Uma sequência ainda mais desconhecida que o filme original "O Homem da Terra", de 2007, lançada dez anos depois… Só descobri essa continuação devido à minha curiosidade em vasculhar praticamente tudo do site, caso contrário, jamais teria visto este filme. Apesar de toda a boa vontade do diretor e produtores, infelizmente, essa segunda parte não oferece a mesma experiência do primeiro filme. Tudo ficou fraco devido ao roteiro extremamente comum, sem alma e sem encanto.
Tudo de legal que foi construído no primeiro filme; diálogos, desenvolvimento de personagens, história interessante, etc. Lamentavelmente não teve o prosseguimento adequado para a história do protagonista John Oldman (David Lee Smith), onde o filme percorreu pelo caminho mais fácil, mais comum, mais desinteressante, etc. Aqui os personagens coadjuvantes são chatos, mal desenvolvidos e em diálogos pobres de conteúdo, ou seja, foi tudo o oposto que o filme original proporcionou.
Antes do filme começar, há um pequeno depoimento do diretor Richard Schenkman, pedindo doações para quem viu o filme via download. Bom… Não dá para crucificar e exigir muito de um diretor que trabalhou num projeto praticamente sem apoio e recursos. No entanto, o filme original deu muito certo! Graças ao já falecido roteirista Jerome Bixby, sem a mão dele, este filme simplesmente não saiu do lugar, não expande a história do protagonista e nem acrescenta nada de relevante a história.
Não gostei que inseriram adolescentes num contexto extremamente maduro, acho que não combinou com a proposta do filme. O andamento da trama não empolga em nenhum momento.
Embora melhore um pouco quando o protagonista resolve falar a verdade para um de seus alunos, e às coisas começam a sair de controle…
Preferiram deixar o final em aberto, com o desejo de produzirem um terceiro filme, mas creio que seja difícil pela recepção negativa. Com isso, deixaram mais perguntas do que respostas…
Filme de ficção científica pouco conhecido no mundo em relação a outros do gênero, especialmente no Brasil, onde nem mesmo ganhou dublagem. Possui um desenvolvimento diferente do que estamos acostumados; apenas uma locação, com um grupo de amigos conversando em uma sala, seguindo assim até o seu final, apostando apenas nos diálogos. Acredito ser muito difícil essa fórmula dar certo, pois o roteiro do filme tem que ser impecável e certeiro no assunto retratado.
Tenho que tirar o chapéu para os produtores desse filme, criar um longa-metragem de ficção sem efeitos visuais e praticamente sem orçamento não é para qualquer um, é um grande desafio até mesmo para os melhores diretores da atualidade. Com isso, só sobrou o roteiro como base do filme, sendo a alma de toda a projeção da obra e o único quesito cinematográfico que poderia surpreender o telespectador.
"O Homem da Terra", conseguiu me deixar intrigado, pois nunca imaginei ser possível fazer um filme de ficção científica apenas com diálogos, principalmente no século XXI. Logo de cara, já deu para perceber que seria muito interessante e envolvente acompanhar a surpreendente história do personagem John Oldman, e toda a discussão e questionamentos levantados durante o filme. Temos um roteiro incrível muito bem escrito pelo já falecido Jerome Bixby, que fala de tudo um pouco; história do mundo, filosofia, psicologia e religião.
O filme aborda de forma inteligente como o ser humano reage ao descobrir uma verdade chocante e inconveniente, pondo em xeque tudo em que acredita, e que aprende ao longo da vida em escolas, livros, internet, etc. Além de presenciarmos uma pessoa que fala uma verdade que ninguém gostaria de saber, ser tratado como louco (algo que acontece constantemente no Brasil). Um bom exemplo disso no país foi com o político Enéas Carneiro, que era considero louco por muitos nos anos 90, hoje é visto como um gênio incompreendido.
Enfim, "O Homem da Terra" é um grande achado e uma ótima opção para sair um pouco da bolha do mainstream. Filme bastante reflexivo, com força de te fazer mudar sua visão do mundo, e te fazer pensar por semanas sobre assuntos pertinentes da humanidade. Só não recomendo para pessoas religiosas muito fanáticas, de resto, é um filme que merece ser mais popular entre todos os tipos de cinéfilos.
"Mad Max" foi uma franquia de sucesso nos anos 70 e 80, com três filmes lançados e protagonizados por Mel Gibson. A exatos 30 anos depois do último filme lançado, a franquia ganha uma repaginada, uma nova releitura para o cinema moderno. Muitos pensam se tratar de um remake do primeiro filme, mas, na verdade, é um reboot da franquia como um todo, já que neste filme Max Rockatansky já não têm mais a família por perto.
"Mad Max: Estrada da Fúria" é simplesmente um dos melhores filmes de ação da história do cinema, e os motivos parecem ser infinitos, tamanha a perfeição dessa obra de arte. Acho um filme muito especial, já assisti ao menos umas 5 vezes e não enjoo nunca! Dá para contar nos dedos filmes que nos empolgam tanto e fazem nós revemos várias vezes, quando o filme consegue essa proeza, ele está muito à frente de outros filmes semelhantes à sua proposta e estilo.
George Miller brilhou na direção desse grandiosíssimo clássico contemporâneo, criando um excelente clímax. Num mundo pós-apocalíptico onde a água e gasolina valem mais que a vida humana, e aqui vale-tudo para conseguir o "novo ouro" da raça humana, em um mundo completamente dominado pelos loucos! A direção de George Miller é esplêndida! O diretor conseguiu a difícil façanha de um reboot/remake superar o original, e com muitíssima folga em relação a qualquer outro filme da trilogia clássica.
Pode até aparentar ser, mas "Mad Max: Estrada da Fúria" não é apenas um simples filme de ação qualquer, ele vai muito além disso, mostrando um mundo caótico e quente, em um deserto sem esperança para às pessoas. Aborda questões pertinentes e sociais sobre o futuro do planeta terra; seca, temperaturas extremas e falta de recursos naturais devido à poluição e degradação da natureza. Serve como um prelúdio para o nosso futuro (talvez) não muito distante.
Charlize Theron (Furiosa), que mulher! Que personagem! Uma guerreira fodona! Foda com um grandiosíssimo "F" maiúsculo! Isso que eu chamo de empoderamento feminino de verdade, sem lacração e sem militâncias insuportáveis! Pega o exemplo aí Disney, Netflix, entre outros... e aprende como se faz. Tom Hardy (Max) também se sai bem, e ao contrário do que muitos pensam, seu personagem não passa despercebido, dividiu bem o protagonismo com a Furiosa.
Parte técnica do filme é um deleite visual, um colírio para os olhos do telespectador, em um show de imagens de muitíssimo bom gosto! Tenho que destacar aqui a criatividade da produção na construção, visual e design dos carros, um mais doido e insano que o outro, lembrando que os mesmos não são CGI, deixando tudo o mais realístico possível! Maior parte do filme foi utilizado efeitos práticos, um grande diferencial em meio a era digital.
Um filme que dá aulas de entretenimento, aulas de cinema moderno e aulas de produção. Uma obra alucinante, eletrizante, envolvente, extravagante, viciante, visceral, insana, tensa e implacável! É impressionante de se ver como acertaram em tudo! Zero defeitos! Um filme de ação como todos do gênero deveriam ser; frenético, dinâmico, ágil, sagaz, objetivo, de tirar o fôlego, etc.
"O Predador (2018)" é o sétimo filme da franquia (contando com os crossovers Alien vs. Predador 1 e 2), sendo até agora o último filme da saga lançado na ordem cronológica. Foi dirigido por Shane Black, que também é ator e foi um dos personagens coadjuvantes do filme original de 1987, fazendo o papel de um dos soldados da missão na América Central.
Assistir a mais um filme da série "Predador", que fez muito sucesso inicialmente, mas se tornou uma franquia um pouco cansativa e até um pouco sem noção, trocando o sentimento de inteligência e estratégia, por situações mais rasas e quase sem graça. Aqui não muda muito isso, mas que mostra que mesmo não sendo muito a cara do original, dá para fazer um bom filme.
Curioso constatar que essa obra chega não para reinventar a franquia, mas dar um gás diante do desgaste natural que surgiu ao longo dos anos com filmes derivados (em parte até consegue). A começar pela longa lista de integrantes do carismático elenco que se unem na caça contra o Predador, gerando não somente situações para lá de inusitadas, mas recheadas de piadas e sarcasmos que quase sempre casam com a situação; valendo destacar também que a mão do diretor Shane Black fica visível nas pitadas de humor negro típicas de seu histórico cinematográfico.
Pela média geral aqui do site, esperava um filme muito ruim e acabei me surpreendendo positivamente, pois o filme para mim passa longe de ser uma bomba e não condiz com essa avaliação. Ficou bem melhor que "Alien vs. Predador 2", filme com praticamente a mesma nota de média. É verdade que a edição, a direção, e o filme em si é bem bagunçado, com alguns lances bem toscos, mas não acho que isso estrague o filme por completo.
Por ser um filme de 2018, acreditei que a violência iria ser bem modesta devida às frescuras dos tempos atuais, ainda bem que eu estava enganado. O filme entrega bastante mortes bem brutais! Fora o bom ritmo da narrativa e boas sequências de ação em seu terceiro ato. Logicamente é um longa-metragem que não se deve levar a sério demais, é um mero entretenimento como qualquer outro…
O sentimento de que o filme passa rápido é bom! Como a história não empolga, a boa expectativa de ver o que vai acontecer no fim é interessante, e assim se faz. O fim é cheio de mortes, explosões, muito sangue, muita loucura, muito de tudo o que importa num filme de ação. Mostrando bem que vale a pena se importar menos com o roteiro e mais com um grupo de loucos explodindo e matando tudo o que vê pela frente…
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 24 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
Apesar do grande fracasso de "Alien vs. Predador 2", a 20th Century Fox não desanimou e acabou lançando mais um filme para a franquia, sem ligações com os crossovers lançados anteriormente. "Predadores" é uma nova releitura e tentativa de trazer a franquia às origens, voltando com os cenários de florestas, com a novidade de ser o primeiro filme da saga a se passar fora do planeta terra.
Ao contrário dos crossovers, este filme têm um elenco de nomes conhecidos, como o icônico Laurence Fishburne e o rei do trash Danny Trejo, mas infelizmente ambos foram mal aproveitados. Outros coadjuvantes desinteressantes acabaram tendo mais destaque, o que considero um dos principais erros desse filme, faltou dar um direcionamento melhor para os personagens mais promissores.
Ficou evidente que este filme tem mais elementos de ficção científica em relação aos outros da franquia, mas perde aquela sensação de ser um filme amedrontador e no clima de terror. Já o ritmo até é bom, apesar de a demora do primeiro Predador dar às caras. O maior problema do filme é que ele é muito previsível, logo de cara já dá para adivinhar quem irá morrer e quem irá sobreviver.
Os efeitos visuais estão melhorzinho em relação aos crossovers lançados, já que a 20th Century Fox resolveu abrir mais a mão para este filme, o resultado obviamente ficou satisfatório dentro do disponível. Às cenas de ação são boas, destaco a parte da luta de espadas e o confronto final com o Predador principal. O filme até é um bom passatempo, apesar de que em alguns pontos poderia ter sido bem melhor, mas consegue compensar com algumas surpresas e reviravoltas finais.
Enfim, apesar da tentativa, "Predadores" é mais um filme da franquia que passa longe de ser tão marcante e importante quanto o original. E achei demais pretensioso entregarem um desfecho em aberto, já que este filme nunca teve continuação, além de ser antiquado para esse tipo de filme. Sem muitas exigências, dá para classificá-lo como um filme bonzinho.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 15 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 6,5/10
TEXTO A SEGUIR COM SPOILERS, JÁ QUE O FILME É RUINZINHO E ACREDITO QUE ISSO NÃO IMPORTE MUITO…
"Alien vs. Predador 2" é uma sequência direta das cenas finais do filme antecessor, cena essa que dá origem ao híbrido entre Predador e Alien, sendo a principal novidade para este filme. Como já mencionado, achei o filme ruim em seu geral, tendo de positivo apenas o fato de ser o filme mais violento da franquia e ter um clima de terror convincente. Logo em seus primeiros minutos, já sai um filhote de Alien da barriga de uma criança, e mais adiante o "PredAlien" socando larvas pela garganta das mulheres grávidas na maternidade da cidade.
Como mencionado por muitos, o filme é bastante incompreensível devido às excessivas tomadas escuras durante toda a projeção. Para piorar a situação, tiveram a "brilhante ideia" de filmar cenas em esgotos, logo em seguida acontece o apagão em toda a cidade, devido à treta do Predador com o Alien na estação de energia. Ou seja, produção totalmente equivocada, que só deu bola fora.
O filme ainda apresenta aquele clichê de jovens brigando devido a uma mulher gostosa, também não poderia faltar o xerife burro e ingênuo que acreditou no governo, e acabou tomando naquele lugar… Têm os outros personagens que do nada aprendem a manusear todo tipo de arma de fogo, etc. Com isso, os arcos humanos ficaram bem inúteis, só servindo de cenas aleatórias de morte.
20th Century Fox foi bastante gananciosa e mão de vaca para o desenvolvimento desse filme, contrataram diretores de rua, além do orçamento reduzido de 20 milhões em relação ao filme anterior, com certeza essa diferença de 20 milhões fez falta. A direção dos irmãos Strause é um grande desastre! Jogo de câmeras ruins, direção amadora, incompetência, etc. Aí você junta orçamento insuficiente com diretores pífios, o resultado é um puro caça-níquel dos mais sem-vergonha já lançado para os cinemas.
De fato, a produção do filme é bem precária, isso fica mais evidente quando a bomba caí na cidade e praticamente nem têm explosões, e também no finalzinho com a queda do helicóptero, sem mostrar como foi o acidente. O filme foi um tapa na cara para quem mete o pau no Paul W. S. Anderson, se com ele na direção o filme anterior não foi bom para muitos, sem ele a situação ficou muito pior…
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 13 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 4,0/10
Após a franquia "Predador" ficar engavetada por quase 15 anos, resolveram voltar com a franquia de um jeito diferente, dessa vez em um crossover com "Alien". O cargo de direção acabou ficando nas mãos do rei dos orçamentos médios Paul W.S. Anderson, diretor com experiência de sobra com filmes de criaturas/monstros. Paul Anderson é um dos diretores mais odiados pela galera gourmet, principalmente pela sua adaptação de RE para os cinemas.
Tanto esse filme quanto o diretor acho-os subestimados, para começar, o filme é no mínimo mil vezes melhor do que muitas porcarias lançadas pela Disney e serviços de streamings atualmente. Já o Paul Anderson pode ser considerado limitado, mas ao menos na ação nunca ficou devendo, e neste filme não foi diferente. Pecou somente nos personagens coadjuvantes, que só serviram de isca para a carnificina dos Aliens e Predadores.
