Não tem a mesma força narrativa do primeiro, mas a qualidade primorosa da animação e o reencontro com os personagens depois de tantos anos num filme muito divertido vale muito a pena. A história parte de onde o primeiro parou e toma vários caminhos óbvios, mas sabe introduzir elementos críticos muito interessantes e bem desenvolvidos. Diversão garantida.
Gostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
Uma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
Se em questão de violência supera o anterior, a história é ainda mais inútil, mudando ao bel-prazer a história de origem de Leatherface, que se resume às últimas cenas e é uma completa porcaria, porque não condiz com quem é o personagem que conhecemos lá em 1974. Seria menos ruim se não tivesse relação com a franquia.
As cenas iniciais com trechos do original me animaram... pra nada. Filme idiota e ridículo, todos os personagens são ou burros demais ou detestáveis demais, e a forma como o roteiro se constrói só torna tudo mais irritante. O uso de 3D se resume a um momento da serra sendo jogada na tela e uma cena horrorosa no final com um triturador que os efeitos especiais são tão péssimos que a cena vira comédia involuntária. Apesar de um gorezinho bom mas menos efetivo que do filme anterior, não vale nada a pena.
O elenco é majoritariamente fraquíssimo e o roteiro é todo cheio de furos e pistas falsas óbvias, mas a direção do Roth nas cenas de perseguição e mortes e o gore valorizado pra um filme comercial fazem valer a pena. O filme é bem violento e cheio de piadas de humor mórbido muito boas, mas em contrapartida ele acaba se levando a sério demais. A cena inicial se transformando inesperadamente em terror é especialmente divertida, e as críticas e sátiras à sociedade capitalista atual são boas, mas ficam entre um roteiro que se leva a sério demais e uma sátira que não chega onde pode chegar. A revelação do assassino é um tanto fraca também. Mas pelo divertimento, pelas mutilações, pelo humor sombrio e pela sangue rolando sem pena, vale bastante.
Enquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.
Saiu até melhor que o esperado. Se as atuações saem perdendo em relação ao anterior, em compensação esse aposta mais no gore. O enredo é o feijão com arroz de todos os filmes da saga e os personagens não são tão burros, o que dá menos raiva. Leatherface também tá legal que nem no filme anterior. De resto, mal dirigido, esquecível num geral, mas garante a diversão na hora.
Não é um filme ruim, mas falha por trazer karatê no título, quando desde o início diz se tratar de kung fu. Podia ser um filme isolado com inspirações em Karate Kid, mas como pegar o hype da saga sem usar o nome? Além disso, o filme é longo demais e acaba sendo muito fora da realidade, porque apesar de tudo, o original dos anos 80 era possível de acontecer, mas é bem mais difícil confiar que em um mês um garoto de 12 anos vai virar mestre kung fu, sem falar que o torneio final é MMA infantil. Apesar de tudo, tem momentos empolgantes e ver Jackie Chan em ação é sempre bom.
Poucas vezes uma série falou tanto comigo em níveis tão íntimos. Ainda mais após a pandemia e a confusão espiritual e emocional que causou, ver The Leftovers é como um reflexo dos traumas, medos e receios. Mais do que saber o que virá à frente, a premissa de saber o que veio depois é muito fascinante, e a construção de todos os personagens é soberba. Destaque para o chamado de Kevin Garvey, algo que mexeu muito particularmente comigo, e os plots de Matt Jamison e Nora Durst. Tudo é tão bem feito que às vezes só dói de tão real.
Faltou mostrar mais do próprio clube do título, mas gostei muito de tudo que vi. História bem conduzida, violência e sexo presentes e adequados à trama, gore pontual bastante eficaz e boas atuações, com um ou outro problema, mas nada que destoe. As críticas às elites brasileiras é muito bem encaixada e ser um filme cearense dá uma sensação de proximidade que deixa o filme melhor.
