O medo de envelhecer está presente em nossa sociedade em diversos níveis, desde os mais pessoais até nas questões macro econômicas. ... Em Lar dos Esquecidos conhecemos um mundo onde a população idosa começa a atacar outras pessoas durante uma onda de calor. Depois de uma introdução mostrando o dia do evento voltamos no tempo e passamos a acompanhar uma família que viaja para a antiga casa dos pais, no interior da Alemanha, para uma festa de casamento. ... Ao longo da festa conhecemos os principais personagens, mas assim que ela termina, como uma infestação de zumbis, os idosos parecem enlouquecer e começam a matar geral. ... É um horror alemão com uma trama bastante triste, sobre pessoas que, no fim da vida, são abandonadas por seus familiares em casas de repouso que mais parecem depósitos. O roteiro então se vale dos clichês dos zumbis para iniciar um novo tipo de caos com toques de questões sociais. ... As mortes são apresentadas de maneira bem gráfica e sempre com efeitos práticos, forma que contribui para um maior realismo. Mas se destaca por não parar apenas nisso, pois acaba levantando questões sobre o medo do envelhecimento, e como ele nos leva a esconder e tentar esquecer essa fase final da vida na mesma medida que cultuamos a eterna juventude. Medo que também é possível encontrar até nas esferas de política nacional, a qual sofre ao ver sua força de trabalho cada vez menor. ... A direção em geral consegue conduzir bem a história, mas existe um ruído, há uma desconexão entre a introdução e o início do filme que passa a sensação de termos perdido algo. É uma boa sequência que exprime elementos tanto da criação de cenário, quanto na ação, mas passa a sensação de algo sobrando, como se fosse um extra explicativo, mas desnecessário pelo adiantamento dos conflitos futuros e que demorariam para ressurgir.
Velhas casas sempre possuem seus esqueletos no armário. ... No filme O Ritual - Presença Maligna, acompanhamos uma família nos anos que antecedem a Segunda Guerra Mundial que muda para uma casa rural num vilarejo inglês e começa a ter experiências sobrenaturais. ... O roteiro trabalha com fanatismo religioso da parte do patriarca que trabalha como vigário na igreja local e logo descobrimos que o bispo possui objetivos obscuros em relação à ocupação da casa. Porém, o foco narrativo fica em Marianne e sua filha que começam a ter encontros estranhos na casa. ... A direção tenta variar nas tomadas, mas sem criar uma estética própria e faz parecer que são mais experimentos da produção sem uma função específica. ... A atmosfera de guerra que permeia o filme tem a intenção de ampliar a sensação de perigo que se manifesta dentro e fora da casa, mas a construção foi falha e confusa. A falta de ritmo prejudica ainda mais nossa imersão e o filme se mostra cansativo mesmo com a pouca duração. ... O melhor do filme é a locação da casa mal assombrada, pois possui vários quartos sem uso e corredores escondidos que fazem os personagens e espectadores se perderem no local.
Reencontrar um velho amigo está sempre a uma ligação de distância, sempre. ... O Telefone do Sr. Harrigan conta a história de um garoto órfão de mãe que passa a visitar a casa de um bilionário que vive em sua cidade para ler livros, já que por causa da idade avançada não consegue mais fazer isso sozinho. ... Assim, a medida que o filme se desenvolve a influência do Sr. Harrigan segue com o garoto, mesmo depois que a distância entre os dois se torna intransponível. Uma trama sobre crescer e amadurecer, mas que não se volta para o mais tradicional dos relacionamentos. ... Mas por ser inspirado num conto do Stephen King, mesmo encabeçado por um protagonista jovem, não podemos esperar algo voltado para o público infantil, ainda que também não estamos diante de uma obra de horror. ... O sobrenatural é sugerido numa perspectiva de fábula contemporânea, um drama sobre um adolescente que lidou com a perda, enterrando ela, mas que precisa encará-la outras vezes e assumir responsabilidades sobre seus desejos. ... É difícil dissociar a atmosfera cinzenta do Maine de um drama ou horror, ela por si só já traz uma carga mais pesada e depressiva. E nesse ambiente tanto Jaeden Martell, como Donald Sutelherland, dominam o filme, com suas atuações carregadas de uma emoção soturna. ... Ambientado em meados da década de 2000, o celular ainda é uma novidade estranha e aparece no filme como uma ferramenta capaz de revolucionar o mundo com sua velocidade de conexão, da mesma forma que manipula e cria verdades. ... É interessante também como o roteiro mostra que dentro da escola a posse desses telefones designa status, com os grupos de popularidade se dividindo de acordo com as marcas da época, claro, com o "inovador" iPhone como protagonista.
Filmes sobre personagens de videogames sempre deixam apreensivos, mas depois de um primeiro susto, Sonic se provou ao público e ganhou uma continuação. ... No segundo filme descobrimos que as tentativas do Doutor Robotinic fugir do Mundo dos Cogumelos chamou a atenção de outros planetas o suficiente para encontrar um aliado e uma oportunidade. Enquanto na Terra o porco espinhos azul se diverte como uma espécie de super-herói velocista salvando o mundo com o mínimo de responsabilidade e causando enorme destruição. ... Mas não para nisso, pois Knuckles, a última equidna guerreira do universo aparece para derrotar o porco sapinho e conquistar o poder absoluto das esmeraldas mestre. Felizmente uma certa raposa de duas caldas aparece para ajudar o Sonic. ... O filme é divertido, mas ele parece ainda mais voltado para o público infantil que o anterior, e desenvolve uma trama sobre confiança, responsabilidade e amadurecimento de um personagem que demonstra ter entre 10 e 12 anos de idade. ... A parte mais fraca fica por conta da parte dos dramas humanos que são bem bobos em contraponto com as interações dos animais alienígenas superpoderosos. É incrível como o Jim Carrey é o único humano que funciona entre os heróis coloridos, inclusive ele quase não se encontra com os outros humanos. ... Os feitos especiais são essenciais nesse tipo de produção e conecta muito bem realidade e fantasia, falhando apenas na parte narrativa de cenas estendidas desnecessariamente entre os humanos, principalmente no casamento. ... Então, divirta-se com os eastereggs que aparecem em peso nesta segunda parte que vem dos inúmeros jogos da franquia com um tom mais aventuresco.
Fracassos também são oportunidades, assim como estar no lugar errado, na hora errada pode trazer esperança para um último desejo. ... Em Adeus Idiotas acompanhamos a história de duas pessoas improváveis se cruzando: Suze, uma cabeleireira que desenvolveu uma doença pulmonar autoimune por causa do uso excessivo de spray; e Jean, um técnico em segurança de rede que foi despedido por ser muito velho. ... A mulher então resolve ir atrás de um filho que ela doou logo depois do parto e chantageia o técnico que falhou numa tentativa de suicídio acertando um colega de trabalho. ... Essa série de situações improváveis vai colocar a polícia e o serviço secreto atrás do técnico que passa a ser considerado terrorista, mas para escapar precisa da ajuda e ajudar a cabeleireira. ... Apesar dos acontecimentos bizarros, o filme assume tons de drama que vão escalonando até tomar todo o ato final, com alguns respiros de comédia física centrado num coadjuvante cego que acompanha a dupla.
Não é porque banalizaram o olhar para dentro do abismo que este abismo vai deixar de olhar para dentro de você. ... Em Mensageiro do Último Dia conhecemos um grupo de amigos viajando pelas montanhas do Tibet, um deles cai numa fenda e entra num estado catatônico depois de encontrar a ossada de um deus ancestral. O grupo então se abriga numa casa que encontram e ficam presos por causa da nevasca. ... Alguns anos depois a entidade que se tornou uma lenda urbana é invocada por adolescentes numa cidadezinha no interior dos EUA. A partir de então, pessoas começam a sumir ou se suicidar numa espécie de seita/coach sobre o fim do mundo e acompanhamos tudo a partir da investigação de um ex-policial. ... O design da ossada da criatura humanoide e todo a construção ao redor do encontro inicial é o melhor do filme, mas parece que foi apenas nisso que pensaram. Ela é muito maior que uma pessoa normal, colocado na posição de joelhos com as mãos juntas e apêndices ósseos saindo de suas costas. ... É um filme que tem uma introdução muito boa e conclusão interessante, mas com enorme problema no desenvolvimento extremamente lento e cansativo, o total oposto dos 20 minutos iniciais da introdução. A produção ganharia muito com um trabalho de edição, mas infelizmente foi vítima do abandono da Disney depois que esta comprou a Fox em 2019. ... 5/10 ... obs. essa é uma revisão do filme, faz alguns anos que eu assisti o filme e tinha gostado bem mais, inclusive tem uma resenha minha aqui no FIlmow muito mais animado...
