Superficial nas críticas que faz. Como disseram abaixo, parece uma análise distante do problema, pregando soluções genéricas e radicalizando no biótipo de seus personagens. Vai agradar muita gente, sobretudo pelo momento de "protestos vagos e espetacularizados" que vivemos recentemente. Em que pese a boa intenção (fazer uma denúncia social), a boa atuação do elenco e uma trilha sonora bem escolhida, eu esperava mais do diretor que fez o épico "O leitor".
De tirar o fôlego! Saí da sessão ofegante. O mais fantástico do filme é que mesmo sendo um suspense pesado e cheio de reviravoltas, ele consegue ter um forte cunho de crítica social. É um desabafo contra a instituição do casamento convencional, os 'jogos de conquista', a monogamia, o padrão familiar comum. Não sei se o próprio livro tange esses aspectos ou se o diretor levou o filme mais pra esse lado, mas me senti tenso ao nível de "Seven" e incomodado ao estilo "Clube da luta".
Trilha sonora usada somente quando extremamente necessário (e o mestre do suspense, Alfred Hitchcock, dizia isso: que trilha sonora num bom suspense deve ser elemento raro), numa combinação angustiante com os cenários cinzas. Duas horas e meia que parecem trinta minutos, e que valem por uma semana de reflexão. David Fincher sendo David Fincher. Palmas!
Personagem extremamente complexo: homossexual (numa época em que isso era anormal), sensível ao extremo e ao mesmo tempo ambicioso profissionalmente. Todas as facetas foram externadas de forma IMPECÁVEL por Philip Seymour Hoffman. Nos emociona, nos surpreende, nos ensina e também nos causa repulsa.
Como começar um texto sobre esse filme? A película começa realmente dramática, com um menina se suicidando durante sua festa de aniversário. Aos poucos, o filme vai mudando de gênero, os personagens se tornam sombrios, a desconfiança toma conta da trama e o suspense nos prende - sem fôlego - com os olhos grudados na tela. Essa "desdramatização" é a peça chave (e aqui vale reconhecer o maestral trabalho do diretor) para a narrativa se tornar algo muito além de uma denúncia.
As expressões faciais das atrizes são cruas e desesperançosas, ao passo que o ator consegue nos passar um cinismo capaz de nos pôr em dúvida, até certo ponto da história, sobre o que o roteiro tão claramente nos indica desde o início. Os closes nos personagens são feitos sempre em momentos pontuais, quando o diretor tenta nos mostrar o vazio dentro dos olhares das meninas ou o sadismo no pai. A trilha sonora é antagonicamente agradável, o que nos leva a loucura quando, simultaneamente, a imagem mostra uma tragédia súbita. Audição e visão entram em parafuso, nossa reação é o choque.
Em certos momentos o filme me lembrou as obras do austríaco Michael Haneke, sobretudo pela postura sádica dos causadores da violência e pela passividade das vítimas - tema recorrente nas obras do diretor citado - e também pelos movimentos da câmera.
A imagem fica fixa na sacada da varanda, enquanto o corpo some (caindo) e nós somente escutamos o barulho e supomos a morte da menina. Outro momento marcante (e aqui foi o que me causou mais abominação, pela forma abrupta como foi mostrado) acontece quando uma das filhas já violentadas friamente corta a palma da mão na frente da avó (quem já assistiu "Cachè" vai automaticamente se lembrar da cena do personagem cortando a própria garganta). Aquilo era um desabafo: "até quando a senhora vai ser omissa com o que se passa embaixo do seu nariz?"
Vários outros aspectos podem ser trazidos à tona. O machismo que cerca as famílias atuais, impondo que o "pai de família" aja como um tirano, somente baseado em valores conservadores que muitas vezes estimulamos de forma indireta. A crise econômica pela qual passa a Grécia, onde se ganha mais dinheiro prostituindo a filha do que trabalhando dura e honestamente (notem que o filme faz questão de mostrar alguns dias do pai no trabalho e mencionar o salário mensal de pouco mais de 500 euros, seguido da demissão motivada por UMA falta).
