Um filme que não tem muito apelo técnico e cara de filme indie e talvez por isso alguns não dão muito valor nele. Para mim Biutiful diz tudo sobre o filme, não é um filme feliz, mas como na grafia propositalmente errada, podemos ver uma forma de beleza destorcida nessa obra. É filme bem fechado dentro de si mesmo, Iñárritu deixa sua assinatura bem clara aqui, ótima direção. O roteiro não tem segredo, um pai solteiro doente com uma ex-mulher problemática, um trabalho ilegal...mas ele tem um bom coração, apesar de tudo. Os personagens tem profundida e não são nada fáceis de se lidar, acredito ser um dos melhores pontos do longa, ninguém é perfeito, e o filme explora bem isso. O protagonista tem um dom, não sei por que esse dom era necessário, se era pra explica a cena do começo, não achei ruim, tanto que isso rende cenas boas e um tanto tensas. E é melhor que não expliquem muita coisa mesmo. Contudo, acho que o filme poderia ter corrido bem sem isso, talvez seja um ponto que algumas pessoas estranhem, mas eu gostei e deu um toque original para o filme. Esperava mais do final, ainda mais por que queríamos ver um explicação mais clara do que acontece no começo do filme, mas é tudo um pouco vago. Por fim, atuação excelente de Javier Bardem, como era de se esperar, e a atriz Maricel Álvarez também mandou muito. --- Nota: 8,5
Richard Linklater criou uma proposta muito interessante para o filme,é sobre o isso que a arte tem de ser, criativa e experimental, algo que está em falta hoje em dia. A ideia de gravar um filme por 12 anos com os mesmos atores é muito arriscada, problemas poderiam acontecer e aconteceram, mas o filme se manteve bem apesar disto. A começar pelos atores, temos boas atuações por parte do Ethan Hawke e Patricia Arquette, alguma medianas como o caso do próprio protagonista e outra terríveis como a Lorelei Linklater. Essa atriz é filha do diretor que pareceu nunca ter visto como a Sofia Coppola foi terrível em Godfather III, a regra é "não botem seus filhos para atuar se eles não são atores". Essa menina é tão mal atriz que te tira completamente do foco do filme, quando criança é possível relevar, mas depois a personagem some inexplicavelmente e volta mais velha, atuando mal é complicado de assistir. Além de que toda a sua existência é algo irrelevante para o filme, uma tremenda falha. Ver os personagens envelhecerem naturalmente é um processo muito divertido, notar como o próprio mundo ao redor deles também se modificou, sendo tudo isso feito através de referencias, algumas sutis outras nem tanto. A história é boa e bem simples, é basicamente a vida de um jovem dos 8 aos seus 20 anos, alguns podem ver isso como algo simplório demais, mas outros podem se identificar e achar fascinante. --- Nota: 8,3
Um dos, se não o melhor filme nacional que já vi. Anna Muylaert conseguiu criar uma obra de arte, o filme é bem crú e realista, isso se estende dos personagens até o roteiro. A fotografia é um dos diferenciais do filme, a maneira como tudo foi filmado, os ângulos e enquadramentos, a câmera parada durante uma longa tomada, enquanto acompanhamos uma conversa, tendo vários planos para analisarmos, é excelente. O cenário é bem reduzido, a maior parte do filme se passa ou na cozinha ou em um quarto, no geral dentro da mansão do casal que emprega a Val (interpretada pela Regina Casé). E que personagem, que interpretação, parabéns para a criação da personagem e para a forma como ela foi "concebida" do papel para a tela. Outro grande destaque vai para a Jéssica (interpretada pela Camila Márdila), não conhecia a atriz e logo de cara gostei muito do trabalho dela. A personagem no começo é possível haver algum estranhamento, mas depois é possível notar como ele é muito franca e inteligente. O filme dá uma bela crítica social, abortado a desigualdade e a xenofobia, algo que vejo poucos filme fazer de forma satisfatória e equilibrada. O longa conta com algumas cenas que acabaram entrando para na edição final, que são um pouco desinteressantes, para mim é uma clara encheção de linguiça, ou então que poderiam estar ali, mas feitas de uma melhor maneira. O filme tem incontáveis cenas que eu poderia comentar, mas a cena da Regina Casé na piscina é algo formidável, um dos momentos de conquista e crescimento da personagem, é uma cena singela e tocante. A personagem da Karine Tales (Dona Barbara) é um pouco forçada em certas partes, não digo a atuação dela em si foi ruim, gostei da atriz, acredito porem que ela poderia ser mais sútil, pois é obviamente uma tentativa de se criar uma "vilã", um então o contra ponto no filme, em relação à protagonista, mas com o tempo tudo se ajeita. O filme tem uma trilha sonora, que não é ruim, mas que é bem esquecível, infelizmente. Enfim, "Que Horas Ela Volta?" é um filme bonito e tocante, que merece ser visto pelos brasileiros e admirado. Recebeu ótimas críticas no exterior e dentro do próprio país foi quase esquecido pelas redes de cinema, o que foi uma vergonha e falta de incentivo a cultura nacional. --- Nota: 9,2
Outro marco da Pixar, Inside Out é um dos filmes mais criativos e assertivo que eu já vi, o filme usa da simplicidade e nos surpreende com ótimas sacadas, tais como tudo o que acontece na "Sala de Comando" e na área de "Memória de Longo Prazo". A começar pelo roteiro, a premissa não é algo inédito, mas a execução é o ponto chave de tudo, cada elemento forma uma junção de coisas, que leva o filme a beira da perfeição. Talvez seja o desenho do estúdio que melhor consiga apelar para todas as idades, pois todos nós tivemos uma infância/adolescência, confusões, problemas, etc. O filme não é apenas profundo, atendendo mais a mente dos adultos, como também consegue fazer qualquer um rir, as piadas são realmente boas, das mais simples até as mais elaboradas. Os personagens principais são extremamente marcantes, embora saibamos como eles irão agir, pois são todos representações de emoções da cabeça de uma adolescente. Mas mesmo assim, ver o ótimo trabalho de dublagem (dublagem original: inglês), como cada voz se encaixa com cada personagem é formidável. A trilha sonora é linda e emotiva, porem simples demais, não é tão memorável como algumas que a Pixar já nos mostrou. Por falar em trilha sonora, temos os efeitos sonoros, a biblioteca de sons deste filme é maravilhosa, ele está recheados de efeitos que se ligam à animação dando uma harmonia muito boa. Parabenizo o estúdio por essa obra. --- Nota: 9,6
É espantoso que um dos melhores filmes do ano tenham sido liberados não por uma estúdio grande de cinema, mas sim pelo serviço privado de stream, a gloriosa Netflix. Beasts of No Nation não é um filme fácil de digerir, o tema é extremamente pesado e o roteiro explora bem isso, o governo corrupto na África, exércitos formados por crianças, matanças, entre outras coisas. No filme seguimos o pequeno Agu, interpretado por Abraham Attah, e que bela interpretação desse menino, ele se saiu muito bem para um iniciante. Outra boa atuação fica por conta de Idris Elba, interpretando um personagem típico para o ator, o chamado Comandante, chego a dizer que o cara pode concorrer ao Oscar (2016), como ator coadjuvante. A direção é assertiva em alguns pontos, mas o jogo de câmeras por vezes me incomodou, algumas vezes tremida, outras vezes parada demais, dando o ar de um filme para a TV, ironias a parte por ser da Netflix. O maior problema do filme para mim foi o final, o roteiro é fica desinteressante e parece mal acabado, destoando-se do restante do filme onde tudo parece super bem acertado. Por fim, é um longa que consegue passar um mensagem forte, de madeira efetiva e é com certeza uma boa pedida para os fãs do gênero de Drama de Guerra, sendo marcante pelas cenas tristes e as atuações. --- Nota: 8,2
Esperava um filme mais romântico e existencialista, mas Anomalisa é um filme muito mais sobre o ser humano, sendo humano. Talvez um dos filmes mais francos e intensos deste ano, a história que pode ter muitas visões, tão complexa como a mente humana, mas tão simples como um conto de 1 hora e meia. Acompanhar Michael Stone não é algo tão prazeroso, não que o filme faça isso de forma ruim, mas o próprio diretor cria elementos para nos fazer sentir uma certa claustrofobia ou estranheza. Charlie Kaufman é um excelente roteirista e se saiu muito bem como diretor, espero ver mais trabalhos dele. O filme é bem expositivo, como eu disse ele é bem diferente do que eu esperava, não sei se tudo o que foi mostrado era mesmo necessário, mas a mensagem não teria o mesmo peso se não mostrassem tudo, então ficamos num "dilema". Quanto a animação eu levei algum tempo para me acostumar com os bonecos, a princípio me incomodei com seus rostos, mas logo esse sentimento sumiu. A animação é suave, as bocas e os olhos tem muita vida, a iluminação é formidável sendo um elemento a parte, assim como os efeitos de luz, que passam tantas sensação, o filme não seria o mesmo sem eles. O trabalho com o cenário, vestimentas e outros objetos que os personagens interagiam são muito bem feitos. As vozes dos personagens são pouquíssimas, mas todos estão perfeitos, os personagens são interessantes e é incrível como eles conseguem ter uma alma e tanta profundida em tão pouco tempo de história, infelizmente não os achei memoráveis. Por fim, Anomalisa é um ótimo filme, não atingiu minhas expectativas, que eram gigantescas, mas é um filme de peso e de valor único, que merece ser visto pela segunda vez, pois só assim é possível ver quão profundo ele é. A produção é incrível e o roteiro é excelente, é dramático, puro, engraçado...tudo isso comportado dentro de uma pequena caixinha. "O filme mais humano desde ano, sem ter uma única pessoa atuando nele". E poxa vida, um filme como este merecia uma trilha sonora melhor, daquelas que te fazem chorar mesmo, foi o ponto em branco que faltou colorir. --- Nota: 9,4
