O Reino do Céu é a consciência. O Reino do Céu não é Jerusalém, é onde seu coração e mente está
Traduzir o nome do filme como cruzadas meio que escode a essência do filme, porque o nome em inglês é Kingdom of Heaven que significa Reino do Céu e o Reino do Céu é a consciência.
O monge que ele mata no começo profanou o corpo de uma pessoa que o protagonista amava, cortando lhe a cabeça e roubando a cruz. Com isso a esposa dele é condenada ae ir para o inferno. Sendo assim o protagonista toma consciência que não deve deixar sua amada ir para o inferno, assim, ele vai atras do pai dele.
É o primeiro ato dele para o Reino do Céu/consciência ou nada.
O segundo ato é ensinado pelo rei leproso, que apesar da doença tem o Reino da Consciência. E ele diz:
"Um rei pode mover um homem, um pai pode reivindicar um filho, mas lembre-se de que mesmo quando aqueles que o movem são reis ou homens de poder, sua alma está apenas em sua guarda. Quando você estiver diante de Deus, não poderá dizer: "Mas me disseram para fazer assim." Ou que, "A virtude não era conveniente naquele momento." Isso não será suficiente. Lembre-se disso."
Ridley Scott sabe contar uma estória, do segundo ato para o terceiro ato Ridley Scott põe ao protagonista uma escolha de Sofia para O Reino da Consciência: cassar com Sibylla (Eva Green) e ser o responsável direto pela morte de soldados de Guy (Marton Csokas) ou não casar com ela e poupar a vida desses inocentes mesmo Guy se tornara rei e fará guerra com Saladin (Ghassan Massoud)
Eu assistindo também me senti desconfortável com a escolha do protagonista, mas isso é muito mérito do contar de estória Ridley Scott porque é Reino do consciência ou nada.
É filme muito foda, e não é um filme sobre as cruzadas, as cruzadas é apenas o background da estória
Como a gente faz pra ter uma ideia de quem foi nosso pai ou mãe de verdade quando eles já não estão mais aqui? Como a gente reconcilia o mosaico de memorias, objetos, artefatos e nossa própria imaginação e entender esse passado fragmentado quando já faz um tempo que eles não estão aqui e a gente já cresceu?
Terminei de ver o filme faz 10 min, moro em São Paulo e daqui 5 dias vou pro interior de Minas pela primeira vez, cidade natal onde meus pais nasceram.
Mas me pergunto, quem ele ou ela, meu pais, foi no passado? Eu digo mais no sentido o que era suas angustias, medos, crenças e outras coisas como essas que definia eles de verdade e que de certa forma tinha uma influenciava e moldava em suas atitudes comigo e com o mundo.
Essa verdade é um mistério da vida, nunca vou saber. Mas o que sabemos é que é nessa paisagem subjetiva minha e da Sophie de quando éramos mais jovem, eu, através do local, e Sophie, pelas fitas de VHS, adulto que somos agora, procuramos pelo meio, pelas pistas escondidas, talvez lançando uma perspectiva diferente sobre essas memórias que já foram vistas sob uma luz diferente.
Nossos pais eram humanos também. Digo no sentido de sentir toda essa ansiedade, se ver perdido também às vezes na vida, chorando como nós na cama. Saber que também eles sentiam essa dor ou às vezes não sabiam expressar seus sentimentos apropriadamente sem sentir deslocado; e saber disso mais velho nos dá um outro significado do que eles foram e sobre a vida.
Eu acho que esse filme só faz sentido quando a gente já está mais maduro sobre olhar pra passado de nossos pais, um olhar que faz um profunda diferença em nos conhecer.
Acabei de reassistir, e reitero o comentário que fiz a um anos atrás
O filme da minha vida. A imagem de um homem vagando pelo espaço escuro, sem menção de tempo, é a melhor imagem do sentimento de luto. Como a gente lida com a morte? Principalmente quando você não acredita em um ser superior e principalmente quando você não quer ser niilista?
