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Últimas opiniões enviadas

  • Ramiro

    Uma ótima jornada, mas com um tropeço feio no final

    É preciso antes de tudo elogiar o diretor e a equipe por trás de Round 6. De maneira primorosa eles conseguem criar uma jornada excelente, com ótimas cenas emocionantes, seja pelo drama, suspense e até mesmo humor em alguns momentos. Porém, é impossível não se decepcionar com o último episódio, já que ele quebra com aquilo construído nos outros 8.

    No meu ponto de vista, a questão central da série foi o pessimismo enorme com relação ao sistema capitalista. Através da metáfora do jogo fica claro a noção de que o nosso modelo econômico leva a exploração, humilhação e morte daqueles menos favorecidos nele.

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    Nesse sentido, a cena onde uma pessoa acabou de morrer e o porquinho é abastecido com notas é poderosa, já que, sobretudo para algumas elites, a vida humana se resume basicamente a isso, um valor monetário. Basta lembrar que, conforme os donos de um certo plano de saúde, "óbito também é alta".

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    Ao encontro disso, ao longo dos 8 episódios nada conseguiu sobreviver a máquina de morte montada na misteriosa ilha. Seja a fé católica (o homem que reza desesperadamente), o casamento (o casal onde um é obrigado a matar o outro) a bondade e ingenuidade (o refugiado paquistanês), a malandragem (a mulher que gritava ser a pessoa mais esperta do lugar) ou mesmo a intimidação e força bruta (o cara com tatuagem de serpente no rosto). Tudo foi moído pelo capitalismo selvagem, onde um grupo minúsculo fica com a renda de centenas a custa da exploração desses últimos, aplicado através dos homens de vermelho.

    Por conta disso, achei péssimo que, em primeiro lugar, Seong Gi-hun/número 456 se tornou o "herói". Quer dizer, ele é o único a entrar ali e não se corromper, pois no último segundo se mostra incapaz de matar Cho Sang-woo/número 218. Não que eu desejasse a morte desse último, mas acho muito utópica e irreal essa coisa de colocar ele como alguém tão "virtuoso" que permanece até o final assim, sem se dobrar a imposição assassina daquele lugar.

    Somado a isso, não achei sentido na questão de ele sair com o dinheiro. Se de fato a série fosse coerente, não era para ele ter saído de lá vivo. Afinal de contas, se esse é o procedimento deles, como que nenhum dos outros ganhadores bilionários desmascarou tudo? A questão do jogo sempre foi trazer divertimento aos VIPs, logo não faz sentido eles permitirem alguém sair vivo dali, correndo o risco de perderem o seu "entretenimento".
    Seria muito mais lógico eles imediatamente matarem o ganhador, ou ainda o obrigarem a ficar preso na ilha conduzindo os próximos jogos. A gente tem o exemplo disso no final do episódio "Fifteen Million Merits" de Black Mirror, onde o personagem principal luta contra o sistema, mas ao final se torna parte dele. Esse, na minha opinião, seria um final de acordo com a proposta pessimista da série.

    Ainda sobre esse ponto, fiquei dividido com a revelação de que quem organizou tudo foi Oh Il-nam/número 1. Por um lado isso acaba por atenuar toda a maldade cometida naquele lugar, já que foi feita por um simpático senhor idoso. Porém, por outro, acho positivo, já que se relaciona com a ideia de banalidade do mal de Hannah Arendt, de que qualquer um é capaz de cometer atos hediondos, basta agir sem pensar nas consequências. É o caso de 01, que só queria dar um tempo em sua vida entediante ou, trazendo pra realidade, um certo ex-ministro cujo lema é "um manda e o outro obedece".

    Por fim, apenas um comentário que achei curioso. Vi muita gente criticando a série por supostamente cair no "clichê" dos homens brancos ricos que são vilões. Eu sinceramente não consegui enxergar algo errado aí, afinal de contas é só a gente olhar a lista das pessoas mais ricas do mundo e vai ver que várias caem nesse perfil, homens brancos (Mark Zuckemberg, Elon Musk, Tim Cook, Jeff Bezos, Bill Gates etc).

    Então, isso só reforça como a série tentou em grande medida ser parecida com a realidade e fazer uma crítica da mesma. Mas, infelizmente, no final das contas resolveu encerrar mais como entretenimento do que como crítica.

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  • Ramiro

    Um filme quase atemporal, mas muito engraçado

    É preciso reconhecer os méritos de Antonio Tabet, pois ele está muito bem nesse novo filme. Ele consegue manter essa figura do policial miliciano de maneira constante e hilária durante todo o longa.

    Apenas um ponto que me chamou a atenção é isso que chamei de caráter atemporal do filme. O Porta dos Fundos para mim sempre foi marcado por uma forte relação com a sua época. Eles o tempo todo fazem piadas com situações cotidianas e críticas sociais misturadas com política. Não é o caso aqui, onde com a exceção de um único comentário, a covid-19 não existe nesse universo.

    Não que eu tenha desgostado do filme por causa disso, pelo contrário, proporcionou ótimas risadas ao longo de toda a sua uma hora de duração. Apenas foi algo que me chamou a atenção, já que destoa um pouco do que o Porta costuma fazer, principalmente nas suas últimas produções. Meu palpite é que pelo fato de 2020 e 21 terem sido anos bastante pesados, eles não acharam que era hora ainda de tocar no assunto, ou simplesmente não tiveram vontade de falar do mesmo. Até porque eles próprios foram afetados, na medida que tiveram que contratar literalmente uma equipe de biossegurança para as filmagens.