Um filme que está anos luz a frente de todos os outros filmes da série, a começar pelo roteiro, um história simples, sem complicações e ao mesmo tempo tão cheia de novidades e possibilidades. É um entretenimento fácil de ser visto por pessoas de todas as idades, até mesmo hoje para as pessoas de mente aberta que entendem que o filme é antigo. Personagens icônicos, carismáticos e memoráveis, todos bem colocados e apresentados de forma simplória, falando de forma positiva. As cenas de ação melhoraram muito em relação ao Episódio 4, são agradáveis de se assistir, junto a uma melhoria nos efeitos visuais por computador e o bom uso dos efeitos práticos, que dão toda a graça e essência do filme. Yoda se estabelece como um dos tutores mais marcantes do cinema, Darth Vader como o vilão mais icônico. Isso não vem apenas da voz poderosa e imponente do James Earl Jones, mas da fantástica trilha sonora de John Willams, que eleva o status do personagem. Além de sua participação ser ainda mais relevante neste filme. O único motivo pelo qual eu não dou 10 para o "O Império Contra Ataca" é pelo fato de alguns atores estarem muito ruins nas atuações, um dos casos é o Luke, algumas cenas poderiam ter sido ainda melhores se Mark Hamill fosse um bom ator naquela época. As atuações não estragam o filme, longe disso, mas como eu disse poderiam ter feito o filme ficar ainda melhor se alguns atores fossem melhores. Como a cena da "grande revelação", por exemplo. Por fim, Star Wars não é apenas um marco da ficção científica, mas do cinema em si, conta com excelentes personagens, uma das melhores trilhas sonoras que existem e uma história muito boa. --- Nota: 9,8
Faz um certo tempo eu venho esperando por mais um bom filme de Ridley Scott, um dos melhores diretores de ficção de todos os tempo, podemos citar por exemplo Alien (Alien – O 8° Passageiro, de 1979) e Blade Runner (O Caçador de Androides, de 1982). Depois de uma sequência de filme decepcionantes incluindo o prelúdio de Alien, Prometheus (2012), o diretor nos mostra The Martian (Perdido em Marte, de 2015), que trouxe de volta o bom e velho Ridley Scott. Podemos até mesmo comparar filmes de sua carreira em excelência na qualidade técnica, tais como Gladiator (Gladiador, de 2000), Hannibal (2001) e American Gangster (O Gangster, de 2007). --- Acompanhamos Matt Damon, atuando tão bem quanto se espera do ator, é sem dúvida o grande nome do filme, seu carisma e presença garantem boa parte do brilho que o longa tem. Matt está brincalhão no papel do astronauta e botânico, Mark Watney, mas consegue passar drama na medida certa, uma junção que ficou agradável de se assistir, enquanto vemos ele tendo que lidar com várias situações adversas, para conseguir sobreviver em Marte. Por outro lado, o tom de comédia presente no filme é excedido para além do protagonista perdido no planeta vermelho, ele está ainda mais presente nos personagens na Terra, que é onde o filme perde um pouco a mão e comete seu pior erro. O drama de se viver sozinho a milhares de quilômetros de seu lar se perde em meio a tantas piadas feitas constantemente por todos, sim todos os personagens do filme, o tom otimista dado ao filme faz muito do drama cair por terra. Piadas que poderiam ser cortadas e personagens super estereotipado como o de Donald Glover, que apesar de estar bem teve momentos um pouco forçado, assim como muitos membros da NASA. --- Outro ponto de que prejudica um pouco o realismo, e novamente o drama do filme, são todos os problemas que Mark enfrenta, ou até mesmo as pessoas que tentam ajuda-lo, o ruim é ver que esses problemas se resolvem muito rapidamente, você tem pouco tempo para se preocupar com cada um deles, poderiam ter colocado menos obstáculos e trabalhar melhor em cada um deles. --- Voltando agora para o filme em seus aspectos técnicos, onde Ridley Scott mostra para que veio, apesar de um roteiro simples o filme se desenrola de forma calma, não ficando monótono nem corrido, o que era algo muito possível de se acontecer nesse tipo de filme. Os efeitos visuais e fotografia estão fantásticos e impecáveis, algo muito comum nos longas deste diretor, a ambientação do filme lhe dá toda uma sensação de vastidão vazia, para remeter ao sofrimento e solidão de Mark, mas ao mesmo tempo é muito bonita, como uma beleza inexplorada e desconhecida pelo homem. A trilha sonora original não é descartável da mesma forma que não é memorável, contudo o filme conta com diversos clássicos dos anos 80, como música Pop e Disco, lembrando muito o que foi feito com Guardians of the Galaxy (Guardiões da Galáxia, 2014), elas também contribuem para o clima positivista do filme, porém não atrapalham no drama, pelo contrário, ajudam a complementar muitas cenas excelentes do filme. --- Veredito: Perdido em Marte é um filme muito atrativo no quesito visual e consegue trabalhar bem com um roteiro simples sem cair no tédio nem na correria, tem uma boa direção e conta com uma ótima atuação de Matt Damon, que se destaca fácil de todos os outros. Contudo o filme peca em apostar pesado no tom cômico, principalmente de personagens que não deveriam estar lá para fazer piadas. Por fim este longa com certeza irá agradar aos fãs de Ridley Scott e da ficção científica feita de maneira mais sensata, não espere algo tão surreal como a franquia Alien, ou então Interstellar (Interestelar, 2014) de Christopher Nolan. --- Minha nota: 8,4
Não consigo entender o porque de Paul Thomas Anderson ter pego um projeto como este, de fato o cara gosta de se desafiar como diretor, mas para mim "Vício Inerente" é uma tragédia em sua carreira. O roteiro é confuso, confuso até demais, um quebra cabeça estranho que você tenta montar, mas desiste porque é muito chato, mesmo depois que entenda como ele funciona. Você não sabe em quem confiar, cada personagem da uma informação para a investigação do protagonista, e depois outro desmente e você fica perdido sem saber mais que rumo o filme leva, ou que história ele vai contar. É tudo piração do protagonista hippie drogado, ou é tudo estranho mesmo? Isso nos leva a outro problema, o filme é longo e arrastado, chegando ao ponto de ser tornar massante e desinteressante. Contudo, o filme não é todo negativo, existem pontos positivos que o tornam "assistível", a começar pelos bons personagens e ótimas atuações. Temos Joaquin Phoenix, além de bom ator ele nos da uma atuação emblemática, que chama muita atenção, destaque também para Josh Brolin e Martin Short, estão muito bem. O filme tem cenas interessantes e momentos engraçados, que quando acontecem tiram um pouco do peso que toda história e da longa duração do filme. A direção do P.T Anderson é boa, apesar de que achei que ele perdeu tempo com esse projeto, uma vez que temos bons filmes nessa mesma pegada, inclusive filmes muito, mas muito melhores, como por exemplo "O Grande Lebowski". E só para finalizar o filme tem uma boa trilha sonora não original (não feita exclusivamente para o filme). --- Nota: 6,9
O filme tem sacadas interessantes durante as partidas de xadrez e passa uma pequena tensão durante elas, pequena mesmo. O melhor fica por conta da atuação do Tobey Maguire, caso você não goste desse ator é provável que já não goste do filme, o cara carrega quase o filme todo sozinho em questão de tempo em tela. Eu gostei dele e da atuação. Interpretando Bobby Fisher, um dos melhores e mais famosos jogadores de xadrez profissional da hisótia, Tobey Maguire tem uma atuação algumas vezes contida e perturbada, em outros momentos ele está overacting. Considerando o perfil psicológico da pessoa que ele interpretou faz muito sentido o ator ser assim, mas depende do público se gostam ou não desde estilo de atuação/personagem. Gostei das atuações do Michael Stuhlbarg e Peter Sarsgaard, acho que cumpriram bem seu papel, não são atuações de peso mas deram sustância a trama. Trama está que é uma das mais fracas e sem graças para o gênero Drama Biográfico, não sei dizer se o problema é a vida de Bobby Fisher ter sido chata para um filme ou então o fato do filme ser sobre xadrez o deixou monótono. Talvez seja simplesmente o roteiro ser ruim mesmo. Durante os momentos de silêncio, acompanhando os pensamentos do jogador e como consegue pensar em seus movimentos, mesmo sem ter um tabuleiro em sua frente, pode surpreender a primeira vista. Contudo essa dinâmica acaba virando um recurso de narrativa repetitivo, o filme perde o pouco de intelectualidade que tenta passar. Em relação a direção, senti muita a falta de uma assinatura, considerando que o diretor tem filmes importantes na carreira como "O Último Samurai" e "Diamante de Sangue", não é possível ver um estilo próprio do diretor, Edward Zwick. Um filme arrastado, sem nenhuma qualidade que podemos destacar, um direção sem pegada, e uma história bem "mela cueca". --- Nota: 5,4
Uma obra belíssima retratando não uma história real, mas uma situação histórica pela qual centenas, talvez milhares de pessoas passaram. A pobreza extrema, perda da casa e trabalho, a vinda do campo para a cidade sem expectativa de vida, foram situações comuns durante a grande crise de 1929. A família que acompanhamos tem diversas facetas da época, o velho cabeça dura, o filho mais velho e responsável, a mãe que que cuida mas que precisa ser rígida e forte pelos outros, entra muitos outros. Cada personagem tem um valor e peso único na trama, dos velhos até às crianças, um ótima interpretação para cada um deles, mesmo que nos papeis mais simples. A direção de John Ford é cuidadosa e extremamente competente, ele conseguiu mostrar todo o ar de desolação e tristeza, ao mesmo tempo que dava carisma aos personagens e contava uma história simples. Sim, o roteiro apesar de todo o peso emocional que já fora comentado é bem simples, mas ele não cai na obviedade nem na monotonia. O filme é calmo mas tem sempre algo acontecendo, os personagens movimentam a história, indo de lá pra cá com seu caminhãozinho, você descobre vários tipos de lugares e vários tipos de pessoas. Além disso o filme consegue fazer uma crítica ao próprio Estados Unidos de forma muito corajosa. Entre outros aspectos técnicos é muito difícil avaliar o som, efeitos ou fotografia, por era uma outra época para o cinema, mas o filme não peca em nenhum destes aspectos, pode ser visto até hoje sem problemas. --- Nota: 10,0
Não vou dizer que é o melhor da saga do Rocky, pois é claramente uma renovação do filme original de 1976, e é na originalidade que o filme Creed peca um pouco, não chegando a ser algo absurdo, mas ele puxa muitos elementos. A direção é extremamente competente, esta sim é de fato a melhor de todos os filmes, disparado. Sylvester Stallone está de fato atuando neste filme e atuando bem, não é apenas um alter ego do ator, ele traz uma carga emocional importante para o filme. Destaque também para o ator Michael B. Jordan, mandou bem no papel. O roteiro como já foi dito é quase o mesmo do clássico, que foi repaginado, achei que eles foram covardes em muitos pontos, poderiam ter deixado esse filme muito mais marcante se tivessem tomado algumas decisões chave.
