"The Walking Dead" foi um dos maiores fenômenos da história da TV. Marcou época, deixou legado e apesar das baixas das últimas temporadas, ficou no topo por anos como uma das melhores séries já feitas. Se destacou pelas maquiagens extremamente realistas dos mortos-vivos, além da trama e narrativa frenética, ágil, inquietante, tensa, envolvente, misteriosa e com uma forte carga dramática. Na minha opinião, ficou em alto nível até a 8ª temporada, a partir da 9ª perdeu forças com a saída do protagonista Rick Grimes (Andrew Lincoln).
Essa temporada final até me agradou bastante, considero bem melhor que às temporadas 9ª e 10ª (às que menos gostei da série). Em relação a essas temporadas citadas, ouve uma significativa melhora no ritmo da série, teve mais ação, mais caos, mais entretenimento e a ausência dos famosos episódios "enche linguiça". A transição e andamento dos episódios foram bem fluídos, com muitos acontecimentos simultâneos em uma ótima dinâmica.
Essa temporada foi dividida em duas partes, com a novidade de introdução de vários vilões distintos, com isso, a temporada ficou bastante interessante, com pouco espaço para episódios chatos. Particularmente gostei mais da primeira parte, onde os protagonistas passam perrengues e saem em busca de suprimentos, além de focarem mais nos confrontos contra zumbis.
A segunda parte já perde um pouco do desenvolvimento objetivo e sagacidade, sem falar nas situações muito forçadas sobre a super comunidade descoberta por Eugene Porter (Josh McDermitt). Os recursos disponíveis e a vida "normal" que os moradores do local desfrutam são bem inverossímeis para um mundo tomado por zumbis, isso não deu para engolir. Sem falar que a série ganhou novos ares, com trama política, opressão, abuso de poder, luta de classes, direitos civis, etc. Se destoando um pouco da essência da série.
Me surpreendi com a falta de mortes de personagens principais, principalmente por ser a temporada final, somente a única morte importante do desfecho da série foi da personagem Rosita Espinosa (Christian Serratos). Inicialmente imaginei que os produtores iriam meter o loko e matar alguns protagonistas, até descobrir que os caras querem vender mais spin-offs.
O episódio final não escapou de todo mal que o desfecho de uma série sofre, que é ser corrido demais e deixarem quase tudo para os instantes finais. A solução para enfrentarem a última horda de zumbis acontecem num piscar de olhos, além de entregarem efeitos visuais bem abaixo do que das primeiras temporadas. Mas apesar dos problemas e defeitos que a série tem (principalmente às pencas de casais sem química), acredito que o final foi até satisfatório dentro do que podiam entregar. Já que contraditoriamente a história de alguns personagens ainda não acabou…
Enfim, mais uma série querida chega ao fim, fez história, revolucionou a TV e conquistou legiões de fãs. Apesar dos problemas de bastidores e atritos com atores, teve um final muito mais digno e aceitável que das séries "Lost" e "Dexter". Tinha planos para até 2025 (15 temporadas), mas devido à baixa audiência das últimas temporadas, foi reduzida para 11. Irá deixar muitas saudades…
11ª temporada e série finalizada em 30 de novembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
Os desfechos dos filmes da terra-média são ótimos! Tanto de "O Hobbit" quanto de "O Senhor dos Anéis". Na minha opinião, são um dos universos mais ricos em conteúdo da história cinematográfica, e também uns dos mais bem-sucedidos em quesitos de críticas, bilheterias, premiações e legiões de fãs. Com o anúncio dessa série, já sabia que ao menos seria maravilhoso voltar a terra-média, mesmo com os problemas e polêmicas dessa obra.
Provavelmente uma das séries com um dos maiores hypes da história, mas também a que mais levou chibatada do público sem dó! Acredito que os fãs exageraram nisso, e acabaram esquecendo que não se deve se empolgar muito com às produções atuais, ainda mais devido aos streamings estarem saturando praticamente todos os gêneros cinematográficos. Não conheço pessoalmente às obras do J. R. R. Tolkien, por isso, não me importo com às polêmicas de representatividade etnia, tampouco com a falta de fidelidade com a obra do escritor.
O destaque de toda a série sem dúvida alguma vai para seu visual, efeitos visuais, fotografia e qualidades técnicas em um todo. Um belíssimo colírio para os olhos, com paisagens lindas, cenários impecáveis, cores vibrantes e uma direção de arte que impressiona, em uma qualidade de cair o queixo! Tudo isso ajudou a resgatar a magia da terra-média, e relembrar os momentos incríveis e inesquecíveis dos filmes dirigidos pelo Peter Jackson.
Entretanto, os produtores torraram todo o dinheiro no visual, com isso, não sobrou grana para a contratação de atores melhores e mais experientes. Por exemplo: a atriz que interpretou a Galadriel não me convenceu no protagonismo, preferiria ver a Cate Blanchett reprisando seu papel com a ajuda da tecnologia do rejuvenescimento (a mesma usada no filme "O Irlandês" de Martin Scorsese).
A direção e o roteiro também deixaram um pouco a desejar, pelo tamanho e responsabilidade que é conduzir uma história com o nome "Senhor dos Anéis". Acredito que faltou empenho por parte da direção em dar peso emocional grandioso a história. Já o roteiro é bem comum, com diálogos sem inspiração e sem grandes surpresas com o passar dos episódios.
A série foi muito bem-vinda por resgatar o universo da terra-média, mas oscila bastante entre os episódios, sendo somente marcante, maravilhosa, incrível e de tirar o fôlego em seu sexto episódio. Creio que funciona muito melhor para os telespectadores que não leram os livros do J. R. R. Tolkien.
Apesar do desequilíbrio de investimento entre os quesitos cinematográficos, não acho a série essa bomba toda que muitos estão dizendo… Pessoal anda meio exagerado e sem paciência com nada! Acredito que têm potencial de melhorias para às temporadas seguintes…
1ª temporada finalizada no Prime Video em 21 de novembro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Certamente uma das maiores surpresas de toda a história da Marvel. O filme é uma grande carta de amor a todos os fãs de quadrinhos, do Homem-Aranha e das obras da Marvel, em geral. Com certeza é o melhor filme da trilogia com o Tom Holland, e vou além... o considero o melhor filme entre todos já lançados sobre o aracnídeo. A Marvel entregou aqui o melhor fan service da história do cinema, entregando nostalgia pura e choque de gerações que admiram filmes baseados em quadrinhos.
Acredito que aqueles que não gostaram do filme reclamam muito do roteiro, que realmente não é nada estupendo em termos de análises críticas, mas considerando os padrões da Marvel, até que não é de todo ruim. Creio também que o filme sofra muito preconceito devido ao diretor não ser famoso, mas penso que o Jon Watts se esforçou ao máximo, evoluiu com os erros e entregou uma direção mil vezes melhor que "De Volta ao Lar" e "Longe de Casa".
Na minha opinião cinema é entretenimento, neste quesito o filme é nota dez! A obra vem com muita ação eletrizante, envolvente e dinâmica, além da comédia galhofa ser mais contida e equilibrada em relação às obras mais recentes da Marvel. Filmes excelentes são aqueles que passam num piscar de olhos, pois, "Sem Volta para Casa" é assim graças ao seu ritmo bem fluído do início ao fim.
A Marvel e a Sony deixaram às diferenças de lado, e juntas fizeram algo inimaginável, com isso, quem ganha são os telespectadores. Que puderam apreciar a volta de todos os vilões dos filmes do Homem-Aranha fora do MCU, o melhor disso, com os atores originais das obras. Além de sermos agraciados com uma das maiores surpresas da história do cinema, a união dos três Homens-Aranhas em um único filme! Tudo isso muito bem-planejado para que não houvesse spoilers antes do lançamento do filme.
A morte da tia May trouxe um arco dramático ótimo para o Peter Parker do Tom Holland, assim o filme ganha em dramaticidade e emoção, dando ares mais maduros e adultos a uma história voltada para o público jovem. Com isso, o moleque adolescente de antes não existe mais. O filme é maravilhoso e incrível por isso, equilibra muito bem os momentos de diversão, tensão e emoção, além de dar espaços para todos os personagens se destacarem.
Meus destaques individuais vão para o Andrew Garfield, que entre os três Homens-Aranhas, foi o que entregou a melhor atuação. E também claro Willem Dafoe, o melhor vilão desse filme, sua risadinha diabólica é top demais. Onde não seria nenhum absurdo se ele tivesse sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante.
Enfim, "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" é disparado o melhor filme da fase 4 da Marvel, carregando facilmente essa fase nas costas, pois, suas outras obras são muito aquém do que os estúdios Marvel costumam entregar.
Assistido no cinema em 21 de dezembro de 2021 Versão estendida assistida em 16 de novembro de 2022 Minha avaliação: 10/10
Pode parecer muito contraditório, mas adorei "Thor: Ragnarok" e afirmo sem nenhuma vergonha que é um dos melhores filmes do MCU. Com isso, fui super a favor da volta do Taika Waititi no comando de mais um filme do Thor, porém, dessa vez, o cineasta exagerou na parte do humor cafona e galhofa, transformando o Thor em um verdadeiro mongoloide e paspalhão. No caso aqui, a liberdade criativa dada ao diretor não deu certo, pois, o filme ficou muito descerebrado para meu gosto. "Ragnarok" apesar de ter às mesmas características de "Amor e Trovão", ao menos foi muito mais dosado, sensato, e equilibrado em termos de narrativa.
A primeira parte do filme é extremamente chata, sem sal, sem desenvolvimento, com uma penca de piadinhas toscas e cenas cômicas bizarras que causam vergonha alheia.
* Thor conversando com o Mjolnir e Rompe-Tormentas foram uma das coisas mais patéticas que já vi na vida, além de dar cerveja para o Rompe-Tormentas beber?! 😂🤣 WTF!
* Zeus bailarina (Russell Crowe pagando o maior mico de sua carreira). TNC!
* Na batalha final, Thor passa poderes temporários de Zeus para às crianças lutarem também, coisa ridícula! VSF!
* E ainda tem aquelas porras de bodes berrando a todo instante, coisa insuportável! PQP!
O filme só melhora um pouco quando os protagonistas chegam ao Reino das Sombras, onde levemente a obra ganha um tom mais sombrio, com bons momentos de ação e lutas. Entretanto, infelizmente a melhor parte do filme dura muito pouco. Christian Bale entrega um bom trabalho dadas às possibilidades, mesmo aparecendo pouco e sendo subaproveitado, foi o principal responsável do filme em não ser um completo desastre!
Além de fazerem piadas fora de contexto com coisas sérias. O plot twist da personagem Jane Foster não tem profundidade alguma, muito raso e sem emoção e impacto, nem mesmo consegue surpreender. A sua volta foi uma boa ideia para agregar a trama, porém, às explicações de como ela se tornou a Poderosa Thor, ao menos para mim, não colou.
Enfim, "Thor: Amor e Trovão" é disparado o pior filme solo do personagem e consequentemente um dos piores filmes do MCU. Onde pouquíssimas coisas da obra tem relevância para a continuação do universo estendido, pois, abusa da quebra de momentos dramáticos com piadas insuportáveis! Filme pouco memorável, sem brilho, sem criatividade e muito pobre em sua condução de história. Taika Waititi responsável pelo melhor e pior filme do Thor.
Assistido em 15 de novembro de 2022 Minha avaliação: 5,5/10
Vou ter que pegar emprestado um trecho de comentário do meu amigo Vagnão aqui do site. "Mano! Mas é ruim, muito ruim, ruim, ruim, ruim, ruim e ruim, de se chicotear com uma corrente até aparecer o osso!" 😂🤣
A Marvel perdeu completamente a mão a partir do momento que começou a trabalhar com séries. Provavelmente a empresa não aumentou o quadro de funcionários para atender a demanda de seus projetos, assim os sobrecarregando com prazos apertados, já que os projetos aumentam ano após ano. Com isso, a qualidade começou a ficar em segundo plano. Exemplos disso são esses CGI porcos, imundos, preguiçosos e muito mal feitos dessa série, não tem como mais passar pano para isso, já que a Marvel é uma das empresas que mais arrecadam atualmente no cinema.
Fico até surpreso como muitos espectadores nem ligam e tampouco cobram melhorias do estúdio, já que a Marvel anteriormente era exemplo de como se fazer filmes com visuais de cair o queixo! Principalmente das fases 2 e 3. Infelizmente a cartilha podre progressista é mais importante do que qualidade, algo que se espalha como um vírus em todas às áreas do entretenimento.
O fato da série ser assumidamente comédia não serve como desculpas para entregarem um roteiro tão ridículo, mequetrefe, pífio e completamente feito nas coxas. Onde noventa por cento dos diálogos são desinteressantes e insuportáveis de se acompanhar (entra por um ouvido e sai pelo outro). Enredo e narrativa são um grande desastre em tudo! Perde muito tempo com a vida cotidiana sem graça da protagonista, onde o blá-blá-blá de julgamento de tribunal toma conta de quase todos os episódios, além de apostar erroneamente em situações fúteis da vida moderna.
Tatiana Maslany é uma atriz que surpreendeu o mundo com suas atuações primorosas na série "Orphan Black". Acredito que ela precisa trocar de agente urgentemente, pois, esse seu último trabalho em "She-Hulk" pode ter queimado sua carreira e a afastar de projetos futuros mais sérios e maduros. Não se enganem com a alta porcentagem de aprovação da série no Rotten Tomatoes, a suspeita desse site de aceitar compras de críticas favoráveis é das grandes!
E o que falar do Hulk do Mark Ruffalo?! Putz... O personagem já estava estranho há tempos (desde "Vingadores: Guerra Infinita"), aqui simplesmente só bateram o martelo no último prego do caixão que faltava para enterrar o personagem de vez! Aquele Hulk raiz das fases 1 e 2 provavelmente não veremos mais no futuro, uma triste realidade do MCU que persiste em continuar...
"Mulher-Hulk: Defensora de Heróis" tem um desenvolvimento que beira e inutilidade, não acrescentando absolutamente nada ao MCU. Com exceção do bom episódio 8, nada se salva. A quebra da quarta parede nada mais é que uma ideia chupada da série "Fleabag", ou seja, originalidade e criatividade zero! Além de zero ação, zero emoção, zero entretenimento, zero empolgação, sendo um grande zero a esquerda em praticamente tudo de sua projeção.
