Fraquinho, e teria sido menos fraquinho se não repousasse tanto nos clichês sentimentais (irmão culpado, filha em busca do pai, mãe tentando aplainar a relação tortuosa com a filha etc.).
Um baita elenco, o que ajuda bastante, e uma trama interessante. Recheada de clichês de filmes noir (tira/investigador imerso num universo de corrupção policial, femme fatale, romance proibido etc.), mas funcionando como filme de ação ainda assim.
Fui só eu ou o Sean Penn tá muito esquisito nesse filme? Parece que alguém colocou uma máscara de Sean Penn e está se passando por ele. Não consegui levar o vilão muito a sério por causa disto, no fim ele parecia somente caricato.
É preciso um esforço grande para se descolar das expectativas e hábitos de espectador que aprendemos a ter como filhos de nosso tempo, mas compensa.
Uma vez que a gente consiga pensar em quão engenhoso é o modo de narrar desse filme (considerando o cinema mudo e algum tipo de ritmo), e como ele concebe a participação do espectador na construção do sentido artístico, fundindo os interstícios entre as imagens, dá pra apreciar mais. Até lá, no entanto, prevalece o estranhamento que, por vezes, pode comprometer nossa paciência com a experiência.
A trama de mistério e intriga política até que funciona bem, mas o desfecho é muito fraco, muito anticlimático. É como se o filme estivesse mirando em 'Instinto selvagem' e acabasse se perdendo um pouco mais pra frente do meio do caminho.
Confesso que também não gostei das atuações e dos personagens: são todos muito mornos. O apelo sensual e erótico do filme, também, está muito aquém da saliência que lhe quiseram dar no conjunto da obra (o cartaz do filme não ajuda também, é verdade).
Tem uma premissa legal, lembra um pouco 'O show de Truman', mas com um elemento metalinguístico próprio, pois os dois personagens não desconhecem a artificialidade do destino do lugar e seus eventos.
Ah sim, e o modo que encontraram para traduzir as descobertas, usando o preto-e-branco e as cores, é bastante engenhoso: esteticamente interessante e dá uma bela mão para a narrativa.
O duro é que eu vi o filme da Florence Foster Jenkins antes deste, e é a Meryl Streep quem faz a protagonista. Aí foi difícil lidar com esse parâmetro.
A sequência final, no entanto, tem uma gravidade toda europeia, não?
O sacrfício pela arte é um ideal que parece casar melhor com os ideais artísticos europeus. Fiquei, portanto, com a impressão de que a solução do desfecho americano (diluir num humor com fundo otimista) estabelece um abismo entre o 'Marguerite' e o 'Florence'.
Se sustenta antes pelo despretensioso da coisa toda, que surpreende. Um filme meio bobinho mas que consegue ser delicado nas horas certas e funcionar. Não é um '500 dias com ela' ou um '10 coisas que eu odeio em você' nem nada, mas tudo bem.
Vou me juntar ao coro dos comentários: o filme está aquém do filme, aquém a ponto de incomodar, de não ser possível pôr na conta do "teve que adaptar". Faltou gravitas.
Se eu fosse fazer uma sugestão seriam projetar mais o protagonista e dar maior oportunidade de uma identificação empática com ele. Ele é um f*dido, como a maioria dos personagens do 'Clube da luta', por exemplo, mas a falta de saliência dramática dele (apesar do Sam Rockwell) torna o filme morno. O protagonista não é tão ferrado que a gente tenha dó dele, nem tão asqueroso que a gente tenha raiva.
É piegas, sim, melodramático, sentimentalóide, manteiga derretida. Mas é, também, Natal! Uma camada meio feerica de repente cobra tudo, suspende taticamente a realidade e a gente deixa passar.
Acho que eu teria gostado mais se entendesse mais a fundo a mitologia havaiana, pois penso que boa parte do sumo dramático-filosófico do filme encontra-se nessas entrelinhas
Não é ruim, mas acho que perde um pouco a força dramática por querer fazer aquelas panorâmicas históricas sobre a crise de 1929 e os anos 1930. Apesar disto, a construção dramática das lutas é excelente. É incrível como o cinema consegue deixar as lutas mais emocionantes do que elas costumam ser.
O que me quebrou as pernas foi a expectativa errada com que fui ver o filme. Esqueci de olhar quem era o diretor. Se eu tivesse visto que era o Charlie Kaufman eu teria calibrado minhas expectativas.