Se o Rocky tivesse morrido com o câncer enquanto via a luta final do Adonis, e o Michael B. Jordan (Adonis) tivesse ganho essa luta teria sido infinitamente melhor. Mas ele optaram por deixar o Rocky vivo o que me fez pensar se vai haver uma sequência. Além disso o Michael B. Jordan fica num "apanha, apanha" e no fim graças a um "deus ex machina", o cara derruba o seu adversário, mas perde por pontos, igual ao filme de 1976.
Enfim, o filme tem ótimas tomadas, o jogo de câmera e uma boa direção que rendeu excelentes cenas, como o treinamento do Adonis Creed e a luta final. Uma trilha sonora interessante, que se encaixa com a proposta do filme. "Creed" soube recriar o sentimento do original, de forma mais contemporânea e bem feita, mas errou em copiar demais o primeiro filme, em vez de se arriscar, o que deixou muito um cheiro de continuação, que não precisa acontecer. --- Nota: 8,0
A arte de transformar as histórias mais bizarras em filmes fantásticos, é a melhor maneira de se descrever Almodóvar. "La Piel Que Habito" é um thriller chocante, no qual é impossível de se desligar da tela, mesmo com uma história louca, que beira o absurdo de uma filme trash o diretor e roteirista cria uma obra, que de tão bem feita, torna-se plausível. As atuações secundárias fraquejam um pouco, as melhores ficam por conta de Antonio Bandeiras e Elena Anaya, que são os principais e dão conta do recado. A trilha sonora é belíssima e pontual, passando uma certa angustia, mesmo sendo tão tão bonita e simples, como foi feito em "Requiem for Dream", por exemplo. O que senti mais falta no filme foi um toque a mais de desespero por conta de Vicente/Vera, durante todo o processo tão perturbador pelo qual ele passa. O mesmo serve para Ledgard (Antonio Bandeiras), com seus problemas, acho que o filme teria um peso dramático maior. Na verdade todo o sofrimento é mostrado de forma muito poética, como uma tragédia, e não como um drama, é difícil avaliar este elemento, pois não se pode dizer com certeza o que o diretor pretendia. Vejo isso como um ponto neutro, nem negativo nem positivo. O filme é bem simplista em quesitos técnicos, nada de espetacular ou diferente para destacar. E para finalizar, pode até ser uma coisinha meio chata de comentar, mas preferiria que Vicente não tivesse dito nada para a mãe, o filme poderia acabar no silêncio. --- Nota: 8,9
Um filme espantoso, retrata a época de extração pesada de petróleo nos Estados Unidos com perfeição. Os cenários e os personagens são caracterizados de forma exemplar, todo o filme tem um teor sujo, muita poeira, lama, óleo...E esse ponto ajuda a dar uma ótima ambientação. Todos que conhecem seu trabalho sabem que Paul Thomas Anderson não faz filme simples, o diretor se aplicou muito neste longa e é provavelmente seu melhor trabalho até hoje. Falando um pouco da atuação, que é o ponto máximo do filme, e também um dos motivos da fama do diretor, por escolher um bom enredo e comandá-los bem. Daniel Day-Lewis da uma atuação histórica, digna de ser comparada com a Era de Ouro hollywoodiana, não obstante disto, a academia lhe premiou com o Oscar de melhor ator por seu papel. Seu personagem vagueia entre uma estranha calmaria que é sempre substituída por uma raiva e agressividade bestial, um dos melhores trabalhos do ator. Junto a ele temos Paul Dano, outro bom ator que ajuda a sustentar o elenco e faz isso muito bem, e seu personagem serve como uma ótima critica à igreja. O roteiro é simples e não tem muito segredo, não digo que é um ponto negativo para o filme, mas não somam muitos pontos para o mesmo. Um quesito em que o filme peca é a ausência de uma boa trilha sonora, a tilha é fraca e completamente esquecível. Para finalizar temos a fotografia, outro ponto forte do filme, utilizando-se, como já foi dito, da sujeira e da beleza na destruição ou tristeza, o filme vagueia em tons acinzentados, tendo em maior destaques as cores preto, laranja e vermelho. --- Nota: 9,2
Terry Gilliam manda bem escrevendo roteiros, sua direção não é espantosa mas ele cumpriu o papel de forma satisfatória. A atuações do filme são medianas, o destaque vai para Bruce Willis que carrega quase o filme todo sozinho, sua atuação está semelhante a que veríamos também em "O Sexto Sentido", é uma boa atuação. Brad Pitt está completamente afetado e overacting, o que não é ruim de fato, isso deixou o personagem bem memorável e é um diferencial no filme. Contudo, acho difícil que alguém como ele poderia desempenhar tal função no filme. Não entendemos muito da trama, como funciona as viagens no tempo, quem são as pessoas que controlam tudo isso, onde o Bruce Willis estava preso, etc...mas é de fato bom que o filme não explique isso. Uma vez que você cria possibilidades na sua cabeça, e o filme não deixa furos pra complicar ou atrapalhar a história, é muito bom que não se perca tempo explicando cada detalhe. A trilha sonora é legal e fica na cabeça, mas é simples demais e o que a deixou repetitiva, gostaria de que o filme tivesse a explorado mais e escolhido melhor os momentos em que ela aparece. O final pode desapontar algumas pessoas e de fato não é um final surpreendente, mas não ruim. --- Nota: 7,9
A direção de arte é estupenda, isso se percebe logo de cara, os cenários abertos e principalmente os ambiente internos são lindos e bem produzidos. O mesmo pode ser dito das vestimentas, foram muito bem selecionadas, cada peça de roupa e cada acessório, dando todo um toque elegante ao filme e ao mesmo tempo o deixa sombrio, simplesmente fenomenal. Crimson Peak tem seu auge ai, pois o filme decai bastante com o passar do tempo, a história não é das piores mas é bem previsível. O filme se vendeu como um suspense bem tenebroso, mas é na verdade terror gótico, o que não é de fato um problema. Toda a ambientação e recriação da cidade está ótima, esse preocupação com os lugares é gigantesca, como já foi dito, é possível se dizer que o ambiente, Casa onde se passa o filme, é um personagem a parte, pois ela tem muitas características e quase uma personalidade.Seria ótimo se os personagens tivessem sidos feitos com tanto esmero assim, os atores são até bons, destaque para Tom Hiddleston, que se encaixa bem no papel, é muito fácil gostar desde ator em qualquer personagem que ele faça. Infelizmente as atuações se mostram medianas, Guilhermo del Toro parece que não se preocupou com eles. Ele é um ótimo diretor, mas infelizmente perdeu a mão com esse longa, que tinha tudo para dar certo, seguindo o estilo que já vimos em O Labirinto do Fauno ou HellBoy 2, feitos anteriormente por ele. Os problemas não param por ai, o diretor, que também é famoso por efeitos práticos, lançou efeitos de computador extremamente ruins para criar as assombrações, que mesmo sendo falsos poderiam ter sido mascarados pela escuridão ou então não mostrando com tantos detalhes deles. Fiquei realmente desapontado com o filme, considerando o quanto gosto do Del Toro, não é um filme horrível, mas é provavelmente um dos piores da carreira dele. --- Nota: 6,9
Um filme do qual os fãs precisavam e mereciam, muito superior a qualquer filmes da trilogia de origem (1999-2005), é digno de continuar o que os clássicos começaram. "O Despertar da Força" traz tudo o que esperava, efeitos práticos e bons efeitos feitos por computador, boas cenas de ação e personagens carismáticos. J.J. Abrams fez um trabalho sensacional como diretor, ver que ele deu muito mais valor para a maquiagem e fantasias me deixou com a sensação mais pura sensação: "eu estou vendo Star Wars". Com exceção de dois personagens que criados por computação gráfica, que destoaram-se dos demais, o que me deixou um pouco chateado, como o caso da personagem Maz Kanata (interpretada pela Lupita Nyong'o). Ela é uma tentativa de "fazer um novo Yoda", que falha miseravelmente. O efeitos criados por computador estão no geral formidáveis e não tentam ser o ponto alto do filme, deixando este posto para os personagens, e quanto personagem bom. Han Solo está melhor do que nunca, ele mostra todo o peso da trilogia antiga somadas aos "anos de espera" que o próprios fãs tiveram, assim como a Leia. Novos personagens como Poe Dameron, Rey e Finn são de longe melhores do que o Luke da trilogia antiga... minha opinião. Os três tem muito espaço em tela e muito carisma pra distribuir, é visível como os atores estão felizes de fazer parte do filme. Destaque também para o BB-8, gosto mais dele do que do R2-D2, pelo motivo que ele é muito mais ativo na história, ele é divertido, participa das cenas de ação e tem um visual muito legal. A trilha original do Episódio 7 foi bem ausente e pouco marcante, nada comparada ao tema do Ep. 4 e 5. O vilão não tem o carisma de Darth Vader, na verdade Kylo Ren está longe de ser um vilão competente, mas acredito que isso será melhor trabalhado no futuro, assim como a Primeira Ordem, que foi mau introduzida. Ao final do filme eu estava sem palavras, tudo o que eu conseguia pensar é "não acaba agora", o final é certeiro e cria um ótimo gancho para o Ep 8. --- Nota: 9,1
Um filme realmente apaixonante, é quase impossível contar os motivos pelo qual esse filme se faz tão puro e agradável de se assistir. A direção notável e assinada de Wes Anderson está excelente, talvez um de seus melhores trabalhos, junto de o Grande Hotel Budapest. O roteiro é simples e talvez esse seja um dos pontos mais fortes do filme, a trama não é complicada, ela tem sua complexidade muito bem distribuídas entre os personagens. O que quero dizer é que é um filme fácil de se entender e com personagens muito bem elaborados, cada indivíduo é único, o roteiro explica de forma hábil tudo o que é preciso sobre eles sem tomar muito tempo do foco da história, que é a aventura de dois jovens apaixonados. O filme é de uma pureza tão louvável, indo da belíssima fotografia até a trilha sonora, que ajudam a criar momentos incríveis. A direção de arte é bem marcante, chega até "gritar para sua vista", avalio isso como algo bom, pois faz parte da proposta do filme e é uma das marcas do diretor, parte do que tornam seus trabalhos únicos, mas acredito que é algo que não feito para agradar a todos. Algo que realmente não me agradou no filme foram alguns efeitos visuais feitos por computador, que tiraram parte da beleza e todo o propósito de algo mais natural que o filme traz, chego a dizer que considero um deles bem vagabundo, felizmente ele não estraga o filme e dura poucos segundos.