Agora me pergunto: como terminar um texto sobre esse filme? O que se passava naquela casa não é difícil de descobrir. Já na metade do filme dá pra captar a mensagem. Mas, ainda assim, é impossível desgrudar da tela até o último suspiro de sofrimento das personagens. A última cena é o sorriso de alívio delas e de todos que estão assistindo. Ao nos violentar com tantas imagens e sons, o filme nos humaniza, nos faz sentir piedade. Que um país em crise, em meio a um mundo tão asqueroso, possa nos salvar da vida real com mais obras primas como esta. O cinema é foda.
vi há 4 anos no cinema e revi agora. Quanto mais amadurecemos, mais profundo fica o filme. Amizade, união, fidelidade e saudade são abordados com uma maturidade incrível. Em inúmeras cenas é possível fazer analogias com nossas "vidas adultas" atuais.
E o final derruba qualquer um. Quem tem preconceito com animação não sabe o quanto está deixando de crescer com obras como esta.
Hilary Swank numa atuação excepcional! Acho uma atriz talentosa, mas que oscila muito entre seus papéis. Nesses dramas mais "pesados", ela costuma se sair melhor.
Que coisa magnífica! Choca e emociona numa intensidade que poucas vezes vi no cinema. Uma declaração de amor feita pelo cineasta ao amigo; uma mostra de superação dos pais de Andrew; uma crítica contundente ao judiciário norte-americano. Uma deliciosa forma de lidar com a dor da perda e da injustiça: é a síntese deste filme.
Soberbo! Vou plagiar o colega abaixo: como viver depois desse filme? Bato palmas para um filme bom, mas choro para um filme eterno.
Que baita filme! O velho Woody provando que não perdeu a mão. Como não poderia deixar de ser, as marcas do diretor são visíveis: críticas ácidas à irracionalidade e aos métodos metafísicos criados para confortar as pessoas, sarcasmo com religiões e insegurança nos relacionamentos. Mas, além desses traços típicos, o diretor nos brinda com uma reviravolta da razão em cima da fé, no meio do filme, para posteriormente relativizar o pessimismo com um final feliz.
Trilha sonora fantástica. Fotografia serena, capaz de acalmar até o mais angustiado cinéfilo. Atuações boas e uma história que faz rir enquanto questiona nossa cultura extremista (pessimismo x otimismo; razão x emoção; etc). Um dos melhores filmes recentes do diretor.
Começo e meio bons, com ação e pitadas de dramas, mas sem desbancar pro absurdo (levando em conta a época em que se passa a narrativa). Contudo, o final é pífio! Como o filme passa 1 hora e meia construindo a personalidade do vilão e, de repente, muda a forma dele pensar com duas ou três cenas?
Por que Wade, tão frio e violento, ficaria complacente com contos da história de vida de Dan? Se tem uma coisa que estraga qualquer filme é essa quebra psicológica feita de forma tão abrupta na personalidade dos personagens. A transição foi mal feita.
Em que pese os levantamentos sobre caráter x ambição e o lado mais 'ético' do filme, uma coisa bem peculiar me chamou atenção: seria o filme uma crítica à limitação do tráfego livre de pessoas entre nações? Ora, por muitas vezes me peguei irritado com o fato dos mafiosos usarem a "imigração ilegal" como ameaça para acobertar outros crimes mais graves. Não seria o tráfico de órgãos muito mais nocivo do que uma pessoa sem visto morando no país? Mas a "criminalização" (ou xenofobia, se preferir) impediu desde o início que Okwe denunciasse os abusos à polícia.
Normas proibitivas, muitas vezes, servem de escudo para grandes danos sociais e políticos. Uma pena.
Filme desconhecido e bom. Narra histórias avulsas de personagens que, de certa forma, se cruzam em algum ponto. Todas elas girando em torno de perdão e reconciliação, seja familiar ou entre amigos. Simples, bonito e bem real.
lembra um pouco o excepcional "A fita branca", de Michael Haneke, pela temática. Sendo que esse é um pouco mais antigo. Contudo, tem algumas cenas clichês e é menos profundo na crítica que tece, apesar de pertinente. Atuações boas, trama que consegue ser leve mesmo abordando um conteúdo pesado, e tem no youtube legendado pra quem quiser ver.
