'Depois de 10 anos em produção, estreia nos cinemas “Manhã Transfigurada” , longa realizado em Santa Maria.
Um filme épico é algo grandioso. No cinema, são muitos os clássicos que encenaram ações heroicas e de grande fôlego. Mas um épico também pode se desenrolar atrás das câmeras, como mostra a trajetória do longa-metragem gaúcho Manhã Transfigurada. A produção de Santa Maria, que levou mais de 10 anos para ficar pronta, estreiou neste mês no circuito nacional como o primeiro longa gaúcho produzido no Interior.
Depois da sessão especial no Festival de Gramado, em 2008, e de entrar em cartaz em Santa Maria como pré-lançamento, o filme chega agora a salas de Porto Alegre (no Cine Santander), São Paulo, Rio de Janeiro e de outras capitais, com exibições em formato digital e 35mm. É mais uma etapa da trajetória que começou em 1996, quando o diretor Sergio de Assis Brasil (1947 – 2007) pretendia adaptar o livro de seu primo Luiz Antonio de Assis Brasil para uma minissérie. O projeto de longa-metragem surgiu dois anos depois, dando largada à corrida por captação de recursos via leis de incentivo, apoios e patrocínios.
– Havia aquele clima da retomada do cinema brasileiro. E se acreditava que, no futuro, a descentralização do audiovisual poderia criar um polo de produção em Santa Maria – lembra o produtor Alvaro de Carvalho Neto.
Em 2002, Sergio e equipe rodaram o filme. Com o tempo, a motivação de um grupo de entusiastas encontrou diversos obstáculos, como a falta de condições técnicas e financeiras. Sem ficar pronto dentro do tempo anunciado, Manhã Transfigurada passou a ter sua finalização desacreditada.
Em 2004, começou a montagem, e, no ano seguinte, foi gravada a trilha, composta por Gustavo Assis Brasil, filho de Sergio. Entre 2006 e 2007, o trabalho de formiguinha continuou, com projetos que buscavam recursos para a finalização. Nessa etapa, problemas no áudio levaram o diretor a fazer a dublagem de falas, que começou em outubro de 2007. No fim do mesmo ano, duas pessoas envolvidas no filme morreram antes de vê-lo pronto: o ator Pedro Freire Jr. e o próprio Sergio de Assis Brasil (devido a complicações de um câncer nos rins).
Alvaro de Carvalho Neto assumiu o projeto, comandando a finalização de som e imagem, com mixagem, correção de cor e transfer (passagem do digital para película). E, agora, ele prepara o lançamento nacional do filme. Para isso, a produtora Milimmetros fechou parceria com a distribuidora Pandora, de São Paulo.
– É uma distribuidora que trabalha com filmes independentes. No caso do Manhã, será algo cooperativado, já que a Pandora entra com o nome e a distribuição, e a gente, com os recursos – diz Alvaro, completando que o filme está orçado em R$ 500 mil.
Segundo o pesquisador Glênio Póvoas, Manhã Transfigurada será o primeiro longa gaúcho a sair do Interior para um circuito comercial:
– Tivemos produções de outros Estados filmadas no Interior. Mas com produção local mesmo, Manhã Transfigurada é a primeira. Em Santa Maria também foi realizado (em 1962) Os Abas Largas, mas a produtora era carioca. Talvez até exista experiências em vídeo, média-metragens ou documentários, mas não voltados ao mercado como Manhã – diz Glênio, professor de História do Cinema na PUCRS.'
segundo as lendas germânicas, doppelgänger é ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que escolhe ou que passa a acompanhar (dando uma ideia de que cada pessoa tem o seu próprio). o mito ensina que cada ser humano possui um duplo, que é fisicamente idêntico a si. este duplo está em algum lugar do planeta, e se conecta ao seu idêntico por laços afetivos e emocionais de natureza sobrenatural. O nome doppelgänger se originou da fusão das palavras alemãs doppel (significa duplo, réplica ou duplicata) e gänger (andante, ambulante ou aquele que vaga). este filme aclamado de kieslowski, é obscuro, profundo e belo. inspirado no mito de doppelgänger, o diretor nos leva a testemunhar a vida de weronika, antes e depois de encontrar seu duplo, véronique. belíssima estória, com várias leituras. trilha e som incríveis, aliás, kieslowski é musical e se expressa maravilhosamente através desta. cenas lindíssimas. interpretações brilhantes. envolvente. curioso, imperdível.
