Um filme sobre a brutal desigualdade imposta na atual fase do capitalismo? Sobre desumanização? Sobre a dominação do rico sobre o pobre?
Desigualdade sempre existiu, mas quando a elite da mídia é amamentada, ela se cala. Quando se tira os privilégios desses, para devolver ao povo, ela grita.
Parasita é um excelente filme, porque mostra o lado podre do ser-humano. Seja ele rico ou pobre. Evidencia a diferença de classes sim, mas quando os pobres estão numa situação de poder sobre a antiga governanta, não a ajudam, a aprisionam, a chutam escada abaixo, para uma posição pior que a deles. Então o filme deixa bem claro que não importa a classe, o poder é tentador e a natureza humana é sempre corruptível. O rico sentir nojo do cheiro do pobre é revoltante. Mas o pobre chamar a dona da casa de burra, de terrivelmente inocente enquanto se deleitam em prazeres capitalistas, aproveitando-se do que não são deles, é tranquilo, afinal, pobres pobres.
Então o que cansa, é o discurso pedindo justiça social, disfarçado em empatia pelo ser-humano, quando na verdade o que realmente querem é que seja cada um por si, desde que eles estejam por cima. Eu até acredito no jovem determinado, que realmente carrega essa bandeira de amor ao próximo, e isso é muito bacana. Mas a elite que te fez pensar assim está te enganando, porque esse nunca será o real sentimento de quem tá lá em cima.
"Vamos mudar o mundo" e conseguir isso na base da porrada. "O aquecimento global precisa parar", e não somos capazes nem de separar o plástico do lixo em casa.
Viva a hipocrisia que Parasita retrata tão bem! Oscar muito bem merecido
A arte é um mundo, e cada área particular se interliga com outra parte desse mundo. Há homenagens que servem como referências e outras como desenvolvimentos marcantes de obra. Esse último exemplo é o que acontece em Loving Vincent, que traz de volta Van Gogh de uma forma emocionante e mais uma vez única, agora em outro meio artístico. Acho que o grande trunfo desse filme é claro é o processo de animação, que até mesmo é citado no início do filme com a participação de mais de 100 pintores. Isso por si só já faz o filme ganhar vários pontos, junto a isso o estilo de Van Gogh reproduzido com maestria e a linguagem cinematográfica convicente mostra que não é só da beleza que o filme se sustenta. Não é só um filme belo, é um filme tocante na sua mensagem, mensagem essa que é dada indiretamente por Van Gogh. Graças aos colaboradores desse filme podemos recebê-la por meio de suas pinturas e cartas que movimentam mais uma história baseada em fatos do cinema que tanto torna impactante um filme. Mas nem mesmo o mais único feito é imune a falhas. Há de fato uma preocupação maior em trazer uma história sobre Van Gogh com seus quadros do que um desenvolvimento coeso e bem ritmado no longa-metragem. Com tamanho centro de atenção e trabalho para fazer a belíssimo trabalho de efeitos especiais e pinturas sobrepostas há uma falta de consideração com o "como" contar a história, que parece às vezes ser uma investigação de mistério em um contexto bem errado, além dos flashbacks preguiçosos, mesmo que necessários para a história, sem dúvida. Loving Vincent é aquele filme de arte homenageando a arte. É lindo de se assistir e emocionante de se entender esse escritor melancólico e escritor de boas cartas. Problemas de roteiro não atrapalham a experiência de ver literalmente um "quadro" se mexendo no cinema. Além disso, a trilha sonora de Clint Mansell traz mais peso a esse filme, com tons intensos como sempre. É um filme com pinturas em óleo, logo acrescentou mais peso nesse marco do cinema. 10/10
De cara, há uma certa semelhança com Nina da Cisne Negro, Jennifer Lawrence (que no filme não tem nome, apenas é creditada como 'mãe' no final), passa por uma certa melancolia, isolada de tudo e todos, vivendo com um homem mais velho, e tem como objetivo reconstruir a casa onde o casal vive, como se a casa fosse também uma extensão dela. Pessoas chegam sem ser convidadas, sentam na pia (que não está chumbada), destroem o que ela aos poucos foi construindo. Há closes no carão de J.Law e a câmera segue sua perspectiva, para que de consigamos entrar na história, vale a tentativa. Claro que há bastante referência bíblica e mais uma vez uma referência de mulheres psicologicamente perturbadas, submissas, mesmo que elas sejam as protagonistas do filme. O ritmo do filme vai do monótono para o caos, num piscar de olhos, cenas que ficam na cabeça por tempos. Darren: pare com os efeitos gráficos, eles não são bons. Enfim, ao final do filme caí num choro dolorido. Para mim este filme tratou, entre outras coisas, do amor dado e não correspondido, de se dedicar e nunca ser o bastante. E tem muitos outros significado. Vale a pena assistir. 5 estrelinhas <3
Jess 0 minutos atrás Primeiramente, eu li o livro e imaginava a cabana totalmente diferente do que ela é AAAAAAAAAA. O filme trás uma reflexão e uma mensagem bacana. De forma lúdica, a trama vai se desenrolando e te envolvendo a ponto de você não saber se tudo aquilo é real ou só imaginação do protagonista. E a resposta depende da interpretação de cada um. Algumas cenas foram um pouco exageradas e, o principal ponto negativo pra mim, foi a escolha do ator, o inexpressivo Sam Worthington. Mas Octavia Spencer toma conta da maioria das cenas e dá um show. Pra quem não tem um lado religioso ou não acredita da pra pegar todo o ponto filosófico/psicológico da história, basta tratar os personagens como apenas personagens e ter atenção na mensagem da história, que é o foco, e ao contrário de alguns comentários eu não vi uma catequização, na verdade até vi muita crítica ao comportamento da comunidade cristã. É um filme poético, bonito e bem feito. Não tem a pretensão de concorrer ao Oscar ou ser sucesso de críticas, porém é um filme fiel a obra literária. De forma geral, filmes são completamente subjetivos. Um filme que possa lhe causar certas emoções, pode causar outras em mim, ou simplesmente nenhuma.
O enredo do filme gira em torno da questão existencial vivida pelo protagonista e a sua dúvida de como diferenciar a vida real daquela que existe somente em nossos sonhos. O mesmo vive um looping eterno de acordar de um sonho e estar dentro de outro. Como separar o que é real do que é sonho? Não é uma tarefa fácil de acordo com as questões levantas neste filme. Diversas questões maravilhosas são apontadas por diversos personagens peculiares e únicos que discutem com o protagonista assuntos totalmente aleatórios e abstratos. Da política, religião até as grandes conspirações globais.Estou fascinada por ver como uma animação extremamente simples pode trazer à tona um tema de tamanha grandeza, que é a complexidade humana. Simplesmente incrível o enredo deste filme! Os diversos assuntos nele abordados são tratados de forma intensa, uma forma que muitas vezes não nos cabe entrar em questão pelo tamanho de sua complexidade. Presenciei nesse filme uma filosofia de boteco indescritível, frases e situações que sempre tive em minha mente, porém nunca soube como colocar em palavras. Ver esse filme foi um orgasmo mental, fiquei em êxtase absoluta. A técnica de filmagem engana muito, a princípio pensei que se tratava de uma animação, o que a primeira vista não me agradou, mas na verdade é muito mais do que isso: O filme é inteiramente filmado em rotoscópio, com cenas filmadas sobrepostas a uma película que imitam uma textura de animações flash. Um trabalho gigantesco que deve ser reconhecido, fazendo cada gravação de cena durar horas. É legal destacar também as referências que o filme faz, há uma cena com referência ao filme ''Sonhos'' do Akira Kurosawa, a da preleção feita pelo macaco. Há também a participação de Ethan Hawke e Julie Delpy, atores do filme anterior, e também maravilhoso, do Linklater: ''Antes do amanhecer''. Há ainda várias outras referências que merecem destaque, mas para não me prolongar muito vou citar apenas essas duas.
O filme inicia de um modo bem pacato, e até um pouco irritante. Você não dá nada pelos personagens principais apresentados, e também pela história. Até o momento inesperado e trágico. Contém um pouco de tudo, tudo na medida certa! Humor bem anos 30, inocente; romance como os dos livros e filmes clássicos; e até mesmo o mais singelo heroísmo. Contudo, com a segunda fase da trama, o tom de felicidade e comédia muda para o terror do Holocausto, e a melancolia misturada com a tensão presente a todo instante. Menos para Guido, que como um bom pai e um fiel marido, não desiste de sua família, esquecendo-se da dor, pavor e represálias, apenas para manter a fé, esperança e o bom humor ainda presentes, mesmo quando já é possível prever o desfecho disso tudo. É bastante tocante, e nos faz enxergar que a beleza da vida está além do que os olhos podem enxergar, em um mundo tão triste e cruel.
