Predator: Badlands chegou com tudo e trouxe um Predador exilado, alianças improváveis e uma ameaça ainda mais mortal! No trailer, temos easter eggs escondidos a grandes batalhas contra os predadores mais formidaveis do planeta hostil.
Eu adorei esse novo trailer e o Predador!
Essa sala de troféus foi uma das coisas mais brilhantes que vi nos filmes de aliens, minha imaginação voa, um crânio do alien do independency day, um troféu humano, um t-rex, vi um crânio pelo que parece é de um alien do guerra do amanhã "garras brancas" cara, imagino o predador caçando esses predadores, que da horaaaaa essa sala de troféus mano... finalmente um filme da saga onde vão 'emponderar' o predador.
E finalmente um Predador Protagonista para representar o filme que embora muitos não tenham gostado da aparência dele eu gostei, pois ele ainda é um Sangue Jovem iniciando seu treinamento e caçada.
E como os próprios diretores disseram, exitem vários clãs de Predadores, facções e espécies em vários planetas e nem todos são iguais aos primeiros que estamos mais acostumados.
Vou criar uma hipotese. Badlands talvez seja o planeta, que possui varios biomas, ver os predadores nessa disputa entre si, talvez mostre que existam(talvez) clãs rivais que buscam além de uma simples caçada, poder e destaque. A moça pode ser uma sintética tambem, por ter aquelas habilidades, e ter um prota sendo predador, isso sim traz uma visão muito diferente daquilo que estamos acostumados a ver. Dito isso...ta na lista de filmes pra se ver hahahahah.
posso estar louco, mas se eu não conhecesse, diria que esse ancião pode ser um elite da "Dark Blade Clan", seria interessante ver esse clã dos Yautjas. Armadura e armas negras em detalhes puramente em vermelho escarlate.
ALIEN: TERRA ESSAS CAIXAS ESCONDEM ALGO MUITO PIOR DO QUE VOCÊ IMAGINA!
Alien: Earth (2025), a aguardada série de Noah Hawley que traz os xenomorfos para o nosso planeta só parece que o terrivel xenomorfo nao esta vendo sozinho para a terra, outras espécies alienígenas estão vindo com ele.
Sinceramente! Na minha humilde opinião, ambos os teaser / trailers estão uma obra de arte, parabéns pela equipe que está por trás deles, inclusive! Esses conjuntos parecem ter vindo direto dos anos 70 / 80 e eu adoro isso, realmente! Eles levaram a tudo isso sério, até mesmo reutilizando os efeitos sonoros dos filmes antigos do Alien😗😙😁👌
É o que a gente busca nesse tipo de produção, qualidade em todos os aspectos, principalmente em uma produção que exige uma atenção toda especial com os detalhes!
Não sei se a serie vai ser boa, mas a premissa promete bastante pelos vistos.
PS: Se no filme "Predador Terras Selvagens" aparecer alguma tecnologia retrô dos anos 70 igual em Alien. Eu vou ter um treco 😮
O filme: "28 SEMANAS DEPOIS" tem a melhor, mais tensa, mais assustadora e angustiante abertura de um filme de Zumbis da história do cinema, mais até que Madrugada dos Mortos. Realmente assustador - 🎬❤️ E essa trilha sonora eletrizante? A gente se angustia junto com o personagem.
Se alguém tiver alguma dúvida sobre o título do filme, já que usei o original, esse filme também tem o título no Brasil de "Extermínio 2".
NOTA: 4,0 / 5,0 ( Ótimo )
A indústria cultural costuma ser abusiva quando um tema se torna lucrativo. Na seara dos filmes de terror, a coisa chega a ser “assustadora”. Quando Pânico deu novo fôlego para os filmes de psicopatas mascarados, uma enxurrada de filmes bacanas surgira, mas na esteira, uma enorme fila de produções constrangedoras. O mesmo ocorreu com as refilmagens de tramas de horror orientais. Bastou trazer O Chamado que logo os estadunidenses fizeram a releitura de todos os filmes possíveis, adaptações que geralmente se mostrara inferiores aos enredos que lhe serviram como ponto de partida.
Com os filmes de zumbis não foi diferente. George Romero não foi o criador, mas foi quem remodelou o estilo já estabelecido por Zumbi Branco e A Morta-Viva. Por conta do sucesso, vários cineastas se inspiraram no esquema de zumbis em busca de carne humana e o resultado é um imenso catálogo de produções boas e outra lista ainda maior de tramas profundamente ruins. Extermínio, de Danny Boyle faz parte do espaço das boas produções. Aliás, das ótimas, pois toma como base a temática para explorar conflitos dramatúrgicos e questões sociais que abrem precedentes para discussões pertinentes sobre o mundo contemporâneo.
No filme, durante uma invasão de ativistas em um laboratório na Inglaterra, animais contaminados com o vírus da raiva estão sendo estudados. Sem saber, os “salvadores da pátria ecológica” acabam desenvolvendo um terrível problema, pois os animais atacam os presentes e com a disseminação do vírus, as pessoas infectadas começam a desenvolver comportamento típico dos filmes de zumbis que conhecemos. Fique atento para um detalhe: diferente dos vagarosos monstros de Romero, os representantes de Boyle têm folego de atleta, algo semelhante às temíveis criaturas de Madrugada dos Mortos, refilmagem comandada por Zack Snyder.
Ao acordar do coma, Jim, o herói da história, descobre que ficou 28 dias desconectado do mundo. Neste momento, ele busca respostas para os questionamentos, pois nenhum conhecido parece estar vivo para lhe contar o que aconteceu. Entre as idas e vindas, encontra Selena (Naomi Harris), Frank, Hannah (Megan Burns), pessoas que vão lhe entregar detalhadamente a cartilha: não importa a pessoa conhecida que você reencontrar. Pode ser namorada, amiga, avó ou sua mãe: se estiver infectada, mate.
Unidos, eles seguem um sinal de rádio, tendo em vista seguir para um lugar seguro. Eles encontram uma base militar, mas o que eles não sabem é que tão devastador quanto o mundo externo, o local que devia fornecer segurança parece ser mais perigoso que os zumbis. Guiado pelo roteiro de Alex Garland, o cineasta nos mostra a devastação da Inglaterra em apenas quatro semanas. Através do uso eficiente de câmeras digitais, mergulhada com cautela na mitologia de Romero, mas é com O Terror Veio do Espaço, de Steve Sekely que o filme possui maiores paralelos, pois ambas as histórias tratam de um mundo sob a constante ameaça nuclear, o horror das armas químicas, a falta de civilidade dos seres humanos em suas relações cotidianas e a desordem que toma diariamente a nossa sociedade.
A montagem ágil de Chris Gill consegue dar ritmo a quase todo o filme, deixando levemente a desejar apenas na segunda metade, quando a história aparentemente perde um pouco o fôlego. No entanto, as discussões políticas que tanto engrandecem o roteiro são sustentadas até os momentos finais. Conforme afirma Boyle em suas pesquisas para o filme, “nada tem o poder de subjugar uma nação como os males de um vírus”. Como o mundo anda constantemente em crise econômica, a iminência de uma devastação pode mexer com a imunologia de todos os sistemas possíveis da sociedade. Atualmente, viaja-se mais do que antes, o que impede as barreiras de algumas doenças contagiosas. Em 1999, por exemplo, as doenças infecciosas foram responsáveis por 25% das mortes em todo o planeta. Todas estas questões estão como pano de fundo da metáfora crítica do filme que põe nos zumbis a representação destes males.
Comentário sobre o remake de "A Hora do Espanto" (2011) - 🎬 Esse remake é um exemplo curioso de como algumas refilmagens também podem entregar bons trabalhos. Apesar de não alcançarem a qualidade de seus clássicos predecessores, conseguem entreter de maneira muito satisfatória. Embora existam aspectos que poderiam ser aprimorados, há elementos nesse filme que se destacam em relação a outras tentativas de remakes. Por exemplo, o elenco talentoso traz modernidade aos personagens e ainda consegue emular a essência do original de maneira eficaz. Além disso, a história mantém uma simplicidade que evita complicações desnecessárias, permitindo que o espectador se envolva com a trama. Assim, embora o filme possua falhas, ele consegue proporcionar momentos de muita diversão. Sempre que posso, assisto.
O filme de 1994 tem algumas características do original dos anos 30 que eu amo. A trilha sonora é uma delas, os produtores e os roteiristas preservaram o que na minha opinião acrescentou absurdamente na qualidade da obra!
Quando se preserva as características, a essência continua e nessa versão de 1994 é um exemplo disso!
A versão de 2014, sinceramente se perdeu em tudo, roteiro, nos personagens, nos cenários e se quer respeitaram as características da obra original dos anos 1930/40
Saiu a data de estreia de O Clube do Crime das Quintas-Feiras! ✨
O filme vai ser lançado dia 28 de agosto na Netflix. A história é uma adaptação do livro de Richard Osman, que rendeu uma série maravilhosa de romances policiais publicados no Brasil pela Editora Intrínseca.
No elenco principal estão Helen Mirren, Pierce Brosnan, Ben Kingsley e Celia Imrie. Na trama, eles são moradores de casas de repouso que resolvem mistérios.
Helen Mirren disse em uma entrevista que leu o romance anos atrás e pensou: "Se algum dia fizerem um filme sobre isso, eu adoraria interpretar esse papel".
👉 Clica pra conhecer o livro: http:// amzn.to / 3ElMfsU
Dentre inúmeras experimentações, o cerne da Dreamworks acabou se tornando a união de narrativas clássicas de irmandade e/ou amizade com rivalidade junto à inclusão representativa de maneira prática. É só lembrarmos a questão de fidelidade histórica trazida por O Príncipe do Egito possibilitando uma das primeiras animações de grande estúdio com personagens negros e pardos como protagonistas, ou O Caminho Para El Dourado, que trouxe igualmente em primeira mão personagens latinos como principais, e claro, Shrek que na subversão do conto de fadas na perspectiva de um ogro consolidou esse discurso inclusivo ao dar voz ao “feio” para ele ser bonito também. Em Sinbad: A Lenda do Sete Mares, a voz do protagonismo é dada aos heróis e aventureiros árabes, mas também às mulheres que queriam fazer coisas historicamente direcionadas como tarefa masculina.
Vamos por partes. Falando primeiro do aspecto animado, Sinbad inegavelmente carrega uma forte inspiração em seu primo um pouco mais velho da Disney: Planeta do Tesouro. E não, não é só porque ambos são histórias de pirata. É por isso, pelo fato de serem das últimas animações que realmente apostaram no 2D mesclado com o 3D e principalmente pela mitologia como fio condutor da aventura. Enquanto o filme da Disney fazia sua mitologia numa mistura de acordo com os conceitos da ficção científica que impregnava, Sinbad vai para o lado teológico dos mares, onde a deusa do caos Eris (Michelle Pfeiffer) é a responsável por articular toda uma sucessão de desafios correspondentes aos antigos anseios da humanidade quanto ao desconhecimento do mar, confrontar o marujo a lidar com seus próprios demônios, voltados a um dilema interessante entre o seu egoísmo natural de pirata e a necessidade de corresponder à compaixão de um antigo amigo, Proteus, que basicamente se sacrificou para que ele continuasse em vida.
A priori, a mitologia do universo em si do filme é pouco explorada em suas especificidades (qual é a daquele reino, quais outros deuses influenciam naquele terreno etc.), mas enquanto exercício criativo com concepções prévias da mitologia marinha, há um investimento visual muito estimulante da jornada. Fora que o drama do protagonista é bem relacionável, o que ajuda o texto a inserir seu ponto forte de conflito que é o contraponto da noiva de Proteus, Marina (Catherine Zeta-Jones), personagem feminina forte que vai desafiando as crenças individualistas do principal. Por mais que surja no meio um triângulo amoroso de um lado, o que ajudará na decisão final de uni-los, não é só natural como também uma ponte motivadora a dar justificativa à personalidade de Sinbad. Suas falas de superioridade de gênero na água (navegar não é coisa de mulher) são nada mais que disclaimers da decepção particular que carrega sobre o histórico com ela e o amigo, retomados numa situação complicada, já que além de salvá-lo, Sinbad tem que não entrar na tentação de Marina, que tem o sentimento correspondido.
É uma tramoia bem Sheakspeariana tratada pela animação de forma bastante humanitária, com exageros dramáticos bem pontuados para dar energia à aventura. Marina, apesar de poder cair no estereótipo de moça atraída pelo pilantra, traz uma motivação mais do que justa para isso, uma vez que seu verdadeiro amor é o mar, e ele, querendo ou não, foi a ponte para a sua primeira aventura marítima verdadeira. Fora que o texto posiciona muito bem o jogo de farpas entre os dois como forma de apimentar o romance e dar uma química mais elaborada a ele. Sem contar que o romance não tira em nada a autos suficiência da personagem, que em vários momentos salva a tripulação – preenchida por personagens bem esquecíveis, diga-se de passagem – dos desafios impostos pela deusa do caos e acaba se tornando para eles naturalmente uma figura de referência. Motivo que justifica o gosto de Sinbad por ela, por mais que seja dito como amor à primeira vista, fica claro no desenvolvimento que eles compartilham esse amor pela aventura marinha.
Inclusive nesse aspecto o filme não decepciona. As sequências de ação são ótimas e coordenadas em uma crescente emocional ímpar para o clímax ser no ápice do dilema anteriormente apresentado, e não exatamente na superação geológica – que também é bem bacana: “A Terra é Plana, sempre suspeitei!”. É aquela Dreamworks primária, bem artística, ainda que mais rechaçada naquele humor debochado na vibe Shrek que talvez não seja tão bem encaixado quanto poderia aqui, em certos momentos. Apesar disso, no geral, Sinbard é uma animação divertida e subestimada somente por apresentar certos padrões, mas que certamente são colocados de forma única pelo caráter particular da inclusão dos referentes personagens.
PS: Pena que ele (junto com o O Caminho Para El Dourado e Spirit) não é tão conhecido.
Lembro de pensar coisas semelhantes sobre por que não fez sucesso, mas principalmente ele se encontra naquele lado estranho da cerca, tratando crianças de forma mais adulta do que muitas delas, mimadas, estão prontas para lidar. Como tal, elas não se conectam com a profundidade dos personagens ou entendem as nuances da história, mas mais do que isso, acho que também foi durante um período de saturação, onde era preciso se destacar de certas maneiras e o CGI estava dando saltos à frente que o diferenciavam dos estilos de animação clássicos. Vale a pena assistir novamente, como muitas animações semelhantes de amadurecimento/adolescentes dos anos 90. Uma época tão marcante para as pessoas que buscavam compartilhar suas vozes, mas verdadeiro quanto aos resultados, ele desempenhou um papel na mudança da Dreamworks para se igualar à Disney no aspecto tecnológico e industrial, a competição os levou a um novo nível saudável. Nem todos que são desafiados pela Disney conseguem passar, e a maioria é engolida pelo caminho de qualquer maneira. ~Voz da Razão
O Filme de David Lynch aposta na dúvida como motor narrativo!
'Cidade dos Sonhos', lançado em 2001, ganha relançamento nos cinemas brasileiros em cópia restaurada em 4K, e reafirma seu status como obra-prima labiríntica sobre identidade, ilusão e os bastidores sombrios de Hollywood.
Há filmes que não se revelam de imediato; eles precisam de tempo para se desdobrar. São obras que não se limitam a uma única interpretação, exigindo do espectador mais do que uma simples observação – é preciso entrega, imersão. Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch, é uma delas. Talvez por isso, o relançamento nos cinemas brasileiros, com cópias restauradas em 4K – um formato que acentua texturas, contrastes e profundidade de cor – seja tão oportuno. Rever essa obra-prima meticulosamente reconstruída não é apenas uma oportunidade de reencontro; é a chance de (re)sonhá-la, de mergulhar novamente em seus enigmas e sensações.
Lynch é um autor de superfícies – mas superfícies que tremem. Nada em sua obra é estável. Tudo se move sob o verniz de uma aparente normalidade. Em Cidade dos Sonhos, esse jogo entre o que se vê e o que se oculta atinge um grau de sofisticação raro, mesmo dentro de sua filmografia. O filme nasce como projeto de série para a televisão, rejeitado por uma emissora que talvez tenha sentido, já ali, que o que Lynch propunha não era linear, vendável, tampouco decifrável. Dois anos depois, o diretor retoma o material, costura novos fragmentos, e o transforma em longa-metragem. Mas o que poderia ser apenas remendo se torna enigma.
A trama, se é que se pode chamá-la assim, gira em torno de Betty Elms (Naomi Watts), jovem atriz que chega a Los Angeles embalada por um otimismo anacrônico, e cruza o caminho de uma mulher amnésica (Laura Harring) que adota o nome de Rita, numa referência direta à Gilda de Rita Hayworth. A partir desse encontro, o filme se instala como um simulacro de investigação – uma busca por pistas, nomes, significados. Mas, aos poucos, percebe-se que o que está em jogo é outra coisa: a própria possibilidade de um sentido.
Como em um espelho partido, as identidades se desdobram e se confundem. Betty é também Diane. Rita é também Camilla. A história muda de tom, muda de foco, e o que antes parecia sonho ganha contornos de delírio. O cinema de Lynch é, desde sempre, interessado em máscaras, duplos, cortinas vermelhas e identidades oscilantes. Em Cidade dos Sonhos, essas obsessões ganham uma dimensão ainda mais amarga: o sonho hollywoodiano implode de dentro para fora, revelando não só seus mecanismos, mas sua crueldade estrutural.
O que Cidade dos Sonhos propõe é menos um comentário sobre a indústria e mais uma travessia sensorial pelo inconsciente do espetáculo. Em uma das cenas mais poderosas, no clube Silencio, Lynch desmonta o próprio cinema: uma cantora interpreta uma versão hispânica de “Crying”, de Roy Orbison, com emoção dilacerante — mas, de repente, desaba no palco, enquanto a música segue. Nada é ao vivo. Nada é real. É tudo ilusão. Mas há verdade na ilusão — talvez, a única possível.
Filme foi originalmente concebido para um piloto para a emissora ABC, que retirou a proposta após assistirem a primeira versão.
Esse teatro da falsidade se estende também ao diretor Adam (Justin Theroux), personagem cujo arco revela a impotência criativa diante das forças obscuras do poder econômico e simbólico. Confrontado por produtores mafiosos e por um cowboy espectral que parece saído diretamente das alucinações de Twin Peaks ou de Estrada Perdida, ele se vê encurralado – como se o próprio ato de filmar fosse um pacto com o diabo.
Assistir a Cidade dos Sonhos hoje, mais de duas décadas após seu lançamento, é confrontar-se com um cinema que não subestima a inteligência do espectador, mas que também não lhe oferece chão firme. É um filme que aposta na dúvida como motor narrativo. E que, como poucos, compreende o cinema como dispositivo de montagem de identidades – íntimas, culturais, imagéticas.
Rever este pesadelo em 4K, com sua estética restaurada em minúcias, é deixar-se perder outra vez na névoa. É como visitar um lugar familiar que já não reconhecemos completamente. As texturas ganham espessura. As sombras se tornam mais densas. E o azul da caixa misteriosa parece ainda mais hipnótico.
No fim, talvez seja isso que Cidade dos Sonhos nos propõe: não um enigma a ser resolvido, mas uma experiência a ser atravessada. Como os próprios sonhos – que não pedem lógica, mas escuta.
‘Oeste Outra Vez’ é um western metafísico sobre masculinidades em ruínas!
Em 'Oeste Outra Vez', o cineasta Erico Rassi reinventa o faroeste à brasileira ao expor, com lirismo seco e contundente, a fragilidade de uma masculinidade que ruge alto, mas desaba em silêncio.
Vencedor do Festival de Gramado em 2024, Oeste Outra Vez, longa-metragem dirigido por Erico Rassi, é uma obra singular, que se destaca tanto pelo tom quanto pela forma, e que, sob a aparência de um faroeste caboclo minimalista, revela-se uma poderosa alegoria da crise das masculinidades — especialmente daquela forjada na violência, no orgulho ferido e na incapacidade de afeto.
Ambientado no cerrado goiano, o filme evoca paisagens áridas e inóspitas não apenas como cenário físico, mas como extensão simbólica da aridez emocional de seus personagens. Homens calados, embrutecidos e solitários habitam esse território rarefeito, onde o uso da força não é uma manifestação de coragem, mas, ao contrário, um sintoma de profunda fragilidade. A grande virada de Rassi está justamente em desestabilizar o código clássico do faroeste: aqui, não há honra na vingança, nem nobreza no duelo — apenas o eco vazio de uma masculinidade corroída por seus próprios mitos.
Na trama, Totó (vivido com melancolia contida por Ângelo Antônio) busca vingança após ser espancado por um rival (Babu Santana), com quem sua ex-companheira (Tuanny Araújo) decidiu reconstruir a vida. A mulher, presente em uma única cena, não intervém, não negocia, não se justifica — apenas se afasta. Sua ausência se torna presença constante: ela está em tudo o que falta àqueles homens. O conflito entre os dois não se sustenta por amor ou honra, mas pela tentativa desesperada de reafirmar uma identidade em colapso.
