É um filme bem interessante sobre liberdades e responsabilidades. Sobre 'parenting' e construção de personalidade. Sobre não ter um jeito certo ou errado de educar ou amar. Me lembrou muito Shoplifters (e Parasita, inclusive). Meu incômodo foram as atuações e a linguagem do filme muito pastelona/non sense que em alguns momentos ficou pretensiosa demais na intenção de ser alternativo - mesmo já acostumado com os filmes da Miranda July.
Pra quem tá envolvido com o anime, e já sabendo que se trata de um filler, achei a experiência bem legal e se encaixa bem entre York Shin e Greed Island.
O filme conseguiu aprofundar um dos melhores arcos, explorando um vilão interessante que passou batido no anime e que rendeu boas lutas. Assisti logo depois do arco e foi uma experiência boa com a trama como um todo. O que vocês estavam esperando?
Fiquei aguardando ansiosamente a ficha da consciência social 'cair' sobre o processo do documentário que pareceu bem autoritário com o Santiago. E até caiu, mas ao mesmo tempo pareceu muito aquém da pretensão de retomar essa história tanto tempo depois.
Achei interessante e doloroso por ver um personagem tão sensível idealizando um universo tão inalcançável da aristocracia carioca (e do mundo), mas ABRACCINE top 33 é muita influência da família Salles na cultura nacional, né não?
"No desenvolvimento do roteiro, o diretor entrevistou mais de 500 pessoas de diferentes históricos sociais, perguntando sobre suas memórias e qual seria a escolhida para manter. Kore-eda ficou 'intrigado sobre o quão comum as pessoas escolhiam experiências perturbadoras'"'.
A minha seria uma dessas. Um caso de pneumonia por volta de 3-4 anos em que minha mãe construiu uma "jornada do herói" para eu me tornar um Tartaruga Ninja (era meu desenho favorito), com direito a atuações e ambientação dos personagens para eu suportar uma rotina de injeções. Não é a lembrança mais prazerosa, mas talvez seja a mais intensa sobre dedicação e amor.
"Depois da Vida" faz isso com a gente. Torna inevitável pensar sobre a sua memória escolhida durante os 118 minutos. E como o significado das suas memórias vão se transformando de acordo com os acontecimentos da sua vida.
Definitivamente é mais interessante como projeto do que como execução, principalmente pelas premissas do diretor sobre o valor da memória e pelo misto de doc e ficção.
Eu não achei o doc tão revelador ou surpreendente. Usar focus groups para testar argumentos ou materiais publicitários, atacar os pontos fracos do seu concorrente, isso sempre existiu na política. Aí cogitei que o surpreendente, aparentemente, é o fato de ser uma empresa americana por trás, o que indicaria que o governo americano está manipulando eleições pelo mundo - como outros docs já provaram. Mas apesar de isso ser uma hipótese viva, já que temos um candidato super pró-mercado que quer vender recursos naturais, não existe uma evidência conclusiva. Pela falta dessa associação o doc não consegue chocar como "Guerra à Democracia" e "A Revolução não será Televisionada". Você deduz, mas ainda continua de frente para a contratação de uma empresa global de consultoria política. A Dilma também já contratou o marketeiro do Obama, Bolsonaro contou com o marketeiro do Trump, só não tivemos uma gravação de ponta como essa escancarando os métodos.
Aliás, esse é o grande valor do doc. Seu trabalho investigativo, com ótimas gravações, depoimentos, e um arco narrativo que cria muita expectativa.
Fiquei perplexo com o ritmo desse filme e capacidade de prender a atenção por 3:30. Tensão constante, boas viradas no roteiro, produção incrível.
Sem sentimentalismos, o filme apresenta muito bem a perspectiva do grupo alemão. A conexão é inevitável - não tem lado a ou lado b, o inimigo é a guerra.
É o tipo de filme que pelo tema você quer muito gostar. Afinal, apoiar um filme sobre ditadura é quase um ato político. Infelizmente achei o roteiro previsível, enfadonho, e cheio de clichês. Tipo socialistas falando que vão torcer pra Checoslováquia na Copa.
Uma das bases do argumento também soou muito estranha pra mim:
Que aula. Te induz a questionar a motivação dos personagens no início - quase como se os conflitos não fizessem sentido para as relações aparentes, ou fossem no mínimo desproporcionais. Depois você vai entendendo e encaixando o acontecimento inicial do filme com os aprofundamentos dos personagens, e parece cada vez mais natural a decisão de cada um. Por último, você se choca e ainda descobre que a história foi inspirada num famoso crime brasileiro.