Sensacional a quebra de paradigma que acontece no meio da narrativa: o personagem Jorgen, que até então aparentava ser um rico esnobe e explorador, se revela um homem exemplar ao colocar todos que ama acima de qualquer tipo de vaidade. Bom filme!
O mestre dos diálogos! Richard Linklater provando novamente que um bom roteiro e atores competentes são o alicerce de um bom filme. Espetacular a profundidade das discussões: primeiro entre os dois amigos, com acidas ironias e críticas aos status profissionais e noções de ética, e depois o cunho sexual que envolve os trio (perpassando por ciúmes, egoísmo, saudosismo, medo, etc). Os movimentos de zig-zag da câmera, alternando entre um personagem e outro durante os diálogos, dão mais intensidade aos debates. Um único cenário, três atores, menos de 1 hora e meia de duração e provavelmente um orçamento mediano foram suficientes para que esta obra me trouxesse uma auto-reflexão e algumas risadas. Afinal, a vida é isso: um ciclo repetitivo de acontecimentos que ironizam a si próprios.
Darren Aronofsky: olho nele, tem tudo pra ser um dos grandes diretores desta geração, junto com Spike Jonze, Paul Thomas Anderson e outros.
O filme explora bem a sensação de impotência do personagem perante a velhice e a solidão de um cara que viveu pro seu trabalho, viveu para o que amava fazer: lutar. Com a idade, Randy forçadamente teve que aprender a lutar também fora dos ringues. Sem mulher, sem família, sem amigos fora do trabalho... e esse tipo de luta já tem um final imutável para todos nós. Só não gostei porque por duas ou três vezes senti uns clichês bem rasos, umas forçadas emotivas meio 'sessão da tarde'. Mas o roteiro em si é bem pesado e a atuação de Mickey Rourke é de uma entrega absurda! Na verdade, a escolha do ator principal pro papel deve ter sido proposital, levando em conta que o ator se encontrava num momento profissional parecido com o do personagem do filme.
Os pontos altos são, sem dúvida, a atuação de Mickey Rourke e a trilha sonora. Difícil não ficar triste após cessar a música final.
Fascinante a insanidade de Virginia Woolf. Rompeu completamente com todos os padrões sociais. Algo raro de se ver, ainda mais por se tratar de uma mulher no início do século passado. Legal também a forma como a história liga três gerações através de um livro. O roteiro é muito bem escrito e não dá pra sacar logo de cara! Meio denso pra quem não é acostumado com esse tipo de filme, mas bem ao estilo do diretor, pra quem já conhecia "O leitor". Drama da melhor qualidade.
Atuação de Nicole Kidman magistral, talvez a melhor da carreira dela. Linda como sempre, mas intensa como nunca. Dividir o tempo na tela com Meryl Streep e Julianne Moore e ainda assim roubar as atenções só sendo muito talentosa e encenando um personagem brilhante.
Me senti completamente isolado, desolado, desalmado, assim como os personagens. Não interessa nome, endereço, nacionalidade, profissão... somos somente alguém - com peculiaridades boas e ruins - vagando pelo universo. O "companheirismo solitário" deles dá um contraste violento à narrativa. Passa solidão e afeto ao mesmo tempo. Já no final, quando Anne está se sentindo a vontade na Ilha, tem uma imagem dela sentada em meio à vegetação e seus cabelos ruivos quase que se misturam com a natureza ao fundo. Simbólico e extremamente tocante.
Difícil conseguir escrever algo logo depois de rever esse filme. O cinema deve servir pra isso: questionar, criticar, provocar e ensinar. É uma obra de arte... um roteiro que vai da beleza mais singela, como num simples ato de consolo a uma camareira que perdeu o pai, até a insanidade mais cruel, como o sacrifício de vidas em prol de uma crença. Emociona sem perder a função social. Alguém pra escrever uma história assim - e sobretudo pra criar um personagem como Gavin - só pode ter um coração enorme e muita vontade de melhorar o mundo.