O filme até começa sem graça em seus primeiros 30 minutos, mas depois engrena de vez com o primeiro embate de Predador vs. Alien, e vai seguindo assim até o final com boas sequências de ação de destaque. Depois da floresta e cidade, a franquia consegue se reinventar no quesito ambientação, dessa vez se passando na Antártida com belas paisagens gélidas.
Os efeitos visuais estão ok para o orçamento que foi disponibilizado, a fotografia mescla bem o escuro com a claridade, facilitando a compreensão das cenas. A obra tem um ótimo clímax, além de ser o filme da franquia que mais se aproxima de um clima de terror. Em uma cena específica, há um resumo interessante da origem das guerras entre Predadores e Aliens que atravessam séculos!
Enfim, "Alien vs. Predador" não chega a ser épico e grandioso, mas é divertido e é mais um bom acerto na carreira do Paul W.S. Anderson. Afirmo ainda que faz frente aos outros filmes da franquia (com exceção do original, é claro). Merecia uma média geral maior em todos os sites de avaliações de filmes.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 8 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,5/10
Devido ao sucesso e grande popularidade do filme original do "Predador", uma sequência foi planejada e lançada no início dos anos 90. Obviamente não fez frente ao filme original, pois infelizmente o astro dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger recusou reprisar seu papel na sequência, e também o ótimo diretor John McTiernan não voltou para a direção dessa continuação. "Predador 2: A Caçada Continua" foi dirigido por Stephen Hopkins, que na época era apenas o seu segundo trabalho como cineasta.
Não desmerecendo o trabalho de Danny Glover, que por sinal foi bom e aqui ele lembra o seu icônico personagem da franquia "Máquina Mortífera". Entretanto, não têm como negar que essa sequência não é a mesma sem a presença do Arnoldão e da direção do mestre dos filmes de ação, John McTiernan. Por tanto, "Predador 2" é uma continuação de altos e baixos, que apesar de ter bons momentos, suas cenas de ação são inferiores ao filme original.
O filme possui dois momentos de destaque. Onde em seu início já começa com ação desenfreada, em um embate entre policiais e traficantes, com o Predador apenas observando tudo e estudando o humano mais inteligente envolvido no confronto. Gostei muito desse estilo justiceiro do Predador, passando a vala sem dó em gente que não merece a vida, ironicamente acabou ajudando a polícia de Los Angeles no combate à criminalidade hahaha.
Já o outro momento bom acontece em seu final, com o personagem de Danny Glover adentrando na nave espacial dos Predadores, é nessa hora que algumas surpresas são reveladas. Mostrando que os Predadores caçam humanos por "esporte", utilizando seus ossos como uma espécie de exposição e também como troféus. No mais, um dos Predadores entrega ao protagonista uma arma de fogo do século XVIII (provavelmente a mesma que aparece no novo filme do Predador lançado em 2022, referência foda). Com isso, os Predadores são seres que atravessam séculos!
Enfim, essa segunda parte do "Predador" é até um bom filme, mas deixa a desejar em alguns pontos da direção, especialmente na parte do trem, que acabou ficando com cenas incompreensíveis devido a tomadas escuras e filmagem irregular. No mais, achei válida e interessante a mudança de cenário; da selva para às guerras urbanas.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 5 de fevereiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
Certamente quando se pensa em um grandioso clássico, "O Predador" é um dos principais filmes que vêm à cabeça de muitos. É um dos melhores filmes de monstro alienígena da história do cinema, e um dos melhores e mais importantes filmes protagonizados pelo Arnoldão na carreira, fazendo parte do top 5 dos filmes do ator. Um patrimônio histórico dos filmes de ação e dos saudosos anos 80, década importantíssima na história do cinema mundial.
Eu até hoje não entendo como o diretor John McTiernan não decolou em Hollywood, o cara para mim é dono do melhor filme do "Predador" e também do melhor "Duro de Matar" (Duro de Matar: A Vingança), dirigiu no mínimo três grandes clássicos do cinema de ação e deixou legado no gênero. Achei um pecado Hollywood esquecer desse cara no início do século XXI.
"O Predador" é o mais puro suco do cinema brucutu dos anos 80, frases de efeito, badass, protagonista bombadão, muito tiro, porrada, bombas e explosões, além do charme único que só os anos 80 proporcionavam. Predador é um vilão diferente, evoluído, praticamente imparável e cheio de vantagens em relação os humanos, principalmente a apelona camuflagem transparente. Um personagem icônico e imortalizado no mundo da ficção, com objetivo de matar sem dó nem piedade.
Apesar do filme aparentar ser trash, os efeitos visuais práticos não deixam a desejar, e diria ainda que o filme envelheceu super bem! Uma obra feita sem frescuras, numa época que se fazia heróis que todo moleque sonhava em ser. Acho impossível alguém que se diga homem não se divertir e se empolgar com esse filme, pois possui vários momentos impagáveis e inesquecíveis!
Concebido de um suspense inquietante e cenas carregadas de aflição e tensão, o filme mostra soldados altamente treinados se borrando de medo do temível Predador, provando que o vilão foi otimamente bem construído. O duelo final é melhor ainda, Major Dutch cheio das estratégias para enfrentar o Predador, cenas finais dignas de um filmão de ação de respeito! Me entristece ver que hoje em dia filmes desse naipe estejam fora de moda, e que o cinema atual prefere dar ênfase a desconstrução de personagens.
Enfim, temos mais um exemplo de que o simples e a ausência de complexidade nem sempre são ruins, o filme é eficaz e certeiro na sua proposta. De ideias básicas e narrativa previsível, mas que nesse caso não prejudicam a experiência do telespectador. Numa mistura de ação com terror fictício de primeira linha.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Revisto em 21 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,5/10
Acompanhei às guerras narrativas nos comentários sobre esse filme e cheguei a conclusão de que ambos os lados exageraram muito. Primeiramente fiquei feliz por não ter visto essa lacração toda que muitos citaram, no meu ponto de vista, o fato da protagonista ser mulher não comprometeu com a história e qualidade do filme. Por outro lado, os progressistas que afirmam que esse filme é melhor que o original, estão de sacanagem e vão muito na onda do Rotten Tomatoes.
"O Predador: A Caçada" é uma nova tentativa de trazer de volta os anos de glória da clássica antologia oitentista, uma nova releitura que bebe muito da fonte do original. A proposta de trazer um Predador no século XVIII em um contexto indígena foi uma grande ideia, porém, acaba pecando com maneirismos modernos, diálogos bobos e simplistas. Ainda que essa parte do filme dê para relevar e ignorar.
Acertaram em cheio na ambientação e no desenvolvimento de um clima de terror/suspense variante entre a luz do dia e a noite, às cenas de violência me chamaram a atenção, são até bem brutais para os padrões de Hollywood. Vale destacar também a direção de fotografia estupenda e a direção de arte impecável. Às cenas de ação são bem legais e ágeis, aliada a bons efeitos visuais, considerando o poder de investimento limitado.
No final das contas, o resultado geral foi bem positivo, o filme veio como uma visão refrescante para a franquia que não andava bem já há um bom tempo. Lançado direto para streaming, o filme até surpreende em vários aspectos, ainda mais considerando o baixo orçamento. Fizeram o básico bem executado, em um filme curto, sólido, objetivo e de ritmo muito bom!
Não se dá para exigir muito de algo vindo dos streaming, logicamente têm seus erros e o público acaba ficando dividido. No entanto, também têm muitos acertos e esse novo Predador acaba sendo um entretenimento de bom nível e uma adição muito bem-vinda a franquia.
Maratona Predador (Ordem Cronológica) Assistido em 20 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,5/10
"Resgate" é um filme de ação muito bom! Até poderia ter sido lançado sem problemas no cinema, pois podemos considerar que é raridade atualmente quando a Netflix acerta a mão. É verdade que a trama é bem básica e genérica, mais uma vez, a porrada e a bala come solta devido a um adolescente. Mas nem sempre tudo que é simples é ruim, às vezes não inventar demais é o melhor caminho dependendo da proposta.
O novato Sam Hargrave é a grande surpresa desse filme, conseguiu chamar a atenção com uma baita direção de qualidade, especialmente pelos deliciosos planos-sequências em quase todo o filme. Assim temos um diferencial que achei crucial numa obra, filmes de ação com poucos cortes e câmera dinâmica e não tremida são uma tendência necessária para o bem do gênero. Com isso, o diretor já deu aulas de edição e montagem logo em seu primeiro trabalho.
Um filme de ação para quem gosta de ação, simples assim… Com o clássico protagonista brucutu semi-imortal, umas exageradas ao estilo "John Wick" e a famosa trinca de tiro, porrada e bomba! Ou seja, era exatamente isso que eu estava procurando para passatempo. Tudo isso com seriedade e carga dramática interessante, sem aqueles moldes de humor idiota do último filme do "Thor".
Enfim, o filme se destaca em seus conjuntos de ação, longas e lindas tomadas com cenas de lutas brutalmente fundamentadas, mostrando a natureza cruel da guerra. Às coreografias de lutas são espetaculares, e os tiros longos durante a extensa cena de perseguição particularmente impressionantes, imergindo ainda mais o telespectador na tensão.
Assistido em 18 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
Enfim, cheguei ao fim dessa maratona Jurássica, formada de duas trilogias muito bem-sucedidas nas bilheterias. "Jurassic World: Domínio" é o único filme da saga a não se passar em um parque ou ilha, e também o único a se passar em vários lugares do mundo. Apesar de ser o mais detonado pela crítica especializada, conseguiu ser o quarto filme a superar a arrecadação acima de 1 bilhão de dólares, ou seja, pelo menos para a Universal, valeu a pena o investimento.
Alguém deveria ter avisado a Universal, os produtores e diretor; de que o telespectador já está careca de saber que o ser humano é ganancioso e inconsequente. Achei desnecessário e de uma falta de criatividade explorar isso novamente na franquia, já que está bem claro a mensagem que quiseram passar. Em cima disso, ainda temos uma narrativa de gafanhotos-gigantes?! Fico me perguntando onde os roteiristas estavam com a cabeça quando colocaram isso em prática… Às estatísticas não mentem, quando resolvem inventarem demais, raramente dá certo.
O filme tenta ganhar o público com a mesma ideia e fórmula de "No Way Home", pela memória afetiva e nostalgia do público, ao unir o elenco da trilogia clássica com a atual. Entretanto, essa reunião não têm aquele peso emocional que se esperava, sem falar que demoraram demais para aparecer juntos. Valeu a pena curtir esse momento, porém o fan service não chega nem aos pés do proporcionado por "No Way Home". Muito pelos rumos equivocados que a história tomou.
O maior erro aqui, sendo o responsável pela grande maioria das críticas; é terem deixado os dinossauros em segundo plano. Afinal, o filme não é sobre dinossauros? Foi uma mancada muito grande de quem teve essa infeliz ideia, deveriam ter aproveitado a longa duração para mais cenas de ação e aventura com os dinossauros. Ou explorar melhor às consequências e caos da nova era cretácea mundo afora.
Sinto haver muitas histórias mais interessantes que poderiam ter sido contadas aqui. Isso me faz querer ver mais deste mundo, agora com os dinossauros sendo lançados no mundo, deixa muitas histórias em potencial abertas para serem contadas! Esta história poderia ter sido melhor, foi muito mal contada. Foi excepcionalmente escrito de maneira fraca e não foi atraente ou interessante para grande parte do filme.
Passou longe de ser ótimo, embora dá para se divertir e aproveitar o filme como um bom passatempo. Às cenas de ação em Malta (Itália) terminando no avião foi a melhor parte do filme, mas se tratando de uma possível final de saga, ficou faltando aquele desfecho épico, matador e inesquecível. Ainda assim, acho que a média geral do filme merece uma avaliação melhor.
Assisti à versão estendida de 160 minutos (2h40min), onde vi notícias de que o diretor afirma ser a “versão original” do filme. Não saiu dublado para o Brasil e você o encontra facilmente no site RARBG.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Assistido em 5 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
O primeiro filme da nova trilogia arrebentou nas bilheterias, era lógico que um segundo filme iria ser produzido. "Jurassic World: Reino Ameaçado" faturou menos que o filme antecessor, ainda assim, conseguiu uma excelente arrecadação, mesmo tendo desagradado à maioria da crítica especializada e também boa parte do público.
O filme se divide em duas partes. A primeira hora ótima, a segunda nem tanto... Curti demais a cena de abertura com o velho e bom clímax dos filmes clássicos, com a noite chuvosa tomando conta dos cenários, valorizando o suspense e o medo. Depois vêm o início promissor, com às ruínas do parque da Ilha Nublar, e logo após a erupção do vulcão, com toda aquela bagunça e desespero dos dinossauros e protagonistas tentando escapar da morte. Na minha opinião, foram às melhores partes do filme.
Aí entra a segunda parte, onde o filme perde seu brilho e fôlego, além de deixarem a originalidade em segundo plano. Não gostei tanto assim da mudança brusca de cenários, começa em ambientes abertos, depois passa a ser dominado por ambientes fechados. É aí que o filme começa a ficar um pouco desinteressante, com às cenas de ação dos dinossauros passando dentro de uma mansão. Com isso, perde todo aquele encanto do parque e das florestas, os verdadeiros cenários que sempre foram marca registrada da franquia. Nisso os produtores e direção erraram feio.
Novamente temos o tema da ganância humana de querer controlar a natureza a todo custo, na base da exploração dos animais, com o intuito de ganharem muito dinheiro em um negócio aparentemente muito lucrativo. Entretanto, esta fórmula de narrativa já está ficando muito desgastada e cansativa, além da humanização dos dinossauros que soa um pouco forçada, se compararmos com a trilogia clássica.
Se não formos muito exigentes e deixarmos a história em segundo plano, o filme consegue resultar em bons momentos; tanto pela soberba visual concedida pelos efeitos visuais caprichados, quanto pelos planos cuja tensão é reflexo dos trabalhos anteriores do competente diretor J. A. Bayona. A ação que mescla atores com ambientes reais e virtuais é notável, principalmente na fuga da Ilha Nublar, garantindo um grande passatempo de luxo.
Enfim, temos mais um filme jurássico voltado ao entretenimento, e isso é bem claro pelas características e prioridades do filme. Ao menos, os dinossauros ainda continuam sendo protagonistas, pois estou receoso com o que verei do filme que fecha a saga Jurássica. Alguns pequenos erros foram corrigidos (dessa vez a Bryce Dallas Howard corre de tênis, bem melhor né? rsrs).
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Assistido em 3 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 7,0/10
"Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" dá início a uma nova trilogia Jurássica, com novos atores, nova roupagem e com objetivo de dar uma repaginada na franquia. Fez um sucesso impressionante nos cinemas, sendo disparado a maior bilheteria de toda a saga, além de surpreender e superar arrecadações de filmes extremamente badalados como: "Vingadores: Era de Ultron" e "Velozes & Furiosos 7".