De qualquer modo, gostei bastante. Não sei se eu é que estou pirando ou se isto era para ser razoavelmente óbvio no filme, mas trata-se de uma dramatização de conceitos da física quântica, não?
Aquela hora da sorvteria, com duas janelas e duas atendentes, uma dando o sorvete e outra não: não é o experimento de dupla fenda? O fato de que quando eles se movem na casa eles também se movem no tempo, não é a exposição da "dimensão" física do tempo, como se o tempo materializado fizesse mexer-se no espaço ser mover-se no tempo?
Enfim, me ajudem. Estou começando a achar que eu viajei mesmo. (riso nervoso)
Acho que eu teria gostado mais se não tivesse lido o livro do Philip Roth, mas tenho que admitir que o filme fez um esforço de adaptação e condensação muito digno do romance.
Considerando que é uma obra de quase 500 páginas, e que constrói um amplo panorama histórico dos Estados Unidos dos anos 1960, o filme resultou muito bom. É muito difícil manter equilibrados o drama pessoal dos personagens e os arcos mais amplos da história geral. O entrelaçamento das duas coisas e a precisão de certos diálogos faz essa costura de modo engenhoso (a sequência da Rita é uma das mais impactantes nesse sentido).
O clipe inicial é muito engraçado. Aquele tecladinho eletrônico anos 80, mais o kitsch característico, são ótimos. O texto também não decepciona, tem tiradas boas e observações interessantes sobre música e ritmo - se bem que é um pouco arquetípico e clichê na construção do perfil dos personagens, com o astro-pastiche-de-si-mesmo-há-vinte-anos, de um lado, e a mocinha-meio-heroína-de-um-livro-da-Jane-Austen-sensível-e-espirituosa, de outro.
O contracenar da Drew Barrymore e o Hugh Grant é tão bom que mesmo a parte romântica mais água-com-açúcar não incomoda.
Fiquei com a impressão de que funcionaria melhor como um livro infanto-juvenil. As coisas mais fantasiosas da loja acabaram ficando aquém do que poderia nossa imaginação (já estamos tão mal-acostumados pelos efeitos especiais?), o que acaba incomodando um pouco (apesar da atuação muito legal de Dustin Hoffmann).
Um excelente roteiro, com um timaço de atores: Hugh Grant, Marisa Tomei, J.K. Simmons... A sátira da vida universitária é engraçadíssima.
Em nome da rabugice: a única coisa que incomda é o filme ser "coerente demais". Tudo se fecha, tudo se resolve. Do ponto de vista dramático dá um pouco de preguiça, mas nada que sirva de desconvite.
Um daqueles filmes que vale a pena ver pela elegância da Diane Lane e pelas belas paisagens e fotografia. A história é bastante previsível, tem algo de meio cafona nessa trama de 'mulher de meia-idade em busca de reconstruir-se após um divórcio doloroso', mas há uma série de elementos que compensam, como aqueles que comentei acima.
A despeito desses problemas, como não se deixar enlevar pelo romance próprio da Europa?
Um baita filme, em boa parte por ser despretensioso. A trama psicológica no subterrâneo do enredo é ótima. Um filme sobre paternidade/maternidade, ou melhor, um roadtrip em busca da paternidade/maternidade. Tem alguma coisa de piegas nisto, sim, mas a simplicidade com que se vai construindo a maturidade dos protagonistas é muito engenhosa, faz valer a pena.
Sejamos francos, o que permite que esse filme não naufrague na tosquice é o colírio das paisagens magníficas e toda a evocação romântica do lugar. Isto e o contracenar de Crowe e Cotillard. De resto, o troço tem um elemento de comédia fora de lugar, com aquele tropo clichê do executivo-sem-alma-descobrindo-os-prazeres-de-uma-vida-tranquila blá-blá-blá.
Tem um momento em que o personagem do Russell Crowe dirige um daqueles mini-carrinhos ao redor de uma rotatória da cidadezinha, em câmera rápida! Senhor... É difícil acreditar que a direção é do Ridley Scott. (Cacete! É o diretor de 'Alien', de 'Blade Runner', de 'Gladiador'...)