Direção impecável e memorável de Alfred Hitchcock já seria o suficiente para transformar esse filme um clássico instantâneo, o diretor comanda o longa com maestria e é este de longe o melhor ponto de Vertigo. O roteiro, por outro lado, é o que mais me desapontou, cheio de furo e casos mau resolvidos, personagens que aparecem desempenham seus papeis e somem, o que não seria problema se eles causassem algum efeito relevante no protagonista. A trama se complica e acaba tendo de se explicar mais de uma vez e no final vemos que não é nada tão complexo. Tenho que destacar a fotografia que é outro ponto fortíssimo do filme, os enquadramentos em algumas cenas são perfeitos, os famosos "vertigo effects" ou "dolly zoom", usados pela primeira vez na história, neste este filme são um dos efeitos práticos mais fantásticos já feitos. Não apenas esse efeito, o filme conta com diversos efeitos visuais espetaculares que impressionam, considerando a época. O desfecho do filme me desapontou, esperava algo inovador e criativo, pois o filme perde muito ritmo depois da metade, esperei que o fim desse uma "sacodida" no telespectador, mas o longa entrega exatamente o que imaginava, o que foi uma pena. --- Nota: 8,4
A princípio não esperava nada deste filme, e nos primeiros minutos me perguntei se eles queria imitar "2001: A Space Odyssey", mas não é o bem o caso apesar das muitas semelhanças: A empresa lunática, um robô, a solidão...entre outros elementos. Mas focando no longa em si, Moon tem uma direção interessante e competente, senti que o diretor teve uma certa paixão em construir o filme. Os efeitos são algo a se pensar, hora são aceitáveis, hora são bem falsos, se considerarmos que o filme teve apenas 5 milhões de dólares para ser produzido é possível entender, mas é sempre possível apelar para efeitos práticos e mais baratos. Uma coisa completamente desnecessária foi o uso do Kevin Spacey, um ótimo ator, ator de nome, e provavelmente um ator caro. Uma vez que ele apenas dubla algumas falas simples do robô GERTY de maneira bem indiferente, qualquer ator poderia fazer a voz deste robô, que convenhamos não tem nem metade do carisma e "presença" que o HAL9000 tem em 2001, mas enfim chega de comparações. Moon tem um roteiro bem interessante que intriga, uma vez que o plot é revelado o filme torna-se muito mais interessante e te prende. O filme mesmo com efeitos simples e com apenas 1 ator em cena consegue te segurar muito bem, e por sorte o filme não se prolonga muito, mostrando apenas o necessário. --- Nota: 8,0 / 10,0
Um filme com uma visual muito bonito e criativo, realmente essa parte do filme me chamou muito a atenção. Mas o roteiro é extremamente raso, não tem um real peso que um filme de ficção científica precisa, novamente com exceção dos cenários e dos efeitos visuais que estão bem atrativos. Outro problema no roteiro é que plot do filme é uma cópia descarada do filme Moon, de 2009. Oblivion se apoia sobre as muletas da nova geração com efeitos bonitos e mundos criados digitalmente, uma vez que Moon tem um orçamento levemente baixo e não trouxe grande efeitos visuais. Saindo um pouco da trama podemos falar das atuações que estão OK, quando não estão fracas, alguns personagens são legais mas a história não lhes deu um real propósito como no caso Malcolm Beech, interpretado pelo Morgan Freeman, gostaria de ver algo mais interessante sobre ele, mas o filme não mostra. Tom Cruise tem bastante carisma, graças a uma direção mediana ele tem que segurar quase o filme todo nas costa. O longa tem seus momentos divertidos e consegue entreter as pessoas com facilidade, caso você queira apenas algo simples para passar o tempo. Finalizando, o desfecho do filme é preguiçoso, simples demais e brega. --- Nota: 4,8 / 10,0
De todos os filmes de Denis Villeneuce esse é possivelmente o filme menos complexos em questão de roteiro e elementos subliminares em tela, mas ainda não é nada fácil de engolir, o filme é extremamente pesado e tenso. O primeiro ponto que deve ser abordado aqui é a tensão, ela sai da tela e abraça o telespectador, eu me senti realmente ameaçado em algumas cenas, como se eu fosse me ferir apenas vendo o filme, até senti medo pela personagem da Emily Blunt, e isso é graças a uma direção espetacular. Esse estilo já foi bem abordado pelo diretor em Polytechnique (2009) e Incendies (2011) este q considero seu melhor filme. Voltando a falar da trama, esperava um roteiro mais complexo e menos complicado, a história consegue ser simples mas ser meio chatinha de entender e com um desfecho bem meia boca, o que se não fosse pela direção competente do Villeneuve este seria só mais um filme sobre tráfico e problemas na fronteira entre Estados Unidos e México, o diretor conduz o filme com maestria e deixa sua marca para dar um grande diferencial e um "up" na qualidade do filme. Outros pontos positivos são a fotografia (excelentes ângulos, movimentação de câmera) e as boas atuações, mesmo não sendo memoráveis passam as emoções necessárias. --- Nota: 8,2
Belíssimas locações, tanto os cenários abertos quanto os fechados são de encher os olhos, pontos para a fotografia que soube explorar bem os locais, as cores, formas e ângulos. As cenas de ação são curtas mas são bem coreografadas o que era de se esperar, o único incomodo são os efeitos sonoros, alguns são ridiculamente altos e outros são direto da biblioteca de áudio de 1950. Tem um roteiro bem simples, um boa direção, atuações medianas que deixaram todos os personagens com tons mornos, nenhum ficará em minha memória. O filme é muito parado, chegando ao ponto da monotonia, por sorte ele é curto, o que não o deixa ficar massante e difícil de se assistir, o que o ajuda em certas horas é o som. O bom uso de sons ambiente e do silêncio dão vida ao longa, e com certeza passam um boa imersão. Por fim, "A Assassina" é um um filme muito bonito, e dirigido de forma satisfatória, mas toda a simplicidade e a monotonia o tornaram uma filme fraco e com baixo valor de entretenimento, não que fosse esse seu intuito, uma vez que é um filme que apela para o lado artístico. Contudo até mesmo para quem gosta de filmes mais calmos, como eu, pode se pegar achando o filme simplista demais, sem muito para adicionar ao gênero. --- Nota: 7,1
Com certeza um filme que sabe passar um bom suspense e muita tensão, apesar de ter seus pontos altos e baixos, cenas em lugares abertos e a luz do dia ficam bem sem graça. O lance da protagonista muitas vezes ver o que a assombra e o público não é genial, isso junto a desconfiança e câmeras bem fechadas ajudam demais a passar o clima necessário. O filme não tem uma direção preguiçosa, pelo contrário, ela se mostra bem competente para alguém com tão pouca experiência. O filme perde mesmo é no roteiro, a premissa não é nada original, e coisas me deixaram um pouco confuso, muitas vezes me perguntei "esse povo não tem vida, família, trabalho?", mas enfim, isso não atrapalha em grande coisa. Enfim, meu veredito... o filme tem uma direção boa, os usos de câmera (foco, angulo) são excelente e dão toda a graça para o filme acontecer. O filme apesar de se tornar mais acelerado com o tempo se torna mais chatinho também, parece que as surpresas vão se acabando, o público fica remediado e precavido, isso seria evitado se tivessem se preocupado mais com desenvolver uma trama ou uma nova forma de se resolver as coisas, do que fazer os tais "perseguidores" andando por ai, e a protagonista "fazendo" aqui e ali. (tentando não spoilar). Considerei um dos melhores filmes de terror da geração atual, principalmente pelo fato de não seguir a famosa receitinha de bolo, que quase todos estão fazendo ultimamente.
