Entrou fácil no meu grupo de filmes favoritos. Sou bastante fã desse diretor e não pude assistir "Faca no Coração" no Festival do Rio porque estava sem dinheiro na época que veio, já tinha assistido alguns que estavam mais acima na lista de preferências. Jamais vou cometer esse erro de novo, todo filme do Yann Gonzalez sempre atiça minha curiosidade.
Discordo que exista, aqui, referência direta ao gênero giallo na figura do assassino. No giallo, só as mãos e a silhueta aparecem, deixando a imaginação criar a figura do que nós consideramos amedrontador. Não é o que acontece em "Un couteau dans le coeur" onde tudo está exposto nas luzes vermelhas e azuis do underground do fim da década de 70.
A semelhança com os giallo se dá pela fotografia extremamente saturada, pelo ambiente "underground" e o recurso de "linkar" o mistério com uma pássaro - exatamente da mesma forma que Dario Argento fez em "O pássaro com plumas de cristal".
Adorei essa "retorno" (porque no cinema francês a nouvelle vague vai ser sempre 'a volta dos que não foram) da estética nouvelle vague francesa, num misto também de filme noir americano. Dirigir e editar esse filme deve ter sido fruto de muita pesquisa nesses subgêneros. Também é fácil perceber que o slasher também está presente, em segundo plano, mas está, seja num plano mais aberto na figura do assassino e nas mortes mais explícitas.
Adorei essa salada muito bem costurada de gêneros que sou muito fã, mas a grande sacada do filme é apenas usá-los como pano de fundo para discussões maiores: como a fronteira entre amor e sexo, entre amor e posse, amor e paixão, o vazio da existência, o poliamor - assuntos completamente pós-modernos, que trazem novos diálogos em cima de estilos consagrados, atualizando o público, e que o cinema francês sabe fazer de forma competente aqui e ali.
Uma joia que encontrei e espero rever ainda algumas vezes.
"- I got good news and bad news, girls. The good news is your dates are here. - What's the bad news? - They're dead."
Olha só, deixa eu dar um recado pra vocês. Eu poderia estar fazendo algum comentário cult nos filmes do Oscar, mas venho humildemente pedir que assistam esse filme. Algumas dicas:
- Assistam a versão do diretor, como o filme foi originalmente concebido. Pra quem tinha dúvida entre as duas versões e não precisar catar no Google, como eu fiz, não existe diferença nenhuma entre as duas versões - APENAS o minuto final do filme, que muda tudo, todo o conceito;
- Assistam com a dublagem clássica. Sim, é duro, sei que vocês preferem o legendado, é claro. Mas uma dublagem clássica é uma dublagem clássica, não é mesmo?
- Procurem o torrent da versão restaurada e remasterizada em bluray, um arquivo de quase 20gb, mas vale a pena. Até passo o link pra assistir online, mas nessa qualidade. Nos outros arquivos o filme está excessivamente escuro ou com o som ruidoso.
Esse filme é a síntese do que foi o terror e o terrir dos anos 80. Um resumo do cinema americano desse gênero noos anos 80, cheio de referências aos mestres do gênero e merece ser cultuado. Os atores mandaram muito bem, cheios de carisma, a direção é impecável, a trilha sonora é bacana, os efeitos são (claro, que para a época) bastante atuais e é um prato cheio para os fãs do gênero - como eu, que assaltava os vhs do meu primo caçando filmes de terror que ele gravava na TV. Os diálogos são irônicos e engraçados, alguns tirando sarro do próprio gênero, e saber alguns detalhes da produção só aumenta o brilho: por exemplo, os maquiadores e os responsáveis pelos efeitos visuais também interpretaram os zumbis! Os plots são muito bem feitos: você acha que se trata de algo, mas é outra coisa e assim até o final.
Esse filme é a prova de que quando o filme é bom, sem pretensão, ele é entregue. Feliz por não ter sido vítima dos remakes duvidosos alucinados, mas ao mesmo tempo triste porque não tem o reconhecimento que merece a ponto de ter um remake feito cuidadosamente, de fã pra fã. Fred Dekker, diretor do filme, era fã de carteirinha de cinemas de terror e deixou a sua marca em "A Noite dos Arrepios".
Resolvi postar um comentário do que achei desse filme, daqueles que já nascem clássicos e como ele acirra, ainda mais, a disputa pelo título de melhor filme.