O fã das adaptações dos quadrinhos da DC vive numa eterna montanha russa, planos são feitos e desfeitos de um período do dia para o outro, com a consistência de certo presidente do Brasil. Então quando algo finalmente chega ao cinema costuma ser bem aceito. ... Adão Negro é mais uma adaptação de um personagem das Hqs, não um herói, mas um vilão pouco conhecido para além dos leitores das páginas com balõezinhos, aqui aproveitada sua faceta antiheroica que leva a justiça da forma que acredita que deva ser feita nem que para isso precise matar quem estiver na sua frente. ... O filme começa em 2600 Antes de Cristo, quando Kahndaq era dominado por um rei tirano que escravizou a população na busca pelo poder da entidade demoníaca conhecida por Sabbac. Uma introdução/origem de 20 minutos antes de seguirmos para o presente numa sequência Tomb Raider e a aparição definitiva do protagonista. ... A partir de então temos um fiapo de história para justificar sequências de sequências de lutas destruindo patrimônio histórico e arqueológico. Estas são empolgantes e apresentam bons efeitos especiais, apesar de não mostrar nada muito diferente do que já vimos em outros filmes de heróis (ignore o vilão, especificamente ele está regularmente ruim, efeitos, história e atuação, nada salva). ... Mas ainda que não traga nada de efetivamente novo, é um filme divertido que prende a atenção pelo carisma do protagonista e a participação da Sociedade da Justiça que ainda que não tenha grande desenvolvimento, praticamente coprotagoniza a história, com destaque para o Gavião Negro e Dr Destino. ... A ação se concentra em Kahndaq, um país fictício inspirado no oriente próximo que sofre com a ocupação de um exército terrorista de mercenários no melhor estilo Oriente Médio invadido pelos EUA. Inclusive toca na questão de que heróis não devem matar seus inimigos, mas o que acontece quando um país sempre foi ignorado pelos heróis do mundo livre? ... O sempre existente alívio cômico é fraco, mas felizmente secundário ou terciário e que não atrapalha as cenas dramáticas. Infelizmente temos que ressaltar os problemas, que além do vilão, temos uma trilha sonora mal escolhida; referências pouco inspiradas e sutis; e um personagem, o garoto responsável pela conexão com o público, que poderia ter menos importância na trama, até porque, ele o ator precisa de muita escola de atuação. ... 6/10
No começo de agosto escrevi uma resenha sobre o início de Anéis do Poder, um mergulho no mundo mágico do Tolkien em 3 episódios iniciais que serviriam como apresentação de todo uma nova realidade. ... Depois dos três primeiros episódios onde uma nova espécie/sociedade era apresentada, a história começou efetivamente sem nenhuma pressa, com o tempo da eterna vida de um elfo. E não, não estou reclamando, pois assim a produção se permitia mostrar certos núcleos, apenas quando necessário, sem inchar os episódios com sequências desnecessárias. ... Assim, temos uma trama que se divide em três núcleos principais e a partir destes temos algumas ramificações. De um lado a jornada de Galandriel em conseguir aliados para enfrentar o mal supostamente destruído; os protohobbits nômades indo de um lugar para o outro e precisando lidar com um barbudo que caiu do céu; Arondir, nas terras do sul, enfrentando o renascer dos orcs; e as interações entre Elrond e Turin, ora no reino dos anões, ora no dos elfos. ... Cada local tratado com cuidado e diferenças que se sobressaíam não apenas na estética, como também na narrativa. Movendo a trama em alguns pontos chave, principalmente nos últimos episódios, e deixando questões como a queda dos arrogantes e xenófobos nurmenorianos ou a organização de Mordor para a próxima temporada ... Os salvamentos de última hora e algumas facilidades são bem recorrentes e podem incomodar um pouco, mas eles se conectam ao tom épico heróico típico desse tipo de narrativa, ainda que num tom menos derrotista que nos textos do Tolkien. ... Enfim, estamos apenas no início da jornada, que promete muito caos com ascensão do mal e também muita desentendimentos entre os povos antes das alianças da guerra. Que venha a segunda temporada.
É normal termos vários medos, o problema é quando eles nos impedem de seguir em frente. ... Em 100 Medos acompanhamos Sole Santoro, uma garota que reúne todos os medos possíveis desde criança que se acentuaram depois que sua melhor amiga, que já havia ido embora da cidade com o marido, sofreu um acidente. ... Próximo de seu aniversário de 25 anos reencontra um antigo amor platônico, irmão de sua amiga, e que se transforma numa fagulha para que ela, com apoio dos amigos e do psicólogo, passe a enfrentar os medos. ... Narrado em primeira pessoa, com a própria protagonista conversando com o espectador, temos uma dramédia que empresta elementos da comédia, mas que foca muito mais no desenvolvimento, traumas e vitórias pessoais da protagonista. ... O filme se vale de clichês do gênero e atores apenas ok, mas com a leveza proporcionada pela narrativa intrusiva, dinâmica e irônica imersos numa ambientação paradisíaca que se aproveita da já aconchegante fotografia mediterrânea da Apúlia; levanta um debate importante sobre um problema tão disseminado na contemporaneidade: os transtornos de ansiedade. ... 6/10
Uma das características mais básicas do Hulk é sua dualidade, o médico e o monstro, a calma e a raiva. Mas num mundo onde aprender a controlar a raiva é cotidiano, os desafios não estão no descontrole. ... Em Mulher-Hulk conhecemos a prima de Bruce Banner, uma ótima advogada que trabalha para a promotoria de Los Angeles, mas depois de um acidente que a transformou numa versão verde de si mesma e passou a assumir defender pessoas superpoderosas. ... É uma divertida comédia que lembra clássicos como Ally McBeal, mas com o tempero super da Marvel. Assim, com bom humor e muita ironia, a série aproveita da metalinguagem para brincar com ela mesma e com as críticas feitas pela internet desde que a personagem foi apresentada, ou mesmo sobre os filmes do MCU. ... Junto a isso, e talvez o ponto onde mais brilhe, é trabalhar o machismo do dia a dia que se manifesta em diferentes formas como a mega advogada precisando provar que é capaz a todo momento, ou quando seus sucessos profissionais são eclipsados por supostos fracassos no campo emocional (fracasso este que pode ser simplesmente não querer nada com ninguém). ... Com ótimo ritmo e grandes atuações, são poucas as vezes que deixa a comédia passar do tom, e nesse ponto é bom ressaltar que é sim uma produção de humor. Com uma estrutura narrativa onde personagens sempre retornam em arcos intercalados de forma a ajudar a não transparecer tanto a estrutura episódica e tornar a "maratona" bem prazerosa. ... O que não tem defesa são os efeitos especiais da protagonista, ela é uma personagem que exige com certa frequência essas trucagens digitais, e vemos um esforço grande para tudo funcionar muito bem, mas o rosto de Jen fica estranho e vez ou outra olha para o nada, ou parece estar descolada da cena real.
A Turma da Mônica não é o único grupo de crianças das HQs brasileiras. ... Na série do Menino Maluquinho acompanhamos o garoto de panela na cabeça chegando à cidadezinha de interior chamada Benvinda e causando várias confusões com muita imaginação. ... Não é a primeira adaptação do personagem que já recebeu versões em três dimensões e em carne e osso. Desta vez as crianças recebem um traço aproximado ao criado pelo icônico Ziraldo, mas com um dinamismo maior e simplicidade que remete aos "cartoon cartoons" dos anos 90/2000. ... São episódios pequenos, de dez minutos em média, que convida o espectador a se divertir com os planos criativos de uma criança que tem como único objetivo se divertir.
