Não só uma mostra excelente de como nossos internalismos sobre nossos vazios e dúvidas são perigosos se não compartilhados, como um exemplo raro de honestidade entre relações humanas. Claro que as atuações de todo o elenco ajudam, ou o roteiro que traz toda essa trama pra perto de nós com uma naturalidade que impressiona, mas a direção de Craig Johnson é o mote central para o resultado final impressionante da obra.
E por ser uma trama pessoal (o diretor tem uma irmã e a relação dos dois de humor negro e depressão foram transpostas para a tela da forma mais próxima possível) acaba não se perdendo em cenas individualistas de mais, pelo contrário, não só trás problemas e questões importantes, como consegue ser cinemático e conciso no fim de tudo. Exemplo bom é a relação da Maggie (Kristen Wiig merecendo prêmios) com a água e como essa relação dá voltas durante o filme culminando no ápice final. Porém, mais bonito ainda é ver a cena onde os peixes morrem, não só por que é uma bela analogia a relação destrutiva dos irmãos, mas como enriquece essas rimas visuais e intertextuais da película.
Um bom exercício de reflexão sobre o que deixamos para os outros e o que guardamos para nós e de como as nossas relações interpessoais são vitais para a nossa jornada, mesmo que essa seja rumo a autodestruição.
ps: Bill Hader também está digno de prêmios, que atuação monstra e como a química dele com sua melhor amiga na vida real (Kristen e ele foram parceiros de Saturday Night Live por mais de 6 anos e se amam como irmãos mesmo) é algo que cativa e te faz apaixonar por tudo logo de cara.
ps 2: O Luke Wilson não me cativava assim em um filme desde Tenembaums.
Simplesmente uma das maiores zoeiras dos últimos anos! Passeia por vários climas e atmosferas diferentes (sendo o flashback com o personagem do Johnny Depp a pior cena do filme), o que pode vir a incomodar e confundir alguns espectadores.
A ideia surgiu do próprio podcast do Kevin Smith da forma mais away possível, inclusive veja até o fim dos créditos, pois tem um trecho do cast em que a bendita ideia surgiu e mostra bem como tudo não passa de momentos zoados. O que ajudaria a alguns desavisados do que realmente o filme se trata.
A diferença de tons está lá simplesmente pra ajudar a fazer rir, as mudanças súbitas de climas são propositais e os momentos mais sérios da obra são basicamente a melhor parte do filme, onde tem mais terreno para risada do que as demais partes. Os diálogos estão excelentes (como é de praxe do Kevin Smith) e os personagens são tão carismáticos que você termina querendo ser amigos de todos inclusive da versão mais caricata já feita por Johnny Depp (sim, acredite).
Então atento aqui para os que acham que a mistura bizarra de tons é uma falha ou apenas má direção, simplesmente é o oposto! Kevin Smith não acertava na direção assim desde "Clerks 2", e olha que não sou o maior fã das direções do homem, mas nesse aqui ele acertou bonito. Espero que os que não gostaram revejam e da segunda vez tentem relaxar mais e não levar tão a sério, ou melhor, não levar a sério de jeito nenhum, pois a experiência aqui está em sentar por 100 min. e conseguir não rir com tanta maluquice e novamente, pra retomar a palavra que resume ou até define o filme: Z-O-E-I-R-A.
É hipnotizante assistir à um Fuller iniciante, porém, com total domínio do que viriam a ser suas marcas registradas. Aqui esses elementos se distribuem em "culpa", triângulo amoroso e personagens nada glamurosos.
O protagonista do filme mata o herói, e então somos fadados a observar uma jornada de um personagem consumido pela culpa, repleto de falhas, mas carregado de sonhos que beiram a inocência, ou seja, o personagem mais humano do filme. Fuller já mostra aqui sinais de congruência que viriam a aparecer em toda sua obra, os "underdogs" serão o centro de suas películas, e ninguém melhor pra começar sua jornada como cineasta do que o famoso Robert Ford.
