Algumas coisas beiram o impossível, como não gostar de animais, podemos não ter nenhum, mas isso não quer dizer que não gostamos de pelo menos um cachorro, gato, pássaro, peixe e o que conseguir pensar. ... A Liga dos Superpets vai nos levar para o lado "P" dos super-heróis, mostrando como os animais de estimação dos heróis também tem suas próprias aventuras, medos e decepções. ... Assim, acompanhamos o Kripto, cão superpoderoso do Superman que, depois de anos acompanhando o dono, se sente abandonado quando seu dono resolve passar mais tempo com uma certa humana intrusa chamada Lois Lane. ... Enquanto ele sofre pela perda do melhor amigo, precisa enfrentar a porquinha da Índia que vivia nos laboratórios Luthor e ganhou poderes graças à Kriptonita laranja. Felizmente ele pode contar com a ajuda de outros animais de um abrigo de adoção que também ganharam poderes. ... Essa animação mistura comédia e humor, e brinca com reações que costumamos ver nos animais de estimação as ampliando com os superpoderes. Não deixa de ser uma forma antropoformizar sentimentos, mas o faz de forma que soa bastante natural. ... O traço que causa um estranhamento inicial, pois é bastante simplificado, mas assim que vemos a inserção de efeitos e se faz necessário o uso de movimentos mais complexos, a animação entrega o que é necessário com fluidez.
Toda notícia de adaptação de jogo, livro ou hq vem com uma esperança misturada com medo, o segredo é sempre não criar muita expectativa e até aí tudo bem, o problema é quando a cada nova parte o produto piora. ... Fullmetal Alchemist - Alquimia Final começa com Elric, o príncipe dos Xing e Inveja precisando fugir da dimensão obscura do Homúnculo Gula se conectando com o final do anterior. Isso se resolve rapidamente para mergulharmos em mais de duas horas de muita enrolação com um festival de homúnculo surgindo de todo lado. ... Parece que nesse terceiro filme a produção tirou férias e tanto roteiro, como efeitos especiais estão mais fracos. Se de um lado o visual ficou com uma impressão de mal terminado, sem textura ou peso; o roteiro está solto, várias coisas vão acontecendo como uma torrente descontrolada e desconexa. ... O dramalhão construído a partir de gritos exagerados ficou ainda mais acentuado que nos anteriores e deixou de funcionar, restando apenas uma vergonha alheia brega. Num festival de luzes e câmeras lenta. ... Enfim, o que encontramos de melhor nessa trilogia foi ficando cada vez mais esquecido na primeira e segunda parte. A criação do mundo e os efeitos iniciais dos poderes eram bem satisfatórios, mas isso foi se perdendo até chegarmos na Alquimia Final que definitivamente é o fundo do poço.
Quando o sucesso se torna a porta para o fracasso. ... O incrível mágico Burt Wonderstone acompanhamos Burt e Anton, uma dupla de mágicos de Las Vegas que vê seu reinado ameaçado por um mágico novo que faz seus truques nas ruas e divulga pelo Youtube. ... Por meio da arrogância, sensacionalismo e amizade, vemos as mudanças que a fama (ou a falta dela) vão interferir na vida de cada um. ... Infelizmente, os pontos reflexivos são muito superficiais e servem apenas para tirar alguns poucos sorrisos.
O colegial estadunidense é um habitat delicado, onde todos precisam demarcar território. ... Em Justiceiras acompanhamos Drea e Eleanor, duas garotas que fazem uma amizade inesperada durante o verão. A primeira era a popular da escola, mas que viu o mundo ruir depois que um vídeo íntimo vazou na internet. A segunda, uma aluna novata que não se importa com os padrões sociais e se alia para uma série de vinganças. ... Segredos, mentiras, planos mirabolantes de vingança apenas para descobrir o "eu" verdadeiro de cada uma num mundo de aparências. Tudo que já vimos antes em filmes da década de 1990 e 2000, mas num show de viradas de roteiro e subversão de expectativa que prende a atenção. ... No fim, grade parte das disputas e mágoas gira em torno de um garoto popular pseudo desconstruído que consegue fugir de qualquer consequência por ser tão rico que a família é investidora da escola.
É preciso ter cuidado ao deixarmos o tempo passar, pois podemos cair na armadilha de nos abatermos da vida. ... Em Último Turno conhecemos Staley e Jevon, dois funcionários de uma rede local de fast food, o primeiro se prepara para aposentar depois de 38 anos de trabalho, ele sofre por uma vida não vivida e solitária; Jevon saiu da prisão por destruir uma estátua, precisa de um emprego enquanto está na condicional e ainda cuidar do filho. ... Um drama sobre questões sociais cotidianas, o racismo e o conflito de gerações nas formas de encarar um emprego que só explora, mas que também é a única forma de conseguir sustento. ... Todo o filme acontece em função dos dois atores, personagens representantes de uma sociedade de consumo em decadência que se esconde atrás de discursos meritocráticos vazios. Questão que vemos sendo refletidas em locações genéricas de uma rede de fast food desconhecida à cidade de interior que é como tantas outras.
A vida não é uma linha reta de evolução, passamos por altos e baixos, sempre aprendendo e muitas vezes fracassando para depois ascender. ... Em Já Fui Famoso acompanhamos Vince, um ex-boyband que atingiu seu auge no início dos anos 2000, vinte anos depois ele anda por Londres com seus instrumentos em busca de um bar que o aceite tocar. Em sua peregrinação cruza com um garoto autista que é um exímio baterista e suas motivações começam a mudar pouco a pouco. ... Um drama sobre fracassos e encontrar novos caminhos assumindo uma estrutura narrativa que pega elementos da jornada do herói, mas sob a perspectiva do mentor, um formato que encontramos muito em tramas esportivas e que aqui se manifesta com a música. ... Foi interessante como a direção apresentou esse musical, sem a linguagem fantástica das pessoas cantando pelas ruas, mas de forma mais natural, com os números musicais bem inseridos ao longo e guiando a história. As atuações estão dentro do esperado, o maior problema nesse quesito fica por conta do protagonista que é um péssimo cantor e tem o canto como um de seus destaques na história.
Em 1883, o italiano Carlo Collodi criou a história de um menino de madeira mentiroso que queria virar um menino de verdade, quase 60 anos depois ele ganhou o mundo com a Disney. Agora, em meio a várias adaptações da história e a empresa do rato fazer versões de "carne e osso" de seus clássicos, chegou a vez do Pinóquio. Mas valeu a pena? ... De forma bastante episódica, passamos por cada encontro fantástico com muita magia e inocência, desde a criação, passando pelos dois trapaceiros que o levam para o show de marionetes, a ilha dos prazeres, até o monstro marinho, tudo acontece com muita música e otimismo. ... Os vários vilões não são tão ameaçadores, e qualquer elementos mais pesado foi ainda mais amenizados que na animação. Ainda assim, encontramos questões como depressão e solidão maquiadas na história. ... Nesse quesito, Geppetto se destaca, pois é um homem já em idade avançada que fábrica relógios cuco e outras coisas em madeira, mas a aparente alegria esconde uma depressão, um luto pela morte da esposa e do filho a tanto tempo que nem lembra mais. Mas isso sou eu espremendo o filme para encontrar algo que realmente justifique essa versão. ... A mais infantil de todas as produções/adaptações mais recentes da Disney que pouco traz para quem já conhece a primeira versão, tira a carga de aprendizado, mas deve agradar as crianças.