Um dos filmes mais inspiradores que eu já assisti. 'Indo the Wild' é tão tocante, emocionante, intenso e verdadeiro que te faz refletir tanto coisa da sua própria vida ao se deparar com essa história de Alexander Supertramp (eu prefiro chama-lo assim). Um rapaz recém-formado da faculdade e cansado de todos os padrões impostos por seus pais e pela sociedade controladora que te cegam com padrões de estudos, emprego, carreira bem sucedida e busca a verdadeira felicidade e liberdade bem longe desse mundo hipócrita, como ele deixa bem claro no decorrer do filme. Eu simplesmente fiquei hipnotizado ao assistir esse filme, e não esboçava nenhum tipo de emoção até sua conclusão. Parece que eu só consegui sentir o filme verdadeiramente e entender toda sua história e a sua mensagem ao final daquilo tudo. Você chora, reflete e para pra pensar: “O que realmente estou fazendo da minha vida?”, “Isso é felicidade? Liberdade?”, “O que é liberdade pra mim?”. Surreal como um filme te faz levantar vários questionamentos sobre sua vida encima de um pequeno momento da história de outra pessoa. Todo mundo tem um pouquinho de Alexander Supertramp dentro de si. Posso dizer que em mim é um pouco aflorado. Eu me identifiquei com Alexander em várias partes do filme, ou seja o modo que vemos a vida. Falando da parte técnica do filme, é tudo incrível. Sean Penn fez um maravilhoso e inspirador trabalha com esse roteiro maravilhoso e sua direção única. Fotografia nem se se fala. É linda de apreciar toda aquela imensidão que o filme mostra da natureza e a forma como eles filmaram tudo aquilo. O filme ainda tem uma trilha sonora incrível e extremamente precisa para a história ao som de Eddie Vedder que ganhou mais um admirador de seu trabalho. A atuação do cara que interpreta o Alex, Emile Hirsch, é tão pura, verdadeira e impactante, principalmente nos minutos finais do filme quando ele se despede de todos nós. Eu adoro assistir filmes baseados em fatos reais, parece trazer uma verdade em tudo o que é contato, ou pelo menos é a intensão, e esse filme trouxe exatamente essa verdade. Aquela foto que é mostrada ao final do filme, do Alex da vida real, quando ele estava nessa sua aventura é de arrepiar qualquer um quando você olha para aquele olhar e sorriso, aquela sensação de felicidade em sua vida.
Dificilmente cria-se algo novo, e no mundo do cinema isso é ainda mais raro. Filmes do Hitchcock, se vistos hoje, serão ridículos de tão "clichês", mas foram preceptores de quase todo terror e suspense que vemos hoje. Todo um universo que vem há décadas se repetindo nesses tipos filmes. Esperar algo super inovador é cansativo e frustrante. Voltando ao filme, ele teve suas características "clichês" de filme de terror, mas inovou em alguns aspectos, somos extremamente viciados nos produtos fílmicos estadunidense, reclamamos que todos são iguais, mas quando há algo que foge um pouco do padrão, tratamos com muita estranheza. Acho que foi isso que incomodou em The Babadook, os elementos que queríamos que tivesse, mas não teve, o que pra mim, foi o melhor do filme. Às vezes taxamos um filme como ruim só porque não seguiu como queríamos. Elogiamos os atores, fotografia, trilha sonora, "é um filme bom até aquela parte que (...)". É preciso um pouco de maturidade para diferenciarmos o que é realmente ruim do que simplesmente não gostamos. Existe uma sensibilidade rara em The Babadook. Algo difícil de encontrar no cinema de horror. Personifica medos, dificuldades, frustrações, traumas e os percalços da vida em uma criatura aterrorizante, imprevisível e que se apodera de elementos familiares, íntimos e representativos para a vida machucada de uma mulher e seu filho. Cria alegorias e trabalha o tempo todo com metáforas, sem trair em momento algum a ideia inicial em detrimento de sustos fáceis ou do terror barato, mesmo sendo sim um filme assustador, dramático e com um nível de complexidade bem acima do esperado para produções do gênero.
O que falar de um filme que te fez chorar do começo ao fim? Não tenho palavras para resumir a beleza e emoção que Room passa, sofri juntamente com os personagens. É muito lindo essa metáfora do crescimento, costumo assistir aos filmes indicados ao Oscar antes da premiação. Ano passado fui surpreendido pelo excelente Whiplash, esse ano foi a vez de O Quarto de Jack. Roteiro encantador, com atuações incríveis dos protagonistas - a mãe, com um olhar muito tocante e profundo, transmitindo com lealdade toda a profundidade de suas aflições, e principalmente o menino, com uma pureza alucinante e uma atuação sensível ao extremo. Deixa o espectador sufocado em diversas situações, diante de tantas reviravoltas. A história do filme poderia facilmente cair para o melodrama. A força de O Quarto de Jack é passar dessa barreira e trazer um debate a mais e transitar com extrema habilidade entre dois "gêneros", dois períodos, com extrema habilidade. O primeiro momento do filme demonstra o horror, o sofrimento, principalmente da personagem de Brie Larson, excelente no papel, e na "infância" de Jack. A partir do momento que a trama se modifica é Jacob Tremblay quem rouba a cena e coloca em debate toda uma questão que envolve a prisão dentro de si, seja da mãe perante a família e a opinião pública, seja do menino frente ao momento de descobrimento da vida, isso tudo dosando a carga dramática e se valendo da habilidade do seu elenco. No mais, deixo minhas 5 (e ainda poucas, na minha opinião) estrelas pra essa obra fantástica e o meu eterno amor por esse elenco de ouro, em especial pro Jacob Tremblay que realizou um trabalho fantástico.
Essa aventura do diretor francês Jean-Pierre Jeunet possui uma narrativa encantadora e muito fácil de fisgar o espectador pelo excesso de meiguice e pelo grande espetáculo de cores, surrealismo e muita fantasia. "Uma Viagem Extraordinária" é do tipo de filme que enche nossos olhos e oferece uma experiência cinematográfica deslumbrante e uma viagem imaginativa que ilustra a alma infantil do cineasta. Ao acompanhar a jornada de T.S. Spivet, deparamos com uma alegoria repleta de sentimentalismo, onde melancolia e exaltação se unem para contar uma belíssima história de um garoto que mergulha na estranheza dos seres, das coisas e da vida. A boa atuação mirim do promissor Kyle Catlett (virei fã desse garoto depois que vi ele no remake de Poltergeist) dá ao filme um toque lúdico e gracioso, conseguindo bons resultados com sua naturalidade em cena e conquistando o espectador desde sua primeira aparição. O elenco todo é competente e a magnífica Helena Bonham Carter, que interpreta muitíssimo bem a mãe do protagonista, nos presenteia com uma personagem extravagante e muito cativante. Se há algo de prodigioso neste longa, é a direção de Jean-Pierre; subsequente, a fotografia exímia, um verdadeiro esmero visual (acredito que muitos rotulou-a como "artificial", assim como o fizeram com o longa de Amélie Poulain) e a montagem minuciosa e criativa já característica nas obras de Jeunet. Em determinados momentos, algumas atitudes das personagens (gostaria de dar ênfase nas cenas do 'talk show') foram capciosas, e apesar do nítido propósito do diretor de transmitir uma ácida crítica acerca da superficialidade presente nos programas de entretenimento americano, ecoou um efeito negativo e infantil à obra; entretanto, estes momentos foram raros e não deturparam minha admiração pela estória de T.S.
Algumas pessoas tendem a subestimar esse filme por fugir muito da história do livro. Não li o livro, não posso fazer comparações, mas ao meu ver, a intenção de Kubrick nunca foi seguir fielmente o conto de King, e sim beliscar detalhes e situações para criar sua própria história, e o resultado é altamente satisfatório. O filme funciona. O Iluminado não é um daqueles filmes de terror apelativos, cheio de sustos fáceis, sanguinolência e monstrengos (que acabam sendo mais engraçados do que assustadores). É um terror totalmente psicológico e misterioso. E para este marco único ocorrer, tinha de estar nas mão de um mestre do seu ofício. O lendário Stanley Kubrick, realiza uma experiência psicológica perturbadora, numa fita sobre a loucura e o isolamento. Filmado com perfeição, travellings e planos-sequência percorrem o sinistro, através de corredores misteriosos. O cenário labiríntico, junto com o jogo das cores e a geometria que Kubrick recorre para distrair o espectador, transmite uma emoção absoluta terrificante. E se existem algumas coisas em aberto, que parecem mal explicadas, não é um defeito ou uma falha do filme. Kubrick nunca gostou de deixar tudo mastigadinho, ele sempre deixa situações em aberto para que o espectador possa pensar e tirar suas próprias conclusões. E isso faz com que o filme continue martelando na mente do espectador mesmo após o término. Pessoalmente, acho isso fascinante. E além do filme ser ótimo, ainda temos Jack Nicholson em uma de suas atuações mais viscerais e espetaculares, talvez a melhor atuação de sua carreira - e isso não é pouco. Grande obra de Kubrick, merece toda a fama que tem. Experiência própria. Na primeira vez que visualizei "The Shining", perguntei a mim mesmo se tinha gostado ou não. Depois de um tempo de reflexão, um bocado desprendido na minha afirmação, acabei por dizer: "é apenas um filme de terror ambíguo". Completamente enganado. Ele morou no meu pensamento, até obrigar-me a dizer da boca para fora: "É uma obra-prima absoluta!"