Totó contrata um matador (Rudger Rogério), que fracassa em sua missão. Os dois fogem juntos, formando uma dupla marcada pelo silêncio e pelo fracasso partilhado. O outro lado responde com mais violência: dois pistoleiros (Daniel Porpino e Adanilo) são acionados para persegui-los. Inicia-se, então, uma caçada que, embora marcada pela tensão e pelo risco, jamais se transforma em espetáculo. Longe do tiroteio estilizado dos westerns americanos, Rassi opta por uma encenação contida, em que o silêncio e o vazio dizem mais do que as ações.
‘Oeste Outra Vez’: Guimarães Rosa
O filme evoca “Duelo”, conto de Guimarães Rosa presente em Sagarana, como inspiração. A referência é evidente não só na estrutura narrativa — uma perseguição entre homens em ambiente hostil —, mas sobretudo na atmosfera: Oeste Outra Vez também se situa em um sertão fabulado, onde o tempo é denso, e o realismo cede espaço a um imaginário quase metafísico. É um filme mais interessado em sugerir do que em explicar, em provocar que em entreter.
As falas são rarefeitas, deliberadamente econômicas, como se a linguagem tivesse perdido sua função comunicativa. Os personagens de Rassi vivem num mundo esvaziado de sentido, presos em repetições, inércia e ressentimento. É no não dito, nos gestos truncados, nos olhares desviados, que o filme constrói sua poética do colapso.
Babu Santana e Ângelo Antônio estrelam um faroeste à brasileira reinventado por Erico Rassi.
As mulheres — ou, mais precisamente, a ausência delas — atravessam toda a narrativa como um fantasma. São evocadas não por desejo, mas por perda. Quando aparecem, são reduzidas a propriedade, a território a ser defendido como se fosse um lote de terra. Ainda assim, a saudade mal disfarçada, o luto não elaborado e o desconcerto diante da rejeição tornam essa ausência ainda mais eloquente. Como se a presença feminina, negada ou ignorada, fosse o que falta para que esses homens reencontrem sua própria humanidade.
A violência permeia cada gesto, cada decisão, mas está longe de ser glamourizada. É uma violência triste, repetitiva, quase patética — como na cena em que os personagens dançam música brega num bar em ruínas, tentando desesperadamente mascarar o fracasso existencial que carregam. O resultado é devastador: Rassi nos conduz a um universo onde a brutalidade é menos uma escolha do que uma sentença.
Com uma fotografia precisa, que traduz em imagem a secura emocional do enredo, e uma montagem que favorece os silêncios e os vazios, Oeste Outra Vez é um filme de contundente beleza formal. Mas sua maior força talvez esteja na denúncia implícita — e por isso mesmo mais poderosa — de um machismo estrutural que transforma homens em espectros de si mesmos. É, ao fim e ao cabo, um lamento e uma crítica: um filme que olha para o interior do Brasil e vê ali, não a bravura mítica dos cowboys, mas o desamparo melancólico de sujeitos que não sabem mais quem são.
Roteiro de Lucy Alibar, baseado no livro Um Lugar Bem Longe Daqui, escrito por Delia Owens
"Uma coisa eu tinha aprendido com pá esse tipo de homem precisa dar o último soco".
Filme maravilhoso, cenário deslumbrante é história de uma beleza plena. Ameiiii obrigado por seu diretor nos presentear com essa obra magnífica.
"Viver isolado é uma coisa, mas viver com medo é outra coisa muito diferente". - Kya
Filme leva a pensar em tantos fatores, a importância de uma família, a solidão que nos ajuda a descobrir quem realmente somos e ao mesmo tempo o vazio intenso, a simplicidade das coisas que nem todos conseguem ver, a Kya é um personagem que transmitiu muita pureza e força..lindo filme!!
"Vaga-lumes fêmeas atraem machos estranhos com sinais desonestos e os devoram; louva-a-deus fêmeas devoram seus próprios parceiros. Insetos fêmeas," pensou Kya, "sabem como lidar com seus amantes."
Resenha Sobre a Série: Arcanjo Renegado: Uma Joia Brasileira que Merecia Mais Reconhecimento - 📺
"Arcanjo Renegado" é sem dúvida a melhor produção brasileiras da última década, e poucos podem contestar essa afirmação. A série, disponível no Globoplay, traz à tona questões sociais complexas e provoca reflexões profundas sobre a corrupção política, violência urbana e os limites da atuação policial, fato que a torna uma obra relevante e necessária.
Ao iniciar a série, confesso que tinha minhas reservas, especialmente ao perceber que ela era uma produção da Globo, conhecida por vezes por abordar temáticas de forma superficial e desonesta. No entanto, "Arcanjo Renegado" surpreende ao fornecer uma narrativa equilibrada que explora, de maneira habilidosa, tanto o excesso de violência policial quanto a percepção de que, em alguns casos, essa violência se torna uma necessidade para combater o crime. Essa dualidade é apresentada com maestria, permitindo ao espectador formar suas próprias opiniões sem forçar um lado específico. As atuações do elenco são outro ponto forte da série. Em especial, o ator Marcello Melo Jr. entrega uma performance impressionante como Mikhael Afonso, o protagonista. Sua atuação é tão convincente que transporta o público para o cerne da história, tornando cada cena repleta de intensidade emocional. O equilíbrio entre a escrita refinada e as performances poderosas contribui para que a série se mantenha cativante ao longo de suas temporadas.
A direção, que começou com Heitor Dhalia nas duas primeiras temporadas e continuou com Lipe Binder, Fábio Strazzer e Lucas Villamarim nas seguintes, mantém um padrão elevado de qualidade. Cada diretor trouxe sua visão e estilo, mas todos conseguiram preservar a essência da série, enriquecendo-a e ampliando seu impacto. Embora muitos possam considerar Dhalia o melhor dos diretores, a contribuição coletiva foi fundamental para moldar a narrativa envolvente da série.
É notável que, desde "Tropa de Elite 2", não vínhamos assistindo a uma produção tão bem elaborada e significativa. "Arcanjo Renegado" demonstra que é possível criar conteúdos de qualidade sem recorrer a agendas políticas forçadas ou simplificações discursivas que muitas vezes permeiam o gênero policial. A série se destaca pelo seu equilíbrio nos argumentos, apresentando um retrato intricado da realidade social brasileira.
Além disso, merece destaque a equipe de produção que, através de uma fotografia crua, ângulos diversificados e cenas de ação de tirar o fôlego, rivaliza com as grandes produções cinematográficas internacionais. As sequências são bem coreografadas e filmadas, mostrando um cuidado estético que se alinha com o desenvolvimento da trama. Por todos esses motivos, "Arcanjo Renegado" não apenas merece mais reconhecimento, mas também um lugar de destaque na cultura popular brasileira. É uma série que, sem dúvida, proporciona entretenimento e reflexão, e que espero ver ganhar ainda mais elogios e visibilidade do público. Essa obra é uma prova de que o Brasil tem capacidade de produzir narrativas impactantes, e que a indústria audiovisual nacional pode evoluir para algo, além de produções cheias de agendas a serem cumpridas.
Não é preciso uma mega produção para um ótimo filme, apenas um bom roteiro e um grande ator.
Ao assistir filmes de ação atualmente nos deparamos com o cenário repleto de personagens musculosos, subcelebridades colocadas na obra para ascender cinematograficamente, armas potentes de todo tipo e tamanho, além de roteiros péssimos com diálogos pífios. Parece que o gênero ao invés de evoluir para uma nova etapa, apenas acompanha a crescente demanda dos telespectadores de visualizar atores “celebridades” realizando feitos irreais na grande tela, como é percebido no caso da franquia Velozes e Furiosos (2001-2017).
O Troco (1999) há dezoito anos inovava nesse quesito, mostrando apontamentos importantes para o desenvolvimento na arte de fazer filmes policiais, desprendido da ideia pré-concebida do homem moral e correto encarando o vilão patologicamente comprometido. A obra em toda a sua história tem um viés cínico, pessimista e obscuro. No início da trama somos apresentados a dois ladrões oportunistas, Porter e Val Resnick, que arquitetam um plano para roubar alguns coletores de dinheiro da máfia japonesa. Esperando receber grande remessa, se surpreendem por só conseguirem roubar a quantia de 130 mil dólares, algo que mais tarde se torna um empecilho para a dupla quando se trata da divisão do dinheiro em partes iguais. Val, inconformado com a quantia, planeja uma traição junto à mulher de Porter, Lynn (Deborah Unger). A intenção dele era conseguir todo o dinheiro para quitar sua dívida com membros de um cartel de Nova Iorque.
Com aspectos baseados no subgênero noir, o filme mostra uma faceta mais cruel da vida na cidade de Nova Iorque, junto a personagens de senso moral deturpado que combinam com os tons escuros da fotografia. Outro ponto interessante pode ser considerado o trabalho do diretor e roteirista, Brian Helgeland. Apesar de se afastar da produção nos momentos finais da obra, por conta de divergências com o ator Mel Gibson, o mesmo soube dirigir muito bem as cenas de violência extrema com as intensas tomadas rápidas de ação e uma diversidade impressionante de plot twists, assemelhando-se bastante com o filme À Queima-Roupa (1967).
Para finalizar, observamos como pontos negativos da película uma atuação não muito boa de Mel Gibson, que também é narrador do filme, e na tentativa de transformá-lo em algo mais rentável, o roteirista Terry Hayes, que assumiu após a retirada de Brian, cai no clichê dos filmes atuais de ação/policial: mentiras absurdas quanto à resistência da personagem principal. Entrementes, a obra tem muita coisa boa para oferecer; apesar dos seus pontuais defeitos é uma ótima pedida para amantes da ação com uma pitada de inteligência.
Nota: 8,0/10,0
PS: P/ mim esse é um dos melhores filmes que existem. Mel Gibson estava inspirado demais nesse filme.
Batalha de Ramadi: O Gettysburg da Guerra do Iraque
A Segunda Batalha de Ramadi, travada em 2006 durante a Guerra do Iraque, viu o exército americano e as Forças de Segurança Iraquianas se unirem para expulsar grupos insurgentes da cidade de Ramadi. Em uma batalha tensa e difícil, as forças da coalizão buscaram capturar áreas-chave da cidade, permitindo-lhes assumir o controle.
Este conflito de 8 meses é considerado uma das batalhas mais decisivas da abrangente Guerra do Iraque, e muitos militares acreditam que levou à formação do Despertar de Anbar, que viu grupos tribais iraquianos rejeitarem a Al-Qaeda e cooperarem com as forças americanas.
"Isso é realmente interessante, Brad. Sabe, os iraquianos não parecem muito bons em lutar, mas também nunca se rendem completamente." – Cpl Josh Ray Person, Generation Kill
A “Segunda” Batalha de Ramadi
A história diz que as Forças da Coalizão travaram duas batalhas em Ramadi. A “primeira” batalha de Ramadi ocorreu durante um período de quatro dias, durante a primeira batalha de Fallujah em abril de 2004, quando centenas de insurgentes desceram sobre Ramadi para tentar aliviar a pressão sobre Fallujah. Na manhã de 6 de abril, os combates começaram quando insurgentes emboscaram fuzileiros navais do 2/4 em Sufiya e perto do estádio em Mula’ab.
Os combatentes da AQI atacaram em vários locais da cidade com armas pequenas, RPGs e IEDs. Doze fuzileiros navais morreram em tiroteios naquele primeiro dia — perdas devastadoras para um batalhão. Os combates continuaram por um segundo dia, com ambos os lados sofrendo pesadas baixas. Na manhã do terceiro dia, os Magnificent Bastards estavam em megafones falando merda para os insurgentes, incitando-os a voltar e lutar. Em um período de quatro dias, os fuzileiros navais mataram cerca de 250 combatentes inimigos. Essa luta de quatro dias iniciou os combates, e pode ter diminuído, mas a luta nunca realmente parou.
O 2º Batalhão, 4º Fuzileiros Navais sofreu 36 baixas em seis meses de combate em Ramadi. Depois deles, nossa brigada entrou e sofreu perdas devastadoras em 2004-2005, assegurando a cidade durante as eleições, e então a Brigada da Guarda Nacional depois deles sofreu aproximadamente 80 baixas e 600 feridos. Para mim, parece óbvio que a luta nunca terminou. Não vejo duas Batalhas de Ramadi, vejo uma única batalha prolongada, com mudanças de intensidade e impulso ao longo de um período de três anos.
No ano em que o batalhão passou em Fort Carson treinando, as coisas em Ramadi e no Iraque como um todo continuaram a se deteriorar. Ramadi era o pior lugar do país, de longe. No verão de 2006, teve em média três vezes mais ataques por dia do que em qualquer outro lugar. A Al Qaeda no Iraque (AQI) dominava quase todas as estruturas-chave da cidade, tinha total liberdade de movimento e havia construído cinturões defensivos por toda a cidade. Eles plantaram poderosos IEDs subterrâneos e depois os cobriram com posições de combate bem construídas para lançar emboscadas secundárias em qualquer pessoa que estivesse ajudando os feridos — isso tornou grandes partes da cidade inacessíveis às Forças da Coalizão (CF). Por volta dessa época, a AQI se separou da Al Qaeda de Bin Laden e mudou seu nome para Estado Islâmico do Iraque, que, é claro, mais tarde se tornaria o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), mas não recebemos esse memorando e ainda os chamávamos de Al Qaeda.
Em um momento em que as CF estavam se retirando de cidades em todo o Iraque. O Coronel Sean MacFarland da 1ª brigada, 1ª Divisão Blindada, também conhecido como Ready First Combat Team (RFCT), estava se preparando para ir para Ramadi. Ele recebeu uma ordem de alerta para mover sua Brigada de Tal Afar para Ramadi e aliviar o 2-28. Suas instruções eram simples: “conserte Ramadi, mas não a destrua”.
Eles queriam evitar o deslocamento da população e a destruição da infraestrutura o máximo possível, enquanto limpavam a cidade de insurgentes. Por alguma razão, o Exército havia se esquecido de fazer um AAR após a guerra do Vietnã, e tivemos que reaprender algumas lições difíceis sobre estratégias autodestrutivas. Moveríamos lentamente, deliberadamente e implementaríamos boas táticas, técnicas e procedimentos de contrainsurgência.
Os insurgentes passaram a acreditar que um grande ataque do tipo Fallujah estava por vir, e líderes proeminentes da AQI fugiram. Os que ficaram se prepararam para implementar sua defesa da cidade. As forças americanas estavam encasteladas nos arredores da cidade. O 506º havia assumido o controle do Combat Outpost e Corregidor, que controlava a entrada na cidade da Rota Michigan a leste. O Quartel-general da Brigada 2-28 IN — que logo se tornaria o Quartel-general do RFCT — estava em Camp Ramadi, nos arredores oeste da cidade. Havia também alguns Pontos de Controle de Entrada (ECP) e postos avançados por toda a cidade. 3/8 Fuzileiros Navais operavam fora do Camp Blue Diamond ao nordeste de Camp Ramadi e também ocupavam o centro do governo no centro de Ramadi ao longo da Rota Michigan.
Os insurgentes controlavam tudo o mais, e tinham o número e os recursos para lançar ataques simultâneos e complexos, em vários locais da cidade, às vezes com elementos do tamanho de pelotão ou companhia. O centro do governo no centro de Ramadi estava sitiado e o governador da província de Anbar, que trabalhava lá, havia desviado de aproximadamente 30 tentativas de assassinato. A cidade não tinha energia, nem água corrente, e a AQI destruiu a torre de celular com um VBIED, cortando efetivamente a comunicação em massa para a população. A ordem civil havia quebrado completamente.
Esses combatentes da AQI conheciam os princípios básicos das táticas de pequenas unidades, e eles até tinham procedimentos de evacuação e transportavam seus feridos para o único hospital da cidade, que também controlavam. Para simplesmente dirigir de um lado da cidade para o outro na Rota Michigan, os comboios teriam que seguir os grandes veículos pathfinder usados para limpar as estradas ou correr o risco de atingir um IED subterrâneo.
Para resumir em termos militares, a situação em Ramadi era uma total zona em junho de 2006.
O Coronel MacFarland implementaria as técnicas que o 3º ACR havia usado com sucesso notável em Tal Afar. Em Tal Afar, eles haviam contido a violência sectária saindo dos grandes FOBs e criando postos de combate nos bairros onde podiam proteger a população e arbitrar os grupos rivais. Ramadi não tinha a luta sectária que dilacerou outras partes do Iraque, mas sua dominação da cidade permitiu que a AQI brutalizasse e intimidasse a população local. Eles haviam há muito tempo expulsado a força policial da cidade. O punhado de policiais iraquianos que apareciam ocasionalmente para trabalhar estavam com muito medo de patrulhar e se escondiam em suas delegacias nos arredores oeste da cidade.
Já ouvi dizer que Fallujah tem o tamanho de um bairro em Ramadi. A cidade de Ramadi e seus arredores tinham vários distritos nomeados. A oeste da cidade, do outro lado do rio Eufrates, ficava Camp Ramadi em uma antiga base do exército iraquiano ao lado do distrito de Tameem. A leste disso, e ao sul do Mula’ab, havia uma área conhecida como o distrito do segundo oficial. Os insurgentes tinham linhas de ratos nessa área para levar suprimentos e combatentes para a cidade.
1-37 Armor seria o principal esforço atacando para essa área para isolar ainda mais a cidade. Eles colocaram dois Postos de Combate nessa área, COP Iron e COP Spear. O Coronel MacFarland queria conduzir operações a cada quatro dias para manter o inimigo em posição defensiva e os Postos de Combate foram criados durante todo o verão. 1-35 Armor colocaria dois COPs em Tameem. 3/8 Fuzileiros Navais retomaram o Hospital Geral de Ramadi e colocaram um Posto de Combate ao lado dele. Eles fizeram os serviços voltarem a funcionar para os moradores da cidade e prenderam insurgentes feridos que não receberam o memorando para parar de ir lá. E assim começou a “segunda” Batalha de Ramadi.
À medida que os Postos de Combate surgiam, os insurgentes se impalavam neles tentando manter o terreno. Durante todo o verão, bairro por bairro, não muito diferente da campanha de saltos de ilha da Segunda Guerra Mundial. Ao fazerem isso, o número de insurgentes foi reduzido, a área em que podiam operar encolheu e os moradores começaram a perceber que não estávamos partindo e deixando os insurgentes reocupar seus bairros. Estávamos ficando por perto e fornecendo segurança e serviços civis. Lentamente, reconquistamos a confiança do povo e a iniciativa.
As tribos nos arredores da cidade cujos combatentes haviam entrado em uma aliança de conveniência com a AQI começaram a azedar com os jihadistas no final de 2005. Alguns tentaram, no final de 2005, expulsá-los de suas áreas. Infelizmente, a AQI era, de longe, a força insurgente sunita mais dominante em Anbar e facilmente massacrou todos os xeques envolvidos na trama em janeiro de 2006.
No final do verão de 2006, o Xeque Sattar, no lado oeste da cidade, viu as operações da Brigada acontecendo perto de sua casa e começou a negociar com o Coronel MacFarland. A AQI havia matado seu pai e dois irmãos quando tentaram se revoltar, e ele estava procurando vingança. Ele forneceria os homens para a nova polícia de Ramadi se fornecêssemos treinamento e armas. Ele começou um movimento que ficou conhecido como o “Despertar de Anbar” e realizou uma reunião de xeques tribais e oficiais militares para anunciar sua criação em setembro de 2006. Dezenas de tribos se juntaram a ele, e milhares de jovens começaram a treinar para proteger seus próprios bairros. Limparíamos a cidade; a nova polícia a manteria depois.
O 1-506º estava nos antigos redutos de nossos batalhões em Camp Corregidor. O 506º colocou um Posto de Combate no bairro de Mula’ab e o nomeou de Ninho das Águias, em homenagem ao famoso retiro de Hitler que o regimento capturou no final da guerra. Tanto o 506º quanto os 3/8 Fuzileiros Navais estavam no final de suas turnês e estavam exaustos. Os 1/6 Fuzileiros Navais substituíram os 3/8 no início de outubro de 2006 e elementos de nosso batalhão começaram a aparecer na mesma época. Limparíamos o Centro e os lados leste da cidade, respectivamente.
Nosso Batalhão seria a organização-mãe de uma Força-Tarefa que retomaria Ramadi Oriental e duas cidades a leste, Sufiya e Julayba. Essa área era conhecida como as “nadadeiras de tubarão” — devido à sua localização em curvas do rio Eufrates que pareciam nadadeiras de tubarão em um mapa.
Além de nosso Batalhão, a Força-Tarefa Manchu incluía a Companhia Bravo, 1-26 In (mec), tanques do 3-69 Armor, Engenheiros do 321º Batalhão de Engenharia, um pelotão da Equipe SEAL 5, equipes de cães, EOD, Psyops, assuntos públicos e vários outros elementos muito variados para listar ou lembrar. Tínhamos Exército, Marinha e Fuzileiros Navais na força-tarefa. Também tínhamos a 1ª brigada da 1ª Divisão do Exército Iraquiano e seus Jundis (árabe para Soldado) conosco, para o que valia.