As atuações das coadjuvantes, Emma e Rachel, estão de tirar o fôlego, especialmente da última, personagem que encarna a amante da Rainha - interpretada por Olivia Colman numa atuação precisa, mas que eu esperava mais a contar com os prêmios que ganhou. Continuo apostando no Oscar para Glenn Close.
O filme, mais do que tudo, é sobre a (injustiçada por muitos, diga-se de passagem) influencia do desejo sobre o poder. Porque quando falamos de sexo, ato sexual, falamos em uma relação de poder que se estabelece desde à conquista (locais onde frequentamos, pessoas que conhecemos, etc.) aos papéis/posições sexuais. Quando esse desejo se infiltra nas relações de poder institucional, no caso o reino inglês, o resultado vira nitroglicerina pura.
As três personagens possuem dubiedades de caráter, mas Emma Stone foi quem mais me transmitiu isso. Os figurinos, os cenários, a montagem e a fotografia também transformam "A Favorita" em um filme tecnicamente impecável. A alegoria dos coelhos, representando a fertilidade em oposição à infertilidade e aos servos enjaulados é sensacional e cumpre um papel fundamental pra definir o destino das protagonistas no fim da película.
O roteiro peca em alguns momentos por não deixar tão claro a motivação de algumas ações, tudo deve ser inferido pelo público - o que não é ruim, mas em nenhum momento a sequência de ações/reações tão diretas deu margem para pontas abertas, o que acabou gerando, em mim, uma quebra de expectativa.
Ao lado de "Infiltrado na Klan"e "Roma", "A Favorita" se tornou uma das minhas torcidas para Melhor Filme. Mas ainda preferia que "Roma" ganhasse como melhor estrangeiro, restando apenas "Infiltrado" na disputa - filme que também adorei e não vejo tão bom há muito tempo. Acirrado.
"O menino e o vento", inspirado num conto de Aníbal Machado e adaptado por Millôr Fernandes é uma pérola do cinema brasileiro lançado em pleno ano de 67, colocando o Brasil como o melhor lugar do mundo para a criatividade cinematográfica. Um conto poético e com diálogos que são poesia pura sobre amizade, preconceitos sociais, homoafetividade - diferente de homossexualidade.
O filme começa com o julgamento de um engenheiro, numa pequena cidade do interior de Minas, conhecida como "capital do vento". Lá os ventos são intensos, ferozes, metáfora do desejo de liberdade. O que não é de se espantar porque esse filme foi lançado apenas três anos depois do golpe civil-empresarial-militar. E provavelmente só passou pela censura porque a direita é burra e não entendeu a poesia do filme.
Aos poucos, vamos sabendo os motivos do julgamento do engenheiro: a cidade considerou estranha a amizade entre um homem da cidade e um adolescente do campo, conhecido como "Zeca da Curva", por morar no alto de uma colina, atrás de uma curva, onde os ventos eram mais fortes. A relação de troca entre conhecimentos técnicos versus conhecimentos da natureza, da experiência, explicitada na amizade de ambos, é extremamente bem construída.
Até que Zeca da Curva desaparece misteriosamente e o engenheiro se torna o principal suspeito. Daí a trama se desenrola e descobrimos o motivo da ida do engenheiro aos confins do interior, o motivo e as "provas" de seu julgamento até chegarmos a um desfecho aberto simplesmente mágico, poético, arrebatador.
É muito triste que filmes como esses fiquem esquecidos no Brasil e estrangeiros como os de Bergman, do mesmo período, sejam mais celebrados, inclusive em mostras em nosso próprio país, realizadas principalmente pelo CCBB.
"O menino e o vento" é uma obra atualíssima, assim como "o beijo no asfalto", que ganhou refilmagem, e espero que essa atenção se volte para essa a obra incrível também. Seja nos palcos, seja nas salas de cinema. Ainda mais nos dias de hoje.
Ninguém acredita que tive a experiência lisérgica de assistir esse filme na sala de cinema do Cine Santa SOZINHO.
"Clímax", aparentemente, tem um roteiro banal: mais de 10 dançarinos realizam uma festa no fim do ultimo ensaio. Acontece que um deles misturou LSD nas bebidas que todos estavam bebendo. Depois disso, o sexo, a loucura, a misoginia, o sadismo e outras cositas más são liberadas sem o freio do eu consciente, cerceador.