Quando o filme foi anunciado nem fiquei interessado em conferir nos cinemas, pois Hollywood vive uma série crise de criatividade, com extrema dificuldade de criar algo novo e inédito para os telespectadores. Atualmente o cinema estadunidense vive de remakes, reboots e spin-offs; uma tendência e aposta hollywoodiana de conquistar público pela nostalgia de filmes que fizeram muito sucesso no passado. Em muitos casos dá errado, dependendo do filme acaba até mesmo dando um grande prejuízo aos produtores e distribuidores. Em outros casos dá resultados satisfatórios, como nos filmes: "Mad Max: Estrada da Fúria", e mais recentemente "Top Gun: Maverick".
Construído num formato que continua a trilogia original e, ao mesmo tempo, a homenageia, se utilizando de alguns conceitos e reencenando partes do filme original. Ele é efetivo em agradar os fãs da franquia, que não se importam com os descuidos de sua produção. Os efeitos especiais são muito competentes e refletem um esmero em sua direção de arte.
A fotografia nos transporta por um tour esfuziante pelo “zoológico reptiliano”, que agora está aberto à visitação do público, de forma bastante convincente. A trilha sonora, que reutiliza os famosos acordes de John Williams, agora numa releitura de Michael Giacchino, também é efetiva em nos transmitir muitas das sensações que tivemos na primeira vez que entramos em contato com este universo.
Às subtramas do filme até que são interessantes. Temos uma protagonista, que por excesso de trabalho, não têm tempo de ter vivências com os familiares. E uma empresa corporativa extremamente gananciosa, sempre buscando meios de obter mais lucros custe o que custar. Nestes cenários, o filme traz reflexões sobre às prioridades das pessoas no mundo moderno, e às consequências que às grandes corporações causam a sociedade; ainda que de forma rasa e clichê.
É verdade que o filme é desleixado com seu roteiro, diálogos, atuações e por consequência na construção de personagens. Também peca por alguns momentos e detalhes inverossímeis como, por exemplo: A Claire (Bryce Dallas Roward) correndo de um dinossauro em um salto alto feito do mesmo material de um Nokia Tijolão rsrs. No entanto, o filme é extremamente dinâmico, envolve e empolga com facilidade, têm muita ação, muita bagunça e caos, e é altamente divertido!
O diretor inexperiente Colin Trevorrow conseguiu dar conta do recado, não sentiu o peso e responsabilidade de dirigir um filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema. De certa forma, cumpriu com o necessário para entregar um grande blockbuster de respeito! Me atrevo a dizer que em alguns pontos igualou o clássico filme de 1993, em uma super aventura de tirar o fôlego! Principalmente nos instantes finais, com a reaparição de um velho conhecido dos fãs.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto no Prime Video em 2 de janeiro de 2023 Minha avaliação: 8,0/10
"Jurassic Park III" marca o fim da primeira trilogia Jurássica nas telonas do cinema, sendo o filme mais curto de toda a saga dos dinossauros e também o menos rentável de todos os seis filmes da franquia. Creio que isso aconteceu porque infelizmente Steven Spielberg não voltou para dirigir essa sequência, já que é o diretor mais bem-sucedido da história do cinema. Ou seja, sabe como ninguém atrair público para às salas de cinema, com experiência de sobra em filmes comerciais/populares.
O principal ponto negativo dessa primeira trilogia foi o mau aproveitamento do elenco original, onde o trio de protagonistas Dr. Alan Grant (Sam Neill), Dr. Ellie Sattler (Laura Dern) e Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) não aparecem mais juntos após o primeiro filme. Não é à toa que o filme original é o melhor! O mais clássico, o mais marcante, o mais nostálgico e o mais lembrado pelo público e fãs.
Dessa vez o Tiranossauro (T-Rex) ficou em segundo plano, algo que não me agradou muito, já que particularmente não curti tanto esse Espinossauro com boca semelhante a de um jacaré. O filme é mais focado nos Velociraptores e nas espécies voadores Pterossauros.
Assim como aconteceu no filme antecessor; o roteiro é mal desenvolvido, fraco, cheio de furos e não consegue atingir complexidade e aferir surpresas ao público. Prova disso é a duração do filme, sendo muito pequena para desenvolver uma boa trama, além do elenco mal escalado. Sam Neill não compromete e inclusive acho ele um protagonista melhor que Jeff Goldblum, mas Téa Leoni e William H. Macy estão deslocados e muito estereotipados em seus personagens, especialmente ela. As piadas constantes presentes nas outras tramas, aparecem aqui de forma tímida e não eficientes.
Com a direção de Joe Johnston; às cenas noturnas, a chuva e o maior clima de suspense ficaram pouco presentes. A fotografia de Shelly Johnson não ajuda com demasiadas cenas realizadas à luz do dia, enfraquecendo a criação de um clima assustador. Além da falta de cenas mais ameaçadoras, das cenas megalomaníacas de Spielberg, vemos também uma presença mais espaçada e menos constante dos dinossauros. A diferença é nítida sem a mão de Steven Spielberg.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 29 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 6,5/10
Segundo filme da trilogia clássica dos dinossauros mais famosos do cinema, em uma sequência muito aguardada pelos fãs e mais do que obvia devido ao sucesso estrondoso do primeiro filme. Nas bilheterias arrecadou bem menos que o original, mas ainda assim, fechou com números bem respeitáveis para a época.
Mantém os efeitos visuais excelentes para a época, com o CGI dos dinossauros novamente impecáveis, nos impressionando ainda mais com detalhes técnicos, em um trabalho artístico incrível e de altíssimo nível profissional. A essência dos dinossauros em atacar por instinto continua nessa sequência, um dos pontos mais importantes e de grande acerto do filme.
Possui às mesmas características do original, só que esse é mais movimentado, dinâmico, frenético e com cenas mais mirabolantes. Assim como no primeiro filme, a fotografia escura realça a sensação de perigo e clima assustador, com cenas predominantemente noturnas e clima chuvoso na maior parte do tempo.
Ponto negativo do filme foi a ausência do elenco original, apesar da presença das crianças do filme antecessor, foram mal aproveitadas fazendo apenas uma figuração. O excesso de figurantes também só serviram de presas fáceis para os dinossauros, além da troca de protagonista que não caiu bem na história. Por esse motivo acho este filme levemente inferior ao primeiro.
Spielberg fez um bom trabalho na direção, pois teve que se virar com um roteiro não muito inspirado, diferente do que aconteceu no filme original. Aqui ele focou mais na diversão e entretenimento do que em algo mais profundo, e realmente o filme cumpre o seu papel como um bom filme pipoca. Por isso muitos o consideram como seu trabalho mais fraco na carreira, algo que discordo totalmente.
O filme se destaca com muitos momentos empolgantes, às melhores sequências no meu gosto pessoal foram o ataque ao trailer, e na parte final quando o Tiranossauro invade a cidade de San Diego.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 28 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
"O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final" possui na minha opinião os melhores efeitos visuais do século XX, em um CGI revolucionário para sua época. Dito isso, "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" aparece logo atrás e não fica tão longe assim, fazendo uma boa disputa e sendo o principal oponente do filme citado acima. Os detalhes técnicos, traços, captação de movimentos e CGI dos dinossauros impressionam até hoje, tudo muito surpreendente e de altíssimo nível para época.
Principal sucesso comercial de bilheteria da extensa carreira cinematográfica de Steven Spielberg, alcançando números bem expressivos, que foram mais que suficientes para garantir uma sequência. Foi um dos seletos filmes a passar de 1 bilhão em arrecadação nos anos 90, feito conseguido somente por "Titanic (1997)" e "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999)". No Brasil não foi diferente, ficou por muitos anos como um dos principais filmes mais procurados nas locadoras de sua década.
Spielberg criou um mundo fantástico! Conseguindo se superar em um filme que exigiu muito de equipamentos de alta tecnologia, onde não existia a facilidade dos avanços tecnológicos de hoje. É aí que entra a criatividade no processo de desenvolvimento de uma obra, algo que está muito em falta nos filmes atuais, principalmente nos lançados diretamente para streaming. "Jurassic Park" é o pioneiro dos filmes quando se trata de magia no cinema.
Gostei do elenco de bons nomes, com todos interpretando personagens carismáticos e em sintonia. Spielberg é o melhor diretor quando se trata de trabalhar com crianças, aqui mais uma vez, ele escolheu atores mirins que desempenham papéis importantes na trama, onde ambos são simpáticos e divertidos. Somente agora que reparei nessa revisita, que o grande Samuel L. Jackson faz parte do elenco do filme.
O filme tem um grande mérito de mesclar uma boa ficção científica em uma aventura fascinante, hipnotizante e que acaba misturando também um pouco de suspense, um pouco de humor, e até mesmo um terror leve. Além de sermos agraciados com cenas grandiosas e espetaculares em um mesmo contexto.
"Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" marcou sem sombra de dúvidas toda uma geração e é referência até hoje. Quase não dá para acreditar que o filme já vai completar 30 anos de seu lançamento oficial e, ao mesmo tempo, a obra continua contemporânea, não apenas pela história, mas também em relação aos seus efeitos visuais inovadores, que não envelhecem nunca!
Maratona Jurassic Park/Jurassic World Revisto em 26 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 8,0/10
SE VOCÊ FOR UM CIDADÃO QUE DEFENDE ASSASSINOS/ESTUPRADORES, TÊM PENA DE CRIMINOSOS, E ACHA QUE BANDIDO É "VÍTIMA DA SOCIEDADE". PEÇO POR FAVOR PARA NÃO LER ESSE TEXTO.
Já quero deixar bem claro aqui que simpatizei e torci muito do primeiro ao último minuto pelo protagonista. Não sou pai, tampouco não sei como é a sensação de ser um, mas se a situação do protagonista fosse comigo e tivesse a oportunidade; teria a mesma reação, e se possível faria pior… É inaceitável e imperdoável o que os lixos humanos fizeram com a garotinha de apenas dez anos, por tanto, tiveram o que mereceram. A coragem, ousadia e determinação de Carl Lee Hailey (Samuel L. Jackson), deve ser reconhecida como um ato heroico! Um verdadeiro paizão que honra e defende a família com unhas e dentes!
Joel Schumacher reúne um super elenco de peso! Kevin Spacey, Matthew McConaughey, a lindíssima e no auge da beleza Sandra Bullock, e claro o Samuel fucking Jackson. Com todos sendo bem aproveitados, e tendo participações nos pontos cruciais da narrativa. Samuel L. Jackson interpreta aquele clássico personagem durão, destemido e que não têm medo da lei. Kevin Spacey é o promotor de acusação, frio, calculista e que não mede esforços para vencer o caso (existem muitos Rufus Buckleys no Brasil, infelizmente). Matthew McConaughey é o advogado de defesa que tenta vencer um caso praticamente impossível.
Não sou muito fã de filmes sobre tribunais e qualquer outro que envolva política, geralmente os temas retratados são desinteressantes, e em alguns casos até insuportáveis. Mas felizmente não é o caso de "Tempo de Matar", pois aparentemente, achei que o filme fosse perder ritmo logo após vinte minutos de sua projeção, e ainda bem que eu estava enganado. Graças a um roteiro ágil, sagaz e inteligente; temos um filme excelentemente bem desenvolvido, recheado de camadas, profundidade e diálogos sensacionais!
Para não ficar preso somente com assunto de tribunal, o diretor sabedoramente coloca subtramas para deixar sua obra com mais conteúdo, mais tensa, mais robusta e trazendo a tona parte da história e podridão do país mais racista de toda a humanidade. É um filme que subverte o que é certo e errado, coloca em xeque a credibilidade da justiça e mostra sem pudor os passos para um processo de julgamento parcial.
Vibrei e comemorei muito com o Carl Hailey sendo declarado inocente, embora sabemos que isso jamais aconteceria na realidade. O jogo psicológico do advogado de defesa para convencer jurados brancos foi genial! Os sensibilizando que a brutalidade que a filha do Carl Hailey passou, poderia ter acontecido com uma menina branca também! Um filme para lavar a alma de todos os justiceiros cansados da impunidade e leis patéticas que protegem bandidos!
Enfim, "Tempo de Matar" é um filme que aborda o preconceito racial de uma forma bem indigesta para o sistema (não é à toa que não teve chances no Oscar). Uma obra importante por se tratar de um tema bem atual, ainda mais hoje, onde vivemos numa crise social, com a inversão de valores tomando conta do Brasil.
Assistido no Prime Video em 24 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
Houve uma época em que eu estava trabalhando e estudando simultaneamente, e sem dúvida alguma, a pior parte do dia era enfrentar o trânsito caótico e lento (principalmente no verão). Particularmente acho mais estressante que a maioria das profissões, além de aumentar os níveis de ansiedade. É horrível! Sem falar que no Brasil, fizeram a cagada de fazerem faixas de pistas somente para ônibus, além de piorar ainda mais o trânsito, só serviu para alimentar a indústria das multas. Dito isso, não têm como não sentir empatia pelo protagonista em "Um Dia de Fúria".
Com uma narrativa simples e linear, sem nenhum recurso mirabolante para atrair a atenção do público. O filme investe numa análise social pesada sobre o ser humano contemporâneo, um animal preso entre os instintos simiescos e o microchip de computador. Metade bicho, metade máquina, completamente vazio. A rotina das grandes metrópoles cansa, suga sua energia, e na pior das hipóteses, faz você perder a paciência.
O personagem de Michael Douglas, muito mais que um homem que enlouquece, representa qualquer pessoa que chegou ao seu limite, se enfurecendo com todos os tipos de violência e abusos sofridos nas grandes cidades. Somos roubados de diversas formas; além dos assaltos convencionais, violência oficial, etc. Somos lesados por empresas e comerciantes que fazem propagandas enganosas, superfaturam seus produtos e deixam na boca do cliente/cidadão um gosto de derrota.
Os dois personagens principais são, no final das contas, antíteses por fora, mas idênticos por dentro, onde ambos estão no limite da razão. Um se apoia no seu instinto primitivo para fazer justiça, outro em uma lógica despersonalizada de "dever a ser cumprido". No entanto, ambos só estão tentando organizar uma situação caótica e insuportável para escapar da loucura.
O filme é uma pungente crítica sobre a sociedade de consumo e o escárnio com que somos tratados diariamente, nas mais variadas situações. Com uma grande interpretação de Michael Douglas, entregando aqui uma das melhores de sua carreira, e coadjuvado muito bem por Robert Duvall. A obra é recheada de frases memoráveis, sarcasmo afiado e cenas impagáveis! Minha favorita é a cena em que o protagonista desconta sua raiva no pobre telefone público 😂🤣.
Peca por não ser tão visceral e violento como se vende, afinal...