Biutiful
4.0 1,1KUm filme que não tem muito apelo técnico e cara de filme indie e talvez por isso alguns não dão muito valor nele. Para mim Biutiful diz tudo sobre o filme, não é um filme feliz, mas como na grafia propositalmente errada, podemos ver uma forma de beleza destorcida nessa obra. É filme bem fechado dentro de si mesmo, Iñárritu deixa sua assinatura bem clara aqui, ótima direção. O roteiro não tem segredo, um pai solteiro doente com uma ex-mulher problemática, um trabalho ilegal...mas ele tem um bom coração, apesar de tudo. Os personagens tem profundida e não são nada fáceis de se lidar, acredito ser um dos melhores pontos do longa, ninguém é perfeito, e o filme explora bem isso. O protagonista tem um dom, não sei por que esse dom era necessário, se era pra explica a cena do começo, não achei ruim, tanto que isso rende cenas boas e um tanto tensas. E é melhor que não expliquem muita coisa mesmo. Contudo, acho que o filme poderia ter corrido bem sem isso, talvez seja um ponto que algumas pessoas estranhem, mas eu gostei e deu um toque original para o filme. Esperava mais do final, ainda mais por que queríamos ver um explicação mais clara do que acontece no começo do filme, mas é tudo um pouco vago. Por fim, atuação excelente de Javier Bardem, como era de se esperar, e a atriz Maricel Álvarez também mandou muito.
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Nota: 8,5
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraRichard Linklater criou uma proposta muito interessante para o filme,é sobre o isso que a arte tem de ser, criativa e experimental, algo que está em falta hoje em dia. A ideia de gravar um filme por 12 anos com os mesmos atores é muito arriscada, problemas poderiam acontecer e aconteceram, mas o filme se manteve bem apesar disto. A começar pelos atores, temos boas atuações por parte do Ethan Hawke e Patricia Arquette, alguma medianas como o caso do próprio protagonista e outra terríveis como a Lorelei Linklater. Essa atriz é filha do diretor que pareceu nunca ter visto como a Sofia Coppola foi terrível em Godfather III, a regra é "não botem seus filhos para atuar se eles não são atores". Essa menina é tão mal atriz que te tira completamente do foco do filme, quando criança é possível relevar, mas depois a personagem some inexplicavelmente e volta mais velha, atuando mal é complicado de assistir. Além de que toda a sua existência é algo irrelevante para o filme, uma tremenda falha. Ver os personagens envelhecerem naturalmente é um processo muito divertido, notar como o próprio mundo ao redor deles também se modificou, sendo tudo isso feito através de referencias, algumas sutis outras nem tanto. A história é boa e bem simples, é basicamente a vida de um jovem dos 8 aos seus 20 anos, alguns podem ver isso como algo simplório demais, mas outros podem se identificar e achar fascinante.
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Nota: 8,3
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraUm dos, se não o melhor filme nacional que já vi. Anna Muylaert conseguiu criar uma obra de arte, o filme é bem crú e realista, isso se estende dos personagens até o roteiro. A fotografia é um dos diferenciais do filme, a maneira como tudo foi filmado, os ângulos e enquadramentos, a câmera parada durante uma longa tomada, enquanto acompanhamos uma conversa, tendo vários planos para analisarmos, é excelente. O cenário é bem reduzido, a maior parte do filme se passa ou na cozinha ou em um quarto, no geral dentro da mansão do casal que emprega a Val (interpretada pela Regina Casé). E que personagem, que interpretação, parabéns para a criação da personagem e para a forma como ela foi "concebida" do papel para a tela. Outro grande destaque vai para a Jéssica (interpretada pela Camila Márdila), não conhecia a atriz e logo de cara gostei muito do trabalho dela. A personagem no começo é possível haver algum estranhamento, mas depois é possível notar como ele é muito franca e inteligente. O filme dá uma bela crítica social, abortado a desigualdade e a xenofobia, algo que vejo poucos filme fazer de forma satisfatória e equilibrada. O longa conta com algumas cenas que acabaram entrando para na edição final, que são um pouco desinteressantes, para mim é uma clara encheção de linguiça, ou então que poderiam estar ali, mas feitas de uma melhor maneira. O filme tem incontáveis cenas que eu poderia comentar, mas a cena da Regina Casé na piscina é algo formidável, um dos momentos de conquista e crescimento da personagem, é uma cena singela e tocante. A personagem da Karine Tales (Dona Barbara) é um pouco forçada em certas partes, não digo a atuação dela em si foi ruim, gostei da atriz, acredito porem que ela poderia ser mais sútil, pois é obviamente uma tentativa de se criar uma "vilã", um então o contra ponto no filme, em relação à protagonista, mas com o tempo tudo se ajeita. O filme tem uma trilha sonora, que não é ruim, mas que é bem esquecível, infelizmente. Enfim, "Que Horas Ela Volta?" é um filme bonito e tocante, que merece ser visto pelos brasileiros e admirado. Recebeu ótimas críticas no exterior e dentro do próprio país foi quase esquecido pelas redes de cinema, o que foi uma vergonha e falta de incentivo a cultura nacional.
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Nota: 9,2
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraOutro marco da Pixar, Inside Out é um dos filmes mais criativos e assertivo que eu já vi, o filme usa da simplicidade e nos surpreende com ótimas sacadas, tais como tudo o que acontece na "Sala de Comando" e na área de "Memória de Longo Prazo". A começar pelo roteiro, a premissa não é algo inédito, mas a execução é o ponto chave de tudo, cada elemento forma uma junção de coisas, que leva o filme a beira da perfeição. Talvez seja o desenho do estúdio que melhor consiga apelar para todas as idades, pois todos nós tivemos uma infância/adolescência, confusões, problemas, etc. O filme não é apenas profundo, atendendo mais a mente dos adultos, como também consegue fazer qualquer um rir, as piadas são realmente boas, das mais simples até as mais elaboradas. Os personagens principais são extremamente marcantes, embora saibamos como eles irão agir, pois são todos representações de emoções da cabeça de uma adolescente. Mas mesmo assim, ver o ótimo trabalho de dublagem (dublagem original: inglês), como cada voz se encaixa com cada personagem é formidável. A trilha sonora é linda e emotiva, porem simples demais, não é tão memorável como algumas que a Pixar já nos mostrou. Por falar em trilha sonora, temos os efeitos sonoros, a biblioteca de sons deste filme é maravilhosa, ele está recheados de efeitos que se ligam à animação dando uma harmonia muito boa. Parabenizo o estúdio por essa obra.
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Nota: 9,6
Beasts of No Nation
4.3 829 Assista AgoraÉ espantoso que um dos melhores filmes do ano tenham sido liberados não por uma estúdio grande de cinema, mas sim pelo serviço privado de stream, a gloriosa Netflix. Beasts of No Nation não é um filme fácil de digerir, o tema é extremamente pesado e o roteiro explora bem isso, o governo corrupto na África, exércitos formados por crianças, matanças, entre outras coisas. No filme seguimos o pequeno Agu, interpretado por Abraham Attah, e que bela interpretação desse menino, ele se saiu muito bem para um iniciante. Outra boa atuação fica por conta de Idris Elba, interpretando um personagem típico para o ator, o chamado Comandante, chego a dizer que o cara pode concorrer ao Oscar (2016), como ator coadjuvante. A direção é assertiva em alguns pontos, mas o jogo de câmeras por vezes me incomodou, algumas vezes tremida, outras vezes parada demais, dando o ar de um filme para a TV, ironias a parte por ser da Netflix. O maior problema do filme para mim foi o final, o roteiro é fica desinteressante e parece mal acabado, destoando-se do restante do filme onde tudo parece super bem acertado. Por fim, é um longa que consegue passar um mensagem forte, de madeira efetiva e é com certeza uma boa pedida para os fãs do gênero de Drama de Guerra, sendo marcante pelas cenas tristes e as atuações.
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Nota: 8,2
Anomalisa
3.8 497 Assista AgoraEsperava um filme mais romântico e existencialista, mas Anomalisa é um filme muito mais sobre o ser humano, sendo humano. Talvez um dos filmes mais francos e intensos deste ano, a história que pode ter muitas visões, tão complexa como a mente humana, mas tão simples como um conto de 1 hora e meia. Acompanhar Michael Stone não é algo tão prazeroso, não que o filme faça isso de forma ruim, mas o próprio diretor cria elementos para nos fazer sentir uma certa claustrofobia ou estranheza. Charlie Kaufman é um excelente roteirista e se saiu muito bem como diretor, espero ver mais trabalhos dele. O filme é bem expositivo, como eu disse ele é bem diferente do que eu esperava, não sei se tudo o que foi mostrado era mesmo necessário, mas a mensagem não teria o mesmo peso se não mostrassem tudo, então ficamos num "dilema". Quanto a animação eu levei algum tempo para me acostumar com os bonecos, a princípio me incomodei com seus rostos, mas logo esse sentimento sumiu. A animação é suave, as bocas e os olhos tem muita vida, a iluminação é formidável sendo um elemento a parte, assim como os efeitos de luz, que passam tantas sensação, o filme não seria o mesmo sem eles. O trabalho com o cenário, vestimentas e outros objetos que os personagens interagiam são muito bem feitos. As vozes dos personagens são pouquíssimas, mas todos estão perfeitos, os personagens são interessantes e é incrível como eles conseguem ter uma alma e tanta profundida em tão pouco tempo de história, infelizmente não os achei memoráveis. Por fim, Anomalisa é um ótimo filme, não atingiu minhas expectativas, que eram gigantescas, mas é um filme de peso e de valor único, que merece ser visto pela segunda vez, pois só assim é possível ver quão profundo ele é. A produção é incrível e o roteiro é excelente, é dramático, puro, engraçado...tudo isso comportado dentro de uma pequena caixinha. "O filme mais humano desde ano, sem ter uma única pessoa atuando nele". E poxa vida, um filme como este merecia uma trilha sonora melhor, daquelas que te fazem chorar mesmo, foi o ponto em branco que faltou colorir.