A atmosfera opressora de São Paulo do filme funciona muito bem. Enquanto uns se inspiram com esse estilo de vida americano de ascensão social a todo custo, outros simplesmente não se encaixam.
Agora, sinto que esse tipo de protagonista envelheceu muito mal. Abusivo, egocêntrico, me lembrou muito alguns do Fellini que se tornaram repugnantes também. E isso acaba criando uma quebra de empatia, que pra mim, prejudicou no envolvimento com o filme como um todo.
Não tem nada realmente novo ou surpreendente no conteúdo. O mérito foi conseguir reunir tudo num lugar só, com depoimentos importantes de ex-líderes da indústria, e um bom fechamento convocando a mudança.
Queria sentar numa mesa de bar com Wim Wenders e perguntar se ele leu o "Livro do Desassossego" do Pessoa, porque um dos temas abordados é a necessidade de adotar uma linguagem na arte para transmitir a intenção original do autor, por mais que isso pareça uma versão menos pura e livre do que a intenção original.
É o que vemos no dilema de Friedrich: como gravar e o que gravar? O receio do olhar corromper a obra, por isso guardar para futuras gerações; a necessidade de filmar encontrando seu lugar na história do cinema, reconhecendo o que já foi produzido; a fuga da imagem como ferramenta de venda - o pesadelo de um artista como ele.
Um tema super reflexivo, mas que "O Céu de Lisboa" consegue abordar de forma leve, divertida, poética.
O filme consegue trazer tudo isso no olhar de um Winter que começa o filme como um gringo, totalmente incomunicável, e vai se emaranhando com a cidade dos sonhos conforme se apaixona por ela.
Normalmente quando a gente se assusta com histórias colonialistas, são antigas.
De repente você vê o quão recente e real esse filme é. E percebe que a Nova Caledônia continua sob domínio francês.
Dito isso, não é filmaço tecnicamente... Mas é uma história urgente, bem contada. E Kassovitz como sempre fazendo do cinema uma linda ferramenta de consciência política e social.
De repente, viro-me e olho para uma velha foto de escola de quando eu tinha 10 anos, pareço detectar algo que me escapava até então. Para minha surpresa, devo admitir que não sei quem sou. Não tenho a mais vaga idéia. Sempre fiz o que me mandaram. Até onde me lembro fui obediente, correta, quase humilde. Me impus algumas vezes, quando menina, mas minha mãe me puniu por minha falta de modos, com severidade exemplar. Minha educação e a das minhas irmãs tinha o objetivo de nos tornar agradáveis. Eu era feia e desajeitada um fato do qual sempre me lembravam. Mais tarde percebi que, se guardasse meus pensamentos e fosse agradável e previsível seria recompensada. A maior decepção começou na puberdade, meus pensamentos e sentimentos giravam em torno de sexo, mas nunca disse isso aos meus pais nem a ninguém.Ser enganosa e reservada e mostrou mais seguro. Meu pai queria que eu seguisse seus passos e fosse advogada. Dei indiretas de que queria ser atriz ou fazer algo no mundo do teatro, mas eles riram de mim. Desde então, sigo fingindo, forjando meus relacionamentos com os outros, com os homens, sempre atuando, numa tentativa desesperada de agradar. Nunca considerei o que eu queria e sim o que ele quer que eu queira. Não é falta de egoísmo, como costumava pensar, é pura covardia, pior ainda, provém da minha ignorância de quem eu sou. Nosso erro foi não nos desligarmos de nossas famílias e criarmos algo que nos satisfizesse a nós mesmos.
Assim como aprendi em Havana: não é embargo, é bloqueio.
Tudo começa com a nacionalização das empresas americanas que ocupavam posições estratégicas na soberania Cubana. A 'dívida histórica' que os EUA cobram ganham ares chocantes quando entendemos todos os impactos: falta de alimentos e medicamentos, desalinhamento com as recomendações da ONU, punição para países que negociarem com Cuba.
Só que a estratégia de sabotagem social que foi amplamente utilizada para derrubar governos da América Latina no século passado encontrou uma resistência incrível. Digno de ser estudado.
Um filme essencialmente de diálogos, que fluem muito bem e são muito inteligentes nas reflexões sociais e históricas. É a sensação de um 'papo de bar', cheio de devaneios e referências. O grande problema é que algumas cenas envelheceram muito mal pelo preconceito como recurso humorístico - mesmo sendo de 1986, não dá pra relativizar.