O que mais me chamou atenção foi que a dança, a arte e a criação artística são elementos centrais. No caso, uma forma de liberação corporal e materiais do inconsciente. As drogas também fazem isso, mas em um ambiente descontrolado os limites são ultrapassados. As atuações são ótimas também!
Muita gente considerou esse filme "polêmico", aliás qualquer filme no Brasil que não seja da Globo, mas ele é totalmente antidrogas, de certa forma até careta. Mas o ponto central é também a experiência do uso coletivo e suas implicações no consumo de alucinógenos.
A direção acerta em cheio nas belas cenas de dança, no desequilíbrio quando a festa sai de controle e o LSD e seus efeitos se tornam os protagonistas. Acerta também, logo no inicio, em nos apresentar os vhs da entrevista com os dançarinos, onde ainda não sabemos quem será selecionado e quem não será - Noé já te faz entrar na trama intimo de todos. Além: torcendo pra que uns ou outros não passem no teste. O resultado? Nitroglicerina pura.
É um filme bem jovem, me lembrou algumas festas que já fui e pessoas que conheci. Recomendo.
Que filme do caralho! O diretor da trilogia da vingança, depois de dois sucessos nas costas, "Oldboy" e "Mr.Vingança" resolveu mudar abruptamente o estilo de direção e o roteiro. Apostando numa fotografia incrível - que cores! - e uma trilha sonora impecável, ele cria um filme menos gore e mais psicológico, menos sangrento e mais denso. A psicologia dos detalhes são incríveis.
Vi muita gente criticando o fato de a vingança ter sido "simples", mas dizem isso
porque comparam com os outros da trilogia. Mas se pararmos pra analisar, ela planejou tudo da PRISÃO. Manipulou as companheiras, se colocando como sujeito digno de toda misericórdia, já pensando em sair da prisão e tê-las como ajudante.
Além disso, é preciso prestar muita atenção na narrativa porque também o filme não é dado de mão beijada: ela conseguiu
a planta dos arquivos de assistência social com a espiã comunista, que uma das companheiras se casasse com o alvo da vingança, conseguiu recuperar a filha, corromper o investigador, reunir as famílias e manipulá-los, baseado na sede de vingança - que ela conhece bem por ter dentro de si - a matar o serial killer.
tiveram um caso, ela engravidou. Ficou em aberto o porquê de ela ter participado do sequestro. Tem uma cena no final em que os pais perguntam o motivo de Baek querer o dinheiro - lembrando que ela disse que iria devolver, ou seja, o dinheiro estava com ela - e achei a resposta dela meio tosca: comprar um iate. Obviamente ela estava mentindo. Ora, se ela ajudou no sequestro, algo ela ganharia, mas não imaginava que o cara iria matar o menino e que (mais do que isso) ele era um serial killer. Ela só foi descobrir isso na cena em que o despertador dele toca e ela encontra os souvernires dos outros crimes. Essa foi a "traição" dele, essa é a culpa que ela carrega.
"ora, se ele não tinha filhos, qual a razão do dinheiro?". Senti que a direção queria que pensássemos por essa linha. Interpretei que ela ajudou no sequestro por três razões: 1) fazer um aborto, mas depois se arrependeu; 2) ter condições de criar o bebê, pois ela não podia ir para a casa do pai ou da mãe ou 3) ele a obrigou - o que acho muito improvável por causa da cena onde o menino morto "pratica" a vingança com ela.
Meu terceiro favorito da "Trilogia da Vingança". Aqui já é perceptível alguns pontos que o diretor aprimoraria mais tarde, além da vingança como "reguladora das almas sombrias do mundo". Um excelente início de trilogia, mas não tem como comparar com as ações, os plots e o plano-sequência do corredor de "Oldboy" (meu segundo favorito) e as metáforas, as cores e a filosofia por trás de "Lady Vingança" (meu preferido da trilogia).
Uma obra-prima do cinema. Dura missão de adaptar o livro "O Conde de Monte Cristo", livro gigante, mas aqui foi feito com competência, no tempo certo que não deixou a gente recuperar o fôlego nem se desprender da tela.
Olha, o filme só salva pelas atuações - gostei até mais do David Thewlis do que do DiCaprio, não me convenceu como Rimbaud.
O filme poderia ter uns 20 minutos a menos, é arrastado, o roteiro não é muito bem executado, trechos de poemas/cartas poderiam permear mais o filme, enriquecendo-o, e foram deixados de lado aqui.