O protagonista matou apenas uma pessoa, um homem nazista.
Gostei do filme, mas não foi uma grande experiência como esperava. Já que assisti a filmes de temáticas parecidas que são bem melhores; com mais extremismo, mais demência, mais corajoso, mais certeiro, etc.
Assistido em 22 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Uma das sequências de filmes mais esperadas do século XXI finalmente chegou entre nós. "Avatar: O Caminho da Água" foi adiado inúmeras vezes, aumentando a ansiedade dos fãs, e a expectativa pelas novidades que o filme iria mostrar para o público. O filme levou muito tempo para ficar pronto, devido à tecnologia atual não ser o suficiente para às demandas da obra (mesma situação que ocorreu com o primeiro Avatar). James Cameron e sua equipe tiveram que se reinventar, e novamente criaram outras ferramentas adequadas às necessidades de "Avatar 2".
A grande questão entre os fãs e público casual de "Avatar", era se a sequência iria superar o primeiro, já que muitos consideram o filme original como uma das melhores obras do século XXI. Me parece que às preferências estão bem divididas, uns acham o filme original melhor, já outros gostaram mais da sequência. Já eu, faço parte do time que curtiu muito mais "Avatar 2", e Cameron é o grande responsável por isso, aqui ele potencializa e eleva a outro patamar às principais virtudes do primeiro filme.
O filme expande o universo de Pandora, onde conhecemos um novo local lindíssimo e uma nova raça de Na'vis. Agora a situação é mais delicada, onde o inimigo nivelou o jogo, e com os próprios recursos de Pandora, estão mais poderosos do que no primeiro conflito retratado no filme original. Com novos personagens, novos conflitos internos dos protagonistas, novidades, etc. Cameron fez de seu épico de aventura e ficção científica, um filme grandioso em conteúdo, mais do que o suficiente para entreter o telespectador durante suas três horas de duração. Aliais, 3h que passam num piscar de olhos, você não sente o tempo do filme, tamanha a imersão que ele lhe proporciona.
Como era o esperado, a produção do filme é seu principal ponto forte. A beleza dos cenários paradisíacos servem como um eficiente colírio para os olhos, um espetáculo visual fabuloso! Onde celebramos a grandiosidade de um verdadeiro blockbuster de respeito! Com a natureza dos oceanos fictícios de Pandora servindo de pano de fundo e dando vida ao filme!
O filme é de uma qualidade técnica perfeita e surreal! Novamente Cameron consegue inovar nos efeitos visuais, e mais uma vez, irá deixar seu legado para os próximos filmes de características semelhantes a "Avatar". O trabalho de captura e movimento chama a atenção, impressionando pelo realismo das cenas de expressões faciais e corporais dos personagens. A obra provavelmente irá abocanhar quase todos os prêmios das categorias técnicas do Oscar, com o filme "Top Gun: Maverick" correndo por fora.
Um ponto interessante a se destacar no filme (até mesmo acima de seu visual), foi a representatividade da família tradicional, que Cameron fez questão de valorizar durante todo o filme! A família tradicional sempre será o pilar da sociedade, e não há nenhuma chance de ideologias e militâncias malignas mudarem isso. Foi muito bacana e satisfatório ver que o diretor deu ênfase a algo tão negligenciado, atualmente, pelos liberais.
Cameron é o único cineasta que realmente sabe trabalhar e extrair o máximo da tecnologia 3D, onde nenhum outro filme conseguiu oferecer o mesmo nível de experiência. O 3D de "Avatar: O Caminho da Água" te coloca em estado de êxtase e deixa qualquer um de queixo caído! É um dos principais trunfos desse novo "Avatar", apesar de a tecnologia já não ser tão badalada quanto no filme antecessor. Na minha opinião e na de muitos... é o melhor 3D da história do cinema moderno.
James Cameron entra para a história do cinema, se tornando o paizão do cinema moderno. Todos os seus filmes de ficção científica são muito acima da média para os padrões de sua época, principalmente "Terminator 2", que considero não somente como um dos melhores de ficção científica, como sem exageros, um dos melhores de toda a história cinematográfica.
Enfim, "Avatar: O Caminho da Água" é uma obra divertidíssima e emocionante em várias ocasiões. Entregando tudo aquilo que foi prometido e o que se esperava de um verdadeiro filme merecedor de ser visto no cinema. Valeu muito cada centavo gasto!
Assistido no cinema em 20 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 9,0/10
"Avatar" deve ser o primeiro nome que vêm à cabeça de muitos quando se fala de um grandiosíssimo blockbuster, ou de um belíssimo filme de ficção científica. Não é para menos, pois, esta obra do James Cameron revolucionou o cinema, a maneira de se fazer filmes modernos e sendo o responsável pela grande febre da tecnologia 3D, no início da década de 2010. Fez um sucesso estrondoso impressionante de bilheteria doméstica e internacional, se tornando a maior bilheteria da história do cinema, feito que dura até hoje…
James Cameron é um diretor muito cauteloso, não é afobado e sempre leva o tempo necessário nos projetos de seus trabalhos, tanto é que o intervalo de tempo entre seus três últimos filmes: "Titanic (1997)", "Avatar (2009)" e "Avatar: O Caminho da Água (2022)", são de mais de dez anos! Com certeza o cineasta exige muito de si, não permitindo que possíveis erros graves comprometam o sucesso de seus filmes. E de fato, seus filmes são muito bem dirigidos e de quesitos técnicos sublimes.
Cameron com muita imaginação criativa, criou um fantástico mundo de fantasia exuberante em natureza, animais, cores vibrantes e recursos naturais. Pandora é um planeta grandioso e esplêndido em terras, águas, montanhas, árvores, etc. Um local que até então… é pouco conhecido e muito pouco explorado, não é à toa que Cameron tem planos para mais quatro sequências de "Avatar" (contando com a já lançada "Avatar: O Caminho da Água").
Pioneiro dos filmes modernos na década de 2010 para frente… "Avatar" teve um papel importantíssimo na indústria cinematográfica, pois, muitos outros diretores e produtores se aproveitaram da tecnologia usada em "Avatar", e as implementaram em seus filmes, principalmente no uso do 3D. Por tanto, Cameron ajudou o cinema a ter novas ferramentas na produção de grandes blockbusters que vieram após "Avatar", uma contribuição muito importante para o show do entretenimento cinematográfico.
O filme traz uma reflexão sobre a ganância do ser humano em explorar lugares com recursos abundantes a qualquer custo, nem que para isso seja necessário o uso da força bruta, violência e destruição do meio-ambiente. Ou seja, sem paciência e capacidade de dialogar e de negociar com os nativos do local, tampouco sem consciência dos impactos ambientais de suas ações destrutivas. Por tanto, a mensagem do filme é bem clara, mostrando a intolerância humana com pessoas de outras culturas e indiferença com às consequências de seus atos.
Enfim, "Avatar" é um filme de ambientação impecável, efeitos visuais inovadores de cair o queixo e de peso emocional da história bem desenvolvido. Um primor cinematográfico em todos os aspectos técnicos, mas sem deixar a narrativa em segundo plano. James Cameron como sempre, dando o máximo de si.
Versão estendida revista em 18 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,5/10
"As Linhas Tortas de Deus" é apenas o 4º filme do ótimo diretor e roteirista Oriol Paulo, particularmente já creio que escreveu o seu nome na história do cinema, mesmo com poucos trabalhos até aqui… Oriol é um cineasta com início de carreira fenomenal, quebrando barreiras ao já se lançar no mundo cinematográfico em seu ápice, além de ser provavelmente o principal responsável a colocar o cinema europeu e de seu país, em um patamar acima dos demais.
Considero este filme uma obra menor da filmografia do Oriol Paulo, achei apenas bom, que corresponde às expectativas dos telespectadores e admiradores do cineasta, e dentro das características do diretor. Dessa vez, não achei o Oriol afiado e inspirado como em seus dois primeiros trabalhos ("O Corpo" e "Um Contratempo"). Nestes filmes ele conseguiu causar mais e surpreender mais, com um nível de genialidade raramente visto antes, e também melhor executado com mais agilidade e objetividade. Aqui o filme é um pouco mais burocrático, creio que 2h30min poderiam ter sido mais enxutos.
O filme aborda o poder de persuasão e manipulação humana, com uma boa personagem central e atriz que deu conta do protagonismo. É interessante vermos e conhecermos muitas das situações da loucura, demência e delírios da mente humana, tudo isso aliado a uma edição e montagem inteligente, complexa e desafiadora para os telespectadores. Oriol Paulo mantêm sua essência, entregando um filme recheado de reviravoltas, narrativa não-linear e idas e vindas com diversos socos na mente do telespectador.
Ambientação e cenários dos anos 70 do sanatório são perfeitos! Ajudam a construir um clímax envolvente e condizente com os desdobramentos e surpresas do filme. A chuva constante em partes da trama numa região montanhosa e arborizada, realçam o desenvolvimento de um bom suspense/mistério clássico.
O longa peca um pouco nos exageros de plot twists, sendo que muitos não têm o mesmo impacto dos trabalhos antecessores do Oriol Paulo. Particularmente não digeri bem o plot twist final, nada contra a desfechos 100% interpretativos, mas sempre acharei melhor finais com desfechos conclusivos e certeiros.
Assistido em 13 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 7,0/10
Primeiro filme assumidamente ficção científica do diretor e roteirista Jordan Peele, um dos nomes mais promissores do cinema moderno e de seu futuro. O cineasta parece que veio para ficar, em pouco tempo conquistou fãs e respeito pelos críticos, graças aos seus trabalhos autorais nada convencionais e com um certo grau de ineditismo. Peele prioriza trazer os problemas mais comuns do mundo, especialmente os sociais, e transformá-los em histórias com o intuito de reflexão e chamar a atenção da sociedade.
Dessa vez acho que o Peele exagerou nas críticas sociais, basicamente o filme é só isso… Um bom filme não se sustenta somente com um segmento, e por esse motivo acredito que faltou equilíbrio em "Não! Não Olhe!". Um bom exemplo disso é a subtrama do chimpanzé, que ficou só na crítica social, pois, aparentemente não têm conexões com a trama principal. Particularmente achei o filme sem propósito e fraco no quesito entretenimento.
O filme até se inicia promissor, com a boa direção do Peele que estamos acostumados, introduzindo o suspense, mistério, medo, tensão e terror a sua maneira, numa construção minuciosa de clímax sombrio apavorante. No entanto, o filme foi perdendo ritmo e consequentemente meu interesse em finalizá-lo, pois, o terceiro ato descamba para algo inacreditável, que me desagradou muito e tornou a obra extremamente decepcionante para mim.
O OVNI revela sua verdadeira característica, se transformando em uma espécie de lençol gigante, variando em diversas formas diferentes. Depois é derrotado por um boneco inflável gigante, aí fico com cara de idiota tipo WTF?!… Tudo bem que "inovar" é sempre bom, mas não dessa maneira besta e intragável.
Peele não abandona seus moldes de se fazer cinema, às críticas sociais estão mais presentes do que nunca, às metáforas e simbolismos também! Entretanto, exagera em seu vício cinematográfico e esquece de entregar algo minimamente satisfatório e envolvente por completo. Somente o tempo irá dizer se o Jordan Peele irá se tornar um novo M. Night Shyamalan no futuro, mas aqui digo que ele já deu o primeiro passo, pois, "Não! Não Olhe!" é de muito longe seu pior filme até agora…
Maratona Jordan Peele Assistido em 11 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 4,0/10
Jordan Peele é um dos poucos cineastas com trabalhos iniciais a já ter um grande prestígio em prêmios e popularidade, alcançando o estrelato hollywoodiano com rapidez. Seu sucesso é graças a filmes com críticas sociais sobre intolerância racial, sobre a maldade mascarada do ser humano, etc. Tudo isso aliado ao terror psicológico de boa qualidade, sem os moldes tradicionais do gênero, sem ideias batidas, sem mesmice, sem clichês e de bônus reviravoltas surpreendentes.
O filme têm alguns problemas de concordância narrativa, porém, todo diálogo tem uma importância na história, sua precisão é incrível e suas ramificações que dão volta no mesmo lugar são gostosas de assistir, pois, essas voltas tem curvas que fogem do comum. Peele te leva a um caminho e te tira logo depois, e isso ele faz diversas vezes ao decorrer do longa, com um roteiro ácido e bem trabalhado, que te leva a um desfecho singular.
Jordan Peele sabe exatamente como se dirige um filme de suspense/mistério/terror, a mescla da expectativa junto da trilha sonora e da câmera que vira sempre contra o olhar do personagem em tela. São conceitos de como criar um suspense que a maioria dos diretores esquece, mas Peele não, ele faz o dever de casa e faz muito Bem! Além da fotografia que mescla o claro ao escuro, juntamente a mixagem de som resultantes em um trabalho técnico ótimo!
O diretor é muito perspicaz, pois, ao nível de comparação com sua primeira obra "Corra!", com "Nós", acredito que ambos os filmes se complementam com suas diferenças, o que falta em um tem no outro e vice-versa. "Corra!" é um filme mais coeso, redondinho e dinâmico. Já "Nós", é uma obra mais complexa, mirabolante e com uma trama mais fora da caixinha, além do plot twist aos quarenta e cinco do segundo tempo! Seguindo semelhantemente os primeiros passos do cineasta M. Night Shyamalan.
Lupita Nyong'o está espetacular em seu papel, dando um show de atuação com gosto de seus personagens dúbios e conflituosos, sentimos sua raiva, angústia e violência. Me surpreendeu demais! Sendo muito exigida e arrisco a dizer que coloca muita atriz de mais experiência e bagagem no bolso.
Enfim, "Nós" é um divisor de águas, obviamente não irá agradar a todos pelos rumos que a história tomou, pois, a narrativa é bem fictícia e pode soar extremamente forçada por uma parte dos telespectadores. É mais uma obra interessante de Peele, que novamente veio recheada de detalhes, simbolismos e metáforas, além de ser reflexivo sobre nossa parte "sombria". A frase "Nós mesmos somos nossos maiores inimigos", nunca fez tanto sentido com este filme.
Maratona Jordan Peele Assistido em 6 de dezembro de 2022 Minha avaliação: 8,5/10
O Homem da Terra: Holoceno
2.4 30Uma sequência ainda mais desconhecida que o filme original "O Homem da Terra", de 2007, lançada dez anos depois… Só descobri essa continuação devido à minha curiosidade em vasculhar praticamente tudo do site, caso contrário, jamais teria visto este filme. Apesar de toda a boa vontade do diretor e produtores, infelizmente, essa segunda parte não oferece a mesma experiência do primeiro filme. Tudo ficou fraco devido ao roteiro extremamente comum, sem alma e sem encanto.