Esse filme só fez sentido pra mim quando eu perdi alguém que eu amava.
No começo do filme é dado ao Tommy duas escolhas: ir com Izzy ver o inverno chegar; ou ir para o laboratório e continuar sua busca pela cura do câncer, para tentar vencer a morte.
Tommy escolhe tentar vencer a morte, então a gente acaba indo junto. Não há nem problema em lutar pela vida, mas quando a luta se torna uma obsessão por derrotar a morte a gente tem o problema da angústia. Como Ernest Becker diz no livro A Negação da Morte. "Esse é o terror: ter emergido do nada, ter um nome, consciência de eu, sentimentos internos profundos, um desejo interno excruciante de vida e auto expressão - e com tudo isso ainda morrer."
Izzy já aceitou seu destino, Tommy não quer que Izzy morra, como ela sabe que ele vai sofrer ela convida ele pra “morrer” também. O Tommy que viveu com Izzy tem que “morrer”. A morte e vida dançam a dança da criação, por isso ela dá um livro pra ele, pra ele criar, morrer e renascer.
De novo, é dada uma outra chance para Tommy escolher: ir com Izzy ou vencer a morte. E dessa vez Tommy escolhe ir com Izzy, percebendo que a sua escolha pela imortalidade não vai o deixar completo, vai apenas fazer ele viver em angústia, sofrimento e desespero. Assim como no mito Xibalba morre pra se criar uma nova vida, ao Tommy, Iza dá um livro pra criar uma outra história e ele renascer quando ela já não estiver mais aqui.
O livro é uma metáfora para Tommy matar sua obsessão e deixar algo novo surgir, algo que lhe traga paz e que o deixe bem. Não é uma grande revelação, mas creio que o filme não é sobre essa metáfora, não é sobre desvendar os segredos da vida. A Fonte da Vida se trata mais em fazer a gente aprender a conviver sem desvendá-los. Mais que isso, o filme é convite pra gente viver nossa vida mais consciente; viver e experiênciar realmente a vida; se engajar realmente na vida; porque quando quem amamos se for não sentiremos arrependimentos de ter amado aquela pessoa mais; ou quando nos se formos pelo menos, mesmo não acreditando um poder superior, não fomos niilista e frios.
O filme da minha vida. A imagem de um homem vagando pelo espaço escuro, sem menção de tempo, é a melhor imagem do sentimento de luto. Como a gente lida com a morte? Principalmente quando você não acredita em um ser superior e principalmente quando você não quer ser niilista?
Esse filme só fez sentido pra mim quando eu perdi alguém que eu amava.
No começo do filme é dado ao Tommy duas escolhas: ir com Izzy ver o inverno chegar; ou ir para o laboratório e continuar sua busca pela cura do câncer, para tentar vencer a morte.
Tommy escolhe tentar vencer a morte, então a gente acaba indo junto. Não há nem problema em lutar pela vida, mas quando a luta se torna uma obsessão por derrotar a morte a gente tem o problema da angústia. Como Ernest Becker diz no livro A Negação da Morte. "Esse é o terror: ter emergido do nada, ter um nome, consciência de eu, sentimentos internos profundos, um desejo interno excruciante de vida e auto expressão - e com tudo isso ainda morrer."
Izzy já aceitou seu destino, Tommy não quer que Izzy morra, como ela sabe que ele vai sofrer ela convida ele pra “morrer” também. O Tommy que viveu com Izzy tem que “morrer”. A morte e vida dançam a dança da criação, por isso ela dá um livro pra ele, pra ele criar, morrer e renascer.
De novo, é dada uma outra chance para Tommy escolher: ir com Izzy ou vencer a morte. E dessa vez Tommy escolhe ir com Izzy, percebendo que a sua escolha pela imortalidade não vai o deixar completo, vai apenas fazer ele viver em angústia, sofrimento e desespero. Assim como no mito Xibalba morre pra se criar uma nova vida, ao Tommy, Iza dá um livro pra criar uma outra história e ele renascer quando ela já não estiver mais aqui.
