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Últimas opiniões enviadas

  • Rascunhagem

    A Netflix me recomendou e eu fui ver qual era. Achei constrangedor de ruim, dos poucos filmes na vida que não consegui assistir até o fim. Uma pena, pois os atores envolvidos são, em sua maioria, brilhantes.

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  • Rascunhagem

    Quem é cria de "Fringe" (série) ou de Coherence (filme) não viu algo que seja exatamente inovador. Esse filme soa modernão mas possivelmente será carta marcada na sessão da tarde daqui a alguns anos.

    A mensagem que ele parece querer passar é clichê? Sim! Já vimos isso antes no cinema? Uma infinidade de vezes, em diferentes roupagens. No entanto, o mérito está na forma acessível com a qual o roteiro tratou

    Comentário contando partes do filme. Mostrar.

    a ideia de metaverso

    e na criativa direção que engancha o telespectador em suas mais de duas horas de história. Foi um filme que me divertiu e me alienou durante toda a sua execução e que merecidamente está sendo reconhecido nas premiações.

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  • Rascunhagem

    Era 2020… o mundo estava sendo brutalmente invadido pela pandemia de covid-19 que naquela época era uma doença ainda desconhecida e que solicitava como medida emergencial o isolamento social. Eu tinha acabado de perder meu emprego de anos e estava então nessa fase, elaborando o desemprego e assombrado pelo combo brasileiro da crise sanitária que ocorria em meio a uma crise política, econômica e, portanto, humanitária.

    Algumas plataformas e redes de cinema tomaram a iniciativa de fornecer ao público em isolamento social, transmissões gratuitas de filmes em diferentes circuitos e, em alguma dessas iniciativas, a qual já não me recordo, conheci Agnès Varda através de seu Visages, Village. Foi um encantamento à primeira vista! Aquela que seria a sua penúltima obra audiovisual me ofereceu afeto, conforto e me apresentou essa singular cineasta da qual passei a me interessar.

    Pois bem… acabo de assistir Agnès Varda: From Here to There (2011) que é uma espécie de minissérie documental com cinco episódios (ou crônicas, como ela nomeia). Com ares de associação livre, Varda abre seu imaginário e faz dele uma belíssima exposição de arte que será exposta em cada uma dessas crônicas. É como se ela abrisse sua mente para uma visitação guiada, algo que remete um pouco a Godard, exceto pela generosidade em nos incluir em sua viagem.

    A experiência remete a uma associação livre na medida em que Varda sempre se utiliza de associações entre um elemento e outro similar para dar movimento e construção a sua narrativa, rompendo as barreiras do espaço e do tempo no material que é entregue ao telespectador. Com uma longa trajetória de tela, Varda montou em sua vida profissional, um imenso acervo audiovisual e, portanto, consegue recuperar desse acervo, gravações que vão dar suporte às memórias que pretende resgatar, colocando-as em associação a algo que ela está criando ali, naquele momento ou com algo que ela manifesta, em forma de desejo, a intenção de criar. E assim, o telespectador volta para a década de 50 e no minuto seguinte já está posicionado nos anos 2000. Ou ainda, está em algum país estrangeiro observando uma equipe que realiza a poda das árvores urbanas e, no mesmo minuto, estará no Brasil com outra equipe realizando a mesma atividade.

    Apenas para ilustrar com um exemplo o espírito de associação livre que toma conta da obra de Varda, há uma peça de arte que aparece em uma de suas crônicas que é uma cabana que apresenta uma chuva interna. Após explorar essa cabana que está chovendo, ela cuidadosamente transporta o telespectador, através do movimento esboçado na janela de um automóvel, para um dia de chuva na rua em uma cidade portuguesa, enfeitando a cena com um fado de Amália Rodrigues. Nessa transição, ela brinca com as formas que a água faz na janela desse automóvel que está transportando o telespectador e pára ao avistar pessoas pulando uma enxurrada. À partir dessa cena, Varda reflete o conceito do “momento decisivo” de Cartier-Bresson e começa a divagar sobre o movimento e o não movimento, o cinema e a fotografia, a duração e o instante. E assim ela vai transitando, se utilizando de obras autorais, filmes de outros cineastas, músicas, artes plásticas, animações e histórias.

    Movimento seria um bom significante que sintetizaria essa minissérie documental. Em alguns momentos há, no entanto, o desejo de parar um pouco e caminhar solo, contemplando e tensionando as reflexões que a cineasta nos direcionou. Por diversas vezes eu me senti emocionado sem saber expressar em palavras o afeto que me tomou. Movimento e pausa… Varda brinca muito saltando de um significante para outro, montando o movimento em peças estáticas e retirando o instante daquilo que era puro movimento. Cria antíteses na representação de opostos, em um salto da morte para a vida ou da violência para a paz. A sensação é de que cada trecho de “From here to there” poderia ser aprofundado em algum outro documentário à parte, tamanho o volume de informações, obras, pessoas e ideias que são ali apresentadas.