Ao contrário da cor e da diversão que a versão da Disney popularizou, o que Svankmajer traz aqui tem uma atmosfera bizarra e sombria mais próxima da obra original, tendo uma marca própria do realizador. O universo da casa de Alice é inventivo e grotesco, e toda a estranheza só contribui com o fato do filme funcionar bem. A metade final acaba se tornando um pouco cansativa e senti falta do gato doidão, mas essa é provavelmente a melhor versão do clássico de Lewis Carroll.
É um filme que tem seus problemas em algumas escolhas da direção, no foco da narrativa que não aprofunda na vida pessoal do Claudinho e nas apresentações ao vivo que acerta em colocar os atores para cantar, mas não parecem verossímeis na dublagem, mas o fio emocional e espiritual do filme, além do desempenho do elenco e a química dos protagonistas, faz com que toda a nostalgia e o saudosismo venham com força, emocionando em vários momentos pela saudade que desperta de Claudinho, principalmente em quem escutava a dupla e acompanhou essa grande perda para a música brasileira. Mesmo que Claudinho no filme só existe em função de Buchecha, que é o protagonista, o filme consegue criar uma imagem linda da pessoa e da amizade, de forma que é impossível não se apaixonar por ele. E a trilha sonora nem preciso dizer nada, a nata do funk melody.
Ri bastante com o sarcasmo e a subversão de gêneros que o filme traz. Não se leva a sério e ridiculariza todos os clichês de filmes de comédia adolescentes. O personagem do Sr. G, nesse sentido, é impagável. Porém, justamente pela construção de quebra de padrão que o filme apresentava, a meia hora final se torna um tanto decepcionante por seguir a linha de roteiro de todo filme do gênero: protagonistas desmascaradas e odiadas, descoberta bombástica, necessidade de reunião e no fim tudo fica bem. Claro que os caminhos que o filme toma pra isso são diferentes, mas a forma como o enredo se construiu me fez esperar mais para a forma como tudo se resolveria. Ainda assim, é uma comédia muito boa e que traz um ar novo ao gênero, com Ayo Edebiri dominando o filme e Rachel Sennott se fazendo sentir muito bem no roteiro.
Um filme frio, metódico e introspectivo como seu protagonista. Uma direção perfeita de Fincher e uma fotografia que se encaixa como uma luva, além de ter Reznor e Ross entregando mais uma trilha incrível. O roteiro, com narração em off, é certeiro em mostrar a cena e o que se passa na mente do assassino. Fassbender merece estar entres os indicados a melhor ator na temporada de premiações, atuação sem erros. Porém, o terceiro ato não segue a mesma linha apresentada no decorrer do filme e acaba deixando aquela sensação de que faltou algo para ser um filme realmente memorável. Ainda assim, um grande filme para os currículos já bem estrelados de Fincher e Fassbender.
O maior mérito desse filme é ter simplesmente a vida de uma personalidade histórica como Napoleão Bonaparte, uma das mais emblemáticas da humanidade, cheia de momentos marcantes, e conseguir entregar uma obra sem alma, fria e sem objetivo, chegando por vezes a ser... monótona. E olha que nem sou muito chegado a Era Napoleônica, nunca aprofundei os estudos sobre isso, mas é palpável como o filme patina em decidir um tom, uma abordagem, uma narrativa. Se a produção está nos trinques (forte concorrente aos Oscars de design de produção e figurino, que estão maravilhosos), o roteiro, a fotografia e a direção não conversam entre si de forma harmônica. De um lado, o roteiro quer trazer uma sátira sobre o sexo como uma forma velada de poder, tentando inserir um erotismo que Ridley Scott transforma em cinismo, piada ou ridículo. A fotografia, acinzentada e azulada, perde a chance de trazer com vivacidade o show de cores em tela e, apesar de talvez representar o momento sufocante vivido pela França, a própria França não é personagem aqui para que a influência de Napoleão sobre ela seja sentida. Na verdade, se a relação entre Napoleão e França mal é trabalhada e entre ele e Josefina é enviesada (quase como se o imperador fosse mais vítima dentro dos trâmites amorosos e conjugais), o próprio desenvolvimento do personagem título é quase inexistente, saindo de um ambicioso sem traquejo social e pensamento bélico estratégico para quase a mesma coisa. As relações políticas não são desenvolvidas, o aspecto do general gigante que foi se resume a algumas cenas de batalhas (que são facilmente a melhor parte do filme, mesmo com alguns problemas em algumas delas), o lado histórico é cheio de lacunas e erros grotescos (e olha que sequer prestei atenção nessa parte, mas a sequência do Egito foi vergonhosa, por exemplo) e as relações interpessoais são deixadas de lado, com óbvia exceção ao relacionamento com Josefina. No fim das contas, a gente vê um Ridley Scott perdido no que quer dizer e focado em satirizar franceses em algumas partes, e talvez uma tesourada do estúdio na duração do filme tão grotesca que tirou toda a coesão que o filme talvez tivesse - dúvida que só será sanada com a versão de 4 horas do diretor. Filme muito bonito, com grandes cenas de batalha como Scott sabe fazer, mas no qual falta praticamente todo o resto, principalmente uma montagem que ajude a história a andar.