O show business é cheio de armadilhas e dificilmente alguém capturado por suas garras consegue escapar do abismo. ... Em Elvis não temos uma simples biografia cronológica de ascensão e queda, mas duas perspectivas sobrepostas, do músico e de seu empresário apresentados pela narração em off com trechos reproduzindo notícias da época em rádios e televisão. ... Narrações que contribuírem para a condução da história numa estrutura com cortes abruptos e montagens dinâmicas que mantém um ritmo frenético, mesmo com mais de duas horas de duração. Ritmo que também serve à própria história, pois quanto mais avançamos na vida de Elvis, mais intenso são suas apresentações e a prisão que ele se encontrava. ... É interessante como o roteiro traz vários temas da vida de Elvis; da influência da cultura negra e os preconceitos raciais que nunca iriam antigí-lo com a mesma força que os verdadeiros alvos; até o assédio que sofreu do empresário. ... A estética brilhante e brega do personagem é adotada em sua totalidade nessa espécie de semimusical que tem muitas canções do Elvis, sem torná-la a linguagem base. Ainda assim, assume o tom fantástico em algumas sequências, sempre equilibrado com a narrativa mais tradicional para o desenvolvimento da história. ... A mesma questão plástica é utilizada nos grafismos que são jogados em tela para nós localizar no tempo e espaço, além de diversas colagens que mesclam imagens estáticas de fotos e mapas com outras em movimento. Escolha estética que leva para as interpretação que apresentam uma variação entre reações caricatas e uma pesada dramaticidade.
Ao longo da segunda guerra mundial várias obras artísticas foram roubadas de museus, galerias de arte e inimigos do regime nazista por onde os soldados do Reich passavam, muitas dessas obras nunca foram reencontradas, enquanto outras ajudaram a capturar fugitivos. ... Em Último Vermeer acompanhamos Joseph Piller, um soldado da resistência que ficou responsável por investigar um renomado artista holandês depois de encontrarem uma obra de Josehannes Vermeer num esconderijo nazista. ... Na busca por colaboracionistas Han van Meegeren surge como um esnobe pintor e negociador de arte, guardião de um segredo que pode levá-lo para a morte por traição. Piller e seus companheiros são os únicos que podem evitar isso, mas antes precisam provar que o artista também era um golpista. ... Baseado em eventos reais, somos levados para uma Europa que ainda sobrevive nas ruínas da guerra, com conflitos de interesses entre as agências de segurança locais e de transição, e com uma população empobrecida que era acalmada por execuções públicas dos supostos traidores. ... A narrativa dividida em dois atos é bem conduzida em ambas, a princípio temos uma investigação com passagens da cena artística holandesa pré guerra por meio de flashbacks e questionamentos sobre o que seria arte. Essas questões sugerem as pistas para o segundo momento, quando o filme se transforma num drama de tribunal e provar um crime torna-se a única forma de garantir a liberdade do acusado. ... A ambientação é muito bem construída, com as feridas da guerra e da ocupação ainda abertas visíveis na sujeira que toma as roupas, construções e intensificado pelo filtro acizentado que é típico de produções que retratam esse período.
Quando algo é tão ruim, mas tão ruim, faz a volta e melhora? Não vamos exagerar. ... O Boneco Amaldiçoado é um terror padrão misturado com história de colégio, que pega o clichê da família se adaptando à nova cidade focado na filha mais nova que é menos popular que a irmã esportista e vira alvo da "garota popular" que passa extorquir para não difamar. ... Nesse meio tempo a mãe também sofre com uma rival no consultório que trabalha e a protagonista encontra um boneco de voodu de baixo da cama que começa a servir de válvula de escape, até que tudo começa a dar muito errado. ... É engraçado como todas as atrizes principais são ligeiramente conhecidas de séries ou filmes B, e aqui estão claramente só passando o tempo entre um trabalho e outro, então ninguém se esforçar muito. Mas talvez não se levar a sério é o segredo para o que é ruim, não ser tão ruim assim. ... Dá para passar o tempo, com os exageros, cortes de cena para televisão e canastrices. Podia ser um pouco menor que ganharia muito. ... Disponível: #netflix ... Como terror 2/10 Como comédia 5.5/10
Não é só no Brasil que a vida gira em torno do futebol, o México também respira o esporte. ... Em Todas as Sardas do Mundo conhecemos José Miguel, o novato da escola, um inventor que se apaixonou pela garota mais popular da escola, e para conquistá-la ele traça planos infalíveis que nunca dão certo. ... É uma comédia supostamente infantil, com atores da idade que deveriam ter (ou pelo menos muito próximo) e só isso já ajuda ao filme ganhar mais veracidade. Soma-se os desafios e problemas típicos da adolescência como a primeira paixão, o medo de perder os amigos e a necessidade de se enturmar e temos mais uma história sobre amadurecimento. ... Com atores carismáticos, ficamos com receio de recriminá-los, mas o roteiro apresenta os personagens tomando decisões muito erradas, que flertam com preconceitos em muitos momentos. Assim, algumas decisões do roteiro são (BEM) erradas ou mesmo quando é aparentemente inocente, não sei se recomendaria para crianças.
Quantos assassinatos podem acontecer num único prédio? Depende da imaginação dos roteiristas. ... Only Murders in The Building foi um sucesso supostamente inesperado, mas com nomes como Steve Martin, John Robert Hoffman e Tina Fey envolvidos... Surfar na onda de podcasts de crimes reais talvez não fosse tão inesperado assim .. Nessa segunda temporada, o trio de amigos improváveis começa com uma questão muito complexa à resolver: quem matou a síndica no prédio com as agulhas de tricô (e no apartamento) de Mabel? ... De fãs de podcast sobre crimes eles viraram investigadores de sucesso e agora se transformam nos principais suspeitos do assassinato. Mas quem disse que essa condição não pode servir para algo? É o que o grupo descobre ao serem chamados para reboots, franquias e galerias de arte. ... A comédia continua com o mesmo tom sarcástico e improvável acompanhando o trio que tenta desvendar o novo crime enquanto descobre segredos do passado do prédio, deles mesmos e tentam evitar a prisão, já que tudo parece apontar para eles. ... A produção conseguiu manter o roteiro instigante, mesmo sem contar com o fator de ineditismo, trouxe coadjuvantes novos ao mesmo tempo que visitava pontualmente os antigos, sempre com um motivo bem definido. ... Foi interessante o papel dos fãs comentando sobre o Podcast do trio, tentando interferir e levantar seus suspeitos, inclusive criticando que a continuação estaria mais fraca ou sem foco, numa abordagem quase metalinguístico. ... No entanto, os bastidores do podcast ficaram em segundo plano, aparecendo de forma um pouco forçada e nem parecia que eles estavam gravando a segunda temporada do programa de áudio. ... Outro ponto de destaque é o episódio mais experimental da temporada, mas nesse caso foi um pouco menos imaginativo. O episódio mudo se repetiu, mas mais contido e dividindo espaço com grafismos de quebra-cabeças e purpurina mesclando elementos da história com subjetivos. ... Enfim, tecnicamente não chamou tanta atenção, mas se saiu bem nos novos mistérios e personagens que agregaram bem o elenco. ... Série 8,5/10 Temporada 8/10
Para algumas pessoas o mundo virtual é muito mais importante que o real, então porque não ficar apenas nele? ... Dead Pixels mostra três amigos viciados em MMO RPG que sobrevivem no mundo real para viver no universo de Kingdom Scrolls. Da obsessão por quests e disputas digitais em constante conflito com a indesejada realidade saltamos de forma orgânica às narrativas que são cotidianas e se confundem. ... É uma comédia inglesa que ao longo de doze episódios, divididos em duas temporadas vai trazer personagens bastante desagradáveis representando estereótipos de gamers que tem medo da vida social e se escondem em seus avatares com extrema agressividade. ... Apesar disso, a mediada que os conhecemos, passamos a nos afeiçoar e identificar certas manias. Ainda assim, não espere nada muito escrachado ou profundo, é uma mistura de escatologia verbal com vergonha alheia que hipnotiza e nos provoca sempre àquele riso incômodo. ... A segunda temporada explorou a discórdia entre os fãs do jogo com uma expansão que mudou personagens, trouxe novas gerações de jogadores, levou as antigas à procurar versões mais antigas (e sem a interferência de novatos que estão destruindo o que eles sempre gostavam) além de inserir itens que podem ser comprados com dinheiro de verdade, viciando e empobrecendo quem vai na armadilha. ... A produção acertou no dinamismo do roteiro e na forma que mostra ambos os mundos de forma complementar na vida dos personagens, ir do apartamento ou escritório para o cenário inspirado em World of Warcraft é tão natural como acordar ou almoçar. ... 7,5/10
Todas as semanas os streamings lançam inúmeros filmes de romance com adolescentes, então porque não inverter um pouco o desafio? ... Em Olá, Adeus e Tudo Mais acompanhamos o casal adolescente Aidan e Claire, que se conhecem numa festa de halloween e começam a namorar já com um acordo de término para antes da faculdade. ... É interessante como o filme estruturou sua narrativa, os eventos são cronológica, mas as formas foram organizadas de forma não usual: um encontro seguido de uma montagem para mostrar a passagem de um ano deles juntos até jogá-los efetivamente no último encontro, o término acordado no início do filme e que relembra todos os momentos que viveram. ... A montagem é a melhor parte, o que contribui para um bom ritmo, mas a temática do término poderia ser melhor trabalhada. Ainda assim, não podemos esperar algo muito além de clichês com doses cavaleres de açúcar e atores medianos que apenas cumprem o básico (ok, falta um pouco de emoção na Talia Ryder).