    Nas narrativas desenvolvidas por Varda, ela conta muito de sua vida através dos laços desenvolvidos com pessoas e lugares ao redor de todo o mundo e apresenta em tela uma enorme capacidade de sintetizar a essência dessas relações. Varda quer nos mostrar obras e ideias que nos coloquem em movimento: ela rompe a todo momento com as expectativas, quer nos mostrar o que é desejo, produzir sensações, fazer emergir a poesia em forma de palavras ou imagens. Em resumo, Varda quer fazer emergir o inusitado, levando às últimas consequências uma frase que ela mesmo nos diz: “A arte é ilimitada. A arte é uma festa. A arte é uma feira”.

    Algo que a cineasta faz muito bem é extrair o mais belo e instigante de cada peça que nos apresenta. Outra marca de Agnès Varda é a generosidade que se reflete no tom de voz fraterno com o qual ela dialoga com cada pessoa que se coloca em seu caminho, sobretudo com o telespectador. Nas crônicas de Varda, ela dispensa as legendas que poderiam economizar tempo ao nos informar os nomes dos lugares e das pessoas que compõem a cena. Varda faz questão de nos apresentá-los com a sua própria voz, algo que nos aproxima e nos enche de ternura. E como a sua obra é construída em cima de memórias, muitas vezes suportadas na relação com outras pessoas, ela se esforça para dar visibilidade e voz a esses outros criadores, de modo fornecer ao telespectador a intenção, o sentido e o processo da construção de cada obra de arte.

    Na segunda crônica da minissérie, Varda conta um pouco sobre suas passagens no Brasil, em contato com familiares de Glauber Rocha, com Copacabana e Ouro Preto de outrora em conexão com a energia vibrante de pescadores em Fortaleza 40 anos depois, que fazem festa com a presença da cineasta entoando os versos: “sorria que eu estou te filmando, sorria o coração tá gravando”, algo que inusitadamente dá muito sentido ao trabalho que ela faz.

    Varda nos presenteia também com ideias que se esbarraram na impossibilidade, contando de sua intenção e nos mostrando o que coube ser representado na realidade, deixando à cargo da nossa imaginação preencher a lacuna que atingiria o ideal que ela apontou. “From Here to There” é uma obra que convoca a nossa participação e portanto, a experiência de cada um será singular.

    Antes de dar o play em “Agnès Varda: From Here to There” observei a duração que apontava para quase 4 horas de conteúdo e eu pensei na impossibilidade de sustentar meu interesse por tanto tempo. Acontece que a minissérie documental não tem um auge ou um grande clímax. Ela é esse clímax o tempo todo e a cada micronarrativa que se fecha o telespectador já estará imerso em alguma outra que já se abriu. A divisão em cinco episódios permite que a obra seja assistida em cinco etapas, mas não será estranho se você sentir desejo de maratona-lá em apenas uma sentada. E se você topar esse convite de Varda em viajar pelo seu imaginário real, tenha certeza que ganhará uma experiência inestimável. Varda oferece, nessas quase quatro horas, peças inimagináveis que toda a experiência de uma vida impossibilitaria conhecer. É uma minissérie que muitos deveriam se dar de presente.

    (Este texto foi redigido para o Rascunhagem. No ato da escrita, realizada em fevereiro de 2023, a minissérie Agnès Varda: From Here to There está disponível no Brasil através da plataforma de streaming Mubi.)

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  • Thaysa
    Thaysa

    Ajudou bastante, e já apaguei. Muito obrigada! :D

  • Thaysa
    Thaysa

    Ajudou bastante. Muito obrigada! :D

  • Thaysa
    Thaysa

    Olá, tudo bem? :)
    Desculpa por aparecer do nada kkk mas tenho estudado design e queria conversar com alguns usuários do filmow, pra fazer um projeto pessoal que possa compor meu portfolio :) gostaria de praticar propondo um redesign, já que a interface do site é bastante ultrapassada.
    Seria só algumas perguntinhas pra poder entender melhor:

    1. por que você usa o filmow? o que você acha que tem de interessante/singular no site?
    2. qual parte do site você gosta/visita mais?
    3. quais são as coisas que você não gosta?
    4. com que frequência utiliza o site?

    Obrigadaaaa :)

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