Um tanto acima da primeira temporada por conseguir ser ainda mais deslumbrante e ter os episódios com direções inspiradíssimas que usam da arquitetura e arte italiana para conversar com o enredo, numa relação entre texto e imagem que vai a um outro nível. Odiei ainda mais os personagens aqui do que na temporada anterior, e fiquei deslumbrado com a beleza de Simona Tabasco. Um enredo que agora foca em como o sexo é poder e rege as relações, que traz uma season finale com acontecimentos bem inesperados. Apesar de não me cativar tanto quanto eu esperava pelos comentários de ser muito superior à primeira, é uma grande temporada de mais uma série que se torna um título de peso da HBO.
Em relação ao original, investe mais na violência e nos fantasmas, o que é um bom sinal, mas de resto é uma edição picotada, uma direção afetada cheia de câmeras lentas desnecessárias e um roteiro que tenta ser grandioso demais, mas acaba sendo bem forçado. Pelo menos tem umas cenas violentas boas na pegada Premonição e o Matthew Lillard faz o tipo de maluco que a gente gosta de ver.
Um elenco recheado de nomes em ascensão em boa forma, uma trilha sonora que traz uma música destruidora cantada por Stevie Wonder e um dos maiores diretores de todos os tempos na cadeira de direção, com direito a referências visuais a ...E o Tempo Levou. Apesar de ser um "filme menor" da carreira de Coppola e ter seus problemas, empolga, emociona e mostra as diferenças sociais e a falta de perspectiva dos jovens das gangues da década de 1950/60. Um filme gostoso de assistir.
Um primor da técnica, o auge de Nolan como realizador, sem nenhuma dúvida. O trabalho de som é magnífico, impecável, com uma trilha poderosa de Göransson, além de uma fotografia deslumbrante e uma direção certeira de Nolan. Cillian Murphy faz o papel de sua carreira e tem tudo para ganhar as principais premiações da temporada, assim como Robert Downer Jr. Porém, algo no enredo, especificamente no ato final, me incomodou. Gostei muito do desenvolvimento da trama com o inquérito e a história do Projeto Manhattan, a cena da explosão no Trinity é simplesmente o melhor momento do filme para mim fácil, e gostei da decisão de não mostrar a bomba e seus efeitos no Japão, mas a montagem no último ato, principalmente na concatenação entre o Strauss putaço e o Oppenheimer mártir da humanidade no inquérito, me deixou um tanto incomodado, talvez porque o tom que o filme vinha trazendo era distinto e nesse momento veio aquela necessidade nolanesca de deixar mais dramático o que já era suficientemente dramático - algo que foi reafirmado na última cena, que soou mais como um atestado de mea culpa um tanto fajuto. O discurso político existente no filme não surpreende nem a decisão de como mostrar o personagem, e gostei de não fazê-lo só um gênio incompreendido, mas alguém difícil de conviver. Porém, ironicamente, talvez faltou mais tempo de filme para que víssemos Oppenheimer além de um mulherengo egocêntrico e arrogante e o que aconteceu melhor entre o Trinity e o inquérito. Está longe de ser um filme ruim, e por pouco não é para mim um filme ótimo, mas esses pontos que saltaram à vista no último ato me fizeram gostar menos do que eu vinha gostando.