Passaram-se pouco mais de cinco anos desde o lançamento do primeiro live-action de Fullmetal Alchemist, e ele já chega em dose dupla, com apenas um mês de espera para a continuação. ... Em a Vingança de Scar surge um assassino em série de alquimistas, que os mata com uma espécie de trovão que anula magia e desintegra matéria. A princípio ele apresenta um discurso religioso fundamentalista e considera herege todos que manipulam elementos. ... A partir dele que conhecemos um passado sombrio do cenário, o massacre da nação Ishval, uma população que mantinha seus próprios costumes e sua religião não aceitava os alquimistas. ... Perigo que se soma aos homunculus que passaram a viver nas sombras desde o último filme e a ameaça dos Xing, quando um dos príncipes desse grande pais do leste aparece em busca da Pedra Filosofal. ... Já esperamos por piadas exageradas e caricatas em adaptações de animes/mangás, mas nem tudo funciona, como o protagonista se irritar por ser chamado de baixinho e tem quase a mesma altura dos outros ou os momentos que os personagens são tratados como crianças, não funciona, ou pelo menos que escolhessem atores mais novos para o papel. Junto a isso temos as variações entre drama e humor que são muito acentuados e acabam prejudicando a ambos. ... Apesar disso, o material original é bom e os recortes que foram feitos para essa versão que precisa ser menor conseguem explorar vários temas com fluidez e ritmo. A intercalação das cenas de luta ou flashbacks que estão sempre cheias de efeitos especiais convence na maior parte dos casos, falhando apenas na cena final e em um ou outro momento que "esquecem" de colocar o Al nas cenas. ... Felizmente o terceiro filme vem em seguida para concluir a história.
Mudar de escola quando se é adolescente é a oportunidade de se renovar e ser qualquer coisa, até mesmo um vampiro(?) ... Em Hollyblood conhecemos um adolescente tímido que finge ser um vampiro para impressionar uma garota da escola. Mas além de um Youtuber caçador de monstros entusiasta, ele também precisará encarar um vampiro de verdade. ... É uma comédia espanhola adolescente que brinca com o mito do vampiro, passando pelos clichês clássicos e tirando sarro de Crepúsculo com jovens de vinte e poucos anos fazendo o papel de quinze (nada diferente do normal, mas num tom de humor).
Não importa quanto tempo passe, as cicatrizes sempre estarão lá, expostas, para nos lembrarmos, nos desafiando a superar dia após dia. ... Em Diabo em Ohio acompanhamos a psiquiatra que tenta ajudar uma garota que apareceu no hospital que trabalha depois de fugir de uma seita, em paralelo ao mistério em torno da garota, vemos os problemas da família da psiquiatra se aprofundando. ... A construção do mistério é interessante, mas o roteiro não se preocupa nunca com sutileza, de nomes muito conhecidos à pássaros que se jogam na janela ou o uso da trilha sonora, não temos com clareza se o horror pode ou não ser sobrenatural, mas também não se preocupa em esconder de onde bem o perigo. ... Criar todo um cenário escolar também pareceu desnecessário, mesmo que grande parte se desenvolva nesse ambiente, nada que aconteça é diferente do que já vimos inúmeras outras vezes. ... Foi engraçado identificar vários atores vindos das mais diversas séries que passando pelos episódios, muitas vezes apenas por um deles, mas todos com boa atuação. Claro que Emily Deschanel se destaca como a psiquiatra a qual divide espaço principalmente com Madeleine Arthur e Xaria Dotson que são as com mais tempo de tela. ... Enfim, uma trama com potencial, mas que acabou não trazendo nada de novo e nem ousou no roteiro ou formato. Assim, ao escolher pelo morno, deve passar despercebida.
Mark Dacasco, é um ator que já figurou entre as estrelas de segundo escalão em ascensão ao longo da década de 1990, mas que não voou muito alto. ... Em O Motorista, Dacasco é o herói de um grupo de sobreviventes de um apocalipse zumbi que começa a ser questionado depois de seguir algumas ordens controversas do líder da fortaleza onde vivem. ... É um filme sobre zumbis, e não tem nada que não tenhamos visto milhares de vezes, talvez a diferença é que desta vez trata-se de um projeto familiar, isso mesmo Mark contracena com sua filha e esposa. Isso ajuda em alguma coisa? Espero que sim, porque se for pior... ... Produzido na Tailândia, país que já mostrou boas ideias em filmes de terror, mas que ainda carece de amadurecimento técnico. Os atores são esforçados, mas há um problema ainda maior que é o timing, corte e montagem que prejudica o ritmo dos diálogos até mais que os próprios atores. ... Além disso, são utilizados dois recursos narrativos bastante problemáticos, algumas cenas em câmera lenta bem bregas e uma espécie de "balões" de pensamento do protagonista que sinceramente não funcionam.
Quando seu maior inimigo ganha hegemonia, a única esperança é encontrar reencontrar amigos e forjar alianças. ... Cobra Kai chegou à quinta temporada com a academia da Cobra no auge, abrindo várias franquias e conquistando mais e mais alunos, o problema é que o novo líder do dojô é um empresário inescrupuloso que não se importa em passar por cima dos outros e quem precisa sacrificar. ... O ano começa com os Miyagui Do fechado, Kreese preso, Daniel traz um amigo do Japão para enfrentar Silver. Enquanto isso Miguel foi procurar o pai no México e Johnny seguiu atrás junto com seu filho. ... A ascensão e queda, assim como a superação e a aliança para enfrentar um "mal maior" se mantém, mas a trajetória é diferente, a trama consegue trazer algo novo e quebra o ciclo de repetição que já vinha esgotando a série. Da mesma forma, o momento "rinha de adolescentes" que começava a ficar protocolar, voltou a ganhar naturalidade na trama. ... O foco da narrativa também se volta para os adultos, com o núcleos dos adolescentes se concentrando apenas nos conflitos da Tory. Escolha que acabou diminuindo a importância das mulheres da história, felizmente, quando aparecem, ganham boas tramas. ... Do lado dos novos vilões, temos exemplares ainda mais bregas e caricatos, e mesmo que os capangas mais básicos não passem de arquétipos malvados, eles trazem um nível de ameaça maior e mais real. Algo que, somado à conclusão da temporada, pode representar uma dificuldade para o sexto ano, que já está confirmado. ... Temporada 9/10 Série 8,5/10
Depois de um filme divisivo em 2017, no qual o Deus do Trovão se tornou uma piada espacial, Taika Waititi retorna para mais uma tentativa. ... Em Thor - Amor e Trovão reencontramos Thor, depois de abandonar a Terra com os Guardiões da Galáxia em missões pelo universo, até que ele recebe um pedido de ajuda de Siff e descobre sobre um matador de deuses conhecido por Gorr. ... A possibilidade dos deuses morrerem aliado a um antigo devoto que percebeu o quão ele era insignificante perante as poderosas criaturas que venerava sugere diversas abordagens dramáticas. O retorno da Jane Foster no conflito de enfrentar um câncer avançado e a descoberta de um poder que pode salvá-la levanta boas questões. ... Mas, o que encontramos é um roteiro esquizofrênico, que caminha entre situações mais dramáticas e o completamente bobo. E assim temos um filme fragmentado, com questões complexas como aceitar a morte, a perda da crença depois de ser abandonado por aqueles que acreditava. Em quanto em outros momentos o que poderia ser tratado com sarcasmo é estúpido. ... Com uma história tão desencontrada, o peso dos acontecimentos se perdem, não sendo possível se importar com nada, assim como o ritmo que dos acontecimentos que se torna sem motivo, apenas para continuar a ir para frente. ... Por outro lado, os efeitos especiais estão ok e dentro da estética puxada para o brega e o Glam. Os atores também se saem bem, abraçando a ambos os lados da interpretação que lhe foram exigidas. ... Mas apenas isso, pois como um filme ele não funciona, mesmo que tente costurar as cenas com músicas empolgantes colocadas a cada cinco minutos, mas para boas músicas basta assistir clipes ou ligar o spotfy.