Obrigado ao diretor, obrigado aos atores e a toda equipe. Obrigado ao cinema por nos salvar dessa loucura que é a vida real. De novo, e de novo, e de novo...
Sei que não é uma técnica nova, mas eu adoro essa coisa de contar o filme sob cronologias distintas numa narração paralela (alternando lembranças do passado com os acontecimentos presentes). Dá pra ver que Oliver, já adulto, repete muita coisa que fazia na infância ou que via suas pais fazendo. De certa forma, o personagem está eternamente preso no passado, tem sempre como referência o relacionamento falso dos seus pais. Isso fica claro quando ele faz um desenho com o passado esmagando o presente; ou quando narra os fatos sempre se remetendo a datas e lembranças de imagens daquele período.
Entretanto, o personagem se mostra interessante na sua personalidade. Um cara com senso crítico, politicamente atuante, sem preconceitos e sensível a tudo que se passa ao seu redor. A solidão de Oliver faz parte da personalidade dele, e nem mesmo quando estava com Anna - por mais que eles se gostassem - Oliver ficava completamente feliz. O mundo não é um lugar fácil... algumas pessoas infelizmente não conseguem resumir suas vidas a um relacionamento.
Filme simples, sem grandes inovações, mas com certeza um bom entretenimento.
Trash: A Esperança Vem do Lixo
3.7 556 Assista AgoraSuperficial nas críticas que faz. Como disseram abaixo, parece uma análise distante do problema, pregando soluções genéricas e radicalizando no biótipo de seus personagens. Vai agradar muita gente, sobretudo pelo momento de "protestos vagos e espetacularizados" que vivemos recentemente. Em que pese a boa intenção (fazer uma denúncia social), a boa atuação do elenco e uma trilha sonora bem escolhida, eu esperava mais do diretor que fez o épico "O leitor".
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraDe tirar o fôlego! Saí da sessão ofegante. O mais fantástico do filme é que mesmo sendo um suspense pesado e cheio de reviravoltas, ele consegue ter um forte cunho de crítica social. É um desabafo contra a instituição do casamento convencional, os 'jogos de conquista', a monogamia, o padrão familiar comum. Não sei se o próprio livro tange esses aspectos ou se o diretor levou o filme mais pra esse lado, mas me senti tenso ao nível de "Seven" e incomodado ao estilo "Clube da luta".
Trilha sonora usada somente quando extremamente necessário (e o mestre do suspense, Alfred Hitchcock, dizia isso: que trilha sonora num bom suspense deve ser elemento raro), numa combinação angustiante com os cenários cinzas. Duas horas e meia que parecem trinta minutos, e que valem por uma semana de reflexão. David Fincher sendo David Fincher. Palmas!
Capote
3.8 373 Assista AgoraPersonagem extremamente complexo: homossexual (numa época em que isso era anormal), sensível ao extremo e ao mesmo tempo ambicioso profissionalmente. Todas as facetas foram externadas de forma IMPECÁVEL por Philip Seymour Hoffman. Nos emociona, nos surpreende, nos ensina e também nos causa repulsa.
Que monstruosa atuação! Oscar justíssimo.
Miss Violence
3.9 1,0K Assista AgoraComo começar um texto sobre esse filme? A película começa realmente dramática, com um menina se suicidando durante sua festa de aniversário. Aos poucos, o filme vai mudando de gênero, os personagens se tornam sombrios, a desconfiança toma conta da trama e o suspense nos prende - sem fôlego - com os olhos grudados na tela. Essa "desdramatização" é a peça chave (e aqui vale reconhecer o maestral trabalho do diretor) para a narrativa se tornar algo muito além de uma denúncia.
As expressões faciais das atrizes são cruas e desesperançosas, ao passo que o ator consegue nos passar um cinismo capaz de nos pôr em dúvida, até certo ponto da história, sobre o que o roteiro tão claramente nos indica desde o início. Os closes nos personagens são feitos sempre em momentos pontuais, quando o diretor tenta nos mostrar o vazio dentro dos olhares das meninas ou o sadismo no pai. A trilha sonora é antagonicamente agradável, o que nos leva a loucura quando, simultaneamente, a imagem mostra uma tragédia súbita. Audição e visão entram em parafuso, nossa reação é o choque.