Quanto ao romance, acaba sendo cruel a forma com que Fuller nos entrega o fim da trama, colocando o personagem mais heroico e maniqueísta como aquele que no fim herdará o romance do covarde Robert Ford, que nunca conseguirá ter o amor de sua vida, mesmo que batalhe para isso, matando inclusive o seu primeiro amor.
Apresentando um de seus personagens mais racistas e complexos, Fuller carrega seu filme com uma das figuras mais desprezivas e numa espécie de rito de passagem desenvolve o caráter desse ser que acaba se tornando algo belo naquela cena final com uma das músicas mais lindas das obras de Fuller.
Destacaria todos os personagens, especialmente Goldie que carrega uma carga dramática pesadíssima e vital para a virada interna do protagonista. Mas a minha preferida acaba sendo Lucky Legs, mulher forte, decidida e das mais tridimensionais que já vi.
Um filme poderoso, carregado de personagens poderosos, com uma virada final poderosíssima. Simplesmente perfeito!
Impressionante o poder do Fuller aqui de debater ética com maestria que eu vi poucas vezes em tela. Apresentando não só um ou dois lados de uma moeda, mas as diversas variações que fazem parte da natureza humana.
Por vezes me lembrou de "Cross of Iron" do Peckinpah (que vi antes deste), por apresentar alemães em época de guerra sendo simplesmente pessoas, e mostrando que dentre essas diversas faces a sim alguns que se sobressaem tanto para o lado bom quanto para o lado ruim...
Aliás, se for debater o que é bom e ruim nesta obra é melhor preparar um ensaio mais cuidadoso, é simplesmente embasbacante a maestria do diretor aqui, que não só é poderosos no discurso, como beira a perfeição com suas imagens.
Apesar de ter alguns exageros em sua trilha sonora e em alguns momentos de sua decupagem, a trama passa por intermináveis nuances tão fantásticas dialogando com aquela paixão cega dos sulistas por uma terra que sempre esteve lá para todos e como sempre, Fuller coloca o debate racial na mesa, seja pelos índios ou na melhor cena do filme, na qual o protagonista discute com o capitão sobre o que é ser sulista e o que é ser americano. E mais uma vez, Fuller com suas frases esmagadoras aos créditos de seus filmes de guerra, aqui acaba sendo posito.
Você sabe que é um filme 100% Fuller quando as três primeiras pessoas a se encontrarem são as mais etnicamente diversas de todo o filme (O americano, o coreano e o Afro americano) e quando um assassino é encontrado debate questões raciais com o único negro do grupo, ou até mesmo com aquele letreiro ironicamente ácido ao final da película. Resumindo, você sabe que tem uma obra prima sacana, como um bom e velho Fuller tem que ser.
Uma excelente sátira sobre o sadismo americano que impera muito claramente nos dias de hoje, com o amor por armas que aqui no filme é elevado ao extremo colocado como amor por mortes como solução para uma America melhor, que ora pelos "novos" Founding Fathers, como já o fazem sempre que tem algum debate sobre armas. Um povo que leva de forma natural um dia de mortes liberadas. Alguns personagens inclusive tratam o expurgo como algo divino (o que também já ocorre com os Republicanos apaixonados por armas).
O filme é mais que atual, e apesar de não ser algo épico, traz elementos que são muito bem trabalhados de uma forma que não beira a maior profundidade, mas que se esconde de uma maneira eficaz por dentre o subtexto da obra. Tem seus probleminhas com os dois atores mirins bem fraquinhos (e a personagem da filha é desnecessária), mas o personagem do filho traz um debate ético interessante, no qual as pessoas o julgam por ter feito algo tão cruel quanto abrigar uma vítima de tortura. O filme é dúbio e além de debate, traz cenas violentas muito bem orquestradas, especialmente a luta final do pai e a parábola da mãe com o nariz da vizinha. Estranho ver um filme americano hoje em dia que seja simples, direto ao ponto e com uma profundidade que ultrapassa diálogos expositivos e traz elementos interessantes de se pensar nos dias de hoje.
Deu pro gasto, o mais legal foi me divertir com as teorias absurda e uns malucos pirados (como o cara viajante sobre a teoria do pouco na Lua), mas também não é de todo inútil, já que me fez perceber diversos detalhes que eu não tinha percebido antes. Só que claro, eu achei interessante os detalhes em si, não as teorias que os cercam.