michelangelo antonioni e wim wenders. não precisaria acrescentar mais nada.
além das nuvens é uma obra de arte sentimental, profunda e bela sobre as relações interpessoais, beirando as grandes histórias de amor. os afetos descobertos pelo sofrimento em comum, a paixão pelo oposto, o amor nunca realizado, a busca pela essência humana, a arte como forma de viver, a consciência de um olhar,.. enfim, um filme esplêndido sobre o amor e sua força impulsionadora e realizadora. os passos que nos movem. a vida. belíssima fotografia, imagens feita de sonhos. aquilo que há por trás das nuvens.
feito para tv, este fime com ótimas atuações, cativa pela personagem de nighy, que faz um desajeitado e tímido homem de meia-idade apaixonado por uma garota que é seu oposto. apesar de ele ser extremamente problemático, com dificuldades até em se expressar nas menores coisas, é tão carismático que 'nos pegamos' torcendo por ele. além desse enredo, o filme nos mostra também a influência de gina, que atua num ponto crucial de sua vida. ótimo filme. interpretação impecável de nighy. simples e belo.
este filme é espetacular. uma pena que foi pouco divulgado e não tenho certeza se foi lançado em dvd, já que assisti pela tv paga. a comédia quase sem falas {não que precise, pois a atriz tem uma expressividade impressionante} surpreende pelo realismo e criatividade, dois mundos opostos, mas presentes de forma simbiótica. os atores são ótimos. comédia inteligente que rende muitas risadas. genial.
o exílio sentimental. a palavra estrangeiro para mim tem um apelo tão sonoro, tão misterioso, profundo. estrangeiro, o que ainda não conhecemos, ou não nos é familiar, comum.
e quando a percepção deste despatriamento vem de nós mesmos ? quando nós nos sentimos estrangeiros dentro de nossas escolhas, caminhos, destino ? como será querer encontrar nosso lar sem saber este onde está ? a liberdade é um pouco contrário ao lar, a pátria, a segurança de um abraço.
a liberdade e a solidão caminham neste filme de walter salles de uma forma poética, tem a força de quem quer ser forte para ser livre, e nesta liberdade se encontra frágil. sonhos que nos levam em busca de terras, terras essas desconhecidas que podem não agradar ao conquistá-las. a vida desgarrada. além de toda esta proposta poética, há uma fotografia de encher os olhos. o preto no branco, o cinza, os tons do desligamento do real, da dureza, elegância, pureza. interpretações fortes, vivas. crítica ao brasil devastado, arrastado pela política.
não quero tratar deste filme em termos técnicos, mas tenho que ressaltar que possui a fotografia, os enquadramentos e cenas mais criativas e belas que já assisti. as imagens em sobreposição {retroprojeção e projeção frontal} a primeira vista dão ares grosseiros, mas ao meu ver, von trier quis dar esta impressão exatamente para refletir o distanciamento das personagens às ações. o foco é no sentir. imagens em p&b justapostas às coloridas em saturação baixa, também se aproveitam deste recurso, dando assim a sensação do sentimento pós-guerra, do alívio melancólico e cruel que a alemanha se encontrava. o filme começa com uma cena marcante, com a narrativa em off de max von sydow e sua voz entorpecente, embotada. vale lembrar que europa {ou zentropa, como é conhecido em alguns países} é o terceiro filme da chamada 'trilogia hipnótica', com elementos de um crime, de 84 e epidemic, de 88, e possuem o recurso da narrativa semelhante a hipnose. voltando ao visual, duas cenas são inesquecíveis de tão bem 'moldadas', a sequência da banheira e a cena da igreja sem teto, com a neve e os pássaros desfilando sua poesia. lars von trier já havia me deixado 'in love' com seu dogville, agora reforça com este europa. o choque de cultura é outro ponto a deliberar. a cultura européia pós-fascismo contraposta à cultura americana pragmática, bem colocada nas personagens do filme. fica então ao espectador, formar suas conclusões e ponto de vista dos dois olhares pós-guerra. a guerra psicológica que von trier nos retrata é tangível. o transe que a europa viveu após este episódio, e suas consequências são de forma belíssima representados por zentropa, o trem que aprisiona, amedontra, leva à tortura {psicológica} e à morte. mais uma obra de arte de lars von trier.