Em certos momentos o filme me lembrou as obras do austríaco Michael Haneke, sobretudo pela postura sádica dos causadores da violência e pela passividade das vítimas - tema recorrente nas obras do diretor citado - e também pelos movimentos da câmera.
A imagem fica fixa na sacada da varanda, enquanto o corpo some (caindo) e nós somente escutamos o barulho e supomos a morte da menina. Outro momento marcante (e aqui foi o que me causou mais abominação, pela forma abrupta como foi mostrado) acontece quando uma das filhas já violentadas friamente corta a palma da mão na frente da avó (quem já assistiu "Cachè" vai automaticamente se lembrar da cena do personagem cortando a própria garganta). Aquilo era um desabafo: "até quando a senhora vai ser omissa com o que se passa embaixo do seu nariz?"
Vários outros aspectos podem ser trazidos à tona. O machismo que cerca as famílias atuais, impondo que o "pai de família" aja como um tirano, somente baseado em valores conservadores que muitas vezes estimulamos de forma indireta. A crise econômica pela qual passa a Grécia, onde se ganha mais dinheiro prostituindo a filha do que trabalhando dura e honestamente (notem que o filme faz questão de mostrar alguns dias do pai no trabalho e mencionar o salário mensal de pouco mais de 500 euros, seguido da demissão motivada por UMA falta).
Agora me pergunto: como terminar um texto sobre esse filme? O que se passava naquela casa não é difícil de descobrir. Já na metade do filme dá pra captar a mensagem. Mas, ainda assim, é impossível desgrudar da tela até o último suspiro de sofrimento das personagens. A última cena é o sorriso de alívio delas e de todos que estão assistindo. Ao nos violentar com tantas imagens e sons, o filme nos humaniza, nos faz sentir piedade. Que um país em crise, em meio a um mundo tão asqueroso, possa nos salvar da vida real com mais obras primas como esta. O cinema é foda.
Toy Story 3
4.4 3,6K Assista Agoravi há 4 anos no cinema e revi agora. Quanto mais amadurecemos, mais profundo fica o filme. Amizade, união, fidelidade e saudade são abordados com uma maturidade incrível. Em inúmeras cenas é possível fazer analogias com nossas "vidas adultas" atuais.
E o final derruba qualquer um. Quem tem preconceito com animação não sabe o quanto está deixando de crescer com obras como esta.
Meninos Não Choram
4.2 1,4K Assista AgoraHilary Swank numa atuação excepcional! Acho uma atriz talentosa, mas que oscila muito entre seus papéis. Nesses dramas mais "pesados", ela costuma se sair melhor.
Dear Zachary: Um Caso Chocante
4.4 251Que coisa magnífica! Choca e emociona numa intensidade que poucas vezes vi no cinema. Uma declaração de amor feita pelo cineasta ao amigo; uma mostra de superação dos pais de Andrew; uma crítica contundente ao judiciário norte-americano. Uma deliciosa forma de lidar com a dor da perda e da injustiça: é a síntese deste filme.
Soberbo! Vou plagiar o colega abaixo: como viver depois desse filme? Bato palmas para um filme bom, mas choro para um filme eterno.
Magia ao Luar
3.4 569 Assista AgoraQue baita filme! O velho Woody provando que não perdeu a mão. Como não poderia deixar de ser, as marcas do diretor são visíveis: críticas ácidas à irracionalidade e aos métodos metafísicos criados para confortar as pessoas, sarcasmo com religiões e insegurança nos relacionamentos. Mas, além desses traços típicos, o diretor nos brinda com uma reviravolta da razão em cima da fé, no meio do filme, para posteriormente relativizar o pessimismo com um final feliz.
Trilha sonora fantástica. Fotografia serena, capaz de acalmar até o mais angustiado cinéfilo. Atuações boas e uma história que faz rir enquanto questiona nossa cultura extremista (pessimismo x otimismo; razão x emoção; etc). Um dos melhores filmes recentes do diretor.