Esta é outra área onde a história da batalha se torna confusa na história que vi. Normalmente, vejo as datas da segunda Batalha de Ramadi listadas entre junho e novembro de 2006. Em outubro de 2006, quando estávamos chegando, o inimigo ainda controlava os distritos de Quatana, Mula’ab e Iskaan, todos no coração da cidade. Eles também controlavam as Nadadoras de Tubarão, Sufiya tinha linhas de ratos que a AQI usava para levar suprimentos e combatentes para a cidade e a inteligência suspeitava que Julayba tinha um centro de comando e controle inimigo. A AQI ainda estava forte em Ramadi em outubro de 2006 e, para enfatizar esse ponto, eles realizaram um desfile no centro da cidade em meados de outubro na Rua 17. Mais de 60 jihadistas armados com AK vestiram seus pijamas pretos característicos e dirigiram na parte de trás de caminhonetes em uma demonstração de força sem oposição para os moradores da cidade. Você pode assistir no YouTube. Então, alguns dias depois, em 21 de outubro, eles detonaram uma bomba de cloro VBIED no primeiro uso conhecido de tal arma na guerra. Essa era a situação em que estávamos entrando — a batalha estava longe de terminar em novembro de 2006.
https: // imgur.com/TbItHEC
Este mapa do espaço de batalha foi feito posteriormente pelo topógrafo oficial do Exército dos EUA.
Curiosidades sobre a Batalha de Ramadi (2006):
Ocorreu durante a Guerra do Iraque, entre abril e novembro de 2006.
Foi travada entre insurgentes e forças iraquianas, dos Estados Unidos e de outros países.
A batalha marcou o primeiro uso de bombas de cloro por insurgentes durante a guerra .
É um filme de lobisomem criativo, Late Phases de 2014 sobre um senhor cego lutando contra um lobisomem, com bons efeitos práticos, cenas tensas, um bom personagem e suspense bem construído!
Nota: 4,0/5,0
Quando a Lua Cheia se manifesta, os amaldiçoados iniciam seu processo de transformação. Além do crescimento exagerado dos pelos e dos dentes, a estrutura óssea também se adapta para a locomoção quadrúpede, assim como a fronte se estica para evidenciar o focinho. Se antigamente a licantropia era uma deficiência física e psicológica, associada a outras doenças, com o advento do gênero fantástico ela passou a caracterizar o homem-lobo, aquela criatura voraz que circunda as matas e ataca os rebanhos e os humanos. Só de pensar na possibilidade de um confronto direto com um monstro, já é possível identificar a fragilidade humana e a sua incapacidade de uma luta igual com algo maior e mais agressivo. E se, além dessa deficiência estrutural, a vítima também tivesse alguma outra limitação? Considerada insana como a Brigitte (Emily Perkins) de Possuída 2 – Força Incontrolável (2004) ou cadeirante como Marty (Core Haim) de A Hora do Lobisomem (1985)?
É difícil medir as deficiências – e de toda forma seria uma comparação injusta -, mas é provável que a cegueira esteja entre as mais complicadas de se lidar, principalmente num mundo não preparado (e adaptado) para pessoas assim. Entre calçadas desestruturadas e preconceito, o deficiente visual precisa encontrar meios de “enxergar” através de outros sentidos. Agora imagine essas dificuldades e necessidades especiais associadas ao terror, tendo o deficiente que confrontar assassinos violentos e monstros em situações extremas? Não é por menos que o gênero sempre explora essas limitações para ampliar a tensão do público e sua preocupação com a personagem. No caso da cegueira, existem produções excelentes sobre o tema como The Eye – A Herança (2002) e o espanhol Os Olhos de Julia (2010), embora o gênero também goste de trazer a escuridão para fortalecer o medo, exemplificado numa das melhores cenas de Espíritos – A Morte está ao Seu Lado (2004).
Toda essa introdução sobre deficiências e sensação de impotência serve para apresentar o ex-combatente do Vietnã e viúvo Ambrose (Nick Damici, de Cold in July, 2014), o anti-herói do horror Late Phases, um dos destaques de 2014, dirigido pelo espanhol Adrián García Bogliano (de Ahí va el diablo, 2012) em sua incursão pela América. O aspero protagonista perdeu a visão e toda a sensação de humanidade, afastando-se do filho Will (Ethan Embry, de Temos Vagas, 2007) e do convívio com familiares e apostando na solidão de uma comunidade para idosos, no condomínio Crescent Bay. Sem perspectivas, ele apenas aguarda a morte – refletida no seu interesse por lápides e na troca da bengala por uma pá – na tranquilidade de sua rotina, embora o seu tato inicial na nova morada revele uns estranhos arranhões na parede e uma garra, identificada pela simpática senhora Delores (Karen Lynn Gorney, de Os Embalos de Sábado à Noite, 1977). “Você cheira a beleza!“, diz Ambrose já evidenciando sua habilidade com os demais sentidos.
Pois é exatamente ela que encontrará um destino trágico na mesma noite, sob a iluminação da última Lua Cheia. Enquanto conversa com a filha Vitória (Karron Graves, de As Bruxas de Salem, 1996), ela cegamente não percebe quando um vulto imenso passará sorrateiramente pela janela, deixando o espectador apreensivo pela provável intempérie, ampliado pela sua limitação na locomoção. Ambrose sentirá a vibração das paredes e escutará os gritos de pavor da idosa antes de também conhecer o monstro que circunda a área. Ele poderia ser a sobremesa da criatura se não fosse a ajuda de seu cão-guia Shadow, que, corajosamente, entrará para o hall dos caninos heróis dos filmes do gênero, obrigando o seu dono a acelerar sua morte – mais uma para seu registro particular. Com o término do fatídico e violento encontro, Ambrose não terá dificuldades para saber que se trata de um lobisomem, seja pelo “cheiro de cachorro” ou pelo relato da veterinária sobre ataques uma vez por mês na região. Assim, ele terá algumas semanas para se preparar para enfrentar seu inimigo animal, tendo agora uma motivação que recuperará sua vontade de viver, ainda que o gênio permaneça amargo.
“Ataques assim acontecem o tempo todo em regiões com floresta. E os idosos não sabem se defender.”
No compasso dos treinos diários, o velho também fará uma breve investigação para descobrir a identidade da fera, infiltrando-se num culto religioso semanal na igreja de Santo Antonio. Para instigar o mistério do longa, o roteirista Eric Stolze (Under the Bed, 2012) procura confundir o espectador com alguns personagens sinistros como o casal Gloria (Rutanya Alda, de Mensageiro da Morte, 1979) e John Baker (Ralph Cashen), cujo sangue de sua morada se alastra até o local. Ela mantém seu marido em estado vegetativo, preso a uma máquina, em mais uma referência à deficiência e a necessidade de cuidados. Há também o Padre Roger (Tom Noonan, que esteve no ótimo Lobos, de 1981), o organizador das viagens de ônibus James Griffin ((Lance Guest) e até um idoso com um tapa-olho numa possível homenagem ao já mencionado A Hora do Lobisomem.
Sem aparecer muito, até o terceiro ato, o lobisomem tem uma caracterização bem interessante, com envolvimento de maquiagem e efeitos discretos de CGI, com a mão talentosa do experiente Robert Kurtzman, de Um Drink no Inferno, 1996. A criatura parece realmente ameaçadora, com sua altura vantojosa, muitos pêlos e garras afiadas – imagine então quando elas se multiplicam no final, ampliando a tensão do público, apesar de sua fragilidade no confronto com o veterano.
Com produção de Larry Fessender (Colapso no Ártico, 2006, e O ABC da Morte 2, 2014), que também atua no filme, Late Phases está distante de ser o melhor exemplar do subgênero, mas ganha pontos por se diferenciar de uma tendência atual que costuma romantizar criaturas digitais ao passo que afasta-as do seu aspecto animalesco. Com boas referências à fórmula, principalmente por envolver investigação e produção de balas de prata, esse filme old school mantém o interesse até o final, sem deixar de trazer apreensão e momentos de terror no público. Um longa com ótima qualidade técnica que, felizmente, não apresenta limitações ou qualquer tipo de deficiência que pudesse contribuir para a fragilidade atual do subgênero.
🎬 Fazia algum tempo que não escrevia uma crítica para a página, e, neste momento, decidi falar sobre o longa-metragem "Lobisomem de 2025". Sinceramente, ainda estou me recuperando do impacto negativo que esta obra me causou. A nova adaptação do clássico da Universal Studios prometia algo interessante, especialmente por contar com a direção de Leigh Whannell, um cineasta que havia demonstrado talento em seus trabalhos anteriores. Contudo, o que pude observar foi uma produção que não supriu nem mesmo as expectativas mais modestas. Como eu disse, quando o filme foi anunciado, confesso que criei boas expectativas. Whannell vinha de duas obras de qualidade: "Upgrade" e "O Homem Invisível". Ambos os filmes foram realizados com orçamentos reduzidos e, mesmo assim, conseguiram convencer pela habilidade de construção da narrativa e pelo aproveitamento eficaz de recursos limitados. Por isso, fui assistir a "Lobisomem" com um certo otimismo, mas o resultado foi muito aquém do esperado. A primeira decepção veio com a apresentação do "lobisomem" em si, que se revelou uma caricatura distante do que o gênero realmente deveria proporcionar. A imagem promocional do personagem já havia causado estranhamento, mas assistindo ao filme, se torna ainda pior; lembra um lobo a maquiagem do filme "Lobo" com Jack Nicholson, porém inferior ao filme noventista. Afinal, lá pelo menos tínhamos Nicholson e sua interpretação brutal; aqui é somente um vazio de ideias. Quando paro para analisar, mesmo produções televisivas conseguem desenvolver criaturas mais impactantes. Cresci assistindo a clássicos do gênero, como "Um Lobisomem Americano em Londres", "Bala de Prata" e "Lua Negra", e mesmo alguns deles, não chegando a ser uma obra-prima, ainda entregavam histórias envolventes e, principalmente, lobisomens memoráveis. Ao se realizar um filme de terror de baixo orçamento centrado em lobisomens, é imprescindível que a produção invista no design da criatura. Uma maquiagem bem executada e o uso de efeitos práticos podem elevar a experiência do espectador a um nível satisfatório. O filme "Dog Soldiers - Cães de Caça", por exemplo, conseguiu entregar um entretenimento sólido por meio de maquiagens simples, mas extremamente eficazes. No entanto, em "Lobisomem de 2025", Whannell falha em ambos os aspectos. A maquiagem do lobisomem é decepcionante; além disso, as cenas que deveriam ser capazes de criar momentos de tensão e sustos simplesmente não funcionam. Infelizmente, tenho que continuar falando de Whannell. Conhecido por sua originalidade, o diretor parece ter perdido a criatividade nessa empreitada. Em "Upgrade", encontramos cenas marcantes recheadas de gore e violência, mas aqui o diretor parece ter se esquecido do potencial de seu próprio ofício. Um filme intitulado "Lobisomem", que não apresenta um lobisomem verdadeiro e não contém violência, é, no mínimo, frustrante. O elenco, composto por nomes como Christopher Abbott, Matilda Firth e Julia Garner, até demonstra esforço, mas a profundidade dramática de seus personagens é superficial e irritante. A falta de química entre os integrantes da família deixa a narrativa ainda mais monótona. Não há identificação ou empatia a ser criada entre o público e os protagonistas, e essa desconexão dificulta qualquer envolvimento emocional com a trama. Concluindo, "Lobisomem de 2025" é uma produção frustrante em todos os sentidos. O filme não consegue entregar terror, suspense ou gore, ingredientes essenciais para um longa do gênero. O elenco parece atuar de forma desmotivada, como se estivesse ciente da mediocridade do projeto em que estava envolvido. A direção de Whannell deixa a desejar, revelando um cineasta perdido em uma proposta que, em vez de reviver uma lenda cinematográfica, acaba por soterrá-la em um mar de ineficácia. Assim, nada se salva nesse longa realmente medíocre, que ficará marcado como mais uma oportunidade desperdiçada dentro do cinema de terror.
Você sabia que o filme "Os Infiltrados", dirigido por Martin Scorsese, é na verdade um remake?
A obra original 'Mou Gaan Dou', intitulada "Conflitos Internos", foi lançada em 2002 e é uma produção chinesa que aborda a história de um informante dentro da máfia e, ao mesmo tempo, de um informante infiltrado na polícia. Embora o filme original apresente uma narrativa envolvente no estilo gato e rato, sua trama acaba sendo relativamente limitada. O remake de 2006, no entanto, elevou essa premissa a um novo patamar. Ao adaptar o roteiro sob a perspectiva norte-americana, Scorsese não apenas recontextualiza a história, mas também adiciona camadas de complexidade emocional e psicológica aos personagens. As relações interpessoais se tornam mais intrincadas, trazendo uma profundidade que o original não tinha, isso enriquece a experiência do espectador. Além disso, a direção magistral de Scorsese, reconhecido como um dos maiores especialistas em filmes de máfia, se reflete no desempenho excepcional do elenco. Leonardo DiCaprio brilha em seu papel, trazendo grande intensidade, enquanto Matt Damon e Mark Wahlberg oferecem atuações que superam as expectativas.
Em conclusão, o remake não apenas supera o original; ele redefine o gênero. Com uma narrativa mais rica e personagens mais bem desenvolvidos, Scorsese transforma uma boa história em uma obra-prima cinematográfica, elevando o padrão para todos os filmes de máfia que vieram depois. Assim, fica evidente que o remake não apenas superou o original, mas o transcendeu, dando uma verdadeira aula sobre como se faz um grande filme de máfia.
Por Que os Leões de Tsavo ( A Sombra e a Escuridão) se Tornaram Tão Ferozes? 🦁🌑
Em 1898, no coração do Quênia, algo sombrio começou a acontecer. Enquanto trabalhadores construíam uma ferrovia que atravessaria a região de Tsavo, começaram a desaparecer... sem deixar vestígios. O medo se espalhava como fumaça pelas tendas à noite. O que estaria acontecendo?
veio com rugidos e sangue: dois leões gigantes, sem juba, estavam caçando seres humanos. Não por defesa, não por acaso... mas repetidamente, noite após noite. 🏕️ Esses leões se tornaram lenda — ferozes como se carregassem a própria fúria da selva. Mas por quê? Estudos revelaram que um dos leões tinha sérios problemas nos dentes, o que o impedia de caçar presas mais difíceis. Seres humanos, frágeis e desprotegidos, viraram um alvo mais fácil. Além disso, com a chegada da ferrovia, os animais que eram presas naturais fugiram da região. O ambiente foi devastado... e a selva respondeu. Outro detalhe sombrio: muitos corpos de trabalhadores não eram enterrados corretamente. Isso pode ter atraído os leões como necrófagos no início, e depois... eles adquiriram o gosto pela carne humana. ⚰️ O medo se transformou em realidade. E a realidade em lenda. O engenheiro britânico John Patterson passou meses tentando caçá-los. Quando finalmente os matou, descobriu-se que os dois juntos haviam atacado e devorado dezenas de homens. Suas peles foram levadas ao Museu Field, em Chicago, onde os leões de Tsavo repousam até hoje, empalhados — ainda com aquele olhar selvagem e misterioso. 👁️ Eles não eram apenas animais famintos...
Eram o reflexo de um desequilíbrio. Um grito da natureza contra a invasão humana. Um lembrete de que a escuridão da selva, muitas vezes, responde à escuridão que o próprio homem leva consigo. 🌌
O filme é baseado na história em quadrinhos Hércules de Steve Moore, especificamente na série limitada The Thracian Wars. Hércules é um personagem da Radical Comics que apareceu em duas séries limitadas, The Thracian Wars [¹] e The Knives of Kush [²] , ambas escritas por Steve Moore com Cris Bolsin como artista.
NOTA: 3,5/5,0 (MUITO BOM)
Após um terrível exemplo deixado por The Legend of Hercules, estrelado por Kellan Lutz, era de se esperar que Hércules já viria com certo preconceito embutido. Para piorar, os títulos de ambas as obras foram traduzidas de maneira identica no Brasil, solidificando, de vez, o paralelismo inevitável entre os dois filmes. Onde o primeiro, contudo, nos traz uma retratação praticamente copiada de Spartacus (com direito a arenas romanas em pleno período grego), Hércules, de Brett Ratner, ainda que se devesse se chamar Héracles, se apoia nas origens mitológicas do herói, criando um interessante diálogo entre o homem e a lenda.
De fato, é essa a força motriz de toda a projeção, algo já anunciado desde os minutos iniciais, quando, com uma narração em off, nos é contado sobre a origem do semi-deus e alguns dos doze trabalhos – mais especificamente o Javali de Erimanto, a Hidra de Lerna e o Leão da Neméia. Após um corte que nos leva para o presente da narrativa, contudo, a contestação de tais fatos já é iniciada. Seriam apenas glórias criadas, histórias criadas para solidificar a fama desse homem? A questão aumenta quando descobrimos que Hércules atua junto de um bando de mercenários, através de uma divertida cena que, bem mesclada com uma ação em tom mais leve, já denota o toque de comédia presente na obra.
Ratner, porém, não caminha até o fim em sua desconstrução da lenda – ele para na metade, nos colocando na perfeita dúvida, nos colocando com exatidão no papel não só dos companheiros do herói quanto dos cidadãos comuns, ambos os grupos incertos sobre a origem do homem (ou semideus). Aproveitando dessa constante indagação, o roteiro de Ryan Condal e Evan Spiliotopoulos, criam situações nas quais Hércules realiza ações nada menos que sobrehumanas. Neste ponto entra a precisa escalação de Dwayne “The Rock” Johnson, cujo tamanho mais que nos convence de tais proezas inumanas, nos remetendo imediatamente ao clássico Conan, com Schwarzenegger, que se apoiava nessa mesma característica de seu ator principal.
Não espere, porém, uma primazia da sétima arte, Hércules não se preza a isso. Trata-se de um filme de ação em sua maior pureza, com um roteiro simples que não nos surpreende, mas cumpre seu papel, garantindo bons momentos de combate mesclados a situações de maior tranquilidade, construindo seus personagens com eficácia. Vale ressaltar, também, que não estamos diante de profundas retratações do ser humano e sim personalidades mais rasas que estão, em sua maioria, ali para divertir. O ponto alto é o grupo de mercenários do herói, cujas relações são bem construídas, criando, rapidamente, um vínculo com o espectador, ainda que, individualmente, não sejam bem explorados. Todos eles, inclusive o próprio protagonista, nos divertem, trazendo inúmeras situações cômicas e dramáticas que nos prendem nessa obra de sandálias e espadas.
Para os interessados em História, o filme ainda oferece alguns interessantes paralelismos, ainda que conte com belos anacronismos além de diversos outros deslizes, que não chegam a constituir um defeito, já que a obra, em nenhum momento, visa uma precisão histórica. O maior desses deslizes e, também, o ponto mais chamativo de tais detalhes, é o treinamento que o herói oferece às tropas da Trácia, cujo rei o contrata. Aqui vemos Hércules introduzindo táticas da infantaria romana, além de um equipamento que somente dispensa o gládio. Apesar de constituir um evidente rompimento com a realidade, podemos observar este ponto como uma referência às próprias crenças romanas, que colocavam o semideus como a origem mítica de seu povo.
Esses elementos anacrônicos, contudo, exercem um papel de destaque no filme, garantindo uma das melhores cenas de combate da antiguidade desde 300. Tratam-se de sequências de caráter bastante caótico, bem coreografadas, que fazem bom uso da mixagem de som para construir uma evidente tensão no espectador. O tom grave escutado a cada acerto do porrete de Hércules é especialmente chamativo, conseguindo criar, com exatidão, a percepção da força do herói, além de uma evidente brutalidade em cada combate. A montagem de Dante Spinotti, felizmente não cai no velho problema dos filmes de ação e não apenas confunde o espectador através de cortes constantes.
Tais momentos de maior heroísmo por parte do protagonista ainda são apoiados pelas distintas melodias de Johannes Vogel, que consegue captar com eficiência o caráter épico da narrativa. Por outro lado, a trilha parece apagada nas sequências de menor tensão, não oferecendo músicas memoráveis.
Com tais características em mente, Hércules logo se firma como uma boa surpresa de 2014, saindo do limbo criado por The Legend of Hercules e se firmando como um bom filme de ação, que cumpre seu papel. Seu roteiro simples não atrapalha e cria uma interessante dúvida se o que vemos é um homem ou o filho de Zeus, sabendo se apoiar tanto no realismo quanto na fantasia. Está longe de ser uma obra-prima, mas certamente trará diversão para a audiência.
[¹] As Guerras Trácias A história se passa na bárbara Trácia , no norte da Grécia . Hércules e seus companheiros são contratados pelo rei trácio, Cotys, para treinar o exército trácio em um que se destaca na crueldade.