Sempre me arrependo um pouco de assistir filmes sobre poetas, seres essencialmente complexos, pouquíssimos capturam essa densidade da criação e do gênio da poesia.
A melhor adaptação dessa clássica obra da Agatha. Isso prova que não é desculpa quando se tem tempo - e até um "baixo orçamento" - pra se fazer uma boa adaptação. Três episódios dinâmicos, bem estruturados, entrega bem a complexidade e o jogo de culpa dos personagens, as mortes são bem boladas - e que final!
Os recursos usados para atualizar e contextualizar a obra prum público contemporâneo não alteram em absolutamente nada a obra. Direção primorosa, roteiro magnífico e atuações sublimes.
O primeiro do Argento que consegui decifrar o mistério!
Ao contrário do que dizem, não achei o tom de humor ruim - até melhorou o filme. E a trilha sonora "suja", que muitos criticaram, se harmoniza bem com o título e com a pista da solução: afina, as moscas não vivem em lugares limpos.
Não é dos melhores do Argento mas, definitivamente, um "must see"
O Terror Final
2.6 21tem que ser muito fã do gênero pra defender - e ainda assim forçando muito.
esperava mais, o filme é bem ruim, o plot é tosco e óbvio, poderia ter sido um curta-metragem sem problemas.
Faca no Coração
3.4 68 Assista AgoraEntrou fácil no meu grupo de filmes favoritos. Sou bastante fã desse diretor e não pude assistir "Faca no Coração" no Festival do Rio porque estava sem dinheiro na época que veio, já tinha assistido alguns que estavam mais acima na lista de preferências. Jamais vou cometer esse erro de novo, todo filme do Yann Gonzalez sempre atiça minha curiosidade.
Discordo que exista, aqui, referência direta ao gênero giallo na figura do assassino. No giallo, só as mãos e a silhueta aparecem, deixando a imaginação criar a figura do que nós consideramos amedrontador. Não é o que acontece em "Un couteau dans le coeur" onde tudo está exposto nas luzes vermelhas e azuis do underground do fim da década de 70.
A semelhança com os giallo se dá pela fotografia extremamente saturada, pelo ambiente "underground" e o recurso de "linkar" o mistério com uma pássaro - exatamente da mesma forma que Dario Argento fez em "O pássaro com plumas de cristal".
Adorei essa "retorno" (porque no cinema francês a nouvelle vague vai ser sempre 'a volta dos que não foram) da estética nouvelle vague francesa, num misto também de filme noir americano. Dirigir e editar esse filme deve ter sido fruto de muita pesquisa nesses subgêneros.
Também é fácil perceber que o slasher também está presente, em segundo plano, mas está, seja num plano mais aberto na figura do assassino e nas mortes mais explícitas.
Adorei essa salada muito bem costurada de gêneros que sou muito fã, mas a grande sacada do filme é apenas usá-los como pano de fundo para discussões maiores: como a fronteira entre amor e sexo, entre amor e posse, amor e paixão, o vazio da existência, o poliamor - assuntos completamente pós-modernos, que trazem novos diálogos em cima de estilos consagrados, atualizando o público, e que o cinema francês sabe fazer de forma competente aqui e ali.
Uma joia que encontrei e espero rever ainda algumas vezes.
Noite dos Arrepios
3.5 198"- I got good news and bad news, girls. The good news is your dates are here.
- What's the bad news?
- They're dead."
Olha só, deixa eu dar um recado pra vocês.
Eu poderia estar fazendo algum comentário cult nos filmes do Oscar, mas venho humildemente pedir que assistam esse filme. Algumas dicas:
- Assistam a versão do diretor, como o filme foi originalmente concebido.
Pra quem tinha dúvida entre as duas versões e não precisar catar no Google, como eu fiz, não existe diferença nenhuma entre as duas versões - APENAS o minuto final do filme, que muda tudo, todo o conceito;
- Assistam com a dublagem clássica. Sim, é duro, sei que vocês preferem o legendado, é claro. Mas uma dublagem clássica é uma dublagem clássica, não é mesmo?
- Procurem o torrent da versão restaurada e remasterizada em bluray, um arquivo de quase 20gb, mas vale a pena. Até passo o link pra assistir online, mas nessa qualidade. Nos outros arquivos o filme está excessivamente escuro ou com o som ruidoso.