O elenco não preciso dizer que é incrível (ao menos grande parte dele, tendo nomes como Jesse Eisenberg e Morgan Freeman). Mark Ruffalo ensinou a protagonizar filmes do tipo e, como sempre, me deixou boquiaberta com a mudança constante de ritmo (ora calmo, ora extremamente agitado), o que me manteve entretida o filme inteiro. Isla Fisher provou que, felizmente, não é a mesma de "Delírios de consumo de Becky Bloom", e cumpriu a promessa da personagem. É um filme atraente, envolto a mistérios e surpresas, a trama é tão envolvente que prende a atenção até o seu desfecho. Conta com um elenco super entrosado, uma trama em um ritmo frenético e bons efeitos especiais. Quanto ao roteiro, é de fato uma proposta diferente, intrigante e surpreendente. A mescla do mundo mágico com o real, os roubos e a maneira como são explicados é encantador. O filme todo é envolvido em ação, cenas de perseguição e sacadas inteligentes, o que inevitavelmente nos faz pensar "o que vem a seguir?", ou "e agora?". O final (logo adianto) é inesperado e, acima de tudo, nos deixa com sensação de trabalho não terminado. E que venha a sequência!
Encontrei esse filme por acaso, e achei que fosse mais um dos tantos filmes do gêneros que existem, mas é completamente WOOOW! Não sei exatamente se é essa a palavra, ou expressão, mas foi o que imaginei agora. Tem lá suas qualidades (destaque para a segurança com que o filme transita entre o humor mais leve e um drama bem pesado, e, é claro, suas diversas referências à clássicos), mas o ritmo é extremamente irregular, e os personagens secundário são completamente sem carisma. Com isso, a narrativa acaba sendo episódica e desinteressante, o que compromete bastante o resultado final, tendo em vista que um dos maiores fortes dos filmes indies costuma ser justamente a narrativa gostosa de se acompanhar. Baseado no livro de Jesse Andrews, que também assina o roteiro, o drama de Rachel (Olivia Cook, de "Bates Motel") eh contado através de Greg, mais um personagem loser adorável do cinema independente americano. O garoto invisível (impossível não lembrar de "As vantagens de ser invisível") tem a missão de se reconectar ao mundo através dessa amizade insólita, que tem prazo de validade apertado. O pano de fundo é a cidade odara de San Francisco, berço da cultura hippie, representado pelos pais de Greg. A parceria com Earl e o professor (personagem mexicano de Sense 8) é um caso a parte... Indicado para todas as idades e todos os estados de espírito. É também uma homenagem ao cinema. Emociona, alegra, lava a alma. Que filme!
Um filme que a personagem principal se chama JESS e com a referência da mitologia grega, que nos estimula a raciocinar formulando várias teorias, ou seja... ADOREI. Pelo aspecto de produção, ele aparenta ser até um filme mediano, sem tantos atrativos, sendo portanto fácil para que os desatentos o subestimem. Contudo, mais uma vez, temos uma daquelas fantásticas películas que escondem uma alta carga de genialidade por trás de um ar despretensioso (e por trás também da dificuldade de se captar alguns elementos mais complexos). De fato, a suposta precariedade de produção — atores com desempenho de série de tv, recursos quase amadores, parcos efeitos especiais — pode muito bem ser entendida como um estilo meio minimalista, o que aliás fica na medida certa para sua apreciação. Mas se a ambientação é um tanto simplória, nem por isso a fotografia deixa de ser bela... e talvez por esse aspecto minimalista mesmo, a atenção aos detalhes tenha sido tão bem conduzida, pois cada fragmento do filme adquire um significado essencial ao desenvolvimento da trama e do conceito como um todo. E agora me arrisco a tocar em pontos mais sensíveis do enredo, que podem significar spoilers, sendo esse justamente um filme de 'plot twist', ou seja, que tem nas suas enlouquecidas reviravoltas a sua maior força de impacto (MAS TOMAREI TODO O CUIDADO, NÃO SE PREOCUPE!). História muito boa, sem grandes explicações, que deixa a gente pensando no enredo por horas depois do filme ter acabado, uma tremenda aula de como prender o público mesmo sem grandes atuações, simplesmente com um roteiro muito bem escrito. Já disse Stephen King: "o inferno não são os outros, mas sim a repetição".
Eu não li o livro por isso vou me reter apenas ao filme. O filme aborda um tema muito complexo e importante na vida de qualquer adolescente e até mesmo dos mais velhos "Escolhas". As vezes temos o nosso futuro perfeitamente planejado e então quando menos esperamos alguma coisa acontece ou então alguém surge na nossa vida, bagunçando tudo completamente. Temos que fazer escolhas o tempo todo no decorrer de nossas vidas, abrir mão de algo ou alguém, para conquistar outra. O drama/romance "Se eu Ficar" fala exatamente isso. Gostei muito do filme, me sensibilizei em muitas cenas e consegui me colocar na pele da protagonista em alguns momentos e também me coloquei no lugar do par romântico dela (Henry - Adam Solomonian). Na minha opinião, acredito que o filme poderia ter uma duração de 2:00h, pois achei que o final foi muito rápido e poderiam ter estendido mais alguns minutos para concluir a historia de uma forma mais emocionante. Adorei a fotografia e a trilha sonora, velho e bons rock clássicos, mas isso não faz o filme ser ''O FILME'' é apenas mais um clichê romantico. Um filme previsivel, mas bom para passar o tempo.
The age of Adeline poderia ter sido um filme incrível, mas o excesso de explicações deixou um clima de história infantil, lembrando Benjamin Button, sendo que são narrativas totalmente diferentes. A mulher que para de envelhecer e por isso precisa viver fugindo e se escondendo poderia ser um ótima metáfora para alguém preso a um trauma do passado. Ao mesmo tempo, é triste que para termos uma heroína romântica inteligente, segura de si e que escolhe se preservar a história tenha que ser uma ficção científica, em que ela na realidade tenha mais de 100 anos. Esse dado acaba testemunhando sobre a representação feminina em Hollywood. Um filme básico, achei muito fraco e acaba muito rápido, não tem profundidade é só uma historia de uma mulher branca/hétero/rica que perdeu a capacidade de envelhecer num fenômeno bizarro, ok que a Blake Lively é sensacional, mas um roteiro desses devia ter sido mais aprofundando do que focar na superficialidade que é a beleza de uma atriz, sobre a personagem. Ótima fotografia, ótima trilha sonora, ótima base, ótima construção de personagens, ótima produção até. Mas que roteiro foi esse? Que story-telling foi esse? Dificuldade em manter um ritmo que prendesse, a dificuldade em explicar o contexto de forma interessante - ele é simplesmente jogado de forma aleatória - e acaba em 1 hr e 50 min de uma sensação terrível de que poderiam ter feito tão melhor com o que tinham. Além, alguém mais lembrou de Winter's Tale e The Man From Earth?
Daria tudo pra ser um filme bom por ser original, um filme sem clichê porém mal elaborado. Se você espera um filme de terror tradicional, com um roteiro pré-desenhado e uma explicação simples sobre qualquer mistério que seja apresentado, vai se decepcionar; esse é um filme para ser visto com um olhar crítico, muito mais um drama filosófico do que um terror por si só. Terminei de assistir me questionando apenas uma coisa: qual a necessidade desse filme? Não bastaram os incontáveis furos no roteiro, ainda tiveram a brilhante idéia de prolongar o filme por 1h40min. Tem uma clara intenção de beber um pouco Halloween (1978), mas sem sucesso. A única coisa que chega a funcionar é a trilha sonora, mas derrapa do meio pro final. O roteiro fica dando voltas e voltas e a sensação que se tem no final é de que o filme não acabou. Uma fotografia interessante, porém o pior final de todos. Faltou explicação, faltou história, faltou coerência.
O filme contém 6 curtas com ótimos relatos. A realidade política, social, psicológica e econômica retratada em um longa metragem tão terapêutico com este, faz-se necessária não só para os apreciadores do cinema latino-americano, como para a história da sétima arte como um todo, onde a Argentina apresenta tranquilamente a capacidade de criar cinema sem exageros e sem clichês, por mais que este seja baseado em histórias verídicas. Estruturado em segmentos relativamente curtos, cada um narrando uma história diferente, Relatos Selvagens se inspira nas reações de indivíduos sob a influência do stress, do rancor, da raiva, da ganância, da corrupção, da estupidez etc. Satiriza o estouro da panela de pressão psicológica devido ao insuportável acúmulo paulatino de pequenos abusos cotidianos, partam eles do "sistema" ou de outros cidadãos. Incidentes, escândalos, brigas tolas, gafes, enganos, crimes, atos isolados de revolta que poderiam ter saído das páginas de qualquer jornal. A produção de Agustín e Pedro Almodóvar serviu de grande auxílio para o diretor Damián Szifron criar aquilo que podemos considerar como um dos melhores filmes de 2015, ainda mais com atores de altíssima qualidade, como Ricardo Darín (O Segredo dos Seus Olhos) e Erica Rivas (O Chaveiro) em papéis aqui tão refletivos e tão marcantes. Apesar do tom de comédia, absurdo e paródia (ou justamente por causa dele) o filme consegue trazer boas reflexões. Na verdade, dá pra achar um clichê em cada história, como que um estereótipo servindo de base, mas mesmo assim cada uma das narrativas consegue dar uma coloração elaborada e mesmo surpreendente, e de tal modo que dá vontade parar e assistir uma das histórias diversas vezes só pra extrair o máximo dela.