[²] As Facas de Kush Após partir da Trácia, Hércules e seus companheiros viajam para o Egito , onde se envolvem na guerra civil entre Seti II e Amenmesse.
PS: Gente... Esse filme é injustiçado Tem uma boa história Efeitos especiais okay Dwayne Johnson perfeito p/ o papel Merecia uma continuação
PRIMITIVE WAR... Um filme de guerra cheio de ação que coloca soldados endurecidos pela batalha contra os maiores predadores que já caminharam na Terra.
Vietnã. 1968. Uma unidade de reconhecimento conhecida como Vulture Squad é enviada a um vale isolado na selva para descobrir o destino de um pelotão desaparecido de Boinas Verdes. Eles logo descobrem que não estão sozinhos.
"Carnívoros caçam em trilhas de caça, você quer montar um acampamento base ou um bufê?"
Esses filmes têm grandes vibrações de Turok, Dino Crisis, Jurassic Park, Kong Skull Island e Terra Nova Mal posso esperar por isso❤
Esses Utahraptors no final parecem bem legais... vamos torcer para que essa m3rd4 seja classificada como R com sangue e tripas por todo lugar!
Na terceira temporada, Reacher se disfarça como vendedor de tapetes. No entanto, ele não se torna um capacho, mas sim enfrenta as pessoas nos bastidores...
“Eu percebi porque é que fazes o que fazes. Não é só porque precisas de corrigir as coisas. E não é porque você é um garotinho. É porque você odeia o grandalhão. Tu odeias os grandes e poderosos filhos da put💥 que pensam que podem simplesmente safar-se das coisas. Então, certifique-se de que eles não.” (Neagley no último episódio da terceira temporadade Reacher)
Na série solo da Neagley que estreia ainda este ano, a sinopse diz: O inferno está decidida a perseguir justiça, Neagley usa tudo o que aprendeu com Jack Reacher e seu tempo como membro dos 110 Investigadores Especiais, colocando-se num caminho perigoso para descobrir um mal ameaçador.
Em 27 de março, o final da terceira temporada da série de ação Reacher foi ao ar no serviço de streaming Amazon Prime Video. Nele, o gigante de dois metros de altura (Alan Ritchson) luta contra um suposto vendedor de tapetes e seus capangas, desta vez em uma missão secreta. Mas, assim como nas temporadas anteriores, a série dramática cheia de ação surpreende com reviravoltas inteligentes e cenas engraçadas, além de cenas de luta bem coreografadas.
O novo elenco de apoio formado por Sonya Cassidy e Anthony Michael Hall também é convincente. Mas rostos familiares como Maria Sten como Neagley também podem ser vistos. A parte do spoiler começa no oitavo minuto.
Por favor, deixe-nos saber nos comentários qual cenário de livro você gostaria de ver na próxima quarta temporada.
Poucas lendas urbanas são tão perturbadoras e enraizadas no terror quanto a do Candyman. Popularizado pelo cinema, o mito remonta a uma história muito mais antiga e macabra, que mistura elementos de raclsmo, vlngança e o sobrenatural. No entanto, o que poucos sabem é que a lenda do Candyman pode ter sido inspirada em uma história real: a trágica vida de Daniel Robitaille. A lenda do Candyman gira em torno de um espírito vingativo que aparece quando seu nome é repetido cinco vezes diante de um espelho. Munido de um gancho ens4ngu3ntado no lugar da mão, ele surge para ceifar a vlda daqueles que ousam desafiá-lo. Mas por trás da história de horror há um passado trágico, marcado por ódio e brutalidade. Daniel Robitaille nasceu no final do século XIX, em 1870, como filho de escravos libertos nos Estados Unidos. Apesar das barreiras impostas pela sociedade racista da época, Daniel destacou-se por seu talento artístico. Ele se tornou um pintor renomado, especializado em retratos de famílias ricas. Sua habilidade o levou a transitar entre as elites, sendo contratado para capturar a beleza de damas aristocráticas em suas telas. Foi assim que seu destino cruzou com o de Caroline Sullivan, a jovem e bela filha de um rico proprietário de terras. O que começou como um trabalho comum logo se transformou em um romance proibido. Daniel e Caroline apaixonaram-se profundamente, ignorando as normas sociais que condenavam a relação entre um homem negro e uma mulher branca.
A MALDIÇÃO
Quando o pai de Caroline descobriu o relacionamento, sua reação foi implacável. Ele convocou um grupo de homens para caçar Daniel, dando início a um ritual macabro de t*rtur4 e humilhação. Capturado e imobilizado, Daniel foi submetido a um dos mais terríveis castigos da época. Primeiro, seu braço direito foi serr4do brutaImente e substituído por um gancho enferrujado, simbolizando a vi*lência extrema contra aqueles que ousavam cruzar as fronteiras raciais impostas pela sociedade. Mas o pior ainda estava por vir. Seus algozes espalharam mel sobre seu corpo 3ns4ngu3ntado e o deixaram à mercê de um enxame de abelhas enfurecidas. O veneno dos insetos lentamente o consumiu, causando uma m0rt3 ag*niz4nte e horrível. Como último ato de crueldade, sua carcaça foi quelmada e suas cinzas espalhadas pelo terreno onde hoje se ergue o bairro Cabrini-Green, em Chicago. A alma de Daniel, tomada pelo ódio e pela dor, não encontrou descanso e a lenda ganha força. Seu espírito tornou-se um espectro vingativo, alimentado pelo medo e pelo s4ngu3 dos que ousavam invocá-lo. A lenda do Candyman começou a se espalhar, crescendo com o tempo e tornando-se um conto popular entre as comunidades locais. Nos anos seguintes, diversas m*rtes inexplicáveis foram atribuídas ao espírito de Daniel. O bairro onde ele m0rreu tornou-se um símbolo do abandono e da vi*lência urbana, e as histórias sobre o Candyman eram passadas de geração em geração. A lenda urbana se solidificou: quem se atrevesse a dizer “Candyman” cinco vezes diante de um espelho convocaria o espírito vingativo, que surgiria do além para reivindicar mais uma vítima. O mito de Candyman tornou-se um dos contos de terror mais aterrorizantes da cultura popular, inspirando filmes, livros e discussões sobre temas como raclsm0, injustiça e vingança. Muitos acreditam que a história de Daniel Robitaille tem raízes reais, inspirada em inúmeros casos de linchamentos e brutalidade contra afro-americanos no século XIX.
Seria Candyman apenas um reflexo dos horrores do passado, ou sua maldição realmente persiste, aguardando você a testar sua existência diante de um espelho?
A série de caçadores de demônios "The Bondsman" toma emprestado o estilo de "Supernatural" e vem com muita ação, ação e um Kevin Bacon legal no papel principal.
ALERTA DE SPOILER: esta MSN pode conter pistas sobre a continuação da trama!
Isso acontece na série “The Bondsman”
O caçador de recompensas Hub Halloran (Kevin Bacon, The Following) tem um grande problema na série The Bondsman.
Há apenas um momento ele estava perseguindo um criminoso fugitivo e agora ele está morto na poeira com a garganta cortada... Por que ele se encontra algumas horas depois na parede divisória de um quarto de motel decadente é um mistério para ele, mas uma coisa é certa: Hub está furioso.
No entanto, sua campanha de vingança contra a pessoa que ordenou seu assassinato, que por acaso é o novo namorado (Damon Herriman) de sua ex Maryanne (Jennifer Dice), se transforma em uma experiência sobrenatural. De repente, sem que ele saiba, Hub se torna um funcionário de poderes superiores e agora faz seu trabalho de uma maneira um pouco diferente do que antes. Em vez de bandidos terrenos, ele agora caça demônios que escaparam do inferno e deve mandá-los de volta
... não importa como...
A comédia está na moda
Cinismo aliado a personagens malucos, ação e heróis legais parecem ser muito populares em vários provedores de streaming no momento. Combinado com uma pequena influência de séries de terror e mistério, esse conceito funciona ainda melhor, especialmente quando o personagem principal é um caçador de recompensas desiludido e recentemente assassinado...
É exatamente assim que você poderia descrever a premissa de “The Bondsman”. Quando um personagem assim é colocado em uma situação bizarra após a outra, com muito sangue fluindo e demônios vagando pela tela, o mundo do fã de fantasia está em ordem.
Os recém-chegados em Hollywood
No entanto, isso requer um ator com uma atitude decididamente tranquila, o que o criador da série, Grainger David, felizmente encontrou em Kevin Bacon. Um homem como David, que até agora produziu apenas alguns curtas-metragens mais ou menos bem avaliados, dificilmente teria tido a chance de ter seu próprio projeto de série no velho mundo da TV se não tivesse conquistado seu espaço como roteirista de algum formato estabelecido.
Nesse sentido, é um fato positivo que a Netflix e a Amazon Prime Video, em particular, sempre dão uma chance a talentos desconhecidos. Para começar, o produtor e roteirista criou uma história que se inspira claramente na longa série Supernatural, mas ainda tem um elemento novo e único. Quando o personagem principal Hub, por exemplo, dirige por estradas empoeiradas na velha caminhonete de sua mãe ao som de rock contagiante, você sem dúvida se lembra do grande modelo a ser seguido.
Mesmo que tudo isso pareça óbvio e familiar à primeira vista, a equipe de produção ainda consegue olhar para o cavalo de uma perspectiva um pouco diferente.
Desde o início, fica claro que “The Bondsman” não se leva muito a sério e gosta de brincar com clichês. O fato d
e a ex-esposa de Halloran, Maryanna, uma cantora country, e seu namorado e suposto assassino de seu marido Lucky gostarem de usar chapéus de cowboy
é uma pequena, mas estilisticamente sutil e afetuosa, crítica ao atual boom neo-western, que os produtores da série também aproveitam alegremente. Dessa forma, séries de terror, mistério, ação, road movie, neo-western e comédia se unem para formar um conglomerado de gêneros divertidos que divertem desde o primeiro minuto.
Elenco e estrutura
Além das grandes atuações de Kevin Bacon e Jennifer Nettles
(que, por sinal, é uma cantora country), também podemos esperar personagens marcantes como Beth Grant (Mayfair Witches, de Anne Rice), no papel da mãe de Hub, Kitty, que está sempre pronta com um comentário espirituoso. Damon Herriman (The Artful Dodger) interpreta Lucky no episódio piloto com uma atitude um pouco idiota, e Jolene Purdy, conhecida de WandaVision e Orange Is the New Black, está muito divertida como uma funcionária da agência de recompensas sobrenaturais "Gold's Pot" e
é responsável por garantir que Hub receba uma introdução ao seu novo campo de atividade.
De uma perspectiva puramente estrutural, o Prime Video está seguindo o caminho de episódios curtos e concisos que já seguiu com a série de sucesso On Call. Cada episódio tem entre 30 e 35 minutos de duração, com a primeira temporada tendo um total de oito partes. Em outras palavras, a temporada inteira tem apenas 240 minutos de duração — ou a duração de dois longas-metragens.
Não há muito tempo para narrativas discrepantes e análises aprofundadas dos personagens, mas esse não é o objetivo de "The Bondsman". A série tem como objetivo principal oferecer entretenimento de fantasia cheio de ação, animado e espirituoso e, começando com o episódio piloto, consegue isso de uma forma lúdica.
Ainda não se sabe como a história se desenvolverá e se a primeira temporada conterá mais do que algumas divertidas caçadas a monstros. Seria bom saber por que Hub, de todas as pessoas, teve permissão de retornar do Inferno para transportar demônios que andavam pela Terra até lá.
Talvez os criadores da série nos deem algumas informações mais detalhadas sobre o passado de Hub aqui e ali, semelhante ao que Dick Wolf faz na produção mencionada acima "On Call". Se usado com moderação e casualmente em um ou dois episódios, isso pode ser benéfico para o formato e fortalecer o vínculo com o personagem principal.
Conclusão
O episódio piloto da série “The Bondsman” é uma mistura rápida e divertida de gêneros, que também tem um forte apelo em Kevin Bacon. Mesmo que memórias de “Supernatural” apareçam aqui e ali, o formato ainda consegue se sustentar e, graças à sua narrativa curta e nítida, proporciona ação, humor e suspense.
‘Babygirl’ toca nas nuances obscuras do desejo feminino!
Mesmo sendo irregular, 'Babygirl', longa da diretora Halina Reijn, adentra nas peculiaridades da sexualidade de uma CEO vivida por Nicole Kidman.
Nicole Kidman e Harris Dickinson: relação perigosa.
Na primeira cena de Babygirl, vemos Romy, a CEO interpretada por Nicole Kidman, fingir um orgasmo enquanto faz sexo com o marido, o bonito e interessante diretor de teatro Jacob. Mas nada ali é colocado por acaso: seu fingimento é tão rígido quanto o seu trabalho, em uma empresa de tecnologia de robôs, e quanto o seu rosto paralisado por Botox.
A sua vida é teoricamente perfeita: admirada como profissional, ela é bem casada, rica, bonita e tem duas filhas com quem se dá bem. Mas a estabilidade se desmorona muito rápido quando ela se vê Samuel dominar um cachorro enfurecido bem na frente do prédio do seu trabalho. Ela fica impressionada, mas ainda nem sonha que ele é um dos novos estagiários da empresa que ela gerencia.
O que ela sente, instintivamente, é que há algo em Samuel que toca em suas partes mais profundas, as que evita olhar a todo custo. O marido, em sua docilidade e amor, também não é fonte confiável para expor essas sombras, que imediatamente se conectam com o jovem recém chegado. Em poucas cenas, eles já estão envolvidos em um jogo estranho – que é sobre sexo, mas também não é sobre sexo.
Mas há algo que precisa ser dito sobre Babygirl: toda esta trama poderia resultar em um mero thriller erótico bem típico dos anos 1990 (e os filmes de Adrian Lyne foram citados pela crítica como uma possível referência). No entanto, este é um longa-metragem escrito e dirigido por uma mulher, a diretora holandesa Halina Reijn. E, no frigir dos ovos, isso muda tudo.
‘Babygirl’ e o mergulho na sexualidade feminina
Babygirl provocou reações diferentes na crítica cinematográfica, entre os que elogiaram uma suposta performance corajosa de Nicole Kidman e os que o categorizaram como mero soft porn. Há alguma razão em ambas as visões, creio, e também estou de acordo que a resolução um tanto moralista da história empobrece consideravelmente o filme.
Contudo, penso que há camadas escondidas em Babygirl, que dialogam sobretudo com o público feminino, e que podem explicar o frisson gerado pelo filme entre as mulheres. A principal delas diz respeito à forma que tangencia, de forma algo cifrada, a natureza enigmática da sexualidade que vai além de uma redução simplista – recorrente, por exemplo, na indústria pornográfica, moldada pela imaginação masculina.
Babygirl provocou reações diferentes na crítica cinematográfica, entre os que elogiaram uma suposta performance corajosa de Nicole Kidman e os que o categorizaram como mero soft porn. Há alguma razão em ambas as visões, creio, e também estou de acordo que a resolução um tanto moralista da história empobrece consideravelmente o filme.
Contudo, penso que há camadas escondidas em Babygirl, que dialogam sobretudo com o público feminino, e que podem explicar o frisson gerado pelo filme entre as mulheres. A principal delas diz respeito à forma que tangencia, de forma algo cifrada, a natureza enigmática da sexualidade que vai além de uma redução simplista – recorrente, por exemplo, na indústria pornográfica, moldada pela imaginação masculina.
‘Adolescência’ mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime cometido por um jovem!
Em 'Adolescência', minissérie da Netflix, o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
Primeiro episódio da série é exemplo máximo de qualidade televisiva.
A relação entre crime e sociedade é um terreno instável, onde se entrelaçam questões psicológicas, morais e institucionais. No centro desse labirinto está Adolescência, minissérie da Netflix que mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime violento cometido por um jovem.
Ao longo de quatro episódios, a produção não apenas destrincha os desdobramentos da investigação, mas escancara as camadas de culpa, desespero e negligência que se acumulam entre família, escola e sistema judicial. A narrativa, construída com a intensidade do plano-sequência, não dá espaço para respiro: o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
São seis da manhã de um dia comum. Comum, até que uma equipe de policiais fortemente armados, liderada pelo detetive Bascombe, invade uma casa e prende um garoto de 13 anos, Jamie Miller.
Seus pais, Eddie e Manda, assistem, paralisados, enquanto o filho é levado à delegacia, processado e trancado em uma cela. Jamie é acusado de assassinar um colega de escola. Ao lado de Eddie, que atua como seu representante legal, e de um advogado, ele precisa encarar as provas acumuladas pela polícia. Em questão de minutos, a rotina pacata da família se transforma em um pesadelo de horror, acusações e revelações brutais.
O início da série é um soco no estômago. Cada episódio é filmado em um único plano-sequência, técnica já dominada por Graham (que cocriou a série com o prolífico roteirista Jack Thorne) e pelo diretor Philip Barantini no filme O Chef (2021).
A abordagem em tempo real é sufocante. A câmera nos mantém reféns da tensão crescente, do instante em que a polícia invade a casa dos Miller até a apresentação da prova fatal contra Jamie, menos de uma hora depois. O caos e a angústia são quase insuportáveis. “Eu odeio casos com menores”, diz uma enfermeira ao avaliar a consciência de Jamie sobre sua situação. “Ninguém gosta”, responde o sargento da delegacia. Mas o trabalho precisa ser feito. O olhar da câmera, inquieto e onipresente, captura cada detalhe da destruição da vida daquele garoto.
Esse é apenas o primeiro dia. Os outros três episódios percorrem um ano e meio de investigação e julgamento. Bascombe e sua assistente, a detetive Frank (Faye Marsay), vasculham a escola da vítima. Jamie é analisado por uma psicóloga na prisão, Briony Ariston (Erin Doherty). No final, o veredicto chega justamente no dia do aniversário de 50 anos de Eddie.
Nenhum episódio seguinte repete o impacto do primeiro. Em alguns momentos, a insistência no plano-sequência parece mais um obstáculo do que um recurso narrativo eficaz, já que o sistema judicial é lento, burocrático e raramente se desenrola com a urgência dramática de uma hora contínua.
Isso torna a série desigual: o episódio inicial golpeia o espectador sem piedade, enquanto os demais assumem um ritmo mais expositivo e didático. Mas por que destacar o terceiro dia, ou os meses sete e treze? O que essas escolhas acrescentam de essencial à história?
‘Adolescência’ e o mergulho na “machosfera” Graham e Thorne buscam contextualizar o crime de Jamie dentro de um cenário mais amplo de violência e alienação juvenil. Termos como “incel”, “manosfera” (ou “machosfera”) e “red pill” aparecem sem rodeios (“Bobagem do Andrew Tate”, diz a detetive Frank, com desprezo).
Em casa, os pais de Jamie se afogam na culpa – mas uma culpa que se concentra no próprio filho, e não na vítima. “Ele estava no quarto, não estava?”, lamenta Eddie. “Achávamos que ele estava seguro.”
‘Adolescência’: interpretações impressionantes.
É uma narrativa incômoda e perturbadora, na qual ninguém sai ileso. A misoginia violenta se alastra nas escolas britânicas. Pais ignoram o que seus filhos fazem na internet. Comportamentos destrutivos são passados adiante como heranças invisíveis. O resultado? Garotos como Jamie. Crianças mortas por facadas em estacionamentos desolados.
A atuação de Cooper como o acusado é magnética, jogando com a empatia do público de forma inquietante. O episódio focado no diálogo entre ele e a psicóloga Ariston é um duelo psicológico que prende e assusta ao mesmo tempo. O elenco inteiro está afiado – e, mais uma vez, Graham se sobressai.
A aposta no plano-sequência adiciona complexidade técnica, mas também limita a narrativa. A investigação escolar parece saída de um procedimento policial qualquer, enquanto a resolução do caso se encaminha deliberadamente para a desesperança. Há um equilíbrio delicado entre provocar reflexão e explorar o sofrimento. Adolescência flerta perigosamente com essa linha.
Ainda assim, negar a força do primeiro episódio seria impossível. É televisão em seu estado mais puro: visceral, sufocante, impossível de desviar o olhar. O fascínio mórbido por crimes extremos se mistura com o desejo de compreender um dilema ético complexo.
O fato de os episódios seguintes não alcançarem o mesmo impacto inicial é tanto uma falha quanto uma prova da grandiosidade do começo. Sempre bem executada, Adolescência mantém uma brutalidade que a torna uma experiência intensa, incômoda e inescapável.
Predador: Terras Selvagens
7Predator: Badlands chegou com tudo e trouxe um Predador exilado, alianças improváveis e uma ameaça ainda mais mortal! No trailer, temos easter eggs escondidos a grandes batalhas contra os predadores mais formidaveis do planeta hostil.
Eu adorei esse novo trailer e o Predador!
