talvez seja algo maior que o visual, com críticas projetadas para serem bastante profundas, mas fugiu do comum ao ponto de se tornar difícil de analisar nos parâmetros padrão do público.
é curiosa a construção paradoxal das duas personagens. teresa, o desespero de um minuto, a ansiedade pelo amanhã, uma eterna interrogação. a vontade de fazer tudo da juventude, a vontade que ferve o sangue. francisca, um ponto finalíssimo, a carne em pianinho e os olhos brancos de fumaça, esquecidos pela ordem das coisas. enquanto teresa tem ânsia pelo fenômeno sensorial da experiência nova, francisca sente saudade do sério, do seguro, do há muito conhecido. a beleza se dá no retrato fiel do momento por qual ambas passam, a vida sendo vida, pra lá e pra cá. pra lá e pra cá.
o que há de mais belo no filme é a concepção de emoção e sentimento. a princípio, são tomados como falha e bloqueados, numa procura por paz e coletividade (o que acaba sendo meio paradoxal, visto que os seres humanos se tornaram mais individualistas). no momento em que os personagens contraem a falha, percebe-se a beleza do sentimento e a concepção negativa obtida no início se perde, buscando raízes no que há de mais humano, que é a emoção. o amor, como é retratado na relação de silas e nia, é tomado como algo extremamente sensorial, buscando na experiência da percepção o que há de mais essencial e abstrato nesse sentimento. por meio do toque, do olhar, da presença do outro que se constrói o amor, o que é particularmente muito bonito. o que me agradou no filme é que não propôs uma dicotomia, um embate entre aqueles que demonizavam os sentimentos e tentavam curá-los e aqueles que sentiam e não desejavam ser curados, focando em reflexões e buscas do sentido nas emoções. destaque para a fotografia, que foi impecável, por meio do jogo de luzes e cores que proporcionaram um aspecto não só futurista ao filme mas extremamente belo. a associação de sentimentos a cores específicas é bastante curiosa, acompanhando a busca do sentido emocional pela experiência sensorial. kristen stewart sempre incrível, assim como nicholas hoult. e aí fica a questão: o que é amor? o que é sentir? o que é ser humano, com base nos sentimentos?
um filme infantil que traz temáticas relacionadas a combate ao preconceito e aceitação de minorias, visando preservar as diferenças e a diversidade. achei uma lindeza! e destaque ao personagem do oficial clawhauser, que é um personagem do gênero masculino que não pertence ao esteriótipo de masculinidade, mas mesmo assim é respeitado e adorado pelos outros personagens.
a chegada de vida extraterrestre, como é retratado ao longo do filme, desperta reflexões acerca de temas diversos, não só apenas dos seres visitantes, mas dos anfitriões, que somos nós. desde o princípio, pergunta-se: o que une um povo? a resposta dada pelo filme é a linguagem. em outro momento, a ciência. mas o que é apresentado em diversas cenas é que, dentre aquilo que nos une, sem dúvida há o defeito. a falta de valores, a desunião, o individualismo, o egoísmo, o narcisismo que torna inviável a recepção de um ser que sequer conseguimos compreender. o que nos torna humanos é exatamente o que nos tira a humanidade: a falha. a associação do tempo à linguagem é brilhante, trazendo termos palíndromos como exemplo. não é muito possível compreender de primeira o que os heptápodes querem dizer com a noção de tempo não-linear, mas o que é proposto é exatamente a reflexão acerca disso, e não uma resposta. definitivamente um filme extremamente sensorial, que provoca sentimentos incríveis ao apresentar situações que buscam o que torna cada um de nós um ser humano e nos reúne como uma espécie, fugindo de questões puramente biológicas, mas apoiando-se em questões de percepção e razão, explorando as capacidades da mente humana ao criar a existência de uma fisiologia extraterrestre mais avançada. acredito que o fim deu-se de forma meio incompleta, sem mostrar exatamente que efeito o presente dos heptápodes teve sobre a terra, mas acredito que o final é coerente à história do filme.