Taí uma grata surpresa. Não só por ser um filme do Ben Affleck, mas por ser um estudo impressionante de personagem, onde uns são milimetricamente construídos e outros desconstruídos com maestria. Só que o que mais chama atenção é o debate ético que o filme levanta, repleto de questões para se ficar horas debatendo e se pensando. O final não alegra, mas foi o certo. Mas o certo realmente deveria ter sido feito? E por ai vai... Filmão mesmo, conduzido com perfeição e cuidado pelo seu diretor.
É difícil encontrar uma filme nos dias de hoje que seja uma experiência totalmente nova e diferente de tudo que já foi mostrado, e é com a mais tremenda felicidade (e com a cabeça ainda doendo das reflexões feitas e ainda sendo processadas) que digo que o filme do Cronenberg consegue atingir essa gama diferente de intensidade e forma. É um filme que vai se moldando em uma desconstrução . Tanto em técnica quanto em atuações, o filme é impecável. E ser um estudante de filosofia e ver esse exemplar é ter um prato cheio. Aliás, deve ser ainda melhor rever "Naked Lunch" antes de ver esse.
O Wes nunca se acomoda e é impressionante ver como o mesmo alcança novamente com esse novo exemplar o status de obra-prima. Do começo ao fim o filme diverte, carrega aquele espírito de aventura que se propôs e traz variações de humor, do triste ao engraçado. Sem nunca deixar de mencionar as facetas técnicas e simplistas que o diretor insiste em preservar mesmo estando num patamar tão alto de sua carreira (continuar implementando pequenos momentos em stop motion é uma delas). Enfim, eu nunca vou cansar de dizer isso, mas provavelmente é o meu preferido dele, junto de Tebembaums, Zissou, Rushmore e Rapozo.
O filme que faz até quem não é pedófilo se apaixonar (de forma errada mesmo) por uma menina de 13 anos. O problema não está nisso, aliás isso é das melhores coisas do filme. O problema está na inconcistência do roteiro e da montagem, que tenta ser diferente, mas acaba tornando tudo confuso e corrido, o que mais danifica a qualidade do filme, que tem uma trilha linda (Dylan <3), atuações muito boas (destaque maior pra Chloe mesmo) e um plot interessante mas que acaba se afundando na incopetencia dos roteiristas e de uma direção ainda imatura. O final é ótimo e serve como uma espécie de borracha para as desgraças que o filme insiste em nos fazer ver, o que agrada bastante. PS: as referências pops podem soar um pouco forçadas no começo, mas acabam sendo legais ao final.
Mas que filme bacanudo. Me divertiu do começo ao fim e ainda que repleto de clichês e um final não tão surpreendente como pretendia ser, conseguiu me emocionar. Durante a projeção ainda tem alguns problemas envolvendo sua lógica temporal, mas nada que atrapalhe o todo, pelo contrário, a lógica maior do filme é o descompromisso com as leis temporais e o comprometimento com a diversão. Das atuações à maquiagem e algumas novas mitologias criadas (modelos são alienígenas!!!) tudo funciona bem, diverte e apesar de não ser uma obra-prima, devo dizer que beirou esses status.
Eis que vou assistir meu primeiro Fuller e me deparo com uma obra prima da amargura e rudeza tão conhecidos do diretor e que acabei comprovando com este exemplar de sua obra.
Seja pelo começo seco e tão famoso, ou pela cena do sonho das criancinhas que não podem andar, andando ou pela melhor cena do filme (e das melhores que já vi) envolvendo a queda do sonho da protagonista, o filme consegue ser um agente poderoso que evoca uma crueldade análoga aos demais de sua época e que demonstra total maestria para encorporar em si, um debate sem desculpas ou enrolação.
Ver um exemplo seco do que o cinema pode ser nada mais é do que uma fantástica experiência, onde apesar de tudo estar jogado com sapatadas na nossa cara, ainda há espaço para o "não dito" que diz mais do que qualquer cena do filme e que perturba muito por isso.