O livro é uma metáfora para Tommy matar sua obsessão e deixar algo novo surgir, algo que lhe traga paz e que o deixe bem. Não é uma grande revelação, mas creio que o filme não é sobre essa metáfora, não é sobre desvendar os segredos da vida. A Fonte da Vida se trata mais em fazer a gente aprender a conviver sem desvendá-los. Mais que isso, o filme é convite pra gente viver nossa vida mais consciente; viver e experiênciar realmente a vida; se engajar realmente na vida; porque quando quem amamos se for não sentiremos arrependimentos de ter amado aquela pessoa mais; ou quando nos se formos pelo menos, mesmo não acreditando um poder superior, não fomos niilista e frios.
Nas proximidades de Tróia, duas crianças foram deixadas no templo de Apolo, as crianças foram tocadas por duas serpentes, uma das crianças, Cassandra, ganhou o dom da profetização e também a maldição de ninguém acreditar em suas previsões; em uma outra versão, Cassandra ganha o dom de profetizar em troca da promessa de se entregar ao Apolo, Cassandra não se entrega, e por punição Apolo lhe coloca uma maldição de ser desacreditada.
No filme, Cassandra Thomas, quando não está em busca de vingança ou “profetizando” sobre as maldades dos “homens bons”, tem um olhar perdido, o luto e a injustiça com a amiga é bem forte nas suas expressões. Em nenhum momento a diretora do filme faz a gente esquecer que ela é uma pessoa traumatizada, mas mesmo traumatizada ela é muito forte. Passa o filme todo tentando superar as injustiças e o luto; busca uma catarse e uma reconciliação consigo mesma após ter perdido o chão; ela busca um sentido nesse absurdo.
“O absurdo nasce desse confronto entre o apelo humano e o silêncio irracional do mundo” Albert Camus
Enquanto eu assistia Bela Vingança, me lembrei de uma passagem do filme Terra Selvagem, de 2017, um dos personagem que perdeu a filha diz ao amigo que perdeu a filha recentemente: “Eu sinto muito, posso dizer que as coisas ficarão mais fáceis...Mas não ficarão. [...]Só queria que tudo de ruim desaparecesse. Queria respostas a perguntas que não podem ser respondidas. [...] Você nunca mais será o mesmo, nunca mais. [...] Você perdeu sua filha, e nada vai substituí-la.”
Terra Selvagem é um filme que fala mais sobre a questão indígena nos Estado Unidos. Bela Vingança centra a discussão no estupro e no nosso sistema patriarcal perverso que legitima isso; consegue mostrar a angustia e a dor trágica e aguda que Cassandra Thomas sente; A bela vingança de Cassandra Thomas é fazer com que muitos, que legitimaram essa postura dos homens, sintam empatia pela dor da Cassandra. A direção e o roteiro expandem essa empatia pra gente, a audiência. Uma das tragédias da Cassandra do filme e da Cassandra da tragédia grega é que elas são desacreditadas.
Durante a guerra de Tróia, Cassandra entra no templo de Atenas, Ajax vai atrás dela e a estupra. Como punição aos homens gregos, Atena e Poseidon resolvem punir esse ato de desonra que ocorreu no templo da deusa da sabedoria. E como punição Ulisses enfrentará a tempestade e ficará perdido no mar ao tentar voltar para casa. No filme, o único punido a sentir a punição na alma foi o advogado que nunca mais conseguiu dormir e se “perdeu” depois de um momento de "epifania" de perceber o mal que cometeu.