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Nota: 9,4
Star Wars, Episódio V: O Império Contra-Ataca
4.4 1,0K Assista AgoraUm filme que está anos luz a frente de todos os outros filmes da série, a começar pelo roteiro, um história simples, sem complicações e ao mesmo tempo tão cheia de novidades e possibilidades. É um entretenimento fácil de ser visto por pessoas de todas as idades, até mesmo hoje para as pessoas de mente aberta que entendem que o filme é antigo. Personagens icônicos, carismáticos e memoráveis, todos bem colocados e apresentados de forma simplória, falando de forma positiva. As cenas de ação melhoraram muito em relação ao Episódio 4, são agradáveis de se assistir, junto a uma melhoria nos efeitos visuais por computador e o bom uso dos efeitos práticos, que dão toda a graça e essência do filme. Yoda se estabelece como um dos tutores mais marcantes do cinema, Darth Vader como o vilão mais icônico. Isso não vem apenas da voz poderosa e imponente do James Earl Jones, mas da fantástica trilha sonora de John Willams, que eleva o status do personagem. Além de sua participação ser ainda mais relevante neste filme. O único motivo pelo qual eu não dou 10 para o "O Império Contra Ataca" é pelo fato de alguns atores estarem muito ruins nas atuações, um dos casos é o Luke, algumas cenas poderiam ter sido ainda melhores se Mark Hamill fosse um bom ator naquela época. As atuações não estragam o filme, longe disso, mas como eu disse poderiam ter feito o filme ficar ainda melhor se alguns atores fossem melhores. Como a cena da "grande revelação", por exemplo. Por fim, Star Wars não é apenas um marco da ficção científica, mas do cinema em si, conta com excelentes personagens, uma das melhores trilhas sonoras que existem e uma história muito boa.
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Nota: 9,8
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraFaz um certo tempo eu venho esperando por mais um bom filme de Ridley Scott, um dos melhores diretores de ficção de todos os tempo, podemos citar por exemplo Alien (Alien – O 8° Passageiro, de 1979) e Blade Runner (O Caçador de Androides, de 1982). Depois de uma sequência de filme decepcionantes incluindo o prelúdio de Alien, Prometheus (2012), o diretor nos mostra The Martian (Perdido em Marte, de 2015), que trouxe de volta o bom e velho Ridley Scott. Podemos até mesmo comparar filmes de sua carreira em excelência na qualidade técnica, tais como Gladiator (Gladiador, de 2000), Hannibal (2001) e American Gangster (O Gangster, de 2007).
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Acompanhamos Matt Damon, atuando tão bem quanto se espera do ator, é sem dúvida o grande nome do filme, seu carisma e presença garantem boa parte do brilho que o longa tem. Matt está brincalhão no papel do astronauta e botânico, Mark Watney, mas consegue passar drama na medida certa, uma junção que ficou agradável de se assistir, enquanto vemos ele tendo que lidar com várias situações adversas, para conseguir sobreviver em Marte. Por outro lado, o tom de comédia presente no filme é excedido para além do protagonista perdido no planeta vermelho, ele está ainda mais presente nos personagens na Terra, que é onde o filme perde um pouco a mão e comete seu pior erro. O drama de se viver sozinho a milhares de quilômetros de seu lar se perde em meio a tantas piadas feitas constantemente por todos, sim todos os personagens do filme, o tom otimista dado ao filme faz muito do drama cair por terra. Piadas que poderiam ser cortadas e personagens super estereotipado como o de Donald Glover, que apesar de estar bem teve momentos um pouco forçado, assim como muitos membros da NASA.
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Outro ponto de que prejudica um pouco o realismo, e novamente o drama do filme, são todos os problemas que Mark enfrenta, ou até mesmo as pessoas que tentam ajuda-lo, o ruim é ver que esses problemas se resolvem muito rapidamente, você tem pouco tempo para se preocupar com cada um deles, poderiam ter colocado menos obstáculos e trabalhar melhor em cada um deles.
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Voltando agora para o filme em seus aspectos técnicos, onde Ridley Scott mostra para que veio, apesar de um roteiro simples o filme se desenrola de forma calma, não ficando monótono nem corrido, o que era algo muito possível de se acontecer nesse tipo de filme. Os efeitos visuais e fotografia estão fantásticos e impecáveis, algo muito comum nos longas deste diretor, a ambientação do filme lhe dá toda uma sensação de vastidão vazia, para remeter ao sofrimento e solidão de Mark, mas ao mesmo tempo é muito bonita, como uma beleza inexplorada e desconhecida pelo homem. A trilha sonora original não é descartável da mesma forma que não é memorável, contudo o filme conta com diversos clássicos dos anos 80, como música Pop e Disco, lembrando muito o que foi feito com Guardians of the Galaxy (Guardiões da Galáxia, 2014), elas também contribuem para o clima positivista do filme, porém não atrapalham no drama, pelo contrário, ajudam a complementar muitas cenas excelentes do filme.
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Veredito:
Perdido em Marte é um filme muito atrativo no quesito visual e consegue trabalhar bem com um roteiro simples sem cair no tédio nem na correria, tem uma boa direção e conta com uma ótima atuação de Matt Damon, que se destaca fácil de todos os outros. Contudo o filme peca em apostar pesado no tom cômico, principalmente de personagens que não deveriam estar lá para fazer piadas. Por fim este longa com certeza irá agradar aos fãs de Ridley Scott e da ficção científica feita de maneira mais sensata, não espere algo tão surreal como a franquia Alien, ou então Interstellar (Interestelar, 2014) de Christopher Nolan.
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Minha nota: 8,4
Vício Inerente
3.5 554 Assista AgoraNão consigo entender o porque de Paul Thomas Anderson ter pego um projeto como este, de fato o cara gosta de se desafiar como diretor, mas para mim "Vício Inerente" é uma tragédia em sua carreira. O roteiro é confuso, confuso até demais, um quebra cabeça estranho que você tenta montar, mas desiste porque é muito chato, mesmo depois que entenda como ele funciona. Você não sabe em quem confiar, cada personagem da uma informação para a investigação do protagonista, e depois outro desmente e você fica perdido sem saber mais que rumo o filme leva, ou que história ele vai contar. É tudo piração do protagonista hippie drogado, ou é tudo estranho mesmo? Isso nos leva a outro problema, o filme é longo e arrastado, chegando ao ponto de ser tornar massante e desinteressante. Contudo, o filme não é todo negativo, existem pontos positivos que o tornam "assistível", a começar pelos bons personagens e ótimas atuações. Temos Joaquin Phoenix, além de bom ator ele nos da uma atuação emblemática, que chama muita atenção, destaque também para Josh Brolin e Martin Short, estão muito bem. O filme tem cenas interessantes e momentos engraçados, que quando acontecem tiram um pouco do peso que toda história e da longa duração do filme. A direção do P.T Anderson é boa, apesar de que achei que ele perdeu tempo com esse projeto, uma vez que temos bons filmes nessa mesma pegada, inclusive filmes muito, mas muito melhores, como por exemplo "O Grande Lebowski". E só para finalizar o filme tem uma boa trilha sonora não original (não feita exclusivamente para o filme).
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Nota: 6,9
O Dono do Jogo
3.4 132 Assista AgoraO filme tem sacadas interessantes durante as partidas de xadrez e passa uma pequena tensão durante elas, pequena mesmo. O melhor fica por conta da atuação do Tobey Maguire, caso você não goste desse ator é provável que já não goste do filme, o cara carrega quase o filme todo sozinho em questão de tempo em tela. Eu gostei dele e da atuação. Interpretando Bobby Fisher, um dos melhores e mais famosos jogadores de xadrez profissional da hisótia, Tobey Maguire tem uma atuação algumas vezes contida e perturbada, em outros momentos ele está overacting. Considerando o perfil psicológico da pessoa que ele interpretou faz muito sentido o ator ser assim, mas depende do público se gostam ou não desde estilo de atuação/personagem. Gostei das atuações do Michael Stuhlbarg e Peter Sarsgaard, acho que cumpriram bem seu papel, não são atuações de peso mas deram sustância a trama. Trama está que é uma das mais fracas e sem graças para o gênero Drama Biográfico, não sei dizer se o problema é a vida de Bobby Fisher ter sido chata para um filme ou então o fato do filme ser sobre xadrez o deixou monótono. Talvez seja simplesmente o roteiro ser ruim mesmo. Durante os momentos de silêncio, acompanhando os pensamentos do jogador e como consegue pensar em seus movimentos, mesmo sem ter um tabuleiro em sua frente, pode surpreender a primeira vista. Contudo essa dinâmica acaba virando um recurso de narrativa repetitivo, o filme perde o pouco de intelectualidade que tenta passar. Em relação a direção, senti muita a falta de uma assinatura, considerando que o diretor tem filmes importantes na carreira como "O Último Samurai" e "Diamante de Sangue", não é possível ver um estilo próprio do diretor, Edward Zwick. Um filme arrastado, sem nenhuma qualidade que podemos destacar, um direção sem pegada, e uma história bem "mela cueca".
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Nota: 5,4
Vinhas da Ira
4.4 206Uma obra belíssima retratando não uma história real, mas uma situação histórica pela qual centenas, talvez milhares de pessoas passaram. A pobreza extrema, perda da casa e trabalho, a vinda do campo para a cidade sem expectativa de vida, foram situações comuns durante a grande crise de 1929. A família que acompanhamos tem diversas facetas da época, o velho cabeça dura, o filho mais velho e responsável, a mãe que que cuida mas que precisa ser rígida e forte pelos outros, entra muitos outros. Cada personagem tem um valor e peso único na trama, dos velhos até às crianças, um ótima interpretação para cada um deles, mesmo que nos papeis mais simples. A direção de John Ford é cuidadosa e extremamente competente, ele conseguiu mostrar todo o ar de desolação e tristeza, ao mesmo tempo que dava carisma aos personagens e contava uma história simples. Sim, o roteiro apesar de todo o peso emocional que já fora comentado é bem simples, mas ele não cai na obviedade nem na monotonia. O filme é calmo mas tem sempre algo acontecendo, os personagens movimentam a história, indo de lá pra cá com seu caminhãozinho, você descobre vários tipos de lugares e vários tipos de pessoas. Além disso o filme consegue fazer uma crítica ao próprio Estados Unidos de forma muito corajosa. Entre outros aspectos técnicos é muito difícil avaliar o som, efeitos ou fotografia, por era uma outra época para o cinema, mas o filme não peca em nenhum destes aspectos, pode ser visto até hoje sem problemas.