Filmes geralmente não condizem com a realidade e policiais de cidades pequenas precisam conviver com o tédio, até que algo acontece e descobrimos que eles não estão preparados. .. Em Sem Conexão 2 acompanhamos um jovem policial que sonha ser o herói do pacato vilarejo e precisa lidar com as consequências dos assassinatos que ocorreram no filme anterior. ... A intenção era fazer uma comédia de horror de cabana isolada com alienígenas, mas é um filme sofrível que não acertou em nada. Talvez a única parte mais aceitável estão nos efeitos práticos que são muito, mas muito gore. ... Ainda assim, e com a melhor boa vontade só mundo, este filme definitivamente não vale a pena.
Nada é suficientemente ruim que não possa piorar, pois se a Europa sofria com o avanço do nazifascismo na década de 1930, a Espanha travava sua própria guerra com resultados ainda mais duradouros: a ditadura franquista. ... Em Bastardoz a história vai mais longe, pois além de todo o cenário de horror real, no qual o ditador recebia apoio nazistas, o filme transforma a Espanha num campo de testes de uma nova tecnologia que transforma os mortos em zumbis. ... Assim, acompanhamos um grupo de soldados cruzando vales e florestas tentando entender e sobreviver aos mortos que insistem em não morrer. ... Uma ação com zumbis bem construída entre fugas, tiroteios e os conflitos ideológicos de soldados que nem sempre sabem por que escolheram um lado ou outro, mas se deparam com um mal ainda maior e sem controle, criado por interesses que vão muito além das fronteiras. ... O roteiro é bem desenvolvido e mesmo usando os personagens arquetípicos e situações comuns à esse subgênero, a interação promovida pelo conflito político entre os sobreviventes trouxe um respiro interessante e envolvente. ... Junto à isso, o tom não tão pesado no drama e a inteligência dos soldados que aprendem rápido as regras dos desafios, entregam um ritmo dinâmico que faz o espectador sentir cada derrota.
Todos os anos somos bombardeados por promessas das novas séries ou temporadas despontando como essenciais, obrigatórias, mas poucas conseguem sustentar esse título depois de finalmente serem lançadas. ... Para os fãs da obra de Tolkien, Anéis do Poder corresponde a toda a expectativa. Produzido pela Amazon Prime, seu anúncio ocorreu antes mesmo de ficarmos presos em nossas casas sem poder sair de casa, e com pequenas fotos ou teasers, todo o preparo valeu a pena. ... Foram exibidos apenas os dois primeiros episódios de um total de oito e já mostra toda a grandiosidade da Terra Média. Uma revisita para os antigos fãs ao mesmo tempo que um convite para novos, pois, ao se passar milhares de anos antes da história mais conhecida, os eventos ou personagem conhecidos são meros acenos para o que virá a acontecer. ... Assim, entramos nesse mundo com um exército de seres poderosos largando seu paraíso para enfrenta um grande mal que surgia além do mar em sequências já épicas de batalha, mesmo que apenas recortes de momentos que servem apenas como introdução. ... Em seguida passamos a conhecer cada povo, espécies e sociedades diferentes que se conectam de alguma forma, por bem ou por mal. Atritos entre os povos, preconceitos, mas também resiliência, curiosidade e empatia. Uma suposta paz que de tão desejada, sinais preocupantes são ignorados, da mesma forma que o trauma da guerra não permite que os soldados sobreviventes encontrem descanso. ... Tecnicamente também é deslumbrante, o cenário mais fantástico dos salões escavados na montanha ou as cidades brilhantes dos elfos são extremamente reais. Além de apresentarem uma interessante preocupação estética em criar unidade com os filmes dirigidos pelo Peter Jackson, algo até mais cuidadoso que a trilogia do Hobbit que veio anos depois. ... Enfim, um início muito promissor, com aprofundamento e diversificação do universo criado pelo Tolkien a tantos anos. Agora vamos ver o que o resto da temporada nos espera. ... 10/10 (nota sujeita a muita subjetividade)
Quando moramos com nossos pais vivemos sob as regras deles, não importa que idade temos, mas o controle é ainda mais rígido se somos apenas adolescentes (não importa se temos poderes ou não). ... Em Ms.Marvel acompanhamos Kalama Khan, uma nerd adolescente que é superfã da Capitã Marvel, ganha poderes e passa a enfrentar vilões enquanto precisa se preocupar em tirar nota na escola e se esconder dos pais super protetores. ... Os poderes, ou o uso consciente deles vai sendo mostrado aos poucos, passando pela descoberta, treino e efetivamente o combate. Mas antes de "ativar" o fã da Marvel que quer ver apenas a troca de socos e raios, esta série é focada para o público mais jovem, então as mais batidas questões sobre relacionamentos e amadurecimento são o principal do enredo. ... Outro elemento importante na construção da personagem, bastante retratado nas HQs e na série, é a relação da Kamala com a cultura muçulmana paquistanesa de sua família. Referências, costumes, roupas, festas e cobranças acabam compondo a base para descobrirmos quem é a personagem. ... E apesar dessa aproximação com o material original, também é onde mais se distância, pois observamos a mudança da origem dos poderes inumanos para algo interdimensional com efeitos cristalizados do Lanterna Verde e ligado às lendas de sua cultura paquistanesa. ... Na parte técnica, a produção tentou trazer alguns elementos que a diferenciasse das outras produções e mais conectado à idade da personagem, e assim ela assumiu uma estética cheia de grafismos que transita entre os quadrinhos, redes sociais e pichações que ganham vida na tela. ... Enfim, é a série funciona bem para o público que se destina, ela tem resoluções fáceis e principalmente infantis em um episódio parece estamos vendo uma versão do Esqueceram de Mim. Além de contar com uma versão do "Peter Parker" sem poderes.
DC Liga dos Superpets
3.5 115 Assista AgoraAlgumas coisas beiram o impossível, como não gostar de animais, podemos não ter nenhum, mas isso não quer dizer que não gostamos de pelo menos um cachorro, gato, pássaro, peixe e o que conseguir pensar.
...
A Liga dos Superpets vai nos levar para o lado "P" dos super-heróis, mostrando como os animais de estimação dos heróis também tem suas próprias aventuras, medos e decepções.
...
Assim, acompanhamos o Kripto, cão superpoderoso do Superman que, depois de anos acompanhando o dono, se sente abandonado quando seu dono resolve passar mais tempo com uma certa humana intrusa chamada Lois Lane.
...