Filmão, cheio de tensão e suspense. Apesar do sentimentalismo patriótico, aquele ideal abnegacionista dos soldados americanos etc., ele é muito bom. Três coisas me deixaram muito empolgado com esse filme:
1) a engenhosidade das soluções que o diretor encontrou para filmar. Takes subaquáticos, tomadas aéreas, vários ângulos dentro dos espaços confinados do navio etc. Penso que isso ajudou a colocar o espectador mais para dentro da ação;
2) a construção da aura de criaturas ou bestas quanto aos submarinos alemães. Sim, a coisa é um tanto maniqueísta, mas os nazistas já viraram essa licença poética do cinema há muito tempo. O mais próximo de humano que se tem deles são as mensagens que eles transmitem para dentro do Greyhound, e mesmo estas alternam fala e uivos. Não há filmagem no interior dos submarinos e toda vez que eles aparecem (parecendo baleias ou algum bicho), sons cacofônicos entram junto;
3) toda a enorme (e maravilhosa) quantidade de jargão náutico! 'Torpedo se aproximando a 39 graus na bochecha de boreste', 'Virar 22 graus a bombordo e proceder a velocidade de não-sei-quantos-pés' etc. Tudo isto dá uma dimensão muito mais palpável para a experiência de imersão (ainda que possa ser, talvez, exagerada).
Esse é um daqueles filmes "What the fuck?!", que você fica imaginando de onde veio a ideia e como foi vendida a proposta de filmarem um troço destes. Acho que só virou uma peça meio cult por conta do longevo folclore do beisebol americano.
O que eu queria perguntar é: o Kevin Costner do 'Dança com lobos' ou de 'A estrada sem lei' não parece que é o mesmo Kevin Costner desse filme. Os olhares e expressões que ele manda no meio do milharal, quando começa a ouvir vozes, dá uma vergonha.
Lady Driver
3.4 3Fraquinho, e teria sido menos fraquinho se não repousasse tanto nos clichês sentimentais (irmão culpado, filha em busca do pai, mãe tentando aplainar a relação tortuosa com a filha etc.).
Caça aos Gângsteres
3.5 889 Assista AgoraUm baita elenco, o que ajuda bastante, e uma trama interessante. Recheada de clichês de filmes noir (tira/investigador imerso num universo de corrupção policial, femme fatale, romance proibido etc.), mas funcionando como filme de ação ainda assim.
Fui só eu ou o Sean Penn tá muito esquisito nesse filme? Parece que alguém colocou uma máscara de Sean Penn e está se passando por ele. Não consegui levar o vilão muito a sério por causa disto, no fim ele parecia somente caricato.
Outubro
4.0 51 Assista AgoraÉ preciso um esforço grande para se descolar das expectativas e hábitos de espectador que aprendemos a ter como filhos de nosso tempo, mas compensa.
Uma vez que a gente consiga pensar em quão engenhoso é o modo de narrar desse filme (considerando o cinema mudo e algum tipo de ritmo), e como ele concebe a participação do espectador na construção do sentido artístico, fundindo os interstícios entre as imagens, dá pra apreciar mais. Até lá, no entanto, prevalece o estranhamento que, por vezes, pode comprometer nossa paciência com a experiência.
Jade
2.9 63A trama de mistério e intriga política até que funciona bem, mas o desfecho é muito fraco, muito anticlimático. É como se o filme estivesse mirando em 'Instinto selvagem' e acabasse se perdendo um pouco mais pra frente do meio do caminho.
Confesso que também não gostei das atuações e dos personagens: são todos muito mornos. O apelo sensual e erótico do filme, também, está muito aquém da saliência que lhe quiseram dar no conjunto da obra (o cartaz do filme não ajuda também, é verdade).
Borat: Fita de Cinema Seguinte
3.6 551 Assista AgoraUau! Consegue ser mais agressivo e cheio de cringe que o primeiro. Parabéns aos envolvidos!
Pleasantville: A Vida em Preto e Branco
4.1 382 Assista AgoraTem uma premissa legal, lembra um pouco 'O show de Truman', mas com um elemento metalinguístico próprio, pois os dois personagens não desconhecem a artificialidade do destino do lugar e seus eventos.
Ah sim, e o modo que encontraram para traduzir as descobertas, usando o preto-e-branco e as cores, é bastante engenhoso: esteticamente interessante e dá uma bela mão para a narrativa.
Marguerite
3.7 68 Assista AgoraO duro é que eu vi o filme da Florence Foster Jenkins antes deste, e é a Meryl Streep quem faz a protagonista. Aí foi difícil lidar com esse parâmetro.
A sequência final, no entanto, tem uma gravidade toda europeia, não?
O sacrfício pela arte é um ideal que parece casar melhor com os ideais artísticos europeus. Fiquei, portanto, com a impressão de que a solução do desfecho americano (diluir num humor com fundo otimista) estabelece um abismo entre o 'Marguerite' e o 'Florence'.