Tem a questão da esquerda e direita, a situação da Argélia referente a França, mas passa uma mensagem de ética, de ter ideologias, o contraponto seria as situações da vida, os caminhos, o que atrapalharia para o alcance do ideal ou esquecimento dele, essa é a vida. Eu tenho meu ideal, o que seria meio que um sentido uma razão para o existir, o Bruno é um cara que não tem um ideal uma epifania, não se preocupa se é esquerda ou direita, não se preocupa com a morte, até formulando uma solução que se daria no não morrer mais, pois, já estaria morto. Apesar do filme ter sido lançado em 1963, após outras obras-primas como "Viver a Vida", "Uma Mulher é uma Mulher" e "O Desprezo", "O pequeno Soldado" foi filmado em 1960, logo depois de "Acossado", tendo sido a primeira parceria entre Godard e sua musa inspiradora. Trata-se do primeiro contato entre eles, e é maravilhoso enxergar a câmera se encanta pela beleza clássica de Ana Karina a medida que seu personagem (alter-ego?) Michel se perde de amores por ela. Um clássico delicioso para os amantes da Nouvelle-Vague e dos diálogos geniais do mestre francês.
Vi esse filme com grandes expectativas, já que tive uma boa experiência ao assistir Frances Ha, outro trabalho do Noah Baumbach. Porém, fiquei meio decepcionada pelo fato de que o filme acaba de desvirtuando de sua proposta original, que talvez, se tivesse um melhor encaminhamento, seria mais bem aproveitada. Engraçado é o fato de que o personagem de Ben Stiller tinha um ótimo material para seu documentário mas, por muita informação, não soube editar e aplicar direito a sua proposta. É quase metalinguístico no que se diz respeito ao projeto de Boumbach. Apesar disso, algumas reflexões críticas, como a efemeridade do tempo, o desejo impetuoso de se manter jovem e a quase obrigação a seguir um protocolo social não passa despercebido nessa obra. Destaque aos quatro atores principais, sábios ao se conterem e ao se completarem como um elenco propriamente dito.Noah Baumbach comprova seu talento após o bem sucedido e elogiado "Frances Ha" ainda que esta nova obra seja bastante inferior ao longa anterior. O roteirista e diretor volta a falar sobre as dificuldades do amadurecimento e da vida adulta. Sonhos, desejos e projetos que ficam para trás sem que a gente perceba o passar dos anos. A comparação com a geração hipster é muito interessante. Geração que parece mais preocupada em rótulos do que conteúdo. A discussão sobre o processo de construção da verdade no documentário e os seus limites também são pontos alto do filme, embora falte um climax e maior identificação do espectador médio. Vale a pena ser conferido sem pressa.
Acredito que deveria ter o acréscimo de um detalhe importantíssimo: o filme não é tão somente um drama e tão pouco um romance. Vai muito além dessa perspectiva, o filme aborda uma história fictícia (realismo fantástico) que não se prende as amarras da realidade cronológica. Nele há uma " permissão" (espécie de licença poética) com relação ao tempo. Adaline não sofre nenhum efeito da passagem dos anos como seus amigos e familiares. Blake Lively encarna a mocinha cativa desse "tempo" que chega para qualquer mortal. Quando me lembro da narrativa durante o filme, tenho a sensação de está assistindo a uma comédia. Na minha opinião, toda essa "alquimia" deu certo. A premissa é absurda, e por isso que acerta ao assumir o tom de fábula. Um narrador apresenta os passos desta história, com o acréscimo interessante do sarcasmo e do cientificismo. Ninguém cobraria uma explicação física e matemática deste filme, mas a narração justifica como o choque elétrico aplicado ao corpo de Adaline em estado de hipotermia poderia provocar o efeito de suspensão do tempo. A fotografia do filme é outro ponto que gostaria de ressaltar, me peguei boquiaberta em determinadas cenas, tanto pelo enquadramento, quanto pela vivacidade no cenário. Certamente teria sido um ganho experienciar essa história nos cinemas, infelizmente perdi a oportunidade e acabei por ver em casa, mas ainda assim foi maravilhoso.
Toda a atmosfera é bem enigmática. Só achei um pouco cansativo o número de reviravoltas que ocorrem durante o filme. Parece que a única razão dele existir, é desconstruir o que foi mostrado anteriormente. As atuações estão na medida. Destaco a beleza das mulheres do filme, assim como a dos protagonistas. Se houvesse mais sexo, entraria fácil na categoria de soft porn. O final foi bem razoável, mas é uma ótima opção para quem tá procurando um quebra-cabeça para solucionar. Assisti a versão Belga de 2008 e outro dia me peguei assistindo a versão Holandesa do próprio diretor Erik Van Looy, quando percebi que já conhecia a história, argumento, etc. Então o cara resolveu fazer uma versão americana em 2013, olha o filme não é isso tudo para ter tantas versões assim. Aliás o que se torna cada vez mais comum no cinema americano, eles refazem os filmes de tudo quanto é pais, como se fossem melhores que os originais, em alguns casos até que dá certo, mas na maioria das vezes os primeiros são ótimos. Está faltando criatividade neste pessoal de Hollywood!
Filme com um dedo, mas não com a cara de Woody Allen, ao menos não o que conhecemos com histórias melancólicas, deprimentemente engraçadas e niilistas. Woody quis expor um pouco de dois mundos, o americano mais conservador, como dito por Cristina "produzido em série", e o estilo artístico aventureiro liberal europeu (Diga-se de passagem que apesar de ser um povo de mente mais aberto, europeus não vivem apenas de arte, relacionamentos abertos e romances) na visão do diretor. Incluindo na fórmula Bardem, que é a problemática, ou melhor, a solução para a maneira de viver regrada e entediante do Novo Mundo. Maria é o ponto que desequilibra esses dois modos de viver, e o equilíbrio só pode ser recuperado quando o "lado americano" cede as particularidades do lado oposto. Tudo isso soma para um enredo romântico altamente complexo, com o jeito de Allen, mas ainda não me adaptei a esse novo estilo sonhador do diretor, muito menos essa visão fantasiosa que adquiriu sobre a Europa. Apesar do típico tema da vida de artistas e seus problemas psicológicos e amorosos, as produções de Woody partiram para uma atmosfera mais clara e simplista, eu diria até mais fútil. O filme caminha por vias nada moralistas, o que já é um bom passo para você pensar fora da caixa, admito até que o jeito que retrata a não-monogamia dá uma vontade de viver uma, Woody mostra as armadilhas de nossos desejos de um jeito único e encantador. Não tem como não gostar. As atuações do triângulo amoroso são excelentes, não tinha como esperar menos de Scarlett e Penélope, o resto do elenco também não deixa a desejar, embora não seja um enredo de alta dificuldade para se interpretar, todos estão de parabéns. A fotografia e ambientação são lindas, o que explica em parte a fixação de Woody pela Europa, Oviedo esbanja charme e arte, combinados com um bela e consistente trilha sonora, setores onde o diretor tem excelência.
O amor entre duas pessoas é o tema mais comum da história em todo e qualquer tipo de arte. Desde os desenhos rupestres nas cavernas, passando pelas cantigas, pinturas, estatuas de mármore, música, literatura e finalmente, cinema. Mas resumir esse filme apenas como mais uma história de amor banal seria uma grande injustiça. Alabama Monroe não é a história de duas pessoas que se apaixonam e vivem esse amor. Alabama Monroe é a história de duas pessoas que apaixonam e veem esse amor ruir diante as intempéries da vida, é a amarga sensação de desconstrução e desapego a própria vida. Didier e Elise parecem duas pessoas muito simples e despojadas, vivendo sem nenhuma grande responsabilidade, e dessa forma se encontram e se apaixonam à primeira vista. No decorrer desse relacionamento vemos ele, que ao mesmo tempo músico e dado aos prazeres da arte, tem uma perspectiva muito racional da vida, e ela, muito emotiva. Vale entender que o modo como o dois interpretam os acontecimentos são apenas soluções corretivas, e não atos preventivos. Essa frieza ou aquela emoção nada privam deles da dor. É muito difícil apontar pontos negativos numa história tão sensível e realista, sem nenhum momento ser piegas. O diretor foi muito feliz no modo que montou o filme, usando flahsbacks, fazendo transições dentro da cronologia da história que ajudam o espectador a se aprofundar mais ainda nessa história. Além disso, a trilha sonora é marcante, é mais um ator em cena, fazendo o papel de desestruturar ou de levantar o humor em todos os momentos que aparece. Bom, esse filme é do tipo que você vai sair sentido um soco no estomago, um pouco de dor de cabeça, até pode acontecer de sentir o suor escorrendo no rosto, mas ainda assim muito sensibilizada com essa história, cujo qual, nos ajuda a levantar importante questões: se somos como Didier, frios e inabaláveis, ou como Elise, emotivos e incorrigíveis.
"I always knew. That it was too good to be true. That it coudn't last. That life isn't like that, life isn't generous. You musn't love someone. You musn't become attached to someone. Life begrudges you that. It takes everything away from you and it laughs in your face. It betrays you."
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraUm filme sobre a brutal desigualdade imposta na atual fase do capitalismo? Sobre desumanização? Sobre a dominação do rico sobre o pobre?
Desigualdade sempre existiu, mas quando a elite da mídia é amamentada, ela se cala. Quando se tira os privilégios desses, para devolver ao povo, ela grita.