Enquanto ele sofre pela perda do melhor amigo, precisa enfrentar a porquinha da Índia que vivia nos laboratórios Luthor e ganhou poderes graças à Kriptonita laranja. Felizmente ele pode contar com a ajuda de outros animais de um abrigo de adoção que também ganharam poderes.
...
Essa animação mistura comédia e humor, e brinca com reações que costumamos ver nos animais de estimação as ampliando com os superpoderes. Não deixa de ser uma forma antropoformizar sentimentos, mas o faz de forma que soa bastante natural.
...
O traço que causa um estranhamento inicial, pois é bastante simplificado, mas assim que vemos a inserção de efeitos e se faz necessário o uso de movimentos mais complexos, a animação entrega o que é necessário com fluidez.
Fullmetal Alchemist: A Alquimia Final
2.8 13 Assista AgoraToda notícia de adaptação de jogo, livro ou hq vem com uma esperança misturada com medo, o segredo é sempre não criar muita expectativa e até aí tudo bem, o problema é quando a cada nova parte o produto piora.
...
Fullmetal Alchemist - Alquimia Final começa com Elric, o príncipe dos Xing e Inveja precisando fugir da dimensão obscura do Homúnculo Gula se conectando com o final do anterior. Isso se resolve rapidamente para mergulharmos em mais de duas horas de muita enrolação com um festival de homúnculo surgindo de todo lado.
...
Parece que nesse terceiro filme a produção tirou férias e tanto roteiro, como efeitos especiais estão mais fracos. Se de um lado o visual ficou com uma impressão de mal terminado, sem textura ou peso; o roteiro está solto, várias coisas vão acontecendo como uma torrente descontrolada e desconexa.
...
O dramalhão construído a partir de gritos exagerados ficou ainda mais acentuado que nos anteriores e deixou de funcionar, restando apenas uma vergonha alheia brega. Num festival de luzes e câmeras lenta.
...
Enfim, o que encontramos de melhor nessa trilogia foi ficando cada vez mais esquecido na primeira e segunda parte. A criação do mundo e os efeitos iniciais dos poderes eram bem satisfatórios, mas isso foi se perdendo até chegarmos na Alquimia Final que definitivamente é o fundo do poço.
O Incrível Mágico Burt Wonderstone
3.0 364 Assista AgoraQuando o sucesso se torna a porta para o fracasso.
...
O incrível mágico Burt Wonderstone acompanhamos Burt e Anton, uma dupla de mágicos de Las Vegas que vê seu reinado ameaçado por um mágico novo que faz seus truques nas ruas e divulga pelo Youtube.
...
Por meio da arrogância, sensacionalismo e amizade, vemos as mudanças que a fama (ou a falta dela) vão interferir na vida de cada um.
...
Infelizmente, os pontos reflexivos são muito superficiais e servem apenas para tirar alguns poucos sorrisos.
Justiceiras
3.2 205 Assista AgoraO colegial estadunidense é um habitat delicado, onde todos precisam demarcar território.
...
Em Justiceiras acompanhamos Drea e Eleanor, duas garotas que fazem uma amizade inesperada durante o verão. A primeira era a popular da escola, mas que viu o mundo ruir depois que um vídeo íntimo vazou na internet. A segunda, uma aluna novata que não se importa com os padrões sociais e se alia para uma série de vinganças.
...
Segredos, mentiras, planos mirabolantes de vingança apenas para descobrir o "eu" verdadeiro de cada uma num mundo de aparências. Tudo que já vimos antes em filmes da década de 1990 e 2000, mas num show de viradas de roteiro e subversão de expectativa que prende a atenção.
...
No fim, grade parte das disputas e mágoas gira em torno de um garoto popular pseudo desconstruído que consegue fugir de qualquer consequência por ser tão rico que a família é investidora da escola.
O Último Turno
3.0 26 Assista AgoraÉ preciso ter cuidado ao deixarmos o tempo passar, pois podemos cair na armadilha de nos abatermos da vida.
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Em Último Turno conhecemos Staley e Jevon, dois funcionários de uma rede local de fast food, o primeiro se prepara para aposentar depois de 38 anos de trabalho, ele sofre por uma vida não vivida e solitária; Jevon saiu da prisão por destruir uma estátua, precisa de um emprego enquanto está na condicional e ainda cuidar do filho.
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Um drama sobre questões sociais cotidianas, o racismo e o conflito de gerações nas formas de encarar um emprego que só explora, mas que também é a única forma de conseguir sustento.
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Todo o filme acontece em função dos dois atores, personagens representantes de uma sociedade de consumo em decadência que se esconde atrás de discursos meritocráticos vazios. Questão que vemos sendo refletidas em locações genéricas de uma rede de fast food desconhecida à cidade de interior que é como tantas outras.
Já Fui Famoso
3.4 47A vida não é uma linha reta de evolução, passamos por altos e baixos, sempre aprendendo e muitas vezes fracassando para depois ascender.
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Em Já Fui Famoso acompanhamos Vince, um ex-boyband que atingiu seu auge no início dos anos 2000, vinte anos depois ele anda por Londres com seus instrumentos em busca de um bar que o aceite tocar. Em sua peregrinação cruza com um garoto autista que é um exímio baterista e suas motivações começam a mudar pouco a pouco.
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Um drama sobre fracassos e encontrar novos caminhos assumindo uma estrutura narrativa que pega elementos da jornada do herói, mas sob a perspectiva do mentor, um formato que encontramos muito em tramas esportivas e que aqui se manifesta com a música.
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Foi interessante como a direção apresentou esse musical, sem a linguagem fantástica das pessoas cantando pelas ruas, mas de forma mais natural, com os números musicais bem inseridos ao longo e guiando a história. As atuações estão dentro do esperado, o maior problema nesse quesito fica por conta do protagonista que é um péssimo cantor e tem o canto como um de seus destaques na história.
Pinóquio
3.0 197 Assista AgoraEm 1883, o italiano Carlo Collodi criou a história de um menino de madeira mentiroso que queria virar um menino de verdade, quase 60 anos depois ele ganhou o mundo com a Disney. Agora, em meio a várias adaptações da história e a empresa do rato fazer versões de "carne e osso" de seus clássicos, chegou a vez do Pinóquio. Mas valeu a pena?
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De forma bastante episódica, passamos por cada encontro fantástico com muita magia e inocência, desde a criação, passando pelos dois trapaceiros que o levam para o show de marionetes, a ilha dos prazeres, até o monstro marinho, tudo acontece com muita música e otimismo.
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Os vários vilões não são tão ameaçadores, e qualquer elementos mais pesado foi ainda mais amenizados que na animação. Ainda assim, encontramos questões como depressão e solidão maquiadas na história.
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Nesse quesito, Geppetto se destaca, pois é um homem já em idade avançada que fábrica relógios cuco e outras coisas em madeira, mas a aparente alegria esconde uma depressão, um luto pela morte da esposa e do filho a tanto tempo que nem lembra mais. Mas isso sou eu espremendo o filme para encontrar algo que realmente justifique essa versão.
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A mais infantil de todas as produções/adaptações mais recentes da Disney que pouco traz para quem já conhece a primeira versão, tira a carga de aprendizado, mas deve agradar as crianças.
Elvis
3.8 762O show business é cheio de armadilhas e dificilmente alguém capturado por suas garras consegue escapar do abismo.
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Em Elvis não temos uma simples biografia cronológica de ascensão e queda, mas duas perspectivas sobrepostas, do músico e de seu empresário apresentados pela narração em off com trechos reproduzindo notícias da época em rádios e televisão.
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Narrações que contribuírem para a condução da história numa estrutura com cortes abruptos e montagens dinâmicas que mantém um ritmo frenético, mesmo com mais de duas horas de duração. Ritmo que também serve à própria história, pois quanto mais avançamos na vida de Elvis, mais intenso são suas apresentações e a prisão que ele se encontrava.