caso precisasse procurar um adjetivo pra caracterizar esse filme, usaria banal. seu pai morre. você briga no treino de hóquei. você tem uma banda. você tem duas namoradas. seu pai não pode ser enterrado por causa do gelo. você não pode transar com sua namorada porque seu tio não consegue conversar com a mãe dela. você sente saudade do seu pai. você quer um motor pro seu barco. você mora com seu tio agora. você vai se mudar pra boston, talvez. sem namoradas, sem banda, sem barco, sem hóquei, sem escola. talvez. você fica. ok. acho que o que há de mais gritante nesse filme é o quão difícil é, pra algumas pessoas, falar sobre sentimentos. por isso você briga no bar depois de tomar umas. por isso você manda um estranho se foder. por isso você tem duas namoradas. por isso você chora no colo de uma pessoa qualquer. talvez por conta de masculinidade, talvez por ser reservado demais, talvez por achar que é besteira, talvez porque as coisas são assim mesmo. mas você não fala. você não sente. você faz, faz e faz. o contraponto do filme se dá no fim, quando lee finalmente chora explicitamente a morte das filhas. quando pensa nelas e na culpa que ele possui sobre isso. e quando admite pra patrick que não consegue superar. mas ele continua fazendo. e tudo continua banal. mas de que outra forma seria, não é mesmo?
o conceito de casamento apresentado no filme traz uma ambivalência tão humana que chega a ser assustadora. você ama as coisas que te trazem dor. você sofre pelo que te faz feliz. e é impossível estar ligado a uma pessoa pelo casamento sem apresentar sentimentos e comportamentos ambíguos dessa forma. a morte, a histeria, o ódio que são mostrados em amy acabam no clichê de casamento regular ao lado de nick: filhos, felicidade e longos anos juntos. como se nunca tivesse havido morte, mentira, traição, crime ou ódio. o que você está pensando? o que você está sentindo? o que fizemos um ao outro? o que iremos fazer?
o formato do filme, trazendo arte pela literatura numa tentativa de transpor sentimentos de um personagem é deveras inovador, o que causa certo espanto no princípio, mas que vai provocando sentimentos no público de forma que este queira logo saber o que acontece depois. o nocturnal animals, protótipo do livro, é uma metáfora pro que edward viveu com susan. apropriando-se dos personagens, susan pode ser a sombra do assassino do livro, ray, por ter tirado todas as possibilidades de tony para com sua família ao matar sua esposa e filha brutalmente. isso, pela visão de edward, por conta da traição cometida por susan, que lhe roubou todo o futuro à dois que ele queria ter com ela. mas o curioso é perceber que susan roubou-lhe mais que um romance: ao realizar um aborto, muito provavelmente por não conseguir mais ficar ligada a edward, mata seu futuro como pai assim como ray faz com tony, ao matar sua filha. e edward nem chega a saber disso. a forma com que a história é explorada pelo lado de quem comete o crime, no caso susan, é brilhante, por quebrar desde o princípio a ideia heróica de personagem principal e dar a história uma interpretação mais original. ao fim, edward se livra de susan pra sempre, o que faz o público feliz, sustentando mais ainda sua aura anti-heróica.
eu não tenho uma palavra para descrever esse filme além de perverso. é brincar com a capacidade de se importante consigo e com o outro. a analogia feita ao reino animal é incrível, nas diversas cenas em que sérgio age como se fosse um animal, muitas vezes podendo ser comparado a um louco. é curioso perceber também que mesmo se relacionando com os outros personagens do filme, o rapaz é bastante solitário, o que me faz pensar mais em sua semelhança a um animal, que não possui vínculos concretos com os outros. além disso, seu único amigo é o cachorro. a apresentação da busca do prazer se dá de diversas formas, mas sempre burlando regras sociais ou convenções humanas: invasão de propriedade alheia, furto e até se relacionando com desconhecidos, que invariavelmente continua sendo uma relação enxergada de forma tortuosa. ao fim, sérgio se entrega ao desejo, permite que ele lhe guie, lhe cegue, lhe transforme, lhe desnude, lhe torne cru, lhe torne animal. o traje utilizado pelo personagem a partir de então me é curioso, pois é bastante paradoxal a ideia de que sérgio se torna o que realmente é, mas para isso adquire novos aspectos em sua aparência. mesmo assim, a dicotomia apresentada no fim entre humanidade e histeria abre para várias reflexões, como sobre o que é prazer, o que é humano, o que é loucura e o porquê dessas coisas serem o que são.