Uma série de excelência técnica tão impecável quanto sua predecessora, mas que fica atrás nos quesitos trilha sonora (a canção de abertura de Band of Brothers sempre me emociona quando escuto) e fluidez narrativa. Como os personagens centrais fazem parte de diferentes divisões dos fuzileiros e lutam em pontos distintos, a troca de foco entre os episódios acaba tornando mais difícil de criar algum apego emocional aos personagens, além de que prejudica um pouco o ritmo para desenvolver a vida de cada um fora do campo de batalha. Ainda assim, o elenco é tão competente quanto o de Band of Brothers e aqui temos algumas momentos memoráveis, que facilmente entram para o rol de grandes episódios televisivos, como as partes 6 e 9, além das batalhas dos episódios 1, 5 e 8. O episódio 10 também merece atenção por trazer mais do reflexo da guerra após seu fim e a diferença de como os fuzileiros lidaram em relação aos soldados. Uma minissérie gigantesca.
Vejo aqui os mesmos problemas de abordagem que senti em Triângulo da Tristeza, uma crítica quase que covarde às pessoas ricas, numa trama que precisa introduzir alguém de fora que cai lá de paraquedas para termos por quem torcer - o que é totalmente desnecessário, pois o filme seria muito mais interessante se fosse somente sobre um bando de ricos e pessoas aficionadas pelo glamour e exclusividade que passam por uma... inesquecível experiência gastronômica, digamos assim. É um filme bem dirigido, afinal temos Mylod na cadeira de direção, e com um bom elenco, principalmente nos personagens de Nicholas Hoult e Ralph Fiennes. Sobre Anya Taylor-Joy, pareceu uma atuação protocolar, não houve muito destaque. A fotografia e direção de arte também, lindas. O problema maior foi o roteiro que se acovardou em muitos momentos e no terceiro ato ficou perdido, mas ainda é um filme que carrega uma tensão e um interesse até o fim, o que faz ser a experiência ainda valer a pena. Ah, e só eu notei que o filme tem um quê de Midsommar?
Tem gore bom, tem um retorno da pegada dos primeiros filmes, mas acho que perdi o interesse que tinha antes, ainda mais com um enredo tão furado e que tenta colocar o Kramer completamente como o mocinho da história. Tem boas armadilhas, mas as últimas são frustrantes, principalmente a do final. Fica na metade boa da franquia, provavelmente no mesmo nível do quarto filme.
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets - Making …
4.0 4Bom especial para ver o sempre maravilhoso processo de produção de um filme stop-motion, ainda mais de um estúdio tão mestre nisso como a Aardman.
A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets
3.4 236 Assista AgoraNão tem a mesma força narrativa do primeiro, mas a qualidade primorosa da animação e o reencontro com os personagens depois de tantos anos num filme muito divertido vale muito a pena. A história parte de onde o primeiro parou e toma vários caminhos óbvios, mas sabe introduzir elementos críticos muito interessantes e bem desenvolvidos. Diversão garantida.
How to with John Wilson (2ª Temporada)
4.3 8 Assista AgoraGostei mais do que a primeira temporada, talvez porque me acostumei mais com a proposta da série, mas sinto que aqui os episódios ficaram mais fluidos e menos cansativos, com menos barrigas, além de trazer desenvolvimentos de temas muito mais interessantes e profundos, com alguns momentos bastante fortes emocionalmente e bem construídos dentro da ideia da narrativa dos episódios. Os dois últimos episódios são particularmente especiais.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraUma sensação... estranha. Não ruim, mas de estranheza mesmo, de ver algo incomum. Isso foi o que senti com essa terceira temporada. É como se a série estivesse começando novamente, pois tudo se torna mais misterioso que antes, e as respostas, que sempre parecem tão próximas, não vêm. No fim, elas pouco ou nada importam. O que importa é aquilo que fica, é aquilo que retorna, é aquilo pelo qual se espera. E é nessa simplicidade final que reside a beleza de tudo, porque talvez o mundo não precisasse ser salvo ou ser condenado, de um messias ou de um anticristo, de uma nova partida ou do retorno dos que foram antes. Tudo só tinha que seguir em frente após um grande trauma que nunca terá uma justificativa. A vida sempre tende a continuar, e essa temporada traz isso talvez da melhor forma. The Leftovers fez história, realmente.