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É interessante como o roteiro traz vários temas da vida de Elvis; da influência da cultura negra e os preconceitos raciais que nunca iriam antigí-lo com a mesma força que os verdadeiros alvos; até o assédio que sofreu do empresário.
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A estética brilhante e brega do personagem é adotada em sua totalidade nessa espécie de semimusical que tem muitas canções do Elvis, sem torná-la a linguagem base. Ainda assim, assume o tom fantástico em algumas sequências, sempre equilibrado com a narrativa mais tradicional para o desenvolvimento da história.
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A mesma questão plástica é utilizada nos grafismos que são jogados em tela para nós localizar no tempo e espaço, além de diversas colagens que mesclam imagens estáticas de fotos e mapas com outras em movimento. Escolha estética que leva para as interpretação que apresentam uma variação entre reações caricatas e uma pesada dramaticidade.
O Último Vermeer
3.6 9 Assista AgoraAo longo da segunda guerra mundial várias obras artísticas foram roubadas de museus, galerias de arte e inimigos do regime nazista por onde os soldados do Reich passavam, muitas dessas obras nunca foram reencontradas, enquanto outras ajudaram a capturar fugitivos.
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Em Último Vermeer acompanhamos Joseph Piller, um soldado da resistência que ficou responsável por investigar um renomado artista holandês depois de encontrarem uma obra de Josehannes Vermeer num esconderijo nazista.
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Na busca por colaboracionistas Han van Meegeren surge como um esnobe pintor e negociador de arte, guardião de um segredo que pode levá-lo para a morte por traição. Piller e seus companheiros são os únicos que podem evitar isso, mas antes precisam provar que o artista também era um golpista.
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Baseado em eventos reais, somos levados para uma Europa que ainda sobrevive nas ruínas da guerra, com conflitos de interesses entre as agências de segurança locais e de transição, e com uma população empobrecida que era acalmada por execuções públicas dos supostos traidores.
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A narrativa dividida em dois atos é bem conduzida em ambas, a princípio temos uma investigação com passagens da cena artística holandesa pré guerra por meio de flashbacks e questionamentos sobre o que seria arte. Essas questões sugerem as pistas para o segundo momento, quando o filme se transforma num drama de tribunal e provar um crime torna-se a única forma de garantir a liberdade do acusado.
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A ambientação é muito bem construída, com as feridas da guerra e da ocupação ainda abertas visíveis na sujeira que toma as roupas, construções e intensificado pelo filtro acizentado que é típico de produções que retratam esse período.
O Boneco Amaldiçoado
1.9 19Quando algo é tão ruim, mas tão ruim, faz a volta e melhora? Não vamos exagerar.
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O Boneco Amaldiçoado é um terror padrão misturado com história de colégio, que pega o clichê da família se adaptando à nova cidade focado na filha mais nova que é menos popular que a irmã esportista e vira alvo da "garota popular" que passa extorquir para não difamar.
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Nesse meio tempo a mãe também sofre com uma rival no consultório que trabalha e a protagonista encontra um boneco de voodu de baixo da cama que começa a servir de válvula de escape, até que tudo começa a dar muito errado.
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É engraçado como todas as atrizes principais são ligeiramente conhecidas de séries ou filmes B, e aqui estão claramente só passando o tempo entre um trabalho e outro, então ninguém se esforçar muito. Mas talvez não se levar a sério é o segredo para o que é ruim, não ser tão ruim assim.
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Dá para passar o tempo, com os exageros, cortes de cena para televisão e canastrices. Podia ser um pouco menor que ganharia muito.
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Disponível: #netflix
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Como terror 2/10
Como comédia 5.5/10
Todas as Sardas do Mundo
1.9 72 Assista AgoraNão é só no Brasil que a vida gira em torno do futebol, o México também respira o esporte.
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Em Todas as Sardas do Mundo conhecemos José Miguel, o novato da escola, um inventor que se apaixonou pela garota mais popular da escola, e para conquistá-la ele traça planos infalíveis que nunca dão certo.
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É uma comédia supostamente infantil, com atores da idade que deveriam ter (ou pelo menos muito próximo) e só isso já ajuda ao filme ganhar mais veracidade. Soma-se os desafios e problemas típicos da adolescência como a primeira paixão, o medo de perder os amigos e a necessidade de se enturmar e temos mais uma história sobre amadurecimento.
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Com atores carismáticos, ficamos com receio de recriminá-los, mas o roteiro apresenta os personagens tomando decisões muito erradas, que flertam com preconceitos em muitos momentos. Assim, algumas decisões do roteiro são (BEM) erradas ou mesmo quando é aparentemente inocente, não sei se recomendaria para crianças.
Only Murders in the Building (2ª Temporada)
4.0 89Quantos assassinatos podem acontecer num único prédio? Depende da imaginação dos roteiristas.
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Only Murders in The Building foi um sucesso supostamente inesperado, mas com nomes como Steve Martin, John Robert Hoffman e Tina Fey envolvidos... Surfar na onda de podcasts de crimes reais talvez não fosse tão inesperado assim
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Nessa segunda temporada, o trio de amigos improváveis começa com uma questão muito complexa à resolver: quem matou a síndica no prédio com as agulhas de tricô (e no apartamento) de Mabel?
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De fãs de podcast sobre crimes eles viraram investigadores de sucesso e agora se transformam nos principais suspeitos do assassinato. Mas quem disse que essa condição não pode servir para algo? É o que o grupo descobre ao serem chamados para reboots, franquias e galerias de arte.
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A comédia continua com o mesmo tom sarcástico e improvável acompanhando o trio que tenta desvendar o novo crime enquanto descobre segredos do passado do prédio, deles mesmos e tentam evitar a prisão, já que tudo parece apontar para eles.
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A produção conseguiu manter o roteiro instigante, mesmo sem contar com o fator de ineditismo, trouxe coadjuvantes novos ao mesmo tempo que visitava pontualmente os antigos, sempre com um motivo bem definido.
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Foi interessante o papel dos fãs comentando sobre o Podcast do trio, tentando interferir e levantar seus suspeitos, inclusive criticando que a continuação estaria mais fraca ou sem foco, numa abordagem quase metalinguístico.
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No entanto, os bastidores do podcast ficaram em segundo plano, aparecendo de forma um pouco forçada e nem parecia que eles estavam gravando a segunda temporada do programa de áudio.
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Outro ponto de destaque é o episódio mais experimental da temporada, mas nesse caso foi um pouco menos imaginativo. O episódio mudo se repetiu, mas mais contido e dividindo espaço com grafismos de quebra-cabeças e purpurina mesclando elementos da história com subjetivos.
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Enfim, tecnicamente não chamou tanta atenção, mas se saiu bem nos novos mistérios e personagens que agregaram bem o elenco.
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Série 8,5/10
Temporada 8/10
Dead Pixels (1ª Temporada)
3.5 4Para algumas pessoas o mundo virtual é muito mais importante que o real, então porque não ficar apenas nele?
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Dead Pixels mostra três amigos viciados em MMO RPG que sobrevivem no mundo real para viver no universo de Kingdom Scrolls. Da obsessão por quests e disputas digitais em constante conflito com a indesejada realidade saltamos de forma orgânica às narrativas que são cotidianas e se confundem.
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É uma comédia inglesa que ao longo de doze episódios, divididos em duas temporadas vai trazer personagens bastante desagradáveis representando estereótipos de gamers que tem medo da vida social e se escondem em seus avatares com extrema agressividade.
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Apesar disso, a mediada que os conhecemos, passamos a nos afeiçoar e identificar certas manias. Ainda assim, não espere nada muito escrachado ou profundo, é uma mistura de escatologia verbal com vergonha alheia que hipnotiza e nos provoca sempre àquele riso incômodo.