Parasita é um excelente filme, porque mostra o lado podre do ser-humano. Seja ele rico ou pobre. Evidencia a diferença de classes sim, mas quando os pobres estão numa situação de poder sobre a antiga governanta, não a ajudam, a aprisionam, a chutam escada abaixo, para uma posição pior que a deles. Então o filme deixa bem claro que não importa a classe, o poder é tentador e a natureza humana é sempre corruptível. O rico sentir nojo do cheiro do pobre é revoltante. Mas o pobre chamar a dona da casa de burra, de terrivelmente inocente enquanto se deleitam em prazeres capitalistas, aproveitando-se do que não são deles, é tranquilo, afinal, pobres pobres.
Então o que cansa, é o discurso pedindo justiça social, disfarçado em empatia pelo ser-humano, quando na verdade o que realmente querem é que seja cada um por si, desde que eles estejam por cima. Eu até acredito no jovem determinado, que realmente carrega essa bandeira de amor ao próximo, e isso é muito bacana. Mas a elite que te fez pensar assim está te enganando, porque esse nunca será o real sentimento de quem tá lá em cima.
"Vamos mudar o mundo" e conseguir isso na base da porrada. "O aquecimento global precisa parar", e não somos capazes nem de separar o plástico do lixo em casa.
Viva a hipocrisia que Parasita retrata tão bem! Oscar muito bem merecido
Com Amor, Van Gogh
4.3 1K Assista AgoraA arte é um mundo, e cada área particular se interliga com outra parte desse mundo. Há homenagens que servem como referências e outras como desenvolvimentos marcantes de obra. Esse último exemplo é o que acontece em Loving Vincent, que traz de volta Van Gogh de uma forma emocionante e mais uma vez única, agora em outro meio artístico.
Acho que o grande trunfo desse filme é claro é o processo de animação, que até mesmo é citado no início do filme com a participação de mais de 100 pintores. Isso por si só já faz o filme ganhar vários pontos, junto a isso o estilo de Van Gogh reproduzido com maestria e a linguagem cinematográfica convicente mostra que não é só da beleza que o filme se sustenta. Não é só um filme belo, é um filme tocante na sua mensagem, mensagem essa que é dada indiretamente por Van Gogh. Graças aos colaboradores desse filme podemos recebê-la por meio de suas pinturas e cartas que movimentam mais uma história baseada em fatos do cinema que tanto torna impactante um filme.
Mas nem mesmo o mais único feito é imune a falhas. Há de fato uma preocupação maior em trazer uma história sobre Van Gogh com seus quadros do que um desenvolvimento coeso e bem ritmado no longa-metragem. Com tamanho centro de atenção e trabalho para fazer a belíssimo trabalho de efeitos especiais e pinturas sobrepostas há uma falta de consideração com o "como" contar a história, que parece às vezes ser uma investigação de mistério em um contexto bem errado, além dos flashbacks preguiçosos, mesmo que necessários para a história, sem dúvida.
Loving Vincent é aquele filme de arte homenageando a arte. É lindo de se assistir e emocionante de se entender esse escritor melancólico e escritor de boas cartas. Problemas de roteiro não atrapalham a experiência de ver literalmente um "quadro" se mexendo no cinema. Além disso, a trilha sonora de Clint Mansell traz mais peso a esse filme, com tons intensos como sempre. É um filme com pinturas em óleo, logo acrescentou mais peso nesse marco do cinema. 10/10
Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraDe cara, há uma certa semelhança com Nina da Cisne Negro, Jennifer Lawrence (que no filme não tem nome, apenas é creditada como 'mãe' no final), passa por uma certa melancolia, isolada de tudo e todos, vivendo com um homem mais velho, e tem como objetivo reconstruir a casa onde o casal vive, como se a casa fosse também uma extensão dela. Pessoas chegam sem ser convidadas, sentam na pia (que não está chumbada), destroem o que ela aos poucos foi construindo. Há closes no carão de J.Law e a câmera segue sua perspectiva, para que de consigamos entrar na história, vale a tentativa.
Claro que há bastante referência bíblica e mais uma vez uma referência de mulheres psicologicamente perturbadas, submissas, mesmo que elas sejam as protagonistas do filme.
O ritmo do filme vai do monótono para o caos, num piscar de olhos, cenas que ficam na cabeça por tempos. Darren: pare com os efeitos gráficos, eles não são bons.
Enfim, ao final do filme caí num choro dolorido. Para mim este filme tratou, entre outras coisas, do amor dado e não correspondido, de se dedicar e nunca ser o bastante. E tem muitos outros significado. Vale a pena assistir. 5 estrelinhas <3
A Cabana
3.6 828 Assista AgoraJess 0 minutos atrás
Primeiramente, eu li o livro e imaginava a cabana totalmente diferente do que ela é AAAAAAAAAA.
O filme trás uma reflexão e uma mensagem bacana. De forma lúdica, a trama vai se desenrolando e te envolvendo a ponto de você não saber se tudo aquilo é real ou só imaginação do protagonista. E a resposta depende da interpretação de cada um. Algumas cenas foram um pouco exageradas e, o principal ponto negativo pra mim, foi a escolha do ator, o inexpressivo Sam Worthington. Mas Octavia Spencer toma conta da maioria das cenas e dá um show.
Pra quem não tem um lado religioso ou não acredita da pra pegar todo o ponto filosófico/psicológico da história, basta tratar os personagens como apenas personagens e ter atenção na mensagem da história, que é o foco, e ao contrário de alguns comentários eu não vi uma catequização, na verdade até vi muita crítica ao comportamento da comunidade cristã.
É um filme poético, bonito e bem feito. Não tem a pretensão de concorrer ao Oscar ou ser sucesso de críticas, porém é um filme fiel a obra literária. De forma geral, filmes são completamente subjetivos. Um filme que possa lhe causar certas emoções, pode causar outras em mim, ou simplesmente nenhuma.
Acordar para a Vida
4.3 789O enredo do filme gira em torno da questão existencial vivida pelo protagonista e a sua dúvida de como diferenciar a vida real daquela que existe somente em nossos sonhos. O mesmo vive um looping eterno de acordar de um sonho e estar dentro de outro.
Como separar o que é real do que é sonho? Não é uma tarefa fácil de acordo com as questões levantas neste filme. Diversas questões maravilhosas são apontadas por diversos personagens peculiares e únicos que discutem com o protagonista assuntos totalmente aleatórios e abstratos. Da política, religião até as grandes conspirações globais.Estou fascinada por ver como uma animação extremamente simples pode trazer à tona um tema de tamanha grandeza, que é a complexidade humana. Simplesmente incrível o enredo deste filme! Os diversos assuntos nele abordados são tratados de forma intensa, uma forma que muitas vezes não nos cabe entrar em questão pelo tamanho de sua complexidade.
Presenciei nesse filme uma filosofia de boteco indescritível, frases e situações que sempre tive em minha mente, porém nunca soube como colocar em palavras. Ver esse filme foi um orgasmo mental, fiquei em êxtase absoluta.
A técnica de filmagem engana muito, a princípio pensei que se tratava de uma animação, o que a primeira vista não me agradou, mas na verdade é muito mais do que isso: O filme é inteiramente filmado em rotoscópio, com cenas filmadas sobrepostas a uma película que imitam uma textura de animações flash. Um trabalho gigantesco que deve ser reconhecido, fazendo cada gravação de cena durar horas.
É legal destacar também as referências que o filme faz, há uma cena com referência ao filme ''Sonhos'' do Akira Kurosawa, a da preleção feita pelo macaco. Há também a participação de Ethan Hawke e Julie Delpy, atores do filme anterior, e também maravilhoso, do Linklater: ''Antes do amanhecer''. Há ainda várias outras referências que merecem destaque, mas para não me prolongar muito vou citar apenas essas duas.
A Vida é Bela
4.5 2,7K Assista AgoraO filme inicia de um modo bem pacato, e até um pouco irritante. Você não dá nada pelos personagens principais apresentados, e também pela história. Até o momento inesperado e trágico. Contém um pouco de tudo, tudo na medida certa! Humor bem anos 30, inocente; romance como os dos livros e filmes clássicos; e até mesmo o mais singelo heroísmo. Contudo, com a segunda fase da trama, o tom de felicidade e comédia muda para o terror do Holocausto, e a melancolia misturada com a tensão presente a todo instante. Menos para Guido, que como um bom pai e um fiel marido, não desiste de sua família, esquecendo-se da dor, pavor e represálias, apenas para manter a fé, esperança e o bom humor ainda presentes, mesmo quando já é possível prever o desfecho disso tudo. É bastante tocante, e nos faz enxergar que a beleza da vida está além do que os olhos podem enxergar, em um mundo tão triste e cruel.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraUm dos filmes mais inspiradores que eu já assisti. 'Indo the Wild' é tão tocante, emocionante, intenso e verdadeiro que te faz refletir tanto coisa da sua própria vida ao se deparar com essa história de Alexander Supertramp (eu prefiro chama-lo assim). Um rapaz recém-formado da faculdade e cansado de todos os padrões impostos por seus pais e pela sociedade controladora que te cegam com padrões de estudos, emprego, carreira bem sucedida e busca a verdadeira felicidade e liberdade bem longe desse mundo hipócrita, como ele deixa bem claro no decorrer do filme. Eu simplesmente fiquei hipnotizado ao assistir esse filme, e não esboçava nenhum tipo de emoção até sua conclusão. Parece que eu só consegui sentir o filme verdadeiramente e entender toda sua história e a sua mensagem ao final daquilo tudo. Você chora, reflete e para pra pensar: “O que realmente estou fazendo da minha vida?”, “Isso é felicidade? Liberdade?”, “O que é liberdade pra mim?”. Surreal como um filme te faz levantar vários questionamentos sobre sua vida encima de um pequeno momento da história de outra pessoa. Todo mundo tem um pouquinho de Alexander Supertramp dentro de si. Posso dizer que em mim é um pouco aflorado. Eu me identifiquei com Alexander em várias partes do filme, ou seja o modo que vemos a vida.