Resumindo: "She-Hulk" é uma série de comédia que não tem graça, uma série de super-herói que NÃO é de super-herói. Marvel indo ladeira abaixo e passando muita vergonha com sua fase 4.
Minissérie finalizada em 12 de novembro de 2022 Minha avaliação: 3,0/10
David Leitch vêm se destacando na indústria do cinema com filmes de ação de qualidade, sendo uma das suas virtudes o uso de violência estilizada e comédia aliada a cenas de ação bem filmadas, com ótimas coreografias de lutas. Seus filmes ganharam grande reconhecimento pelos fãs de ação por não seguir um padrão convencional, sempre buscando se reinventar com suas obras.
Sempre fui contra o humor pastelão exagerado que tomou conta dos filmes voltados ao entretenimento, mas neste caso, "Trem-Bala" tem um humor diferenciado e inteligente, funcionando em boa parte da trama. Apesar da eficiência, preferiria que o filme tivesse um equilíbrio maior entre ação e momentos cômicos, sendo um pouco mais voltado para situações sérias também.
Brad Pitt é um dos atores mais bem conceituados da história do cinema, sempre escolhendo seus projetos com sabedoria, praticamente todos os seus filmes são no mínimo assistíveis. Assim como aconteceu em "Guerra Mundial Z", ele volta a atuar em um filme fora do seu habitual. Já Joey King interpreta sua personagem mais relevante da sua carreira, diferente das adolescentes ingênuas de seus trabalhos anteriores (isso sim que é empoderamento feminino de verdade).
Gostei dos demais personagens excêntricos, só creio que faltou um desenvolvimento melhor de alguns, a edição corrida demais não permitiu o telespectador conhecê-los melhor. O roteiro chama bastante a atenção, com a história desenrolando-se em muitas reviravoltas, com isso, a narrativa acabou ficando um pouco bagunçada e perdida em seus desdobramentos.
Peca por umas cenas bem cascateiras em seus instantes finais, mas cumpre com seu propósito de um bom filme divertido, que difere dos moldes atuais que a Marvel e Netflix vêm seguindo. Além do roteiro arrojado e incomum para seu gênero, que de certa forma surpreende pela tentativa de inovação.
Esta preciosidade ainda está disponível no Memória da TV. Em 1080p e 720p, com três dublagens em português e uma em inglês. Os links que ainda funcionam são do servidor "Uloz.to".
Francis Ford Coppola é considerado pela grande maioria o melhor e maior diretor da história do cinema da década de 70, onde dirigiu três grandiosas obras da sétima arte: "O Poderoso Chefão: Partes I e II", e esse magnífico drama psicológico de guerra "Apocalypse Now". Na minha visão cinéfila, o cinema de verdade começou a partir da década de 70, onde os aperfeiçoamentos e evoluções nos quesitos cinematográficos mudaram a forma de se fazer filmes. Coppola é um dos principais nomes que deram início a essa mudança positiva na sétima arte.
Produção, cenários, clímax, figurinos, efeitos sonoros, e principalmente fotografia. Tudo de sua época beirando a perfeição. Sendo um dos principais pioneiros desses novos moldes que levaram o cinema a outro patamar.
Início do filme começa bem simples e fácil de se entender, mas quando chega na sua metade, ou seja, nas selvas do Camboja, é que a sua dialética e trama ficam mais densas, complexas e poéticas. Um filme de guerra totalmente diferente do que somos acostumados a ver. Coppola mostrou que cinema é muito mais que entretenimento, é aprendizado. Uma incrível história, uma lição de vida.
Na guerra somos acostumados a ver os bons e os maus, mocinhos e vilões, os certos e os errados. Mas a guerra é muito mais que isso, são milhares de vidas que estão ali num jogo de vida ou morte. Eles veem tudo de perto, convivem com isso. Alguns piram, outros aprendem a viver com isso a tal ponto que isso se torna comum, se sentem necessitados e amam o que estão fazendo, não querem mais mudar e isso torna-se loucura também.
Estranhei muito a pouca aparição do personagem Marlon Brando, já que toda a história gira em torno do seu personagem, por tanto, ele ser praticamente um coadjuvante de sua própria história não me desceu bem. Por outro lado, Martin Sheen surpreende entregando uma atuação convincente, digna de protagonismo de respeito. Por esse motivo específico, não é merecedor de nota máxima, mas ainda assim, é um filme grandioso em todos os sentidos!
A verdade da guerra foi mostrada neste filme, mais do que em qualquer outro. Coppola não queria nos ver felizes com o final, e o capitão Willard nada mais é do que a nossa reação em meio a tudo o que vimos. Vemos toda a sanidade humana ir pro espaço e o que temos que fazer nada mais é que o nosso trabalho. A conclusão é que a guerra nada mais é que... Horror... Horror!
Assistido em 3 de novembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
Filme no mínimo polêmico! Onde novamente Oliver Stone atinge a ferida das grandes corporações, dessa vez fazendo críticas pesadas a mídia sensacionalista, capaz de tudo pela audiência e também das pessoas fanáticas que idolatram criminosos famosos. Isso explica muito a aprovação do filme no Rotten Tomatoes de apenas 48% por parte da crítica, reforçando ainda mais como há muita hipocrisia nos meios de comunicações globais.
"Assassinos por Natureza" é como se fosse uma montanha-russa recheada de momentos bons e ruins, sempre intercalando entre subida e descida, com muitos pontos altos e baixos. O filme se divide em duas partes: a primeira hora (ruim), que se sustenta em cenas enfadonhas, irritantes e diálogos sem propósito. E a segunda hora (ótima), onde o filme muda de ritmo e mostra um completo caos com o início da rebelião, onde presenciamos insanidade e demência extrema, comandada pela dupla de protagonistas infernais!
Com um roteiro de Quentin Tarantino, fiquei surpreso com a boa parte da violência do filme ser bem moderada, obviamente algo que não me agradou. Outra coisa que me incomodou foram às transições de cenas, variando entre colorido e preto e branco, além das cenas em forma de animação completamente desnecessárias. A primeira hora do filme me decepcionou, pois, apesar do roteiro audacioso, não me impressionou em praticamente nada, muito devido a excessos de embromações na narrativa.
Uma obra interessante, do ponto de vista de um casal de assassinos sobre a sociedade e o mundo que os rodeia, onde ambos têm um passado repleto de sofrimentos e traumas. Sobre isso, não foi bem desenvolvido no filme, por isso, fica a impressão de que às mortas foram todas gratuitas.
Gostei da escolha afinadíssima do elenco, só nomes conhecidos: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Todos mandando muito bem nas atuações, mas quem rouba a cena é o personagem do Robert, na pressão da confusão e caos, se transforma em uma pessoa que ele jamais imaginou.
Enfim, um filme que poderia ser perfeito, pois, pecou muito na parte da censura da violência, ainda mais num filme com classificação indicativa de 18 anos. No entanto, às conversas dos personagens Mickey Knox e Wayne Gate são sensacionais, aonde nessa parte do roteiro, Tarantino mandou muito bem! Os trinta minutos finais são delirantes, sagaz e de uma bagunça e loucura generalizada.
Maratona Oliver Stone Assistido em 29 de outubro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Oliver Stone me surpreendeu com seu roteiro e direção no excelente filmaço "Platoon", por isso decidi iniciar uma pequena maratona dos seus filmes que eu os considero principais. Esse "Nascido em 4 de Julho" me chamou a atenção por se tratar da mesma temática da sua maior obra-prima, outro atrativo é ter sido protagonizado pelo Tom Cruise, (ator que sou grande fã de seus trabalhos). Além da volta dos atores Willem Dafoe e Tom Berenger, que anteriormente trabalharam em "Platoon".
Este filme tinha todos os ingredientes para repetir os feitos de "Platoon", sendo que começou muito bem! Com às primeiras cenas lembrando o ótimo e primeiro ato do também filme de guerra do Vietnã "Nascido para Matar". Com isso, a obra tem uma primeira hora bem movimentada, bem dirigida e roteirizada, com jogo de câmeras interessante e que prendia a atenção do telespectador a cada cena empolgante. Ou seja, a guerra sendo retratada da melhor forma possível, por quem realmente já vivenciou e teve experiências com os horrores da guerra.
Meu problema está na segunda hora em diante... onde particularmente acho que perdeu muito gás. Acredito que o filme deveria ter mostrado mais da parte da guerra e ter focado menos no pós-guerra, creio que assim a obra teria um equilíbrio melhor entre reflexão e entretenimento, como foi no caso de "Platoon". Embora algumas partes do pós-guerra sejam interessantes, onde às críticas aos líderes de nações são bem pertinentes, escancarando a ilusão do homem em servir a pátria.
Tom Cruise desempenha um papel impressionante, com certeza aqui, teve uma de suas melhores atuações da carreira, onde desenvolveu todas às emoções necessárias do seu personagem. Um belo tapa na cara dos haters que afirmam que ele não sabe atuar, muito pelo preconceito com o ator, por ele atualmente estar mais dedicado a filmes focado no entretenimento e nas massas, onde não se exige muito dos atores em atuações e expressões faciais. No entanto, Tom Cruise desde muito jovem provou a todos que sabe atuar sim!
Enfim, considero um bom filme, devido a alguns bons momentos tensos envolvendo o personagem central da trama. Do pós-guerra e suas consequências que só deixam instabilidade emocional, horrores físicos e psicológicos aos seres humanos. Entretanto, está há anos-luz do impacto e emoção que "Platoon" proporcionou, muito por devido a um desfecho superficial, diluído, limitado e estranhamente não comovente. Bom, mas longe de ser algo incrível, épico e memorável.
Maratona Oliver Stone Assistido em 25 de outubro de 2022 Minha avaliação: 6,5/10
Não conheço e não me lembro de absolutamente nenhum outro filme com uma cena de abertura tão impactante e triunfal quanto "Platoon" (por mais obra-prima que seja). A chegada dos novos recrutas ao Vietnã, onde o protagonista observa soldados mortos em sacos plásticos, ao som da versão original de "Adagio for Strings" (uma das melhores músicas instrumentais da história), conseguem emocionar com facilidade. Com isso, eu já sabia que assistiria algo especial, digno de aplausos.
"Platoon" é um filme recheado de virtudes, retrata a guerra com muita fidelidade, sem os clichês do patriotismo americano, história de amor no meio e de heroísmo forçado, numa guerra onde não há vilões, heróis e principalmente vencedores, todos perdem! Enredo e narrativa crua, suja, singela, e comprometida a entregar o máximo de realismo e consequências do que realmente acontece nas estúpidas guerras mundo afora.
Adorei a forma e inteligência de abordagem desse filme, mostrando como o horror da guerra afeta negativamente o psicológico de todos, onde até mesmo 'aliados' entram em conflito, com o desespero e caos tomando conta de todos! Não há espaço para os bons costumes e politicamente correto, onde até mesmo os mais íntegros questionam o seu caráter nos momentos de tensão.
"Platoon" é o meu mais novo xodó do cinema, pois, entrega tudo que eu mais gosto em uma obra: ação constante com dinamismo e sagacidade, aliada a uma carga dramática forte e envolvente. Momentos cheios de tensão, emoção e cenas para lá de indigestas e tristes, tudo acompanhado de uma trilha sonora linda e perfeita, sendo o coração dessa obra-prima do Oliver Stone.
Charlie Sheen entregou aqui disparadamente seu melhor personagem da carreira, provando ser um ator que poderia ter sido mais aproveitado em filmes mais sérios (além da comédia). Gostei muito de seu personagem, deu conta do protagonismo mesmo sendo jovem na época. Willem Dafoe monstro, como sempre, em um coadjuvante importante nos desdobramentos da trama, além do Johnny Depp como figurante de luxo. Oliver Stone acertou em cheio na escolha de seu elenco.
Se o filme incomodou o sistema e líderes globais, ele sobe ainda mais no meu conceito. A crítica certeira a guerra gera momentos para o telespectador refletir e pensar sobre o assunto, pois, praticamente ninguém ganha nada com a guerra. O conflito recente entre a Rússia e Ucrânia reforça esse pensamento, Vladimir Putin deveria assistir ao filme e pensar um pouco em suas atitudes.
"Platoon" é um filme foda e o pioneiro de seu gênero, obrigatório em qualquer lista de 'melhores filmes de guerra da história'. Forte, impactante, imponente, inesquecível, raiz, realista e necessário. Frases finais do personagem Chris Taylor marcantes e épicas!
Maratona Oliver Stone 25 de outubro de 2022 Minha avaliação: 10/10
Atualmente pego muito no pé da Netflix, devido à enxurrada de filmes e séries ruins, ou até mesmo péssimos. Com o aumento da concorrência, o streaming foi se perdendo cada vez mais, sendo responsável pela saturação de quase todos os gêneros cinematográficos, além das mensalidades abusivas em relação aos seus concorrentes. Entretanto, vez ou outra ela acerta a mão, e dessa vez, tenho que admitir que acertou em cheio nesse ótimo filme (quase perfeito) "Rastros de um Sequestro".
Acredito que os plot twists são às principais armas para a produção de um filme inovador e fora do convencional, além da maneira de como a história é contada. O diretor e roteirista Jang Hang-Jun soube fazer isso com ideias bastante mirabolantes e pouco ortodoxias, com muita personalidade, coragem, determinação e criatividade no desenvolvimento de uma história surpreendente. Às reviravoltas da trama deixam qualquer um de queixo caído, com o filme dando uma virada de chave absurdamente inacreditável!
O começo do filme se desenvolve através de um suspense mais puxado para terror, inclusive com direitos a sustos. Após os desdobramentos inesperados, o longa começa a ganhar outros moldes, se tornando um drama policial muito bem-planejado e criado. Apesar da complexidade, o filme responde todas às dúvidas sem deixar pontas soltas, com um roteiro incrível fora da curva, narrativa intrigante, andamento hábil, e um total ineditismo e originalidade em sua história.
Uma história sombria e psicológica que vai tomando rumos cada vez mais extremos e tristes. Às cenas finais devastadoras são a cartilha da Coreia do Sul em entregar obras com alto nível de tensão e peso emocional. É o cinema asiático em sua pura autenticidade, com seus desfechos indigestos e clima totalmente negativo.