Esse filme é a síntese do que foi o terror e o terrir dos anos 80. Um resumo do cinema americano desse gênero noos anos 80, cheio de referências aos mestres do gênero e merece ser cultuado. Os atores mandaram muito bem, cheios de carisma, a direção é impecável, a trilha sonora é bacana, os efeitos são (claro, que para a época) bastante atuais e é um prato cheio para os fãs do gênero - como eu, que assaltava os vhs do meu primo caçando filmes de terror que ele gravava na TV. Os diálogos são irônicos e engraçados, alguns tirando sarro do próprio gênero, e saber alguns detalhes da produção só aumenta o brilho: por exemplo, os maquiadores e os responsáveis pelos efeitos visuais também interpretaram os zumbis! Os plots são muito bem feitos: você acha que se trata de algo, mas é outra coisa e assim até o final.
Esse filme é a prova de que quando o filme é bom, sem pretensão, ele é entregue.
Feliz por não ter sido vítima dos remakes duvidosos alucinados, mas ao mesmo tempo triste porque não tem o reconhecimento que merece a ponto de ter um remake feito cuidadosamente, de fã pra fã. Fred Dekker, diretor do filme, era fã de carteirinha de cinemas de terror e deixou a sua marca em "A Noite dos Arrepios".
AINDA ESTÃO AQUI LENDO? VAI ASSISTIR, CAMBADA!
Uma Noite no Madison Square Garden
3.3 54Quando fica bom, acaba.
Mas um trabalho incrível de restauração audiovisual. Até joguei fora os sapatos que usei no show da Madonna no Madison.
Palhaço Assassino
3.0 144Bem pipoca! Mas muito irado!
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 304 Assista AgoraErrou a mão na primeira parte. Engata na segunda, mas ainda irregular.
Achei o mais fraco do Xavier.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraComparar essa pérola com
"Segunda Intenções"
Que película gigante!
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraResolvi postar um comentário do que achei desse filme, daqueles que já nascem clássicos e como ele acirra, ainda mais, a disputa pelo título de melhor filme.
As atuações das coadjuvantes, Emma e Rachel, estão de tirar o fôlego, especialmente da última, personagem que encarna a amante da Rainha - interpretada por Olivia Colman numa atuação precisa, mas que eu esperava mais a contar com os prêmios que ganhou. Continuo apostando no Oscar para Glenn Close.
O filme, mais do que tudo, é sobre a (injustiçada por muitos, diga-se de passagem) influencia do desejo sobre o poder. Porque quando falamos de sexo, ato sexual, falamos em uma relação de poder que se estabelece desde à conquista (locais onde frequentamos, pessoas que conhecemos, etc.) aos papéis/posições sexuais. Quando esse desejo se infiltra nas relações de poder institucional, no caso o reino inglês, o resultado vira nitroglicerina pura.
As três personagens possuem dubiedades de caráter, mas Emma Stone foi quem mais me transmitiu isso. Os figurinos, os cenários, a montagem e a fotografia também transformam "A Favorita" em um filme tecnicamente impecável. A alegoria dos coelhos, representando a fertilidade em oposição à infertilidade e aos servos enjaulados é sensacional e cumpre um papel fundamental pra definir o destino das protagonistas no fim da película.
O roteiro peca em alguns momentos por não deixar tão claro a motivação de algumas ações, tudo deve ser inferido pelo público - o que não é ruim, mas em nenhum momento a sequência de ações/reações tão diretas deu margem para pontas abertas, o que acabou gerando, em mim, uma quebra de expectativa.
Ao lado de "Infiltrado na Klan"e "Roma", "A Favorita" se tornou uma das minhas torcidas para Melhor Filme. Mas ainda preferia que "Roma" ganhasse como melhor estrangeiro, restando apenas "Infiltrado" na disputa - filme que também adorei e não vejo tão bom há muito tempo. Acirrado.
O Menino e o Vento
4.3 62"O menino e o vento", inspirado num conto de Aníbal Machado e adaptado por Millôr Fernandes é uma pérola do cinema brasileiro lançado em pleno ano de 67, colocando o Brasil como o melhor lugar do mundo para a criatividade cinematográfica. Um conto poético e com diálogos que são poesia pura sobre amizade, preconceitos sociais, homoafetividade - diferente de homossexualidade.
O filme começa com o julgamento de um engenheiro, numa pequena cidade do interior de Minas, conhecida como "capital do vento". Lá os ventos são intensos, ferozes, metáfora do desejo de liberdade. O que não é de se espantar porque esse filme foi lançado apenas três anos depois do golpe civil-empresarial-militar. E provavelmente só passou pela censura porque a direita é burra e não entendeu a poesia do filme.