Pessoas são estúpidas, clicam em links desconhecidas, elegem assassinos, participam de desafios bizarros na internet. ... Meme do Mal, é isso mesmo, esse foi o nome escolhido aqui no Brasil, vai acompanhar uma garota que quer ser influencer digital fazendo vídeos de sons "relaxantes". Os adultos ficam com medo que a internet pode influenciar as crianças e começam a tentar um detox digital com medo da criatura vinda dos memes. ... Não dá para saber se é um terror por causa do monstro, um drama de adolescentes sem acesso à internet, ou uma comédia de absurdo, a única certeza é que o filme se leva a sério. Mas superada a sensação constante de "o que eu tô fazendo assistindo a isso" é possível encontrar algo interessante. ... Vemos uma trama de pais desconectados de seus filhos que clicam em links suspeitos, e a indústria de mentiras e boatos que cria uma histeria coletiva, uma mãe bizarra (quantas vezes eu falei isso?) que tem um sites de auto ajuda/coach, apenas uma jogada de marketing agressiva de uma mãe blogueira? ... Com personagens unidimensional em sua maioria e atores apenas pagando seus boletos, a atuação não compromete e gostei do design do vilão que mistura o Momo dos memes assassinos de 2019 com o Slenderman e pitadas do Ryuk do Death Note. Não é grande coisa, mas efeitos práticos costumam ganhar pontos.
Algumas violências penetram tão fundo que nunca são curadas. ... Antes de tudo vale dizer que Uma Garota de Muita Sorte não é um filme fácil, pois além de ser inspirado numa história real, trata de traumas infelizmente muito mais comuns do que podemos pensar, mas muitas vezes invisibilizados por uma sociedade que acaba criminalizando a vítima. ... A história acompanha uma jornalista prestes a conquistar o tão desejado casamento, no trabalho ela luta por reconhecimento e outros temas além de uma coluna sobre sexualidade. Mas a vida perfeita começa a ruir quando um documentário independente ressuscita um antigo fantasma de seu passado. ... É um drama tenso, sobre uma personagem cansada de agradar à todos e esconder suas mágoas, que perde aos poucos o controle e deixa uma raiva enterrada voltar à superfície. Feridas mal cicatrizadas do passado que vamos conhecer aos poucos por flahsbacks que nos mostram a adolescência que passou numa escola da alta sociedade. ... Temos dois tons narrativos seguindo cada um dos tempos, um presente incômodo, sobre alguém que não lidou com os traumas e vive de aparências escondendo suas opiniões. Enquanto o colégio assume uma ambientação mais tradicional de história adolescente, pelo menos a princípio, pois as relações nada saudáveis vão escalonar para diferentes violências. ... O "estudo de personagem" é liderado por Mila Kunis, que se entrega a um papel pesado e real com intensidade, mas permitindo um toque de sarcasmo característico da atriz. Enquanto a versão mais jovem, foi interpretado pela não tão conhecida Chiara Aurélia. São momentos complementares com arcos próprios de transformação, ainda que intimamente conectados. ... Para quem ainda não entendeu os temas, convido a assistir e refletir, mas esteja preparado para algo muito indigesto.
Em 1995 a Pixar nos mostrou o que os brinquedo fazem quando seus donos não estão olhando, mas nem todos ficam traçando planos mirabolantes para manter o amor de seus donos, alguns gostam apenas de assassinar pessoas mesmo. ... Ninguém imaginava que um filme de terror sobre um boneco assassino fosse fazer tanto sucesso e gerar tantas continuações, muito menos que um dia ele ganharia uma série e que todas as histórias já contadas fossem assumidas como reais. ... Depois de noivas, filhos e cultos, chegou a vez de uma série que acompanha Jake, um garoto que depois de perder a mãe sofrer bullying no colégio fica cada vez mais isolado em casa com projetos artísticos macabros de escultura com cabeças de bonecos. ... A trama tem como mote principal expor a todo momento a hipocrisia da sociedade de aparências a partir da alta sociedade de Hanckensack, uma cidadezinha em New Jersey. É "encantador" o sarcasmo do boneco assassino tentando converter adeptos a um modo de vida que resolve qualquer problema com facadas e assassinatos eventuais. ... Em paralelo temos um bom desenvolvimento dos personagens que ganham complexidade aos poucos a partir de temas como família e sexualidade que são trabalhados por diferentes perspectivas e sempre com muita naturalidade. ... Surpreende também a violência, pois quem pensa que a série poderia pegar mais leve por ter crianças como protagonista, esqueça, o sangue rola solto com mortes bastante variadas e gráficas, sem se importar muito com a idade da vítima. ... Para completar, e retomando o que já comentei acima, a produção fez questão de revisitar e convidar vários dos sobreviventes dos filmes anteriores, retornando atores e personagens com traumas específicos e mostrando como o mundo da franquia tem vida própria. ... Por fim, vale ressaltar o bom trabalho de direção que além de ter um bom controle do ritmo de viradas de roteiro; utiliza os efeitos digitais de forma pontual, favorecendo as trucagens práticas e tornando cada movimento e expressão do Chucky real.
Foo Fighters cansou de ser um sucesso musical e ao invés de lançar seu décimo álbum resolveram fazer um documentário sobre os bastidores de produção de seu mais novo estouro com Studio 666. ... Ok, não é um documentário está mais para um terrir com muito sangue e vísceras e que até certo ponto é autoreferencial. Acompanhamos a banda do Foo Fighters em busca de um novo álbum de sucesso, mas para gravá-lo eles vão para uma antiga mansão abandonada que na década de 1990 serviu de estúdio para outra banda que foi completamente assassinada. ... A banda então muda para a nova casa a fim de uma imersão de no máximo um mês, mas claro que coisas estranhas começam a acontecer banda e equipe começam a ser mortos um a um. ... Os músicos estão muito bem encarnado eles mesmos e os típicos arquétipos de terror que ignoram os sinais para sair correndo. Assim, o segredo é abraçar o tom galhofa com humor muitas vezes histérico e completamente trash.
Nem só de super-heróis vive o universo Marvel, na década de 1970 a editora tentou retornar às próprias origens e explorar a vertente do terror, o que fez com relativo sucesso, agora chegou a vez disso acontecer em carne e osso. ... Em Lobisomem na Noite acompanhamos uma cerimônia de passagem de manto, a morte de Ulysses Bloodstone, o maior caçador de monstros do mundo, libera uma disputa por um artefato mágico capaz de despertar várias habilidades para o portador. ... Um média metragem de ação com monstros e que se destaca das produções mais recentes da Marvel por explorar bastante as referências estéticas. ... Inspirada nos grandes clássicos do cinema de horror da década de 1930 o filme não se resume apenas à escolha pelas cores em preto e branco, mas ao estilo de interpretação mais exagerada, à iluminação, tomadas e closes. Tudo para nos levar de volta no tempo. ... Ou quase tudo, pois sim, encontramos ainda muito do DNA Marvel, desde o tom mais animado e as piadinhas sarcásticas até às lutas cheias de malabarismo. As várias referências às Hqs e às influências para essas referências a qual os mesmos quadrinhos se inspiraram estão por todos os lados, mas a insistência pelo humor depõe contra a proposta e no fim, temos mais do mesmo, mas preto e branco e em menos tempo. Decepcionante.
Quais são os limites que estamos dispostos a chegar para encontrar um familiar? ... No filme Os Suspeitos acompanhamos a investigação de um possível sequestro de duas meninas no dia de Ação de Graças, mas a falta de pistas e a dificuldade de trabalho da polícia irrita os pais que buscam fazer justiça com as próprias mãos. ... É um suspense longo, mas que captura o espectador logo nos primeiros minutos, sempre mantendo a tensão pela falta de pistas e as suspeitas surgindo de pequenas (e muitas vezes irrelevantes) situações que leva ao desespero e loucura crescente. ... Tudo se passa em duas linhas principalmente, a polícia de mãos atadas sem encontrar nada e soltando várias "esqueletos escondidos em armários" pela cidade. Os pais, por sua vez, conduzem a busca de forma bastante agressiva, nem que precisem atravessar algumas linhas morais. ... Apesar da bela fotografia de outono, que ajuda na construção da ambientação de desesperança. O filme se destaca pela direção atenta capaz de conduzir a história por meio apenas de suspeitas e sugestões circunstanciais, e do elenco estelar (alguns ainda jovens, mas que já respondem bem aos desafios dramáticos) que realmente dominam a produção. ... Quando algo é muito bom, acabamos achando os defeitos nos detalhes como umas falhas em procedimentos de investigação que resolveria algumas questões mais facilmente, mas isso sou eu procurando "pelo em ovo".