Eu adorei esse filme! Perfeito para quem gosta de histórias recheadas de plot twists, certamente o diretor dessa obra deve ter alguns filmes do excelente Oriol Paulo em sua cabeceira. Filme muito acima da média, sendo uma joia raríssima da Netflix, e afirmo sem exageros ser o melhor filme original da plataforma que já vi até agora...
Assistido em 21 de outubro de 2022 Minha avaliação: 9,5/10
Acredito que "O Lamento" é considerado uma das grandes obras dentro do gênero de horror, abordando uma parte macabra da cultura oriental sobre lendas, maldições, espíritos malignos e misticismo. Apesar da narrativa cadenciada, o filme não é maçante, mas mesmo assim, poderia ter sido mais objetivo e direto, creio que foi desnecessário duas horas e meia de filme para seu gênero.
Esta obra apresenta uma história folclórica associada ao misticismo oriental e também ao oculto, marcada por elementos de mistério, terror e sobrenatural: como guardiões, demônios e xamãs, com o desenrolar da trama ganhando gradualmente contornos mais intensos e inquietantes.
Destaque para os aspectos visuais e de cenários da obra, com uma fotografia estonteante de belas florestas e montanhas ao pôr-do-sol, que proporcionam uma combinação imersiva e envolvente. Em uma ambientação expressada pela chuva constante, pelo lamaçal, pela precariedade da pequena aldeia, pelas características marcantes de uma pequena cidade do interior. Além dos processos de maquiagem e dos cenários de massacre, consolidam o ar místico e lúgubre do filme, ampliando o mistério e prendendo a atenção do telespectador.
O roteiro trabalha bem com as expectativas, construindo alguns personagens de maneira dúbia, sem explicitar as suas reais intenções. Uma história relativamente simples nos é apresentada de maneira complexa e intrigante, onde cenas aparentemente sem grande propósito nos revelam muito, exigindo atenção aos detalhes, sejam eles símbolos do ocultismo ou referências religiosas. Corvos e cabeça de bode são utilizados ao longo da narrativa, simbolizando a morte e o mau presságio e remetendo ao profano e à bruxaria.
O filme consegue construir uma atmosfera de terror sem abusar dos truques típicos do gênero, o que o faz entrar para a seleta lista dos filmes de terror revolucionários. Os momentos de humor são utilizados para tornar mais suave a abordagem de um tema que por si só já é bastante tenso. Cabe ressaltar a ótima atuação de Kwak Do Won, no papel caricatural do policial preguiçoso, atrapalhado e medroso, embora seja bem-intencionado.
Com um trabalho competente do elenco, uma direção eficiente criando uma atmosfera que mistura mistério, terror e comédia, além de proporcionar muita reflexão com um final aberto a diferentes interpretações e também por sua originalidade. "O Lamento" é um dos longas-metragens mais significativos dentro de seu gênero nos últimos anos, e possivelmente um dos melhores terrores do século XXI.
Assistido em 16 de outubro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
Continuando minha exploração pelo cinema asiático sul-coreano.
Filme da década de 2000, onde às obras asiáticas sul-coreanas davam os primeiros passos para a ascensão no mercado cinematográfico. A Coreia do Sul (especialmente) sabe como fazer o telespectador se sentir humano, com obras extremamente cruas, nos conduzindo de uma forma de ser quase impossível não se comover, ficarmos tristes, ou revoltados com certas cenas.
Começa muito bem, entretanto, seu segundo ato é arrastado e cansativo, onde não acontece praticamente nada de interessante, apenas ganhando fôlego nos seus últimos minutos. Outro problema são os cortes bruscos na hora das cenas mais pesadas de gore, escancarando que o diretor queria poupar o telespectador da brutalidade, algo que particularmente desaprovo. Além disso, não é característica do cinema asiático seguir este caminho.
Um filme com um grande trabalho no aspecto de criar expectativa, pois, a todo momento estamos ligados para o que irá acontecer nos momentos seguintes. Com pouco mais de meia hora de filme (creio eu), tudo já está basicamente contextualizado: O tripé de personagens estão montadinhos, e eles formarão o eixo narrativo. Um é a luta desesperada pela liberdade, outro é a contagem regressiva para a soltura e o último, o mais complexo e intenso, o caçador do título.
É engraçado pensar quais figuras representam o bem e o mal, o anti-herói que em devidas circunstâncias age do lado da polícia, a mesma que protege o grande vilão da história. Temos aqui um universo confuso, perigoso, triste, sujo, violento e amedrontador, onde é necessário um monstro para se capturar outro pior. A figura feminina continua sendo ambígua, uma vez que é tanto a explorada quanto a protegida pelo homem bruto e protetor de seus interesses.
A premissa é muito bem arquitetada e pensada, com um suspense inteligente utilizado de maneira não-usual, porém, o roteiro tem alguns deslizes que são imperdoáveis. Como, por exemplo: a conivência do enredo em uma certa situação favorecendo o assassino, deixando uma parte da história extremamente forçada.
Estou apreciando muito o cinema oriental, geralmente dou no mínimo nota oito para esses filmes. No entanto, como esse não atingiu o mesmo nível dos melhores, "O Caçador" ficará um pouco abaixo da média pelos seus acertos e erros. Principalmente pelo motivo do conto de vingança não ter sido extremamente satisfatório.
"Parasita" surpreendeu o mundo! Além de vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro, também conquistou o Oscar de melhor filme, sendo o primeiro longa-metragem estrangeiro da história a levar para casa o principal prêmio do evento. Me considero um cara anti-oscar, porque a academia coleciona diversas injustiças, tudo sem lógica e sem contexto em sua história. Como, por exemplo: o fraquíssimo, insosso e aborrecido "Shakespeare Apaixonado" ter derrotado "O Resgate do Soldado Ryan" em melhor filme. Na minha opinião, o maior 'roubo' de toda a história do Oscar.
O Oscar cada vez mais vai perdendo prestígio, audiência e principalmente credibilidade no mundo cinematográfico. Algo que não acontecia com frequência no século XX, mas acabou se intensificando muito no século XXI com diversos absurdos... Dito isso, em 2020 tivemos uma exceção e surpresa na premiação com a vitória de "Parasita", que, a meu ver, venceu merecidamente (apesar de considerar "Coringa" uma obra muito melhor). O cinema sul-coreano fazendo história graças a genialidade e talento de Bong Joon-ho.
O diretor e roteirista sempre teve essa obsessão em impor críticas sociais misturadas com sátiras e personagens caricatos, o que gerava obras ácidas e sagaz, sendo tecnicamente perfeitas e que deixavam sempre suas mensagens. Em "Parasita" Bong Joon-ho elevou o nível da crítica e com um roteiro brilhante por trás, desfila toda sua técnica visual em um filme cheio de camadas e com uma montagem fantástica.
"Parasita" foi brilhantemente dirigido por Bong Joon-ho, com um ritmo frenético, ângulos de câmera inspirados, um senso estético perfeccionista, com metáforas e críticas sociais que permeiam o sagaz e feroz enredo. A obra desafia a mente do telespectador a se questionar sobre situações do cotidiano, como um soco na mente, te causa desconforto e aqui se discute a tal meritocracia e as diferenças de classe. A burguesia é suja e o pobre que quer ser rico terá que se sujar também...
O roteiro é genial ao abordar o lado obscuro de todos, mas sem deixar de humanizar essa família (parasita), por assim dizer. Existem motivações para eles fazerem isso e a família rica não colabora muito, na verdade, eles são detestáveis, mesmo que inicialmente fossem ser "vítimas" de aproveitadores. O filme brinca e flerta com o drama, focando no emocional das figuras centrais, com uma pitada de comédia, sendo sempre em tons ácidos e sarcásticos. Além do suspense crescente e cada vez mais nervoso, chegando a um final chocante e avassalador!
Enfim, não acho "Parasita" o melhor filme asiático, nem mesmo é o melhor do Bong Joon-ho, mas fiquei extremamente feliz com às estatuetas do Oscar conquistadas. Um feito importante e um alerta para que o cinema hollywoodiano acorde e não fique estagnado no futuro. Atualmente o cinema oriental vem despejando muito mais filmes sensacionais, principalmente em relação à criatividade e ineditismo.
Maratona Bong Joon-ho 9 de outubro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
Em um mundo cada vez mais caótico, onde os seres humanos sofrem com diversos males causados por eles mesmos, um desses problemas inclui a crise alimentícia que infelizmente tende a piorar cada vez mais com o passar dos anos. Neste cenário surge um filme chamado "Okja", que aborda um tema bastante sensível e forte. Inicia-se de forma leve e descontraída, porém, ao final de sua projeção, não deixa de surpreender o telespectador com um choque de realidade.
Bong Joon-ho foi muito inteligente e certeiro na sua crítica às grandes corporações alimentícias, expondo de forma muito crua e realista a ganância e indiferença humana com os animais. Mostrando com muita dureza e tristeza a maldade das pessoas nos matadouros que existem mundos afora, os bichos são tradados como lixos sem valor algum. Um assunto necessário sendo exposto para reflexão.
Gostei muito das ideias implementadas do Bong Joon-ho em sua obra, a princípio achei que fosse uma crítica aos consumidores de carne. Entretanto, o diretor com sabedoria atacou o coração do problema, os grandes empresários de ego inflado e seus métodos desumanos e irresponsáveis de gerar lucros. O grande trunfo desse filme foi em não se agarrar na militância para tentar agradar um certo tipo de público, uma crítica muito bem feita sem os moldes atuais que estão arruinando o cinema.
Além de acertar no tema abordado, Bong Joon-ho também foi certeiro no super elenco de grandes nomes, com personagens bastante caricatos propositalmente. É muito bom ver que o trabalho desse grande diretor tenha ganhado ares comerciais, assim seu talento visual e críticas ácidas vão sendo gradualmente conhecidos pelas massas. Além disso, o cineasta aproveita para dar umas aulinhas de cinema para a Hollywood estagnada.
O filme é um deleite visual, com uma fotografia perfeita aliada a natureza em abundância, com belas cores e uma estética de belíssimo bom gosto. Além dos porcos gigantes graficamente muito bem-feitos. Tudo isso em uma interação incrível e singela entre a personagem Mija e Okja, em um senso de proteção e irmandade pairando sobre eles.
Enfim, "Okja" não é um filme que pode “mudar o mundo”. Mas ele consegue, através de sua incrível verossimilhança e humanidade, colocar o espectador para pensar de uma forma muito profunda e tocante sobre as questões de recursos e formas de garantir a plena alimentação da população mundial, atual e futuramente. Uma obra feita para ser vista por todos às nações.
Maratona Bong Joon-ho Assistido em 30 de setembro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
Bong Joon-ho chamou a atenção do mundo todo com suas obras voltadas a críticas certeiras em vários aspectos globais. Graças a isso conseguiu espaço em Hollywood, estreando no competitivo mercado com esse ótimo "Expresso do Amanhã", e que estreia senhoras e senhores! Filmão de ficção científica pós-apocalítica, que mostra a luta de classes sociais, com fortes críticas a desigualdade social e ao aquecimento global.
Ficção científica é um dos meus gêneros favoritos do cinema, e atualmente está muito difícil de surgir um filme desse gênero que seja muito acima da média. Filmes como "Gravidade", "Interestelar" e "Duna" estão cada vez mais raros, principalmente pela crise de criatividade nos roteiros que Hollywood vêm enfrentando. Para um Bong Joon-ho que não tinha experiência no gênero, o resultado é bem acima do esperado, e até de certo modo, surpreendente.
Particularmente gostei muito da personalidade do Bong Joon-ho em não ceder a cartilha fresca do cinema estadunidense, conduzindo o filme ao seu modo, sem deixar de lado suas origens e essência. A obra explora muito o lado brutal, animalesco e selvagem do ser humano quando se encontra em situações desfavoráveis, com o uso inteligente de metáforas para a reflexão do telespectador. O melhor de tudo, sem poupar o público da violência gerada pelo confronto de classes.
Filme com detalhes técnicos minuciosos, fotografia magnífica, cores fantásticas, figurinos e maquiagens excepcionais, tudo isso em locações e paisagens belíssimas. Os vagões individuais são espetaculares e abusam de design engenhoso, cada um dos vários ambientes (a sala de aula, discoteca, aquário, etc.), sucintamente destila uma cápsula isolada de nossa cultura.
No quesito atuação, meu destaque vai para Tilda Swinton, que ficou praticamente irreconhecível por conta de um processo de maquiagem e figurinos impressionantes! O telespectador provavelmente só a reconheceu quando a câmera se aproximava de suas feições. Além disso, vale citar a parceria de sucesso do Bong Joon-ho com o competente ator Song Kang-ho, e também um esforçado e carismático Chris Evans e um sempre cirúrgico Ed Harris.
A reunião da humanidade em um trem que tem como serventia a locomoção, se desenvolve em uma trama bem interessante, além da variedade de etnias que se encontram no mesmo local. A acidez do roteiro é extremamente conquistadora, que desdenha ao explorar o sistema político que se deteriora em opressão ao priorizar a sobrevivência sobre o progresso. É uma crítica deliciosa e inteligente, os diálogos são repletos de trocadilhos e subtextos, em uma obra poética, engraçada, repugnante e revoltante.
Acredito que faltou diluição nos minutos finais, o que não diminui em nada o primoroso espetáculo. Não é uma tarefa fácil criar um filme que estabelece um respeitoso equilíbrio fluente entre aventura e discurso político.
Maratona Bong Joon-ho Assistido em 26 de setembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
"Mother: A Busca Pela Verdade" é mais um filme policial investigativo do ótimo diretor Bong Joon-ho, lembra bastante "Memórias de um Assassino" devido a muitas semelhanças na narrativa, porém, melhor executado e dirigido. A história de "Mother" me prendeu mais, pois, aparentava se tratar de algo simples, mas ocorrem situações tão bizarras e infames, que elevam o patamar da história para algo poderoso e totalmente original, criativo e inesperado.
Muito perspicaz e atrativo a forma que Bong Joon-ho conduz sua história, passeando novamente em muitos gêneros e subgêneros cinematográficos, tudo isso sem perder a mão, em um roteiro redondinho recheado de surpresas. O enredo desse filme é muito interessante, intrigante e surpreendente, que deixa o telespectador com a pulga atrás da orelha, em um mistério que se mantém intacto em boa parte do filme.