A Armadilha
4.0 15Pra quem acha que filme europeu é somente drama arrastado, esse aqui prova o contrário. Suspense de primeira qualidade!
Os Indomáveis
3.9 459Começo e meio bons, com ação e pitadas de dramas, mas sem desbancar pro absurdo (levando em conta a época em que se passa a narrativa). Contudo, o final é pífio! Como o filme passa 1 hora e meia construindo a personalidade do vilão e, de repente, muda a forma dele pensar com duas ou três cenas?
Por que Wade, tão frio e violento, ficaria complacente com contos da história de vida de Dan? Se tem uma coisa que estraga qualquer filme é essa quebra psicológica feita de forma tão abrupta na personalidade dos personagens. A transição foi mal feita.
Sem falar que o final se excede no exagero,
ao ponto de um homem desbancar uma gang aliada com parte da população da cidade em revolta.
Hora de Morrer
4.3 61A melhor atuação de um cão na história do cinema!
Coisas Belas e Sujas
3.8 245 Assista AgoraEm que pese os levantamentos sobre caráter x ambição e o lado mais 'ético' do filme, uma coisa bem peculiar me chamou atenção: seria o filme uma crítica à limitação do tráfego livre de pessoas entre nações? Ora, por muitas vezes me peguei irritado com o fato dos mafiosos usarem a "imigração ilegal" como ameaça para acobertar outros crimes mais graves. Não seria o tráfico de órgãos muito mais nocivo do que uma pessoa sem visto morando no país? Mas a "criminalização" (ou xenofobia, se preferir) impediu desde o início que Okwe denunciasse os abusos à polícia.
Normas proibitivas, muitas vezes, servem de escudo para grandes danos sociais e políticos. Uma pena.
Cortina de Fumaça
3.9 67Filme desconhecido e bom. Narra histórias avulsas de personagens que, de certa forma, se cruzam em algum ponto. Todas elas girando em torno de perdão e reconciliação, seja familiar ou entre amigos. Simples, bonito e bem real.
O Porco Espinho
4.3 366"Todas as famílias felizes se parecem, mas cada família infeliz é única."
O Homem das Multidões
3.4 106Alguém pode me passar a trilha sonora do filme com o nome das músicas? Grato
Evil - Raízes do Mal
4.0 109lembra um pouco o excepcional "A fita branca", de Michael Haneke, pela temática. Sendo que esse é um pouco mais antigo. Contudo, tem algumas cenas clichês e é menos profundo na crítica que tece, apesar de pertinente. Atuações boas, trama que consegue ser leve mesmo abordando um conteúdo pesado, e tem no youtube legendado pra quem quiser ver.
Depois do Casamento
3.8 82Sensacional a quebra de paradigma que acontece no meio da narrativa: o personagem Jorgen, que até então aparentava ser um rico esnobe e explorador, se revela um homem exemplar ao colocar todos que ama acima de qualquer tipo de vaidade. Bom filme!
Amargo Reencontro
3.7 54O mestre dos diálogos! Richard Linklater provando novamente que um bom roteiro e atores competentes são o alicerce de um bom filme. Espetacular a profundidade das discussões: primeiro entre os dois amigos, com acidas ironias e críticas aos status profissionais e noções de ética, e depois o cunho sexual que envolve os trio (perpassando por ciúmes, egoísmo, saudosismo, medo, etc). Os movimentos de zig-zag da câmera, alternando entre um personagem e outro durante os diálogos, dão mais intensidade aos debates. Um único cenário, três atores, menos de 1 hora e meia de duração e provavelmente um orçamento mediano foram suficientes para que esta obra me trouxesse uma auto-reflexão e algumas risadas. Afinal, a vida é isso: um ciclo repetitivo de acontecimentos que ironizam a si próprios.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraContando os dias....
O Lutador
4.0 912Darren Aronofsky: olho nele, tem tudo pra ser um dos grandes diretores desta geração, junto com Spike Jonze, Paul Thomas Anderson e outros.