Aos poucos, vamos sabendo os motivos do julgamento do engenheiro: a cidade considerou estranha a amizade entre um homem da cidade e um adolescente do campo, conhecido como "Zeca da Curva", por morar no alto de uma colina, atrás de uma curva, onde os ventos eram mais fortes. A relação de troca entre conhecimentos técnicos versus conhecimentos da natureza, da experiência, explicitada na amizade de ambos, é extremamente bem construída.
Até que Zeca da Curva desaparece misteriosamente e o engenheiro se torna o principal suspeito. Daí a trama se desenrola e descobrimos o motivo da ida do engenheiro aos confins do interior, o motivo e as "provas" de seu julgamento até chegarmos a um desfecho aberto simplesmente mágico, poético, arrebatador.
É muito triste que filmes como esses fiquem esquecidos no Brasil e estrangeiros como os de Bergman, do mesmo período, sejam mais celebrados, inclusive em mostras em nosso próprio país, realizadas principalmente pelo CCBB.
"O menino e o vento" é uma obra atualíssima, assim como "o beijo no asfalto", que ganhou refilmagem, e espero que essa atenção se volte para essa a obra incrível também. Seja nos palcos, seja nas salas de cinema. Ainda mais nos dias de hoje.
10/10
Ligações Perigosas
4.0 342 Assista Agoraque filmao!!
Clímax
3.6 1,1K Assista Agora"Clímax", de Gaspar Noé. 7/10
Ninguém acredita que tive a experiência lisérgica de assistir esse filme na sala de cinema do Cine Santa SOZINHO.
"Clímax", aparentemente, tem um roteiro banal: mais de 10 dançarinos realizam uma festa no fim do ultimo ensaio. Acontece que um deles misturou LSD nas bebidas que todos estavam bebendo. Depois disso, o sexo, a loucura, a misoginia, o sadismo e outras cositas más são liberadas sem o freio do eu consciente, cerceador.
O que mais me chamou atenção foi que a dança, a arte e a criação artística são elementos centrais. No caso, uma forma de liberação corporal e materiais do inconsciente. As drogas também fazem isso, mas em um ambiente descontrolado os limites são ultrapassados. As atuações são ótimas também!
Muita gente considerou esse filme "polêmico", aliás qualquer filme no Brasil que não seja da Globo, mas ele é totalmente antidrogas, de certa forma até careta.
Mas o ponto central é também a experiência do uso coletivo e suas implicações no consumo de alucinógenos.
A direção acerta em cheio nas belas cenas de dança, no desequilíbrio quando a festa sai de controle e o LSD e seus efeitos se tornam os protagonistas.
Acerta também, logo no inicio, em nos apresentar os vhs da entrevista com os dançarinos, onde ainda não sabemos quem será selecionado e quem não será - Noé já te faz entrar na trama intimo de todos. Além: torcendo pra que uns ou outros não passem no teste. O resultado? Nitroglicerina pura.
É um filme bem jovem, me lembrou algumas festas que já fui e pessoas que conheci. Recomendo.
Confissões
4.2 855Puta que pariu. Que filmaço da porra.
Lady Vingança
4.0 456Que filme do caralho! O diretor da trilogia da vingança, depois de dois sucessos nas costas, "Oldboy" e "Mr.Vingança" resolveu mudar abruptamente o estilo de direção e o roteiro. Apostando numa fotografia incrível - que cores! - e uma trilha sonora impecável, ele cria um filme menos gore e mais psicológico, menos sangrento e mais denso. A psicologia dos detalhes são incríveis.
Vi muita gente criticando o fato de a vingança ter sido "simples", mas dizem isso
porque comparam com os outros da trilogia. Mas se pararmos pra analisar, ela planejou tudo da PRISÃO. Manipulou as companheiras, se colocando como sujeito digno de toda misericórdia, já pensando em sair da prisão e tê-las como ajudante.
Além disso, é preciso prestar muita atenção na narrativa porque também o filme não é dado de mão beijada: ela conseguiu
a planta dos arquivos de assistência social com a espiã comunista, que uma das companheiras se casasse com o alvo da vingança, conseguiu recuperar a filha, corromper o investigador, reunir as famílias e manipulá-los, baseado na sede de vingança - que ela conhece bem por ter dentro de si - a matar o serial killer.