Tudo de legal que foi construído no primeiro filme; diálogos, desenvolvimento de personagens, história interessante, etc. Lamentavelmente não teve o prosseguimento adequado para a história do protagonista John Oldman (David Lee Smith), onde o filme percorreu pelo caminho mais fácil, mais comum, mais desinteressante, etc. Aqui os personagens coadjuvantes são chatos, mal desenvolvidos e em diálogos pobres de conteúdo, ou seja, foi tudo o oposto que o filme original proporcionou.
Antes do filme começar, há um pequeno depoimento do diretor Richard Schenkman, pedindo doações para quem viu o filme via download. Bom… Não dá para crucificar e exigir muito de um diretor que trabalhou num projeto praticamente sem apoio e recursos. No entanto, o filme original deu muito certo! Graças ao já falecido roteirista Jerome Bixby, sem a mão dele, este filme simplesmente não saiu do lugar, não expande a história do protagonista e nem acrescenta nada de relevante a história.
Não gostei que inseriram adolescentes num contexto extremamente maduro, acho que não combinou com a proposta do filme. O andamento da trama não empolga em nenhum momento.
Embora melhore um pouco quando o protagonista resolve falar a verdade para um de seus alunos, e às coisas começam a sair de controle…
Preferiram deixar o final em aberto, com o desejo de produzirem um terceiro filme, mas creio que seja difícil pela recepção negativa. Com isso, deixaram mais perguntas do que respostas…
2 de março de 2023
Minha avaliação: 5,0/10
O Homem da Terra
4.0 456 Assista AgoraFilme de ficção científica pouco conhecido no mundo em relação a outros do gênero, especialmente no Brasil, onde nem mesmo ganhou dublagem. Possui um desenvolvimento diferente do que estamos acostumados; apenas uma locação, com um grupo de amigos conversando em uma sala, seguindo assim até o seu final, apostando apenas nos diálogos. Acredito ser muito difícil essa fórmula dar certo, pois o roteiro do filme tem que ser impecável e certeiro no assunto retratado.
Tenho que tirar o chapéu para os produtores desse filme, criar um longa-metragem de ficção sem efeitos visuais e praticamente sem orçamento não é para qualquer um, é um grande desafio até mesmo para os melhores diretores da atualidade. Com isso, só sobrou o roteiro como base do filme, sendo a alma de toda a projeção da obra e o único quesito cinematográfico que poderia surpreender o telespectador.
"O Homem da Terra", conseguiu me deixar intrigado, pois nunca imaginei ser possível fazer um filme de ficção científica apenas com diálogos, principalmente no século XXI. Logo de cara, já deu para perceber que seria muito interessante e envolvente acompanhar a surpreendente história do personagem John Oldman, e toda a discussão e questionamentos levantados durante o filme. Temos um roteiro incrível muito bem escrito pelo já falecido Jerome Bixby, que fala de tudo um pouco; história do mundo, filosofia, psicologia e religião.
O filme aborda de forma inteligente como o ser humano reage ao descobrir uma verdade chocante e inconveniente, pondo em xeque tudo em que acredita, e que aprende ao longo da vida em escolas, livros, internet, etc. Além de presenciarmos uma pessoa que fala uma verdade que ninguém gostaria de saber, ser tratado como louco (algo que acontece constantemente no Brasil). Um bom exemplo disso no país foi com o político Enéas Carneiro, que era considero louco por muitos nos anos 90, hoje é visto como um gênio incompreendido.
Enfim, "O Homem da Terra" é um grande achado e uma ótima opção para sair um pouco da bolha do mainstream. Filme bastante reflexivo, com força de te fazer mudar sua visão do mundo, e te fazer pensar por semanas sobre assuntos pertinentes da humanidade. Só não recomendo para pessoas religiosas muito fanáticas, de resto, é um filme que merece ser mais popular entre todos os tipos de cinéfilos.
28 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista Agora"Mad Max" foi uma franquia de sucesso nos anos 70 e 80, com três filmes lançados e protagonizados por Mel Gibson. A exatos 30 anos depois do último filme lançado, a franquia ganha uma repaginada, uma nova releitura para o cinema moderno. Muitos pensam se tratar de um remake do primeiro filme, mas, na verdade, é um reboot da franquia como um todo, já que neste filme Max Rockatansky já não têm mais a família por perto.
"Mad Max: Estrada da Fúria" é simplesmente um dos melhores filmes de ação da história do cinema, e os motivos parecem ser infinitos, tamanha a perfeição dessa obra de arte. Acho um filme muito especial, já assisti ao menos umas 5 vezes e não enjoo nunca! Dá para contar nos dedos filmes que nos empolgam tanto e fazem nós revemos várias vezes, quando o filme consegue essa proeza, ele está muito à frente de outros filmes semelhantes à sua proposta e estilo.
George Miller brilhou na direção desse grandiosíssimo clássico contemporâneo, criando um excelente clímax. Num mundo pós-apocalíptico onde a água e gasolina valem mais que a vida humana, e aqui vale-tudo para conseguir o "novo ouro" da raça humana, em um mundo completamente dominado pelos loucos! A direção de George Miller é esplêndida! O diretor conseguiu a difícil façanha de um reboot/remake superar o original, e com muitíssima folga em relação a qualquer outro filme da trilogia clássica.
Pode até aparentar ser, mas "Mad Max: Estrada da Fúria" não é apenas um simples filme de ação qualquer, ele vai muito além disso, mostrando um mundo caótico e quente, em um deserto sem esperança para às pessoas. Aborda questões pertinentes e sociais sobre o futuro do planeta terra; seca, temperaturas extremas e falta de recursos naturais devido à poluição e degradação da natureza. Serve como um prelúdio para o nosso futuro (talvez) não muito distante.
Charlize Theron (Furiosa), que mulher! Que personagem! Uma guerreira fodona! Foda com um grandiosíssimo "F" maiúsculo! Isso que eu chamo de empoderamento feminino de verdade, sem lacração e sem militâncias insuportáveis! Pega o exemplo aí Disney, Netflix, entre outros... e aprende como se faz. Tom Hardy (Max) também se sai bem, e ao contrário do que muitos pensam, seu personagem não passa despercebido, dividiu bem o protagonismo com a Furiosa.
Parte técnica do filme é um deleite visual, um colírio para os olhos do telespectador, em um show de imagens de muitíssimo bom gosto! Tenho que destacar aqui a criatividade da produção na construção, visual e design dos carros, um mais doido e insano que o outro, lembrando que os mesmos não são CGI, deixando tudo o mais realístico possível! Maior parte do filme foi utilizado efeitos práticos, um grande diferencial em meio a era digital.
Um filme que dá aulas de entretenimento, aulas de cinema moderno e aulas de produção. Uma obra alucinante, eletrizante, envolvente, extravagante, viciante, visceral, insana, tensa e implacável! É impressionante de se ver como acertaram em tudo! Zero defeitos! Um filme de ação como todos do gênero deveriam ser; frenético, dinâmico, ágil, sagaz, objetivo, de tirar o fôlego, etc.
26 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 10/10
O Predador
2.5 649"O Predador (2018)" é o sétimo filme da franquia (contando com os crossovers Alien vs. Predador 1 e 2), sendo até agora o último filme da saga lançado na ordem cronológica. Foi dirigido por Shane Black, que também é ator e foi um dos personagens coadjuvantes do filme original de 1987, fazendo o papel de um dos soldados da missão na América Central.
Assistir a mais um filme da série "Predador", que fez muito sucesso inicialmente, mas se tornou uma franquia um pouco cansativa e até um pouco sem noção, trocando o sentimento de inteligência e estratégia, por situações mais rasas e quase sem graça. Aqui não muda muito isso, mas que mostra que mesmo não sendo muito a cara do original, dá para fazer um bom filme.
Curioso constatar que essa obra chega não para reinventar a franquia, mas dar um gás diante do desgaste natural que surgiu ao longo dos anos com filmes derivados (em parte até consegue). A começar pela longa lista de integrantes do carismático elenco que se unem na caça contra o Predador, gerando não somente situações para lá de inusitadas, mas recheadas de piadas e sarcasmos que quase sempre casam com a situação; valendo destacar também que a mão do diretor Shane Black fica visível nas pitadas de humor negro típicas de seu histórico cinematográfico.
Pela média geral aqui do site, esperava um filme muito ruim e acabei me surpreendendo positivamente, pois o filme para mim passa longe de ser uma bomba e não condiz com essa avaliação. Ficou bem melhor que "Alien vs. Predador 2", filme com praticamente a mesma nota de média. É verdade que a edição, a direção, e o filme em si é bem bagunçado, com alguns lances bem toscos, mas não acho que isso estrague o filme por completo.
Por ser um filme de 2018, acreditei que a violência iria ser bem modesta devida às frescuras dos tempos atuais, ainda bem que eu estava enganado. O filme entrega bastante mortes bem brutais! Fora o bom ritmo da narrativa e boas sequências de ação em seu terceiro ato. Logicamente é um longa-metragem que não se deve levar a sério demais, é um mero entretenimento como qualquer outro…
O sentimento de que o filme passa rápido é bom! Como a história não empolga, a boa expectativa de ver o que vai acontecer no fim é interessante, e assim se faz. O fim é cheio de mortes, explosões, muito sangue, muita loucura, muito de tudo o que importa num filme de ação. Mostrando bem que vale a pena se importar menos com o roteiro e mais com um grupo de loucos explodindo e matando tudo o que vê pela frente…
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 24 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Predadores
3.0 895 Assista AgoraApesar do grande fracasso de "Alien vs. Predador 2", a 20th Century Fox não desanimou e acabou lançando mais um filme para a franquia, sem ligações com os crossovers lançados anteriormente. "Predadores" é uma nova releitura e tentativa de trazer a franquia às origens, voltando com os cenários de florestas, com a novidade de ser o primeiro filme da saga a se passar fora do planeta terra.
Ao contrário dos crossovers, este filme têm um elenco de nomes conhecidos, como o icônico Laurence Fishburne e o rei do trash Danny Trejo, mas infelizmente ambos foram mal aproveitados. Outros coadjuvantes desinteressantes acabaram tendo mais destaque, o que considero um dos principais erros desse filme, faltou dar um direcionamento melhor para os personagens mais promissores.
Ficou evidente que este filme tem mais elementos de ficção científica em relação aos outros da franquia, mas perde aquela sensação de ser um filme amedrontador e no clima de terror. Já o ritmo até é bom, apesar de a demora do primeiro Predador dar às caras. O maior problema do filme é que ele é muito previsível, logo de cara já dá para adivinhar quem irá morrer e quem irá sobreviver.
Os efeitos visuais estão melhorzinho em relação aos crossovers lançados, já que a 20th Century Fox resolveu abrir mais a mão para este filme, o resultado obviamente ficou satisfatório dentro do disponível. Às cenas de ação são boas, destaco a parte da luta de espadas e o confronto final com o Predador principal. O filme até é um bom passatempo, apesar de que em alguns pontos poderia ter sido bem melhor, mas consegue compensar com algumas surpresas e reviravoltas finais.
Enfim, apesar da tentativa, "Predadores" é mais um filme da franquia que passa longe de ser tão marcante e importante quanto o original. E achei demais pretensioso entregarem um desfecho em aberto, já que este filme nunca teve continuação, além de ser antiquado para esse tipo de filme. Sem muitas exigências, dá para classificá-lo como um filme bonzinho.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 15 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 6,5/10
Alien vs. Predador 2
2.4 413 Assista AgoraTEXTO A SEGUIR COM SPOILERS, JÁ QUE O FILME É RUINZINHO E ACREDITO QUE ISSO NÃO IMPORTE MUITO…
"Alien vs. Predador 2" é uma sequência direta das cenas finais do filme antecessor, cena essa que dá origem ao híbrido entre Predador e Alien, sendo a principal novidade para este filme. Como já mencionado, achei o filme ruim em seu geral, tendo de positivo apenas o fato de ser o filme mais violento da franquia e ter um clima de terror convincente. Logo em seus primeiros minutos, já sai um filhote de Alien da barriga de uma criança, e mais adiante o "PredAlien" socando larvas pela garganta das mulheres grávidas na maternidade da cidade.
Como mencionado por muitos, o filme é bastante incompreensível devido às excessivas tomadas escuras durante toda a projeção. Para piorar a situação, tiveram a "brilhante ideia" de filmar cenas em esgotos, logo em seguida acontece o apagão em toda a cidade, devido à treta do Predador com o Alien na estação de energia. Ou seja, produção totalmente equivocada, que só deu bola fora.
O filme ainda apresenta aquele clichê de jovens brigando devido a uma mulher gostosa, também não poderia faltar o xerife burro e ingênuo que acreditou no governo, e acabou tomando naquele lugar… Têm os outros personagens que do nada aprendem a manusear todo tipo de arma de fogo, etc. Com isso, os arcos humanos ficaram bem inúteis, só servindo de cenas aleatórias de morte.
20th Century Fox foi bastante gananciosa e mão de vaca para o desenvolvimento desse filme, contrataram diretores de rua, além do orçamento reduzido de 20 milhões em relação ao filme anterior, com certeza essa diferença de 20 milhões fez falta. A direção dos irmãos Strause é um grande desastre! Jogo de câmeras ruins, direção amadora, incompetência, etc. Aí você junta orçamento insuficiente com diretores pífios, o resultado é um puro caça-níquel dos mais sem-vergonha já lançado para os cinemas.
De fato, a produção do filme é bem precária, isso fica mais evidente quando a bomba caí na cidade e praticamente nem têm explosões, e também no finalzinho com a queda do helicóptero, sem mostrar como foi o acidente. O filme foi um tapa na cara para quem mete o pau no Paul W. S. Anderson, se com ele na direção o filme anterior não foi bom para muitos, sem ele a situação ficou muito pior…
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 13 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 4,0/10
Alien vs. Predador
2.7 475 Assista AgoraApós a franquia "Predador" ficar engavetada por quase 15 anos, resolveram voltar com a franquia de um jeito diferente, dessa vez em um crossover com "Alien". O cargo de direção acabou ficando nas mãos do rei dos orçamentos médios Paul W.S. Anderson, diretor com experiência de sobra com filmes de criaturas/monstros. Paul Anderson é um dos diretores mais odiados pela galera gourmet, principalmente pela sua adaptação de RE para os cinemas.
Tanto esse filme quanto o diretor acho-os subestimados, para começar, o filme é no mínimo mil vezes melhor do que muitas porcarias lançadas pela Disney e serviços de streamings atualmente. Já o Paul Anderson pode ser considerado limitado, mas ao menos na ação nunca ficou devendo, e neste filme não foi diferente. Pecou somente nos personagens coadjuvantes, que só serviram de isca para a carnificina dos Aliens e Predadores.