Falando da parte técnica do filme, é tudo incrível. Sean Penn fez um maravilhoso e inspirador trabalha com esse roteiro maravilhoso e sua direção única. Fotografia nem se se fala. É linda de apreciar toda aquela imensidão que o filme mostra da natureza e a forma como eles filmaram tudo aquilo. O filme ainda tem uma trilha sonora incrível e extremamente precisa para a história ao som de Eddie Vedder que ganhou mais um admirador de seu trabalho. A atuação do cara que interpreta o Alex, Emile Hirsch, é tão pura, verdadeira e impactante, principalmente nos minutos finais do filme quando ele se despede de todos nós.
Eu adoro assistir filmes baseados em fatos reais, parece trazer uma verdade em tudo o que é contato, ou pelo menos é a intensão, e esse filme trouxe exatamente essa verdade. Aquela foto que é mostrada ao final do filme, do Alex da vida real, quando ele estava nessa sua aventura é de arrepiar qualquer um quando você olha para aquele olhar e sorriso, aquela sensação de felicidade em sua vida.
O Babadook
3.5 2,0KDificilmente cria-se algo novo, e no mundo do cinema isso é ainda mais raro. Filmes do Hitchcock, se vistos hoje, serão ridículos de tão "clichês", mas foram preceptores de quase todo terror e suspense que vemos hoje. Todo um universo que vem há décadas se repetindo nesses tipos filmes. Esperar algo super inovador é cansativo e frustrante.
Voltando ao filme, ele teve suas características "clichês" de filme de terror, mas inovou em alguns aspectos, somos extremamente viciados nos produtos fílmicos estadunidense, reclamamos que todos são iguais, mas quando há algo que foge um pouco do padrão, tratamos com muita estranheza. Acho que foi isso que incomodou em The Babadook, os elementos que queríamos que tivesse, mas não teve, o que pra mim, foi o melhor do filme.
Às vezes taxamos um filme como ruim só porque não seguiu como queríamos. Elogiamos os atores, fotografia, trilha sonora, "é um filme bom até aquela parte que (...)". É preciso um pouco de maturidade para diferenciarmos o que é realmente ruim do que simplesmente não gostamos.
Existe uma sensibilidade rara em The Babadook. Algo difícil de encontrar no cinema de horror. Personifica medos, dificuldades, frustrações, traumas e os percalços da vida em uma criatura aterrorizante, imprevisível e que se apodera de elementos familiares, íntimos e representativos para a vida machucada de uma mulher e seu filho. Cria alegorias e trabalha o tempo todo com metáforas, sem trair em momento algum a ideia inicial em detrimento de sustos fáceis ou do terror barato, mesmo sendo sim um filme assustador, dramático e com um nível de complexidade bem acima do esperado para produções do gênero.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraO que falar de um filme que te fez chorar do começo ao fim? Não tenho palavras para resumir a beleza e emoção que Room passa, sofri juntamente com os personagens. É muito lindo essa metáfora do crescimento, costumo assistir aos filmes indicados ao Oscar antes da premiação. Ano passado fui surpreendido pelo excelente Whiplash, esse ano foi a vez de O Quarto de Jack.
Roteiro encantador, com atuações incríveis dos protagonistas - a mãe, com um olhar muito tocante e profundo, transmitindo com lealdade toda a profundidade de suas aflições, e principalmente o menino, com uma pureza alucinante e uma atuação sensível ao extremo. Deixa o espectador sufocado em diversas situações, diante de tantas reviravoltas.
A história do filme poderia facilmente cair para o melodrama. A força de O Quarto de Jack é passar dessa barreira e trazer um debate a mais e transitar com extrema habilidade entre dois "gêneros", dois períodos, com extrema habilidade.
O primeiro momento do filme demonstra o horror, o sofrimento, principalmente da personagem de Brie Larson, excelente no papel, e na "infância" de Jack. A partir do momento que a trama se modifica é Jacob Tremblay quem rouba a cena e coloca em debate toda uma questão que envolve a prisão dentro de si, seja da mãe perante a família e a opinião pública, seja do menino frente ao momento de descobrimento da vida, isso tudo dosando a carga dramática e se valendo da habilidade do seu elenco. No mais, deixo minhas 5 (e ainda poucas, na minha opinião) estrelas pra essa obra fantástica e o meu eterno amor por esse elenco de ouro, em especial pro Jacob Tremblay que realizou um trabalho fantástico.
"Good bye, room"
Uma Viagem Extraordinária
4.1 611 Assista AgoraEssa aventura do diretor francês Jean-Pierre Jeunet possui uma narrativa encantadora e muito fácil de fisgar o espectador pelo excesso de meiguice e pelo grande espetáculo de cores, surrealismo e muita fantasia.
"Uma Viagem Extraordinária" é do tipo de filme que enche nossos olhos e oferece uma experiência cinematográfica deslumbrante e uma viagem imaginativa que ilustra a alma infantil do cineasta.
Ao acompanhar a jornada de T.S. Spivet, deparamos com uma alegoria repleta de sentimentalismo, onde melancolia e exaltação se unem para contar uma belíssima história de um garoto que mergulha na estranheza dos seres, das coisas e da vida.
A boa atuação mirim do promissor Kyle Catlett (virei fã desse garoto depois que vi ele no remake de Poltergeist) dá ao filme um toque lúdico e gracioso, conseguindo bons resultados com sua naturalidade em cena e conquistando o espectador desde sua primeira aparição.
O elenco todo é competente e a magnífica Helena Bonham Carter, que interpreta muitíssimo bem a mãe do protagonista, nos presenteia com uma personagem extravagante e muito cativante. Se há algo de prodigioso neste longa, é a direção de Jean-Pierre; subsequente, a fotografia exímia, um verdadeiro esmero visual (acredito que muitos rotulou-a como "artificial", assim como o fizeram com o longa de Amélie Poulain) e a montagem minuciosa e criativa já característica nas obras de Jeunet.
Em determinados momentos, algumas atitudes das personagens (gostaria de dar ênfase nas cenas do 'talk show') foram capciosas, e apesar do nítido propósito do diretor de transmitir uma ácida crítica acerca da superficialidade presente nos programas de entretenimento americano, ecoou um efeito negativo e infantil à obra; entretanto, estes momentos foram raros e não deturparam minha admiração pela estória de T.S.
O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraAlgumas pessoas tendem a subestimar esse filme por fugir muito da história do livro. Não li o livro, não posso fazer comparações, mas ao meu ver, a intenção de Kubrick nunca foi seguir fielmente o conto de King, e sim beliscar detalhes e situações para criar sua própria história, e o resultado é altamente satisfatório. O filme funciona.
O Iluminado não é um daqueles filmes de terror apelativos, cheio de sustos fáceis, sanguinolência e monstrengos (que acabam sendo mais engraçados do que assustadores). É um terror totalmente psicológico e misterioso. E para este marco único ocorrer, tinha de estar nas mão de um mestre do seu ofício. O lendário Stanley Kubrick, realiza uma experiência psicológica perturbadora, numa fita sobre a loucura e o isolamento. Filmado com perfeição, travellings e planos-sequência percorrem o sinistro, através de corredores misteriosos. O cenário labiríntico, junto com o jogo das cores e a geometria que Kubrick recorre para distrair o espectador, transmite uma emoção absoluta terrificante.
E se existem algumas coisas em aberto, que parecem mal explicadas, não é um defeito ou uma falha do filme. Kubrick nunca gostou de deixar tudo mastigadinho, ele sempre deixa situações em aberto para que o espectador possa pensar e tirar suas próprias conclusões. E isso faz com que o filme continue martelando na mente do espectador mesmo após o término. Pessoalmente, acho isso fascinante.
E além do filme ser ótimo, ainda temos Jack Nicholson em uma de suas atuações mais viscerais e espetaculares, talvez a melhor atuação de sua carreira - e isso não é pouco.
Grande obra de Kubrick, merece toda a fama que tem.
Experiência própria. Na primeira vez que visualizei "The Shining", perguntei a mim mesmo se tinha gostado ou não. Depois de um tempo de reflexão, um bocado desprendido na minha afirmação, acabei por dizer: "é apenas um filme de terror ambíguo". Completamente enganado. Ele morou no meu pensamento, até obrigar-me a dizer da boca para fora: "É uma obra-prima absoluta!"
Truque de Mestre
3.8 2,5K Assista AgoraO elenco não preciso dizer que é incrível (ao menos grande parte dele, tendo nomes como Jesse Eisenberg e Morgan Freeman). Mark Ruffalo ensinou a protagonizar filmes do tipo e, como sempre, me deixou boquiaberta com a mudança constante de ritmo (ora calmo, ora extremamente agitado), o que me manteve entretida o filme inteiro. Isla Fisher provou que, felizmente, não é a mesma de "Delírios de consumo de Becky Bloom", e cumpriu a promessa da personagem.