acho brilhante a forma com que tornam explícito o fato do filme se tratar de jack, de como a vida dele se constituiu com base no room, na mãe, no old nick e todas as outras coisas advindas da situação trágica pela qual ele (e principalmente a mãe) passaram por vários anos. me pergunto o que é room para jack, e de que forma esse room constituiu suas noções de mundo, uma vez que, por muito tempo, o mundo era room. e a reflexão que fica, juntamente a essa, é o que é room de fato para jack. room é um lugar onde coisas surgem magicamente por conta de um homem? room é um lugar onde sempre tem a mãe? porque jack não tem noção de prisão, sequestro, maldade e, em uma das cenas, percebe-se que mal tem noção de morte também. o que me incomodou no filme foi a forma com que se deu o final. se room por tanto tempo foi o mundo desta criança, seria realmente possível deixar o mundo pra trás apenas com um adeus? era claro que ele voltaria sempre a room, nunca da mesma forma, mas voltaria, pelo que room representava pra ele. e isso poderia ter sido melhor trabalhado. fora isso, a reflexão não segue um viés da violência, mas da infância em si. o que é ser criança, o que é ter uma mãe, o que é ter (ou "não ter") pai, o que é estar preso em um quarto por anos e o que é estar fora dele pro resto da vida.
fiquei meio assustado quando a bianca foi sequestrada no filme porque mesmo com toda a comedia é impossível não pensar no quão real é essa situação e nas estatísticas de lgbt's que sofreram ataques, foram assassinados ou desapareceram por conta de problemas assim.
ao longo da trama, torna-se claro que o tema central é dependência emocional. apesar de possuir problemas, não é saudável deixar alguém tentar resolver sempre, por conta do estado que é criado com essa situação. de um lado fica uma pessoa que nunca sabe lidar com os próprios problemas, enquanto do outro existe alguém que não consegue ficar longe da primeira pessoa pois acredita que ela precisa dela o tempo inteiro. a questão é que esse tipo de relação é delicada e cria conflitos para ambas as partes, como é possível perceber no filme (a relação de charlie e tim sendo interrompida por sebastian várias vezes está aí como exemplo). acredito que o filme sintetiza bem esse tema, agregando o enredo a uma fotografia maravilhosa.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista Agoratalvez seja algo maior que o visual, com críticas projetadas para serem bastante profundas, mas fugiu do comum ao ponto de se tornar difícil de analisar nos parâmetros padrão do público.
Entre Nós
3.6 619 Assista Agoraarrastado, parado e white people problems demais.
A Cidade Onde Envelheço
3.6 130 Assista Agoraé curiosa a construção paradoxal das duas personagens.
teresa, o desespero de um minuto, a ansiedade pelo amanhã, uma eterna interrogação. a vontade de fazer tudo da juventude, a vontade que ferve o sangue. francisca, um ponto finalíssimo, a carne em pianinho e os olhos brancos de fumaça, esquecidos pela ordem das coisas.
enquanto teresa tem ânsia pelo fenômeno sensorial da experiência nova, francisca sente saudade do sério, do seguro, do há muito conhecido. a beleza se dá no retrato fiel do momento por qual ambas passam, a vida sendo vida, pra lá e pra cá.
pra lá e pra cá.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista Agoraporque diabos os atores não se beijaram no final?
Quando Te Conheci
3.3 472 Assista Agorao que há de mais belo no filme é a concepção de emoção e sentimento. a princípio, são tomados como falha e bloqueados, numa procura por paz e coletividade (o que acaba sendo meio paradoxal, visto que os seres humanos se tornaram mais individualistas). no momento em que os personagens contraem a falha, percebe-se a beleza do sentimento e a concepção negativa obtida no início se perde, buscando raízes no que há de mais humano, que é a emoção. o amor, como é retratado na relação de silas e nia, é tomado como algo extremamente sensorial, buscando na experiência da percepção o que há de mais essencial e abstrato nesse sentimento. por meio do toque, do olhar, da presença do outro que se constrói o amor, o que é particularmente muito bonito.
o que me agradou no filme é que não propôs uma dicotomia, um embate entre aqueles que demonizavam os sentimentos e tentavam curá-los e aqueles que sentiam e não desejavam ser curados, focando em reflexões e buscas do sentido nas emoções.
destaque para a fotografia, que foi impecável, por meio do jogo de luzes e cores que proporcionaram um aspecto não só futurista ao filme mas extremamente belo. a associação de sentimentos a cores específicas é bastante curiosa, acompanhando a busca do sentido emocional pela experiência sensorial. kristen stewart sempre incrível, assim como nicholas hoult.
e aí fica a questão: o que é amor? o que é sentir? o que é ser humano, com base nos sentimentos?
Quando Te Conheci
3.3 472 Assista Agorachorei feito uma mula.
Zootopia: Essa Cidade é o Bicho
4.2 1,5K Assista Agoraum filme infantil que traz temáticas relacionadas a combate ao preconceito e aceitação de minorias, visando preservar as diferenças e a diversidade. achei uma lindeza! e destaque ao personagem do oficial clawhauser, que é um personagem do gênero masculino que não pertence ao esteriótipo de masculinidade, mas mesmo assim é respeitado e adorado pelos outros personagens.