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Nota: 10,0
Creed: Nascido para Lutar
4.0 1,1K Assista AgoraNão vou dizer que é o melhor da saga do Rocky, pois é claramente uma renovação do filme original de 1976, e é na originalidade que o filme Creed peca um pouco, não chegando a ser algo absurdo, mas ele puxa muitos elementos. A direção é extremamente competente, esta sim é de fato a melhor de todos os filmes, disparado. Sylvester Stallone está de fato atuando neste filme e atuando bem, não é apenas um alter ego do ator, ele traz uma carga emocional importante para o filme. Destaque também para o ator Michael B. Jordan, mandou bem no papel. O roteiro como já foi dito é quase o mesmo do clássico, que foi repaginado, achei que eles foram covardes em muitos pontos, poderiam ter deixado esse filme muito mais marcante se tivessem tomado algumas decisões chave.
Se o Rocky tivesse morrido com o câncer enquanto via a luta final do Adonis, e o Michael B. Jordan (Adonis) tivesse ganho essa luta teria sido infinitamente melhor. Mas ele optaram por deixar o Rocky vivo o que me fez pensar se vai haver uma sequência. Além disso o Michael B. Jordan fica num "apanha, apanha" e no fim graças a um "deus ex machina", o cara derruba o seu adversário, mas perde por pontos, igual ao filme de 1976.
Enfim, o filme tem ótimas tomadas, o jogo de câmera e uma boa direção que rendeu excelentes cenas, como o treinamento do Adonis Creed e a luta final. Uma trilha sonora interessante, que se encaixa com a proposta do filme. "Creed" soube recriar o sentimento do original, de forma mais contemporânea e bem feita, mas errou em copiar demais o primeiro filme, em vez de se arriscar, o que deixou muito um cheiro de continuação, que não precisa acontecer.
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Nota: 8,0
A Pele que Habito
4.2 5,1K Assista AgoraA arte de transformar as histórias mais bizarras em filmes fantásticos, é a melhor maneira de se descrever Almodóvar. "La Piel Que Habito" é um thriller chocante, no qual é impossível de se desligar da tela, mesmo com uma história louca, que beira o absurdo de uma filme trash o diretor e roteirista cria uma obra, que de tão bem feita, torna-se plausível. As atuações secundárias fraquejam um pouco, as melhores ficam por conta de Antonio Bandeiras e Elena Anaya, que são os principais e dão conta do recado. A trilha sonora é belíssima e pontual, passando uma certa angustia, mesmo sendo tão tão bonita e simples, como foi feito em "Requiem for Dream", por exemplo. O que senti mais falta no filme foi um toque a mais de desespero por conta de Vicente/Vera, durante todo o processo tão perturbador pelo qual ele passa. O mesmo serve para Ledgard (Antonio Bandeiras), com seus problemas, acho que o filme teria um peso dramático maior. Na verdade todo o sofrimento é mostrado de forma muito poética, como uma tragédia, e não como um drama, é difícil avaliar este elemento, pois não se pode dizer com certeza o que o diretor pretendia. Vejo isso como um ponto neutro, nem negativo nem positivo. O filme é bem simplista em quesitos técnicos, nada de espetacular ou diferente para destacar. E para finalizar, pode até ser uma coisinha meio chata de comentar, mas preferiria que Vicente não tivesse dito nada para a mãe, o filme poderia acabar no silêncio.
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Nota: 8,9
Sangue Negro
4.3 1,2K Assista AgoraUm filme espantoso, retrata a época de extração pesada de petróleo nos Estados Unidos com perfeição. Os cenários e os personagens são caracterizados de forma exemplar, todo o filme tem um teor sujo, muita poeira, lama, óleo...E esse ponto ajuda a dar uma ótima ambientação. Todos que conhecem seu trabalho sabem que Paul Thomas Anderson não faz filme simples, o diretor se aplicou muito neste longa e é provavelmente seu melhor trabalho até hoje. Falando um pouco da atuação, que é o ponto máximo do filme, e também um dos motivos da fama do diretor, por escolher um bom enredo e comandá-los bem. Daniel Day-Lewis da uma atuação histórica, digna de ser comparada com a Era de Ouro hollywoodiana, não obstante disto, a academia lhe premiou com o Oscar de melhor ator por seu papel. Seu personagem vagueia entre uma estranha calmaria que é sempre substituída por uma raiva e agressividade bestial, um dos melhores trabalhos do ator. Junto a ele temos Paul Dano, outro bom ator que ajuda a sustentar o elenco e faz isso muito bem, e seu personagem serve como uma ótima critica à igreja. O roteiro é simples e não tem muito segredo, não digo que é um ponto negativo para o filme, mas não somam muitos pontos para o mesmo. Um quesito em que o filme peca é a ausência de uma boa trilha sonora, a tilha é fraca e completamente esquecível. Para finalizar temos a fotografia, outro ponto forte do filme, utilizando-se, como já foi dito, da sujeira e da beleza na destruição ou tristeza, o filme vagueia em tons acinzentados, tendo em maior destaques as cores preto, laranja e vermelho.
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Nota: 9,2
Os 12 Macacos
3.9 1,1K Assista AgoraTerry Gilliam manda bem escrevendo roteiros, sua direção não é espantosa mas ele cumpriu o papel de forma satisfatória. A atuações do filme são medianas, o destaque vai para Bruce Willis que carrega quase o filme todo sozinho, sua atuação está semelhante a que veríamos também em "O Sexto Sentido", é uma boa atuação. Brad Pitt está completamente afetado e overacting, o que não é ruim de fato, isso deixou o personagem bem memorável e é um diferencial no filme. Contudo, acho difícil que alguém como ele poderia desempenhar tal função no filme. Não entendemos muito da trama, como funciona as viagens no tempo, quem são as pessoas que controlam tudo isso, onde o Bruce Willis estava preso, etc...mas é de fato bom que o filme não explique isso. Uma vez que você cria possibilidades na sua cabeça, e o filme não deixa furos pra complicar ou atrapalhar a história, é muito bom que não se perca tempo explicando cada detalhe. A trilha sonora é legal e fica na cabeça, mas é simples demais e o que a deixou repetitiva, gostaria de que o filme tivesse a explorado mais e escolhido melhor os momentos em que ela aparece. O final pode desapontar algumas pessoas e de fato não é um final surpreendente, mas não ruim.
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Nota: 7,9
A Colina Escarlate
3.3 1,3K Assista AgoraA direção de arte é estupenda, isso se percebe logo de cara, os cenários abertos e principalmente os ambiente internos são lindos e bem produzidos. O mesmo pode ser dito das vestimentas, foram muito bem selecionadas, cada peça de roupa e cada acessório, dando todo um toque elegante ao filme e ao mesmo tempo o deixa sombrio, simplesmente fenomenal.
Crimson Peak tem seu auge ai, pois o filme decai bastante com o passar do tempo, a história não é das piores mas é bem previsível. O filme se vendeu como um suspense bem tenebroso, mas é na verdade terror gótico, o que não é de fato um problema. Toda a ambientação e recriação da cidade está ótima, esse preocupação com os lugares é gigantesca, como já foi dito, é possível se dizer que o ambiente, Casa onde se passa o filme, é um personagem a parte, pois ela tem muitas características e quase uma personalidade.Seria ótimo se os personagens tivessem sidos feitos com tanto esmero assim, os atores são até bons, destaque para Tom Hiddleston, que se encaixa bem no papel, é muito fácil gostar desde ator em qualquer personagem que ele faça.
Infelizmente as atuações se mostram medianas, Guilhermo del Toro parece que não se preocupou com eles. Ele é um ótimo diretor, mas infelizmente perdeu a mão com esse longa, que tinha tudo para dar certo, seguindo o estilo que já vimos em O Labirinto do Fauno ou HellBoy 2, feitos anteriormente por ele. Os problemas não param por ai, o diretor, que também é famoso por efeitos práticos, lançou efeitos de computador extremamente ruins para criar as assombrações, que mesmo sendo falsos poderiam ter sido mascarados pela escuridão ou então não mostrando com tantos detalhes deles.
Fiquei realmente desapontado com o filme, considerando o quanto gosto do Del Toro, não é um filme horrível, mas é provavelmente um dos piores da carreira dele.
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Nota: 6,9
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista AgoraUm filme do qual os fãs precisavam e mereciam, muito superior a qualquer filmes da trilogia de origem (1999-2005), é digno de continuar o que os clássicos começaram. "O Despertar da Força" traz tudo o que esperava, efeitos práticos e bons efeitos feitos por computador, boas cenas de ação e personagens carismáticos. J.J. Abrams fez um trabalho sensacional como diretor, ver que ele deu muito mais valor para a maquiagem e fantasias me deixou com a sensação mais pura sensação: "eu estou vendo Star Wars". Com exceção de dois personagens que criados por computação gráfica, que destoaram-se dos demais, o que me deixou um pouco chateado, como o caso da personagem Maz Kanata (interpretada pela Lupita Nyong'o). Ela é uma tentativa de "fazer um novo Yoda", que falha miseravelmente. O efeitos criados por computador estão no geral formidáveis e não tentam ser o ponto alto do filme, deixando este posto para os personagens, e quanto personagem bom. Han Solo está melhor do que nunca, ele mostra todo o peso da trilogia antiga somadas aos "anos de espera" que o próprios fãs tiveram, assim como a Leia. Novos personagens como Poe Dameron, Rey e Finn são de longe melhores do que o Luke da trilogia antiga... minha opinião. Os três tem muito espaço em tela e muito carisma pra distribuir, é visível como os atores estão felizes de fazer parte do filme. Destaque também para o BB-8, gosto mais dele do que do R2-D2, pelo motivo que ele é muito mais ativo na história, ele é divertido, participa das cenas de ação e tem um visual muito legal. A trilha original do Episódio 7 foi bem ausente e pouco marcante, nada comparada ao tema do Ep. 4 e 5. O vilão não tem o carisma de Darth Vader, na verdade Kylo Ren está longe de ser um vilão competente, mas acredito que isso será melhor trabalhado no futuro, assim como a Primeira Ordem, que foi mau introduzida. Ao final do filme eu estava sem palavras, tudo o que eu conseguia pensar é "não acaba agora", o final é certeiro e cria um ótimo gancho para o Ep 8.
