88 Assista Agoraque feitiço que o harry fez pra deixar o draco nessa situação?
Garotos
3.8 604 Assista Agorasó na brotheragem
Casa Grande
3.5 576 Assista Agoraque filme irritante, puta merda.
Mãe Só Há Uma
3.5 407 Assista Agoraintroduziram a desconstrução de gênero na forma de se vestir sem entendê-la.
introduziram a bissexualidade de maneira bizarra, como se ele só tivesse beijado o companheiro de banda por estar triste.
só tem duas pessoas negras no elenco. uma delas é a empregada (acho essa palavra cruel, mas não consegui pensar em outra).
trataram tanto os pais de pierre quanto os de sua irmã de maneira extremamente caricata, mostrando que eles são monstros, quando na verdade acho que não deveria ser dessa forma.
um filme pra ver e esquecer depois.
Violência Gratuita
3.4 1,3Kachei bizarra a associação do assassinato à educação. desde a entrada dos visitantes na casa, pedindo educadamente um favor até o fim do filme, onde entram em outra casa pedindo pelo mesmo favor, tudo se dá de forma bastante cortês. a presença dos assassinos na casa de veraneio é sempre tida como uma visita, como por exemplo a conversa, o ato de assistir televisão quando acaba o assunto, o fazer jogos pra matar o tédio.
é uma dupla de assassinos em série tão sutil quanto visitantes que batem em sua porta dia de domingo.
Comer Rezar Amar
3.3 2,3K Assista Agoraattraversiamo.
Mommy
4.3 1,2K Assista Agoraédipo.
Grave
3.4 1,1Kalguém que estuda psicanálise, por favor, vamos delirar um poquinho juntos sobre esse filme porque nossa... muito conteúdo louco.
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista Agoraa solidão do ennis no final me fez chorar. tudo o que ele era se resumia a um trailer, duas filhas, o trabalho e as roupas que ele e jack mancharam de sangue na montanha.
Se Enlouquecer, Não se Apaixone
3.8 1,7K Assista Agora- eu quero me matar.
- preencha isso, por favor.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 302 Assista Agoracomo diria um amigo meu, adoro esses filmes vazios que não levam a lugar algum.