Investir e contar com uma bicicleta como instrumento de trabalho para ascender socialmente. A fragilidade de perdê-la em um sistema desigual que incentiva as piores escolhas. Estamos falando da Itália pós segunda guerra mundial, mas também de um presente terrivelmente familiar.
É um bom filme, mas sofre por não conseguir trazer um olhar novo, surpreendente ou proprietário para a tão saturada temática time travel/realidades paralelas. Estamos falando de uma das narrativas mais exploradas de cine e séries nos últimos 20 anos, com mais um boom recente. Quem não reinventa o gênero, vira um déjà-vu de outros filmes. Não é por acaso que existem tantos comentários aqui de pessoas que deduziram a plot e identidades dos personagens nos primeiros 30 min.
Para mim, se mostrou um lindo retrato sobre como a vida é essencialmente a arte de escolher e renunciar.
A inconformidade que o Yang traz, questionando a escolha do olhar, tirando fotos das nucas das pessoas e entregando para elas: porque é o lado que elas abriram mão de ver. Os triângulos e dilemas amorosos, pela dificuldade de escolher. A antítese que interesses trabalhistas impõem sobre relações pessoais.
Talvez o cinema seja mesmo a forma mais próxima de viver "o dobro do que obtemos da vida real".
A Mão de Deus
3.6 190O humor desse filme me deixou MUITO constrangido. Tá uns 10 anos atrasado pelo menos.
Friends: A Reunião
4.3 330 Assista AgoraÓtima forma de matar a saudade :)
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraKill Bill dos abusadores
Falsos Milionários
3.4 77 Assista AgoraÉ um filme bem interessante sobre liberdades e responsabilidades. Sobre 'parenting' e construção de personalidade. Sobre não ter um jeito certo ou errado de educar ou amar. Me lembrou muito Shoplifters (e Parasita, inclusive). Meu incômodo foram as atuações e a linguagem do filme muito pastelona/non sense que em alguns momentos ficou pretensiosa demais na intenção de ser alternativo - mesmo já acostumado com os filmes da Miranda July.
Hunter x Hunter 1: Phantom Rouge
3.5 32Me surpreendi com o rigor das avaliações aqui.
Pra quem tá envolvido com o anime, e já sabendo que se trata de um filler, achei a experiência bem legal e se encaixa bem entre York Shin e Greed Island.
O filme conseguiu aprofundar um dos melhores arcos, explorando um vilão interessante que passou batido no anime e que rendeu boas lutas. Assisti logo depois do arco e foi uma experiência boa com a trama como um todo. O que vocês estavam esperando?
Wim Wenders, Desperado
3.5 3Acabei de descobrir que o doc foi exibido gratuitamente online na mostra "É tudo verdade" no dia 04/10.
Se alguém souber onde e como assistir, me avise por favor.
Santiago
4.1 134Sentimentos mistos.
Fiquei aguardando ansiosamente a ficha da consciência social 'cair' sobre o processo do documentário que pareceu bem autoritário com o Santiago. E até caiu, mas ao mesmo tempo pareceu muito aquém da pretensão de retomar essa história tanto tempo depois.
Achei interessante e doloroso por ver um personagem tão sensível idealizando um universo tão inalcançável da aristocracia carioca (e do mundo), mas ABRACCINE top 33 é muita influência da família Salles na cultura nacional, né não?
Depois da Vida
3.9 70"No desenvolvimento do roteiro, o diretor entrevistou mais de 500 pessoas de diferentes históricos sociais, perguntando sobre suas memórias e qual seria a escolhida para manter. Kore-eda ficou 'intrigado sobre o quão comum as pessoas escolhiam experiências perturbadoras'"'.
A minha seria uma dessas. Um caso de pneumonia por volta de 3-4 anos em que minha mãe construiu uma "jornada do herói" para eu me tornar um Tartaruga Ninja (era meu desenho favorito), com direito a atuações e ambientação dos personagens para eu suportar uma rotina de injeções. Não é a lembrança mais prazerosa, mas talvez seja a mais intensa sobre dedicação e amor.
"Depois da Vida" faz isso com a gente. Torna inevitável pensar sobre a sua memória escolhida durante os 118 minutos. E como o significado das suas memórias vão se transformando de acordo com os acontecimentos da sua vida.
Definitivamente é mais interessante como projeto do que como execução, principalmente pelas premissas do diretor sobre o valor da memória e pelo misto de doc e ficção.