Massacre no Texas
2.5 432 Assista AgoraSe em questão de violência supera o anterior, a história é ainda mais inútil, mudando ao bel-prazer a história de origem de Leatherface, que se resume às últimas cenas e é uma completa porcaria, porque não condiz com quem é o personagem que conhecemos lá em 1974. Seria menos ruim se não tivesse relação com a franquia.
O Massacre da Serra Elétrica 3D: A Lenda Continua
2.5 1,5K Assista AgoraAs cenas iniciais com trechos do original me animaram... pra nada. Filme idiota e ridículo, todos os personagens são ou burros demais ou detestáveis demais, e a forma como o roteiro se constrói só torna tudo mais irritante. O uso de 3D se resume a um momento da serra sendo jogada na tela e uma cena horrorosa no final com um triturador que os efeitos especiais são tão péssimos que a cena vira comédia involuntária. Apesar de um gorezinho bom mas menos efetivo que do filme anterior, não vale nada a pena.
Feriado Sangrento
3.1 412O elenco é majoritariamente fraquíssimo e o roteiro é todo cheio de furos e pistas falsas óbvias, mas a direção do Roth nas cenas de perseguição e mortes e o gore valorizado pra um filme comercial fazem valer a pena. O filme é bem violento e cheio de piadas de humor mórbido muito boas, mas em contrapartida ele acaba se levando a sério demais. A cena inicial se transformando inesperadamente em terror é especialmente divertida, e as críticas e sátiras à sociedade capitalista atual são boas, mas ficam entre um roteiro que se leva a sério demais e uma sátira que não chega onde pode chegar. A revelação do assassino é um tanto fraca também. Mas pelo divertimento, pelas mutilações, pelo humor sombrio e pela sangue rolando sem pena, vale bastante.
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422 Assista AgoraEnquanto a primeira temporada é um descobrimento completo do universo da série, adentrando em problemáticas, dilemas, traumas e interações entre os personagens, a segunda já traz uma trama que apresenta uma direção mais clara desde o início, mas sem perder o melhor do que trazia antes, estando alguns degraus acima da primeira temporada, principalmente nas atuações (a adição de Regina King foi formidável nesse sentido), direções (o que falar daquela cena do questionário no final do episódio 6...) e roteiro, no sentido de deixar tudo muito mais interconectado e inserir ganchos que deixavam a temporada impossível de parar. Há muitos momentos e episódios memoráveis, que justificam colocar The Leftovers na história da TV, e tudo se encaminha para um desfecho grandioso. Temporada fenomenal.
O Massacre da Serra Elétrica: O Início
3.2 614 Assista AgoraSaiu até melhor que o esperado. Se as atuações saem perdendo em relação ao anterior, em compensação esse aposta mais no gore. O enredo é o feijão com arroz de todos os filmes da saga e os personagens não são tão burros, o que dá menos raiva. Leatherface também tá legal que nem no filme anterior. De resto, mal dirigido, esquecível num geral, mas garante a diversão na hora.
Karatê Kid
3.2 1,7K Assista AgoraNão é um filme ruim, mas falha por trazer karatê no título, quando desde o início diz se tratar de kung fu. Podia ser um filme isolado com inspirações em Karate Kid, mas como pegar o hype da saga sem usar o nome? Além disso, o filme é longo demais e acaba sendo muito fora da realidade, porque apesar de tudo, o original dos anos 80 era possível de acontecer, mas é bem mais difícil confiar que em um mês um garoto de 12 anos vai virar mestre kung fu, sem falar que o torneio final é MMA infantil. Apesar de tudo, tem momentos empolgantes e ver Jackie Chan em ação é sempre bom.