O filme até começa sem graça em seus primeiros 30 minutos, mas depois engrena de vez com o primeiro embate de Predador vs. Alien, e vai seguindo assim até o final com boas sequências de ação de destaque. Depois da floresta e cidade, a franquia consegue se reinventar no quesito ambientação, dessa vez se passando na Antártida com belas paisagens gélidas.
Os efeitos visuais estão ok para o orçamento que foi disponibilizado, a fotografia mescla bem o escuro com a claridade, facilitando a compreensão das cenas. A obra tem um ótimo clímax, além de ser o filme da franquia que mais se aproxima de um clima de terror. Em uma cena específica, há um resumo interessante da origem das guerras entre Predadores e Aliens que atravessam séculos!
Enfim, "Alien vs. Predador" não chega a ser épico e grandioso, mas é divertido e é mais um bom acerto na carreira do Paul W.S. Anderson. Afirmo ainda que faz frente aos outros filmes da franquia (com exceção do original, é claro). Merecia uma média geral maior em todos os sites de avaliações de filmes.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 8 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,5/10
Predador 2: A Caçada Continua
3.2 293 Assista AgoraDevido ao sucesso e grande popularidade do filme original do "Predador", uma sequência foi planejada e lançada no início dos anos 90. Obviamente não fez frente ao filme original, pois infelizmente o astro dos filmes de ação Arnold Schwarzenegger recusou reprisar seu papel na sequência, e também o ótimo diretor John McTiernan não voltou para a direção dessa continuação. "Predador 2: A Caçada Continua" foi dirigido por Stephen Hopkins, que na época era apenas o seu segundo trabalho como cineasta.
Não desmerecendo o trabalho de Danny Glover, que por sinal foi bom e aqui ele lembra o seu icônico personagem da franquia "Máquina Mortífera". Entretanto, não têm como negar que essa sequência não é a mesma sem a presença do Arnoldão e da direção do mestre dos filmes de ação, John McTiernan. Por tanto, "Predador 2" é uma continuação de altos e baixos, que apesar de ter bons momentos, suas cenas de ação são inferiores ao filme original.
O filme possui dois momentos de destaque. Onde em seu início já começa com ação desenfreada, em um embate entre policiais e traficantes, com o Predador apenas observando tudo e estudando o humano mais inteligente envolvido no confronto. Gostei muito desse estilo justiceiro do Predador, passando a vala sem dó em gente que não merece a vida, ironicamente acabou ajudando a polícia de Los Angeles no combate à criminalidade hahaha.
Já o outro momento bom acontece em seu final, com o personagem de Danny Glover adentrando na nave espacial dos Predadores, é nessa hora que algumas surpresas são reveladas. Mostrando que os Predadores caçam humanos por "esporte", utilizando seus ossos como uma espécie de exposição e também como troféus. No mais, um dos Predadores entrega ao protagonista uma arma de fogo do século XVIII (provavelmente a mesma que aparece no novo filme do Predador lançado em 2022, referência foda). Com isso, os Predadores são seres que atravessam séculos!
Enfim, essa segunda parte do "Predador" é até um bom filme, mas deixa a desejar em alguns pontos da direção, especialmente na parte do trem, que acabou ficando com cenas incompreensíveis devido a tomadas escuras e filmagem irregular. No mais, achei válida e interessante a mudança de cenário; da selva para às guerras urbanas.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 5 de fevereiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
O Predador
3.8 820 Assista AgoraCertamente quando se pensa em um grandioso clássico, "O Predador" é um dos principais filmes que vêm à cabeça de muitos. É um dos melhores filmes de monstro alienígena da história do cinema, e um dos melhores e mais importantes filmes protagonizados pelo Arnoldão na carreira, fazendo parte do top 5 dos filmes do ator. Um patrimônio histórico dos filmes de ação e dos saudosos anos 80, década importantíssima na história do cinema mundial.
Eu até hoje não entendo como o diretor John McTiernan não decolou em Hollywood, o cara para mim é dono do melhor filme do "Predador" e também do melhor "Duro de Matar" (Duro de Matar: A Vingança), dirigiu no mínimo três grandes clássicos do cinema de ação e deixou legado no gênero. Achei um pecado Hollywood esquecer desse cara no início do século XXI.
"O Predador" é o mais puro suco do cinema brucutu dos anos 80, frases de efeito, badass, protagonista bombadão, muito tiro, porrada, bombas e explosões, além do charme único que só os anos 80 proporcionavam. Predador é um vilão diferente, evoluído, praticamente imparável e cheio de vantagens em relação os humanos, principalmente a apelona camuflagem transparente. Um personagem icônico e imortalizado no mundo da ficção, com objetivo de matar sem dó nem piedade.
Apesar do filme aparentar ser trash, os efeitos visuais práticos não deixam a desejar, e diria ainda que o filme envelheceu super bem! Uma obra feita sem frescuras, numa época que se fazia heróis que todo moleque sonhava em ser. Acho impossível alguém que se diga homem não se divertir e se empolgar com esse filme, pois possui vários momentos impagáveis e inesquecíveis!
Concebido de um suspense inquietante e cenas carregadas de aflição e tensão, o filme mostra soldados altamente treinados se borrando de medo do temível Predador, provando que o vilão foi otimamente bem construído. O duelo final é melhor ainda, Major Dutch cheio das estratégias para enfrentar o Predador, cenas finais dignas de um filmão de ação de respeito! Me entristece ver que hoje em dia filmes desse naipe estejam fora de moda, e que o cinema atual prefere dar ênfase a desconstrução de personagens.
Enfim, temos mais um exemplo de que o simples e a ausência de complexidade nem sempre são ruins, o filme é eficaz e certeiro na sua proposta. De ideias básicas e narrativa previsível, mas que nesse caso não prejudicam a experiência do telespectador. Numa mistura de ação com terror fictício de primeira linha.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Revisto em 21 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,5/10
O Predador: A Caçada
3.6 664Acompanhei às guerras narrativas nos comentários sobre esse filme e cheguei a conclusão de que ambos os lados exageraram muito. Primeiramente fiquei feliz por não ter visto essa lacração toda que muitos citaram, no meu ponto de vista, o fato da protagonista ser mulher não comprometeu com a história e qualidade do filme. Por outro lado, os progressistas que afirmam que esse filme é melhor que o original, estão de sacanagem e vão muito na onda do Rotten Tomatoes.
"O Predador: A Caçada" é uma nova tentativa de trazer de volta os anos de glória da clássica antologia oitentista, uma nova releitura que bebe muito da fonte do original. A proposta de trazer um Predador no século XVIII em um contexto indígena foi uma grande ideia, porém, acaba pecando com maneirismos modernos, diálogos bobos e simplistas. Ainda que essa parte do filme dê para relevar e ignorar.
Acertaram em cheio na ambientação e no desenvolvimento de um clima de terror/suspense variante entre a luz do dia e a noite, às cenas de violência me chamaram a atenção, são até bem brutais para os padrões de Hollywood. Vale destacar também a direção de fotografia estupenda e a direção de arte impecável. Às cenas de ação são bem legais e ágeis, aliada a bons efeitos visuais, considerando o poder de investimento limitado.
No final das contas, o resultado geral foi bem positivo, o filme veio como uma visão refrescante para a franquia que não andava bem já há um bom tempo. Lançado direto para streaming, o filme até surpreende em vários aspectos, ainda mais considerando o baixo orçamento. Fizeram o básico bem executado, em um filme curto, sólido, objetivo e de ritmo muito bom!
Não se dá para exigir muito de algo vindo dos streaming, logicamente têm seus erros e o público acaba ficando dividido. No entanto, também têm muitos acertos e esse novo Predador acaba sendo um entretenimento de bom nível e uma adição muito bem-vinda a franquia.
Maratona Predador (Ordem Cronológica)
Assistido em 20 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,5/10
Resgate
3.5 803"Resgate" é um filme de ação muito bom! Até poderia ter sido lançado sem problemas no cinema, pois podemos considerar que é raridade atualmente quando a Netflix acerta a mão. É verdade que a trama é bem básica e genérica, mais uma vez, a porrada e a bala come solta devido a um adolescente. Mas nem sempre tudo que é simples é ruim, às vezes não inventar demais é o melhor caminho dependendo da proposta.
O novato Sam Hargrave é a grande surpresa desse filme, conseguiu chamar a atenção com uma baita direção de qualidade, especialmente pelos deliciosos planos-sequências em quase todo o filme. Assim temos um diferencial que achei crucial numa obra, filmes de ação com poucos cortes e câmera dinâmica e não tremida são uma tendência necessária para o bem do gênero. Com isso, o diretor já deu aulas de edição e montagem logo em seu primeiro trabalho.
Um filme de ação para quem gosta de ação, simples assim… Com o clássico protagonista brucutu semi-imortal, umas exageradas ao estilo "John Wick" e a famosa trinca de tiro, porrada e bomba! Ou seja, era exatamente isso que eu estava procurando para passatempo. Tudo isso com seriedade e carga dramática interessante, sem aqueles moldes de humor idiota do último filme do "Thor".
Enfim, o filme se destaca em seus conjuntos de ação, longas e lindas tomadas com cenas de lutas brutalmente fundamentadas, mostrando a natureza cruel da guerra. Às coreografias de lutas são espetaculares, e os tiros longos durante a extensa cena de perseguição particularmente impressionantes, imergindo ainda mais o telespectador na tensão.
Assistido em 18 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Jurassic World: Domínio
2.8 555 Assista AgoraEnfim, cheguei ao fim dessa maratona Jurássica, formada de duas trilogias muito bem-sucedidas nas bilheterias. "Jurassic World: Domínio" é o único filme da saga a não se passar em um parque ou ilha, e também o único a se passar em vários lugares do mundo. Apesar de ser o mais detonado pela crítica especializada, conseguiu ser o quarto filme a superar a arrecadação acima de 1 bilhão de dólares, ou seja, pelo menos para a Universal, valeu a pena o investimento.
Alguém deveria ter avisado a Universal, os produtores e diretor; de que o telespectador já está careca de saber que o ser humano é ganancioso e inconsequente. Achei desnecessário e de uma falta de criatividade explorar isso novamente na franquia, já que está bem claro a mensagem que quiseram passar. Em cima disso, ainda temos uma narrativa de gafanhotos-gigantes?! Fico me perguntando onde os roteiristas estavam com a cabeça quando colocaram isso em prática… Às estatísticas não mentem, quando resolvem inventarem demais, raramente dá certo.
O filme tenta ganhar o público com a mesma ideia e fórmula de "No Way Home", pela memória afetiva e nostalgia do público, ao unir o elenco da trilogia clássica com a atual. Entretanto, essa reunião não têm aquele peso emocional que se esperava, sem falar que demoraram demais para aparecer juntos. Valeu a pena curtir esse momento, porém o fan service não chega nem aos pés do proporcionado por "No Way Home". Muito pelos rumos equivocados que a história tomou.
O maior erro aqui, sendo o responsável pela grande maioria das críticas; é terem deixado os dinossauros em segundo plano. Afinal, o filme não é sobre dinossauros? Foi uma mancada muito grande de quem teve essa infeliz ideia, deveriam ter aproveitado a longa duração para mais cenas de ação e aventura com os dinossauros. Ou explorar melhor às consequências e caos da nova era cretácea mundo afora.
Sinto haver muitas histórias mais interessantes que poderiam ter sido contadas aqui. Isso me faz querer ver mais deste mundo, agora com os dinossauros sendo lançados no mundo, deixa muitas histórias em potencial abertas para serem contadas! Esta história poderia ter sido melhor, foi muito mal contada. Foi excepcionalmente escrito de maneira fraca e não foi atraente ou interessante para grande parte do filme.
Passou longe de ser ótimo, embora dá para se divertir e aproveitar o filme como um bom passatempo. Às cenas de ação em Malta (Itália) terminando no avião foi a melhor parte do filme, mas se tratando de uma possível final de saga, ficou faltando aquele desfecho épico, matador e inesquecível. Ainda assim, acho que a média geral do filme merece uma avaliação melhor.
Assisti à versão estendida de 160 minutos (2h40min), onde vi notícias de que o diretor afirma ser a “versão original” do filme. Não saiu dublado para o Brasil e você o encontra facilmente no site RARBG.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Assistido em 5 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraO primeiro filme da nova trilogia arrebentou nas bilheterias, era lógico que um segundo filme iria ser produzido. "Jurassic World: Reino Ameaçado" faturou menos que o filme antecessor, ainda assim, conseguiu uma excelente arrecadação, mesmo tendo desagradado à maioria da crítica especializada e também boa parte do público.
O filme se divide em duas partes. A primeira hora ótima, a segunda nem tanto... Curti demais a cena de abertura com o velho e bom clímax dos filmes clássicos, com a noite chuvosa tomando conta dos cenários, valorizando o suspense e o medo. Depois vêm o início promissor, com às ruínas do parque da Ilha Nublar, e logo após a erupção do vulcão, com toda aquela bagunça e desespero dos dinossauros e protagonistas tentando escapar da morte. Na minha opinião, foram às melhores partes do filme.
Aí entra a segunda parte, onde o filme perde seu brilho e fôlego, além de deixarem a originalidade em segundo plano. Não gostei tanto assim da mudança brusca de cenários, começa em ambientes abertos, depois passa a ser dominado por ambientes fechados. É aí que o filme começa a ficar um pouco desinteressante, com às cenas de ação dos dinossauros passando dentro de uma mansão. Com isso, perde todo aquele encanto do parque e das florestas, os verdadeiros cenários que sempre foram marca registrada da franquia. Nisso os produtores e direção erraram feio.
Novamente temos o tema da ganância humana de querer controlar a natureza a todo custo, na base da exploração dos animais, com o intuito de ganharem muito dinheiro em um negócio aparentemente muito lucrativo. Entretanto, esta fórmula de narrativa já está ficando muito desgastada e cansativa, além da humanização dos dinossauros que soa um pouco forçada, se compararmos com a trilogia clássica.
Se não formos muito exigentes e deixarmos a história em segundo plano, o filme consegue resultar em bons momentos; tanto pela soberba visual concedida pelos efeitos visuais caprichados, quanto pelos planos cuja tensão é reflexo dos trabalhos anteriores do competente diretor J. A. Bayona. A ação que mescla atores com ambientes reais e virtuais é notável, principalmente na fuga da Ilha Nublar, garantindo um grande passatempo de luxo.
Enfim, temos mais um filme jurássico voltado ao entretenimento, e isso é bem claro pelas características e prioridades do filme. Ao menos, os dinossauros ainda continuam sendo protagonistas, pois estou receoso com o que verei do filme que fecha a saga Jurássica. Alguns pequenos erros foram corrigidos (dessa vez a Bryce Dallas Howard corre de tênis, bem melhor né? rsrs).