É um filme atraente, envolto a mistérios e surpresas, a trama é tão envolvente que prende a atenção até o seu desfecho. Conta com um elenco super entrosado, uma trama em um ritmo frenético e bons efeitos especiais.
Quanto ao roteiro, é de fato uma proposta diferente, intrigante e surpreendente. A mescla do mundo mágico com o real, os roubos e a maneira como são explicados é encantador.
O filme todo é envolvido em ação, cenas de perseguição e sacadas inteligentes, o que inevitavelmente nos faz pensar "o que vem a seguir?", ou "e agora?".
O final (logo adianto) é inesperado e, acima de tudo, nos deixa com sensação de trabalho não terminado. E que venha a sequência!
Eu, Você e a Garota Que Vai Morrer
4.0 888 Assista AgoraEncontrei esse filme por acaso, e achei que fosse mais um dos tantos filmes do gêneros que existem, mas é completamente WOOOW! Não sei exatamente se é essa a palavra, ou expressão, mas foi o que imaginei agora.
Tem lá suas qualidades (destaque para a segurança com que o filme transita entre o humor mais leve e um drama bem pesado, e, é claro, suas diversas referências à clássicos), mas o ritmo é extremamente irregular, e os personagens secundário são completamente sem carisma. Com isso, a narrativa acaba sendo episódica e desinteressante, o que compromete bastante o resultado final, tendo em vista que um dos maiores fortes dos filmes indies costuma ser justamente a narrativa gostosa de se acompanhar.
Baseado no livro de Jesse Andrews, que também assina o roteiro, o drama de Rachel (Olivia Cook, de "Bates Motel") eh contado através de Greg, mais um personagem loser adorável do cinema independente americano. O garoto invisível (impossível não lembrar de "As vantagens de ser invisível") tem a missão de se reconectar ao mundo através dessa amizade insólita, que tem prazo de validade apertado. O pano de fundo é a cidade odara de San Francisco, berço da cultura hippie, representado pelos pais de Greg. A parceria com Earl e o professor (personagem mexicano de Sense 8) é um caso a parte... Indicado para todas as idades e todos os estados de espírito. É também uma homenagem ao cinema. Emociona, alegra, lava a alma. Que filme!
Triângulo do Medo
3.5 1,3K Assista AgoraUm filme que a personagem principal se chama JESS e com a referência da mitologia grega, que nos estimula a raciocinar formulando várias teorias, ou seja... ADOREI.
Pelo aspecto de produção, ele aparenta ser até um filme mediano, sem tantos atrativos, sendo portanto fácil para que os desatentos o subestimem. Contudo, mais uma vez, temos uma daquelas fantásticas películas que escondem uma alta carga de genialidade por trás de um ar despretensioso (e por trás também da dificuldade de se captar alguns elementos mais complexos). De fato, a suposta precariedade de produção — atores com desempenho de série de tv, recursos quase amadores, parcos efeitos especiais — pode muito bem ser entendida como um estilo meio minimalista, o que aliás fica na medida certa para sua apreciação.
Mas se a ambientação é um tanto simplória, nem por isso a fotografia deixa de ser bela... e talvez por esse aspecto minimalista mesmo, a atenção aos detalhes tenha sido tão bem conduzida, pois cada fragmento do filme adquire um significado essencial ao desenvolvimento da trama e do conceito como um todo.
E agora me arrisco a tocar em pontos mais sensíveis do enredo, que podem significar spoilers, sendo esse justamente um filme de 'plot twist', ou seja, que tem nas suas enlouquecidas reviravoltas a sua maior força de impacto (MAS TOMAREI TODO O CUIDADO, NÃO SE PREOCUPE!).
História muito boa, sem grandes explicações, que deixa a gente pensando no enredo por horas depois do filme ter acabado, uma tremenda aula de como prender o público mesmo sem grandes atuações, simplesmente com um roteiro muito bem escrito.
Já disse Stephen King: "o inferno não são os outros, mas sim a repetição".
Se Eu Ficar
3.5 1,9K Assista AgoraEu não li o livro por isso vou me reter apenas ao filme.
O filme aborda um tema muito complexo e importante na vida de qualquer adolescente e até mesmo dos mais velhos "Escolhas". As vezes temos o nosso futuro perfeitamente planejado e então quando menos esperamos alguma coisa acontece ou então alguém surge na nossa vida, bagunçando tudo completamente. Temos que fazer escolhas o tempo todo no decorrer de nossas vidas, abrir mão de algo ou alguém, para conquistar outra.
O drama/romance "Se eu Ficar" fala exatamente isso. Gostei muito do filme, me sensibilizei em muitas cenas e consegui me colocar na pele da protagonista em alguns momentos e também me coloquei no lugar do par romântico dela (Henry - Adam Solomonian).
Na minha opinião, acredito que o filme poderia ter uma duração de 2:00h, pois achei que o final foi muito rápido e poderiam ter estendido mais alguns minutos para concluir a historia de uma forma mais emocionante.
Adorei a fotografia e a trilha sonora, velho e bons rock clássicos, mas isso não faz o filme ser ''O FILME'' é apenas mais um clichê romantico.
Um filme previsivel, mas bom para passar o tempo.
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraThe age of Adeline poderia ter sido um filme incrível, mas o excesso de explicações deixou um clima de história infantil, lembrando Benjamin Button, sendo que são narrativas totalmente diferentes.
A mulher que para de envelhecer e por isso precisa viver fugindo e se escondendo poderia ser um ótima metáfora para alguém preso a um trauma do passado. Ao mesmo tempo, é triste que para termos uma heroína romântica inteligente, segura de si e que escolhe se preservar a história tenha que ser uma ficção científica, em que ela na realidade tenha mais de 100 anos. Esse dado acaba testemunhando sobre a representação feminina em Hollywood.
Um filme básico, achei muito fraco e acaba muito rápido, não tem profundidade é só uma historia de uma mulher branca/hétero/rica que perdeu a capacidade de envelhecer num fenômeno bizarro, ok que a Blake Lively é sensacional, mas um roteiro desses devia ter sido mais aprofundando do que focar na superficialidade que é a beleza de uma atriz, sobre a personagem.
Ótima fotografia, ótima trilha sonora, ótima base, ótima construção de personagens, ótima produção até.
Mas que roteiro foi esse? Que story-telling foi esse? Dificuldade em manter um ritmo que prendesse, a dificuldade em explicar o contexto de forma interessante - ele é simplesmente jogado de forma aleatória - e acaba em 1 hr e 50 min de uma sensação terrível de que poderiam ter feito tão melhor com o que tinham.
Além, alguém mais lembrou de Winter's Tale e The Man From Earth?
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraDaria tudo pra ser um filme bom por ser original, um filme sem clichê porém mal elaborado.
Se você espera um filme de terror tradicional, com um roteiro pré-desenhado e uma explicação simples sobre qualquer mistério que seja apresentado, vai se decepcionar; esse é um filme para ser visto com um olhar crítico, muito mais um drama filosófico do que um terror por si só.
Terminei de assistir me questionando apenas uma coisa: qual a necessidade desse filme? Não bastaram os incontáveis furos no roteiro, ainda tiveram a brilhante idéia de prolongar o filme por 1h40min. Tem uma clara intenção de beber um pouco Halloween (1978), mas sem sucesso. A única coisa que chega a funcionar é a trilha sonora, mas derrapa do meio pro final. O roteiro fica dando voltas e voltas e a sensação que se tem no final é de que o filme não acabou. Uma fotografia interessante, porém o pior final de todos.
Faltou explicação, faltou história, faltou coerência.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraO filme contém 6 curtas com ótimos relatos. A realidade política, social, psicológica e econômica retratada em um longa metragem tão terapêutico com este, faz-se necessária não só para os apreciadores do cinema latino-americano, como para a história da sétima arte como um todo, onde a Argentina apresenta tranquilamente a capacidade de criar cinema sem exageros e sem clichês, por mais que este seja baseado em histórias verídicas.
Estruturado em segmentos relativamente curtos, cada um narrando uma história diferente, Relatos Selvagens se inspira nas reações de indivíduos sob a influência do stress, do rancor, da raiva, da ganância, da corrupção, da estupidez etc. Satiriza o estouro da panela de pressão psicológica devido ao insuportável acúmulo paulatino de pequenos abusos cotidianos, partam eles do "sistema" ou de outros cidadãos. Incidentes, escândalos, brigas tolas, gafes, enganos, crimes, atos isolados de revolta que poderiam ter saído das páginas de qualquer jornal.
A produção de Agustín e Pedro Almodóvar serviu de grande auxílio para o diretor Damián Szifron criar aquilo que podemos considerar como um dos melhores filmes de 2015, ainda mais com atores de altíssima qualidade, como Ricardo Darín (O Segredo dos Seus Olhos) e Erica Rivas (O Chaveiro) em papéis aqui tão refletivos e tão marcantes.
Apesar do tom de comédia, absurdo e paródia (ou justamente por causa dele) o filme consegue trazer boas reflexões. Na verdade, dá pra achar um clichê em cada história, como que um estereótipo servindo de base, mas mesmo assim cada uma das narrativas consegue dar uma coloração elaborada e mesmo surpreendente, e de tal modo que dá vontade parar e assistir uma das histórias diversas vezes só pra extrair o máximo dela.