É de mais, e tem um final tão duro quanto seu começo, o que só mantém e elava a obra ao status da perfeição.
É muito bom, traz todos os elemtnos do cinema de Mellvile, mas peca em determinados momentos, quando se alonge de mais em cenas desnecessárias ou menos importantes, ou apressa-se demasiadamente em momentos que deveriam ter uma tensão maior. A fotografia é tão fria quanto o filme e seus personagens, porém, aqui Mellvile derrapa em si mesmo e não constrói a obra-prima que poderia ser se não fossem tais deslizes já mencionados.
Um belíssimo filme! Com das fotografias mais lindas e estilizadas do cinema clássico, que chega a beirar o noir, mas se atem ao seu objetivo de criar tensão e até mesmo medo. O foco final fica, disfarçadamente, nas "criancinhas" e sua jornada universal, mas vale lembrar que o que Charles Laughton pretendia mesmo era criar um conto sobre os maleficios que o idealismo falso por uma religião pode trazer e como a sociedade entrega sempre o pior de si quando contestada por seus falsos conceitualismos. Há cenas memoráveis e cenas descartáveis, porém, com uma única cena, o diretor conseguiu me emocionar por de mais, e quem quiser saber qual é, só digo que envolve uma maçã e seu significado dentro da película. ótimo filme, que assusta e emociona.
Irmãos Desastre
3.5 137 Assista AgoraNão só uma mostra excelente de como nossos internalismos sobre nossos vazios e dúvidas são perigosos se não compartilhados, como um exemplo raro de honestidade entre relações humanas. Claro que as atuações de todo o elenco ajudam, ou o roteiro que traz toda essa trama pra perto de nós com uma naturalidade que impressiona, mas a direção de Craig Johnson é o mote central para o resultado final impressionante da obra.
E por ser uma trama pessoal (o diretor tem uma irmã e a relação dos dois de humor negro e depressão foram transpostas para a tela da forma mais próxima possível) acaba não se perdendo em cenas individualistas de mais, pelo contrário, não só trás problemas e questões importantes, como consegue ser cinemático e conciso no fim de tudo. Exemplo bom é a relação da Maggie (Kristen Wiig merecendo prêmios) com a água e como essa relação dá voltas durante o filme culminando no ápice final. Porém, mais bonito ainda é ver a cena onde os peixes morrem, não só por que é uma bela analogia a relação destrutiva dos irmãos, mas como enriquece essas rimas visuais e intertextuais da película.
Um bom exercício de reflexão sobre o que deixamos para os outros e o que guardamos para nós e de como as nossas relações interpessoais são vitais para a nossa jornada, mesmo que essa seja rumo a autodestruição.
ps: Bill Hader também está digno de prêmios, que atuação monstra e como a química dele com sua melhor amiga na vida real (Kristen e ele foram parceiros de Saturday Night Live por mais de 6 anos e se amam como irmãos mesmo) é algo que cativa e te faz apaixonar por tudo logo de cara.
ps 2: O Luke Wilson não me cativava assim em um filme desde Tenembaums.
Tusk, A Transformação
2.5 387 Assista AgoraSimplesmente uma das maiores zoeiras dos últimos anos! Passeia por vários climas e atmosferas diferentes (sendo o flashback com o personagem do Johnny Depp a pior cena do filme), o que pode vir a incomodar e confundir alguns espectadores.
A ideia surgiu do próprio podcast do Kevin Smith da forma mais away possível, inclusive veja até o fim dos créditos, pois tem um trecho do cast em que a bendita ideia surgiu e mostra bem como tudo não passa de momentos zoados. O que ajudaria a alguns desavisados do que realmente o filme se trata.
A diferença de tons está lá simplesmente pra ajudar a fazer rir, as mudanças súbitas de climas são propositais e os momentos mais sérios da obra são basicamente a melhor parte do filme, onde tem mais terreno para risada do que as demais partes. Os diálogos estão excelentes (como é de praxe do Kevin Smith) e os personagens são tão carismáticos que você termina querendo ser amigos de todos inclusive da versão mais caricata já feita por Johnny Depp (sim, acredite).