'a quiet little town not far from here' e não é isto que somos todos, uma pequena cidade um pouco distante uns dos outros ? nada é encoberto em dogville, tudo se revela, nas luz ou nas trevas. a visão total. sem portas, paredes ou janelas, criamos para nós mesmos essas 'ferramentas' de proteção. o ser humano na sua fragilidade, a humanidade e sua máscara ameaçadora. uma grande parábola. grace {graça} chega a esta pequena cidade que somos nós, e por motivos desconhecidos, se entrega, na sua fragilidade e necessidade. como aceitamos essa graça que se apresenta em nossas vidas ? o filme nos remete a reflexões importantíssimas, é preciso assistir com coragem e desprendimento. a vila do cão, como se intitula, a cruz que precisamos carregar. a figura do cão, a vida de cão, a doçura e instinto do cão, tudo o filme retrata. acolhemos e com a mesma mão que nutrimos, exigimos. acarinhamos e maltratamos. se te alimento sou teu dono. há tantas leituras para este filme inspirador.. cada personagem somos nós, nos vemos retratados com nosso resguardo, bondade, medo, necessidade, entrega, e isso só revela que somos: humanos. a humanidade carece da graça, mas nem esta aceita de graça. há o vil orgulho, a soberba e a falta de amor estampado em nossas caricaturas. grace tentou, mas ao final sucumbiu a sua humanidade. o final real. a eterna escolha. o eterno aperfeiçoamento.
existem duas maneiras de retratar bem o ser humano. rindo das tristezas ou olhando com seriedade as bençãos. no 'os contos de canterbury' de pasolini, baseado no livro de geoffrey chaucer, a vida está retratada em tom de sátira. talvez a verve de pasolini enxergue através da beleza humana e encontre em nós o que mais repreende em nossa natureza. talvez não haja glamour, elegancia, virtudes na natureza do homem. o filme não encerra-se aí, seria preciso lembrar a poesia que existe na descrição das cenas, a fotografia que é uma obra de arte, as interpretações sem impostura. algo tão dual como o ser humano, atrai e repele, aflige e agrada, nos leva a duvidar e refletir... pasolino escolheu a comédia, encontrar graça na desgraça, fazer da vida um teatro grego e ilustrar a grande trilogia da vida, com este filme.
abra os olhos. uma frase sugestiva. mas para que direção olhar ? neste caso amenábar nos convida a voltar os olhos para a dentro. tão profunda é a reflexão, que atinge os nossos sonhos. a busca pela perfeição/aceitação/superação retratada por noriega é no mínimo curiosa. com referências em 'o fantasma da ópera' e 'o retrato de dorian gray', o diretor nos leva a uma viagem através dos sonhos, desejos, alucinações e loucura.
como seria enxergar a total escuridão do seu ser ?
Um Passado Sombrio
3.1 126 Assista Agorapopcorn time
Pelos Olhos de Maisie
4.1 472 Assista Agoraque belo filme
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraAbbas, mais uma vez, usa a sutileza para carregar sentimentos. Belíssima maneira de contar histórias.
Imortais
2.9 1,9K Assista Agoramais uma vez...mickey rourke...
Manhã Transfigurada
3.0 4'Depois de 10 anos em produção, estreia nos cinemas “Manhã Transfigurada” , longa realizado em Santa Maria.
Um filme épico é algo grandioso. No cinema, são muitos os clássicos que encenaram ações heroicas e de grande fôlego. Mas um épico também pode se desenrolar atrás das câmeras, como mostra a trajetória do longa-metragem gaúcho Manhã Transfigurada. A produção de Santa Maria, que levou mais de 10 anos para ficar pronta, estreiou neste mês no circuito nacional como o primeiro longa gaúcho produzido no Interior.