Crise é o Nosso Negócio
4.2 4Eu não achei o doc tão revelador ou surpreendente. Usar focus groups para testar argumentos ou materiais publicitários, atacar os pontos fracos do seu concorrente, isso sempre existiu na política. Aí cogitei que o surpreendente, aparentemente, é o fato de ser uma empresa americana por trás, o que indicaria que o governo americano está manipulando eleições pelo mundo - como outros docs já provaram. Mas apesar de isso ser uma hipótese viva, já que temos um candidato super pró-mercado que quer vender recursos naturais, não existe uma evidência conclusiva. Pela falta dessa associação o doc não consegue chocar como "Guerra à Democracia" e "A Revolução não será Televisionada". Você deduz, mas ainda continua de frente para a contratação de uma empresa global de consultoria política. A Dilma também já contratou o marketeiro do Obama, Bolsonaro contou com o marketeiro do Trump, só não tivemos uma gravação de ponta como essa escancarando os métodos.
Aliás, esse é o grande valor do doc. Seu trabalho investigativo, com ótimas gravações, depoimentos, e um arco narrativo que cria muita expectativa.
O Barco: Inferno no Mar
4.2 176 Assista AgoraFiquei perplexo com o ritmo desse filme e capacidade de prender a atenção por 3:30. Tensão constante, boas viradas no roteiro, produção incrível.
Sem sentimentalismos, o filme apresenta muito bem a perspectiva do grupo alemão. A conexão é inevitável - não tem lado a ou lado b, o inimigo é a guerra.
O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3.7 454É o tipo de filme que pelo tema você quer muito gostar. Afinal, apoiar um filme sobre ditadura é quase um ato político. Infelizmente achei o roteiro previsível, enfadonho, e cheio de clichês. Tipo socialistas falando que vão torcer pra Checoslováquia na Copa.
Uma das bases do argumento também soou muito estranha pra mim:
Você deixaria seu filho na porta de outra casa, mesmo que seja de um familiar, sem se certificar de algum conhecido está lá?
Recomendo assistirem o chileno 'Machuca', também com perspectiva infantil sobre ditadura.
O Lobo Atrás da Porta
4.0 1,3K Assista AgoraQue aula. Te induz a questionar a motivação dos personagens no início - quase como se os conflitos não fizessem sentido para as relações aparentes, ou fossem no mínimo desproporcionais. Depois você vai entendendo e encaixando o acontecimento inicial do filme com os aprofundamentos dos personagens, e parece cada vez mais natural a decisão de cada um. Por último, você se choca e ainda descobre que a história foi inspirada num famoso crime brasileiro.
São Paulo Sociedade Anônima
4.2 172A atmosfera opressora de São Paulo do filme funciona muito bem. Enquanto uns se inspiram com esse estilo de vida americano de ascensão social a todo custo, outros simplesmente não se encaixam.
Agora, sinto que esse tipo de protagonista envelheceu muito mal. Abusivo, egocêntrico, me lembrou muito alguns do Fellini que se tornaram repugnantes também. E isso acaba criando uma quebra de empatia, que pra mim, prejudicou no envolvimento com o filme como um todo.
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista AgoraNão tem nada realmente novo ou surpreendente no conteúdo. O mérito foi conseguir reunir tudo num lugar só, com depoimentos importantes de ex-líderes da indústria, e um bom fechamento convocando a mudança.
Edifício Master
4.3 372 Assista AgoraQue técnica absurda como documentarista e entrevistador. Como Coutinho consegue que as pessoas abram a alma assim para extrair tantas histórias?
O Céu de Lisboa
4.0 30Queria sentar numa mesa de bar com Wim Wenders e perguntar se ele leu o "Livro do Desassossego" do Pessoa, porque um dos temas abordados é a necessidade de adotar uma linguagem na arte para transmitir a intenção original do autor, por mais que isso pareça uma versão menos pura e livre do que a intenção original.
É o que vemos no dilema de Friedrich: como gravar e o que gravar? O receio do olhar corromper a obra, por isso guardar para futuras gerações; a necessidade de filmar encontrando seu lugar na história do cinema, reconhecendo o que já foi produzido; a fuga da imagem como ferramenta de venda - o pesadelo de um artista como ele.
Um tema super reflexivo, mas que "O Céu de Lisboa" consegue abordar de forma leve, divertida, poética.
O filme consegue trazer tudo isso no olhar de um Winter que começa o filme como um gringo, totalmente incomunicável, e vai se emaranhando com a cidade dos sonhos conforme se apaixona por ela.
A Rebelião
3.8 18Normalmente quando a gente se assusta com histórias colonialistas, são antigas.
De repente você vê o quão recente e real esse filme é. E percebe que a Nova Caledônia continua sob domínio francês.