Lemonade
4.6 88what are you doing, my love?
A Chegada
4.2 3,4K Assista Agoraa chegada de vida extraterrestre, como é retratado ao longo do filme, desperta reflexões acerca de temas diversos, não só apenas dos seres visitantes, mas dos anfitriões, que somos nós. desde o princípio, pergunta-se: o que une um povo? a resposta dada pelo filme é a linguagem. em outro momento, a ciência. mas o que é apresentado em diversas cenas é que, dentre aquilo que nos une, sem dúvida há o defeito. a falta de valores, a desunião, o individualismo, o egoísmo, o narcisismo que torna inviável a recepção de um ser que sequer conseguimos compreender. o que nos torna humanos é exatamente o que nos tira a humanidade: a falha.
a associação do tempo à linguagem é brilhante, trazendo termos palíndromos como exemplo. não é muito possível compreender de primeira o que os heptápodes querem dizer com a noção de tempo não-linear, mas o que é proposto é exatamente a reflexão acerca disso, e não uma resposta.
definitivamente um filme extremamente sensorial, que provoca sentimentos incríveis ao apresentar situações que buscam o que torna cada um de nós um ser humano e nos reúne como uma espécie, fugindo de questões puramente biológicas, mas apoiando-se em questões de percepção e razão, explorando as capacidades da mente humana ao criar a existência de uma fisiologia extraterrestre mais avançada. acredito que o fim deu-se de forma meio incompleta, sem mostrar exatamente que efeito o presente dos heptápodes teve sobre a terra, mas acredito que o final é coerente à história do filme.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista Agorade alguma forma, esse filme combina tremendamente com o álbum "sábado", do cícero.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista Agoracaso precisasse procurar um adjetivo pra caracterizar esse filme, usaria banal.
seu pai morre. você briga no treino de hóquei. você tem uma banda. você tem duas namoradas. seu pai não pode ser enterrado por causa do gelo. você não pode transar com sua namorada porque seu tio não consegue conversar com a mãe dela. você sente saudade do seu pai. você quer um motor pro seu barco. você mora com seu tio agora. você vai se mudar pra boston, talvez. sem namoradas, sem banda, sem barco, sem hóquei, sem escola. talvez. você fica. ok.
acho que o que há de mais gritante nesse filme é o quão difícil é, pra algumas pessoas, falar sobre sentimentos. por isso você briga no bar depois de tomar umas. por isso você manda um estranho se foder. por isso você tem duas namoradas. por isso você chora no colo de uma pessoa qualquer.
talvez por conta de masculinidade, talvez por ser reservado demais, talvez por achar que é besteira, talvez porque as coisas são assim mesmo. mas você não fala. você não sente. você faz, faz e faz.
o contraponto do filme se dá no fim, quando lee finalmente chora explicitamente a morte das filhas. quando pensa nelas e na culpa que ele possui sobre isso. e quando admite pra patrick que não consegue superar.
mas ele continua fazendo. e tudo continua banal. mas de que outra forma seria, não é mesmo?
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agorasó quero ser rosamund pike quando crescer.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista Agorao conceito de casamento apresentado no filme traz uma ambivalência tão humana que chega a ser assustadora. você ama as coisas que te trazem dor. você sofre pelo que te faz feliz. e é impossível estar ligado a uma pessoa pelo casamento sem apresentar sentimentos e comportamentos ambíguos dessa forma. a morte, a histeria, o ódio que são mostrados em amy acabam no clichê de casamento regular ao lado de nick: filhos, felicidade e longos anos juntos. como se nunca tivesse havido morte, mentira, traição, crime ou ódio.
o que você está pensando?
o que você está sentindo?
o que fizemos um ao outro?
o que iremos fazer?
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista Agorao formato do filme, trazendo arte pela literatura numa tentativa de transpor sentimentos de um personagem é deveras inovador, o que causa certo espanto no princípio, mas que vai provocando sentimentos no público de forma que este queira logo saber o que acontece depois.
o nocturnal animals, protótipo do livro, é uma metáfora pro que edward viveu com susan. apropriando-se dos personagens, susan pode ser a sombra do assassino do livro, ray, por ter tirado todas as possibilidades de tony para com sua família ao matar sua esposa e filha brutalmente. isso, pela visão de edward, por conta da traição cometida por susan, que lhe roubou todo o futuro à dois que ele queria ter com ela. mas o curioso é perceber que susan roubou-lhe mais que um romance: ao realizar um aborto, muito provavelmente por não conseguir mais ficar ligada a edward, mata seu futuro como pai assim como ray faz com tony, ao matar sua filha. e edward nem chega a saber disso.
a forma com que a história é explorada pelo lado de quem comete o crime, no caso susan, é brilhante, por quebrar desde o princípio a ideia heróica de personagem principal e dar a história uma interpretação mais original. ao fim, edward se livra de susan pra sempre, o que faz o público feliz, sustentando mais ainda sua aura anti-heróica.