Depois da sessão especial no Festival de Gramado, em 2008, e de entrar em cartaz em Santa Maria como pré-lançamento, o filme chega agora a salas de Porto Alegre (no Cine Santander), São Paulo, Rio de Janeiro e de outras capitais, com exibições em formato digital e 35mm. É mais uma etapa da trajetória que começou em 1996, quando o diretor Sergio de Assis Brasil (1947 – 2007) pretendia adaptar o livro de seu primo Luiz Antonio de Assis Brasil para uma minissérie. O projeto de longa-metragem surgiu dois anos depois, dando largada à corrida por captação de recursos via leis de incentivo, apoios e patrocínios.
– Havia aquele clima da retomada do cinema brasileiro. E se acreditava que, no futuro, a descentralização do audiovisual poderia criar um polo de produção em Santa Maria – lembra o produtor Alvaro de Carvalho Neto.
Em 2002, Sergio e equipe rodaram o filme. Com o tempo, a motivação de um grupo de entusiastas encontrou diversos obstáculos, como a falta de condições técnicas e financeiras. Sem ficar pronto dentro do tempo anunciado, Manhã Transfigurada passou a ter sua finalização desacreditada.
Em 2004, começou a montagem, e, no ano seguinte, foi gravada a trilha, composta por Gustavo Assis Brasil, filho de Sergio. Entre 2006 e 2007, o trabalho de formiguinha continuou, com projetos que buscavam recursos para a finalização. Nessa etapa, problemas no áudio levaram o diretor a fazer a dublagem de falas, que começou em outubro de 2007. No fim do mesmo ano, duas pessoas envolvidas no filme morreram antes de vê-lo pronto: o ator Pedro Freire Jr. e o próprio Sergio de Assis Brasil (devido a complicações de um câncer nos rins).
Alvaro de Carvalho Neto assumiu o projeto, comandando a finalização de som e imagem, com mixagem, correção de cor e transfer (passagem do digital para película). E, agora, ele prepara o lançamento nacional do filme. Para isso, a produtora Milimmetros fechou parceria com a distribuidora Pandora, de São Paulo.
– É uma distribuidora que trabalha com filmes independentes. No caso do Manhã, será algo cooperativado, já que a Pandora entra com o nome e a distribuição, e a gente, com os recursos – diz Alvaro, completando que o filme está orçado em R$ 500 mil.
Segundo o pesquisador Glênio Póvoas, Manhã Transfigurada será o primeiro longa gaúcho a sair do Interior para um circuito comercial:
– Tivemos produções de outros Estados filmadas no Interior. Mas com produção local mesmo, Manhã Transfigurada é a primeira. Em Santa Maria também foi realizado (em 1962) Os Abas Largas, mas a produtora era carioca. Talvez até exista experiências em vídeo, média-metragens ou documentários, mas não voltados ao mercado como Manhã – diz Glênio, professor de História do Cinema na PUCRS.'
A Dupla Vida de Véronique
4.1 275 Assista Agorasegundo as lendas germânicas, doppelgänger é ser fantástico que tem o dom de representar uma cópia idêntica de uma pessoa que escolhe ou que passa a acompanhar (dando uma ideia de que cada pessoa tem o seu próprio). o mito ensina que cada ser humano possui um duplo, que é fisicamente idêntico a si. este duplo está em algum lugar do planeta, e se conecta ao seu idêntico por laços afetivos e emocionais de natureza sobrenatural. O nome doppelgänger se originou da fusão das palavras alemãs doppel (significa duplo, réplica ou duplicata) e gänger (andante, ambulante ou aquele que vaga).
este filme aclamado de kieslowski, é obscuro, profundo e belo.
inspirado no mito de doppelgänger, o diretor nos leva a testemunhar a vida de weronika, antes e depois de encontrar seu duplo, véronique.
belíssima estória, com várias leituras. trilha e som incríveis, aliás, kieslowski é musical e se expressa maravilhosamente através desta.
cenas lindíssimas. interpretações brilhantes. envolvente. curioso, imperdível.
The Exploding Girl
3.1 20 Assista Agoraa cena final vale pelo filme
A França
3.4 20 Assista Agorasimples, despretencioso, adorável!