Tudo Acontece em Elizabethtown
3.6 1,0K Assista AgoraSe sustenta antes pelo despretensioso da coisa toda, que surpreende. Um filme meio bobinho mas que consegue ser delicado nas horas certas e funcionar. Não é um '500 dias com ela' ou um '10 coisas que eu odeio em você' nem nada, mas tudo bem.
Choke: No Sufoco
3.2 118Vou me juntar ao coro dos comentários: o filme está aquém do filme, aquém a ponto de incomodar, de não ser possível pôr na conta do "teve que adaptar". Faltou gravitas.
Se eu fosse fazer uma sugestão seriam projetar mais o protagonista e dar maior oportunidade de uma identificação empática com ele. Ele é um f*dido, como a maioria dos personagens do 'Clube da luta', por exemplo, mas a falta de saliência dramática dele (apesar do Sam Rockwell) torna o filme morno. O protagonista não é tão ferrado que a gente tenha dó dele, nem tão asqueroso que a gente tenha raiva.
Simplesmente Amor
3.5 889 Assista AgoraÉ piegas, sim, melodramático, sentimentalóide, manteiga derretida. Mas é, também, Natal! Uma camada meio feerica de repente cobra tudo, suspende taticamente a realidade e a gente deixa passar.
Sob o Mesmo Céu
2.7 455 Assista AgoraAcho que eu teria gostado mais se entendesse mais a fundo a mitologia havaiana, pois penso que boa parte do sumo dramático-filosófico do filme encontra-se nessas entrelinhas
A Luta Pela Esperança
4.0 273 Assista AgoraNão é ruim, mas acho que perde um pouco a força dramática por querer fazer aquelas panorâmicas históricas sobre a crise de 1929 e os anos 1930. Apesar disto, a construção dramática das lutas é excelente. É incrível como o cinema consegue deixar as lutas mais emocionantes do que elas costumam ser.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraO que me quebrou as pernas foi a expectativa errada com que fui ver o filme. Esqueci de olhar quem era o diretor. Se eu tivesse visto que era o Charlie Kaufman eu teria calibrado minhas expectativas.
De qualquer modo, gostei bastante. Não sei se eu é que estou pirando ou se isto era para ser razoavelmente óbvio no filme, mas trata-se de uma dramatização de conceitos da física quântica, não?
Aquela hora da sorvteria, com duas janelas e duas atendentes, uma dando o sorvete e outra não: não é o experimento de dupla fenda? O fato de que quando eles se movem na casa eles também se movem no tempo, não é a exposição da "dimensão" física do tempo, como se o tempo materializado fizesse mexer-se no espaço ser mover-se no tempo?
Enfim, me ajudem. Estou começando a achar que eu viajei mesmo. (riso nervoso)
Pastoral Americana
3.1 103 Assista AgoraAcho que eu teria gostado mais se não tivesse lido o livro do Philip Roth, mas tenho que admitir que o filme fez um esforço de adaptação e condensação muito digno do romance.
Considerando que é uma obra de quase 500 páginas, e que constrói um amplo panorama histórico dos Estados Unidos dos anos 1960, o filme resultou muito bom. É muito difícil manter equilibrados o drama pessoal dos personagens e os arcos mais amplos da história geral. O entrelaçamento das duas coisas e a precisão de certos diálogos faz essa costura de modo engenhoso (a sequência da Rita é uma das mais impactantes nesse sentido).
Segredos de um Funeral
3.6 94 Assista AgoraParece uma história do William Faulkner. Muito bom.
E o Robert Duvall e o Bill Murray então? Excelentes.
Letra e Música
3.5 1,1K Assista AgoraO clipe inicial é muito engraçado. Aquele tecladinho eletrônico anos 80, mais o kitsch característico, são ótimos. O texto também não decepciona, tem tiradas boas e observações interessantes sobre música e ritmo - se bem que é um pouco arquetípico e clichê na construção do perfil dos personagens, com o astro-pastiche-de-si-mesmo-há-vinte-anos, de um lado, e a mocinha-meio-heroína-de-um-livro-da-Jane-Austen-sensível-e-espirituosa, de outro.
O contracenar da Drew Barrymore e o Hugh Grant é tão bom que mesmo a parte romântica mais água-com-açúcar não incomoda.
Lovesong
3.1 116Sensível, sutil e intimista.