Essa sala de troféus foi uma das coisas mais brilhantes que vi nos filmes de aliens, minha imaginação voa, um crânio do alien do independency day, um troféu humano, um t-rex, vi um crânio pelo que parece é de um alien do guerra do amanhã "garras brancas" cara, imagino o predador caçando esses predadores, que da horaaaaa essa sala de troféus mano... finalmente um filme da saga onde vão 'emponderar' o predador.
E finalmente um Predador Protagonista para representar o filme que embora muitos não tenham gostado da aparência dele eu gostei, pois ele ainda é um Sangue Jovem iniciando seu treinamento e caçada.
E como os próprios diretores disseram, exitem vários clãs de Predadores, facções e espécies em vários planetas e nem todos são iguais aos primeiros que estamos mais acostumados.
Vou criar uma hipotese.
Badlands talvez seja o planeta, que possui varios biomas, ver os predadores nessa disputa entre si, talvez mostre que existam(talvez) clãs rivais que buscam além de uma simples caçada, poder e destaque.
A moça pode ser uma sintética tambem, por ter aquelas habilidades, e ter um prota sendo predador, isso sim traz uma visão muito diferente daquilo que estamos acostumados a ver.
Dito isso...ta na lista de filmes pra se ver hahahahah.
posso estar louco, mas se eu não conhecesse, diria que esse ancião pode ser um elite da "Dark Blade Clan", seria interessante ver esse clã dos Yautjas. Armadura e armas negras em detalhes puramente em vermelho escarlate.
Alien: Earth (1ª Temporada)
2.5 3ALIEN: TERRA ESSAS CAIXAS ESCONDEM ALGO MUITO PIOR DO QUE VOCÊ IMAGINA!
Alien: Earth (2025), a aguardada série de Noah Hawley que traz os xenomorfos para o nosso planeta só parece que o terrivel xenomorfo nao esta vendo sozinho para a terra, outras espécies alienígenas estão vindo com ele.
Sinceramente! Na minha humilde opinião, ambos os teaser / trailers estão uma obra de arte, parabéns pela equipe que está por trás deles, inclusive! Esses conjuntos parecem ter vindo direto dos anos 70 / 80 e eu adoro isso, realmente! Eles levaram a tudo isso sério, até mesmo reutilizando os efeitos sonoros dos filmes antigos do Alien😗😙😁👌
É o que a gente busca nesse tipo de produção, qualidade em todos os aspectos, principalmente em uma produção que exige uma atenção toda especial com os detalhes!
Não sei se a serie vai ser boa, mas a premissa promete bastante pelos vistos.
PS: Se no filme "Predador Terras Selvagens" aparecer alguma tecnologia retrô dos anos 70 igual em Alien. Eu vou ter um treco 😮
Extermínio
3.7 969 Assista AgoraO filme: "28 SEMANAS DEPOIS" tem a melhor, mais tensa, mais assustadora e angustiante abertura de um filme de Zumbis da história do cinema, mais até que Madrugada dos Mortos. Realmente assustador - 🎬❤️
E essa trilha sonora eletrizante? A gente se angustia junto com o personagem.
Se alguém tiver alguma dúvida sobre o título do filme, já que usei o original, esse filme também tem o título no Brasil de "Extermínio 2".
NOTA: 4,0 / 5,0 ( Ótimo )
A indústria cultural costuma ser abusiva quando um tema se torna lucrativo. Na seara dos filmes de terror, a coisa chega a ser “assustadora”. Quando Pânico deu novo fôlego para os filmes de psicopatas mascarados, uma enxurrada de filmes bacanas surgira, mas na esteira, uma enorme fila de produções constrangedoras. O mesmo ocorreu com as refilmagens de tramas de horror orientais. Bastou trazer O Chamado que logo os estadunidenses fizeram a releitura de todos os filmes possíveis, adaptações que geralmente se mostrara inferiores aos enredos que lhe serviram como ponto de partida.
Com os filmes de zumbis não foi diferente. George Romero não foi o criador, mas foi quem remodelou o estilo já estabelecido por Zumbi Branco e A Morta-Viva. Por conta do sucesso, vários cineastas se inspiraram no esquema de zumbis em busca de carne humana e o resultado é um imenso catálogo de produções boas e outra lista ainda maior de tramas profundamente ruins. Extermínio, de Danny Boyle faz parte do espaço das boas produções. Aliás, das ótimas, pois toma como base a temática para explorar conflitos dramatúrgicos e questões sociais que abrem precedentes para discussões pertinentes sobre o mundo contemporâneo.
No filme, durante uma invasão de ativistas em um laboratório na Inglaterra, animais contaminados com o vírus da raiva estão sendo estudados. Sem saber, os “salvadores da pátria ecológica” acabam desenvolvendo um terrível problema, pois os animais atacam os presentes e com a disseminação do vírus, as pessoas infectadas começam a desenvolver comportamento típico dos filmes de zumbis que conhecemos. Fique atento para um detalhe: diferente dos vagarosos monstros de Romero, os representantes de Boyle têm folego de atleta, algo semelhante às temíveis criaturas de Madrugada dos Mortos, refilmagem comandada por Zack Snyder.
Ao acordar do coma, Jim, o herói da história, descobre que ficou 28 dias desconectado do mundo. Neste momento, ele busca respostas para os questionamentos, pois nenhum conhecido parece estar vivo para lhe contar o que aconteceu. Entre as idas e vindas, encontra Selena (Naomi Harris), Frank, Hannah (Megan Burns), pessoas que vão lhe entregar detalhadamente a cartilha: não importa a pessoa conhecida que você reencontrar. Pode ser namorada, amiga, avó ou sua mãe: se estiver infectada, mate.
Unidos, eles seguem um sinal de rádio, tendo em vista seguir para um lugar seguro. Eles encontram uma base militar, mas o que eles não sabem é que tão devastador quanto o mundo externo, o local que devia fornecer segurança parece ser mais perigoso que os zumbis. Guiado pelo roteiro de Alex Garland, o cineasta nos mostra a devastação da Inglaterra em apenas quatro semanas. Através do uso eficiente de câmeras digitais, mergulhada com cautela na mitologia de Romero, mas é com O Terror Veio do Espaço, de Steve Sekely que o filme possui maiores paralelos, pois ambas as histórias tratam de um mundo sob a constante ameaça nuclear, o horror das armas químicas, a falta de civilidade dos seres humanos em suas relações cotidianas e a desordem que toma diariamente a nossa sociedade.
A montagem ágil de Chris Gill consegue dar ritmo a quase todo o filme, deixando levemente a desejar apenas na segunda metade, quando a história aparentemente perde um pouco o fôlego. No entanto, as discussões políticas que tanto engrandecem o roteiro são sustentadas até os momentos finais. Conforme afirma Boyle em suas pesquisas para o filme, “nada tem o poder de subjugar uma nação como os males de um vírus”. Como o mundo anda constantemente em crise econômica, a iminência de uma devastação pode mexer com a imunologia de todos os sistemas possíveis da sociedade. Atualmente, viaja-se mais do que antes, o que impede as barreiras de algumas doenças contagiosas. Em 1999, por exemplo, as doenças infecciosas foram responsáveis por 25% das mortes em todo o planeta. Todas estas questões estão como pano de fundo da metáfora crítica do filme que põe nos zumbis a representação destes males.
A Hora do Espanto
3.0 1,3K Assista AgoraComentário sobre o remake de "A Hora do Espanto" (2011) - 🎬
Esse remake é um exemplo curioso de como algumas refilmagens também podem entregar bons trabalhos. Apesar de não alcançarem a qualidade de seus clássicos predecessores, conseguem entreter de maneira muito satisfatória. Embora existam aspectos que poderiam ser aprimorados, há elementos nesse filme que se destacam em relação a outras tentativas de remakes.
Por exemplo, o elenco talentoso traz modernidade aos personagens e ainda consegue emular a essência do original de maneira eficaz. Além disso, a história mantém uma simplicidade que evita complicações desnecessárias, permitindo que o espectador se envolva com a trama. Assim, embora o filme possua falhas, ele consegue proporcionar momentos de muita diversão. Sempre que posso, assisto.
Os Batutinhas: Uma Nova Aventura
2.8 37 Assista AgoraO filme de 1994 tem algumas características do original dos anos 30 que eu amo. A trilha sonora é uma delas, os produtores e os roteiristas preservaram o que na minha opinião acrescentou absurdamente na qualidade da obra!
Quando se preserva as características, a essência continua e nessa versão de 1994 é um exemplo disso!
A versão de 2014, sinceramente se perdeu em tudo, roteiro, nos personagens, nos cenários e se quer respeitaram as características da obra original dos anos 1930/40
The Thursday Murder Club
1Saiu a data de estreia de O Clube do Crime das Quintas-Feiras! ✨
O filme vai ser lançado dia 28 de agosto na Netflix. A história é uma adaptação do livro de Richard Osman, que rendeu uma série maravilhosa de romances policiais publicados no Brasil pela Editora Intrínseca.
No elenco principal estão Helen Mirren, Pierce Brosnan, Ben Kingsley e Celia Imrie. Na trama, eles são moradores de casas de repouso que resolvem mistérios.
Helen Mirren disse em uma entrevista que leu o romance anos atrás e pensou: "Se algum dia fizerem um filme sobre isso, eu adoraria interpretar esse papel".
👉 Clica pra conhecer o livro: http:// amzn.to / 3ElMfsU
Sinbad: A Lenda dos Sete Mares
3.3 125 Assista AgoraNota: 3,5/5,0 (Muito Bom)
Dentre inúmeras experimentações, o cerne da Dreamworks acabou se tornando a união de narrativas clássicas de irmandade e/ou amizade com rivalidade junto à inclusão representativa de maneira prática. É só lembrarmos a questão de fidelidade histórica trazida por O Príncipe do Egito possibilitando uma das primeiras animações de grande estúdio com personagens negros e pardos como protagonistas, ou O Caminho Para El Dourado, que trouxe igualmente em primeira mão personagens latinos como principais, e claro, Shrek que na subversão do conto de fadas na perspectiva de um ogro consolidou esse discurso inclusivo ao dar voz ao “feio” para ele ser bonito também. Em Sinbad: A Lenda do Sete Mares, a voz do protagonismo é dada aos heróis e aventureiros árabes, mas também às mulheres que queriam fazer coisas historicamente direcionadas como tarefa masculina.
Vamos por partes. Falando primeiro do aspecto animado, Sinbad inegavelmente carrega uma forte inspiração em seu primo um pouco mais velho da Disney: Planeta do Tesouro. E não, não é só porque ambos são histórias de pirata. É por isso, pelo fato de serem das últimas animações que realmente apostaram no 2D mesclado com o 3D e principalmente pela mitologia como fio condutor da aventura. Enquanto o filme da Disney fazia sua mitologia numa mistura de acordo com os conceitos da ficção científica que impregnava, Sinbad vai para o lado teológico dos mares, onde a deusa do caos Eris (Michelle Pfeiffer) é a responsável por articular toda uma sucessão de desafios correspondentes aos antigos anseios da humanidade quanto ao desconhecimento do mar, confrontar o marujo a lidar com seus próprios demônios, voltados a um dilema interessante entre o seu egoísmo natural de pirata e a necessidade de corresponder à compaixão de um antigo amigo, Proteus, que basicamente se sacrificou para que ele continuasse em vida.
A priori, a mitologia do universo em si do filme é pouco explorada em suas especificidades (qual é a daquele reino, quais outros deuses influenciam naquele terreno etc.), mas enquanto exercício criativo com concepções prévias da mitologia marinha, há um investimento visual muito estimulante da jornada. Fora que o drama do protagonista é bem relacionável, o que ajuda o texto a inserir seu ponto forte de conflito que é o contraponto da noiva de Proteus, Marina (Catherine Zeta-Jones), personagem feminina forte que vai desafiando as crenças individualistas do principal. Por mais que surja no meio um triângulo amoroso de um lado, o que ajudará na decisão final de uni-los, não é só natural como também uma ponte motivadora a dar justificativa à personalidade de Sinbad. Suas falas de superioridade de gênero na água (navegar não é coisa de mulher) são nada mais que disclaimers da decepção particular que carrega sobre o histórico com ela e o amigo, retomados numa situação complicada, já que além de salvá-lo, Sinbad tem que não entrar na tentação de Marina, que tem o sentimento correspondido.
É uma tramoia bem Sheakspeariana tratada pela animação de forma bastante humanitária, com exageros dramáticos bem pontuados para dar energia à aventura. Marina, apesar de poder cair no estereótipo de moça atraída pelo pilantra, traz uma motivação mais do que justa para isso, uma vez que seu verdadeiro amor é o mar, e ele, querendo ou não, foi a ponte para a sua primeira aventura marítima verdadeira. Fora que o texto posiciona muito bem o jogo de farpas entre os dois como forma de apimentar o romance e dar uma química mais elaborada a ele. Sem contar que o romance não tira em nada a autos suficiência da personagem, que em vários momentos salva a tripulação – preenchida por personagens bem esquecíveis, diga-se de passagem – dos desafios impostos pela deusa do caos e acaba se tornando para eles naturalmente uma figura de referência. Motivo que justifica o gosto de Sinbad por ela, por mais que seja dito como amor à primeira vista, fica claro no desenvolvimento que eles compartilham esse amor pela aventura marinha.
Inclusive nesse aspecto o filme não decepciona. As sequências de ação são ótimas e coordenadas em uma crescente emocional ímpar para o clímax ser no ápice do dilema anteriormente apresentado, e não exatamente na superação geológica – que também é bem bacana: “A Terra é Plana, sempre suspeitei!”. É aquela Dreamworks primária, bem artística, ainda que mais rechaçada naquele humor debochado na vibe Shrek que talvez não seja tão bem encaixado quanto poderia aqui, em certos momentos. Apesar disso, no geral, Sinbard é uma animação divertida e subestimada somente por apresentar certos padrões, mas que certamente são colocados de forma única pelo caráter particular da inclusão dos referentes personagens.
PS: Pena que ele (junto com o O Caminho Para El Dourado e Spirit) não é tão conhecido.
Lembro de pensar coisas semelhantes sobre por que não fez sucesso, mas principalmente ele se encontra naquele lado estranho da cerca, tratando crianças de forma mais adulta do que muitas delas, mimadas, estão prontas para lidar. Como tal, elas não se conectam com a profundidade dos personagens ou entendem as nuances da história, mas mais do que isso, acho que também foi durante um período de saturação, onde era preciso se destacar de certas maneiras e o CGI estava dando saltos à frente que o diferenciavam dos estilos de animação clássicos.
Vale a pena assistir novamente, como muitas animações semelhantes de amadurecimento/adolescentes dos anos 90. Uma época tão marcante para as pessoas que buscavam compartilhar suas vozes, mas verdadeiro quanto aos resultados, ele desempenhou um papel na mudança da Dreamworks para se igualar à Disney no aspecto tecnológico e industrial, a competição os levou a um novo nível saudável. Nem todos que são desafiados pela Disney conseguem passar, e a maioria é engolida pelo caminho de qualquer maneira. ~Voz da Razão
Cidade dos Sonhos
4.1 1,7K Assista AgoraO Filme de David Lynch aposta na dúvida como motor narrativo!
'Cidade dos Sonhos', lançado em 2001, ganha relançamento nos cinemas brasileiros em cópia restaurada em 4K, e reafirma seu status como obra-prima labiríntica sobre identidade, ilusão e os bastidores sombrios de Hollywood.
Há filmes que não se revelam de imediato; eles precisam de tempo para se desdobrar. São obras que não se limitam a uma única interpretação, exigindo do espectador mais do que uma simples observação – é preciso entrega, imersão. Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch, é uma delas. Talvez por isso, o relançamento nos cinemas brasileiros, com cópias restauradas em 4K – um formato que acentua texturas, contrastes e profundidade de cor – seja tão oportuno. Rever essa obra-prima meticulosamente reconstruída não é apenas uma oportunidade de reencontro; é a chance de (re)sonhá-la, de mergulhar novamente em seus enigmas e sensações.
Lynch é um autor de superfícies – mas superfícies que tremem. Nada em sua obra é estável. Tudo se move sob o verniz de uma aparente normalidade. Em Cidade dos Sonhos, esse jogo entre o que se vê e o que se oculta atinge um grau de sofisticação raro, mesmo dentro de sua filmografia. O filme nasce como projeto de série para a televisão, rejeitado por uma emissora que talvez tenha sentido, já ali, que o que Lynch propunha não era linear, vendável, tampouco decifrável. Dois anos depois, o diretor retoma o material, costura novos fragmentos, e o transforma em longa-metragem. Mas o que poderia ser apenas remendo se torna enigma.
A trama, se é que se pode chamá-la assim, gira em torno de Betty Elms (Naomi Watts), jovem atriz que chega a Los Angeles embalada por um otimismo anacrônico, e cruza o caminho de uma mulher amnésica (Laura Harring) que adota o nome de Rita, numa referência direta à Gilda de Rita Hayworth. A partir desse encontro, o filme se instala como um simulacro de investigação – uma busca por pistas, nomes, significados. Mas, aos poucos, percebe-se que o que está em jogo é outra coisa: a própria possibilidade de um sentido.
Como em um espelho partido, as identidades se desdobram e se confundem. Betty é também Diane. Rita é também Camilla. A história muda de tom, muda de foco, e o que antes parecia sonho ganha contornos de delírio. O cinema de Lynch é, desde sempre, interessado em máscaras, duplos, cortinas vermelhas e identidades oscilantes. Em Cidade dos Sonhos, essas obsessões ganham uma dimensão ainda mais amarga: o sonho hollywoodiano implode de dentro para fora, revelando não só seus mecanismos, mas sua crueldade estrutural.
O que Cidade dos Sonhos propõe é menos um comentário sobre a indústria e mais uma travessia sensorial pelo inconsciente do espetáculo. Em uma das cenas mais poderosas, no clube Silencio, Lynch desmonta o próprio cinema: uma cantora interpreta uma versão hispânica de “Crying”, de Roy Orbison, com emoção dilacerante — mas, de repente, desaba no palco, enquanto a música segue. Nada é ao vivo. Nada é real. É tudo ilusão. Mas há verdade na ilusão — talvez, a única possível.
Filme foi originalmente concebido para um piloto para a emissora ABC, que retirou a proposta após assistirem a primeira versão.
Esse teatro da falsidade se estende também ao diretor Adam (Justin Theroux), personagem cujo arco revela a impotência criativa diante das forças obscuras do poder econômico e simbólico. Confrontado por produtores mafiosos e por um cowboy espectral que parece saído diretamente das alucinações de Twin Peaks ou de Estrada Perdida, ele se vê encurralado – como se o próprio ato de filmar fosse um pacto com o diabo.
Assistir a Cidade dos Sonhos hoje, mais de duas décadas após seu lançamento, é confrontar-se com um cinema que não subestima a inteligência do espectador, mas que também não lhe oferece chão firme. É um filme que aposta na dúvida como motor narrativo. E que, como poucos, compreende o cinema como dispositivo de montagem de identidades – íntimas, culturais, imagéticas.
Rever este pesadelo em 4K, com sua estética restaurada em minúcias, é deixar-se perder outra vez na névoa. É como visitar um lugar familiar que já não reconhecemos completamente. As texturas ganham espessura. As sombras se tornam mais densas. E o azul da caixa misteriosa parece ainda mais hipnótico.
No fim, talvez seja isso que Cidade dos Sonhos nos propõe: não um enigma a ser resolvido, mas uma experiência a ser atravessada. Como os próprios sonhos – que não pedem lógica, mas escuta.
Oeste Outra Vez
4.0 26‘Oeste Outra Vez’ é um western metafísico sobre masculinidades em ruínas!
Em 'Oeste Outra Vez', o cineasta Erico Rassi reinventa o faroeste à brasileira ao expor, com lirismo seco e contundente, a fragilidade de uma masculinidade que ruge alto, mas desaba em silêncio.
Vencedor do Festival de Gramado em 2024, Oeste Outra Vez, longa-metragem dirigido por Erico Rassi, é uma obra singular, que se destaca tanto pelo tom quanto pela forma, e que, sob a aparência de um faroeste caboclo minimalista, revela-se uma poderosa alegoria da crise das masculinidades — especialmente daquela forjada na violência, no orgulho ferido e na incapacidade de afeto.
Ambientado no cerrado goiano, o filme evoca paisagens áridas e inóspitas não apenas como cenário físico, mas como extensão simbólica da aridez emocional de seus personagens. Homens calados, embrutecidos e solitários habitam esse território rarefeito, onde o uso da força não é uma manifestação de coragem, mas, ao contrário, um sintoma de profunda fragilidade. A grande virada de Rassi está justamente em desestabilizar o código clássico do faroeste: aqui, não há honra na vingança, nem nobreza no duelo — apenas o eco vazio de uma masculinidade corroída por seus próprios mitos.
Na trama, Totó (vivido com melancolia contida por Ângelo Antônio) busca vingança após ser espancado por um rival (Babu Santana), com quem sua ex-companheira (Tuanny Araújo) decidiu reconstruir a vida. A mulher, presente em uma única cena, não intervém, não negocia, não se justifica — apenas se afasta. Sua ausência se torna presença constante: ela está em tudo o que falta àqueles homens. O conflito entre os dois não se sustenta por amor ou honra, mas pela tentativa desesperada de reafirmar uma identidade em colapso.