A preguiça de ler legendas e a presunção de se achar o centro do mundo faz indústria de Hollywood visitar sucessos do mundo inteiro e regrava-los. ... Em Boa Noite, Mamãe! conhecemos dois irmãos, gêmeos, que reencontram a mãe depois de uma temporada na casa do pai, acontece que a mulher que eles encontram pode não ser aquela que eles pensavam. ... Desde o início temos algumas pistas que levantam dúvidas em relação à identidade da mãe dos garotos, a máscara de recuperação de uma cirurgia, o relacionamento mais frio e até violento, além de outras pequenas situações que surgem ao longo do filme. ... O filme nos conduz pelos olhos das crianças, o que nos leva a acreditar em suas desconfianças, mas seriam elas fantasias? Pistas circunstanciais? Ou realmente aconteceu algo macabro? ... O filme original austríaco foi lançado em 2014, conquistou crítica e público em festivais e no circuito comercial. Ele causava bastante incômodo no espectador por meio de truques de câmera e design de sons levando ao terror psicológico do roteiro que também contava com uma economia de diálogos. ... Mas essa versão apenas copia a história sem se preocupar, ou pelo menos, sem apresentar a mesma qualidade técnica no uso das câmeras ou sons que no original sempre tinha função narrativa e de ambientação... Aqui tudo é mais didático e por vezes até telegrafado, tornando a experiência mais vazia, quase uma aventura sobre medos infantis ao invés de um horror sobre depressão e culpa.
Alguns filmes nos ajudam a sonhar, outros nos revelam uma realidade tão cruel que faz o gênero do horror uma mera fantasia. ... Em Garotos de Bem acompanhamos um grupo que estuda num colégio masculino de ensino católico no ano de 1975. Inspirado num crime real, o filme já indica o que veremos na introdução revelando brevemente que um crime pode ter acontecido, mas antes retornamos seis meses antes. ... Com uma estrutura narrativa bastante fragmentada, e que pode causar confusão, vamos pulando no tempo entre o evento principal e o período de seis meses ao mesmo tempo que acompanhamos o dia a dia de alguns personagens, mas sem nunca encerrar qualquer conflito, apenas para oferecer amostras para compor a personalidade e expor a hipocrisia das aparências que domina sociedade em questão. ... Na parte da direção vemos uma boa apresentação de atmosfera, com o tensão crescente desde a introdução, e brincando com distrações e pistas falsas que confundem o espectador. Pedaços de histórias que não revelam qual seria o crime ou seus culpados, mas sempre expõe de alguma forma a misoginia naturalizada da sociedade até que ela chega às últimas consequências. ... A história é pesada e nada fácil de assistir, em especial pelo ato final bastante chocante. Mas infelizmente é real e no qual a violência continua mesmo depois do fim da história, tudo evidenciando pelos textos de conclusão que mostra o falho desenrolar da justiça.
O medo do desconhecido não terminou com a chegada da "civilização" a todos os continentes, pois entre as grandes rodovias, um simples atalho pode representar perigos inesperados. ... A franquia de horror Pânico na Floresta tem apenas 20 anos e já soma sete filmes em sua coleção. Mas tudo começou quando um médico a caminho de uma reunião de emprego pega um atalho para fugir do congestionando e bate o carro na van de grupo de jovens indo para um acampamento. ... Fórmula básica que coloca várias pessoas presas num local inóspito e mortes começam a acontecer, no caso, o encontro com canibais que vivem isolados na floresta e caçam suas vítimas espalhando armadilhas.
Todo lançamento dos Estúdios Ghibli são cercados de expectativa e embora ele tenha seus primeiros trabalhos na década de 1980, foi apenas em 2003 que conquistou o mundo, com o Oscar se melhor animação para A Viagem de Chihiro. ... Na animação acompanhamos Chihiro, uma garotinha que está de mudança com os pais para uma nova cidade, mas antes de chegar na nova casa a família se perde na floresta e descobre a entrada do que parece ser um antigo parque de diversões abandonado. ... Viagem de Chihiro é um tipo de filme que proporciona inúmeras camadas de interpretação, perspectivas que se complementam, mas que só são percebidas com muitas revisitas. Assim, sob o ponto de vista da aventura, temos uma narrativa dinâmica e imersiva sobre uma garota que descobre um mundo de fantasia governado por uma bruxa no melhor estilo de Alice no País das Maravilhas. ... Mas é possível ir muito além, pois é possível encontrar no subtexto, conflito de classes; uma espécie de sistema de castas entre os deuses visitantes na casa de banhos e os funcionários que são tratados como escravos; um debate sobre a decadente economia japonesa da segunda metade da década de 1990, que após uma grave crise deixou ruínas espalhadas pelo país; além de confrontos entre o suposto progresso e a tradição, a exploração da natureza e sua preservação; entre outras possibilidades. ... É interessante como a trama se utiliza de elementos clássicos da fantasia, como o mundo das fadas do Shakespeare e outras lendas, no qual não podemos pegar nada do fantástico, com risco de ficarmos presos nele. E tudo acompanhado das escolhas estéticas que sugerem alguns dos elementos mencionados acima, além de trazer vida e emoção para a protagonista que sofre com os horrores da solidão e de um parque noturno povoado por criaturas e espíritos em contraste com a alegre trilha sonora.
Demorou três anos, mas a segunda temporada da animação Primal finalmente chegou ao streaming e qualquer criação de Genndy Tartakovsky deve ser sempre lembrada. ... Assim, a história do homem das cavernas e seu companheiro tiranossauro continua imediatamente após os eventos do episódio final do primeiro ano: o sequestro de Mira por uma sociedade além mar. ... Foi uma forma de ampliar imensamente as possibilidades narrativas que até então estava concentrada no relacionamento da dupla. Assim, temos a oportunidade de ver diferentes culturas que fazem referência a algo análogo aos vikings, egípcios, babilônicos, entre outros, inclusive suas mitologias e sob a perspectiva da improvável dupla de amigos. ... E não é por ser uma animação que não seja tenso e sanguinário, a dupla corre risco de morrer a todo o momento, seja por fome, tempestades, outros humanos ou criaturas ainda maiores e mais perigosas. ... Da mesma forma que vemos o desespero quando algum deles é ferido, a tristeza da solidão, a parceria levada quase com aquele sarcasmo de uma amizade sincera, tudo apenas com olhares, gritos e o simples movimento do corpo. É estilizado, bruto, mas é real. ... Temporada 10/10 Série 9/10
Ninguém tem descanso, não importa quão longe você se esconda. ... Lou é uma senhora de poucas palavras que vive com seu cão em casa isolada numa ilha na costa oeste. Tudo ia bem, até que no dia que ela iria dar adeus à sua vida, a filha da vizinha é sequestrada e antigas habilidades precisam ser colocadas à prova. ... Um suspense de sobrevivência e resgate bem construído, com duas personagens aliadas, mas em conflito constante, as desenvolvendo e aproximando nos medos e motivações. Enquanto temas como envelhecimento, violência doméstica e militar servem como base para entendermos os perigos potenciais. ... Toda a trama depende muito da interação das protagonistas e as atrizes sustentam muito bem todas as transformações propostas pelo roteiro, ressaltando suas diferenças e convencendo nas decisões, mesmo as mais controversas. ... Somado a isso, temos uma ambientação que se torna ainda mais tensa e claustrofóbica pela chuva torrencial que toma todo o arco central do resgate.
Uma aventura de sentimentos e amadurecimento com uma pitada de Paul Thomas Anderson. ... Em Licorice Pizza conhecemos o jovem ator de 15 anos, Gary Valentine e Alana Kane, uma garota que só quer mudar sua vida. Eles se encontram, se apaixonam, mas mantém uma relação complicada, em especial pela diferença de idade de quase 10 anos. ... É uma comédia dramática intimista que atravessa o ano de 1973 sem que os grandes eventos afetem diretamente a trama, mas ocorrendo apenas de forma orbital, pois o foco é sempre no conturbado relacionamento da dupla de protagonistas. ... Os dois atores protagonistas são conviventes e conduzem muito bem o filme, chamando atenção para o domínio de cena, visto que ambos são estreantes e não são eclipsados pelas participações especiais estelares. ... Mas o grande destaque fica por conta da parte técnica que apresentando uma bela fotografia com tom amarelado e granulação que remete às produções da época e figurinos que complementam a ambientação.
Lar dos Esquecidos
2.6 130 Assista AgoraO medo de envelhecer está presente em nossa sociedade em diversos níveis, desde os mais pessoais até nas questões macro econômicas.
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Em Lar dos Esquecidos conhecemos um mundo onde a população idosa começa a atacar outras pessoas durante uma onda de calor. Depois de uma introdução mostrando o dia do evento voltamos no tempo e passamos a acompanhar uma família que viaja para a antiga casa dos pais, no interior da Alemanha, para uma festa de casamento.
...
Ao longo da festa conhecemos os principais personagens, mas assim que ela termina, como uma infestação de zumbis, os idosos parecem enlouquecer e começam a matar geral.