Logo no começo, com a narração sobre suas memórias acompanhada por flashbacks de sua vida, Chistopher McCandless nos conta sua razão por abandonar uma vida de prestígio e sua futura carreira promissora para embarcar uma viagem até o Alasca. Esse é o ponto no roteiro em que criamos empatia pelo protagonista; o ponto que embarcamos com ele até o Alasca por auto-conhecimento. Não precisamos concordar com sua decisão de abandonar sua família; desnecessário fazer julgamento se ele foi egoísta ou não. Apenas precisamos entender suas angustias e ter empatia. McCandless encontrava-se desperto de sonhos intranquilos de sua sóbria vida, ao se estranhar ele precisava fazer uma viagem interior para se descobrir, para cicatrizar suas feridas. Embarcou não só para o Alasca, mas também na leitura de Liev Tolstói, Jack London e Henry David Thoreau, livros que o acompanharam. Um pequeno exemplo que não precisamos sempre necessariamente sair sem rumo pelo mundo para nos auto-conhecer quando há livros. Mágico, esse filme desperta a vontade de viajar.
Os dilemas morais que os alunos encontrão posteriormente - no segundo ato do filme - acabam o sucumbindo por não se mantarem "cabeça aberta" e coerente; por não terem empatia pelo outro. Hipátia, só ela mantém a tolerância do começo ao fim; só ela mantem empatia independente da crença. Só ela se descontroi pra ver além de circulo. Uma das ideias do filme, além de buscar contar a história de Hipátia, não é falar mal de uma instituição - o cristianismo no caso - mas focar nos dilemas morais e éticos que esbarram com a intolerância. Intolerância e preconceito a gente vê em todas as instituições humanas, seja em outras religiões, na politica ou na ciência.
(Curiosidade Geopolitica) A Ancient One, a treinadora do Doutor Estranho, não é do Nepal. A personagem é do Tibet, originalmente nos quadrinhos. Mas para o filme entrar na China eles mudaram a origem do personagem. Pois a China não queria que uma região que exige o separatismo tivesse uma representante - ainda mais como heroina - no filme. O dominio da China no Tibet não é reconhcida pelos tibetanos, como a China tem quase 1,5 bilhões de pessoas - das 7 bilhões do mundo - a Marvel fez essa mudança pra não perder bilheteria. O que é uma grande bilheteria. Para saber mais assista 7 Anos no Tibet, com Brad Pitt.
Sem romantizar as culturas nativas, ele mostra que os colonos - da sociedade moderna - foi que perderam suas raízes, suas essencias. Um constrante importante entre as duas culturas é a respostas sobre a perda de coisa significativas - como o amor e outros significados humanos - que ambas a cultura dão. Enquanto um vive o luto o outro suprimi.
A estatua do minotauro e a farsa de seu valor mostra simobolicamente a farsa de Getty e sua riquesa sem valor - e de muito discurso emprendedor fajuto - e também a perda do seu valor real pós 1973 quando a crise do petróleo estora e ele perde seu imperio
CARALHO! Q maneiro. Um dos pontos interessante que esse filme traz socialmente é que a roupa da personagem que eles criam - A Mulher Maravilha - tinha como intenção empoderar a mulher, não objetificar. Coisa que a industria do entretenimento geek fez foi inverter isso.
Alternância de personagens contando seu anglo de parte da história dela é muito enriquecedor pra concluir com " 'diga a verdade' Não existe essa coisa de verdade. Isso é besteira. Todos têm sua própria verdade, e a vida apenas faz o que bem entender".
Legal é a ideia de como o super poder dele tem papel secundário na história deixando espaço para as relações com quem a gente ama ocupar o papel principal.
O paralelo que eles fazem em questionar o que é arte e questionar os padrões estabelecidos socialmente para as mulheres é uma das coisas fantásticas do roteiro e da história.
Cruzada
3.4 632 Assista AgoraO Reino do Céu é a consciência. O Reino do Céu não é Jerusalém, é onde seu coração e mente está
Traduzir o nome do filme como cruzadas meio que escode a essência do filme, porque o nome em inglês é Kingdom of Heaven que significa Reino do Céu e o Reino do Céu é a consciência.