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    Agora, a única coisa que de fato não curti foi a sequência com a personagem da Evelyn Castro bancando o cachorro farejador com a camisinha do assassino. Eu não sou contra escatologia em filmes, mas depois dos primeiros 15 segundos a piada simplesmente perdeu completamente a graça. Além de que é um tipo de humor que o Porta não costuma fazer, de maneira que ficou um trecho muito deslocado do restante da narrativa.

    Por outro lado, gostei muito que eles fugiram do estereótipo de dizer que o assassino ia matar o faxineiro gay porque naquele dia saiu o número 24 no jogo do bicho (veado). Seria péssimo caso tivessem feito isso, além de uma hipocrisia, já que o Porta claramente é ligado ao campo progressista, de maneira que é contra esse tipo de piada homofóbica. Assim, foi uma grata surpresa eles romperem com essa expectativa.

    Então, se você quer se divertir bastante, recomendo!

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  • Ramiro

    Um filme árido, e não só no cenário

    Um primeiro ponto que preciso deixar claro: nunca li os livros da série duna e não assisti a versão da década de 1980. Ou seja, esse é o meu primeiro contato com esse universo.

    Dito isso, algo que me chamou muito a atenção e considero primoroso no filme é a construção de mundo.

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    Especialmente no planeta onde se encontra a especiaria, retratado como extremamente hostil a vida humana. Os recursos tecnológicos que ajudam na sobrevivência, como as roupas especiais, o jeito de caminhar na areia, o aparelho que atrai os vermes gigantes, tudo isso achei incrível, muito criativo e dialoga muito bem com esse cenário inóspito. O detalhe do ratinho que precisa usar o próprio suor para sobreviver foi a cereja do bolo.

    O problema é que para mim o personagem principal da trama é esse, duna. Porque fui incapaz de criar qualquer conexão com os protagonistas.

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    Paul Atreus é a versão empoeirada do meme do Grumpy Cat, a morte do duque Leto Atreides não me impactou em nada, e sei que muita gente idolatra a Zendaya, mas essa personagem dela que lembra o estereótipo da árabe exótica foi totalmente genérico pra mim: uma mulher bela e misteriosa, cheia de segredos e ao mesmo tempo perigosa.

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    Eu gostaria muito de ver uma história sobre Duncan Idaho, isso sim, e não apenas porque ele é interpretado por Jason "labrador humano" Momoa. A razão é que com ele foi possível criar empatia, de maneira que seria incrível ver como ele se tornou esse grande guerreiro. Da mesma forma, o papel da doutora Kynes também me despertou muito interesse, essa botânica nativa do planeta que trabalha para o império, mas ao mesmo tempo guarda seus segredos e tem interesses próprios.

    Nesse sentido, acredito que o único ponto positivo disso tudo é que me despertou bastante a curiosidade de ler os livros, já que várias coisas são simplesmente atiradas na tela.

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    A mãe de Paul faz parte de uma ordem secreta que aparece por cinco minutos e pronto, mais nenhuma explicação. Por que o tal do barão é deformado e se banha em uma espécie de piche negro? Qual é o real poder da casa Atreides, textualmente colocada como uma das mais poderosas daquele universo, tanto que o imperador tem medo dela, mas que é aniquilada em 10 minutos? O que faz o exército do imperador ser uma força tão poderosa, tem algo a ver com a cerimônia na chuva que vemos por alguns minutos? Aí volta a questão, se esse poderio militar do imperador é tão incrível, porque utilizar a casa do barão?

    Enfim, o que me parece é que o filme, embora traga um enredo simples e compreensível, é feito para quem leu os livros, isto é, ele só será de fato uma experiência rica e envolvente para quem já tem essa bagagem cultural. Isso porque ele se preocupa tanto em apresentar esse mundo que simplesmente esquece de mostrar quem são as pessoas que habitam ele, de maneira que a aridez do cenário também se manifesta em aridez narrativa, sem elementos de roteiro que façam com que se desperte o interesse em saber para onde aqueles indivíduos irão, o que vão fazer.

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    Paul Atreides é o futuro imperador, o escolhido. Tá, e daí? Aqui não ocorre algo como em "matrix" ou "star wars", onde essa noção de um indivíduo especial que mudará completamente o mundo é trabalhada desde o início do filme. Não digo que seria o caso deles seguirem rigorosamente a receita da "jornada do herói", mas faltou o mínimo de elaboração do personagem que, teoricamente, é o principal. E entendo que o problema é justamente esse, o personagem principal é aquele que dá nome ao filme

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  • Filmow
    Filmow

    O Oscar 2017 está logo aí e teremos o nosso tradicional BOLÃO DO OSCAR FILMOW!

    Serão 3 vencedores no Bolão com prêmios da loja Chico Rei para os três participantes que mais acertarem nas categorias da premiação. (O 1º lugar vai ganhar um kit da Chico Rei com 01 camiseta + 01 caneca + 01 almofada; o 2º lugar 01 camiseta da Chico Rei; e o 3º lugar 01 almofada da Chico Rei.)

    Vem participar da brincadeira com a gente, acesse https://filmow.com/bolao-do-oscar/ para votar.
    Boa sorte! :)

    * Lembrando que faremos uma transmissão ao vivo via Facebook e Youtube da Casa Filmow na noite da cerimônia, dia 26 de fevereiro. Confirme presença no evento https://www.facebook.com/events/250416102068445/

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