...
É um horror alemão com uma trama bastante triste, sobre pessoas que, no fim da vida, são abandonadas por seus familiares em casas de repouso que mais parecem depósitos. O roteiro então se vale dos clichês dos zumbis para iniciar um novo tipo de caos com toques de questões sociais.
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As mortes são apresentadas de maneira bem gráfica e sempre com efeitos práticos, forma que contribui para um maior realismo. Mas se destaca por não parar apenas nisso, pois acaba levantando questões sobre o medo do envelhecimento, e como ele nos leva a esconder e tentar esquecer essa fase final da vida na mesma medida que cultuamos a eterna juventude. Medo que também é possível encontrar até nas esferas de política nacional, a qual sofre ao ver sua força de trabalho cada vez menor.
...
A direção em geral consegue conduzir bem a história, mas existe um ruído, há uma desconexão entre a introdução e o início do filme que passa a sensação de termos perdido algo. É uma boa sequência que exprime elementos tanto da criação de cenário, quanto na ação, mas passa a sensação de algo sobrando, como se fosse um extra explicativo, mas desnecessário pelo adiantamento dos conflitos futuros e que demorariam para ressurgir.
O Ritual: Presença Maligna
1.8 31Velhas casas sempre possuem seus esqueletos no armário.
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No filme O Ritual - Presença Maligna, acompanhamos uma família nos anos que antecedem a Segunda Guerra Mundial que muda para uma casa rural num vilarejo inglês e começa a ter experiências sobrenaturais.
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O roteiro trabalha com fanatismo religioso da parte do patriarca que trabalha como vigário na igreja local e logo descobrimos que o bispo possui objetivos obscuros em relação à ocupação da casa. Porém, o foco narrativo fica em Marianne e sua filha que começam a ter encontros estranhos na casa.
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A direção tenta variar nas tomadas, mas sem criar uma estética própria e faz parecer que são mais experimentos da produção sem uma função específica.
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A atmosfera de guerra que permeia o filme tem a intenção de ampliar a sensação de perigo que se manifesta dentro e fora da casa, mas a construção foi falha e confusa. A falta de ritmo prejudica ainda mais nossa imersão e o filme se mostra cansativo mesmo com a pouca duração.
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O melhor do filme é a locação da casa mal assombrada, pois possui vários quartos sem uso e corredores escondidos que fazem os personagens e espectadores se perderem no local.
O Telefone do Sr. Harrigan
2.8 219 Assista AgoraReencontrar um velho amigo está sempre a uma ligação de distância, sempre.
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O Telefone do Sr. Harrigan conta a história de um garoto órfão de mãe que passa a visitar a casa de um bilionário que vive em sua cidade para ler livros, já que por causa da idade avançada não consegue mais fazer isso sozinho.
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Assim, a medida que o filme se desenvolve a influência do Sr. Harrigan segue com o garoto, mesmo depois que a distância entre os dois se torna intransponível. Uma trama sobre crescer e amadurecer, mas que não se volta para o mais tradicional dos relacionamentos.
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Mas por ser inspirado num conto do Stephen King, mesmo encabeçado por um protagonista jovem, não podemos esperar algo voltado para o público infantil, ainda que também não estamos diante de uma obra de horror.
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O sobrenatural é sugerido numa perspectiva de fábula contemporânea, um drama sobre um adolescente que lidou com a perda, enterrando ela, mas que precisa encará-la outras vezes e assumir responsabilidades sobre seus desejos.
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É difícil dissociar a atmosfera cinzenta do Maine de um drama ou horror, ela por si só já traz uma carga mais pesada e depressiva. E nesse ambiente tanto Jaeden Martell, como Donald Sutelherland, dominam o filme, com suas atuações carregadas de uma emoção soturna.
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Ambientado em meados da década de 2000, o celular ainda é uma novidade estranha e aparece no filme como uma ferramenta capaz de revolucionar o mundo com sua velocidade de conexão, da mesma forma que manipula e cria verdades.
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É interessante também como o roteiro mostra que dentro da escola a posse desses telefones designa status, com os grupos de popularidade se dividindo de acordo com as marcas da época, claro, com o "inovador" iPhone como protagonista.
Sonic 2: O Filme
3.4 269 Assista AgoraFilmes sobre personagens de videogames sempre deixam apreensivos, mas depois de um primeiro susto, Sonic se provou ao público e ganhou uma continuação.
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No segundo filme descobrimos que as tentativas do Doutor Robotinic fugir do Mundo dos Cogumelos chamou a atenção de outros planetas o suficiente para encontrar um aliado e uma oportunidade. Enquanto na Terra o porco espinhos azul se diverte como uma espécie de super-herói velocista salvando o mundo com o mínimo de responsabilidade e causando enorme destruição.
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Mas não para nisso, pois Knuckles, a última equidna guerreira do universo aparece para derrotar o porco sapinho e conquistar o poder absoluto das esmeraldas mestre. Felizmente uma certa raposa de duas caldas aparece para ajudar o Sonic.
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O filme é divertido, mas ele parece ainda mais voltado para o público infantil que o anterior, e desenvolve uma trama sobre confiança, responsabilidade e amadurecimento de um personagem que demonstra ter entre 10 e 12 anos de idade.
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A parte mais fraca fica por conta da parte dos dramas humanos que são bem bobos em contraponto com as interações dos animais alienígenas superpoderosos. É incrível como o Jim Carrey é o único humano que funciona entre os heróis coloridos, inclusive ele quase não se encontra com os outros humanos.
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Os feitos especiais são essenciais nesse tipo de produção e conecta muito bem realidade e fantasia, falhando apenas na parte narrativa de cenas estendidas desnecessariamente entre os humanos, principalmente no casamento.
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Então, divirta-se com os eastereggs que aparecem em peso nesta segunda parte que vem dos inúmeros jogos da franquia com um tom mais aventuresco.
Adeus, Idiotas
3.1 27 Assista AgoraFracassos também são oportunidades, assim como estar no lugar errado, na hora errada pode trazer esperança para um último desejo.
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Em Adeus Idiotas acompanhamos a história de duas pessoas improváveis se cruzando: Suze, uma cabeleireira que desenvolveu uma doença pulmonar autoimune por causa do uso excessivo de spray; e Jean, um técnico em segurança de rede que foi despedido por ser muito velho.
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A mulher então resolve ir atrás de um filho que ela doou logo depois do parto e chantageia o técnico que falhou numa tentativa de suicídio acertando um colega de trabalho.
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Essa série de situações improváveis vai colocar a polícia e o serviço secreto atrás do técnico que passa a ser considerado terrorista, mas para escapar precisa da ajuda e ajudar a cabeleireira.
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Apesar dos acontecimentos bizarros, o filme assume tons de drama que vão escalonando até tomar todo o ato final, com alguns respiros de comédia física centrado num coadjuvante cego que acompanha a dupla.
O Mensageiro do Último Dia
2.6 169 Assista AgoraNão é porque banalizaram o olhar para dentro do abismo que este abismo vai deixar de olhar para dentro de você.
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Em Mensageiro do Último Dia conhecemos um grupo de amigos viajando pelas montanhas do Tibet, um deles cai numa fenda e entra num estado catatônico depois de encontrar a ossada de um deus ancestral. O grupo então se abriga numa casa que encontram e ficam presos por causa da nevasca.
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Alguns anos depois a entidade que se tornou uma lenda urbana é invocada por adolescentes numa cidadezinha no interior dos EUA. A partir de então, pessoas começam a sumir ou se suicidar numa espécie de seita/coach sobre o fim do mundo e acompanhamos tudo a partir da investigação de um ex-policial.
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O design da ossada da criatura humanoide e todo a construção ao redor do encontro inicial é o melhor do filme, mas parece que foi apenas nisso que pensaram. Ela é muito maior que uma pessoa normal, colocado na posição de joelhos com as mãos juntas e apêndices ósseos saindo de suas costas.
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É um filme que tem uma introdução muito boa e conclusão interessante, mas com enorme problema no desenvolvimento extremamente lento e cansativo, o total oposto dos 20 minutos iniciais da introdução. A produção ganharia muito com um trabalho de edição, mas infelizmente foi vítima do abandono da Disney depois que esta comprou a Fox em 2019.
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5/10
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obs. essa é uma revisão do filme, faz alguns anos que eu assisti o filme e tinha gostado bem mais, inclusive tem uma resenha minha aqui no FIlmow muito mais animado...