O Leitor
4.1 1,8K Assista Agoraumas das raras vezes em que o filme supera o livro
Budapeste
3.1 224deveu um pouco para o livro, mas enfim, é uma adaptação beeem livre. ainda fico com o livro e suas personagens sem tantas nuances.
Pagando Bem, que Mal Tem?
2.9 667 Assista Agorakevin smith é sempre bom, mas esse é o mais fraquinho
Copacabana
3.1 23ótimo. ótimos diálogos !
Além das Nuvens
3.7 24michelangelo antonioni e wim wenders.
não precisaria acrescentar mais nada.
além das nuvens é uma obra de arte sentimental, profunda e bela sobre as relações interpessoais, beirando as grandes histórias de amor.
os afetos descobertos pelo sofrimento em comum, a paixão pelo oposto, o amor nunca realizado, a busca pela essência humana, a arte como forma de viver, a consciência de um olhar,.. enfim, um filme esplêndido sobre o amor e sua força impulsionadora e realizadora. os passos que nos movem. a vida.
belíssima fotografia, imagens feita de sonhos. aquilo que há por trás das nuvens.
A Garota da Cafeteria
3.8 17feito para tv, este fime com ótimas atuações, cativa pela personagem de nighy, que faz um desajeitado e tímido homem de meia-idade apaixonado por uma garota que é seu oposto. apesar de ele ser extremamente problemático, com dificuldades até em se expressar nas menores coisas, é tão carismático que 'nos pegamos' torcendo por ele. além desse enredo, o filme nos mostra também a influência de gina, que atua num ponto crucial de sua vida.
ótimo filme. interpretação impecável de nighy. simples e belo.
Irmãos
3.7 26delicadeza em assuntos polêmicos. bela retratação.
Vontade Indômita
4.0 29inspirado em um dos meu livros preferidos
Tarde Demais para Esquecer
4.1 151 Assista Agoralindoo
L'iceberg
3.7 7este filme é espetacular. uma pena que foi pouco divulgado e não tenho certeza se foi lançado em dvd, já que assisti pela tv paga. a comédia quase sem falas {não que precise, pois a atriz tem uma expressividade impressionante} surpreende pelo realismo e criatividade, dois mundos opostos, mas presentes de forma simbiótica. os atores são ótimos. comédia inteligente que rende muitas risadas. genial.
Dolls
4.2 119maravilhoso
Terra Estrangeira
4.1 182 Assista Agorao exílio sentimental.
a palavra estrangeiro para mim tem um apelo tão sonoro, tão misterioso, profundo.
estrangeiro, o que ainda não conhecemos, ou não nos é familiar, comum.
e quando a percepção deste despatriamento vem de nós mesmos ?
quando nós nos sentimos estrangeiros dentro de nossas escolhas, caminhos, destino ?
como será querer encontrar nosso lar sem saber este onde está ?
a liberdade é um pouco contrário ao lar, a pátria, a segurança de um abraço.
a liberdade e a solidão caminham neste filme de walter salles de uma forma poética, tem a força de quem quer ser forte para ser livre, e nesta liberdade se encontra frágil.
sonhos que nos levam em busca de terras, terras essas desconhecidas que podem não agradar ao conquistá-las.
a vida desgarrada.
além de toda esta proposta poética, há uma fotografia de encher os olhos. o preto no branco, o cinza, os tons do desligamento do real, da dureza, elegância, pureza.
interpretações fortes, vivas.
crítica ao brasil devastado, arrastado pela política.
terra estrangeira do brasil.
Europa
4.0 117 Assista Agoranão quero tratar deste filme em termos técnicos, mas tenho que ressaltar que possui a fotografia, os enquadramentos e cenas mais criativas e belas que já assisti.
as imagens em sobreposição {retroprojeção e projeção frontal} a primeira vista dão ares grosseiros, mas ao meu ver, von trier quis dar esta impressão exatamente para refletir o distanciamento das personagens às ações. o foco é no sentir. imagens em p&b justapostas às coloridas em saturação baixa, também se aproveitam deste recurso, dando assim a sensação do sentimento pós-guerra, do alívio melancólico e cruel que a alemanha se encontrava.