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Assistido em 3 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 7,0/10
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista Agora"Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros" dá início a uma nova trilogia Jurássica, com novos atores, nova roupagem e com objetivo de dar uma repaginada na franquia. Fez um sucesso impressionante nos cinemas, sendo disparado a maior bilheteria de toda a saga, além de surpreender e superar arrecadações de filmes extremamente badalados como: "Vingadores: Era de Ultron" e "Velozes & Furiosos 7".
Quando o filme foi anunciado nem fiquei interessado em conferir nos cinemas, pois Hollywood vive uma série crise de criatividade, com extrema dificuldade de criar algo novo e inédito para os telespectadores. Atualmente o cinema estadunidense vive de remakes, reboots e spin-offs; uma tendência e aposta hollywoodiana de conquistar público pela nostalgia de filmes que fizeram muito sucesso no passado. Em muitos casos dá errado, dependendo do filme acaba até mesmo dando um grande prejuízo aos produtores e distribuidores. Em outros casos dá resultados satisfatórios, como nos filmes: "Mad Max: Estrada da Fúria", e mais recentemente "Top Gun: Maverick".
Construído num formato que continua a trilogia original e, ao mesmo tempo, a homenageia, se utilizando de alguns conceitos e reencenando partes do filme original. Ele é efetivo em agradar os fãs da franquia, que não se importam com os descuidos de sua produção. Os efeitos especiais são muito competentes e refletem um esmero em sua direção de arte.
A fotografia nos transporta por um tour esfuziante pelo “zoológico reptiliano”, que agora está aberto à visitação do público, de forma bastante convincente. A trilha sonora, que reutiliza os famosos acordes de John Williams, agora numa releitura de Michael Giacchino, também é efetiva em nos transmitir muitas das sensações que tivemos na primeira vez que entramos em contato com este universo.
Às subtramas do filme até que são interessantes. Temos uma protagonista, que por excesso de trabalho, não têm tempo de ter vivências com os familiares. E uma empresa corporativa extremamente gananciosa, sempre buscando meios de obter mais lucros custe o que custar. Nestes cenários, o filme traz reflexões sobre às prioridades das pessoas no mundo moderno, e às consequências que às grandes corporações causam a sociedade; ainda que de forma rasa e clichê.
É verdade que o filme é desleixado com seu roteiro, diálogos, atuações e por consequência na construção de personagens. Também peca por alguns momentos e detalhes inverossímeis como, por exemplo: A Claire (Bryce Dallas Roward) correndo de um dinossauro em um salto alto feito do mesmo material de um Nokia Tijolão rsrs. No entanto, o filme é extremamente dinâmico, envolve e empolga com facilidade, têm muita ação, muita bagunça e caos, e é altamente divertido!
O diretor inexperiente Colin Trevorrow conseguiu dar conta do recado, não sentiu o peso e responsabilidade de dirigir um filme de uma das franquias mais importantes da história do cinema. De certa forma, cumpriu com o necessário para entregar um grande blockbuster de respeito! Me atrevo a dizer que em alguns pontos igualou o clássico filme de 1993, em uma super aventura de tirar o fôlego! Principalmente nos instantes finais, com a reaparição de um velho conhecido dos fãs.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto no Prime Video em 2 de janeiro de 2023
Minha avaliação: 8,0/10
Jurassic Park III
3.1 489 Assista Agora"Jurassic Park III" marca o fim da primeira trilogia Jurássica nas telonas do cinema, sendo o filme mais curto de toda a saga dos dinossauros e também o menos rentável de todos os seis filmes da franquia. Creio que isso aconteceu porque infelizmente Steven Spielberg não voltou para dirigir essa sequência, já que é o diretor mais bem-sucedido da história do cinema. Ou seja, sabe como ninguém atrair público para às salas de cinema, com experiência de sobra em filmes comerciais/populares.
O principal ponto negativo dessa primeira trilogia foi o mau aproveitamento do elenco original, onde o trio de protagonistas Dr. Alan Grant (Sam Neill), Dr. Ellie Sattler (Laura Dern) e Dr. Ian Malcolm (Jeff Goldblum) não aparecem mais juntos após o primeiro filme. Não é à toa que o filme original é o melhor! O mais clássico, o mais marcante, o mais nostálgico e o mais lembrado pelo público e fãs.
Dessa vez o Tiranossauro (T-Rex) ficou em segundo plano, algo que não me agradou muito, já que particularmente não curti tanto esse Espinossauro com boca semelhante a de um jacaré. O filme é mais focado nos Velociraptores e nas espécies voadores Pterossauros.
Assim como aconteceu no filme antecessor; o roteiro é mal desenvolvido, fraco, cheio de furos e não consegue atingir complexidade e aferir surpresas ao público. Prova disso é a duração do filme, sendo muito pequena para desenvolver uma boa trama, além do elenco mal escalado. Sam Neill não compromete e inclusive acho ele um protagonista melhor que Jeff Goldblum, mas Téa Leoni e William H. Macy estão deslocados e muito estereotipados em seus personagens, especialmente ela. As piadas constantes presentes nas outras tramas, aparecem aqui de forma tímida e não eficientes.
Com a direção de Joe Johnston; às cenas noturnas, a chuva e o maior clima de suspense ficaram pouco presentes. A fotografia de Shelly Johnson não ajuda com demasiadas cenas realizadas à luz do dia, enfraquecendo a criação de um clima assustador. Além da falta de cenas mais ameaçadoras, das cenas megalomaníacas de Spielberg, vemos também uma presença mais espaçada e menos constante dos dinossauros. A diferença é nítida sem a mão de Steven Spielberg.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 29 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 6,5/10
O Mundo Perdido: Jurassic Park
3.5 614 Assista AgoraSegundo filme da trilogia clássica dos dinossauros mais famosos do cinema, em uma sequência muito aguardada pelos fãs e mais do que obvia devido ao sucesso estrondoso do primeiro filme. Nas bilheterias arrecadou bem menos que o original, mas ainda assim, fechou com números bem respeitáveis para a época.
Mantém os efeitos visuais excelentes para a época, com o CGI dos dinossauros novamente impecáveis, nos impressionando ainda mais com detalhes técnicos, em um trabalho artístico incrível e de altíssimo nível profissional. A essência dos dinossauros em atacar por instinto continua nessa sequência, um dos pontos mais importantes e de grande acerto do filme.
Possui às mesmas características do original, só que esse é mais movimentado, dinâmico, frenético e com cenas mais mirabolantes. Assim como no primeiro filme, a fotografia escura realça a sensação de perigo e clima assustador, com cenas predominantemente noturnas e clima chuvoso na maior parte do tempo.
Ponto negativo do filme foi a ausência do elenco original, apesar da presença das crianças do filme antecessor, foram mal aproveitadas fazendo apenas uma figuração. O excesso de figurantes também só serviram de presas fáceis para os dinossauros, além da troca de protagonista que não caiu bem na história. Por esse motivo acho este filme levemente inferior ao primeiro.
Spielberg fez um bom trabalho na direção, pois teve que se virar com um roteiro não muito inspirado, diferente do que aconteceu no filme original. Aqui ele focou mais na diversão e entretenimento do que em algo mais profundo, e realmente o filme cumpre o seu papel como um bom filme pipoca. Por isso muitos o consideram como seu trabalho mais fraco na carreira, algo que discordo totalmente.
O filme se destaca com muitos momentos empolgantes, às melhores sequências no meu gosto pessoal foram o ataque ao trailer, e na parte final quando o Tiranossauro invade a cidade de San Diego.
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 28 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros
3.9 1,7K Assista Agora"O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final" possui na minha opinião os melhores efeitos visuais do século XX, em um CGI revolucionário para sua época. Dito isso, "Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" aparece logo atrás e não fica tão longe assim, fazendo uma boa disputa e sendo o principal oponente do filme citado acima. Os detalhes técnicos, traços, captação de movimentos e CGI dos dinossauros impressionam até hoje, tudo muito surpreendente e de altíssimo nível para época.
Principal sucesso comercial de bilheteria da extensa carreira cinematográfica de Steven Spielberg, alcançando números bem expressivos, que foram mais que suficientes para garantir uma sequência. Foi um dos seletos filmes a passar de 1 bilhão em arrecadação nos anos 90, feito conseguido somente por "Titanic (1997)" e "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma (1999)". No Brasil não foi diferente, ficou por muitos anos como um dos principais filmes mais procurados nas locadoras de sua década.
Spielberg criou um mundo fantástico! Conseguindo se superar em um filme que exigiu muito de equipamentos de alta tecnologia, onde não existia a facilidade dos avanços tecnológicos de hoje. É aí que entra a criatividade no processo de desenvolvimento de uma obra, algo que está muito em falta nos filmes atuais, principalmente nos lançados diretamente para streaming. "Jurassic Park" é o pioneiro dos filmes quando se trata de magia no cinema.
Gostei do elenco de bons nomes, com todos interpretando personagens carismáticos e em sintonia. Spielberg é o melhor diretor quando se trata de trabalhar com crianças, aqui mais uma vez, ele escolheu atores mirins que desempenham papéis importantes na trama, onde ambos são simpáticos e divertidos. Somente agora que reparei nessa revisita, que o grande Samuel L. Jackson faz parte do elenco do filme.
O filme tem um grande mérito de mesclar uma boa ficção científica em uma aventura fascinante, hipnotizante e que acaba misturando também um pouco de suspense, um pouco de humor, e até mesmo um terror leve. Além de sermos agraciados com cenas grandiosas e espetaculares em um mesmo contexto.
"Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros" marcou sem sombra de dúvidas toda uma geração e é referência até hoje. Quase não dá para acreditar que o filme já vai completar 30 anos de seu lançamento oficial e, ao mesmo tempo, a obra continua contemporânea, não apenas pela história, mas também em relação aos seus efeitos visuais inovadores, que não envelhecem nunca!
Maratona Jurassic Park/Jurassic World
Revisto em 26 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 8,0/10
Tempo de Matar
4.1 569 Assista AgoraSE VOCÊ FOR UM CIDADÃO QUE DEFENDE ASSASSINOS/ESTUPRADORES, TÊM PENA DE CRIMINOSOS, E ACHA QUE BANDIDO É "VÍTIMA DA SOCIEDADE". PEÇO POR FAVOR PARA NÃO LER ESSE TEXTO.
Já quero deixar bem claro aqui que simpatizei e torci muito do primeiro ao último minuto pelo protagonista. Não sou pai, tampouco não sei como é a sensação de ser um, mas se a situação do protagonista fosse comigo e tivesse a oportunidade; teria a mesma reação, e se possível faria pior… É inaceitável e imperdoável o que os lixos humanos fizeram com a garotinha de apenas dez anos, por tanto, tiveram o que mereceram. A coragem, ousadia e determinação de Carl Lee Hailey (Samuel L. Jackson), deve ser reconhecida como um ato heroico! Um verdadeiro paizão que honra e defende a família com unhas e dentes!
Joel Schumacher reúne um super elenco de peso! Kevin Spacey, Matthew McConaughey, a lindíssima e no auge da beleza Sandra Bullock, e claro o Samuel fucking Jackson. Com todos sendo bem aproveitados, e tendo participações nos pontos cruciais da narrativa. Samuel L. Jackson interpreta aquele clássico personagem durão, destemido e que não têm medo da lei. Kevin Spacey é o promotor de acusação, frio, calculista e que não mede esforços para vencer o caso (existem muitos Rufus Buckleys no Brasil, infelizmente). Matthew McConaughey é o advogado de defesa que tenta vencer um caso praticamente impossível.
Não sou muito fã de filmes sobre tribunais e qualquer outro que envolva política, geralmente os temas retratados são desinteressantes, e em alguns casos até insuportáveis. Mas felizmente não é o caso de "Tempo de Matar", pois aparentemente, achei que o filme fosse perder ritmo logo após vinte minutos de sua projeção, e ainda bem que eu estava enganado. Graças a um roteiro ágil, sagaz e inteligente; temos um filme excelentemente bem desenvolvido, recheado de camadas, profundidade e diálogos sensacionais!
Para não ficar preso somente com assunto de tribunal, o diretor sabedoramente coloca subtramas para deixar sua obra com mais conteúdo, mais tensa, mais robusta e trazendo a tona parte da história e podridão do país mais racista de toda a humanidade. É um filme que subverte o que é certo e errado, coloca em xeque a credibilidade da justiça e mostra sem pudor os passos para um processo de julgamento parcial.
Vibrei e comemorei muito com o Carl Hailey sendo declarado inocente, embora sabemos que isso jamais aconteceria na realidade. O jogo psicológico do advogado de defesa para convencer jurados brancos foi genial! Os sensibilizando que a brutalidade que a filha do Carl Hailey passou, poderia ter acontecido com uma menina branca também! Um filme para lavar a alma de todos os justiceiros cansados da impunidade e leis patéticas que protegem bandidos!
Enfim, "Tempo de Matar" é um filme que aborda o preconceito racial de uma forma bem indigesta para o sistema (não é à toa que não teve chances no Oscar). Uma obra importante por se tratar de um tema bem atual, ainda mais hoje, onde vivemos numa crise social, com a inversão de valores tomando conta do Brasil.
Assistido no Prime Video em 24 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10
Um Dia de Fúria
3.9 895 Assista AgoraHouve uma época em que eu estava trabalhando e estudando simultaneamente, e sem dúvida alguma, a pior parte do dia era enfrentar o trânsito caótico e lento (principalmente no verão). Particularmente acho mais estressante que a maioria das profissões, além de aumentar os níveis de ansiedade. É horrível! Sem falar que no Brasil, fizeram a cagada de fazerem faixas de pistas somente para ônibus, além de piorar ainda mais o trânsito, só serviu para alimentar a indústria das multas. Dito isso, não têm como não sentir empatia pelo protagonista em "Um Dia de Fúria".
Com uma narrativa simples e linear, sem nenhum recurso mirabolante para atrair a atenção do público. O filme investe numa análise social pesada sobre o ser humano contemporâneo, um animal preso entre os instintos simiescos e o microchip de computador. Metade bicho, metade máquina, completamente vazio. A rotina das grandes metrópoles cansa, suga sua energia, e na pior das hipóteses, faz você perder a paciência.
O personagem de Michael Douglas, muito mais que um homem que enlouquece, representa qualquer pessoa que chegou ao seu limite, se enfurecendo com todos os tipos de violência e abusos sofridos nas grandes cidades. Somos roubados de diversas formas; além dos assaltos convencionais, violência oficial, etc. Somos lesados por empresas e comerciantes que fazem propagandas enganosas, superfaturam seus produtos e deixam na boca do cliente/cidadão um gosto de derrota.
Os dois personagens principais são, no final das contas, antíteses por fora, mas idênticos por dentro, onde ambos estão no limite da razão. Um se apoia no seu instinto primitivo para fazer justiça, outro em uma lógica despersonalizada de "dever a ser cumprido". No entanto, ambos só estão tentando organizar uma situação caótica e insuportável para escapar da loucura.