Adão Negro
3.1 691 Assista AgoraO fã das adaptações dos quadrinhos da DC vive numa eterna montanha russa, planos são feitos e desfeitos de um período do dia para o outro, com a consistência de certo presidente do Brasil. Então quando algo finalmente chega ao cinema costuma ser bem aceito.
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Adão Negro é mais uma adaptação de um personagem das Hqs, não um herói, mas um vilão pouco conhecido para além dos leitores das páginas com balõezinhos, aqui aproveitada sua faceta antiheroica que leva a justiça da forma que acredita que deva ser feita nem que para isso precise matar quem estiver na sua frente.
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O filme começa em 2600 Antes de Cristo, quando Kahndaq era dominado por um rei tirano que escravizou a população na busca pelo poder da entidade demoníaca conhecida por Sabbac. Uma introdução/origem de 20 minutos antes de seguirmos para o presente numa sequência Tomb Raider e a aparição definitiva do protagonista.
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A partir de então temos um fiapo de história para justificar sequências de sequências de lutas destruindo patrimônio histórico e arqueológico. Estas são empolgantes e apresentam bons efeitos especiais, apesar de não mostrar nada muito diferente do que já vimos em outros filmes de heróis (ignore o vilão, especificamente ele está regularmente ruim, efeitos, história e atuação, nada salva).
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Mas ainda que não traga nada de efetivamente novo, é um filme divertido que prende a atenção pelo carisma do protagonista e a participação da Sociedade da Justiça que ainda que não tenha grande desenvolvimento, praticamente coprotagoniza a história, com destaque para o Gavião Negro e Dr Destino.
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A ação se concentra em Kahndaq, um país fictício inspirado no oriente próximo que sofre com a ocupação de um exército terrorista de mercenários no melhor estilo Oriente Médio invadido pelos EUA. Inclusive toca na questão de que heróis não devem matar seus inimigos, mas o que acontece quando um país sempre foi ignorado pelos heróis do mundo livre?
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O sempre existente alívio cômico é fraco, mas felizmente secundário ou terciário e que não atrapalha as cenas dramáticas. Infelizmente temos que ressaltar os problemas, que além do vilão, temos uma trilha sonora mal escolhida; referências pouco inspiradas e sutis; e um personagem, o garoto responsável pela conexão com o público, que poderia ter menos importância na trama, até porque, ele o ator precisa de muita escola de atuação.
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6/10
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 792 Assista AgoraNo começo de agosto escrevi uma resenha sobre o início de Anéis do Poder, um mergulho no mundo mágico do Tolkien em 3 episódios iniciais que serviriam como apresentação de todo uma nova realidade.
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Depois dos três primeiros episódios onde uma nova espécie/sociedade era apresentada, a história começou efetivamente sem nenhuma pressa, com o tempo da eterna vida de um elfo. E não, não estou reclamando, pois assim a produção se permitia mostrar certos núcleos, apenas quando necessário, sem inchar os episódios com sequências desnecessárias.
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Assim, temos uma trama que se divide em três núcleos principais e a partir destes temos algumas ramificações. De um lado a jornada de Galandriel em conseguir aliados para enfrentar o mal supostamente destruído; os protohobbits nômades indo de um lugar para o outro e precisando lidar com um barbudo que caiu do céu; Arondir, nas terras do sul, enfrentando o renascer dos orcs; e as interações entre Elrond e Turin, ora no reino dos anões, ora no dos elfos.
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Cada local tratado com cuidado e diferenças que se sobressaíam não apenas na estética, como também na narrativa. Movendo a trama em alguns pontos chave, principalmente nos últimos episódios, e deixando questões como a queda dos arrogantes e xenófobos nurmenorianos ou a organização de Mordor para a próxima temporada
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Os salvamentos de última hora e algumas facilidades são bem recorrentes e podem incomodar um pouco, mas eles se conectam ao tom épico heróico típico desse tipo de narrativa, ainda que num tom menos derrotista que nos textos do Tolkien.
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Enfim, estamos apenas no início da jornada, que promete muito caos com ascensão do mal e também muita desentendimentos entre os povos antes das alianças da guerra. Que venha a segunda temporada.
100 medos
3.0 20 Assista AgoraÉ normal termos vários medos, o problema é quando eles nos impedem de seguir em frente.
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Em 100 Medos acompanhamos Sole Santoro, uma garota que reúne todos os medos possíveis desde criança que se acentuaram depois que sua melhor amiga, que já havia ido embora da cidade com o marido, sofreu um acidente.
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Próximo de seu aniversário de 25 anos reencontra um antigo amor platônico, irmão de sua amiga, e que se transforma numa fagulha para que ela, com apoio dos amigos e do psicólogo, passe a enfrentar os medos.
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Narrado em primeira pessoa, com a própria protagonista conversando com o espectador, temos uma dramédia que empresta elementos da comédia, mas que foca muito mais no desenvolvimento, traumas e vitórias pessoais da protagonista.
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O filme se vale de clichês do gênero e atores apenas ok, mas com a leveza proporcionada pela narrativa intrusiva, dinâmica e irônica imersos numa ambientação paradisíaca que se aproveita da já aconchegante fotografia mediterrânea da Apúlia; levanta um debate importante sobre um problema tão disseminado na contemporaneidade: os transtornos de ansiedade.
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6/10
Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
3.1 471 Assista AgoraUma das características mais básicas do Hulk é sua dualidade, o médico e o monstro, a calma e a raiva. Mas num mundo onde aprender a controlar a raiva é cotidiano, os desafios não estão no descontrole.
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Em Mulher-Hulk conhecemos a prima de Bruce Banner, uma ótima advogada que trabalha para a promotoria de Los Angeles, mas depois de um acidente que a transformou numa versão verde de si mesma e passou a assumir defender pessoas superpoderosas.
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É uma divertida comédia que lembra clássicos como Ally McBeal, mas com o tempero super da Marvel. Assim, com bom humor e muita ironia, a série aproveita da metalinguagem para brincar com ela mesma e com as críticas feitas pela internet desde que a personagem foi apresentada, ou mesmo sobre os filmes do MCU.
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Junto a isso, e talvez o ponto onde mais brilhe, é trabalhar o machismo do dia a dia que se manifesta em diferentes formas como a mega advogada precisando provar que é capaz a todo momento, ou quando seus sucessos profissionais são eclipsados por supostos fracassos no campo emocional (fracasso este que pode ser simplesmente não querer nada com ninguém).
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Com ótimo ritmo e grandes atuações, são poucas as vezes que deixa a comédia passar do tom, e nesse ponto é bom ressaltar que é sim uma produção de humor. Com uma estrutura narrativa onde personagens sempre retornam em arcos intercalados de forma a ajudar a não transparecer tanto a estrutura episódica e tornar a "maratona" bem prazerosa.
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O que não tem defesa são os efeitos especiais da protagonista, ela é uma personagem que exige com certa frequência essas trucagens digitais, e vemos um esforço grande para tudo funcionar muito bem, mas o rosto de Jen fica estranho e vez ou outra olha para o nada, ou parece estar descolada da cena real.
O Menino Maluquinho (1ª Temporada)
3.6 9A Turma da Mônica não é o único grupo de crianças das HQs brasileiras.
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Na série do Menino Maluquinho acompanhamos o garoto de panela na cabeça chegando à cidadezinha de interior chamada Benvinda e causando várias confusões com muita imaginação.
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Não é a primeira adaptação do personagem que já recebeu versões em três dimensões e em carne e osso. Desta vez as crianças recebem um traço aproximado ao criado pelo icônico Ziraldo, mas com um dinamismo maior e simplicidade que remete aos "cartoon cartoons" dos anos 90/2000.
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São episódios pequenos, de dez minutos em média, que convida o espectador a se divertir com os planos criativos de uma criança que tem como único objetivo se divertir.
O Meme do Mal
1.6 109 Assista AgoraPessoas são estúpidas, clicam em links desconhecidas, elegem assassinos, participam de desafios bizarros na internet.
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Meme do Mal, é isso mesmo, esse foi o nome escolhido aqui no Brasil, vai acompanhar uma garota que quer ser influencer digital fazendo vídeos de sons "relaxantes". Os adultos ficam com medo que a internet pode influenciar as crianças e começam a tentar um detox digital com medo da criatura vinda dos memes.
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Não dá para saber se é um terror por causa do monstro, um drama de adolescentes sem acesso à internet, ou uma comédia de absurdo, a única certeza é que o filme se leva a sério. Mas superada a sensação constante de "o que eu tô fazendo assistindo a isso" é possível encontrar algo interessante.