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A segunda temporada explorou a discórdia entre os fãs do jogo com uma expansão que mudou personagens, trouxe novas gerações de jogadores, levou as antigas à procurar versões mais antigas (e sem a interferência de novatos que estão destruindo o que eles sempre gostavam) além de inserir itens que podem ser comprados com dinheiro de verdade, viciando e empobrecendo quem vai na armadilha.
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A produção acertou no dinamismo do roteiro e na forma que mostra ambos os mundos de forma complementar na vida dos personagens, ir do apartamento ou escritório para o cenário inspirado em World of Warcraft é tão natural como acordar ou almoçar.
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7,5/10
Olá, Adeus e Tudo Mais
2.6 32 Assista AgoraTodas as semanas os streamings lançam inúmeros filmes de romance com adolescentes, então porque não inverter um pouco o desafio?
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Em Olá, Adeus e Tudo Mais acompanhamos o casal adolescente Aidan e Claire, que se conhecem numa festa de halloween e começam a namorar já com um acordo de término para antes da faculdade.
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É interessante como o filme estruturou sua narrativa, os eventos são cronológica, mas as formas foram organizadas de forma não usual: um encontro seguido de uma montagem para mostrar a passagem de um ano deles juntos até jogá-los efetivamente no último encontro, o término acordado no início do filme e que relembra todos os momentos que viveram.
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A montagem é a melhor parte, o que contribui para um bom ritmo, mas a temática do término poderia ser melhor trabalhada. Ainda assim, não podemos esperar algo muito além de clichês com doses cavaleres de açúcar e atores medianos que apenas cumprem o básico (ok, falta um pouco de emoção na Talia Ryder).
Fullmetal Alchemist: A Vingança de Scar
3.0 19 Assista AgoraPassaram-se pouco mais de cinco anos desde o lançamento do primeiro live-action de Fullmetal Alchemist, e ele já chega em dose dupla, com apenas um mês de espera para a continuação.
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Em a Vingança de Scar surge um assassino em série de alquimistas, que os mata com uma espécie de trovão que anula magia e desintegra matéria. A princípio ele apresenta um discurso religioso fundamentalista e considera herege todos que manipulam elementos.
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A partir dele que conhecemos um passado sombrio do cenário, o massacre da nação Ishval, uma população que mantinha seus próprios costumes e sua religião não aceitava os alquimistas.
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Perigo que se soma aos homunculus que passaram a viver nas sombras desde o último filme e a ameaça dos Xing, quando um dos príncipes desse grande pais do leste aparece em busca da Pedra Filosofal.
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Já esperamos por piadas exageradas e caricatas em adaptações de animes/mangás, mas nem tudo funciona, como o protagonista se irritar por ser chamado de baixinho e tem quase a mesma altura dos outros ou os momentos que os personagens são tratados como crianças, não funciona, ou pelo menos que escolhessem atores mais novos para o papel. Junto a isso temos as variações entre drama e humor que são muito acentuados e acabam prejudicando a ambos.
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Apesar disso, o material original é bom e os recortes que foram feitos para essa versão que precisa ser menor conseguem explorar vários temas com fluidez e ritmo. A intercalação das cenas de luta ou flashbacks que estão sempre cheias de efeitos especiais convence na maior parte dos casos, falhando apenas na cena final e em um ou outro momento que "esquecem" de colocar o Al nas cenas.
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Felizmente o terceiro filme vem em seguida para concluir a história.
HollyBlood
2.4 27 Assista AgoraMudar de escola quando se é adolescente é a oportunidade de se renovar e ser qualquer coisa, até mesmo um vampiro(?)
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Em Hollyblood conhecemos um adolescente tímido que finge ser um vampiro para impressionar uma garota da escola. Mas além de um Youtuber caçador de monstros entusiasta, ele também precisará encarar um vampiro de verdade.
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É uma comédia espanhola adolescente que brinca com o mito do vampiro, passando pelos clichês clássicos e tirando sarro de Crepúsculo com jovens de vinte e poucos anos fazendo o papel de quinze (nada diferente do normal, mas num tom de humor).
O Diabo em Ohio
2.8 92 Assista AgoraNão importa quanto tempo passe, as cicatrizes sempre estarão lá, expostas, para nos lembrarmos, nos desafiando a superar dia após dia.
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Em Diabo em Ohio acompanhamos a psiquiatra que tenta ajudar uma garota que apareceu no hospital que trabalha depois de fugir de uma seita, em paralelo ao mistério em torno da garota, vemos os problemas da família da psiquiatra se aprofundando.
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A construção do mistério é interessante, mas o roteiro não se preocupa nunca com sutileza, de nomes muito conhecidos à pássaros que se jogam na janela ou o uso da trilha sonora, não temos com clareza se o horror pode ou não ser sobrenatural, mas também não se preocupa em esconder de onde bem o perigo.
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Criar todo um cenário escolar também pareceu desnecessário, mesmo que grande parte se desenvolva nesse ambiente, nada que aconteça é diferente do que já vimos inúmeras outras vezes.
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Foi engraçado identificar vários atores vindos das mais diversas séries que passando pelos episódios, muitas vezes apenas por um deles, mas todos com boa atuação. Claro que Emily Deschanel se destaca como a psiquiatra a qual divide espaço principalmente com Madeleine Arthur e Xaria Dotson que são as com mais tempo de tela.
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Enfim, uma trama com potencial, mas que acabou não trazendo nada de novo e nem ousou no roteiro ou formato. Assim, ao escolher pelo morno, deve passar despercebida.
O Motorista
1.7 20 Assista AgoraMark Dacasco, é um ator que já figurou entre as estrelas de segundo escalão em ascensão ao longo da década de 1990, mas que não voou muito alto.
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Em O Motorista, Dacasco é o herói de um grupo de sobreviventes de um apocalipse zumbi que começa a ser questionado depois de seguir algumas ordens controversas do líder da fortaleza onde vivem.
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É um filme sobre zumbis, e não tem nada que não tenhamos visto milhares de vezes, talvez a diferença é que desta vez trata-se de um projeto familiar, isso mesmo Mark contracena com sua filha e esposa. Isso ajuda em alguma coisa? Espero que sim, porque se for pior...
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Produzido na Tailândia, país que já mostrou boas ideias em filmes de terror, mas que ainda carece de amadurecimento técnico. Os atores são esforçados, mas há um problema ainda maior que é o timing, corte e montagem que prejudica o ritmo dos diálogos até mais que os próprios atores.
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Além disso, são utilizados dois recursos narrativos bastante problemáticos, algumas cenas em câmera lenta bem bregas e uma espécie de "balões" de pensamento do protagonista que sinceramente não funcionam.
Cobra Kai (5ª Temporada)
3.8 182 Assista AgoraQuando seu maior inimigo ganha hegemonia, a única esperança é encontrar reencontrar amigos e forjar alianças.
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Cobra Kai chegou à quinta temporada com a academia da Cobra no auge, abrindo várias franquias e conquistando mais e mais alunos, o problema é que o novo líder do dojô é um empresário inescrupuloso que não se importa em passar por cima dos outros e quem precisa sacrificar.
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O ano começa com os Miyagui Do fechado, Kreese preso, Daniel traz um amigo do Japão para enfrentar Silver. Enquanto isso Miguel foi procurar o pai no México e Johnny seguiu atrás junto com seu filho.
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A ascensão e queda, assim como a superação e a aliança para enfrentar um "mal maior" se mantém, mas a trajetória é diferente, a trama consegue trazer algo novo e quebra o ciclo de repetição que já vinha esgotando a série. Da mesma forma, o momento "rinha de adolescentes" que começava a ficar protocolar, voltou a ganhar naturalidade na trama.
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O foco da narrativa também se volta para os adultos, com o núcleos dos adolescentes se concentrando apenas nos conflitos da Tory. Escolha que acabou diminuindo a importância das mulheres da história, felizmente, quando aparecem, ganham boas tramas.