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraPoucas vezes uma série falou tanto comigo em níveis tão íntimos. Ainda mais após a pandemia e a confusão espiritual e emocional que causou, ver The Leftovers é como um reflexo dos traumas, medos e receios. Mais do que saber o que virá à frente, a premissa de saber o que veio depois é muito fascinante, e a construção de todos os personagens é soberba. Destaque para o chamado de Kevin Garvey, algo que mexeu muito particularmente comigo, e os plots de Matt Jamison e Nora Durst. Tudo é tão bem feito que às vezes só dói de tão real.
O Clube dos Canibais
3.1 149 Assista AgoraFaltou mostrar mais do próprio clube do título, mas gostei muito de tudo que vi. História bem conduzida, violência e sexo presentes e adequados à trama, gore pontual bastante eficaz e boas atuações, com um ou outro problema, mas nada que destoe. As críticas às elites brasileiras é muito bem encaixada e ser um filme cearense dá uma sensação de proximidade que deixa o filme melhor.
Alice
4.1 265Ao contrário da cor e da diversão que a versão da Disney popularizou, o que Svankmajer traz aqui tem uma atmosfera bizarra e sombria mais próxima da obra original, tendo uma marca própria do realizador. O universo da casa de Alice é inventivo e grotesco, e toda a estranheza só contribui com o fato do filme funcionar bem. A metade final acaba se tornando um pouco cansativa e senti falta do gato doidão, mas essa é provavelmente a melhor versão do clássico de Lewis Carroll.
Nosso Sonho
3.8 182É um filme que tem seus problemas em algumas escolhas da direção, no foco da narrativa que não aprofunda na vida pessoal do Claudinho e nas apresentações ao vivo que acerta em colocar os atores para cantar, mas não parecem verossímeis na dublagem, mas o fio emocional e espiritual do filme, além do desempenho do elenco e a química dos protagonistas, faz com que toda a nostalgia e o saudosismo venham com força, emocionando em vários momentos pela saudade que desperta de Claudinho, principalmente em quem escutava a dupla e acompanhou essa grande perda para a música brasileira. Mesmo que Claudinho no filme só existe em função de Buchecha, que é o protagonista, o filme consegue criar uma imagem linda da pessoa e da amizade, de forma que é impossível não se apaixonar por ele. E a trilha sonora nem preciso dizer nada, a nata do funk melody.
Clube da Luta Para Meninas
3.4 237 Assista AgoraRi bastante com o sarcasmo e a subversão de gêneros que o filme traz. Não se leva a sério e ridiculariza todos os clichês de filmes de comédia adolescentes. O personagem do Sr. G, nesse sentido, é impagável. Porém, justamente pela construção de quebra de padrão que o filme apresentava, a meia hora final se torna um tanto decepcionante por seguir a linha de roteiro de todo filme do gênero: protagonistas desmascaradas e odiadas, descoberta bombástica, necessidade de reunião e no fim tudo fica bem. Claro que os caminhos que o filme toma pra isso são diferentes, mas a forma como o enredo se construiu me fez esperar mais para a forma como tudo se resolveria. Ainda assim, é uma comédia muito boa e que traz um ar novo ao gênero, com Ayo Edebiri dominando o filme e Rachel Sennott se fazendo sentir muito bem no roteiro.
O Assassino
3.3 516Um filme frio, metódico e introspectivo como seu protagonista. Uma direção perfeita de Fincher e uma fotografia que se encaixa como uma luva, além de ter Reznor e Ross entregando mais uma trilha incrível. O roteiro, com narração em off, é certeiro em mostrar a cena e o que se passa na mente do assassino. Fassbender merece estar entres os indicados a melhor ator na temporada de premiações, atuação sem erros. Porém, o terceiro ato não segue a mesma linha apresentada no decorrer do filme e acaba deixando aquela sensação de que faltou algo para ser um filme realmente memorável. Ainda assim, um grande filme para os currículos já bem estrelados de Fincher e Fassbender.