Então atento aqui para os que acham que a mistura bizarra de tons é uma falha ou apenas má direção, simplesmente é o oposto! Kevin Smith não acertava na direção assim desde "Clerks 2", e olha que não sou o maior fã das direções do homem, mas nesse aqui ele acertou bonito. Espero que os que não gostaram revejam e da segunda vez tentem relaxar mais e não levar tão a sério, ou melhor, não levar a sério de jeito nenhum, pois a experiência aqui está em sentar por 100 min. e conseguir não rir com tanta maluquice e novamente, pra retomar a palavra que resume ou até define o filme: Z-O-E-I-R-A.
Eu Matei Jesse James
3.7 14 Assista AgoraÉ hipnotizante assistir à um Fuller iniciante, porém, com total domínio do que viriam a ser suas marcas registradas. Aqui esses elementos se distribuem em "culpa", triângulo amoroso e personagens nada glamurosos.
O protagonista do filme mata o herói, e então somos fadados a observar uma jornada de um personagem consumido pela culpa, repleto de falhas, mas carregado de sonhos que beiram a inocência, ou seja, o personagem mais humano do filme. Fuller já mostra aqui sinais de congruência que viriam a aparecer em toda sua obra, os "underdogs" serão o centro de suas películas, e ninguém melhor pra começar sua jornada como cineasta do que o famoso Robert Ford.
Quanto ao romance, acaba sendo cruel a forma com que Fuller nos entrega o fim da trama, colocando o personagem mais heroico e maniqueísta como aquele que no fim herdará o romance do covarde Robert Ford, que nunca conseguirá ter o amor de sua vida, mesmo que batalhe para isso, matando inclusive o seu primeiro amor.
No Umbral da China
3.8 9Apresentando um de seus personagens mais racistas e complexos, Fuller carrega seu filme com uma das figuras mais desprezivas e numa espécie de rito de passagem desenvolve o caráter desse ser que acaba se tornando algo belo naquela cena final com uma das músicas mais lindas das obras de Fuller.
Destacaria todos os personagens, especialmente Goldie que carrega uma carga dramática pesadíssima e vital para a virada interna do protagonista. Mas a minha preferida acaba sendo Lucky Legs, mulher forte, decidida e das mais tridimensionais que já vi.
Um filme poderoso, carregado de personagens poderosos, com uma virada final poderosíssima. Simplesmente perfeito!
Proibido!
3.8 7Impressionante o poder do Fuller aqui de debater ética com maestria que eu vi poucas vezes em tela. Apresentando não só um ou dois lados de uma moeda, mas as diversas variações que fazem parte da natureza humana.
Por vezes me lembrou de "Cross of Iron" do Peckinpah (que vi antes deste), por apresentar alemães em época de guerra sendo simplesmente pessoas, e mostrando que dentre essas diversas faces a sim alguns que se sobressaem tanto para o lado bom quanto para o lado ruim...
Aliás, se for debater o que é bom e ruim nesta obra é melhor preparar um ensaio mais cuidadoso, é simplesmente embasbacante a maestria do diretor aqui, que não só é poderosos no discurso, como beira a perfeição com suas imagens.
Renegando Meu Sangue
3.9 12Apesar de ter alguns exageros em sua trilha sonora e em alguns momentos de sua decupagem, a trama passa por intermináveis nuances tão fantásticas dialogando com aquela paixão cega dos sulistas por uma terra que sempre esteve lá para todos e como sempre, Fuller coloca o debate racial na mesa, seja pelos índios ou na melhor cena do filme, na qual o protagonista discute com o capitão sobre o que é ser sulista e o que é ser americano. E mais uma vez, Fuller com suas frases esmagadoras aos créditos de seus filmes de guerra, aqui acaba sendo posito.
Capacete de Aço
3.9 12Você sabe que é um filme 100% Fuller quando as três primeiras pessoas a se encontrarem são as mais etnicamente diversas de todo o filme (O americano, o coreano e o Afro americano) e quando um assassino é encontrado debate questões raciais com o único negro do grupo, ou até mesmo com aquele letreiro ironicamente ácido ao final da película. Resumindo, você sabe que tem uma obra prima sacana, como um bom e velho Fuller tem que ser.