Parte técnica impecável como sempre, em cenários de muito bom gosto estético, com uma fotografia escura e depressiva, que combina perfeitamente com a chuva constante na cidade, criando um clima opressor e sufocante. O visual do filme remete muito o que o cinema asiático quer mostrar para o espectador, sempre com aquele clima sombrio de desesperança, insegurança, desespero, maldade, etc.
Kim Hye Ja é uma atriz excepcional, roteiro totalmente focado em seu personagem e conseguiu dar conta do recado. Apesar da idade, fiquei chocado com a sua pouca experiência no cinema, deveria e merecia ter mais reconhecimento em seu país. Aqui ela carrega o filme nas costas, com expressões e atuação maravilhosa, baita personagem interpretado.
A grande revelação de que seu próprio filho é o assassino não chega a surpreender tanto, porém, os rumos que a história tomou a partir desse acontecimento, faz do filme ser especial e muito acima da média. A obsessão da mãe em proteger o seu filho a todo custo, mesmo que para isso tenha que matar um inocente... Final brilhante e totalmente apoteótico.
Enfim, "Mother: A Busca Pela Verdade" é apenas mais um entre tantos outros do cinema asiático, que priorizam um bom roteiro e qualidade. Hollywood, nestes quesitos (principalmente pelos lançamentos atuais), tem muito que aprender com os diretores e roteiristas do outro lado do mundo. Especialmente dos da Coreia do Sul, esses Coreanos são fodas!
Maratona Bong Joon-ho Assistido em 24 de setembro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
Um filme diferente de toda a filmografia do Bong Joon-ho, onde o diretor decidiu sair de sua zona de conforto, mas sem deixar suas principais características e virtudes de lado. O filme aborda o implacável preconceito e discriminação que uma família humilde sofre do seu governo, além do descaso e irresponsabilidade ambiental das grandes empresas que não tem noção de seus atos. A cena inicial é bastante revoltante!
Esse longa-metragem traz a tona problemas socioeconômicos e políticos, sendo uma crítica pertinente às grandes potências e ao governo local submisso, que não se importam com o meio-ambiente e o aumento da poluição global. Tudo isso muito bem dirigido pelo Bong Joon-ho, sem deixar de lado o bom entretenimento de qualidade e sublime, com personagens divertidos e envolvidos em um bom drama familiar.
Diferente dos filmes Hollywoodianos sobre monstros, a trama dessa obra é mais focada na família que protagoniza a obra, conhecemos com calma cada personagem, suas características e peculiaridades. Entretanto, o monstrengo não demora muito a dar às caras, assim, Bong Joon-ho conseguiu estabelecer um bom equilíbrio em sua obra.
A criatura (ou monstro) é uma espécie de peixe anfíbio gigante, que sofreu mutação devido a uma substância líquida tóxica descartada incorretamente, parando direto no rio da cidade. O filme mostra como uma simples ação de um único ser humano pode desencadear uma grande tragédia, levando um grande caos a uma população que já sofre com condições precárias.
"O Hospedeiro" transcende qualquer tentativa de rotulação, é uma mistura de gêneros cinematográficos bastante interessante, com enquadramentos de primeiríssima qualidade e parte técnica super apurada. Gostei muito das cenas finais bem produzidas, frenéticas e satisfatórias. É o cinema sul-coreano acertando a mão até mesmo fora das suas produções habituais.
Maratona Bong Joon-ho Assistido em 21 de setembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
Bong Joon-ho tornou-se o mais novo estrangeiro queridinho de Hollywood após vencer o Oscar de melhor diretor e filme por "Parasita (2019)". Apesar de não o considerar o melhor filme sul-coreano, acredito que venceu o Oscar merecidamente, principalmente se compararmos Parasita a muitas bombas que ganharam o Oscar com tons de fajuto. Já estava na hora de dar atenção a este cineasta devido a seu trabalho competente em Parasita, merecendo de minha parte uma maratona de sua filmografia.
"Memórias de um Assassino" é o primeiro trabalho de destaque que deu grande fama a Bong Joon-ho, que se caracteriza por trazer fortes críticas sociais em seus filmes. Seu longa trata-se de uma história real de crimes ocorridos entre 1986 a 1991, numa pequena província no interior da Coreia do Sul, que ficou marcada por ser o primeiro caso de serial killer no país.
Infelizmente não achei essa obra-prima toda que muitos fãs do Bong Joon-ho o consideram, apenas gostei do filme em partes. Embora tenha um roteiro interessante, acredito que faltou mais dinâmica na narrativa, a primeira hora é bem cansativa e achei boa parte dos desdobramentos das investigações desinteressantes. Com isso, o filme demora muito a engrenar, ficando bom somente em seus instantes finais...
O filme cria uma grande tensão e desenvolve um mistério instigante em sua parte final, porém, não chega a lugar algum em um desfecho aberto, onde o assassino não é descoberto.
A construção dos personagens meio abobalhados e atrapalhados quebra o clímax de um filme investigativo, que era para ser cem por cento sério. Por outro lado, a direção do Bong Joon-ho é certeira ao retratar a desigualdade social de seu próprio país, onde os detetives trabalham em condições totalmente precárias. Sem sombra de dúvidas, esse seu estilo de direção é o que garantiu seu emprego na competitiva Hollywood.
Enfim, eu poderia ficar aqui questionando o final do filme, porém, por se tratar de uma história real, terei que aceitar às coisas como elas realmente são. Bong Joon-ho tratou da história com muita fidelidade em relação ao caso real, e graças a isso o filme merece tal reconhecimento. Mas ainda assim, esperava bem mais... principalmente por muitos acharem esse filme melhor até mesmo que "Parasita", fato que discordo totalmente.
Maratona Bong Joon-ho Assistido em 20 de setembro de 2022 Minha avaliação: 6,5/10
É incrível a capacidade e competência do cinema sul-coreano de produzir grandes filmes de qualidade sobre o tema “Vingança”. “Eu Vi o Diabo” é doentio, perturbador, repugnante, forte, pesado, visceral e cheio de momentos com muito GORE. Sendo completamente diferente dos filmes hollywoodianos com o mesmo tema, onde na sua grande maioria apresenta roteiros e histórias clichês, batidas e sem inspiração.
Essa é a obra-prima máxima do diretor Kim Jee Woon, o cineasta juntou tudo que há de pior em um ser humano e potencializou isso em um único personagem. Choi Min Shik interpreta um dos melhores vilões da história do cinema, sua maldade, sadismo e demência extrapolam todos os limites! Fazendo que o telespectador torça para que ele se foda da pior forma possível.
Kim Jee Woon não quis nem saber de moderação, meteu violência explicita sem dó nem piedade, com o mais puro suco da vingança desenfreada, em uma trama macabra regada a muito ódio! Infelizmente são poucos estúdios e diretores com a coragem de ousar e ser feliz, neste caso deu muito certo! Um estudo perfeito e realista sobre a mente de um serial killer que sente prazer em matar.
Praticamente tudo neste filme é perfeito, a direção de Kim Jee Woon é incontestável, se mostrando um diretor que domina o tema retratado. O roteiro é bem estruturado e cuidadoso, que dá o máximo de atenção e desenvolvimento possível aos personagens protagonistas. Lee Byung-hun e Min-sik Choi dão um show de interpretação em seus respectivos papéis, a cada momento em que se encontram o filme ganha em emoção, angústia e tensão, acompanhados de diálogos impactantes e sensacionais!
“Eu Vi o Diabo” é um filme que traz reflexões sobre justiça com às próprias mãos e suas consequências, o desfecho é extremamente cru e melancólico, onde não há vencedores. Uma obra necessária que faz o telespectador se questionar se realmente a vingança pode ajudar a diminuir a dor e sofrimento da perda de alguém sem motivo plausível.
Enfim, em minha opinião, uma obra única, que não poupa em chocar o telespectador com a tamanha crueldade em sua projeção. E isso é a mais pura realidade da humanidade, o mundo está repleto de Kyung-chuls dando sopa por aí... Esse filme merece ser mais visto e apreciado, mas uma vez, o cinema asiático surpreende e prova que vai muito além de "Oldboy" e "Parasita".
O cineasta Kim Jee Woon é responsável pelo excelente "Eu Vi o Diabo", que em minha visão é o melhor filme sobre vingança já produzido, e também, por enquanto, o melhor longa-metragem da história do cinema asiático. Fiquei instigado a acompanhar mais seus trabalhos e peguei esse "O Gosto da Vingança" para assistir, gostei do filme apesar de não chegar nem aos pés de sua maior obra-prima.
Não achei o roteiro grandes coisas, por ser simplório demais e um pouco abaixo do que se espera de um filme sul-coreano. No entanto, se sobressai na direção do mestre Kim Jee Woon, ele tem uma intimidade com a câmera e ousa em algumas cenas com ângulos inusitados. Outro detalhe interessante é no belíssimo contraste do sangue com fundo branco, quase sempre constantes no filme, que se destacam junto a fotografia e edição impecáveis.
Às cenas de ação são muito boas, com lutas empolgantes, eletrizantes e realistas, parecendo que nem utilizaram dublês, além de quebrar o clichê do gênero, de balas infinitas que não acertam o protagonista nem fudendo. Lee Byung-Hun novamente está ótimo no protagonismo, em mais uma parceria certeira e lendária ao lado do competente diretor Kim Jee Woon.
Acredito que o enredo tem umas falhas bizarras e bem evidentes, principalmente nas cenas de ação finais, que o faz ser uma obra menor da ascensão do cinema asiático, mas ainda assim, bom em seu propósito. Concluindo-se com um desfecho poético e sanguinolento.
"O Gosto da Vingança" é mais um exemplar clássico da boa e velha vingança que o cinema da Coreia do Sul não cansa de produzir com maestria, sempre tratando o assunto com muita seriedade. Um filme estiloso, com personagens infames, protagonista frio e de poucas palavras, e com um completo clima hostil e caótico durante toda a sessão.
Assistido em 16 de setembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
Surpreendi-me com o filme antecessor do Jeong-beom Lee e resolvi acompanhar mais um de seus trabalhos. O cineasta tem poucos filmes no currículo, mas com sabedoria soube priorizar mais a qualidade do que quantidade, esse é um dos primeiros passos para se tornar um grande diretor no futuro. Em seu terceiro filme conseguiu um orçamento mais alto para realizar um longa ainda mais extremo que "O Homem de Lugar Nenhum".
O protagonista, além de ter passado por um trauma de infância, precisa lidar com os sentimentos de remorso e culpa, pelo erro fatal que cometeu em seu último serviço a mando da máfia que o criou. Neste contexto, ele resolve arriscar tudo em busca de redenção, em mais uma história com um excelente peso emocional.
O filme em sua primeira hora tem um ritmo cadenciado para a construção dos personagens e desenvolvimento da trama, essa parte não chega a ser chata, já que o filme te prende do início ao fim. Na segunda hora o pau come de vez para todos os lados! Com às características marcantes do cinema sul-coreano, muita loucura, insanidade, demência, maldade, etc. Às cenas de tiroteios e lutas são um deleite visual, sendo extremamente satisfatórios, e como sempre não poupando no sangue e violência.
Embora não supere seu melhor e maior clássico, Jeong-beom Lee novamente acerta a mão em mais uma boa história aliada a uma ação impactante, ágil, frenética e sem piedade, não possuindo a emoção do seu filme anterior, mas ainda assim bom! Destaque para os cenários, fotografia e a beleza asiática da atriz protagonista Kim Min Hee.
Enfim, esse é mais um dos grandes destaques de obras do cinema sul-coreano que merece ser mais popular no Brasil do que é atualmente. Um filme de ação muito bom que passa longe de ser clichê, como muitos dos filmes estadunidenses.
Assistido em 8 de setembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
Mais uma obra sagaz, visceral e potente do cinema sul-coreano, país que não cansa de me surpreender com suas obras maravilhosas e magníficas. O grande diferencial da Coreia do Sul é elaborar e trabalhar bem filmes que tenham equilibro em todos os quesitos cinematográficos: roteiro, personagens, atuações, edição, entretenimento, etc. Tudo isso aliado a narrativas extremamente maduras, corajosas e sem frescura em relação à violência.
"O Homem de Lugar Nenhum" não é apenas um simples filme de ação, ele explora muito bem o mundo hostil das drogas, tráfico de órgãos, escravidão infantil e guerras de gangues/facções; temas que são muito relevantes para os dias de hoje. A cereja do bolo dessa obra é aliar a boa ação com uma carga dramática pesada e emocionante, com atuações convincentes e muita química entre os protagonistas.
A narrativa nos apresenta com calma todo esse mundo cruel, maldoso e repleto de desordem, com um clima totalmente negativo e triste. O protagonista é um homem solitário, frio, caladão e misterioso, seu único contato é uma garotinha que encanta com sua pureza em meio ao caos que se encontram.
A ação não fica de lado, temos uma sequência frenética de lutas ultraviolentas regadas a banho de sangue e muita agilidade, muito bem coreografadas em um jogo de câmera magistral. A boa e velha vingança fazendo jus a sua fama, sendo extremamente letal e fatal em seu ato final. Destaque para a atriz mirim responsável pelas cenas finais absurdamente emocionantes.
Enfim, o considero um filmaço! Obscuro, brutal e humano ao mesmo tempo, fazendo ótimo uso de planos prolongados que visam expor um sentimento preso na alma do protagonista. O cinema asiático precisa urgentemente ser mais apreciado e conhecido por todo o tipo de cinéfilo. Filme imperdível!
Assistido em 7 de setembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
The Walking Dead (11ª Temporada)
3.5 235 Assista Agora"The Walking Dead" foi um dos maiores fenômenos da história da TV. Marcou época, deixou legado e apesar das baixas das últimas temporadas, ficou no topo por anos como uma das melhores séries já feitas. Se destacou pelas maquiagens extremamente realistas dos mortos-vivos, além da trama e narrativa frenética, ágil, inquietante, tensa, envolvente, misteriosa e com uma forte carga dramática. Na minha opinião, ficou em alto nível até a 8ª temporada, a partir da 9ª perdeu forças com a saída do protagonista Rick Grimes (Andrew Lincoln).