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Vemos uma trama de pais desconectados de seus filhos que clicam em links suspeitos, e a indústria de mentiras e boatos que cria uma histeria coletiva, uma mãe bizarra (quantas vezes eu falei isso?) que tem um sites de auto ajuda/coach, apenas uma jogada de marketing agressiva de uma mãe blogueira?
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Com personagens unidimensional em sua maioria e atores apenas pagando seus boletos, a atuação não compromete e gostei do design do vilão que mistura o Momo dos memes assassinos de 2019 com o Slenderman e pitadas do Ryuk do Death Note. Não é grande coisa, mas efeitos práticos costumam ganhar pontos.
Uma Garota de Muita Sorte
3.5 301 Assista AgoraAlgumas violências penetram tão fundo que nunca são curadas.
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Antes de tudo vale dizer que Uma Garota de Muita Sorte não é um filme fácil, pois além de ser inspirado numa história real, trata de traumas infelizmente muito mais comuns do que podemos pensar, mas muitas vezes invisibilizados por uma sociedade que acaba criminalizando a vítima.
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A história acompanha uma jornalista prestes a conquistar o tão desejado casamento, no trabalho ela luta por reconhecimento e outros temas além de uma coluna sobre sexualidade. Mas a vida perfeita começa a ruir quando um documentário independente ressuscita um antigo fantasma de seu passado.
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É um drama tenso, sobre uma personagem cansada de agradar à todos e esconder suas mágoas, que perde aos poucos o controle e deixa uma raiva enterrada voltar à superfície. Feridas mal cicatrizadas do passado que vamos conhecer aos poucos por flahsbacks que nos mostram a adolescência que passou numa escola da alta sociedade.
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Temos dois tons narrativos seguindo cada um dos tempos, um presente incômodo, sobre alguém que não lidou com os traumas e vive de aparências escondendo suas opiniões. Enquanto o colégio assume uma ambientação mais tradicional de história adolescente, pelo menos a princípio, pois as relações nada saudáveis vão escalonar para diferentes violências.
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O "estudo de personagem" é liderado por Mila Kunis, que se entrega a um papel pesado e real com intensidade, mas permitindo um toque de sarcasmo característico da atriz. Enquanto a versão mais jovem, foi interpretado pela não tão conhecida Chiara Aurélia. São momentos complementares com arcos próprios de transformação, ainda que intimamente conectados.
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Para quem ainda não entendeu os temas, convido a assistir e refletir, mas esteja preparado para algo muito indigesto.
Chucky (1ª Temporada)
3.7 346 Assista AgoraEm 1995 a Pixar nos mostrou o que os brinquedo fazem quando seus donos não estão olhando, mas nem todos ficam traçando planos mirabolantes para manter o amor de seus donos, alguns gostam apenas de assassinar pessoas mesmo.
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Ninguém imaginava que um filme de terror sobre um boneco assassino fosse fazer tanto sucesso e gerar tantas continuações, muito menos que um dia ele ganharia uma série e que todas as histórias já contadas fossem assumidas como reais.
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Depois de noivas, filhos e cultos, chegou a vez de uma série que acompanha Jake, um garoto que depois de perder a mãe sofrer bullying no colégio fica cada vez mais isolado em casa com projetos artísticos macabros de escultura com cabeças de bonecos.
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A trama tem como mote principal expor a todo momento a hipocrisia da sociedade de aparências a partir da alta sociedade de Hanckensack, uma cidadezinha em New Jersey. É "encantador" o sarcasmo do boneco assassino tentando converter adeptos a um modo de vida que resolve qualquer problema com facadas e assassinatos eventuais.
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Em paralelo temos um bom desenvolvimento dos personagens que ganham complexidade aos poucos a partir de temas como família e sexualidade que são trabalhados por diferentes perspectivas e sempre com muita naturalidade.
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Surpreende também a violência, pois quem pensa que a série poderia pegar mais leve por ter crianças como protagonista, esqueça, o sangue rola solto com mortes bastante variadas e gráficas, sem se importar muito com a idade da vítima.
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Para completar, e retomando o que já comentei acima, a produção fez questão de revisitar e convidar vários dos sobreviventes dos filmes anteriores, retornando atores e personagens com traumas específicos e mostrando como o mundo da franquia tem vida própria.
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Por fim, vale ressaltar o bom trabalho de direção que além de ter um bom controle do ritmo de viradas de roteiro; utiliza os efeitos digitais de forma pontual, favorecendo as trucagens práticas e tornando cada movimento e expressão do Chucky real.
Terror no Estúdio 666
2.9 112 Assista AgoraFoo Fighters cansou de ser um sucesso musical e ao invés de lançar seu décimo álbum resolveram fazer um documentário sobre os bastidores de produção de seu mais novo estouro com Studio 666.
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Ok, não é um documentário está mais para um terrir com muito sangue e vísceras e que até certo ponto é autoreferencial. Acompanhamos a banda do Foo Fighters em busca de um novo álbum de sucesso, mas para gravá-lo eles vão para uma antiga mansão abandonada que na década de 1990 serviu de estúdio para outra banda que foi completamente assassinada.
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A banda então muda para a nova casa a fim de uma imersão de no máximo um mês, mas claro que coisas estranhas começam a acontecer banda e equipe começam a ser mortos um a um.
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Os músicos estão muito bem encarnado eles mesmos e os típicos arquétipos de terror que ignoram os sinais para sair correndo. Assim, o segredo é abraçar o tom galhofa com humor muitas vezes histérico e completamente trash.
Lobisomem na Noite
3.5 200 Assista AgoraNem só de super-heróis vive o universo Marvel, na década de 1970 a editora tentou retornar às próprias origens e explorar a vertente do terror, o que fez com relativo sucesso, agora chegou a vez disso acontecer em carne e osso.
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Em Lobisomem na Noite acompanhamos uma cerimônia de passagem de manto, a morte de Ulysses Bloodstone, o maior caçador de monstros do mundo, libera uma disputa por um artefato mágico capaz de despertar várias habilidades para o portador.
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Um média metragem de ação com monstros e que se destaca das produções mais recentes da Marvel por explorar bastante as referências estéticas.
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Inspirada nos grandes clássicos do cinema de horror da década de 1930 o filme não se resume apenas à escolha pelas cores em preto e branco, mas ao estilo de interpretação mais exagerada, à iluminação, tomadas e closes. Tudo para nos levar de volta no tempo.
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Ou quase tudo, pois sim, encontramos ainda muito do DNA Marvel, desde o tom mais animado e as piadinhas sarcásticas até às lutas cheias de malabarismo. As várias referências às Hqs e às influências para essas referências a qual os mesmos quadrinhos se inspiraram estão por todos os lados, mas a insistência pelo humor depõe contra a proposta e no fim, temos mais do mesmo, mas preto e branco e em menos tempo. Decepcionante.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraQuais são os limites que estamos dispostos a chegar para encontrar um familiar?
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No filme Os Suspeitos acompanhamos a investigação de um possível sequestro de duas meninas no dia de Ação de Graças, mas a falta de pistas e a dificuldade de trabalho da polícia irrita os pais que buscam fazer justiça com as próprias mãos.
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É um suspense longo, mas que captura o espectador logo nos primeiros minutos, sempre mantendo a tensão pela falta de pistas e as suspeitas surgindo de pequenas (e muitas vezes irrelevantes) situações que leva ao desespero e loucura crescente.
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Tudo se passa em duas linhas principalmente, a polícia de mãos atadas sem encontrar nada e soltando várias "esqueletos escondidos em armários" pela cidade. Os pais, por sua vez, conduzem a busca de forma bastante agressiva, nem que precisem atravessar algumas linhas morais.
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Apesar da bela fotografia de outono, que ajuda na construção da ambientação de desesperança. O filme se destaca pela direção atenta capaz de conduzir a história por meio apenas de suspeitas e sugestões circunstanciais, e do elenco estelar (alguns ainda jovens, mas que já respondem bem aos desafios dramáticos) que realmente dominam a produção.
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Quando algo é muito bom, acabamos achando os defeitos nos detalhes como umas falhas em procedimentos de investigação que resolveria algumas questões mais facilmente, mas isso sou eu procurando "pelo em ovo".
Boa Noite, Mamãe!
3.1 236 Assista AgoraA preguiça de ler legendas e a presunção de se achar o centro do mundo faz indústria de Hollywood visitar sucessos do mundo inteiro e regrava-los.