O monge que ele mata no começo profanou o corpo de uma pessoa que o protagonista amava, cortando lhe a cabeça e roubando a cruz. Com isso a esposa dele é condenada ae ir para o inferno. Sendo assim o protagonista toma consciência que não deve deixar sua amada ir para o inferno, assim, ele vai atras do pai dele.
É o primeiro ato dele para o Reino do Céu/consciência ou nada.
O segundo ato é ensinado pelo rei leproso, que apesar da doença tem o Reino da Consciência. E ele diz:
"Um rei pode mover um homem, um pai pode reivindicar um filho, mas lembre-se de que mesmo quando aqueles que o movem são reis ou homens de poder, sua alma está apenas em sua guarda. Quando você estiver diante de Deus, não poderá dizer: "Mas me disseram para fazer assim." Ou que, "A virtude não era conveniente naquele momento." Isso não será suficiente. Lembre-se disso."
Ridley Scott sabe contar uma estória, do segundo ato para o terceiro ato Ridley Scott põe ao protagonista uma escolha de Sofia para O Reino da Consciência: cassar com Sibylla (Eva Green) e ser o responsável direto pela morte de soldados de Guy (Marton Csokas) ou não casar com ela e poupar a vida desses inocentes mesmo Guy se tornara rei e fará guerra com Saladin (Ghassan Massoud)
Eu assistindo também me senti desconfortável com a escolha do protagonista, mas isso é muito mérito do contar de estória Ridley Scott porque é Reino do consciência ou nada.
É filme muito foda, e não é um filme sobre as cruzadas, as cruzadas é apenas o background da estória
Aftersun
4.1 702Como a gente faz pra ter uma ideia de quem foi nosso pai ou mãe de verdade quando eles já não estão mais aqui? Como a gente reconcilia o mosaico de memorias, objetos, artefatos e nossa própria imaginação e entender esse passado fragmentado quando já faz um tempo que eles não estão aqui e a gente já cresceu?
Terminei de ver o filme faz 10 min, moro em São Paulo e daqui 5 dias vou pro interior de Minas pela primeira vez, cidade natal onde meus pais nasceram.
Mas me pergunto, quem ele ou ela, meu pais, foi no passado? Eu digo mais no sentido o que era suas angustias, medos, crenças e outras coisas como essas que definia eles de verdade e que de certa forma tinha uma influenciava e moldava em suas atitudes comigo e com o mundo.
Essa verdade é um mistério da vida, nunca vou saber. Mas o que sabemos é que é nessa paisagem subjetiva minha e da Sophie de quando éramos mais jovem, eu, através do local, e Sophie, pelas fitas de VHS, adulto que somos agora, procuramos pelo meio, pelas pistas escondidas, talvez lançando uma perspectiva diferente sobre essas memórias que já foram vistas sob uma luz diferente.
Nossos pais eram humanos também. Digo no sentido de sentir toda essa ansiedade, se ver perdido também às vezes na vida, chorando como nós na cama. Saber que também eles sentiam essa dor ou às vezes não sabiam expressar seus sentimentos apropriadamente sem sentir deslocado; e saber disso mais velho nos dá um outro significado do que eles foram e sobre a vida.
Eu acho que esse filme só faz sentido quando a gente já está mais maduro sobre olhar pra passado de nossos pais, um olhar que faz um profunda diferença em nos conhecer.
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraAcabei de reassistir, e reitero o comentário que fiz a um anos atrás
O filme da minha vida. A imagem de um homem vagando pelo espaço escuro, sem menção de tempo, é a melhor imagem do sentimento de luto. Como a gente lida com a morte? Principalmente quando você não acredita em um ser superior e principalmente quando você não quer ser niilista?
Esse filme só fez sentido pra mim quando eu perdi alguém que eu amava.
No começo do filme é dado ao Tommy duas escolhas: ir com Izzy ver o inverno chegar; ou ir para o laboratório e continuar sua busca pela cura do câncer, para tentar vencer a morte.