Essa temporada final até me agradou bastante, considero bem melhor que às temporadas 9ª e 10ª (às que menos gostei da série). Em relação a essas temporadas citadas, ouve uma significativa melhora no ritmo da série, teve mais ação, mais caos, mais entretenimento e a ausência dos famosos episódios "enche linguiça". A transição e andamento dos episódios foram bem fluídos, com muitos acontecimentos simultâneos em uma ótima dinâmica.
Essa temporada foi dividida em duas partes, com a novidade de introdução de vários vilões distintos, com isso, a temporada ficou bastante interessante, com pouco espaço para episódios chatos. Particularmente gostei mais da primeira parte, onde os protagonistas passam perrengues e saem em busca de suprimentos, além de focarem mais nos confrontos contra zumbis.
A segunda parte já perde um pouco do desenvolvimento objetivo e sagacidade, sem falar nas situações muito forçadas sobre a super comunidade descoberta por Eugene Porter (Josh McDermitt). Os recursos disponíveis e a vida "normal" que os moradores do local desfrutam são bem inverossímeis para um mundo tomado por zumbis, isso não deu para engolir. Sem falar que a série ganhou novos ares, com trama política, opressão, abuso de poder, luta de classes, direitos civis, etc. Se destoando um pouco da essência da série.
Me surpreendi com a falta de mortes de personagens principais, principalmente por ser a temporada final, somente a única morte importante do desfecho da série foi da personagem Rosita Espinosa (Christian Serratos). Inicialmente imaginei que os produtores iriam meter o loko e matar alguns protagonistas, até descobrir que os caras querem vender mais spin-offs.
O episódio final não escapou de todo mal que o desfecho de uma série sofre, que é ser corrido demais e deixarem quase tudo para os instantes finais. A solução para enfrentarem a última horda de zumbis acontecem num piscar de olhos, além de entregarem efeitos visuais bem abaixo do que das primeiras temporadas. Mas apesar dos problemas e defeitos que a série tem (principalmente às pencas de casais sem química), acredito que o final foi até satisfatório dentro do que podiam entregar. Já que contraditoriamente a história de alguns personagens ainda não acabou…
Enfim, mais uma série querida chega ao fim, fez história, revolucionou a TV e conquistou legiões de fãs. Apesar dos problemas de bastidores e atritos com atores, teve um final muito mais digno e aceitável que das séries "Lost" e "Dexter". Tinha planos para até 2025 (15 temporadas), mas devido à baixa audiência das últimas temporadas, foi reduzida para 11. Irá deixar muitas saudades…
11ª temporada e série finalizada em 30 de novembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 791 Assista AgoraOs desfechos dos filmes da terra-média são ótimos! Tanto de "O Hobbit" quanto de "O Senhor dos Anéis". Na minha opinião, são um dos universos mais ricos em conteúdo da história cinematográfica, e também uns dos mais bem-sucedidos em quesitos de críticas, bilheterias, premiações e legiões de fãs. Com o anúncio dessa série, já sabia que ao menos seria maravilhoso voltar a terra-média, mesmo com os problemas e polêmicas dessa obra.
Provavelmente uma das séries com um dos maiores hypes da história, mas também a que mais levou chibatada do público sem dó! Acredito que os fãs exageraram nisso, e acabaram esquecendo que não se deve se empolgar muito com às produções atuais, ainda mais devido aos streamings estarem saturando praticamente todos os gêneros cinematográficos. Não conheço pessoalmente às obras do J. R. R. Tolkien, por isso, não me importo com às polêmicas de representatividade etnia, tampouco com a falta de fidelidade com a obra do escritor.
O destaque de toda a série sem dúvida alguma vai para seu visual, efeitos visuais, fotografia e qualidades técnicas em um todo. Um belíssimo colírio para os olhos, com paisagens lindas, cenários impecáveis, cores vibrantes e uma direção de arte que impressiona, em uma qualidade de cair o queixo! Tudo isso ajudou a resgatar a magia da terra-média, e relembrar os momentos incríveis e inesquecíveis dos filmes dirigidos pelo Peter Jackson.
Entretanto, os produtores torraram todo o dinheiro no visual, com isso, não sobrou grana para a contratação de atores melhores e mais experientes. Por exemplo: a atriz que interpretou a Galadriel não me convenceu no protagonismo, preferiria ver a Cate Blanchett reprisando seu papel com a ajuda da tecnologia do rejuvenescimento (a mesma usada no filme "O Irlandês" de Martin Scorsese).
A direção e o roteiro também deixaram um pouco a desejar, pelo tamanho e responsabilidade que é conduzir uma história com o nome "Senhor dos Anéis". Acredito que faltou empenho por parte da direção em dar peso emocional grandioso a história. Já o roteiro é bem comum, com diálogos sem inspiração e sem grandes surpresas com o passar dos episódios.
A série foi muito bem-vinda por resgatar o universo da terra-média, mas oscila bastante entre os episódios, sendo somente marcante, maravilhosa, incrível e de tirar o fôlego em seu sexto episódio. Creio que funciona muito melhor para os telespectadores que não leram os livros do J. R. R. Tolkien.
Apesar do desequilíbrio de investimento entre os quesitos cinematográficos, não acho a série essa bomba toda que muitos estão dizendo… Pessoal anda meio exagerado e sem paciência com nada! Acredito que têm potencial de melhorias para às temporadas seguintes…
1ª temporada finalizada no Prime Video em 21 de novembro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraATENÇÃO!
COMENTÁRIO ABAIXO CONTÉM SPOILERS!
Certamente uma das maiores surpresas de toda a história da Marvel. O filme é uma grande carta de amor a todos os fãs de quadrinhos, do Homem-Aranha e das obras da Marvel, em geral. Com certeza é o melhor filme da trilogia com o Tom Holland, e vou além... o considero o melhor filme entre todos já lançados sobre o aracnídeo. A Marvel entregou aqui o melhor fan service da história do cinema, entregando nostalgia pura e choque de gerações que admiram filmes baseados em quadrinhos.
Acredito que aqueles que não gostaram do filme reclamam muito do roteiro, que realmente não é nada estupendo em termos de análises críticas, mas considerando os padrões da Marvel, até que não é de todo ruim. Creio também que o filme sofra muito preconceito devido ao diretor não ser famoso, mas penso que o Jon Watts se esforçou ao máximo, evoluiu com os erros e entregou uma direção mil vezes melhor que "De Volta ao Lar" e "Longe de Casa".
Na minha opinião cinema é entretenimento, neste quesito o filme é nota dez! A obra vem com muita ação eletrizante, envolvente e dinâmica, além da comédia galhofa ser mais contida e equilibrada em relação às obras mais recentes da Marvel. Filmes excelentes são aqueles que passam num piscar de olhos, pois, "Sem Volta para Casa" é assim graças ao seu ritmo bem fluído do início ao fim.
A Marvel e a Sony deixaram às diferenças de lado, e juntas fizeram algo inimaginável, com isso, quem ganha são os telespectadores. Que puderam apreciar a volta de todos os vilões dos filmes do Homem-Aranha fora do MCU, o melhor disso, com os atores originais das obras. Além de sermos agraciados com uma das maiores surpresas da história do cinema, a união dos três Homens-Aranhas em um único filme! Tudo isso muito bem-planejado para que não houvesse spoilers antes do lançamento do filme.
A morte da tia May trouxe um arco dramático ótimo para o Peter Parker do Tom Holland, assim o filme ganha em dramaticidade e emoção, dando ares mais maduros e adultos a uma história voltada para o público jovem. Com isso, o moleque adolescente de antes não existe mais. O filme é maravilhoso e incrível por isso, equilibra muito bem os momentos de diversão, tensão e emoção, além de dar espaços para todos os personagens se destacarem.
Meus destaques individuais vão para o Andrew Garfield, que entre os três Homens-Aranhas, foi o que entregou a melhor atuação. E também claro Willem Dafoe, o melhor vilão desse filme, sua risadinha diabólica é top demais. Onde não seria nenhum absurdo se ele tivesse sido indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante.
Enfim, "Homem-Aranha: Sem Volta para Casa" é disparado o melhor filme da fase 4 da Marvel, carregando facilmente essa fase nas costas, pois, suas outras obras são muito aquém do que os estúdios Marvel costumam entregar.
Assistido no cinema em 21 de dezembro de 2021
Versão estendida assistida em 16 de novembro de 2022
Minha avaliação: 10/10
Thor: Amor e Trovão
2.9 974 Assista AgoraPode parecer muito contraditório, mas adorei "Thor: Ragnarok" e afirmo sem nenhuma vergonha que é um dos melhores filmes do MCU. Com isso, fui super a favor da volta do Taika Waititi no comando de mais um filme do Thor, porém, dessa vez, o cineasta exagerou na parte do humor cafona e galhofa, transformando o Thor em um verdadeiro mongoloide e paspalhão. No caso aqui, a liberdade criativa dada ao diretor não deu certo, pois, o filme ficou muito descerebrado para meu gosto. "Ragnarok" apesar de ter às mesmas características de "Amor e Trovão", ao menos foi muito mais dosado, sensato, e equilibrado em termos de narrativa.
A primeira parte do filme é extremamente chata, sem sal, sem desenvolvimento, com uma penca de piadinhas toscas e cenas cômicas bizarras que causam vergonha alheia.
* Thor conversando com o Mjolnir e Rompe-Tormentas foram uma das coisas mais patéticas que já vi na vida, além de dar cerveja para o Rompe-Tormentas beber?! 😂🤣 WTF!
* Zeus bailarina (Russell Crowe pagando o maior mico de sua carreira). TNC!
* Na batalha final, Thor passa poderes temporários de Zeus para às crianças lutarem também, coisa ridícula! VSF!
* E ainda tem aquelas porras de bodes berrando a todo instante, coisa insuportável! PQP!
O filme só melhora um pouco quando os protagonistas chegam ao Reino das Sombras, onde levemente a obra ganha um tom mais sombrio, com bons momentos de ação e lutas. Entretanto, infelizmente a melhor parte do filme dura muito pouco. Christian Bale entrega um bom trabalho dadas às possibilidades, mesmo aparecendo pouco e sendo subaproveitado, foi o principal responsável do filme em não ser um completo desastre!
Além de fazerem piadas fora de contexto com coisas sérias. O plot twist da personagem Jane Foster não tem profundidade alguma, muito raso e sem emoção e impacto, nem mesmo consegue surpreender. A sua volta foi uma boa ideia para agregar a trama, porém, às explicações de como ela se tornou a Poderosa Thor, ao menos para mim, não colou.
Enfim, "Thor: Amor e Trovão" é disparado o pior filme solo do personagem e consequentemente um dos piores filmes do MCU. Onde pouquíssimas coisas da obra tem relevância para a continuação do universo estendido, pois, abusa da quebra de momentos dramáticos com piadas insuportáveis! Filme pouco memorável, sem brilho, sem criatividade e muito pobre em sua condução de história. Taika Waititi responsável pelo melhor e pior filme do Thor.
Assistido em 15 de novembro de 2022
Minha avaliação: 5,5/10
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
3.1 471 Assista AgoraVou ter que pegar emprestado um trecho de comentário do meu amigo Vagnão aqui do site. "Mano! Mas é ruim, muito ruim, ruim, ruim, ruim, ruim e ruim, de se chicotear com uma corrente até aparecer o osso!" 😂🤣
A Marvel perdeu completamente a mão a partir do momento que começou a trabalhar com séries. Provavelmente a empresa não aumentou o quadro de funcionários para atender a demanda de seus projetos, assim os sobrecarregando com prazos apertados, já que os projetos aumentam ano após ano. Com isso, a qualidade começou a ficar em segundo plano. Exemplos disso são esses CGI porcos, imundos, preguiçosos e muito mal feitos dessa série, não tem como mais passar pano para isso, já que a Marvel é uma das empresas que mais arrecadam atualmente no cinema.
Fico até surpreso como muitos espectadores nem ligam e tampouco cobram melhorias do estúdio, já que a Marvel anteriormente era exemplo de como se fazer filmes com visuais de cair o queixo! Principalmente das fases 2 e 3. Infelizmente a cartilha podre progressista é mais importante do que qualidade, algo que se espalha como um vírus em todas às áreas do entretenimento.
O fato da série ser assumidamente comédia não serve como desculpas para entregarem um roteiro tão ridículo, mequetrefe, pífio e completamente feito nas coxas. Onde noventa por cento dos diálogos são desinteressantes e insuportáveis de se acompanhar (entra por um ouvido e sai pelo outro). Enredo e narrativa são um grande desastre em tudo! Perde muito tempo com a vida cotidiana sem graça da protagonista, onde o blá-blá-blá de julgamento de tribunal toma conta de quase todos os episódios, além de apostar erroneamente em situações fúteis da vida moderna.
Tatiana Maslany é uma atriz que surpreendeu o mundo com suas atuações primorosas na série "Orphan Black". Acredito que ela precisa trocar de agente urgentemente, pois, esse seu último trabalho em "She-Hulk" pode ter queimado sua carreira e a afastar de projetos futuros mais sérios e maduros. Não se enganem com a alta porcentagem de aprovação da série no Rotten Tomatoes, a suspeita desse site de aceitar compras de críticas favoráveis é das grandes!
E o que falar do Hulk do Mark Ruffalo?! Putz... O personagem já estava estranho há tempos (desde "Vingadores: Guerra Infinita"), aqui simplesmente só bateram o martelo no último prego do caixão que faltava para enterrar o personagem de vez! Aquele Hulk raiz das fases 1 e 2 provavelmente não veremos mais no futuro, uma triste realidade do MCU que persiste em continuar...
"Mulher-Hulk: Defensora de Heróis" tem um desenvolvimento que beira e inutilidade, não acrescentando absolutamente nada ao MCU. Com exceção do bom episódio 8, nada se salva. A quebra da quarta parede nada mais é que uma ideia chupada da série "Fleabag", ou seja, originalidade e criatividade zero! Além de zero ação, zero emoção, zero entretenimento, zero empolgação, sendo um grande zero a esquerda em praticamente tudo de sua projeção.
Resumindo: "She-Hulk" é uma série de comédia que não tem graça, uma série de super-herói que NÃO é de super-herói. Marvel indo ladeira abaixo e passando muita vergonha com sua fase 4.