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Em Boa Noite, Mamãe! conhecemos dois irmãos, gêmeos, que reencontram a mãe depois de uma temporada na casa do pai, acontece que a mulher que eles encontram pode não ser aquela que eles pensavam.
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Desde o início temos algumas pistas que levantam dúvidas em relação à identidade da mãe dos garotos, a máscara de recuperação de uma cirurgia, o relacionamento mais frio e até violento, além de outras pequenas situações que surgem ao longo do filme.
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O filme nos conduz pelos olhos das crianças, o que nos leva a acreditar em suas desconfianças, mas seriam elas fantasias? Pistas circunstanciais? Ou realmente aconteceu algo macabro?
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O filme original austríaco foi lançado em 2014, conquistou crítica e público em festivais e no circuito comercial. Ele causava bastante incômodo no espectador por meio de truques de câmera e design de sons levando ao terror psicológico do roteiro que também contava com uma economia de diálogos.
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Mas essa versão apenas copia a história sem se preocupar, ou pelo menos, sem apresentar a mesma qualidade técnica no uso das câmeras ou sons que no original sempre tinha função narrativa e de ambientação... Aqui tudo é mais didático e por vezes até telegrafado, tornando a experiência mais vazia, quase uma aventura sobre medos infantis ao invés de um horror sobre depressão e culpa.
Garotos de Bem
2.7 76 Assista AgoraAlguns filmes nos ajudam a sonhar, outros nos revelam uma realidade tão cruel que faz o gênero do horror uma mera fantasia.
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Em Garotos de Bem acompanhamos um grupo que estuda num colégio masculino de ensino católico no ano de 1975. Inspirado num crime real, o filme já indica o que veremos na introdução revelando brevemente que um crime pode ter acontecido, mas antes retornamos seis meses antes.
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Com uma estrutura narrativa bastante fragmentada, e que pode causar confusão, vamos pulando no tempo entre o evento principal e o período de seis meses ao mesmo tempo que acompanhamos o dia a dia de alguns personagens, mas sem nunca encerrar qualquer conflito, apenas para oferecer amostras para compor a personalidade e expor a hipocrisia das aparências que domina sociedade em questão.
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Na parte da direção vemos uma boa apresentação de atmosfera, com o tensão crescente desde a introdução, e brincando com distrações e pistas falsas que confundem o espectador. Pedaços de histórias que não revelam qual seria o crime ou seus culpados, mas sempre expõe de alguma forma a misoginia naturalizada da sociedade até que ela chega às últimas consequências.
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A história é pesada e nada fácil de assistir, em especial pelo ato final bastante chocante. Mas infelizmente é real e no qual a violência continua mesmo depois do fim da história, tudo evidenciando pelos textos de conclusão que mostra o falho desenrolar da justiça.
Pânico na Floresta
2.8 930 Assista AgoraO medo do desconhecido não terminou com a chegada da "civilização" a todos os continentes, pois entre as grandes rodovias, um simples atalho pode representar perigos inesperados.
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A franquia de horror Pânico na Floresta tem apenas 20 anos e já soma sete filmes em sua coleção. Mas tudo começou quando um médico a caminho de uma reunião de emprego pega um atalho para fugir do congestionando e bate o carro na van de grupo de jovens indo para um acampamento.
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Fórmula básica que coloca várias pessoas presas num local inóspito e mortes começam a acontecer, no caso, o encontro com canibais que vivem isolados na floresta e caçam suas vítimas espalhando armadilhas.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraTodo lançamento dos Estúdios Ghibli são cercados de expectativa e embora ele tenha seus primeiros trabalhos na década de 1980, foi apenas em 2003 que conquistou o mundo, com o Oscar se melhor animação para A Viagem de Chihiro.
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Na animação acompanhamos Chihiro, uma garotinha que está de mudança com os pais para uma nova cidade, mas antes de chegar na nova casa a família se perde na floresta e descobre a entrada do que parece ser um antigo parque de diversões abandonado.
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Viagem de Chihiro é um tipo de filme que proporciona inúmeras camadas de interpretação, perspectivas que se complementam, mas que só são percebidas com muitas revisitas. Assim, sob o ponto de vista da aventura, temos uma narrativa dinâmica e imersiva sobre uma garota que descobre um mundo de fantasia governado por uma bruxa no melhor estilo de Alice no País das Maravilhas.
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Mas é possível ir muito além, pois é possível encontrar no subtexto, conflito de classes; uma espécie de sistema de castas entre os deuses visitantes na casa de banhos e os funcionários que são tratados como escravos; um debate sobre a decadente economia japonesa da segunda metade da década de 1990, que após uma grave crise deixou ruínas espalhadas pelo país; além de confrontos entre o suposto progresso e a tradição, a exploração da natureza e sua preservação; entre outras possibilidades.
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É interessante como a trama se utiliza de elementos clássicos da fantasia, como o mundo das fadas do Shakespeare e outras lendas, no qual não podemos pegar nada do fantástico, com risco de ficarmos presos nele. E tudo acompanhado das escolhas estéticas que sugerem alguns dos elementos mencionados acima, além de trazer vida e emoção para a protagonista que sofre com os horrores da solidão e de um parque noturno povoado por criaturas e espíritos em contraste com a alegre trilha sonora.
Primal (2ª Temporada)
4.4 23 Assista AgoraDemorou três anos, mas a segunda temporada da animação Primal finalmente chegou ao streaming e qualquer criação de Genndy Tartakovsky deve ser sempre lembrada.
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Assim, a história do homem das cavernas e seu companheiro tiranossauro continua imediatamente após os eventos do episódio final do primeiro ano: o sequestro de Mira por uma sociedade além mar.
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Foi uma forma de ampliar imensamente as possibilidades narrativas que até então estava concentrada no relacionamento da dupla. Assim, temos a oportunidade de ver diferentes culturas que fazem referência a algo análogo aos vikings, egípcios, babilônicos, entre outros, inclusive suas mitologias e sob a perspectiva da improvável dupla de amigos.
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E não é por ser uma animação que não seja tenso e sanguinário, a dupla corre risco de morrer a todo o momento, seja por fome, tempestades, outros humanos ou criaturas ainda maiores e mais perigosas.
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Da mesma forma que vemos o desespero quando algum deles é ferido, a tristeza da solidão, a parceria levada quase com aquele sarcasmo de uma amizade sincera, tudo apenas com olhares, gritos e o simples movimento do corpo. É estilizado, bruto, mas é real.
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Temporada 10/10
Série 9/10
Lou
3.0 96 Assista AgoraNinguém tem descanso, não importa quão longe você se esconda.
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Lou é uma senhora de poucas palavras que vive com seu cão em casa isolada numa ilha na costa oeste. Tudo ia bem, até que no dia que ela iria dar adeus à sua vida, a filha da vizinha é sequestrada e antigas habilidades precisam ser colocadas à prova.
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Um suspense de sobrevivência e resgate bem construído, com duas personagens aliadas, mas em conflito constante, as desenvolvendo e aproximando nos medos e motivações. Enquanto temas como envelhecimento, violência doméstica e militar servem como base para entendermos os perigos potenciais.
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Toda a trama depende muito da interação das protagonistas e as atrizes sustentam muito bem todas as transformações propostas pelo roteiro, ressaltando suas diferenças e convencendo nas decisões, mesmo as mais controversas.
...
Somado a isso, temos uma ambientação que se torna ainda mais tensa e claustrofóbica pela chuva torrencial que toma todo o arco central do resgate.
Licorice Pizza
3.5 598Uma aventura de sentimentos e amadurecimento com uma pitada de Paul Thomas Anderson.
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Em Licorice Pizza conhecemos o jovem ator de 15 anos, Gary Valentine e Alana Kane, uma garota que só quer mudar sua vida. Eles se encontram, se apaixonam, mas mantém uma relação complicada, em especial pela diferença de idade de quase 10 anos.
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É uma comédia dramática intimista que atravessa o ano de 1973 sem que os grandes eventos afetem diretamente a trama, mas ocorrendo apenas de forma orbital, pois o foco é sempre no conturbado relacionamento da dupla de protagonistas.
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Os dois atores protagonistas são conviventes e conduzem muito bem o filme, chamando atenção para o domínio de cena, visto que ambos são estreantes e não são eclipsados pelas participações especiais estelares.
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Mas o grande destaque fica por conta da parte técnica que apresentando uma bela fotografia com tom amarelado e granulação que remete às produções da época e figurinos que complementam a ambientação.