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Nota: 9,1
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraUm filme realmente apaixonante, é quase impossível contar os motivos pelo qual esse filme se faz tão puro e agradável de se assistir. A direção notável e assinada de Wes Anderson está excelente, talvez um de seus melhores trabalhos, junto de o Grande Hotel Budapest. O roteiro é simples e talvez esse seja um dos pontos mais fortes do filme, a trama não é complicada, ela tem sua complexidade muito bem distribuídas entre os personagens. O que quero dizer é que é um filme fácil de se entender e com personagens muito bem elaborados, cada indivíduo é único, o roteiro explica de forma hábil tudo o que é preciso sobre eles sem tomar muito tempo do foco da história, que é a aventura de dois jovens apaixonados. O filme é de uma pureza tão louvável, indo da belíssima fotografia até a trilha sonora, que ajudam a criar momentos incríveis. A direção de arte é bem marcante, chega até "gritar para sua vista", avalio isso como algo bom, pois faz parte da proposta do filme e é uma das marcas do diretor, parte do que tornam seus trabalhos únicos, mas acredito que é algo que não feito para agradar a todos. Algo que realmente não me agradou no filme foram alguns efeitos visuais feitos por computador, que tiraram parte da beleza e todo o propósito de algo mais natural que o filme traz, chego a dizer que considero um deles bem vagabundo, felizmente ele não estraga o filme e dura poucos segundos.
A cena em que o cachorro morre achei desnecessário mostrar o corpo ensanguentado, foi muito expositivo, coisa que o filme não precisava.
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Nota: 9,4
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraDireção impecável e memorável de Alfred Hitchcock já seria o suficiente para transformar esse filme um clássico instantâneo, o diretor comanda o longa com maestria e é este de longe o melhor ponto de Vertigo. O roteiro, por outro lado, é o que mais me desapontou, cheio de furo e casos mau resolvidos, personagens que aparecem desempenham seus papeis e somem, o que não seria problema se eles causassem algum efeito relevante no protagonista. A trama se complica e acaba tendo de se explicar mais de uma vez e no final vemos que não é nada tão complexo. Tenho que destacar a fotografia que é outro ponto fortíssimo do filme, os enquadramentos em algumas cenas são perfeitos, os famosos "vertigo effects" ou "dolly zoom", usados pela primeira vez na história, neste este filme são um dos efeitos práticos mais fantásticos já feitos. Não apenas esse efeito, o filme conta com diversos efeitos visuais espetaculares que impressionam, considerando a época. O desfecho do filme me desapontou, esperava algo inovador e criativo, pois o filme perde muito ritmo depois da metade, esperei que o fim desse uma "sacodida" no telespectador, mas o longa entrega exatamente o que imaginava, o que foi uma pena.
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Nota: 8,4
Lunar
3.8 686 Assista AgoraA princípio não esperava nada deste filme, e nos primeiros minutos me perguntei se eles queria imitar "2001: A Space Odyssey", mas não é o bem o caso apesar das muitas semelhanças: A empresa lunática, um robô, a solidão...entre outros elementos. Mas focando no longa em si, Moon tem uma direção interessante e competente, senti que o diretor teve uma certa paixão em construir o filme. Os efeitos são algo a se pensar, hora são aceitáveis, hora são bem falsos, se considerarmos que o filme teve apenas 5 milhões de dólares para ser produzido é possível entender, mas é sempre possível apelar para efeitos práticos e mais baratos. Uma coisa completamente desnecessária foi o uso do Kevin Spacey, um ótimo ator, ator de nome, e provavelmente um ator caro. Uma vez que ele apenas dubla algumas falas simples do robô GERTY de maneira bem indiferente, qualquer ator poderia fazer a voz deste robô, que convenhamos não tem nem metade do carisma e "presença" que o HAL9000 tem em 2001, mas enfim chega de comparações. Moon tem um roteiro bem interessante que intriga, uma vez que o plot é revelado o filme torna-se muito mais interessante e te prende. O filme mesmo com efeitos simples e com apenas 1 ator em cena consegue te segurar muito bem, e por sorte o filme não se prolonga muito, mostrando apenas o necessário.
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Nota: 8,0 / 10,0
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraUm filme com uma visual muito bonito e criativo, realmente essa parte do filme me chamou muito a atenção. Mas o roteiro é extremamente raso, não tem um real peso que um filme de ficção científica precisa, novamente com exceção dos cenários e dos efeitos visuais que estão bem atrativos. Outro problema no roteiro é que plot do filme é uma cópia descarada do filme Moon, de 2009. Oblivion se apoia sobre as muletas da nova geração com efeitos bonitos e mundos criados digitalmente, uma vez que Moon tem um orçamento levemente baixo e não trouxe grande efeitos visuais. Saindo um pouco da trama podemos falar das atuações que estão OK, quando não estão fracas, alguns personagens são legais mas a história não lhes deu um real propósito como no caso Malcolm Beech, interpretado pelo Morgan Freeman, gostaria de ver algo mais interessante sobre ele, mas o filme não mostra. Tom Cruise tem bastante carisma, graças a uma direção mediana ele tem que segurar quase o filme todo nas costa. O longa tem seus momentos divertidos e consegue entreter as pessoas com facilidade, caso você queira apenas algo simples para passar o tempo. Finalizando, o desfecho do filme é preguiçoso, simples demais e brega.
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Nota: 4,8 / 10,0
Sicario: Terra de Ninguém
3.7 944 Assista AgoraDe todos os filmes de Denis Villeneuce esse é possivelmente o filme menos complexos em questão de roteiro e elementos subliminares em tela, mas ainda não é nada fácil de engolir, o filme é extremamente pesado e tenso. O primeiro ponto que deve ser abordado aqui é a tensão, ela sai da tela e abraça o telespectador, eu me senti realmente ameaçado em algumas cenas, como se eu fosse me ferir apenas vendo o filme, até senti medo pela personagem da Emily Blunt, e isso é graças a uma direção espetacular. Esse estilo já foi bem abordado pelo diretor em Polytechnique (2009) e Incendies (2011) este q considero seu melhor filme. Voltando a falar da trama, esperava um roteiro mais complexo e menos complicado, a história consegue ser simples mas ser meio chatinha de entender e com um desfecho bem meia boca, o que se não fosse pela direção competente do Villeneuve este seria só mais um filme sobre tráfico e problemas na fronteira entre Estados Unidos e México, o diretor conduz o filme com maestria e deixa sua marca para dar um grande diferencial e um "up" na qualidade do filme. Outros pontos positivos são a fotografia (excelentes ângulos, movimentação de câmera) e as boas atuações, mesmo não sendo memoráveis passam as emoções necessárias.
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Nota: 8,2
A Assassina
3.3 94 Assista AgoraBelíssimas locações, tanto os cenários abertos quanto os fechados são de encher os olhos, pontos para a fotografia que soube explorar bem os locais, as cores, formas e ângulos. As cenas de ação são curtas mas são bem coreografadas o que era de se esperar, o único incomodo são os efeitos sonoros, alguns são ridiculamente altos e outros são direto da biblioteca de áudio de 1950. Tem um roteiro bem simples, um boa direção, atuações medianas que deixaram todos os personagens com tons mornos, nenhum ficará em minha memória. O filme é muito parado, chegando ao ponto da monotonia, por sorte ele é curto, o que não o deixa ficar massante e difícil de se assistir, o que o ajuda em certas horas é o som. O bom uso de sons ambiente e do silêncio dão vida ao longa, e com certeza passam um boa imersão.
Por fim, "A Assassina" é um um filme muito bonito, e dirigido de forma satisfatória, mas toda a simplicidade e a monotonia o tornaram uma filme fraco e com baixo valor de entretenimento, não que fosse esse seu intuito, uma vez que é um filme que apela para o lado artístico. Contudo até mesmo para quem gosta de filmes mais calmos, como eu, pode se pegar achando o filme simplista demais, sem muito para adicionar ao gênero.
--- Nota: 7,1
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraCom certeza um filme que sabe passar um bom suspense e muita tensão, apesar de ter seus pontos altos e baixos, cenas em lugares abertos e a luz do dia ficam bem sem graça. O lance da protagonista muitas vezes ver o que a assombra e o público não é genial, isso junto a desconfiança e câmeras bem fechadas ajudam demais a passar o clima necessário. O filme não tem uma direção preguiçosa, pelo contrário, ela se mostra bem competente para alguém com tão pouca experiência. O filme perde mesmo é no roteiro, a premissa não é nada original, e coisas me deixaram um pouco confuso, muitas vezes me perguntei "esse povo não tem vida, família, trabalho?", mas enfim, isso não atrapalha em grande coisa. Enfim, meu veredito... o filme tem uma direção boa, os usos de câmera (foco, angulo) são excelente e dão toda a graça para o filme acontecer. O filme apesar de se tornar mais acelerado com o tempo se torna mais chatinho também, parece que as surpresas vão se acabando, o público fica remediado e precavido, isso seria evitado se tivessem se preocupado mais com desenvolver uma trama ou uma nova forma de se resolver as coisas, do que fazer os tais "perseguidores" andando por ai, e a protagonista "fazendo" aqui e ali. (tentando não spoilar). Considerei um dos melhores filmes de terror da geração atual, principalmente pelo fato de não seguir a famosa receitinha de bolo, que quase todos estão fazendo ultimamente.