Minissérie finalizada em 12 de novembro de 2022
Minha avaliação: 3,0/10
Trem-Bala
3.6 590 Assista AgoraDavid Leitch vêm se destacando na indústria do cinema com filmes de ação de qualidade, sendo uma das suas virtudes o uso de violência estilizada e comédia aliada a cenas de ação bem filmadas, com ótimas coreografias de lutas. Seus filmes ganharam grande reconhecimento pelos fãs de ação por não seguir um padrão convencional, sempre buscando se reinventar com suas obras.
Sempre fui contra o humor pastelão exagerado que tomou conta dos filmes voltados ao entretenimento, mas neste caso, "Trem-Bala" tem um humor diferenciado e inteligente, funcionando em boa parte da trama. Apesar da eficiência, preferiria que o filme tivesse um equilíbrio maior entre ação e momentos cômicos, sendo um pouco mais voltado para situações sérias também.
Brad Pitt é um dos atores mais bem conceituados da história do cinema, sempre escolhendo seus projetos com sabedoria, praticamente todos os seus filmes são no mínimo assistíveis. Assim como aconteceu em "Guerra Mundial Z", ele volta a atuar em um filme fora do seu habitual. Já Joey King interpreta sua personagem mais relevante da sua carreira, diferente das adolescentes ingênuas de seus trabalhos anteriores (isso sim que é empoderamento feminino de verdade).
Gostei dos demais personagens excêntricos, só creio que faltou um desenvolvimento melhor de alguns, a edição corrida demais não permitiu o telespectador conhecê-los melhor. O roteiro chama bastante a atenção, com a história desenrolando-se em muitas reviravoltas, com isso, a narrativa acabou ficando um pouco bagunçada e perdida em seus desdobramentos.
Peca por umas cenas bem cascateiras em seus instantes finais, mas cumpre com seu propósito de um bom filme divertido, que difere dos moldes atuais que a Marvel e Netflix vêm seguindo. Além do roteiro arrojado e incomum para seu gênero, que de certa forma surpreende pela tentativa de inovação.
9 de novembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Apocalypse Now Redux
4.4 20Esta preciosidade ainda está disponível no Memória da TV.
Em 1080p e 720p, com três dublagens em português e uma em inglês.
Os links que ainda funcionam são do servidor "Uloz.to".
7 de novembro de 2022
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista AgoraFrancis Ford Coppola é considerado pela grande maioria o melhor e maior diretor da história do cinema da década de 70, onde dirigiu três grandiosas obras da sétima arte: "O Poderoso Chefão: Partes I e II", e esse magnífico drama psicológico de guerra "Apocalypse Now". Na minha visão cinéfila, o cinema de verdade começou a partir da década de 70, onde os aperfeiçoamentos e evoluções nos quesitos cinematográficos mudaram a forma de se fazer filmes. Coppola é um dos principais nomes que deram início a essa mudança positiva na sétima arte.
Produção, cenários, clímax, figurinos, efeitos sonoros, e principalmente fotografia. Tudo de sua época beirando a perfeição. Sendo um dos principais pioneiros desses novos moldes que levaram o cinema a outro patamar.
Início do filme começa bem simples e fácil de se entender, mas quando chega na sua metade, ou seja, nas selvas do Camboja, é que a sua dialética e trama ficam mais densas, complexas e poéticas. Um filme de guerra totalmente diferente do que somos acostumados a ver. Coppola mostrou que cinema é muito mais que entretenimento, é aprendizado. Uma incrível história, uma lição de vida.
Na guerra somos acostumados a ver os bons e os maus, mocinhos e vilões, os certos e os errados. Mas a guerra é muito mais que isso, são milhares de vidas que estão ali num jogo de vida ou morte. Eles veem tudo de perto, convivem com isso. Alguns piram, outros aprendem a viver com isso a tal ponto que isso se torna comum, se sentem necessitados e amam o que estão fazendo, não querem mais mudar e isso torna-se loucura também.
Estranhei muito a pouca aparição do personagem Marlon Brando, já que toda a história gira em torno do seu personagem, por tanto, ele ser praticamente um coadjuvante de sua própria história não me desceu bem. Por outro lado, Martin Sheen surpreende entregando uma atuação convincente, digna de protagonismo de respeito. Por esse motivo específico, não é merecedor de nota máxima, mas ainda assim, é um filme grandioso em todos os sentidos!
A verdade da guerra foi mostrada neste filme, mais do que em qualquer outro. Coppola não queria nos ver felizes com o final, e o capitão Willard nada mais é do que a nossa reação em meio a tudo o que vimos. Vemos toda a sanidade humana ir pro espaço e o que temos que fazer nada mais é que o nosso trabalho. A conclusão é que a guerra nada mais é que... Horror... Horror!
Assistido em 3 de novembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraFilme no mínimo polêmico! Onde novamente Oliver Stone atinge a ferida das grandes corporações, dessa vez fazendo críticas pesadas a mídia sensacionalista, capaz de tudo pela audiência e também das pessoas fanáticas que idolatram criminosos famosos. Isso explica muito a aprovação do filme no Rotten Tomatoes de apenas 48% por parte da crítica, reforçando ainda mais como há muita hipocrisia nos meios de comunicações globais.
"Assassinos por Natureza" é como se fosse uma montanha-russa recheada de momentos bons e ruins, sempre intercalando entre subida e descida, com muitos pontos altos e baixos. O filme se divide em duas partes: a primeira hora (ruim), que se sustenta em cenas enfadonhas, irritantes e diálogos sem propósito. E a segunda hora (ótima), onde o filme muda de ritmo e mostra um completo caos com o início da rebelião, onde presenciamos insanidade e demência extrema, comandada pela dupla de protagonistas infernais!
Com um roteiro de Quentin Tarantino, fiquei surpreso com a boa parte da violência do filme ser bem moderada, obviamente algo que não me agradou. Outra coisa que me incomodou foram às transições de cenas, variando entre colorido e preto e branco, além das cenas em forma de animação completamente desnecessárias. A primeira hora do filme me decepcionou, pois, apesar do roteiro audacioso, não me impressionou em praticamente nada, muito devido a excessos de embromações na narrativa.
Uma obra interessante, do ponto de vista de um casal de assassinos sobre a sociedade e o mundo que os rodeia, onde ambos têm um passado repleto de sofrimentos e traumas. Sobre isso, não foi bem desenvolvido no filme, por isso, fica a impressão de que às mortas foram todas gratuitas.
Gostei da escolha afinadíssima do elenco, só nomes conhecidos: Woody Harrelson, Juliette Lewis, Robert Downey Jr. e Tommy Lee Jones. Todos mandando muito bem nas atuações, mas quem rouba a cena é o personagem do Robert, na pressão da confusão e caos, se transforma em uma pessoa que ele jamais imaginou.
Enfim, um filme que poderia ser perfeito, pois, pecou muito na parte da censura da violência, ainda mais num filme com classificação indicativa de 18 anos. No entanto, às conversas dos personagens Mickey Knox e Wayne Gate são sensacionais, aonde nessa parte do roteiro, Tarantino mandou muito bem! Os trinta minutos finais são delirantes, sagaz e de uma bagunça e loucura generalizada.
Maratona Oliver Stone
Assistido em 29 de outubro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Nascido em 4 de Julho
3.7 242 Assista AgoraOliver Stone me surpreendeu com seu roteiro e direção no excelente filmaço "Platoon", por isso decidi iniciar uma pequena maratona dos seus filmes que eu os considero principais. Esse "Nascido em 4 de Julho" me chamou a atenção por se tratar da mesma temática da sua maior obra-prima, outro atrativo é ter sido protagonizado pelo Tom Cruise, (ator que sou grande fã de seus trabalhos). Além da volta dos atores Willem Dafoe e Tom Berenger, que anteriormente trabalharam em "Platoon".
Este filme tinha todos os ingredientes para repetir os feitos de "Platoon", sendo que começou muito bem! Com às primeiras cenas lembrando o ótimo e primeiro ato do também filme de guerra do Vietnã "Nascido para Matar". Com isso, a obra tem uma primeira hora bem movimentada, bem dirigida e roteirizada, com jogo de câmeras interessante e que prendia a atenção do telespectador a cada cena empolgante. Ou seja, a guerra sendo retratada da melhor forma possível, por quem realmente já vivenciou e teve experiências com os horrores da guerra.
Meu problema está na segunda hora em diante... onde particularmente acho que perdeu muito gás. Acredito que o filme deveria ter mostrado mais da parte da guerra e ter focado menos no pós-guerra, creio que assim a obra teria um equilíbrio melhor entre reflexão e entretenimento, como foi no caso de "Platoon". Embora algumas partes do pós-guerra sejam interessantes, onde às críticas aos líderes de nações são bem pertinentes, escancarando a ilusão do homem em servir a pátria.
Tom Cruise desempenha um papel impressionante, com certeza aqui, teve uma de suas melhores atuações da carreira, onde desenvolveu todas às emoções necessárias do seu personagem. Um belo tapa na cara dos haters que afirmam que ele não sabe atuar, muito pelo preconceito com o ator, por ele atualmente estar mais dedicado a filmes focado no entretenimento e nas massas, onde não se exige muito dos atores em atuações e expressões faciais. No entanto, Tom Cruise desde muito jovem provou a todos que sabe atuar sim!
Enfim, considero um bom filme, devido a alguns bons momentos tensos envolvendo o personagem central da trama. Do pós-guerra e suas consequências que só deixam instabilidade emocional, horrores físicos e psicológicos aos seres humanos. Entretanto, está há anos-luz do impacto e emoção que "Platoon" proporcionou, muito por devido a um desfecho superficial, diluído, limitado e estranhamente não comovente. Bom, mas longe de ser algo incrível, épico e memorável.
Maratona Oliver Stone
Assistido em 25 de outubro de 2022
Minha avaliação: 6,5/10
Platoon
4.0 624 Assista AgoraNão conheço e não me lembro de absolutamente nenhum outro filme com uma cena de abertura tão impactante e triunfal quanto "Platoon" (por mais obra-prima que seja). A chegada dos novos recrutas ao Vietnã, onde o protagonista observa soldados mortos em sacos plásticos, ao som da versão original de "Adagio for Strings" (uma das melhores músicas instrumentais da história), conseguem emocionar com facilidade. Com isso, eu já sabia que assistiria algo especial, digno de aplausos.
"Platoon" é um filme recheado de virtudes, retrata a guerra com muita fidelidade, sem os clichês do patriotismo americano, história de amor no meio e de heroísmo forçado, numa guerra onde não há vilões, heróis e principalmente vencedores, todos perdem! Enredo e narrativa crua, suja, singela, e comprometida a entregar o máximo de realismo e consequências do que realmente acontece nas estúpidas guerras mundo afora.
Adorei a forma e inteligência de abordagem desse filme, mostrando como o horror da guerra afeta negativamente o psicológico de todos, onde até mesmo 'aliados' entram em conflito, com o desespero e caos tomando conta de todos! Não há espaço para os bons costumes e politicamente correto, onde até mesmo os mais íntegros questionam o seu caráter nos momentos de tensão.
"Platoon" é o meu mais novo xodó do cinema, pois, entrega tudo que eu mais gosto em uma obra: ação constante com dinamismo e sagacidade, aliada a uma carga dramática forte e envolvente. Momentos cheios de tensão, emoção e cenas para lá de indigestas e tristes, tudo acompanhado de uma trilha sonora linda e perfeita, sendo o coração dessa obra-prima do Oliver Stone.
Charlie Sheen entregou aqui disparadamente seu melhor personagem da carreira, provando ser um ator que poderia ter sido mais aproveitado em filmes mais sérios (além da comédia). Gostei muito de seu personagem, deu conta do protagonismo mesmo sendo jovem na época. Willem Dafoe monstro, como sempre, em um coadjuvante importante nos desdobramentos da trama, além do Johnny Depp como figurante de luxo. Oliver Stone acertou em cheio na escolha de seu elenco.
Se o filme incomodou o sistema e líderes globais, ele sobe ainda mais no meu conceito. A crítica certeira a guerra gera momentos para o telespectador refletir e pensar sobre o assunto, pois, praticamente ninguém ganha nada com a guerra. O conflito recente entre a Rússia e Ucrânia reforça esse pensamento, Vladimir Putin deveria assistir ao filme e pensar um pouco em suas atitudes.
"Platoon" é um filme foda e o pioneiro de seu gênero, obrigatório em qualquer lista de 'melhores filmes de guerra da história'. Forte, impactante, imponente, inesquecível, raiz, realista e necessário. Frases finais do personagem Chris Taylor marcantes e épicas!
Maratona Oliver Stone
25 de outubro de 2022
Minha avaliação: 10/10
Rastros de um Sequestro
3.8 565 Assista AgoraAtualmente pego muito no pé da Netflix, devido à enxurrada de filmes e séries ruins, ou até mesmo péssimos. Com o aumento da concorrência, o streaming foi se perdendo cada vez mais, sendo responsável pela saturação de quase todos os gêneros cinematográficos, além das mensalidades abusivas em relação aos seus concorrentes. Entretanto, vez ou outra ela acerta a mão, e dessa vez, tenho que admitir que acertou em cheio nesse ótimo filme (quase perfeito) "Rastros de um Sequestro".
Acredito que os plot twists são às principais armas para a produção de um filme inovador e fora do convencional, além da maneira de como a história é contada. O diretor e roteirista Jang Hang-Jun soube fazer isso com ideias bastante mirabolantes e pouco ortodoxias, com muita personalidade, coragem, determinação e criatividade no desenvolvimento de uma história surpreendente. Às reviravoltas da trama deixam qualquer um de queixo caído, com o filme dando uma virada de chave absurdamente inacreditável!
O começo do filme se desenvolve através de um suspense mais puxado para terror, inclusive com direitos a sustos. Após os desdobramentos inesperados, o longa começa a ganhar outros moldes, se tornando um drama policial muito bem-planejado e criado. Apesar da complexidade, o filme responde todas às dúvidas sem deixar pontas soltas, com um roteiro incrível fora da curva, narrativa intrigante, andamento hábil, e um total ineditismo e originalidade em sua história.
Uma história sombria e psicológica que vai tomando rumos cada vez mais extremos e tristes. Às cenas finais devastadoras são a cartilha da Coreia do Sul em entregar obras com alto nível de tensão e peso emocional. É o cinema asiático em sua pura autenticidade, com seus desfechos indigestos e clima totalmente negativo.