Totó contrata um matador (Rudger Rogério), que fracassa em sua missão. Os dois fogem juntos, formando uma dupla marcada pelo silêncio e pelo fracasso partilhado. O outro lado responde com mais violência: dois pistoleiros (Daniel Porpino e Adanilo) são acionados para persegui-los. Inicia-se, então, uma caçada que, embora marcada pela tensão e pelo risco, jamais se transforma em espetáculo. Longe do tiroteio estilizado dos westerns americanos, Rassi opta por uma encenação contida, em que o silêncio e o vazio dizem mais do que as ações.
‘Oeste Outra Vez’: Guimarães Rosa
O filme evoca “Duelo”, conto de Guimarães Rosa presente em Sagarana, como inspiração. A referência é evidente não só na estrutura narrativa — uma perseguição entre homens em ambiente hostil —, mas sobretudo na atmosfera: Oeste Outra Vez também se situa em um sertão fabulado, onde o tempo é denso, e o realismo cede espaço a um imaginário quase metafísico. É um filme mais interessado em sugerir do que em explicar, em provocar que em entreter.
As falas são rarefeitas, deliberadamente econômicas, como se a linguagem tivesse perdido sua função comunicativa. Os personagens de Rassi vivem num mundo esvaziado de sentido, presos em repetições, inércia e ressentimento. É no não dito, nos gestos truncados, nos olhares desviados, que o filme constrói sua poética do colapso.
Babu Santana e Ângelo Antônio estrelam um faroeste à brasileira reinventado por Erico Rassi.
As mulheres — ou, mais precisamente, a ausência delas — atravessam toda a narrativa como um fantasma. São evocadas não por desejo, mas por perda. Quando aparecem, são reduzidas a propriedade, a território a ser defendido como se fosse um lote de terra. Ainda assim, a saudade mal disfarçada, o luto não elaborado e o desconcerto diante da rejeição tornam essa ausência ainda mais eloquente. Como se a presença feminina, negada ou ignorada, fosse o que falta para que esses homens reencontrem sua própria humanidade.
A violência permeia cada gesto, cada decisão, mas está longe de ser glamourizada. É uma violência triste, repetitiva, quase patética — como na cena em que os personagens dançam música brega num bar em ruínas, tentando desesperadamente mascarar o fracasso existencial que carregam. O resultado é devastador: Rassi nos conduz a um universo onde a brutalidade é menos uma escolha do que uma sentença.
Com uma fotografia precisa, que traduz em imagem a secura emocional do enredo, e uma montagem que favorece os silêncios e os vazios, Oeste Outra Vez é um filme de contundente beleza formal. Mas sua maior força talvez esteja na denúncia implícita — e por isso mesmo mais poderosa — de um machismo estrutural que transforma homens em espectros de si mesmos. É, ao fim e ao cabo, um lamento e uma crítica: um filme que olha para o interior do Brasil e vê ali, não a bravura mítica dos cowboys, mas o desamparo melancólico de sujeitos que não sabem mais quem são.
Epifânico, necessário, e bom demais.
Um Lugar Bem Longe Daqui
3.7 386 Assista AgoraAlguns clichês te atraem, outros te devoram.
Roteiro de Lucy Alibar, baseado no livro Um Lugar Bem Longe Daqui, escrito por Delia Owens
"Uma coisa eu tinha aprendido com pá esse tipo de homem precisa dar o último soco".
Filme maravilhoso, cenário deslumbrante é história de uma beleza plena. Ameiiii obrigado por seu diretor nos presentear com essa obra magnífica.
"Viver isolado é uma coisa, mas viver com medo é outra coisa muito diferente". - Kya
Filme leva a pensar em tantos fatores, a importância de uma família, a solidão que nos ajuda a descobrir quem realmente somos e ao mesmo tempo o vazio intenso, a simplicidade das coisas que nem todos conseguem ver, a Kya é um personagem que transmitiu muita pureza e força..lindo filme!!
"Vaga-lumes fêmeas atraem machos estranhos com sinais desonestos e os devoram; louva-a-deus fêmeas devoram seus próprios parceiros. Insetos fêmeas," pensou Kya, "sabem como lidar com seus amantes."
Muito bom. O final é surpreendente. Recomendo!
Arcanjo Renegado (4ª Temporada)
1Resenha Sobre a Série: Arcanjo Renegado: Uma Joia Brasileira que Merecia Mais Reconhecimento - 📺
"Arcanjo Renegado" é sem dúvida a melhor produção brasileiras da última década, e poucos podem contestar essa afirmação. A série, disponível no Globoplay, traz à tona questões sociais complexas e provoca reflexões profundas sobre a corrupção política, violência urbana e os limites da atuação policial, fato que a torna uma obra relevante e necessária.
Ao iniciar a série, confesso que tinha minhas reservas, especialmente ao perceber que ela era uma produção da Globo, conhecida por vezes por abordar temáticas de forma superficial e desonesta. No entanto, "Arcanjo Renegado" surpreende ao fornecer uma narrativa equilibrada que explora, de maneira habilidosa, tanto o excesso de violência policial quanto a percepção de que, em alguns casos, essa violência se torna uma necessidade para combater o crime. Essa dualidade é apresentada com maestria, permitindo ao espectador formar suas próprias opiniões sem forçar um lado específico.
As atuações do elenco são outro ponto forte da série. Em especial, o ator Marcello Melo Jr. entrega uma performance impressionante como Mikhael Afonso, o protagonista. Sua atuação é tão convincente que transporta o público para o cerne da história, tornando cada cena repleta de intensidade emocional. O equilíbrio entre a escrita refinada e as performances poderosas contribui para que a série se mantenha cativante ao longo de suas temporadas.
A direção, que começou com Heitor Dhalia nas duas primeiras temporadas e continuou com Lipe Binder, Fábio Strazzer e Lucas Villamarim nas seguintes, mantém um padrão elevado de qualidade. Cada diretor trouxe sua visão e estilo, mas todos conseguiram preservar a essência da série, enriquecendo-a e ampliando seu impacto. Embora muitos possam considerar Dhalia o melhor dos diretores, a contribuição coletiva foi fundamental para moldar a narrativa envolvente da série.
É notável que, desde "Tropa de Elite 2", não vínhamos assistindo a uma produção tão bem elaborada e significativa. "Arcanjo Renegado" demonstra que é possível criar conteúdos de qualidade sem recorrer a agendas políticas forçadas ou simplificações discursivas que muitas vezes permeiam o gênero policial. A série se destaca pelo seu equilíbrio nos argumentos, apresentando um retrato intricado da realidade social brasileira.
Além disso, merece destaque a equipe de produção que, através de uma fotografia crua, ângulos diversificados e cenas de ação de tirar o fôlego, rivaliza com as grandes produções cinematográficas internacionais. As sequências são bem coreografadas e filmadas, mostrando um cuidado estético que se alinha com o desenvolvimento da trama.
Por todos esses motivos, "Arcanjo Renegado" não apenas merece mais reconhecimento, mas também um lugar de destaque na cultura popular brasileira. É uma série que, sem dúvida, proporciona entretenimento e reflexão, e que espero ver ganhar ainda mais elogios e visibilidade do público. Essa obra é uma prova de que o Brasil tem capacidade de produzir narrativas impactantes, e que a indústria audiovisual nacional pode evoluir para algo, além de produções cheias de agendas a serem cumpridas.
O Troco
3.6 251 Assista AgoraNão é preciso uma mega produção para um ótimo filme, apenas um bom roteiro e um grande ator.
Ao assistir filmes de ação atualmente nos deparamos com o cenário repleto de personagens musculosos, subcelebridades colocadas na obra para ascender cinematograficamente, armas potentes de todo tipo e tamanho, além de roteiros péssimos com diálogos pífios. Parece que o gênero ao invés de evoluir para uma nova etapa, apenas acompanha a crescente demanda dos telespectadores de visualizar atores “celebridades” realizando feitos irreais na grande tela, como é percebido no caso da franquia Velozes e Furiosos (2001-2017).
O Troco (1999) há dezoito anos inovava nesse quesito, mostrando apontamentos importantes para o desenvolvimento na arte de fazer filmes policiais, desprendido da ideia pré-concebida do homem moral e correto encarando o vilão patologicamente comprometido. A obra em toda a sua história tem um viés cínico, pessimista e obscuro. No início da trama somos apresentados a dois ladrões oportunistas, Porter e Val Resnick, que arquitetam um plano para roubar alguns coletores de dinheiro da máfia japonesa. Esperando receber grande remessa, se surpreendem por só conseguirem roubar a quantia de 130 mil dólares, algo que mais tarde se torna um empecilho para a dupla quando se trata da divisão do dinheiro em partes iguais. Val, inconformado com a quantia, planeja uma traição junto à mulher de Porter, Lynn (Deborah Unger). A intenção dele era conseguir todo o dinheiro para quitar sua dívida com membros de um cartel de Nova Iorque.
Com aspectos baseados no subgênero noir, o filme mostra uma faceta mais cruel da vida na cidade de Nova Iorque, junto a personagens de senso moral deturpado que combinam com os tons escuros da fotografia. Outro ponto interessante pode ser considerado o trabalho do diretor e roteirista, Brian Helgeland. Apesar de se afastar da produção nos momentos finais da obra, por conta de divergências com o ator Mel Gibson, o mesmo soube dirigir muito bem as cenas de violência extrema com as intensas tomadas rápidas de ação e uma diversidade impressionante de plot twists, assemelhando-se bastante com o filme À Queima-Roupa (1967).
Para finalizar, observamos como pontos negativos da película uma atuação não muito boa de Mel Gibson, que também é narrador do filme, e na tentativa de transformá-lo em algo mais rentável, o roteirista Terry Hayes, que assumiu após a retirada de Brian, cai no clichê dos filmes atuais de ação/policial: mentiras absurdas quanto à resistência da personagem principal. Entrementes, a obra tem muita coisa boa para oferecer; apesar dos seus pontuais defeitos é uma ótima pedida para amantes da ação com uma pitada de inteligência.
Nota: 8,0/10,0
PS: P/ mim esse é um dos melhores filmes que existem. Mel Gibson estava inspirado demais nesse filme.
Tempo de Guerra
3.7 7Batalha de Ramadi: O Gettysburg da Guerra do Iraque
A Segunda Batalha de Ramadi, travada em 2006 durante a Guerra do Iraque, viu o exército americano e as Forças de Segurança Iraquianas se unirem para expulsar grupos insurgentes da cidade de Ramadi. Em uma batalha tensa e difícil, as forças da coalizão buscaram capturar áreas-chave da cidade, permitindo-lhes assumir o controle.
Este conflito de 8 meses é considerado uma das batalhas mais decisivas da abrangente Guerra do Iraque, e muitos militares acreditam que levou à formação do Despertar de Anbar, que viu grupos tribais iraquianos rejeitarem a Al-Qaeda e cooperarem com as forças americanas.
"Isso é realmente interessante, Brad. Sabe, os iraquianos não parecem muito bons em lutar, mas também nunca se rendem completamente." – Cpl Josh Ray Person, Generation Kill
A “Segunda” Batalha de Ramadi
A história diz que as Forças da Coalizão travaram duas batalhas em Ramadi. A “primeira” batalha de Ramadi ocorreu durante um período de quatro dias, durante a primeira batalha de Fallujah em abril de 2004, quando centenas de insurgentes desceram sobre Ramadi para tentar aliviar a pressão sobre Fallujah. Na manhã de 6 de abril, os combates começaram quando insurgentes emboscaram fuzileiros navais do 2/4 em Sufiya e perto do estádio em Mula’ab.
Os combatentes da AQI atacaram em vários locais da cidade com armas pequenas, RPGs e IEDs. Doze fuzileiros navais morreram em tiroteios naquele primeiro dia — perdas devastadoras para um batalhão. Os combates continuaram por um segundo dia, com ambos os lados sofrendo pesadas baixas. Na manhã do terceiro dia, os Magnificent Bastards estavam em megafones falando merda para os insurgentes, incitando-os a voltar e lutar. Em um período de quatro dias, os fuzileiros navais mataram cerca de 250 combatentes inimigos. Essa luta de quatro dias iniciou os combates, e pode ter diminuído, mas a luta nunca realmente parou.
O 2º Batalhão, 4º Fuzileiros Navais sofreu 36 baixas em seis meses de combate em Ramadi. Depois deles, nossa brigada entrou e sofreu perdas devastadoras em 2004-2005, assegurando a cidade durante as eleições, e então a Brigada da Guarda Nacional depois deles sofreu aproximadamente 80 baixas e 600 feridos. Para mim, parece óbvio que a luta nunca terminou. Não vejo duas Batalhas de Ramadi, vejo uma única batalha prolongada, com mudanças de intensidade e impulso ao longo de um período de três anos.
No ano em que o batalhão passou em Fort Carson treinando, as coisas em Ramadi e no Iraque como um todo continuaram a se deteriorar. Ramadi era o pior lugar do país, de longe. No verão de 2006, teve em média três vezes mais ataques por dia do que em qualquer outro lugar. A Al Qaeda no Iraque (AQI) dominava quase todas as estruturas-chave da cidade, tinha total liberdade de movimento e havia construído cinturões defensivos por toda a cidade. Eles plantaram poderosos IEDs subterrâneos e depois os cobriram com posições de combate bem construídas para lançar emboscadas secundárias em qualquer pessoa que estivesse ajudando os feridos — isso tornou grandes partes da cidade inacessíveis às Forças da Coalizão (CF). Por volta dessa época, a AQI se separou da Al Qaeda de Bin Laden e mudou seu nome para Estado Islâmico do Iraque, que, é claro, mais tarde se tornaria o Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), mas não recebemos esse memorando e ainda os chamávamos de Al Qaeda.
Em um momento em que as CF estavam se retirando de cidades em todo o Iraque. O Coronel Sean MacFarland da 1ª brigada, 1ª Divisão Blindada, também conhecido como Ready First Combat Team (RFCT), estava se preparando para ir para Ramadi. Ele recebeu uma ordem de alerta para mover sua Brigada de Tal Afar para Ramadi e aliviar o 2-28. Suas instruções eram simples: “conserte Ramadi, mas não a destrua”.
Eles queriam evitar o deslocamento da população e a destruição da infraestrutura o máximo possível, enquanto limpavam a cidade de insurgentes. Por alguma razão, o Exército havia se esquecido de fazer um AAR após a guerra do Vietnã, e tivemos que reaprender algumas lições difíceis sobre estratégias autodestrutivas. Moveríamos lentamente, deliberadamente e implementaríamos boas táticas, técnicas e procedimentos de contrainsurgência.
Os insurgentes passaram a acreditar que um grande ataque do tipo Fallujah estava por vir, e líderes proeminentes da AQI fugiram. Os que ficaram se prepararam para implementar sua defesa da cidade. As forças americanas estavam encasteladas nos arredores da cidade. O 506º havia assumido o controle do Combat Outpost e Corregidor, que controlava a entrada na cidade da Rota Michigan a leste. O Quartel-general da Brigada 2-28 IN — que logo se tornaria o Quartel-general do RFCT — estava em Camp Ramadi, nos arredores oeste da cidade. Havia também alguns Pontos de Controle de Entrada (ECP) e postos avançados por toda a cidade. 3/8 Fuzileiros Navais operavam fora do Camp Blue Diamond ao nordeste de Camp Ramadi e também ocupavam o centro do governo no centro de Ramadi ao longo da Rota Michigan.
Os insurgentes controlavam tudo o mais, e tinham o número e os recursos para lançar ataques simultâneos e complexos, em vários locais da cidade, às vezes com elementos do tamanho de pelotão ou companhia. O centro do governo no centro de Ramadi estava sitiado e o governador da província de Anbar, que trabalhava lá, havia desviado de aproximadamente 30 tentativas de assassinato. A cidade não tinha energia, nem água corrente, e a AQI destruiu a torre de celular com um VBIED, cortando efetivamente a comunicação em massa para a população. A ordem civil havia quebrado completamente.
Esses combatentes da AQI conheciam os princípios básicos das táticas de pequenas unidades, e eles até tinham procedimentos de evacuação e transportavam seus feridos para o único hospital da cidade, que também controlavam. Para simplesmente dirigir de um lado da cidade para o outro na Rota Michigan, os comboios teriam que seguir os grandes veículos pathfinder usados para limpar as estradas ou correr o risco de atingir um IED subterrâneo.
Para resumir em termos militares, a situação em Ramadi era uma total zona em junho de 2006.
O Coronel MacFarland implementaria as técnicas que o 3º ACR havia usado com sucesso notável em Tal Afar. Em Tal Afar, eles haviam contido a violência sectária saindo dos grandes FOBs e criando postos de combate nos bairros onde podiam proteger a população e arbitrar os grupos rivais. Ramadi não tinha a luta sectária que dilacerou outras partes do Iraque, mas sua dominação da cidade permitiu que a AQI brutalizasse e intimidasse a população local. Eles haviam há muito tempo expulsado a força policial da cidade. O punhado de policiais iraquianos que apareciam ocasionalmente para trabalhar estavam com muito medo de patrulhar e se escondiam em suas delegacias nos arredores oeste da cidade.
Já ouvi dizer que Fallujah tem o tamanho de um bairro em Ramadi. A cidade de Ramadi e seus arredores tinham vários distritos nomeados. A oeste da cidade, do outro lado do rio Eufrates, ficava Camp Ramadi em uma antiga base do exército iraquiano ao lado do distrito de Tameem. A leste disso, e ao sul do Mula’ab, havia uma área conhecida como o distrito do segundo oficial. Os insurgentes tinham linhas de ratos nessa área para levar suprimentos e combatentes para a cidade.
1-37 Armor seria o principal esforço atacando para essa área para isolar ainda mais a cidade. Eles colocaram dois Postos de Combate nessa área, COP Iron e COP Spear. O Coronel MacFarland queria conduzir operações a cada quatro dias para manter o inimigo em posição defensiva e os Postos de Combate foram criados durante todo o verão. 1-35 Armor colocaria dois COPs em Tameem. 3/8 Fuzileiros Navais retomaram o Hospital Geral de Ramadi e colocaram um Posto de Combate ao lado dele. Eles fizeram os serviços voltarem a funcionar para os moradores da cidade e prenderam insurgentes feridos que não receberam o memorando para parar de ir lá. E assim começou a “segunda” Batalha de Ramadi.
À medida que os Postos de Combate surgiam, os insurgentes se impalavam neles tentando manter o terreno. Durante todo o verão, bairro por bairro, não muito diferente da campanha de saltos de ilha da Segunda Guerra Mundial. Ao fazerem isso, o número de insurgentes foi reduzido, a área em que podiam operar encolheu e os moradores começaram a perceber que não estávamos partindo e deixando os insurgentes reocupar seus bairros. Estávamos ficando por perto e fornecendo segurança e serviços civis. Lentamente, reconquistamos a confiança do povo e a iniciativa.
As tribos nos arredores da cidade cujos combatentes haviam entrado em uma aliança de conveniência com a AQI começaram a azedar com os jihadistas no final de 2005. Alguns tentaram, no final de 2005, expulsá-los de suas áreas. Infelizmente, a AQI era, de longe, a força insurgente sunita mais dominante em Anbar e facilmente massacrou todos os xeques envolvidos na trama em janeiro de 2006.
No final do verão de 2006, o Xeque Sattar, no lado oeste da cidade, viu as operações da Brigada acontecendo perto de sua casa e começou a negociar com o Coronel MacFarland. A AQI havia matado seu pai e dois irmãos quando tentaram se revoltar, e ele estava procurando vingança. Ele forneceria os homens para a nova polícia de Ramadi se fornecêssemos treinamento e armas. Ele começou um movimento que ficou conhecido como o “Despertar de Anbar” e realizou uma reunião de xeques tribais e oficiais militares para anunciar sua criação em setembro de 2006. Dezenas de tribos se juntaram a ele, e milhares de jovens começaram a treinar para proteger seus próprios bairros. Limparíamos a cidade; a nova polícia a manteria depois.
O 1-506º estava nos antigos redutos de nossos batalhões em Camp Corregidor. O 506º colocou um Posto de Combate no bairro de Mula’ab e o nomeou de Ninho das Águias, em homenagem ao famoso retiro de Hitler que o regimento capturou no final da guerra. Tanto o 506º quanto os 3/8 Fuzileiros Navais estavam no final de suas turnês e estavam exaustos. Os 1/6 Fuzileiros Navais substituíram os 3/8 no início de outubro de 2006 e elementos de nosso batalhão começaram a aparecer na mesma época. Limparíamos o Centro e os lados leste da cidade, respectivamente.
Nosso Batalhão seria a organização-mãe de uma Força-Tarefa que retomaria Ramadi Oriental e duas cidades a leste, Sufiya e Julayba. Essa área era conhecida como as “nadadeiras de tubarão” — devido à sua localização em curvas do rio Eufrates que pareciam nadadeiras de tubarão em um mapa.