O Pequeno Soldado
3.8 57Tem a questão da esquerda e direita, a situação da Argélia referente a França, mas passa uma mensagem de ética, de ter ideologias, o contraponto seria as situações da vida, os caminhos, o que atrapalharia para o alcance do ideal ou esquecimento dele, essa é a vida. Eu tenho meu ideal, o que seria meio que um sentido uma razão para o existir, o Bruno é um cara que não tem um ideal uma epifania, não se preocupa se é esquerda ou direita, não se preocupa com a morte, até formulando uma solução que se daria no não morrer mais, pois, já estaria morto.
Apesar do filme ter sido lançado em 1963, após outras obras-primas como "Viver a Vida", "Uma Mulher é uma Mulher" e "O Desprezo", "O pequeno Soldado" foi filmado em 1960, logo depois de "Acossado", tendo sido a primeira parceria entre Godard e sua musa inspiradora. Trata-se do primeiro contato entre eles, e é maravilhoso enxergar a câmera se encanta pela beleza clássica de Ana Karina a medida que seu personagem (alter-ego?) Michel se perde de amores por ela. Um clássico delicioso para os amantes da Nouvelle-Vague e dos diálogos geniais do mestre francês.
Enquanto Somos Jovens
3.2 231 Assista AgoraVi esse filme com grandes expectativas, já que tive uma boa experiência ao assistir Frances Ha, outro trabalho do Noah Baumbach. Porém, fiquei meio decepcionada pelo fato de que o filme acaba de desvirtuando de sua proposta original, que talvez, se tivesse um melhor encaminhamento, seria mais bem aproveitada.
Engraçado é o fato de que o personagem de Ben Stiller tinha um ótimo material para seu documentário mas, por muita informação, não soube editar e aplicar direito a sua proposta. É quase metalinguístico no que se diz respeito ao projeto de Boumbach.
Apesar disso, algumas reflexões críticas, como a efemeridade do tempo, o desejo impetuoso de se manter jovem e a quase obrigação a seguir um protocolo social não passa despercebido nessa obra. Destaque aos quatro atores principais, sábios ao se conterem e ao se completarem como um elenco propriamente dito.Noah Baumbach comprova seu talento após o bem sucedido e elogiado "Frances Ha" ainda que esta nova obra seja bastante inferior ao longa anterior.
O roteirista e diretor volta a falar sobre as dificuldades do amadurecimento e da vida adulta. Sonhos, desejos e projetos que ficam para trás sem que a gente perceba o passar dos anos. A comparação com a geração hipster é muito interessante. Geração que parece mais preocupada em rótulos do que conteúdo. A discussão sobre o processo de construção da verdade no documentário e os seus limites também são pontos alto do filme, embora falte um climax e maior identificação do espectador médio. Vale a pena ser conferido sem pressa.
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraAcredito que deveria ter o acréscimo de um detalhe importantíssimo: o filme não é tão somente um drama e tão pouco um romance. Vai muito além dessa perspectiva, o filme aborda uma história fictícia (realismo fantástico) que não se prende as amarras da realidade cronológica. Nele há uma " permissão" (espécie de licença poética) com relação ao tempo. Adaline não sofre nenhum efeito da passagem dos anos como seus amigos e familiares. Blake Lively encarna a mocinha cativa desse "tempo" que chega para qualquer mortal. Quando me lembro da narrativa durante o filme, tenho a sensação de está assistindo a uma comédia. Na minha opinião, toda essa "alquimia" deu certo.
A premissa é absurda, e por isso que acerta ao assumir o tom de fábula. Um narrador apresenta os passos desta história, com o acréscimo interessante do sarcasmo e do cientificismo. Ninguém cobraria uma explicação física e matemática deste filme, mas a narração justifica como o choque elétrico aplicado ao corpo de Adaline em estado de hipotermia poderia provocar o efeito de suspensão do tempo.
A fotografia do filme é outro ponto que gostaria de ressaltar, me peguei boquiaberta em determinadas cenas, tanto pelo enquadramento, quanto pela vivacidade no cenário. Certamente teria sido um ganho experienciar essa história nos cinemas, infelizmente perdi a oportunidade e acabei por ver em casa, mas ainda assim foi maravilhoso.
Prazeres Mortais
3.3 304 Assista AgoraToda a atmosfera é bem enigmática. Só achei um pouco cansativo o número de reviravoltas que ocorrem durante o filme. Parece que a única razão dele existir, é desconstruir o que foi mostrado anteriormente.
As atuações estão na medida. Destaco a beleza das mulheres do filme, assim como a dos protagonistas. Se houvesse mais sexo, entraria fácil na categoria de soft porn.
O final foi bem razoável, mas é uma ótima opção para quem tá procurando um quebra-cabeça para solucionar.
Assisti a versão Belga de 2008 e outro dia me peguei assistindo a versão Holandesa do próprio diretor Erik Van Looy, quando percebi que já conhecia a história, argumento, etc. Então o cara resolveu fazer uma versão americana em 2013, olha o filme não é isso tudo para ter tantas versões assim. Aliás o que se torna cada vez mais comum no cinema americano, eles refazem os filmes de tudo quanto é pais, como se fossem melhores que os originais, em alguns casos até que dá certo, mas na maioria das vezes os primeiros são ótimos. Está faltando criatividade neste pessoal de Hollywood!
Vicky Cristina Barcelona
3.8 2,1KFilme com um dedo, mas não com a cara de Woody Allen, ao menos não o que conhecemos com histórias melancólicas, deprimentemente engraçadas e niilistas. Woody quis expor um pouco de dois mundos, o americano mais conservador, como dito por Cristina "produzido em série", e o estilo artístico aventureiro liberal europeu (Diga-se de passagem que apesar de ser um povo de mente mais aberto, europeus não vivem apenas de arte, relacionamentos abertos e romances) na visão do diretor. Incluindo na fórmula Bardem, que é a problemática, ou melhor, a solução para a maneira de viver regrada e entediante do Novo Mundo. Maria é o ponto que desequilibra esses dois modos de viver, e o equilíbrio só pode ser recuperado quando o "lado americano" cede as particularidades do lado oposto.
Tudo isso soma para um enredo romântico altamente complexo, com o jeito de Allen, mas ainda não me adaptei a esse novo estilo sonhador do diretor, muito menos essa visão fantasiosa que adquiriu sobre a Europa. Apesar do típico tema da vida de artistas e seus problemas psicológicos e amorosos, as produções de Woody partiram para uma atmosfera mais clara e simplista, eu diria até mais fútil.
O filme caminha por vias nada moralistas, o que já é um bom passo para você pensar fora da caixa, admito até que o jeito que retrata a não-monogamia dá uma vontade de viver uma, Woody mostra as armadilhas de nossos desejos de um jeito único e encantador. Não tem como não gostar.
As atuações do triângulo amoroso são excelentes, não tinha como esperar menos de Scarlett e Penélope, o resto do elenco também não deixa a desejar, embora não seja um enredo de alta dificuldade para se interpretar, todos estão de parabéns. A fotografia e ambientação são lindas, o que explica em parte a fixação de Woody pela Europa, Oviedo esbanja charme e arte, combinados com um bela e consistente trilha sonora, setores onde o diretor tem excelência.
Alabama Monroe
4.3 1,4KO amor entre duas pessoas é o tema mais comum da história em todo e qualquer tipo de arte. Desde os desenhos rupestres nas cavernas, passando pelas cantigas, pinturas, estatuas de mármore, música, literatura e finalmente, cinema. Mas resumir esse filme apenas como mais uma história de amor banal seria uma grande injustiça.
Alabama Monroe não é a história de duas pessoas que se apaixonam e vivem esse amor. Alabama Monroe é a história de duas pessoas que apaixonam e veem esse amor ruir diante as intempéries da vida, é a amarga sensação de desconstrução e desapego a própria vida.
Didier e Elise parecem duas pessoas muito simples e despojadas, vivendo sem nenhuma grande responsabilidade, e dessa forma se encontram e se apaixonam à primeira vista. No decorrer desse relacionamento vemos ele, que ao mesmo tempo músico e dado aos prazeres da arte, tem uma perspectiva muito racional da vida, e ela, muito emotiva. Vale entender que o modo como o dois interpretam os acontecimentos são apenas soluções corretivas, e não atos preventivos. Essa frieza ou aquela emoção nada privam deles da dor.
É muito difícil apontar pontos negativos numa história tão sensível e realista, sem nenhum momento ser piegas. O diretor foi muito feliz no modo que montou o filme, usando flahsbacks, fazendo transições dentro da cronologia da história que ajudam o espectador a se aprofundar mais ainda nessa história. Além disso, a trilha sonora é marcante, é mais um ator em cena, fazendo o papel de desestruturar ou de levantar o humor em todos os momentos que aparece.
Bom, esse filme é do tipo que você vai sair sentido um soco no estomago, um pouco de dor de cabeça, até pode acontecer de sentir o suor escorrendo no rosto, mas ainda assim muito sensibilizada com essa história, cujo qual, nos ajuda a levantar importante questões: se somos como Didier, frios e inabaláveis, ou como Elise, emotivos e incorrigíveis.
"I always knew. That it was too good to be true. That it coudn't last. That life isn't like that, life isn't generous. You musn't love someone. You musn't become attached to someone. Life begrudges you that. It takes everything away from you and it laughs in your face. It betrays you."