O Fantasma
3.1 115eu não tenho uma palavra para descrever esse filme além de perverso. é brincar com a capacidade de se importante consigo e com o outro. a analogia feita ao reino animal é incrível, nas diversas cenas em que sérgio age como se fosse um animal, muitas vezes podendo ser comparado a um louco. é curioso perceber também que mesmo se relacionando com os outros personagens do filme, o rapaz é bastante solitário, o que me faz pensar mais em sua semelhança a um animal, que não possui vínculos concretos com os outros. além disso, seu único amigo é o cachorro.
a apresentação da busca do prazer se dá de diversas formas, mas sempre burlando regras sociais ou convenções humanas: invasão de propriedade alheia, furto e até se relacionando com desconhecidos, que invariavelmente continua sendo uma relação enxergada de forma tortuosa.
ao fim, sérgio se entrega ao desejo, permite que ele lhe guie, lhe cegue, lhe transforme, lhe desnude, lhe torne cru, lhe torne animal. o traje utilizado pelo personagem a partir de então me é curioso, pois é bastante paradoxal a ideia de que sérgio se torna o que realmente é, mas para isso adquire novos aspectos em sua aparência. mesmo assim, a dicotomia apresentada no fim entre humanidade e histeria abre para várias reflexões, como sobre o que é prazer, o que é humano, o que é loucura e o porquê dessas coisas serem o que são.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista Agoraacho brilhante a forma com que tornam explícito o fato do filme se tratar de jack, de como a vida dele se constituiu com base no room, na mãe, no old nick e todas as outras coisas advindas da situação trágica pela qual ele (e principalmente a mãe) passaram por vários anos. me pergunto o que é room para jack, e de que forma esse room constituiu suas noções de mundo, uma vez que, por muito tempo, o mundo era room. e a reflexão que fica, juntamente a essa, é o que é room de fato para jack. room é um lugar onde coisas surgem magicamente por conta de um homem? room é um lugar onde sempre tem a mãe? porque jack não tem noção de prisão, sequestro, maldade e, em uma das cenas, percebe-se que mal tem noção de morte também.
o que me incomodou no filme foi a forma com que se deu o final. se room por tanto tempo foi o mundo desta criança, seria realmente possível deixar o mundo pra trás apenas com um adeus? era claro que ele voltaria sempre a room, nunca da mesma forma, mas voltaria, pelo que room representava pra ele. e isso poderia ter sido melhor trabalhado.
fora isso, a reflexão não segue um viés da violência, mas da infância em si. o que é ser criança, o que é ter uma mãe, o que é ter (ou "não ter") pai, o que é estar preso em um quarto por anos e o que é estar fora dele pro resto da vida.
Melancolia
3.8 3,1K Assista Agoranão há pra onde fugir.
Hurricane Bianca
2.9 206fiquei meio assustado quando a bianca foi sequestrada no filme porque mesmo com toda a comedia é impossível não pensar no quão real é essa situação e nas estatísticas de lgbt's que sofreram ataques, foram assassinados ou desapareceram por conta de problemas assim.
O Diário da Princesa
3.3 728 Assista Agorashut up!
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista Agoradiretor: sigmund freud
Closer: Perto Demais
3.9 3,3K Assista Agorahello, stanger
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5Kmas por que diabos ele queria matar a personagem mesmo?
Those People
3.3 179ao longo da trama, torna-se claro que o tema central é dependência emocional. apesar de possuir problemas, não é saudável deixar alguém tentar resolver sempre, por conta do estado que é criado com essa situação. de um lado fica uma pessoa que nunca sabe lidar com os próprios problemas, enquanto do outro existe alguém que não consegue ficar longe da primeira pessoa pois acredita que ela precisa dela o tempo inteiro. a questão é que esse tipo de relação é delicada e cria conflitos para ambas as partes, como é possível perceber no filme (a relação de charlie e tim sendo interrompida por sebastian várias vezes está aí como exemplo). acredito que o filme sintetiza bem esse tema, agregando o enredo a uma fotografia maravilhosa.
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista Agoravi sem expectativa nenhuma porque já esperava a decepção.