Tommy escolhe tentar vencer a morte, então a gente acaba indo junto. Não há nem problema em lutar pela vida, mas quando a luta se torna uma obsessão por derrotar a morte a gente tem o problema da angústia. Como Ernest Becker diz no livro A Negação da Morte.
"Esse é o terror: ter emergido do nada, ter um nome, consciência de eu, sentimentos internos profundos, um desejo interno excruciante de vida e auto expressão - e com tudo isso ainda morrer."
Izzy já aceitou seu destino, Tommy não quer que Izzy morra, como ela sabe que ele vai sofrer ela convida ele pra “morrer” também. O Tommy que viveu com Izzy tem que “morrer”. A morte e vida dançam a dança da criação, por isso ela dá um livro pra ele, pra ele criar, morrer e renascer.
De novo, é dada uma outra chance para Tommy escolher: ir com Izzy ou vencer a morte. E dessa vez Tommy escolhe ir com Izzy, percebendo que a sua escolha pela imortalidade não vai o deixar completo, vai apenas fazer ele viver em angústia, sofrimento e desespero. Assim como no mito Xibalba morre pra se criar uma nova vida, ao Tommy, Iza dá um livro pra criar uma outra história e ele renascer quando ela já não estiver mais aqui.
O livro é uma metáfora para Tommy matar sua obsessão e deixar algo novo surgir, algo que lhe traga paz e que o deixe bem. Não é uma grande revelação, mas creio que o filme não é sobre essa metáfora, não é sobre desvendar os segredos da vida. A Fonte da Vida se trata mais em fazer a gente aprender a conviver sem desvendá-los. Mais que isso, o filme é convite pra gente viver nossa vida mais consciente; viver e experiênciar realmente a vida; se engajar realmente na vida; porque quando quem amamos se for não sentiremos arrependimentos de ter amado aquela pessoa mais; ou quando nos se formos pelo menos, mesmo não acreditando um poder superior, não fomos niilista e frios.
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraSó ficou bom depois que eu assistir Andor
Fonte da Vida
3.7 778 Assista AgoraO filme da minha vida. A imagem de um homem vagando pelo espaço escuro, sem menção de tempo, é a melhor imagem do sentimento de luto. Como a gente lida com a morte? Principalmente quando você não acredita em um ser superior e principalmente quando você não quer ser niilista?
Esse filme só fez sentido pra mim quando eu perdi alguém que eu amava.
No começo do filme é dado ao Tommy duas escolhas: ir com Izzy ver o inverno chegar; ou ir para o laboratório e continuar sua busca pela cura do câncer, para tentar vencer a morte.
Tommy escolhe tentar vencer a morte, então a gente acaba indo junto. Não há nem problema em lutar pela vida, mas quando a luta se torna uma obsessão por derrotar a morte a gente tem o problema da angústia. Como Ernest Becker diz no livro A Negação da Morte.
"Esse é o terror: ter emergido do nada, ter um nome, consciência de eu, sentimentos internos profundos, um desejo interno excruciante de vida e auto expressão - e com tudo isso ainda morrer."
Izzy já aceitou seu destino, Tommy não quer que Izzy morra, como ela sabe que ele vai sofrer ela convida ele pra “morrer” também. O Tommy que viveu com Izzy tem que “morrer”. A morte e vida dançam a dança da criação, por isso ela dá um livro pra ele, pra ele criar, morrer e renascer.
De novo, é dada uma outra chance para Tommy escolher: ir com Izzy ou vencer a morte. E dessa vez Tommy escolhe ir com Izzy, percebendo que a sua escolha pela imortalidade não vai o deixar completo, vai apenas fazer ele viver em angústia, sofrimento e desespero. Assim como no mito Xibalba morre pra se criar uma nova vida, ao Tommy, Iza dá um livro pra criar uma outra história e ele renascer quando ela já não estiver mais aqui.