Eu adorei esse filme! Perfeito para quem gosta de histórias recheadas de plot twists, certamente o diretor dessa obra deve ter alguns filmes do excelente Oriol Paulo em sua cabeceira. Filme muito acima da média, sendo uma joia raríssima da Netflix, e afirmo sem exageros ser o melhor filme original da plataforma que já vi até agora...
Assistido em 21 de outubro de 2022
Minha avaliação: 9,5/10
O Lamento
3.9 433 Assista AgoraAcredito que "O Lamento" é considerado uma das grandes obras dentro do gênero de horror, abordando uma parte macabra da cultura oriental sobre lendas, maldições, espíritos malignos e misticismo. Apesar da narrativa cadenciada, o filme não é maçante, mas mesmo assim, poderia ter sido mais objetivo e direto, creio que foi desnecessário duas horas e meia de filme para seu gênero.
Esta obra apresenta uma história folclórica associada ao misticismo oriental e também ao oculto, marcada por elementos de mistério, terror e sobrenatural: como guardiões, demônios e xamãs, com o desenrolar da trama ganhando gradualmente contornos mais intensos e inquietantes.
Destaque para os aspectos visuais e de cenários da obra, com uma fotografia estonteante de belas florestas e montanhas ao pôr-do-sol, que proporcionam uma combinação imersiva e envolvente. Em uma ambientação expressada pela chuva constante, pelo lamaçal, pela precariedade da pequena aldeia, pelas características marcantes de uma pequena cidade do interior. Além dos processos de maquiagem e dos cenários de massacre, consolidam o ar místico e lúgubre do filme, ampliando o mistério e prendendo a atenção do telespectador.
O roteiro trabalha bem com as expectativas, construindo alguns personagens de maneira dúbia, sem explicitar as suas reais intenções. Uma história relativamente simples nos é apresentada de maneira complexa e intrigante, onde cenas aparentemente sem grande propósito nos revelam muito, exigindo atenção aos detalhes, sejam eles símbolos do ocultismo ou referências religiosas. Corvos e cabeça de bode são utilizados ao longo da narrativa, simbolizando a morte e o mau presságio e remetendo ao profano e à bruxaria.
O filme consegue construir uma atmosfera de terror sem abusar dos truques típicos do gênero, o que o faz entrar para a seleta lista dos filmes de terror revolucionários. Os momentos de humor são utilizados para tornar mais suave a abordagem de um tema que por si só já é bastante tenso. Cabe ressaltar a ótima atuação de Kwak Do Won, no papel caricatural do policial preguiçoso, atrapalhado e medroso, embora seja bem-intencionado.
Com um trabalho competente do elenco, uma direção eficiente criando uma atmosfera que mistura mistério, terror e comédia, além de proporcionar muita reflexão com um final aberto a diferentes interpretações e também por sua originalidade. "O Lamento" é um dos longas-metragens mais significativos dentro de seu gênero nos últimos anos, e possivelmente um dos melhores terrores do século XXI.
Assistido em 16 de outubro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
O Caçador
4.1 313Continuando minha exploração pelo cinema asiático sul-coreano.
Filme da década de 2000, onde às obras asiáticas sul-coreanas davam os primeiros passos para a ascensão no mercado cinematográfico. A Coreia do Sul (especialmente) sabe como fazer o telespectador se sentir humano, com obras extremamente cruas, nos conduzindo de uma forma de ser quase impossível não se comover, ficarmos tristes, ou revoltados com certas cenas.
Começa muito bem, entretanto, seu segundo ato é arrastado e cansativo, onde não acontece praticamente nada de interessante, apenas ganhando fôlego nos seus últimos minutos. Outro problema são os cortes bruscos na hora das cenas mais pesadas de gore, escancarando que o diretor queria poupar o telespectador da brutalidade, algo que particularmente desaprovo. Além disso, não é característica do cinema asiático seguir este caminho.
Um filme com um grande trabalho no aspecto de criar expectativa, pois, a todo momento estamos ligados para o que irá acontecer nos momentos seguintes. Com pouco mais de meia hora de filme (creio eu), tudo já está basicamente contextualizado: O tripé de personagens estão montadinhos, e eles formarão o eixo narrativo. Um é a luta desesperada pela liberdade, outro é a contagem regressiva para a soltura e o último, o mais complexo e intenso, o caçador do título.
É engraçado pensar quais figuras representam o bem e o mal, o anti-herói que em devidas circunstâncias age do lado da polícia, a mesma que protege o grande vilão da história. Temos aqui um universo confuso, perigoso, triste, sujo, violento e amedrontador, onde é necessário um monstro para se capturar outro pior. A figura feminina continua sendo ambígua, uma vez que é tanto a explorada quanto a protegida pelo homem bruto e protetor de seus interesses.
A premissa é muito bem arquitetada e pensada, com um suspense inteligente utilizado de maneira não-usual, porém, o roteiro tem alguns deslizes que são imperdoáveis. Como, por exemplo: a conivência do enredo em uma certa situação favorecendo o assassino, deixando uma parte da história extremamente forçada.
Estou apreciando muito o cinema oriental, geralmente dou no mínimo nota oito para esses filmes. No entanto, como esse não atingiu o mesmo nível dos melhores, "O Caçador" ficará um pouco abaixo da média pelos seus acertos e erros. Principalmente pelo motivo do conto de vingança não ter sido extremamente satisfatório.
10 de outubro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Parasita
4.5 3,6K Assista Agora"Parasita" surpreendeu o mundo! Além de vencer o Oscar de melhor filme estrangeiro, também conquistou o Oscar de melhor filme, sendo o primeiro longa-metragem estrangeiro da história a levar para casa o principal prêmio do evento. Me considero um cara anti-oscar, porque a academia coleciona diversas injustiças, tudo sem lógica e sem contexto em sua história. Como, por exemplo: o fraquíssimo, insosso e aborrecido "Shakespeare Apaixonado" ter derrotado "O Resgate do Soldado Ryan" em melhor filme. Na minha opinião, o maior 'roubo' de toda a história do Oscar.
O Oscar cada vez mais vai perdendo prestígio, audiência e principalmente credibilidade no mundo cinematográfico. Algo que não acontecia com frequência no século XX, mas acabou se intensificando muito no século XXI com diversos absurdos... Dito isso, em 2020 tivemos uma exceção e surpresa na premiação com a vitória de "Parasita", que, a meu ver, venceu merecidamente (apesar de considerar "Coringa" uma obra muito melhor). O cinema sul-coreano fazendo história graças a genialidade e talento de Bong Joon-ho.
O diretor e roteirista sempre teve essa obsessão em impor críticas sociais misturadas com sátiras e personagens caricatos, o que gerava obras ácidas e sagaz, sendo tecnicamente perfeitas e que deixavam sempre suas mensagens. Em "Parasita" Bong Joon-ho elevou o nível da crítica e com um roteiro brilhante por trás, desfila toda sua técnica visual em um filme cheio de camadas e com uma montagem fantástica.
"Parasita" foi brilhantemente dirigido por Bong Joon-ho, com um ritmo frenético, ângulos de câmera inspirados, um senso estético perfeccionista, com metáforas e críticas sociais que permeiam o sagaz e feroz enredo. A obra desafia a mente do telespectador a se questionar sobre situações do cotidiano, como um soco na mente, te causa desconforto e aqui se discute a tal meritocracia e as diferenças de classe. A burguesia é suja e o pobre que quer ser rico terá que se sujar também...
O roteiro é genial ao abordar o lado obscuro de todos, mas sem deixar de humanizar essa família (parasita), por assim dizer. Existem motivações para eles fazerem isso e a família rica não colabora muito, na verdade, eles são detestáveis, mesmo que inicialmente fossem ser "vítimas" de aproveitadores. O filme brinca e flerta com o drama, focando no emocional das figuras centrais, com uma pitada de comédia, sendo sempre em tons ácidos e sarcásticos. Além do suspense crescente e cada vez mais nervoso, chegando a um final chocante e avassalador!
Enfim, não acho "Parasita" o melhor filme asiático, nem mesmo é o melhor do Bong Joon-ho, mas fiquei extremamente feliz com às estatuetas do Oscar conquistadas. Um feito importante e um alerta para que o cinema hollywoodiano acorde e não fique estagnado no futuro. Atualmente o cinema oriental vem despejando muito mais filmes sensacionais, principalmente em relação à criatividade e ineditismo.
Maratona Bong Joon-ho
9 de outubro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraEm um mundo cada vez mais caótico, onde os seres humanos sofrem com diversos males causados por eles mesmos, um desses problemas inclui a crise alimentícia que infelizmente tende a piorar cada vez mais com o passar dos anos. Neste cenário surge um filme chamado "Okja", que aborda um tema bastante sensível e forte. Inicia-se de forma leve e descontraída, porém, ao final de sua projeção, não deixa de surpreender o telespectador com um choque de realidade.
Bong Joon-ho foi muito inteligente e certeiro na sua crítica às grandes corporações alimentícias, expondo de forma muito crua e realista a ganância e indiferença humana com os animais. Mostrando com muita dureza e tristeza a maldade das pessoas nos matadouros que existem mundos afora, os bichos são tradados como lixos sem valor algum. Um assunto necessário sendo exposto para reflexão.
Gostei muito das ideias implementadas do Bong Joon-ho em sua obra, a princípio achei que fosse uma crítica aos consumidores de carne. Entretanto, o diretor com sabedoria atacou o coração do problema, os grandes empresários de ego inflado e seus métodos desumanos e irresponsáveis de gerar lucros. O grande trunfo desse filme foi em não se agarrar na militância para tentar agradar um certo tipo de público, uma crítica muito bem feita sem os moldes atuais que estão arruinando o cinema.
Além de acertar no tema abordado, Bong Joon-ho também foi certeiro no super elenco de grandes nomes, com personagens bastante caricatos propositalmente. É muito bom ver que o trabalho desse grande diretor tenha ganhado ares comerciais, assim seu talento visual e críticas ácidas vão sendo gradualmente conhecidos pelas massas. Além disso, o cineasta aproveita para dar umas aulinhas de cinema para a Hollywood estagnada.
O filme é um deleite visual, com uma fotografia perfeita aliada a natureza em abundância, com belas cores e uma estética de belíssimo bom gosto. Além dos porcos gigantes graficamente muito bem-feitos. Tudo isso em uma interação incrível e singela entre a personagem Mija e Okja, em um senso de proteção e irmandade pairando sobre eles.
Enfim, "Okja" não é um filme que pode “mudar o mundo”. Mas ele consegue, através de sua incrível verossimilhança e humanidade, colocar o espectador para pensar de uma forma muito profunda e tocante sobre as questões de recursos e formas de garantir a plena alimentação da população mundial, atual e futuramente. Uma obra feita para ser vista por todos às nações.
Maratona Bong Joon-ho
Assistido em 30 de setembro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10
Expresso do Amanhã
3.5 1,3K Assista grátisBong Joon-ho chamou a atenção do mundo todo com suas obras voltadas a críticas certeiras em vários aspectos globais. Graças a isso conseguiu espaço em Hollywood, estreando no competitivo mercado com esse ótimo "Expresso do Amanhã", e que estreia senhoras e senhores! Filmão de ficção científica pós-apocalítica, que mostra a luta de classes sociais, com fortes críticas a desigualdade social e ao aquecimento global.
Ficção científica é um dos meus gêneros favoritos do cinema, e atualmente está muito difícil de surgir um filme desse gênero que seja muito acima da média. Filmes como "Gravidade", "Interestelar" e "Duna" estão cada vez mais raros, principalmente pela crise de criatividade nos roteiros que Hollywood vêm enfrentando. Para um Bong Joon-ho que não tinha experiência no gênero, o resultado é bem acima do esperado, e até de certo modo, surpreendente.
Particularmente gostei muito da personalidade do Bong Joon-ho em não ceder a cartilha fresca do cinema estadunidense, conduzindo o filme ao seu modo, sem deixar de lado suas origens e essência. A obra explora muito o lado brutal, animalesco e selvagem do ser humano quando se encontra em situações desfavoráveis, com o uso inteligente de metáforas para a reflexão do telespectador. O melhor de tudo, sem poupar o público da violência gerada pelo confronto de classes.
Filme com detalhes técnicos minuciosos, fotografia magnífica, cores fantásticas, figurinos e maquiagens excepcionais, tudo isso em locações e paisagens belíssimas. Os vagões individuais são espetaculares e abusam de design engenhoso, cada um dos vários ambientes (a sala de aula, discoteca, aquário, etc.), sucintamente destila uma cápsula isolada de nossa cultura.
No quesito atuação, meu destaque vai para Tilda Swinton, que ficou praticamente irreconhecível por conta de um processo de maquiagem e figurinos impressionantes! O telespectador provavelmente só a reconheceu quando a câmera se aproximava de suas feições. Além disso, vale citar a parceria de sucesso do Bong Joon-ho com o competente ator Song Kang-ho, e também um esforçado e carismático Chris Evans e um sempre cirúrgico Ed Harris.
A reunião da humanidade em um trem que tem como serventia a locomoção, se desenvolve em uma trama bem interessante, além da variedade de etnias que se encontram no mesmo local. A acidez do roteiro é extremamente conquistadora, que desdenha ao explorar o sistema político que se deteriora em opressão ao priorizar a sobrevivência sobre o progresso. É uma crítica deliciosa e inteligente, os diálogos são repletos de trocadilhos e subtextos, em uma obra poética, engraçada, repugnante e revoltante.
Acredito que faltou diluição nos minutos finais, o que não diminui em nada o primoroso espetáculo. Não é uma tarefa fácil criar um filme que estabelece um respeitoso equilíbrio fluente entre aventura e discurso político.
Maratona Bong Joon-ho
Assistido em 26 de setembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10
Mother - A Busca Pela Verdade
4.1 279"Mother: A Busca Pela Verdade" é mais um filme policial investigativo do ótimo diretor Bong Joon-ho, lembra bastante "Memórias de um Assassino" devido a muitas semelhanças na narrativa, porém, melhor executado e dirigido. A história de "Mother" me prendeu mais, pois, aparentava se tratar de algo simples, mas ocorrem situações tão bizarras e infames, que elevam o patamar da história para algo poderoso e totalmente original, criativo e inesperado.