O filme é uma pungente crítica sobre a sociedade de consumo e o escárnio com que somos tratados diariamente, nas mais variadas situações. Com uma grande interpretação de Michael Douglas, entregando aqui uma das melhores de sua carreira, e coadjuvado muito bem por Robert Duvall. A obra é recheada de frases memoráveis, sarcasmo afiado e cenas impagáveis! Minha favorita é a cena em que o protagonista desconta sua raiva no pobre telefone público 😂🤣.
Peca por não ser tão visceral e violento como se vende, afinal...
O protagonista matou apenas uma pessoa, um homem nazista.
Gostei do filme, mas não foi uma grande experiência como esperava. Já que assisti a filmes de temáticas parecidas que são bem melhores; com mais extremismo, mais demência, mais corajoso, mais certeiro, etc.
Assistido em 22 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraUma das sequências de filmes mais esperadas do século XXI finalmente chegou entre nós. "Avatar: O Caminho da Água" foi adiado inúmeras vezes, aumentando a ansiedade dos fãs, e a expectativa pelas novidades que o filme iria mostrar para o público. O filme levou muito tempo para ficar pronto, devido à tecnologia atual não ser o suficiente para às demandas da obra (mesma situação que ocorreu com o primeiro Avatar). James Cameron e sua equipe tiveram que se reinventar, e novamente criaram outras ferramentas adequadas às necessidades de "Avatar 2".
A grande questão entre os fãs e público casual de "Avatar", era se a sequência iria superar o primeiro, já que muitos consideram o filme original como uma das melhores obras do século XXI. Me parece que às preferências estão bem divididas, uns acham o filme original melhor, já outros gostaram mais da sequência. Já eu, faço parte do time que curtiu muito mais "Avatar 2", e Cameron é o grande responsável por isso, aqui ele potencializa e eleva a outro patamar às principais virtudes do primeiro filme.
O filme expande o universo de Pandora, onde conhecemos um novo local lindíssimo e uma nova raça de Na'vis. Agora a situação é mais delicada, onde o inimigo nivelou o jogo, e com os próprios recursos de Pandora, estão mais poderosos do que no primeiro conflito retratado no filme original. Com novos personagens, novos conflitos internos dos protagonistas, novidades, etc. Cameron fez de seu épico de aventura e ficção científica, um filme grandioso em conteúdo, mais do que o suficiente para entreter o telespectador durante suas três horas de duração. Aliais, 3h que passam num piscar de olhos, você não sente o tempo do filme, tamanha a imersão que ele lhe proporciona.
Como era o esperado, a produção do filme é seu principal ponto forte. A beleza dos cenários paradisíacos servem como um eficiente colírio para os olhos, um espetáculo visual fabuloso! Onde celebramos a grandiosidade de um verdadeiro blockbuster de respeito! Com a natureza dos oceanos fictícios de Pandora servindo de pano de fundo e dando vida ao filme!
O filme é de uma qualidade técnica perfeita e surreal! Novamente Cameron consegue inovar nos efeitos visuais, e mais uma vez, irá deixar seu legado para os próximos filmes de características semelhantes a "Avatar". O trabalho de captura e movimento chama a atenção, impressionando pelo realismo das cenas de expressões faciais e corporais dos personagens. A obra provavelmente irá abocanhar quase todos os prêmios das categorias técnicas do Oscar, com o filme "Top Gun: Maverick" correndo por fora.
Um ponto interessante a se destacar no filme (até mesmo acima de seu visual), foi a representatividade da família tradicional, que Cameron fez questão de valorizar durante todo o filme! A família tradicional sempre será o pilar da sociedade, e não há nenhuma chance de ideologias e militâncias malignas mudarem isso. Foi muito bacana e satisfatório ver que o diretor deu ênfase a algo tão negligenciado, atualmente, pelos liberais.
Cameron é o único cineasta que realmente sabe trabalhar e extrair o máximo da tecnologia 3D, onde nenhum outro filme conseguiu oferecer o mesmo nível de experiência. O 3D de "Avatar: O Caminho da Água" te coloca em estado de êxtase e deixa qualquer um de queixo caído! É um dos principais trunfos desse novo "Avatar", apesar de a tecnologia já não ser tão badalada quanto no filme antecessor. Na minha opinião e na de muitos... é o melhor 3D da história do cinema moderno.
James Cameron entra para a história do cinema, se tornando o paizão do cinema moderno. Todos os seus filmes de ficção científica são muito acima da média para os padrões de sua época, principalmente "Terminator 2", que considero não somente como um dos melhores de ficção científica, como sem exageros, um dos melhores de toda a história cinematográfica.
Enfim, "Avatar: O Caminho da Água" é uma obra divertidíssima e emocionante em várias ocasiões. Entregando tudo aquilo que foi prometido e o que se esperava de um verdadeiro filme merecedor de ser visto no cinema. Valeu muito cada centavo gasto!
Assistido no cinema em 20 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 9,0/10
Avatar
3.6 4,5K Assista Agora"Avatar" deve ser o primeiro nome que vêm à cabeça de muitos quando se fala de um grandiosíssimo blockbuster, ou de um belíssimo filme de ficção científica. Não é para menos, pois, esta obra do James Cameron revolucionou o cinema, a maneira de se fazer filmes modernos e sendo o responsável pela grande febre da tecnologia 3D, no início da década de 2010. Fez um sucesso estrondoso impressionante de bilheteria doméstica e internacional, se tornando a maior bilheteria da história do cinema, feito que dura até hoje…
James Cameron é um diretor muito cauteloso, não é afobado e sempre leva o tempo necessário nos projetos de seus trabalhos, tanto é que o intervalo de tempo entre seus três últimos filmes: "Titanic (1997)", "Avatar (2009)" e "Avatar: O Caminho da Água (2022)", são de mais de dez anos! Com certeza o cineasta exige muito de si, não permitindo que possíveis erros graves comprometam o sucesso de seus filmes. E de fato, seus filmes são muito bem dirigidos e de quesitos técnicos sublimes.
Cameron com muita imaginação criativa, criou um fantástico mundo de fantasia exuberante em natureza, animais, cores vibrantes e recursos naturais. Pandora é um planeta grandioso e esplêndido em terras, águas, montanhas, árvores, etc. Um local que até então… é pouco conhecido e muito pouco explorado, não é à toa que Cameron tem planos para mais quatro sequências de "Avatar" (contando com a já lançada "Avatar: O Caminho da Água").
Pioneiro dos filmes modernos na década de 2010 para frente… "Avatar" teve um papel importantíssimo na indústria cinematográfica, pois, muitos outros diretores e produtores se aproveitaram da tecnologia usada em "Avatar", e as implementaram em seus filmes, principalmente no uso do 3D. Por tanto, Cameron ajudou o cinema a ter novas ferramentas na produção de grandes blockbusters que vieram após "Avatar", uma contribuição muito importante para o show do entretenimento cinematográfico.
O filme traz uma reflexão sobre a ganância do ser humano em explorar lugares com recursos abundantes a qualquer custo, nem que para isso seja necessário o uso da força bruta, violência e destruição do meio-ambiente. Ou seja, sem paciência e capacidade de dialogar e de negociar com os nativos do local, tampouco sem consciência dos impactos ambientais de suas ações destrutivas. Por tanto, a mensagem do filme é bem clara, mostrando a intolerância humana com pessoas de outras culturas e indiferença com às consequências de seus atos.
Enfim, "Avatar" é um filme de ambientação impecável, efeitos visuais inovadores de cair o queixo e de peso emocional da história bem desenvolvido. Um primor cinematográfico em todos os aspectos técnicos, mas sem deixar a narrativa em segundo plano. James Cameron como sempre, dando o máximo de si.
Versão estendida revista em 18 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,5/10
As Linhas Tortas de Deus
3.5 237 Assista Agora"As Linhas Tortas de Deus" é apenas o 4º filme do ótimo diretor e roteirista Oriol Paulo, particularmente já creio que escreveu o seu nome na história do cinema, mesmo com poucos trabalhos até aqui… Oriol é um cineasta com início de carreira fenomenal, quebrando barreiras ao já se lançar no mundo cinematográfico em seu ápice, além de ser provavelmente o principal responsável a colocar o cinema europeu e de seu país, em um patamar acima dos demais.
Considero este filme uma obra menor da filmografia do Oriol Paulo, achei apenas bom, que corresponde às expectativas dos telespectadores e admiradores do cineasta, e dentro das características do diretor. Dessa vez, não achei o Oriol afiado e inspirado como em seus dois primeiros trabalhos ("O Corpo" e "Um Contratempo"). Nestes filmes ele conseguiu causar mais e surpreender mais, com um nível de genialidade raramente visto antes, e também melhor executado com mais agilidade e objetividade. Aqui o filme é um pouco mais burocrático, creio que 2h30min poderiam ter sido mais enxutos.
O filme aborda o poder de persuasão e manipulação humana, com uma boa personagem central e atriz que deu conta do protagonismo. É interessante vermos e conhecermos muitas das situações da loucura, demência e delírios da mente humana, tudo isso aliado a uma edição e montagem inteligente, complexa e desafiadora para os telespectadores. Oriol Paulo mantêm sua essência, entregando um filme recheado de reviravoltas, narrativa não-linear e idas e vindas com diversos socos na mente do telespectador.
Ambientação e cenários dos anos 70 do sanatório são perfeitos! Ajudam a construir um clímax envolvente e condizente com os desdobramentos e surpresas do filme. A chuva constante em partes da trama numa região montanhosa e arborizada, realçam o desenvolvimento de um bom suspense/mistério clássico.
O longa peca um pouco nos exageros de plot twists, sendo que muitos não têm o mesmo impacto dos trabalhos antecessores do Oriol Paulo. Particularmente não digeri bem o plot twist final, nada contra a desfechos 100% interpretativos, mas sempre acharei melhor finais com desfechos conclusivos e certeiros.
Assistido em 13 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 7,0/10
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraPrimeiro filme assumidamente ficção científica do diretor e roteirista Jordan Peele, um dos nomes mais promissores do cinema moderno e de seu futuro. O cineasta parece que veio para ficar, em pouco tempo conquistou fãs e respeito pelos críticos, graças aos seus trabalhos autorais nada convencionais e com um certo grau de ineditismo. Peele prioriza trazer os problemas mais comuns do mundo, especialmente os sociais, e transformá-los em histórias com o intuito de reflexão e chamar a atenção da sociedade.
Dessa vez acho que o Peele exagerou nas críticas sociais, basicamente o filme é só isso… Um bom filme não se sustenta somente com um segmento, e por esse motivo acredito que faltou equilíbrio em "Não! Não Olhe!". Um bom exemplo disso é a subtrama do chimpanzé, que ficou só na crítica social, pois, aparentemente não têm conexões com a trama principal. Particularmente achei o filme sem propósito e fraco no quesito entretenimento.
O filme até se inicia promissor, com a boa direção do Peele que estamos acostumados, introduzindo o suspense, mistério, medo, tensão e terror a sua maneira, numa construção minuciosa de clímax sombrio apavorante. No entanto, o filme foi perdendo ritmo e consequentemente meu interesse em finalizá-lo, pois, o terceiro ato descamba para algo inacreditável, que me desagradou muito e tornou a obra extremamente decepcionante para mim.
O OVNI revela sua verdadeira característica, se transformando em uma espécie de lençol gigante, variando em diversas formas diferentes. Depois é derrotado por um boneco inflável gigante, aí fico com cara de idiota tipo WTF?!… Tudo bem que "inovar" é sempre bom, mas não dessa maneira besta e intragável.
Peele não abandona seus moldes de se fazer cinema, às críticas sociais estão mais presentes do que nunca, às metáforas e simbolismos também! Entretanto, exagera em seu vício cinematográfico e esquece de entregar algo minimamente satisfatório e envolvente por completo. Somente o tempo irá dizer se o Jordan Peele irá se tornar um novo M. Night Shyamalan no futuro, mas aqui digo que ele já deu o primeiro passo, pois, "Não! Não Olhe!" é de muito longe seu pior filme até agora…
Maratona Jordan Peele
Assistido em 11 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 4,0/10
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraJordan Peele é um dos poucos cineastas com trabalhos iniciais a já ter um grande prestígio em prêmios e popularidade, alcançando o estrelato hollywoodiano com rapidez. Seu sucesso é graças a filmes com críticas sociais sobre intolerância racial, sobre a maldade mascarada do ser humano, etc. Tudo isso aliado ao terror psicológico de boa qualidade, sem os moldes tradicionais do gênero, sem ideias batidas, sem mesmice, sem clichês e de bônus reviravoltas surpreendentes.
O filme têm alguns problemas de concordância narrativa, porém, todo diálogo tem uma importância na história, sua precisão é incrível e suas ramificações que dão volta no mesmo lugar são gostosas de assistir, pois, essas voltas tem curvas que fogem do comum. Peele te leva a um caminho e te tira logo depois, e isso ele faz diversas vezes ao decorrer do longa, com um roteiro ácido e bem trabalhado, que te leva a um desfecho singular.
Jordan Peele sabe exatamente como se dirige um filme de suspense/mistério/terror, a mescla da expectativa junto da trilha sonora e da câmera que vira sempre contra o olhar do personagem em tela. São conceitos de como criar um suspense que a maioria dos diretores esquece, mas Peele não, ele faz o dever de casa e faz muito Bem! Além da fotografia que mescla o claro ao escuro, juntamente a mixagem de som resultantes em um trabalho técnico ótimo!
O diretor é muito perspicaz, pois, ao nível de comparação com sua primeira obra "Corra!", com "Nós", acredito que ambos os filmes se complementam com suas diferenças, o que falta em um tem no outro e vice-versa. "Corra!" é um filme mais coeso, redondinho e dinâmico. Já "Nós", é uma obra mais complexa, mirabolante e com uma trama mais fora da caixinha, além do plot twist aos quarenta e cinco do segundo tempo! Seguindo semelhantemente os primeiros passos do cineasta M. Night Shyamalan.
Lupita Nyong'o está espetacular em seu papel, dando um show de atuação com gosto de seus personagens dúbios e conflituosos, sentimos sua raiva, angústia e violência. Me surpreendeu demais! Sendo muito exigida e arrisco a dizer que coloca muita atriz de mais experiência e bagagem no bolso.
Enfim, "Nós" é um divisor de águas, obviamente não irá agradar a todos pelos rumos que a história tomou, pois, a narrativa é bem fictícia e pode soar extremamente forçada por uma parte dos telespectadores. É mais uma obra interessante de Peele, que novamente veio recheada de detalhes, simbolismos e metáforas, além de ser reflexivo sobre nossa parte "sombria". A frase "Nós mesmos somos nossos maiores inimigos", nunca fez tanto sentido com este filme.
Maratona Jordan Peele
Assistido em 6 de dezembro de 2022
Minha avaliação: 8,5/10