O livro é uma metáfora para Tommy matar sua obsessão e deixar algo novo surgir, algo que lhe traga paz e que o deixe bem. Não é uma grande revelação, mas creio que o filme não é sobre essa metáfora, não é sobre desvendar os segredos da vida. A Fonte da Vida se trata mais em fazer a gente aprender a conviver sem desvendá-los. Mais que isso, o filme é convite pra gente viver nossa vida mais consciente; viver e experiênciar realmente a vida; se engajar realmente na vida; porque quando quem amamos se for não sentiremos arrependimentos de ter amado aquela pessoa mais; ou quando nos se formos pelo menos, mesmo não acreditando um poder superior, não fomos niilista e frios.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraNas proximidades de Tróia, duas crianças foram deixadas no templo de Apolo, as crianças foram tocadas por duas serpentes, uma das crianças, Cassandra, ganhou o dom da profetização e também a maldição de ninguém acreditar em suas previsões; em uma outra versão, Cassandra ganha o dom de profetizar em troca da promessa de se entregar ao Apolo, Cassandra não se entrega, e por punição Apolo lhe coloca uma maldição de ser desacreditada.
No filme, Cassandra Thomas, quando não está em busca de vingança ou “profetizando” sobre as maldades dos “homens bons”, tem um olhar perdido, o luto e a injustiça com a amiga é bem forte nas suas expressões. Em nenhum momento a diretora do filme faz a gente esquecer que ela é uma pessoa traumatizada, mas mesmo traumatizada ela é muito forte. Passa o filme todo tentando superar as injustiças e o luto; busca uma catarse e uma reconciliação consigo mesma após ter perdido o chão; ela busca um sentido nesse absurdo.
“O absurdo nasce desse confronto entre o apelo humano e o silêncio irracional do mundo”
Albert Camus
Enquanto eu assistia Bela Vingança, me lembrei de uma passagem do filme Terra Selvagem, de 2017, um dos personagem que perdeu a filha diz ao amigo que perdeu a filha recentemente: “Eu sinto muito, posso dizer que as coisas ficarão mais fáceis...Mas não ficarão. [...]Só queria que tudo de ruim desaparecesse. Queria respostas a perguntas que não podem ser respondidas. [...] Você nunca mais será o mesmo, nunca mais. [...] Você perdeu sua filha, e nada vai substituí-la.”
Terra Selvagem é um filme que fala mais sobre a questão indígena nos Estado Unidos. Bela Vingança centra a discussão no estupro e no nosso sistema patriarcal perverso que legitima isso; consegue mostrar a angustia e a dor trágica e aguda que Cassandra Thomas sente; A bela vingança de Cassandra Thomas é fazer com que muitos, que legitimaram essa postura dos homens, sintam empatia pela dor da Cassandra. A direção e o roteiro expandem essa empatia pra gente, a audiência. Uma das tragédias da Cassandra do filme e da Cassandra da tragédia grega é que elas são desacreditadas.
Durante a guerra de Tróia, Cassandra entra no templo de Atenas, Ajax vai atrás dela e a estupra. Como punição aos homens gregos, Atena e Poseidon resolvem punir esse ato de desonra que ocorreu no templo da deusa da sabedoria. E como punição Ulisses enfrentará a tempestade e ficará perdido no mar ao tentar voltar para casa. No filme, o único punido a sentir a punição na alma foi o advogado que nunca mais conseguiu dormir e se “perdeu” depois de um momento de "epifania" de perceber o mal que cometeu.