Napoleão
3.1 330 Assista AgoraO maior mérito desse filme é ter simplesmente a vida de uma personalidade histórica como Napoleão Bonaparte, uma das mais emblemáticas da humanidade, cheia de momentos marcantes, e conseguir entregar uma obra sem alma, fria e sem objetivo, chegando por vezes a ser... monótona. E olha que nem sou muito chegado a Era Napoleônica, nunca aprofundei os estudos sobre isso, mas é palpável como o filme patina em decidir um tom, uma abordagem, uma narrativa. Se a produção está nos trinques (forte concorrente aos Oscars de design de produção e figurino, que estão maravilhosos), o roteiro, a fotografia e a direção não conversam entre si de forma harmônica. De um lado, o roteiro quer trazer uma sátira sobre o sexo como uma forma velada de poder, tentando inserir um erotismo que Ridley Scott transforma em cinismo, piada ou ridículo. A fotografia, acinzentada e azulada, perde a chance de trazer com vivacidade o show de cores em tela e, apesar de talvez representar o momento sufocante vivido pela França, a própria França não é personagem aqui para que a influência de Napoleão sobre ela seja sentida. Na verdade, se a relação entre Napoleão e França mal é trabalhada e entre ele e Josefina é enviesada (quase como se o imperador fosse mais vítima dentro dos trâmites amorosos e conjugais), o próprio desenvolvimento do personagem título é quase inexistente, saindo de um ambicioso sem traquejo social e pensamento bélico estratégico para quase a mesma coisa. As relações políticas não são desenvolvidas, o aspecto do general gigante que foi se resume a algumas cenas de batalhas (que são facilmente a melhor parte do filme, mesmo com alguns problemas em algumas delas), o lado histórico é cheio de lacunas e erros grotescos (e olha que sequer prestei atenção nessa parte, mas a sequência do Egito foi vergonhosa, por exemplo) e as relações interpessoais são deixadas de lado, com óbvia exceção ao relacionamento com Josefina. No fim das contas, a gente vê um Ridley Scott perdido no que quer dizer e focado em satirizar franceses em algumas partes, e talvez uma tesourada do estúdio na duração do filme tão grotesca que tirou toda a coesão que o filme talvez tivesse - dúvida que só será sanada com a versão de 4 horas do diretor. Filme muito bonito, com grandes cenas de batalha como Scott sabe fazer, mas no qual falta praticamente todo o resto, principalmente uma montagem que ajude a história a andar.
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 346 Assista AgoraUm tanto acima da primeira temporada por conseguir ser ainda mais deslumbrante e ter os episódios com direções inspiradíssimas que usam da arquitetura e arte italiana para conversar com o enredo, numa relação entre texto e imagem que vai a um outro nível. Odiei ainda mais os personagens aqui do que na temporada anterior, e fiquei deslumbrado com a beleza de Simona Tabasco. Um enredo que agora foca em como o sexo é poder e rege as relações, que traz uma season finale com acontecimentos bem inesperados. Apesar de não me cativar tanto quanto eu esperava pelos comentários de ser muito superior à primeira, é uma grande temporada de mais uma série que se torna um título de peso da HBO.
13 Fantasmas
2.9 658 Assista AgoraEm relação ao original, investe mais na violência e nos fantasmas, o que é um bom sinal, mas de resto é uma edição picotada, uma direção afetada cheia de câmeras lentas desnecessárias e um roteiro que tenta ser grandioso demais, mas acaba sendo bem forçado. Pelo menos tem umas cenas violentas boas na pegada Premonição e o Matthew Lillard faz o tipo de maluco que a gente gosta de ver.
Vidas Sem Rumo
3.8 259Um elenco recheado de nomes em ascensão em boa forma, uma trilha sonora que traz uma música destruidora cantada por Stevie Wonder e um dos maiores diretores de todos os tempos na cadeira de direção, com direito a referências visuais a ...E o Tempo Levou. Apesar de ser um "filme menor" da carreira de Coppola e ter seus problemas, empolga, emociona e mostra as diferenças sociais e a falta de perspectiva dos jovens das gangues da década de 1950/60. Um filme gostoso de assistir.