A Loja Mágica de Brinquedos
3.2 263 Assista AgoraFiquei com a impressão de que funcionaria melhor como um livro infanto-juvenil. As coisas mais fantasiosas da loja acabaram ficando aquém do que poderia nossa imaginação (já estamos tão mal-acostumados pelos efeitos especiais?), o que acaba incomodando um pouco (apesar da atuação muito legal de Dustin Hoffmann).
Virando a Página
3.0 110 Assista AgoraUm excelente roteiro, com um timaço de atores: Hugh Grant, Marisa Tomei, J.K. Simmons... A sátira da vida universitária é engraçadíssima.
Em nome da rabugice: a única coisa que incomda é o filme ser "coerente demais". Tudo se fecha, tudo se resolve. Do ponto de vista dramático dá um pouco de preguiça, mas nada que sirva de desconvite.
Sob o Sol da Toscana
3.7 475 Assista AgoraUm daqueles filmes que vale a pena ver pela elegância da Diane Lane e pelas belas paisagens e fotografia. A história é bastante previsível, tem algo de meio cafona nessa trama de 'mulher de meia-idade em busca de reconstruir-se após um divórcio doloroso', mas há uma série de elementos que compensam, como aqueles que comentei acima.
A despeito desses problemas, como não se deixar enlevar pelo romance próprio da Europa?
Por uma Vida Melhor
3.7 211 Assista AgoraUm baita filme, em boa parte por ser despretensioso. A trama psicológica no subterrâneo do enredo é ótima. Um filme sobre paternidade/maternidade, ou melhor, um roadtrip em busca da paternidade/maternidade. Tem alguma coisa de piegas nisto, sim, mas a simplicidade com que se vai construindo a maturidade dos protagonistas é muito engenhosa, faz valer a pena.
Um Bom Ano
3.5 328 Assista AgoraSejamos francos, o que permite que esse filme não naufrague na tosquice é o colírio das paisagens magníficas e toda a evocação romântica do lugar. Isto e o contracenar de Crowe e Cotillard. De resto, o troço tem um elemento de comédia fora de lugar, com aquele tropo clichê do executivo-sem-alma-descobrindo-os-prazeres-de-uma-vida-tranquila blá-blá-blá.
Tem um momento em que o personagem do Russell Crowe dirige um daqueles mini-carrinhos ao redor de uma rotatória da cidadezinha, em câmera rápida! Senhor... É difícil acreditar que a direção é do Ridley Scott. (Cacete! É o diretor de 'Alien', de 'Blade Runner', de 'Gladiador'...)
Greyhound: Na Mira do Inimigo
3.3 246 Assista AgoraFilmão, cheio de tensão e suspense. Apesar do sentimentalismo patriótico, aquele ideal abnegacionista dos soldados americanos etc., ele é muito bom. Três coisas me deixaram muito empolgado com esse filme:
1) a engenhosidade das soluções que o diretor encontrou para filmar. Takes subaquáticos, tomadas aéreas, vários ângulos dentro dos espaços confinados do navio etc. Penso que isso ajudou a colocar o espectador mais para dentro da ação;
2) a construção da aura de criaturas ou bestas quanto aos submarinos alemães. Sim, a coisa é um tanto maniqueísta, mas os nazistas já viraram essa licença poética do cinema há muito tempo. O mais próximo de humano que se tem deles são as mensagens que eles transmitem para dentro do Greyhound, e mesmo estas alternam fala e uivos. Não há filmagem no interior dos submarinos e toda vez que eles aparecem (parecendo baleias ou algum bicho), sons cacofônicos entram junto;
3) toda a enorme (e maravilhosa) quantidade de jargão náutico! 'Torpedo se aproximando a 39 graus na bochecha de boreste', 'Virar 22 graus a bombordo e proceder a velocidade de não-sei-quantos-pés' etc. Tudo isto dá uma dimensão muito mais palpável para a experiência de imersão (ainda que possa ser, talvez, exagerada).
Campo dos Sonhos
3.5 188 Assista AgoraEsse é um daqueles filmes "What the fuck?!", que você fica imaginando de onde veio a ideia e como foi vendida a proposta de filmarem um troço destes. Acho que só virou uma peça meio cult por conta do longevo folclore do beisebol americano.
O que eu queria perguntar é: o Kevin Costner do 'Dança com lobos' ou de 'A estrada sem lei' não parece que é o mesmo Kevin Costner desse filme. Os olhares e expressões que ele manda no meio do milharal, quando começa a ouvir vozes, dá uma vergonha.