Além de nosso Batalhão, a Força-Tarefa Manchu incluía a Companhia Bravo, 1-26 In (mec), tanques do 3-69 Armor, Engenheiros do 321º Batalhão de Engenharia, um pelotão da Equipe SEAL 5, equipes de cães, EOD, Psyops, assuntos públicos e vários outros elementos muito variados para listar ou lembrar. Tínhamos Exército, Marinha e Fuzileiros Navais na força-tarefa. Também tínhamos a 1ª brigada da 1ª Divisão do Exército Iraquiano e seus Jundis (árabe para Soldado) conosco, para o que valia.
Esta é outra área onde a história da batalha se torna confusa na história que vi. Normalmente, vejo as datas da segunda Batalha de Ramadi listadas entre junho e novembro de 2006. Em outubro de 2006, quando estávamos chegando, o inimigo ainda controlava os distritos de Quatana, Mula’ab e Iskaan, todos no coração da cidade. Eles também controlavam as Nadadoras de Tubarão, Sufiya tinha linhas de ratos que a AQI usava para levar suprimentos e combatentes para a cidade e a inteligência suspeitava que Julayba tinha um centro de comando e controle inimigo. A AQI ainda estava forte em Ramadi em outubro de 2006 e, para enfatizar esse ponto, eles realizaram um desfile no centro da cidade em meados de outubro na Rua 17. Mais de 60 jihadistas armados com AK vestiram seus pijamas pretos característicos e dirigiram na parte de trás de caminhonetes em uma demonstração de força sem oposição para os moradores da cidade. Você pode assistir no YouTube. Então, alguns dias depois, em 21 de outubro, eles detonaram uma bomba de cloro VBIED no primeiro uso conhecido de tal arma na guerra. Essa era a situação em que estávamos entrando — a batalha estava longe de terminar em novembro de 2006.
https: // imgur.com/TbItHEC
Este mapa do espaço de batalha foi feito posteriormente pelo topógrafo oficial do Exército dos EUA.
Curiosidades sobre a Batalha de Ramadi (2006):
Ocorreu durante a Guerra do Iraque, entre abril e novembro de 2006.
Foi travada entre insurgentes e forças iraquianas, dos Estados Unidos e de outros países.
A batalha marcou o primeiro uso de bombas de cloro por insurgentes durante a guerra .
Late Phases
3.1 98É um filme de lobisomem criativo, Late Phases de 2014 sobre um senhor cego lutando contra um lobisomem, com bons efeitos práticos, cenas tensas, um bom personagem e suspense bem construído!
Nota: 4,0/5,0
Quando a Lua Cheia se manifesta, os amaldiçoados iniciam seu processo de transformação. Além do crescimento exagerado dos pelos e dos dentes, a estrutura óssea também se adapta para a locomoção quadrúpede, assim como a fronte se estica para evidenciar o focinho. Se antigamente a licantropia era uma deficiência física e psicológica, associada a outras doenças, com o advento do gênero fantástico ela passou a caracterizar o homem-lobo, aquela criatura voraz que circunda as matas e ataca os rebanhos e os humanos. Só de pensar na possibilidade de um confronto direto com um monstro, já é possível identificar a fragilidade humana e a sua incapacidade de uma luta igual com algo maior e mais agressivo. E se, além dessa deficiência estrutural, a vítima também tivesse alguma outra limitação? Considerada insana como a Brigitte (Emily Perkins) de Possuída 2 – Força Incontrolável (2004) ou cadeirante como Marty (Core Haim) de A Hora do Lobisomem (1985)?
É difícil medir as deficiências – e de toda forma seria uma comparação injusta -, mas é provável que a cegueira esteja entre as mais complicadas de se lidar, principalmente num mundo não preparado (e adaptado) para pessoas assim. Entre calçadas desestruturadas e preconceito, o deficiente visual precisa encontrar meios de “enxergar” através de outros sentidos. Agora imagine essas dificuldades e necessidades especiais associadas ao terror, tendo o deficiente que confrontar assassinos violentos e monstros em situações extremas? Não é por menos que o gênero sempre explora essas limitações para ampliar a tensão do público e sua preocupação com a personagem. No caso da cegueira, existem produções excelentes sobre o tema como The Eye – A Herança (2002) e o espanhol Os Olhos de Julia (2010), embora o gênero também goste de trazer a escuridão para fortalecer o medo, exemplificado numa das melhores cenas de Espíritos – A Morte está ao Seu Lado (2004).
Toda essa introdução sobre deficiências e sensação de impotência serve para apresentar o ex-combatente do Vietnã e viúvo Ambrose (Nick Damici, de Cold in July, 2014), o anti-herói do horror Late Phases, um dos destaques de 2014, dirigido pelo espanhol Adrián García Bogliano (de Ahí va el diablo, 2012) em sua incursão pela América. O aspero protagonista perdeu a visão e toda a sensação de humanidade, afastando-se do filho Will (Ethan Embry, de Temos Vagas, 2007) e do convívio com familiares e apostando na solidão de uma comunidade para idosos, no condomínio Crescent Bay. Sem perspectivas, ele apenas aguarda a morte – refletida no seu interesse por lápides e na troca da bengala por uma pá – na tranquilidade de sua rotina, embora o seu tato inicial na nova morada revele uns estranhos arranhões na parede e uma garra, identificada pela simpática senhora Delores (Karen Lynn Gorney, de Os Embalos de Sábado à Noite, 1977). “Você cheira a beleza!“, diz Ambrose já evidenciando sua habilidade com os demais sentidos.
Pois é exatamente ela que encontrará um destino trágico na mesma noite, sob a iluminação da última Lua Cheia. Enquanto conversa com a filha Vitória (Karron Graves, de As Bruxas de Salem, 1996), ela cegamente não percebe quando um vulto imenso passará sorrateiramente pela janela, deixando o espectador apreensivo pela provável intempérie, ampliado pela sua limitação na locomoção. Ambrose sentirá a vibração das paredes e escutará os gritos de pavor da idosa antes de também conhecer o monstro que circunda a área. Ele poderia ser a sobremesa da criatura se não fosse a ajuda de seu cão-guia Shadow, que, corajosamente, entrará para o hall dos caninos heróis dos filmes do gênero, obrigando o seu dono a acelerar sua morte – mais uma para seu registro particular. Com o término do fatídico e violento encontro, Ambrose não terá dificuldades para saber que se trata de um lobisomem, seja pelo “cheiro de cachorro” ou pelo relato da veterinária sobre ataques uma vez por mês na região. Assim, ele terá algumas semanas para se preparar para enfrentar seu inimigo animal, tendo agora uma motivação que recuperará sua vontade de viver, ainda que o gênio permaneça amargo.
“Ataques assim acontecem o tempo todo em regiões com floresta. E os idosos não sabem se defender.”
No compasso dos treinos diários, o velho também fará uma breve investigação para descobrir a identidade da fera, infiltrando-se num culto religioso semanal na igreja de Santo Antonio. Para instigar o mistério do longa, o roteirista Eric Stolze (Under the Bed, 2012) procura confundir o espectador com alguns personagens sinistros como o casal Gloria (Rutanya Alda, de Mensageiro da Morte, 1979) e John Baker (Ralph Cashen), cujo sangue de sua morada se alastra até o local. Ela mantém seu marido em estado vegetativo, preso a uma máquina, em mais uma referência à deficiência e a necessidade de cuidados. Há também o Padre Roger (Tom Noonan, que esteve no ótimo Lobos, de 1981), o organizador das viagens de ônibus James Griffin ((Lance Guest) e até um idoso com um tapa-olho numa possível homenagem ao já mencionado A Hora do Lobisomem.
Sem aparecer muito, até o terceiro ato, o lobisomem tem uma caracterização bem interessante, com envolvimento de maquiagem e efeitos discretos de CGI, com a mão talentosa do experiente Robert Kurtzman, de Um Drink no Inferno, 1996. A criatura parece realmente ameaçadora, com sua altura vantojosa, muitos pêlos e garras afiadas – imagine então quando elas se multiplicam no final, ampliando a tensão do público, apesar de sua fragilidade no confronto com o veterano.
Com produção de Larry Fessender (Colapso no Ártico, 2006, e O ABC da Morte 2, 2014), que também atua no filme, Late Phases está distante de ser o melhor exemplar do subgênero, mas ganha pontos por se diferenciar de uma tendência atual que costuma romantizar criaturas digitais ao passo que afasta-as do seu aspecto animalesco. Com boas referências à fórmula, principalmente por envolver investigação e produção de balas de prata, esse filme old school mantém o interesse até o final, sem deixar de trazer apreensão e momentos de terror no público. Um longa com ótima qualidade técnica que, felizmente, não apresenta limitações ou qualquer tipo de deficiência que pudesse contribuir para a fragilidade atual do subgênero.
Lobisomem
2.7 151 Assista Agora🎬 Fazia algum tempo que não escrevia uma crítica para a página, e, neste momento, decidi falar sobre o longa-metragem "Lobisomem de 2025". Sinceramente, ainda estou me recuperando do impacto negativo que esta obra me causou. A nova adaptação do clássico da Universal Studios prometia algo interessante, especialmente por contar com a direção de Leigh Whannell, um cineasta que havia demonstrado talento em seus trabalhos anteriores. Contudo, o que pude observar foi uma produção que não supriu nem mesmo as expectativas mais modestas.
Como eu disse, quando o filme foi anunciado, confesso que criei boas expectativas. Whannell vinha de duas obras de qualidade: "Upgrade" e "O Homem Invisível". Ambos os filmes foram realizados com orçamentos reduzidos e, mesmo assim, conseguiram convencer pela habilidade de construção da narrativa e pelo aproveitamento eficaz de recursos limitados. Por isso, fui assistir a "Lobisomem" com um certo otimismo, mas o resultado foi muito aquém do esperado.
A primeira decepção veio com a apresentação do "lobisomem" em si, que se revelou uma caricatura distante do que o gênero realmente deveria proporcionar. A imagem promocional do personagem já havia causado estranhamento, mas assistindo ao filme, se torna ainda pior; lembra um lobo a maquiagem do filme "Lobo" com Jack Nicholson, porém inferior ao filme noventista. Afinal, lá pelo menos tínhamos Nicholson e sua interpretação brutal; aqui é somente um vazio de ideias. Quando paro para analisar, mesmo produções televisivas conseguem desenvolver criaturas mais impactantes. Cresci assistindo a clássicos do gênero, como "Um Lobisomem Americano em Londres", "Bala de Prata" e "Lua Negra", e mesmo alguns deles, não chegando a ser uma obra-prima, ainda entregavam histórias envolventes e, principalmente, lobisomens memoráveis.
Ao se realizar um filme de terror de baixo orçamento centrado em lobisomens, é imprescindível que a produção invista no design da criatura. Uma maquiagem bem executada e o uso de efeitos práticos podem elevar a experiência do espectador a um nível satisfatório. O filme "Dog Soldiers - Cães de Caça", por exemplo, conseguiu entregar um entretenimento sólido por meio de maquiagens simples, mas extremamente eficazes. No entanto, em "Lobisomem de 2025", Whannell falha em ambos os aspectos. A maquiagem do lobisomem é decepcionante; além disso, as cenas que deveriam ser capazes de criar momentos de tensão e sustos simplesmente não funcionam.
Infelizmente, tenho que continuar falando de Whannell. Conhecido por sua originalidade, o diretor parece ter perdido a criatividade nessa empreitada. Em "Upgrade", encontramos cenas marcantes recheadas de gore e violência, mas aqui o diretor parece ter se esquecido do potencial de seu próprio ofício. Um filme intitulado "Lobisomem", que não apresenta um lobisomem verdadeiro e não contém violência, é, no mínimo, frustrante.
O elenco, composto por nomes como Christopher Abbott, Matilda Firth e Julia Garner, até demonstra esforço, mas a profundidade dramática de seus personagens é superficial e irritante. A falta de química entre os integrantes da família deixa a narrativa ainda mais monótona. Não há identificação ou empatia a ser criada entre o público e os protagonistas, e essa desconexão dificulta qualquer envolvimento emocional com a trama.
Concluindo, "Lobisomem de 2025" é uma produção frustrante em todos os sentidos. O filme não consegue entregar terror, suspense ou gore, ingredientes essenciais para um longa do gênero. O elenco parece atuar de forma desmotivada, como se estivesse ciente da mediocridade do projeto em que estava envolvido. A direção de Whannell deixa a desejar, revelando um cineasta perdido em uma proposta que, em vez de reviver uma lenda cinematográfica, acaba por soterrá-la em um mar de ineficácia. Assim, nada se salva nesse longa realmente medíocre, que ficará marcado como mais uma oportunidade desperdiçada dentro do cinema de terror.
Os Infiltrados
4.2 1,7K Assista AgoraVocê sabia que o filme "Os Infiltrados", dirigido por Martin Scorsese, é na verdade um remake?
A obra original 'Mou Gaan Dou', intitulada "Conflitos Internos", foi lançada em 2002 e é uma produção chinesa que aborda a história de um informante dentro da máfia e, ao mesmo tempo, de um informante infiltrado na polícia. Embora o filme original apresente uma narrativa envolvente no estilo gato e rato, sua trama acaba sendo relativamente limitada.
O remake de 2006, no entanto, elevou essa premissa a um novo patamar. Ao adaptar o roteiro sob a perspectiva norte-americana, Scorsese não apenas recontextualiza a história, mas também adiciona camadas de complexidade emocional e psicológica aos personagens. As relações interpessoais se tornam mais intrincadas, trazendo uma profundidade que o original não tinha, isso enriquece a experiência do espectador.
Além disso, a direção magistral de Scorsese, reconhecido como um dos maiores especialistas em filmes de máfia, se reflete no desempenho excepcional do elenco. Leonardo DiCaprio brilha em seu papel, trazendo grande intensidade, enquanto Matt Damon e Mark Wahlberg oferecem atuações que superam as expectativas.
Em conclusão, o remake não apenas supera o original; ele redefine o gênero. Com uma narrativa mais rica e personagens mais bem desenvolvidos, Scorsese transforma uma boa história em uma obra-prima cinematográfica, elevando o padrão para todos os filmes de máfia que vieram depois. Assim, fica evidente que o remake não apenas superou o original, mas o transcendeu, dando uma verdadeira aula sobre como se faz um grande filme de máfia.
A Sombra e a Escuridão
3.7 377 Assista AgoraPor Que os Leões de Tsavo ( A Sombra e a Escuridão) se Tornaram Tão Ferozes? 🦁🌑
Em 1898, no coração do Quênia, algo sombrio começou a acontecer. Enquanto trabalhadores construíam uma ferrovia que atravessaria a região de Tsavo, começaram a desaparecer... sem deixar vestígios. O medo se espalhava como fumaça pelas tendas à noite. O que estaria acontecendo?
A resposta
veio com rugidos e sangue: dois leões gigantes, sem juba, estavam caçando seres humanos. Não por defesa, não por acaso... mas repetidamente, noite após noite. 🏕️
Esses leões se tornaram lenda — ferozes como se carregassem a própria fúria da selva. Mas por quê?
Estudos revelaram que um dos leões tinha sérios problemas nos dentes, o que o impedia de caçar presas mais difíceis. Seres humanos, frágeis e desprotegidos, viraram um alvo mais fácil. Além disso, com a chegada da ferrovia, os animais que eram presas naturais fugiram da região. O ambiente foi devastado... e a selva respondeu.
Outro detalhe sombrio: muitos corpos de trabalhadores não eram enterrados corretamente. Isso pode ter atraído os leões como necrófagos no início, e depois... eles adquiriram o gosto pela carne humana. ⚰️
O medo se transformou em realidade. E a realidade em lenda. O engenheiro britânico John Patterson passou meses tentando caçá-los. Quando finalmente os matou, descobriu-se que os dois juntos haviam atacado e devorado dezenas de homens. Suas peles foram levadas ao Museu Field, em Chicago, onde os leões de Tsavo repousam até hoje, empalhados — ainda com aquele olhar selvagem e misterioso. 👁️
Eles não eram apenas animais famintos...
Hércules
3.0 790 Assista AgoraO filme é baseado na história em quadrinhos Hércules de Steve Moore, especificamente na série limitada The Thracian Wars. Hércules é um personagem da Radical Comics que apareceu em duas séries limitadas, The Thracian Wars [¹] e The Knives of Kush [²] , ambas escritas por Steve Moore com Cris Bolsin como artista.
NOTA: 3,5/5,0 (MUITO BOM)
Após um terrível exemplo deixado por The Legend of Hercules, estrelado por Kellan Lutz, era de se esperar que Hércules já viria com certo preconceito embutido. Para piorar, os títulos de ambas as obras foram traduzidas de maneira identica no Brasil, solidificando, de vez, o paralelismo inevitável entre os dois filmes. Onde o primeiro, contudo, nos traz uma retratação praticamente copiada de Spartacus (com direito a arenas romanas em pleno período grego), Hércules, de Brett Ratner, ainda que se devesse se chamar Héracles, se apoia nas origens mitológicas do herói, criando um interessante diálogo entre o homem e a lenda.
De fato, é essa a força motriz de toda a projeção, algo já anunciado desde os minutos iniciais, quando, com uma narração em off, nos é contado sobre a origem do semi-deus e alguns dos doze trabalhos – mais especificamente o Javali de Erimanto, a Hidra de Lerna e o Leão da Neméia. Após um corte que nos leva para o presente da narrativa, contudo, a contestação de tais fatos já é iniciada. Seriam apenas glórias criadas, histórias criadas para solidificar a fama desse homem? A questão aumenta quando descobrimos que Hércules atua junto de um bando de mercenários, através de uma divertida cena que, bem mesclada com uma ação em tom mais leve, já denota o toque de comédia presente na obra.
Ratner, porém, não caminha até o fim em sua desconstrução da lenda – ele para na metade, nos colocando na perfeita dúvida, nos colocando com exatidão no papel não só dos companheiros do herói quanto dos cidadãos comuns, ambos os grupos incertos sobre a origem do homem (ou semideus). Aproveitando dessa constante indagação, o roteiro de Ryan Condal e Evan Spiliotopoulos, criam situações nas quais Hércules realiza ações nada menos que sobrehumanas. Neste ponto entra a precisa escalação de Dwayne “The Rock” Johnson, cujo tamanho mais que nos convence de tais proezas inumanas, nos remetendo imediatamente ao clássico Conan, com Schwarzenegger, que se apoiava nessa mesma característica de seu ator principal.
Não espere, porém, uma primazia da sétima arte, Hércules não se preza a isso. Trata-se de um filme de ação em sua maior pureza, com um roteiro simples que não nos surpreende, mas cumpre seu papel, garantindo bons momentos de combate mesclados a situações de maior tranquilidade, construindo seus personagens com eficácia. Vale ressaltar, também, que não estamos diante de profundas retratações do ser humano e sim personalidades mais rasas que estão, em sua maioria, ali para divertir. O ponto alto é o grupo de mercenários do herói, cujas relações são bem construídas, criando, rapidamente, um vínculo com o espectador, ainda que, individualmente, não sejam bem explorados. Todos eles, inclusive o próprio protagonista, nos divertem, trazendo inúmeras situações cômicas e dramáticas que nos prendem nessa obra de sandálias e espadas.
Para os interessados em História, o filme ainda oferece alguns interessantes paralelismos, ainda que conte com belos anacronismos além de diversos outros deslizes, que não chegam a constituir um defeito, já que a obra, em nenhum momento, visa uma precisão histórica. O maior desses deslizes e, também, o ponto mais chamativo de tais detalhes, é o treinamento que o herói oferece às tropas da Trácia, cujo rei o contrata. Aqui vemos Hércules introduzindo táticas da infantaria romana, além de um equipamento que somente dispensa o gládio. Apesar de constituir um evidente rompimento com a realidade, podemos observar este ponto como uma referência às próprias crenças romanas, que colocavam o semideus como a origem mítica de seu povo.
Esses elementos anacrônicos, contudo, exercem um papel de destaque no filme, garantindo uma das melhores cenas de combate da antiguidade desde 300. Tratam-se de sequências de caráter bastante caótico, bem coreografadas, que fazem bom uso da mixagem de som para construir uma evidente tensão no espectador. O tom grave escutado a cada acerto do porrete de Hércules é especialmente chamativo, conseguindo criar, com exatidão, a percepção da força do herói, além de uma evidente brutalidade em cada combate. A montagem de Dante Spinotti, felizmente não cai no velho problema dos filmes de ação e não apenas confunde o espectador através de cortes constantes.
Tais momentos de maior heroísmo por parte do protagonista ainda são apoiados pelas distintas melodias de Johannes Vogel, que consegue captar com eficiência o caráter épico da narrativa. Por outro lado, a trilha parece apagada nas sequências de menor tensão, não oferecendo músicas memoráveis.