Oppenheimer
4.0 1,1KUm primor da técnica, o auge de Nolan como realizador, sem nenhuma dúvida. O trabalho de som é magnífico, impecável, com uma trilha poderosa de Göransson, além de uma fotografia deslumbrante e uma direção certeira de Nolan. Cillian Murphy faz o papel de sua carreira e tem tudo para ganhar as principais premiações da temporada, assim como Robert Downer Jr. Porém, algo no enredo, especificamente no ato final, me incomodou. Gostei muito do desenvolvimento da trama com o inquérito e a história do Projeto Manhattan, a cena da explosão no Trinity é simplesmente o melhor momento do filme para mim fácil, e gostei da decisão de não mostrar a bomba e seus efeitos no Japão, mas a montagem no último ato, principalmente na concatenação entre o Strauss putaço e o Oppenheimer mártir da humanidade no inquérito, me deixou um tanto incomodado, talvez porque o tom que o filme vinha trazendo era distinto e nesse momento veio aquela necessidade nolanesca de deixar mais dramático o que já era suficientemente dramático - algo que foi reafirmado na última cena, que soou mais como um atestado de mea culpa um tanto fajuto. O discurso político existente no filme não surpreende nem a decisão de como mostrar o personagem, e gostei de não fazê-lo só um gênio incompreendido, mas alguém difícil de conviver. Porém, ironicamente, talvez faltou mais tempo de filme para que víssemos Oppenheimer além de um mulherengo egocêntrico e arrogante e o que aconteceu melhor entre o Trinity e o inquérito. Está longe de ser um filme ruim, e por pouco não é para mim um filme ótimo, mas esses pontos que saltaram à vista no último ato me fizeram gostar menos do que eu vinha gostando.
O Pacífico
4.4 266 Assista AgoraUma série de excelência técnica tão impecável quanto sua predecessora, mas que fica atrás nos quesitos trilha sonora (a canção de abertura de Band of Brothers sempre me emociona quando escuto) e fluidez narrativa. Como os personagens centrais fazem parte de diferentes divisões dos fuzileiros e lutam em pontos distintos, a troca de foco entre os episódios acaba tornando mais difícil de criar algum apego emocional aos personagens, além de que prejudica um pouco o ritmo para desenvolver a vida de cada um fora do campo de batalha. Ainda assim, o elenco é tão competente quanto o de Band of Brothers e aqui temos algumas momentos memoráveis, que facilmente entram para o rol de grandes episódios televisivos, como as partes 6 e 9, além das batalhas dos episódios 1, 5 e 8. O episódio 10 também merece atenção por trazer mais do reflexo da guerra após seu fim e a diferença de como os fuzileiros lidaram em relação aos soldados. Uma minissérie gigantesca.
O Menu
3.6 1,0K Assista AgoraVejo aqui os mesmos problemas de abordagem que senti em Triângulo da Tristeza, uma crítica quase que covarde às pessoas ricas, numa trama que precisa introduzir alguém de fora que cai lá de paraquedas para termos por quem torcer - o que é totalmente desnecessário, pois o filme seria muito mais interessante se fosse somente sobre um bando de ricos e pessoas aficionadas pelo glamour e exclusividade que passam por uma... inesquecível experiência gastronômica, digamos assim. É um filme bem dirigido, afinal temos Mylod na cadeira de direção, e com um bom elenco, principalmente nos personagens de Nicholas Hoult e Ralph Fiennes. Sobre Anya Taylor-Joy, pareceu uma atuação protocolar, não houve muito destaque. A fotografia e direção de arte também, lindas. O problema maior foi o roteiro que se acovardou em muitos momentos e no terceiro ato ficou perdido, mas ainda é um filme que carrega uma tensão e um interesse até o fim, o que faz ser a experiência ainda valer a pena. Ah, e só eu notei que o filme tem um quê de Midsommar?
Jogos Mortais X
3.4 497 Assista AgoraTem gore bom, tem um retorno da pegada dos primeiros filmes, mas acho que perdi o interesse que tinha antes, ainda mais com um enredo tão furado e que tenta colocar o Kramer completamente como o mocinho da história. Tem boas armadilhas, mas as últimas são frustrantes, principalmente a do final. Fica na metade boa da franquia, provavelmente no mesmo nível do quarto filme.