Me lembrou o final do livro
"O assassinato no expresso do Oriente", da Agatha Christie, que tem o final parecidíssimo.
Sobre a relação dela com o professor, que muita gente ficou em dúvida, penso que eles
tiveram um caso, ela engravidou. Ficou em aberto o porquê de ela ter participado do sequestro. Tem uma cena no final em que os pais perguntam o motivo de Baek querer o dinheiro - lembrando que ela disse que iria devolver, ou seja, o dinheiro estava com ela - e achei a resposta dela meio tosca: comprar um iate.
Obviamente ela estava mentindo. Ora, se ela ajudou no sequestro, algo ela ganharia, mas não imaginava que o cara iria matar o menino e que (mais do que isso) ele era um serial killer. Ela só foi descobrir isso na cena em que o despertador dele toca e ela encontra os souvernires dos outros crimes. Essa foi a "traição" dele, essa é a culpa que ela carrega.
Numa cena anterior à mentira, alguém perguntou:
"ora, se ele não tinha filhos, qual a razão do dinheiro?". Senti que a direção queria que pensássemos por essa linha. Interpretei que ela ajudou no sequestro por três razões: 1) fazer um aborto, mas depois se arrependeu; 2) ter condições de criar o bebê, pois ela não podia ir para a casa do pai ou da mãe ou 3) ele a obrigou - o que acho muito improvável por causa da cena onde o menino morto "pratica" a vingança com ela.
O melhor da trilogia.
Mr. Vingança
4.0 409Meu terceiro favorito da "Trilogia da Vingança". Aqui já é perceptível alguns pontos que o diretor aprimoraria mais tarde, além da vingança como "reguladora das almas sombrias do mundo". Um excelente início de trilogia, mas não tem como comparar com as ações, os plots e o plano-sequência do corredor de "Oldboy" (meu segundo favorito) e as metáforas, as cores e a filosofia por trás de "Lady Vingança" (meu preferido da trilogia).
Vale muito a pena conferir!
O Conde de Monte Cristo
4.1 1,2KUma obra-prima do cinema. Dura missão de adaptar o livro "O Conde de Monte Cristo", livro gigante, mas aqui foi feito com competência, no tempo certo que não deixou a gente recuperar o fôlego nem se desprender da tela.
Seis Mulheres Para o Assassino
3.9 90Engenhosíssimo! Um clássico!
Eclipse de uma Paixão
3.6 221Olha, o filme só salva pelas atuações - gostei até mais do David Thewlis do que do DiCaprio, não me convenceu como Rimbaud.
O filme poderia ter uns 20 minutos a menos, é arrastado, o roteiro não é muito bem executado, trechos de poemas/cartas poderiam permear mais o filme, enriquecendo-o, e foram deixados de lado aqui.
Sempre me arrependo um pouco de assistir filmes sobre poetas, seres essencialmente complexos, pouquíssimos capturam essa densidade da criação e do gênio da poesia.
E Não Sobrou Nenhum
4.2 123A melhor adaptação dessa clássica obra da Agatha. Isso prova que não é desculpa quando se tem tempo - e até um "baixo orçamento" - pra se fazer uma boa adaptação. Três episódios dinâmicos, bem estruturados, entrega bem a complexidade e o jogo de culpa dos personagens, as mortes são bem boladas - e que final!
Os recursos usados para atualizar e contextualizar a obra prum público contemporâneo não alteram em absolutamente nada a obra. Direção primorosa, roteiro magnífico e atuações sublimes.
Quatro Moscas Sobre Veludo Cinza
3.5 58O primeiro do Argento que consegui decifrar o mistério!
Ao contrário do que dizem, não achei o tom de humor ruim - até melhorou o filme. E a trilha sonora "suja", que muitos criticaram, se harmoniza bem com o título e com a pista da solução: afina, as moscas não vivem em lugares limpos.
Não é dos melhores do Argento mas, definitivamente, um "must see"
Tenebre
3.8 133 Assista AgoraQue filmaço, mano! Mortes iradas, suspense do início ao fim, plot de qualidade.
O Pássaro das Plumas de Cristal
3.8 103 Assista AgoraQue plot twist!!!!
Suspiria
3.8 979 Assista AgoraA cena da primeira morte é uma das mais belas que já vi.
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraQue delícia de filme!
Sex Education (1ª Temporada)
4.3 814 Assista AgoraMaeve <3