Com tais características em mente, Hércules logo se firma como uma boa surpresa de 2014, saindo do limbo criado por The Legend of Hercules e se firmando como um bom filme de ação, que cumpre seu papel. Seu roteiro simples não atrapalha e cria uma interessante dúvida se o que vemos é um homem ou o filho de Zeus, sabendo se apoiar tanto no realismo quanto na fantasia. Está longe de ser uma obra-prima, mas certamente trará diversão para a audiência.
[¹] As Guerras Trácias
A história se passa na bárbara Trácia , no norte da Grécia . Hércules e seus companheiros são contratados pelo rei trácio, Cotys, para treinar o exército trácio em um que se destaca na crueldade.
[²] As Facas de Kush
Após partir da Trácia, Hércules e seus companheiros viajam para o Egito , onde se envolvem na guerra civil entre Seti II e Amenmesse.
PS: Gente...
Esse filme é injustiçado
Tem uma boa história
Efeitos especiais okay
Dwayne Johnson perfeito p/ o papel
Merecia uma continuação
Primitive War
2PRIMITIVE WAR... Um filme de guerra cheio de ação que coloca soldados endurecidos pela batalha contra os maiores predadores que já caminharam na Terra.
Vietnã. 1968. Uma unidade de reconhecimento conhecida como Vulture Squad é enviada a um vale isolado na selva para descobrir o destino de um pelotão desaparecido de Boinas Verdes. Eles logo descobrem que não estão sozinhos.
"Carnívoros caçam em trilhas de caça, você quer montar um acampamento base ou um bufê?"
Esses filmes têm grandes vibrações de Turok, Dino Crisis, Jurassic Park, Kong Skull Island e Terra Nova
Mal posso esperar por isso❤
Esses Utahraptors no final parecem bem legais... vamos torcer para que essa m3rd4 seja classificada como R com sangue e tripas por todo lugar!
Reacher (3ª Temporada)
4.0 67Na terceira temporada, Reacher se disfarça como vendedor de tapetes. No entanto, ele não se torna um capacho, mas sim enfrenta as pessoas nos bastidores...
“Eu percebi porque é que fazes o que fazes. Não é só porque precisas de corrigir as coisas. E não é porque você é um garotinho. É porque você odeia o grandalhão. Tu odeias os grandes e poderosos filhos da put💥 que pensam que podem simplesmente safar-se das coisas. Então, certifique-se de que eles não.”
(Neagley no último episódio da terceira temporadade Reacher)
Na série solo da Neagley que estreia ainda este ano, a sinopse diz:
O inferno está decidida a perseguir justiça, Neagley usa tudo o que aprendeu com Jack Reacher e seu tempo como membro dos 110 Investigadores Especiais, colocando-se num caminho perigoso para descobrir um mal ameaçador.
Em 27 de março, o final da terceira temporada da série de ação Reacher foi ao ar no serviço de streaming Amazon Prime Video. Nele, o gigante de dois metros de altura (Alan Ritchson) luta contra um suposto vendedor de tapetes e seus capangas, desta vez em uma missão secreta. Mas, assim como nas temporadas anteriores, a série dramática cheia de ação surpreende com reviravoltas inteligentes e cenas engraçadas, além de cenas de luta bem coreografadas.
O novo elenco de apoio formado por Sonya Cassidy e Anthony Michael Hall também é convincente. Mas rostos familiares como Maria Sten como Neagley também podem ser vistos. A parte do spoiler começa no oitavo minuto.
Por favor, deixe-nos saber nos comentários qual cenário de livro você gostaria de ver na próxima quarta temporada.
A Lenda de Candyman
3.3 518 Assista AgoraPoucas lendas urbanas são tão perturbadoras e enraizadas no terror quanto a do Candyman. Popularizado pelo cinema, o mito remonta a uma história muito mais antiga e macabra, que mistura elementos de raclsmo, vlngança e o sobrenatural.
No entanto, o que poucos sabem é que a lenda do Candyman pode ter sido inspirada em uma história real: a trágica vida de Daniel Robitaille.
A lenda do Candyman gira em torno de um espírito vingativo que aparece quando seu nome é repetido cinco vezes diante de um espelho. Munido de um gancho ens4ngu3ntado no lugar da mão, ele surge para ceifar a vlda daqueles que ousam desafiá-lo. Mas por trás da história de horror há um passado trágico, marcado por ódio e brutalidade.
Daniel Robitaille nasceu no final do século XIX, em 1870, como filho de escravos libertos nos Estados Unidos. Apesar das barreiras impostas pela sociedade racista da época, Daniel destacou-se por seu talento artístico. Ele se tornou um pintor renomado, especializado em retratos de famílias ricas. Sua habilidade o levou a transitar entre as elites, sendo contratado para capturar a beleza de damas aristocráticas em suas telas.
Foi assim que seu destino cruzou com o de Caroline Sullivan, a jovem e bela filha de um rico proprietário de terras. O que começou como um trabalho comum logo se transformou em um romance proibido. Daniel e Caroline apaixonaram-se profundamente, ignorando as normas sociais que condenavam a relação entre um homem negro e uma mulher branca.
A MALDIÇÃO
Quando o pai de Caroline descobriu o relacionamento, sua reação foi implacável. Ele convocou um grupo de homens para caçar Daniel, dando início a um ritual macabro de t*rtur4 e humilhação. Capturado e imobilizado, Daniel foi submetido a um dos mais terríveis castigos da época.
Primeiro, seu braço direito foi serr4do brutaImente e substituído por um gancho enferrujado, simbolizando a vi*lência extrema contra aqueles que ousavam cruzar as fronteiras raciais impostas pela sociedade. Mas o pior ainda estava por vir.
Seus algozes espalharam mel sobre seu corpo 3ns4ngu3ntado e o deixaram à mercê de um enxame de abelhas enfurecidas. O veneno dos insetos lentamente o consumiu, causando uma m0rt3 ag*niz4nte e horrível. Como último ato de crueldade, sua carcaça foi quelmada e suas cinzas espalhadas pelo terreno onde hoje se ergue o bairro Cabrini-Green, em Chicago.
A alma de Daniel, tomada pelo ódio e pela dor, não encontrou descanso e a lenda ganha força. Seu espírito tornou-se um espectro vingativo, alimentado pelo medo e pelo s4ngu3 dos que ousavam invocá-lo.
A lenda do Candyman começou a se espalhar, crescendo com o tempo e tornando-se um conto popular entre as comunidades locais.
Nos anos seguintes, diversas m*rtes inexplicáveis foram atribuídas ao espírito de Daniel. O bairro onde ele m0rreu tornou-se um símbolo do abandono e da vi*lência urbana, e as histórias sobre o Candyman eram passadas de geração em geração.
A lenda urbana se solidificou: quem se atrevesse a dizer “Candyman” cinco vezes diante de um espelho convocaria o espírito vingativo, que surgiria do além para reivindicar mais uma vítima.
O mito de Candyman tornou-se um dos contos de terror mais aterrorizantes da cultura popular, inspirando filmes, livros e discussões sobre temas como raclsm0, injustiça e vingança.
Muitos acreditam que a história de Daniel Robitaille tem raízes reais, inspirada em inúmeros casos de linchamentos e brutalidade contra afro-americanos no século XIX.
Seria Candyman apenas um reflexo dos horrores do passado, ou sua maldição realmente persiste, aguardando você a testar sua existência diante de um espelho?
Caçador de Demônios (1ª Temporada)
3.2 27A série de caçadores de demônios "The Bondsman" toma emprestado o estilo de "Supernatural" e vem com muita ação, ação e um Kevin Bacon legal no papel principal.
ALERTA DE SPOILER: esta MSN pode conter pistas sobre a continuação da trama!
Isso acontece na série “The Bondsman”
O caçador de recompensas Hub Halloran (Kevin Bacon, The Following) tem um grande problema na série The Bondsman.
Há apenas um momento ele estava perseguindo um criminoso fugitivo e agora ele está morto na poeira com a garganta cortada... Por que ele se encontra algumas horas depois na parede divisória de um quarto de motel decadente é um mistério para ele, mas uma coisa é certa: Hub está furioso.
No entanto, sua campanha de vingança contra a pessoa que ordenou seu assassinato, que por acaso é o novo namorado (Damon Herriman) de sua ex Maryanne (Jennifer Dice), se transforma em uma experiência sobrenatural. De repente, sem que ele saiba, Hub se torna um funcionário de poderes superiores e agora faz seu trabalho de uma maneira um pouco diferente do que antes. Em vez de bandidos terrenos, ele agora caça demônios que escaparam do inferno e deve mandá-los de volta
A comédia está na moda
Cinismo aliado a personagens malucos, ação e heróis legais parecem ser muito populares em vários provedores de streaming no momento. Combinado com uma pequena influência de séries de terror e mistério, esse conceito funciona ainda melhor, especialmente quando o personagem principal é um caçador de recompensas desiludido e recentemente assassinado...
É exatamente assim que você poderia descrever a premissa de “The Bondsman”. Quando um personagem assim é colocado em uma situação bizarra após a outra, com muito sangue fluindo e demônios vagando pela tela, o mundo do fã de fantasia está em ordem.
Os recém-chegados em Hollywood
No entanto, isso requer um ator com uma atitude decididamente tranquila, o que o criador da série, Grainger David, felizmente encontrou em Kevin Bacon. Um homem como David, que até agora produziu apenas alguns curtas-metragens mais ou menos bem avaliados, dificilmente teria tido a chance de ter seu próprio projeto de série no velho mundo da TV se não tivesse conquistado seu espaço como roteirista de algum formato estabelecido.
Nesse sentido, é um fato positivo que a Netflix e a Amazon Prime Video, em particular, sempre dão uma chance a talentos desconhecidos. Para começar, o produtor e roteirista criou uma história que se inspira claramente na longa série Supernatural, mas ainda tem um elemento novo e único. Quando o personagem principal Hub, por exemplo, dirige por estradas empoeiradas na velha caminhonete de sua mãe ao som de rock contagiante, você sem dúvida se lembra do grande modelo a ser seguido.
Velho, mas novo
A forma como
o primeiro demônio da semana aparece também decorre da representação clássica.
as aventuras dos Winchesters.
Desde o início, fica claro que “The Bondsman” não se leva muito a sério e gosta de brincar com clichês. O fato d
e a ex-esposa de Halloran, Maryanna, uma cantora country, e seu namorado e suposto assassino de seu marido Lucky gostarem de usar chapéus de cowboy
Elenco e estrutura
Além das grandes atuações de Kevin Bacon e Jennifer Nettles
(que, por sinal, é uma cantora country), também podemos esperar personagens marcantes como Beth Grant (Mayfair Witches, de Anne Rice), no papel da mãe de Hub, Kitty, que está sempre pronta com um comentário espirituoso. Damon Herriman (The Artful Dodger) interpreta Lucky no episódio piloto com uma atitude um pouco idiota, e Jolene Purdy, conhecida de WandaVision e Orange Is the New Black, está muito divertida como uma funcionária da agência de recompensas sobrenaturais "Gold's Pot" e
De uma perspectiva puramente estrutural, o Prime Video está seguindo o caminho de episódios curtos e concisos que já seguiu com a série de sucesso On Call. Cada episódio tem entre 30 e 35 minutos de duração, com a primeira temporada tendo um total de oito partes. Em outras palavras, a temporada inteira tem apenas 240 minutos de duração — ou a duração de dois longas-metragens.
Não há muito tempo para narrativas discrepantes e análises aprofundadas dos personagens, mas esse não é o objetivo de "The Bondsman". A série tem como objetivo principal oferecer entretenimento de fantasia cheio de ação, animado e espirituoso e, começando com o episódio piloto, consegue isso de uma forma lúdica.
Ainda não se sabe como a história se desenvolverá e se a primeira temporada conterá mais do que algumas divertidas caçadas a monstros. Seria bom saber por que Hub, de todas as pessoas, teve permissão de retornar do Inferno para transportar demônios que andavam pela Terra até lá.
Talvez os criadores da série nos deem algumas informações mais detalhadas sobre o passado de Hub aqui e ali, semelhante ao que Dick Wolf faz na produção mencionada acima "On Call". Se usado com moderação e casualmente em um ou dois episódios, isso pode ser benéfico para o formato e fortalecer o vínculo com o personagem principal.
Conclusão
O episódio piloto da série “The Bondsman” é uma mistura rápida e divertida de gêneros, que também tem um forte apelo em Kevin Bacon. Mesmo que memórias de “Supernatural” apareçam aqui e ali, o formato ainda consegue se sustentar e, graças à sua narrativa curta e nítida, proporciona ação, humor e suspense.
Babygirl
2.8 336‘Babygirl’ toca nas nuances obscuras do desejo feminino!
Mesmo sendo irregular, 'Babygirl', longa da diretora Halina Reijn, adentra nas peculiaridades da sexualidade de uma CEO vivida por Nicole Kidman.
Nicole Kidman e Harris Dickinson: relação perigosa.
Na primeira cena de Babygirl, vemos Romy, a CEO interpretada por Nicole Kidman, fingir um orgasmo enquanto faz sexo com o marido, o bonito e interessante diretor de teatro Jacob. Mas nada ali é colocado por acaso: seu fingimento é tão rígido quanto o seu trabalho, em uma empresa de tecnologia de robôs, e quanto o seu rosto paralisado por Botox.
A sua vida é teoricamente perfeita: admirada como profissional, ela é bem casada, rica, bonita e tem duas filhas com quem se dá bem. Mas a estabilidade se desmorona muito rápido quando ela se vê Samuel dominar um cachorro enfurecido bem na frente do prédio do seu trabalho. Ela fica impressionada, mas ainda nem sonha que ele é um dos novos estagiários da empresa que ela gerencia.
O que ela sente, instintivamente, é que há algo em Samuel que toca em suas partes mais profundas, as que evita olhar a todo custo. O marido, em sua docilidade e amor, também não é fonte confiável para expor essas sombras, que imediatamente se conectam com o jovem recém chegado. Em poucas cenas, eles já estão envolvidos em um jogo estranho – que é sobre sexo, mas também não é sobre sexo.
Mas há algo que precisa ser dito sobre Babygirl: toda esta trama poderia resultar em um mero thriller erótico bem típico dos anos 1990 (e os filmes de Adrian Lyne foram citados pela crítica como uma possível referência). No entanto, este é um longa-metragem escrito e dirigido por uma mulher, a diretora holandesa Halina Reijn. E, no frigir dos ovos, isso muda tudo.
‘Babygirl’ e o mergulho na sexualidade feminina
Babygirl provocou reações diferentes na crítica cinematográfica, entre os que elogiaram uma suposta performance corajosa de Nicole Kidman e os que o categorizaram como mero soft porn. Há alguma razão em ambas as visões, creio, e também estou de acordo que a resolução um tanto moralista da história empobrece consideravelmente o filme.
Contudo, penso que há camadas escondidas em Babygirl, que dialogam sobretudo com o público feminino, e que podem explicar o frisson gerado pelo filme entre as mulheres. A principal delas diz respeito à forma que tangencia, de forma algo cifrada, a natureza enigmática da sexualidade que vai além de uma redução simplista – recorrente, por exemplo, na indústria pornográfica, moldada pela imaginação masculina.
Babygirl provocou reações diferentes na crítica cinematográfica, entre os que elogiaram uma suposta performance corajosa de Nicole Kidman e os que o categorizaram como mero soft porn. Há alguma razão em ambas as visões, creio, e também estou de acordo que a resolução um tanto moralista da história empobrece consideravelmente o filme.
Contudo, penso que há camadas escondidas em Babygirl, que dialogam sobretudo com o público feminino, e que podem explicar o frisson gerado pelo filme entre as mulheres. A principal delas diz respeito à forma que tangencia, de forma algo cifrada, a natureza enigmática da sexualidade que vai além de uma redução simplista – recorrente, por exemplo, na indústria pornográfica, moldada pela imaginação masculina.
Adolescência
4.0 532‘Adolescência’ mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime cometido por um jovem!
Em 'Adolescência', minissérie da Netflix, o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
Primeiro episódio da série é exemplo máximo de qualidade televisiva.
A relação entre crime e sociedade é um terreno instável, onde se entrelaçam questões psicológicas, morais e institucionais. No centro desse labirinto está Adolescência, minissérie da Netflix que mergulha sem concessões nas consequências brutais de um crime violento cometido por um jovem.
Ao longo de quatro episódios, a produção não apenas destrincha os desdobramentos da investigação, mas escancara as camadas de culpa, desespero e negligência que se acumulam entre família, escola e sistema judicial. A narrativa, construída com a intensidade do plano-sequência, não dá espaço para respiro: o espectador é arrastado para dentro dos acontecimentos, forçado a encarar cada momento com desconforto e urgência.
São seis da manhã de um dia comum. Comum, até que uma equipe de policiais fortemente armados, liderada pelo detetive Bascombe, invade uma casa e prende um garoto de 13 anos, Jamie Miller.
Seus pais, Eddie e Manda, assistem, paralisados, enquanto o filho é levado à delegacia, processado e trancado em uma cela. Jamie é acusado de assassinar um colega de escola. Ao lado de Eddie, que atua como seu representante legal, e de um advogado, ele precisa encarar as provas acumuladas pela polícia. Em questão de minutos, a rotina pacata da família se transforma em um pesadelo de horror, acusações e revelações brutais.
O início da série é um soco no estômago. Cada episódio é filmado em um único plano-sequência, técnica já dominada por Graham (que cocriou a série com o prolífico roteirista Jack Thorne) e pelo diretor Philip Barantini no filme O Chef (2021).
A abordagem em tempo real é sufocante. A câmera nos mantém reféns da tensão crescente, do instante em que a polícia invade a casa dos Miller até a apresentação da prova fatal contra Jamie, menos de uma hora depois. O caos e a angústia são quase insuportáveis. “Eu odeio casos com menores”, diz uma enfermeira ao avaliar a consciência de Jamie sobre sua situação. “Ninguém gosta”, responde o sargento da delegacia. Mas o trabalho precisa ser feito. O olhar da câmera, inquieto e onipresente, captura cada detalhe da destruição da vida daquele garoto.
Esse é apenas o primeiro dia. Os outros três episódios percorrem um ano e meio de investigação e julgamento. Bascombe e sua assistente, a detetive Frank (Faye Marsay), vasculham a escola da vítima. Jamie é analisado por uma psicóloga na prisão, Briony Ariston (Erin Doherty). No final, o veredicto chega justamente no dia do aniversário de 50 anos de Eddie.
Nenhum episódio seguinte repete o impacto do primeiro. Em alguns momentos, a insistência no plano-sequência parece mais um obstáculo do que um recurso narrativo eficaz, já que o sistema judicial é lento, burocrático e raramente se desenrola com a urgência dramática de uma hora contínua.
Isso torna a série desigual: o episódio inicial golpeia o espectador sem piedade, enquanto os demais assumem um ritmo mais expositivo e didático. Mas por que destacar o terceiro dia, ou os meses sete e treze? O que essas escolhas acrescentam de essencial à história?
‘Adolescência’ e o mergulho na “machosfera”
Graham e Thorne buscam contextualizar o crime de Jamie dentro de um cenário mais amplo de violência e alienação juvenil. Termos como “incel”, “manosfera” (ou “machosfera”) e “red pill” aparecem sem rodeios (“Bobagem do Andrew Tate”, diz a detetive Frank, com desprezo).
Em casa, os pais de Jamie se afogam na culpa – mas uma culpa que se concentra no próprio filho, e não na vítima. “Ele estava no quarto, não estava?”, lamenta Eddie. “Achávamos que ele estava seguro.”
‘Adolescência’: interpretações impressionantes.
É uma narrativa incômoda e perturbadora, na qual ninguém sai ileso. A misoginia violenta se alastra nas escolas britânicas. Pais ignoram o que seus filhos fazem na internet. Comportamentos destrutivos são passados adiante como heranças invisíveis. O resultado? Garotos como Jamie. Crianças mortas por facadas em estacionamentos desolados.
A atuação de Cooper como o acusado é magnética, jogando com a empatia do público de forma inquietante. O episódio focado no diálogo entre ele e a psicóloga Ariston é um duelo psicológico que prende e assusta ao mesmo tempo. O elenco inteiro está afiado – e, mais uma vez, Graham se sobressai.
A aposta no plano-sequência adiciona complexidade técnica, mas também limita a narrativa. A investigação escolar parece saída de um procedimento policial qualquer, enquanto a resolução do caso se encaminha deliberadamente para a desesperança. Há um equilíbrio delicado entre provocar reflexão e explorar o sofrimento. Adolescência flerta perigosamente com essa linha.
Ainda assim, negar a força do primeiro episódio seria impossível. É televisão em seu estado mais puro: visceral, sufocante, impossível de desviar o olhar. O fascínio mórbido por crimes extremos se mistura com o desejo de compreender um dilema ético complexo.
O fato de os episódios seguintes não alcançarem o mesmo impacto inicial é tanto uma falha quanto uma prova da grandiosidade do começo. Sempre bem executada, Adolescência mantém uma brutalidade que a torna uma experiência intensa, incômoda e inescapável.