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Do lado dos novos vilões, temos exemplares ainda mais bregas e caricatos, e mesmo que os capangas mais básicos não passem de arquétipos malvados, eles trazem um nível de ameaça maior e mais real. Algo que, somado à conclusão da temporada, pode representar uma dificuldade para o sexto ano, que já está confirmado.
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Temporada 9/10
Série 8,5/10
Thor: Amor e Trovão
2.9 974 Assista AgoraDepois de um filme divisivo em 2017, no qual o Deus do Trovão se tornou uma piada espacial, Taika Waititi retorna para mais uma tentativa.
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Em Thor - Amor e Trovão reencontramos Thor, depois de abandonar a Terra com os Guardiões da Galáxia em missões pelo universo, até que ele recebe um pedido de ajuda de Siff e descobre sobre um matador de deuses conhecido por Gorr.
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A possibilidade dos deuses morrerem aliado a um antigo devoto que percebeu o quão ele era insignificante perante as poderosas criaturas que venerava sugere diversas abordagens dramáticas. O retorno da Jane Foster no conflito de enfrentar um câncer avançado e a descoberta de um poder que pode salvá-la levanta boas questões.
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Mas, o que encontramos é um roteiro esquizofrênico, que caminha entre situações mais dramáticas e o completamente bobo. E assim temos um filme fragmentado, com questões complexas como aceitar a morte, a perda da crença depois de ser abandonado por aqueles que acreditava. Em quanto em outros momentos o que poderia ser tratado com sarcasmo é estúpido.
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Com uma história tão desencontrada, o peso dos acontecimentos se perdem, não sendo possível se importar com nada, assim como o ritmo que dos acontecimentos que se torna sem motivo, apenas para continuar a ir para frente.
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Por outro lado, os efeitos especiais estão ok e dentro da estética puxada para o brega e o Glam. Os atores também se saem bem, abraçando a ambos os lados da interpretação que lhe foram exigidas.
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Mas apenas isso, pois como um filme ele não funciona, mesmo que tente costurar as cenas com músicas empolgantes colocadas a cada cinco minutos, mas para boas músicas basta assistir clipes ou ligar o spotfy.
Sem Conexão: Parte 2
1.5 108Filmes geralmente não condizem com a realidade e policiais de cidades pequenas precisam conviver com o tédio, até que algo acontece e descobrimos que eles não estão preparados.
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Em Sem Conexão 2 acompanhamos um jovem policial que sonha ser o herói do pacato vilarejo e precisa lidar com as consequências dos assassinatos que ocorreram no filme anterior.
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A intenção era fazer uma comédia de horror de cabana isolada com alienígenas, mas é um filme sofrível que não acertou em nada. Talvez a única parte mais aceitável estão nos efeitos práticos que são muito, mas muito gore.
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Ainda assim, e com a melhor boa vontade só mundo, este filme definitivamente não vale a pena.
Bastardoz
2.8 43 Assista AgoraNada é suficientemente ruim que não possa piorar, pois se a Europa sofria com o avanço do nazifascismo na década de 1930, a Espanha travava sua própria guerra com resultados ainda mais duradouros: a ditadura franquista.
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Em Bastardoz a história vai mais longe, pois além de todo o cenário de horror real, no qual o ditador recebia apoio nazistas, o filme transforma a Espanha num campo de testes de uma nova tecnologia que transforma os mortos em zumbis.
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Assim, acompanhamos um grupo de soldados cruzando vales e florestas tentando entender e sobreviver aos mortos que insistem em não morrer.
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Uma ação com zumbis bem construída entre fugas, tiroteios e os conflitos ideológicos de soldados que nem sempre sabem por que escolheram um lado ou outro, mas se deparam com um mal ainda maior e sem controle, criado por interesses que vão muito além das fronteiras.
...
O roteiro é bem desenvolvido e mesmo usando os personagens arquetípicos e situações comuns à esse subgênero, a interação promovida pelo conflito político entre os sobreviventes trouxe um respiro interessante e envolvente.
...
Junto à isso, o tom não tão pesado no drama e a inteligência dos soldados que aprendem rápido as regras dos desafios, entregam um ritmo dinâmico que faz o espectador sentir cada derrota.
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 792 Assista AgoraTodos os anos somos bombardeados por promessas das novas séries ou temporadas despontando como essenciais, obrigatórias, mas poucas conseguem sustentar esse título depois de finalmente serem lançadas.
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Para os fãs da obra de Tolkien, Anéis do Poder corresponde a toda a expectativa. Produzido pela Amazon Prime, seu anúncio ocorreu antes mesmo de ficarmos presos em nossas casas sem poder sair de casa, e com pequenas fotos ou teasers, todo o preparo valeu a pena.
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Foram exibidos apenas os dois primeiros episódios de um total de oito e já mostra toda a grandiosidade da Terra Média. Uma revisita para os antigos fãs ao mesmo tempo que um convite para novos, pois, ao se passar milhares de anos antes da história mais conhecida, os eventos ou personagem conhecidos são meros acenos para o que virá a acontecer.
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Assim, entramos nesse mundo com um exército de seres poderosos largando seu paraíso para enfrenta um grande mal que surgia além do mar em sequências já épicas de batalha, mesmo que apenas recortes de momentos que servem apenas como introdução.
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Em seguida passamos a conhecer cada povo, espécies e sociedades diferentes que se conectam de alguma forma, por bem ou por mal. Atritos entre os povos, preconceitos, mas também resiliência, curiosidade e empatia. Uma suposta paz que de tão desejada, sinais preocupantes são ignorados, da mesma forma que o trauma da guerra não permite que os soldados sobreviventes encontrem descanso.
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Tecnicamente também é deslumbrante, o cenário mais fantástico dos salões escavados na montanha ou as cidades brilhantes dos elfos são extremamente reais. Além de apresentarem uma interessante preocupação estética em criar unidade com os filmes dirigidos pelo Peter Jackson, algo até mais cuidadoso que a trilogia do Hobbit que veio anos depois.
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Enfim, um início muito promissor, com aprofundamento e diversificação do universo criado pelo Tolkien a tantos anos. Agora vamos ver o que o resto da temporada nos espera.
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10/10 (nota sujeita a muita subjetividade)
Ms. Marvel
3.1 233 Assista AgoraQuando moramos com nossos pais vivemos sob as regras deles, não importa que idade temos, mas o controle é ainda mais rígido se somos apenas adolescentes (não importa se temos poderes ou não).
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Em Ms.Marvel acompanhamos Kalama Khan, uma nerd adolescente que é superfã da Capitã Marvel, ganha poderes e passa a enfrentar vilões enquanto precisa se preocupar em tirar nota na escola e se esconder dos pais super protetores.
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Os poderes, ou o uso consciente deles vai sendo mostrado aos poucos, passando pela descoberta, treino e efetivamente o combate. Mas antes de "ativar" o fã da Marvel que quer ver apenas a troca de socos e raios, esta série é focada para o público mais jovem, então as mais batidas questões sobre relacionamentos e amadurecimento são o principal do enredo.
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Outro elemento importante na construção da personagem, bastante retratado nas HQs e na série, é a relação da Kamala com a cultura muçulmana paquistanesa de sua família. Referências, costumes, roupas, festas e cobranças acabam compondo a base para descobrirmos quem é a personagem.
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E apesar dessa aproximação com o material original, também é onde mais se distância, pois observamos a mudança da origem dos poderes inumanos para algo interdimensional com efeitos cristalizados do Lanterna Verde e ligado às lendas de sua cultura paquistanesa.
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Na parte técnica, a produção tentou trazer alguns elementos que a diferenciasse das outras produções e mais conectado à idade da personagem, e assim ela assumiu uma estética cheia de grafismos que transita entre os quadrinhos, redes sociais e pichações que ganham vida na tela.
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Enfim, é a série funciona bem para o público que se destina, ela tem resoluções fáceis e principalmente infantis em um episódio parece estamos vendo uma versão do Esqueceram de Mim. Além de contar com uma versão do "Peter Parker" sem poderes.