Fruitvale Station - A Última Parada
3.9 330 Assista AgoraUma porrada na alma
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraUma excelente sátira sobre o sadismo americano que impera muito claramente nos dias de hoje, com o amor por armas que aqui no filme é elevado ao extremo colocado como amor por mortes como solução para uma America melhor, que ora pelos "novos" Founding Fathers, como já o fazem sempre que tem algum debate sobre armas. Um povo que leva de forma natural um dia de mortes liberadas. Alguns personagens inclusive tratam o expurgo como algo divino (o que também já ocorre com os Republicanos apaixonados por armas).
O filme é mais que atual, e apesar de não ser algo épico, traz elementos que são muito bem trabalhados de uma forma que não beira a maior profundidade, mas que se esconde de uma maneira eficaz por dentre o subtexto da obra. Tem seus probleminhas com os dois atores mirins bem fraquinhos (e a personagem da filha é desnecessária), mas o personagem do filho traz um debate ético interessante, no qual as pessoas o julgam por ter feito algo tão cruel quanto abrigar uma vítima de tortura. O filme é dúbio e além de debate, traz cenas violentas muito bem orquestradas, especialmente a luta final do pai e a parábola da mãe com o nariz da vizinha. Estranho ver um filme americano hoje em dia que seja simples, direto ao ponto e com uma profundidade que ultrapassa diálogos expositivos e traz elementos interessantes de se pensar nos dias de hoje.
O Labirinto de Kubrick
3.4 181Deu pro gasto, o mais legal foi me divertir com as teorias absurda e uns malucos pirados (como o cara viajante sobre a teoria do pouco na Lua), mas também não é de todo inútil, já que me fez perceber diversos detalhes que eu não tinha percebido antes. Só que claro, eu achei interessante os detalhes em si, não as teorias que os cercam.
Vidas em Jogo
3.8 725 Assista AgoraWTF was that?
Sete Psicopatas e um Shih Tzu
3.4 600É só o melhor filme de 2012 tendo que ser visto em 2013.
007: Operação Skyfall
3.9 2,5K Assista AgoraQue coisa linda!
Medo da Verdade
3.7 457 Assista AgoraTaí uma grata surpresa. Não só por ser um filme do Ben Affleck, mas por ser um estudo impressionante de personagem, onde uns são milimetricamente construídos e outros desconstruídos com maestria. Só que o que mais chama atenção é o debate ético que o filme levanta, repleto de questões para se ficar horas debatendo e se pensando. O final não alegra, mas foi o certo. Mas o certo realmente deveria ter sido feito? E por ai vai... Filmão mesmo, conduzido com perfeição e cuidado pelo seu diretor.
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraÉ difícil encontrar uma filme nos dias de hoje que seja uma experiência totalmente nova e diferente de tudo que já foi mostrado, e é com a mais tremenda felicidade (e com a cabeça ainda doendo das reflexões feitas e ainda sendo processadas) que digo que o filme do Cronenberg consegue atingir essa gama diferente de intensidade e forma. É um filme que vai se moldando em uma desconstrução . Tanto em técnica quanto em atuações, o filme é impecável. E ser um estudante de filosofia e ver esse exemplar é ter um prato cheio. Aliás, deve ser ainda melhor rever "Naked Lunch" antes de ver esse.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraO Wes nunca se acomoda e é impressionante ver como o mesmo alcança novamente com esse novo exemplar o status de obra-prima. Do começo ao fim o filme diverte, carrega aquele espírito de aventura que se propôs e traz variações de humor, do triste ao engraçado. Sem nunca deixar de mencionar as facetas técnicas e simplistas que o diretor insiste em preservar mesmo estando num patamar tão alto de sua carreira (continuar implementando pequenos momentos em stop motion é uma delas). Enfim, eu nunca vou cansar de dizer isso, mas provavelmente é o meu preferido dele, junto de Tebembaums, Zissou, Rushmore e Rapozo.