Muito perspicaz e atrativo a forma que Bong Joon-ho conduz sua história, passeando novamente em muitos gêneros e subgêneros cinematográficos, tudo isso sem perder a mão, em um roteiro redondinho recheado de surpresas. O enredo desse filme é muito interessante, intrigante e surpreendente, que deixa o telespectador com a pulga atrás da orelha, em um mistério que se mantém intacto em boa parte do filme.
Parte técnica impecável como sempre, em cenários de muito bom gosto estético, com uma fotografia escura e depressiva, que combina perfeitamente com a chuva constante na cidade, criando um clima opressor e sufocante. O visual do filme remete muito o que o cinema asiático quer mostrar para o espectador, sempre com aquele clima sombrio de desesperança, insegurança, desespero, maldade, etc.
Kim Hye Ja é uma atriz excepcional, roteiro totalmente focado em seu personagem e conseguiu dar conta do recado. Apesar da idade, fiquei chocado com a sua pouca experiência no cinema, deveria e merecia ter mais reconhecimento em seu país. Aqui ela carrega o filme nas costas, com expressões e atuação maravilhosa, baita personagem interpretado.
A grande revelação de que seu próprio filho é o assassino não chega a surpreender tanto, porém, os rumos que a história tomou a partir desse acontecimento, faz do filme ser especial e muito acima da média. A obsessão da mãe em proteger o seu filho a todo custo, mesmo que para isso tenha que matar um inocente... Final brilhante e totalmente apoteótico.
Enfim, "Mother: A Busca Pela Verdade" é apenas mais um entre tantos outros do cinema asiático, que priorizam um bom roteiro e qualidade. Hollywood, nestes quesitos (principalmente pelos lançamentos atuais), tem muito que aprender com os diretores e roteiristas do outro lado do mundo. Especialmente dos da Coreia do Sul, esses Coreanos são fodas!
Maratona Bong Joon-ho
Assistido em 24 de setembro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10
O Hospedeiro
3.6 550 Assista AgoraUm filme diferente de toda a filmografia do Bong Joon-ho, onde o diretor decidiu sair de sua zona de conforto, mas sem deixar suas principais características e virtudes de lado. O filme aborda o implacável preconceito e discriminação que uma família humilde sofre do seu governo, além do descaso e irresponsabilidade ambiental das grandes empresas que não tem noção de seus atos. A cena inicial é bastante revoltante!
Esse longa-metragem traz a tona problemas socioeconômicos e políticos, sendo uma crítica pertinente às grandes potências e ao governo local submisso, que não se importam com o meio-ambiente e o aumento da poluição global. Tudo isso muito bem dirigido pelo Bong Joon-ho, sem deixar de lado o bom entretenimento de qualidade e sublime, com personagens divertidos e envolvidos em um bom drama familiar.
Diferente dos filmes Hollywoodianos sobre monstros, a trama dessa obra é mais focada na família que protagoniza a obra, conhecemos com calma cada personagem, suas características e peculiaridades. Entretanto, o monstrengo não demora muito a dar às caras, assim, Bong Joon-ho conseguiu estabelecer um bom equilíbrio em sua obra.
A criatura (ou monstro) é uma espécie de peixe anfíbio gigante, que sofreu mutação devido a uma substância líquida tóxica descartada incorretamente, parando direto no rio da cidade. O filme mostra como uma simples ação de um único ser humano pode desencadear uma grande tragédia, levando um grande caos a uma população que já sofre com condições precárias.
"O Hospedeiro" transcende qualquer tentativa de rotulação, é uma mistura de gêneros cinematográficos bastante interessante, com enquadramentos de primeiríssima qualidade e parte técnica super apurada. Gostei muito das cenas finais bem produzidas, frenéticas e satisfatórias. É o cinema sul-coreano acertando a mão até mesmo fora das suas produções habituais.
Maratona Bong Joon-ho
Assistido em 21 de setembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Memórias de um Assassino
4.2 366 Assista AgoraBong Joon-ho tornou-se o mais novo estrangeiro queridinho de Hollywood após vencer o Oscar de melhor diretor e filme por "Parasita (2019)". Apesar de não o considerar o melhor filme sul-coreano, acredito que venceu o Oscar merecidamente, principalmente se compararmos Parasita a muitas bombas que ganharam o Oscar com tons de fajuto. Já estava na hora de dar atenção a este cineasta devido a seu trabalho competente em Parasita, merecendo de minha parte uma maratona de sua filmografia.
"Memórias de um Assassino" é o primeiro trabalho de destaque que deu grande fama a Bong Joon-ho, que se caracteriza por trazer fortes críticas sociais em seus filmes. Seu longa trata-se de uma história real de crimes ocorridos entre 1986 a 1991, numa pequena província no interior da Coreia do Sul, que ficou marcada por ser o primeiro caso de serial killer no país.
Infelizmente não achei essa obra-prima toda que muitos fãs do Bong Joon-ho o consideram, apenas gostei do filme em partes. Embora tenha um roteiro interessante, acredito que faltou mais dinâmica na narrativa, a primeira hora é bem cansativa e achei boa parte dos desdobramentos das investigações desinteressantes. Com isso, o filme demora muito a engrenar, ficando bom somente em seus instantes finais...
O filme cria uma grande tensão e desenvolve um mistério instigante em sua parte final, porém, não chega a lugar algum em um desfecho aberto, onde o assassino não é descoberto.
A construção dos personagens meio abobalhados e atrapalhados quebra o clímax de um filme investigativo, que era para ser cem por cento sério. Por outro lado, a direção do Bong Joon-ho é certeira ao retratar a desigualdade social de seu próprio país, onde os detetives trabalham em condições totalmente precárias. Sem sombra de dúvidas, esse seu estilo de direção é o que garantiu seu emprego na competitiva Hollywood.
Enfim, eu poderia ficar aqui questionando o final do filme, porém, por se tratar de uma história real, terei que aceitar às coisas como elas realmente são. Bong Joon-ho tratou da história com muita fidelidade em relação ao caso real, e graças a isso o filme merece tal reconhecimento. Mas ainda assim, esperava bem mais... principalmente por muitos acharem esse filme melhor até mesmo que "Parasita", fato que discordo totalmente.
Maratona Bong Joon-ho
Assistido em 20 de setembro de 2022
Minha avaliação: 6,5/10
Eu Vi o Diabo
4.1 1,1KÉ incrível a capacidade e competência do cinema sul-coreano de produzir grandes filmes de qualidade sobre o tema “Vingança”. “Eu Vi o Diabo” é doentio, perturbador, repugnante, forte, pesado, visceral e cheio de momentos com muito GORE. Sendo completamente diferente dos filmes hollywoodianos com o mesmo tema, onde na sua grande maioria apresenta roteiros e histórias clichês, batidas e sem inspiração.
Essa é a obra-prima máxima do diretor Kim Jee Woon, o cineasta juntou tudo que há de pior em um ser humano e potencializou isso em um único personagem. Choi Min Shik interpreta um dos melhores vilões da história do cinema, sua maldade, sadismo e demência extrapolam todos os limites! Fazendo que o telespectador torça para que ele se foda da pior forma possível.
Kim Jee Woon não quis nem saber de moderação, meteu violência explicita sem dó nem piedade, com o mais puro suco da vingança desenfreada, em uma trama macabra regada a muito ódio! Infelizmente são poucos estúdios e diretores com a coragem de ousar e ser feliz, neste caso deu muito certo! Um estudo perfeito e realista sobre a mente de um serial killer que sente prazer em matar.
Praticamente tudo neste filme é perfeito, a direção de Kim Jee Woon é incontestável, se mostrando um diretor que domina o tema retratado. O roteiro é bem estruturado e cuidadoso, que dá o máximo de atenção e desenvolvimento possível aos personagens protagonistas. Lee Byung-hun e Min-sik Choi dão um show de interpretação em seus respectivos papéis, a cada momento em que se encontram o filme ganha em emoção, angústia e tensão, acompanhados de diálogos impactantes e sensacionais!
“Eu Vi o Diabo” é um filme que traz reflexões sobre justiça com às próprias mãos e suas consequências, o desfecho é extremamente cru e melancólico, onde não há vencedores. Uma obra necessária que faz o telespectador se questionar se realmente a vingança pode ajudar a diminuir a dor e sofrimento da perda de alguém sem motivo plausível.
Enfim, em minha opinião, uma obra única, que não poupa em chocar o telespectador com a tamanha crueldade em sua projeção. E isso é a mais pura realidade da humanidade, o mundo está repleto de Kyung-chuls dando sopa por aí... Esse filme merece ser mais visto e apreciado, mas uma vez, o cinema asiático surpreende e prova que vai muito além de "Oldboy" e "Parasita".
18 de setembro de 2022
Minha avaliação: 9,5/10
O Gosto da Vingança
3.9 188O cineasta Kim Jee Woon é responsável pelo excelente "Eu Vi o Diabo", que em minha visão é o melhor filme sobre vingança já produzido, e também, por enquanto, o melhor longa-metragem da história do cinema asiático. Fiquei instigado a acompanhar mais seus trabalhos e peguei esse "O Gosto da Vingança" para assistir, gostei do filme apesar de não chegar nem aos pés de sua maior obra-prima.
Não achei o roteiro grandes coisas, por ser simplório demais e um pouco abaixo do que se espera de um filme sul-coreano. No entanto, se sobressai na direção do mestre Kim Jee Woon, ele tem uma intimidade com a câmera e ousa em algumas cenas com ângulos inusitados. Outro detalhe interessante é no belíssimo contraste do sangue com fundo branco, quase sempre constantes no filme, que se destacam junto a fotografia e edição impecáveis.
Às cenas de ação são muito boas, com lutas empolgantes, eletrizantes e realistas, parecendo que nem utilizaram dublês, além de quebrar o clichê do gênero, de balas infinitas que não acertam o protagonista nem fudendo. Lee Byung-Hun novamente está ótimo no protagonismo, em mais uma parceria certeira e lendária ao lado do competente diretor Kim Jee Woon.
Acredito que o enredo tem umas falhas bizarras e bem evidentes, principalmente nas cenas de ação finais, que o faz ser uma obra menor da ascensão do cinema asiático, mas ainda assim, bom em seu propósito. Concluindo-se com um desfecho poético e sanguinolento.
"O Gosto da Vingança" é mais um exemplar clássico da boa e velha vingança que o cinema da Coreia do Sul não cansa de produzir com maestria, sempre tratando o assunto com muita seriedade. Um filme estiloso, com personagens infames, protagonista frio e de poucas palavras, e com um completo clima hostil e caótico durante toda a sessão.
Assistido em 16 de setembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Assassino Profissional
3.8 91Surpreendi-me com o filme antecessor do Jeong-beom Lee e resolvi acompanhar mais um de seus trabalhos. O cineasta tem poucos filmes no currículo, mas com sabedoria soube priorizar mais a qualidade do que quantidade, esse é um dos primeiros passos para se tornar um grande diretor no futuro. Em seu terceiro filme conseguiu um orçamento mais alto para realizar um longa ainda mais extremo que "O Homem de Lugar Nenhum".
O protagonista, além de ter passado por um trauma de infância, precisa lidar com os sentimentos de remorso e culpa, pelo erro fatal que cometeu em seu último serviço a mando da máfia que o criou. Neste contexto, ele resolve arriscar tudo em busca de redenção, em mais uma história com um excelente peso emocional.
O filme em sua primeira hora tem um ritmo cadenciado para a construção dos personagens e desenvolvimento da trama, essa parte não chega a ser chata, já que o filme te prende do início ao fim. Na segunda hora o pau come de vez para todos os lados! Com às características marcantes do cinema sul-coreano, muita loucura, insanidade, demência, maldade, etc. Às cenas de tiroteios e lutas são um deleite visual, sendo extremamente satisfatórios, e como sempre não poupando no sangue e violência.
Embora não supere seu melhor e maior clássico, Jeong-beom Lee novamente acerta a mão em mais uma boa história aliada a uma ação impactante, ágil, frenética e sem piedade, não possuindo a emoção do seu filme anterior, mas ainda assim bom! Destaque para os cenários, fotografia e a beleza asiática da atriz protagonista Kim Min Hee.
Enfim, esse é mais um dos grandes destaques de obras do cinema sul-coreano que merece ser mais popular no Brasil do que é atualmente. Um filme de ação muito bom que passa longe de ser clichê, como muitos dos filmes estadunidenses.
Assistido em 8 de setembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
O Homem de Lugar Nenhum
4.1 238 Assista AgoraMais uma obra sagaz, visceral e potente do cinema sul-coreano, país que não cansa de me surpreender com suas obras maravilhosas e magníficas. O grande diferencial da Coreia do Sul é elaborar e trabalhar bem filmes que tenham equilibro em todos os quesitos cinematográficos: roteiro, personagens, atuações, edição, entretenimento, etc. Tudo isso aliado a narrativas extremamente maduras, corajosas e sem frescura em relação à violência.
"O Homem de Lugar Nenhum" não é apenas um simples filme de ação, ele explora muito bem o mundo hostil das drogas, tráfico de órgãos, escravidão infantil e guerras de gangues/facções; temas que são muito relevantes para os dias de hoje. A cereja do bolo dessa obra é aliar a boa ação com uma carga dramática pesada e emocionante, com atuações convincentes e muita química entre os protagonistas.
A narrativa nos apresenta com calma todo esse mundo cruel, maldoso e repleto de desordem, com um clima totalmente negativo e triste. O protagonista é um homem solitário, frio, caladão e misterioso, seu único contato é uma garotinha que encanta com sua pureza em meio ao caos que se encontram.
A ação não fica de lado, temos uma sequência frenética de lutas ultraviolentas regadas a banho de sangue e muita agilidade, muito bem coreografadas em um jogo de câmera magistral. A boa e velha vingança fazendo jus a sua fama, sendo extremamente letal e fatal em seu ato final. Destaque para a atriz mirim responsável pelas cenas finais absurdamente emocionantes.
Enfim, o considero um filmaço! Obscuro, brutal e humano ao mesmo tempo, fazendo ótimo uso de planos prolongados que visam expor um sentimento preso na alma do protagonista. O cinema asiático precisa urgentemente ser mais apreciado e conhecido por todo o tipo de cinéfilo. Filme imperdível!
Assistido em 7 de setembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10