o filme começa com uma cena marcante, com a narrativa em off de max von sydow e sua voz entorpecente, embotada. vale lembrar que europa {ou zentropa, como é conhecido em alguns países} é o terceiro filme da chamada 'trilogia hipnótica', com elementos de um crime, de 84 e epidemic, de 88, e possuem o recurso da narrativa semelhante a hipnose. voltando ao visual, duas cenas são inesquecíveis de tão bem 'moldadas', a sequência da banheira e a cena da igreja sem teto, com a neve e os pássaros desfilando sua poesia. lars von trier já havia me deixado 'in love' com seu dogville, agora reforça com este europa.
o choque de cultura é outro ponto a deliberar. a cultura européia pós-fascismo contraposta à cultura americana pragmática, bem colocada nas personagens do filme.
fica então ao espectador, formar suas conclusões e ponto de vista dos dois olhares pós-guerra.
a guerra psicológica que von trier nos retrata é tangível. o transe que a europa viveu após este episódio, e suas consequências são de forma belíssima representados por zentropa, o trem que aprisiona, amedontra, leva à tortura {psicológica} e à morte.
mais uma obra de arte de lars von trier.
Dogville
4.3 2,0K Assista Agora'a quiet little town not far from here' e não é isto que somos todos, uma pequena cidade um pouco distante uns dos outros ?
nada é encoberto em dogville, tudo se revela, nas luz ou nas trevas.
a visão total.
sem portas, paredes ou janelas, criamos para nós mesmos essas 'ferramentas' de proteção. o ser humano na sua fragilidade, a humanidade e sua máscara ameaçadora. uma grande parábola.
grace {graça} chega a esta pequena cidade que somos nós, e por motivos desconhecidos, se entrega, na sua fragilidade e necessidade.
como aceitamos essa graça que se apresenta em nossas vidas ?
o filme nos remete a reflexões importantíssimas, é preciso assistir com coragem e desprendimento.
a vila do cão, como se intitula, a cruz que precisamos carregar.
a figura do cão, a vida de cão, a doçura e instinto do cão, tudo o filme retrata.
acolhemos e com a mesma mão que nutrimos, exigimos. acarinhamos e maltratamos. se te alimento sou teu dono. há tantas leituras para este filme inspirador..
cada personagem somos nós, nos vemos retratados com nosso resguardo, bondade, medo, necessidade, entrega, e isso só revela que somos: humanos.
a humanidade carece da graça, mas nem esta aceita de graça. há o vil orgulho, a soberba e a falta de amor estampado em nossas caricaturas.
grace tentou, mas ao final sucumbiu a sua humanidade. o final real. a eterna escolha. o eterno aperfeiçoamento.
Os Contos de Canterbury
3.7 56existem duas maneiras de retratar bem o ser humano. rindo das tristezas ou olhando com seriedade as bençãos.
no 'os contos de canterbury' de pasolini, baseado no livro de geoffrey chaucer, a vida está retratada em tom de sátira.
talvez a verve de pasolini enxergue através da beleza humana e encontre em nós o que mais repreende em nossa natureza. talvez não haja glamour, elegancia, virtudes na natureza do homem.
o filme não encerra-se aí, seria preciso lembrar a poesia que existe na descrição das cenas, a fotografia que é uma obra de arte, as interpretações sem impostura. algo tão dual como o ser humano, atrai e repele, aflige e agrada, nos leva a duvidar e refletir...
pasolino escolheu a comédia, encontrar graça na desgraça, fazer da vida um teatro grego e ilustrar a grande trilogia da vida, com este filme.
Preso na Escuridão
4.2 497 Assista Agoraabra os olhos.
uma frase sugestiva. mas para que direção olhar ?
neste caso amenábar nos convida a voltar os olhos para a dentro. tão profunda é a reflexão, que atinge os nossos sonhos.
a busca pela perfeição/aceitação/superação retratada por noriega é no mínimo curiosa.
com referências em 'o fantasma da ópera' e 'o retrato de dorian gray', o diretor nos leva a uma viagem através dos sonhos, desejos, alucinações e loucura.
como seria enxergar a total escuridão do seu ser ?