Evangelion: 1.11 Você (Não) Está Sozinho
4.2 106 Assista Agorao Anima mais lindo que já vi, visualmente (não vi a série, e não conto os filems do Miyazaki)
O Segredo da Cabana
3.0 3,2KApesar de não ser uma obra-prima, diverte bastante e trabalha da melhor maneira todos os conceitos criados.
Caipira
3.2 324O filme que faz até quem não é pedófilo se apaixonar (de forma errada mesmo) por uma menina de 13 anos. O problema não está nisso, aliás isso é das melhores coisas do filme. O problema está na inconcistência do roteiro e da montagem, que tenta ser diferente, mas acaba tornando tudo confuso e corrido, o que mais danifica a qualidade do filme, que tem uma trilha linda (Dylan <3), atuações muito boas (destaque maior pra Chloe mesmo) e um plot interessante mas que acaba se afundando na incopetencia dos roteiristas e de uma direção ainda imatura. O final é ótimo e serve como uma espécie de borracha para as desgraças que o filme insiste em nos fazer ver, o que agrada bastante. PS: as referências pops podem soar um pouco forçadas no começo, mas acabam sendo legais ao final.
MIB: Homens de Preto 3
3.5 2,0K Assista AgoraMas que filme bacanudo. Me divertiu do começo ao fim e ainda que repleto de clichês e um final não tão surpreendente como pretendia ser, conseguiu me emocionar. Durante a projeção ainda tem alguns problemas envolvendo sua lógica temporal, mas nada que atrapalhe o todo, pelo contrário, a lógica maior do filme é o descompromisso com as leis temporais e o comprometimento com a diversão. Das atuações à maquiagem e algumas novas mitologias criadas (modelos são alienígenas!!!) tudo funciona bem, diverte e apesar de não ser uma obra-prima, devo dizer que beirou esses status.
O Beijo Amargo
4.2 54 Assista AgoraEis que vou assistir meu primeiro Fuller e me deparo com uma obra prima da amargura e rudeza tão conhecidos do diretor e que acabei comprovando com este exemplar de sua obra.
Seja pelo começo seco e tão famoso, ou pela cena do sonho das criancinhas que não podem andar, andando ou pela melhor cena do filme (e das melhores que já vi) envolvendo a queda do sonho da protagonista, o filme consegue ser um agente poderoso que evoca uma crueldade análoga aos demais de sua época e que demonstra total maestria para encorporar em si, um debate sem desculpas ou enrolação.
Ver um exemplo seco do que o cinema pode ser nada mais é do que uma fantástica experiência, onde apesar de tudo estar jogado com sapatadas na nossa cara, ainda há espaço para o "não dito" que diz mais do que qualquer cena do filme e que perturba muito por isso.
É de mais, e tem um final tão duro quanto seu começo, o que só mantém e elava a obra ao status da perfeição.
Expresso para Bordeaux
3.6 20É muito bom, traz todos os elemtnos do cinema de Mellvile, mas peca em determinados momentos, quando se alonge de mais em cenas desnecessárias ou menos importantes, ou apressa-se demasiadamente em momentos que deveriam ter uma tensão maior. A fotografia é tão fria quanto o filme e seus personagens, porém, aqui Mellvile derrapa em si mesmo e não constrói a obra-prima que poderia ser se não fossem tais deslizes já mencionados.
O Mensageiro do Diabo
4.1 261 Assista AgoraUm belíssimo filme! Com das fotografias mais lindas e estilizadas do cinema clássico, que chega a beirar o noir, mas se atem ao seu objetivo de criar tensão e até mesmo medo. O foco final fica, disfarçadamente, nas "criancinhas" e sua jornada universal, mas vale lembrar que o que Charles Laughton pretendia mesmo era criar um conto sobre os maleficios que o idealismo falso por uma religião pode trazer e como a sociedade entrega sempre o pior de si quando contestada por seus falsos conceitualismos. Há cenas memoráveis e cenas descartáveis, porém, com uma única cena, o diretor conseguiu me emocionar por de mais, e quem quiser saber qual é, só digo que envolve uma maçã e seu significado dentro da película. ótimo filme, que assusta e emociona.
Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge
4.2 6,4K Assista AgoraCoisa linda!