O filme explora bem a sensação de impotência do personagem perante a velhice e a solidão de um cara que viveu pro seu trabalho, viveu para o que amava fazer: lutar. Com a idade, Randy forçadamente teve que aprender a lutar também fora dos ringues. Sem mulher, sem família, sem amigos fora do trabalho... e esse tipo de luta já tem um final imutável para todos nós. Só não gostei porque por duas ou três vezes senti uns clichês bem rasos, umas forçadas emotivas meio 'sessão da tarde'. Mas o roteiro em si é bem pesado e a atuação de Mickey Rourke é de uma entrega absurda! Na verdade, a escolha do ator principal pro papel deve ter sido proposital, levando em conta que o ator se encontrava num momento profissional parecido com o do personagem do filme.
Os pontos altos são, sem dúvida, a atuação de Mickey Rourke e a trilha sonora. Difícil não ficar triste após cessar a música final.
As Horas
4.2 1,4KFascinante a insanidade de Virginia Woolf. Rompeu completamente com todos os padrões sociais. Algo raro de se ver, ainda mais por se tratar de uma mulher no início do século passado. Legal também a forma como a história liga três gerações através de um livro. O roteiro é muito bem escrito e não dá pra sacar logo de cara! Meio denso pra quem não é acostumado com esse tipo de filme, mas bem ao estilo do diretor, pra quem já conhecia "O leitor". Drama da melhor qualidade.
Atuação de Nicole Kidman magistral, talvez a melhor da carreira dela. Linda como sempre, mas intensa como nunca. Dividir o tempo na tela com Meryl Streep e Julianne Moore e ainda assim roubar as atenções só sendo muito talentosa e encenando um personagem brilhante.
Nada Pessoal
4.0 157Me senti completamente isolado, desolado, desalmado, assim como os personagens. Não interessa nome, endereço, nacionalidade, profissão... somos somente alguém - com peculiaridades boas e ruins - vagando pelo universo. O "companheirismo solitário" deles dá um contraste violento à narrativa. Passa solidão e afeto ao mesmo tempo. Já no final, quando Anne está se sentindo a vontade na Ilha, tem uma imagem dela sentada em meio à vegetação e seus cabelos ruivos quase que se misturam com a natureza ao fundo. Simbólico e extremamente tocante.
"Ei, você
Talento é saber quando parar."
A Tentação
3.5 361 Assista AgoraDifícil conseguir escrever algo logo depois de rever esse filme. O cinema deve servir pra isso: questionar, criticar, provocar e ensinar. É uma obra de arte... um roteiro que vai da beleza mais singela, como num simples ato de consolo a uma camareira que perdeu o pai, até a insanidade mais cruel, como o sacrifício de vidas em prol de uma crença. Emociona sem perder a função social. Alguém pra escrever uma história assim - e sobretudo pra criar um personagem como Gavin - só pode ter um coração enorme e muita vontade de melhorar o mundo.
Obrigado ao diretor, obrigado aos atores e a toda equipe. Obrigado ao cinema por nos salvar dessa loucura que é a vida real. De novo, e de novo, e de novo...
Toda Forma de Amor
4.0 1,0K Assista AgoraSei que não é uma técnica nova, mas eu adoro essa coisa de contar o filme sob cronologias distintas numa narração paralela (alternando lembranças do passado com os acontecimentos presentes). Dá pra ver que Oliver, já adulto, repete muita coisa que fazia na infância ou que via suas pais fazendo. De certa forma, o personagem está eternamente preso no passado, tem sempre como referência o relacionamento falso dos seus pais. Isso fica claro quando ele faz um desenho com o passado esmagando o presente; ou quando narra os fatos sempre se remetendo a datas e lembranças de imagens daquele período.
Entretanto, o personagem se mostra interessante na sua personalidade. Um cara com senso crítico, politicamente atuante, sem preconceitos e sensível a tudo que se passa ao seu redor. A solidão de Oliver faz parte da personalidade dele, e nem mesmo quando estava com Anna - por mais que eles se gostassem - Oliver ficava completamente feliz. O mundo não é um lugar fácil... algumas pessoas infelizmente não conseguem resumir suas vidas a um relacionamento.
Filme simples, sem grandes inovações, mas com certeza um bom entretenimento.