Dito isso, não é filmaço tecnicamente... Mas é uma história urgente, bem contada. E Kassovitz como sempre fazendo do cinema uma linda ferramenta de consciência política e social.
Cenas de um Casamento
4.4 232Marianne tenta ler para Johan o que ela conseguiu escrever sobre si:
De repente, viro-me e olho para uma velha foto de escola de quando eu tinha 10 anos, pareço detectar algo que me escapava até então. Para minha surpresa, devo admitir que não sei quem sou. Não tenho a mais vaga idéia. Sempre fiz o que me mandaram.
Até onde me lembro fui obediente, correta, quase humilde. Me impus algumas vezes, quando menina, mas minha mãe me puniu por minha falta de modos, com severidade exemplar.
Minha educação e a das minhas irmãs tinha o objetivo de nos tornar agradáveis.
Eu era feia e desajeitada um fato do qual sempre me lembravam.
Mais tarde percebi que, se guardasse meus pensamentos e fosse agradável e previsível seria recompensada.
A maior decepção começou na puberdade, meus pensamentos e sentimentos giravam em torno de sexo, mas nunca disse isso aos meus pais nem a ninguém.Ser enganosa e reservada e mostrou mais seguro.
Meu pai queria que eu seguisse seus passos e fosse advogada. Dei indiretas de que queria ser atriz ou fazer algo no mundo do teatro, mas eles riram de mim. Desde então, sigo fingindo, forjando meus relacionamentos com os outros, com os homens, sempre atuando, numa tentativa desesperada de agradar. Nunca considerei o que eu queria e sim o que ele quer que eu queira.
Não é falta de egoísmo, como costumava pensar, é pura covardia, pior ainda, provém da minha ignorância de quem eu sou.
Nosso erro foi não nos desligarmos de nossas famílias e criarmos algo que nos satisfizesse a nós mesmos.
Bloqueio: A Guerra Contra Cuba
4.3 12Assim como aprendi em Havana: não é embargo, é bloqueio.
Tudo começa com a nacionalização das empresas americanas que ocupavam posições estratégicas na soberania Cubana. A 'dívida histórica' que os EUA cobram ganham ares chocantes quando entendemos todos os impactos: falta de alimentos e medicamentos, desalinhamento com as recomendações da ONU, punição para países que negociarem com Cuba.
Só que a estratégia de sabotagem social que foi amplamente utilizada para derrubar governos da América Latina no século passado encontrou uma resistência incrível. Digno de ser estudado.
O Declínio do Império Americano
3.8 82 Assista AgoraUm filme essencialmente de diálogos, que fluem muito bem e são muito inteligentes nas reflexões sociais e históricas. É a sensação de um 'papo de bar', cheio de devaneios e referências. O grande problema é que algumas cenas envelheceram muito mal pelo preconceito como recurso humorístico - mesmo sendo de 1986, não dá pra relativizar.
A Árvore do Amor
4.3 141Tempos difíceis inspiram amores belíssimos - talvez seja o equilíbrio natural das coisas. Aqui, até o sangue é matéria prima para as flores.
Ladrões de Bicicleta
4.4 531 Assista AgoraInvestir e contar com uma bicicleta como instrumento de trabalho para ascender socialmente. A fragilidade de perdê-la em um sistema desigual que incentiva as piores escolhas. Estamos falando da Itália pós segunda guerra mundial, mas também de um presente terrivelmente familiar.
Durante a Tormenta
4.0 893 Assista AgoraÉ um bom filme, mas sofre por não conseguir trazer um olhar novo, surpreendente ou proprietário para a tão saturada temática time travel/realidades paralelas. Estamos falando de uma das narrativas mais exploradas de cine e séries nos últimos 20 anos, com mais um boom recente. Quem não reinventa o gênero, vira um déjà-vu de outros filmes. Não é por acaso que existem tantos comentários aqui de pessoas que deduziram a plot e identidades dos personagens nos primeiros 30 min.
As Coisas Simples da Vida
4.3 119Um filme que dá espaço é mais de um.
Para mim, se mostrou um lindo retrato sobre como a vida é essencialmente a arte de escolher e renunciar.
A inconformidade que o Yang traz, questionando a escolha do olhar, tirando fotos das nucas das pessoas e entregando para elas: porque é o lado que elas abriram mão de ver.
Os triângulos e dilemas amorosos, pela dificuldade de escolher.
A antítese que interesses trabalhistas impõem sobre relações pessoais.
Talvez o cinema seja mesmo a forma mais próxima de viver "o dobro do que obtemos da vida real".