Na Natureza Selvagem
4.3 4,5K Assista AgoraLogo no começo, com a narração sobre suas memórias acompanhada por flashbacks de sua vida, Chistopher McCandless nos conta sua razão por abandonar uma vida de prestígio e sua futura carreira promissora para embarcar uma viagem até o Alasca. Esse é o ponto no roteiro em que criamos empatia pelo protagonista; o ponto que embarcamos com ele até o Alasca por auto-conhecimento. Não precisamos concordar com sua decisão de abandonar sua família; desnecessário fazer julgamento se ele foi egoísta ou não. Apenas precisamos entender suas angustias e ter empatia. McCandless encontrava-se desperto de sonhos intranquilos de sua sóbria vida, ao se estranhar ele precisava fazer uma viagem interior para se descobrir, para cicatrizar suas feridas. Embarcou não só para o Alasca, mas também na leitura de Liev Tolstói, Jack London e Henry David Thoreau, livros que o acompanharam. Um pequeno exemplo que não precisamos sempre necessariamente sair sem rumo pelo mundo para nos auto-conhecer quando há livros. Mágico, esse filme desperta a vontade de viajar.
Alexandria
4.0 581 Assista AgoraOs dilemas morais que os alunos encontrão posteriormente - no segundo ato do filme - acabam o sucumbindo por não se mantarem "cabeça aberta" e coerente; por não terem empatia pelo outro. Hipátia, só ela mantém a tolerância do começo ao fim; só ela mantem empatia independente da crença. Só ela se descontroi pra ver além de circulo. Uma das ideias do filme, além de buscar contar a história de Hipátia, não é falar mal de uma instituição - o cristianismo no caso - mas focar nos dilemas morais e éticos que esbarram com a intolerância. Intolerância e preconceito a gente vê em todas as instituições humanas, seja em outras religiões, na politica ou na ciência.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraMuito bacana o roteiro e como a história não traz um inimigo apenas comandando uma nação, sem falar do deboche a maneira patriarcal de pensar.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista Agora(Curiosidade Geopolitica) A Ancient One, a treinadora do Doutor Estranho, não é do Nepal. A personagem é do Tibet, originalmente nos quadrinhos. Mas para o filme entrar na China eles mudaram a origem do personagem. Pois a China não queria que uma região que exige o separatismo tivesse uma representante - ainda mais como heroina - no filme. O dominio da China no Tibet não é reconhcida pelos tibetanos, como a China tem quase 1,5 bilhões de pessoas - das 7 bilhões do mundo -
a Marvel fez essa mudança pra não perder bilheteria. O que é uma grande bilheteria. Para saber mais assista 7 Anos no Tibet, com Brad Pitt.
O Novo Mundo
3.2 240 Assista AgoraSem romantizar as culturas nativas, ele mostra que os colonos - da sociedade moderna - foi que perderam suas raízes, suas essencias. Um constrante importante entre as duas culturas é a respostas sobre a perda de coisa significativas - como o amor e outros significados humanos - que ambas a cultura dão. Enquanto um vive o luto o outro suprimi.
Todo o Dinheiro do Mundo
3.3 229 Assista AgoraA estatua do minotauro e a farsa de seu valor mostra simobolicamente a farsa de Getty e sua riquesa sem valor - e de muito discurso emprendedor fajuto - e também a perda do seu valor real pós 1973 quando a crise do petróleo estora e ele perde seu imperio
Professor Marston e as Mulheres Maravilhas
3.9 168 Assista AgoraCARALHO! Q maneiro. Um dos pontos interessante que esse filme traz socialmente é que a roupa da personagem que eles criam - A Mulher Maravilha - tinha como intenção empoderar a mulher, não objetificar. Coisa que a industria do entretenimento geek fez foi inverter isso.
Eu, Tonya
4.1 1,4K Assista AgoraAlternância de personagens contando seu anglo de parte da história dela é muito enriquecedor pra concluir com " 'diga a verdade' Não existe essa coisa de verdade. Isso é besteira. Todos têm sua própria verdade, e a vida apenas faz o que bem entender".
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Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraLegal é a ideia de como o super poder dele tem papel secundário na história deixando espaço para as relações com quem a gente ama ocupar o papel principal.
O Sorriso de Mona Lisa
3.8 692 Assista AgoraO paralelo que eles fazem em questionar o que é arte e questionar os padrões estabelecidos socialmente para as mulheres é uma das coisas fantásticas do roteiro e da história.