Sempre acreditei que houvessem três tipos de filmes: os que nos ensinam algo, aqueles que servem ao mero entretenimento e outros que nos provocam (quase enojam, de uma forma positiva e reflexiva). Entretanto, “Cuatro Lunas” me fez perceber um quarto tipo, o filme de “retratos possíveis”...
O roteirista e diretor Sergio Tovar Velarde nos presenteia com quatro histórias possíveis, retratos tão reais, confesso, quanto as pessoas que conheci e conheço em minha vida. São personagens, diálogos, ações e motivações críveis, sem afetações ou excessos de “liberdade poética”, pois a poesia está na simplicidade de cada uma das narrativas, algo que na literatura seria pode ser chamado de romance memorialista.
Mesmo nas cenas em que são retratadas as idiossincrasias de determinados grupos, a naturalidade confere ao filme um tom de sobriedade, um olhar crítico, mas sem julgamento, permitindo ao expectador apreciar com seus próprios valores o comportamento de cada personagem, identificando-se, sugerindo uma empatia que poucos filmes nos conferem.
O fim de cada uma das histórias é apresentado como a própria vida, apenas como a virada de mais uma página...
Um filme belo, honesto, quatro retrato possíveis da humanidade!
O título e a sinopse desse filme sempre me chamaram a atenção, mas ainda não havia me dado a oportunidade de o assistir. Uma falha corrigida há algumas noites atrás.
Mesmo conhecendo parte da biografia de Darwin e diversas de suas contribuições ao desenvolvimento do pensamento científico, o filme se revelou uma grata surpresa, especialmente pela oportunidade de se ver um lado extremamente humano, tanto na sua maneira de viver intensamente a sede por aprender quanto na forma como lhe angustia os impactos de suas descobertas na "guerra" entre religião e ciência. Excelente a escolha de focar no dilema da publicação ou não das descobertas, sem se estender às viagens que as originaram, permitindo um aprofundamento deste período de suas história.
O roteiro, que mistura o momento presente às visões e reminiscências do protagonista, possui uma dinâmica que torna a narrativa ágil, fugindo de qualquer possibilidade de monotonia, brindando-nos com diversos saltos entre diversas reflexões, contando-nos a história de Darwin a partir de várias perspectivas factuais.
A maneira como Darwin conta suas histórias aos filhos, especialmente à primogênita Annie, dá um tom ainda mais humanista às descobertas, como o reultado de um indivíduo "curioso por natureza e pela natureza humana".
Se suas descobertas influenciaram novas perspectivas sobre a ciência, sua história, como contada nesse filme, pode inspirar nossa forma de ver nossos propósitos de vida.
Destaque para a interpretação de Jennifer Connelly, como também para o papel da esposa, uma personagem tão fascinante quanto o próprio Darwin, seja na sua maneira de mediar os conflitos familiares ou na forma de apresentar suas próprias ideias, demonstrando que por debaixo de toda a crença dogmática há um ser pensante que requer apenas ser também inspirada.
Demorei a assistir esse filme, ainda que constasse de minha lista desde antes do seu lançamento, talvez pela minha distância com a abordagem psicanalítica, imaginando uma trama muito voltada ao debate metodológico... Ledo engano!
Deliciei-me com os diálogos, a forma apaixonada como cada ponto de vista era apresentado e defendido pelos personagens, sempre através de argumentos que demonstravam aguçadas percepções sobre a natureza humana, além do compromisso de lançar os fundamentos para se compreender e "curar" males que aflingem os indivíduos. E foi nesta dicotomia, entre a compreensão e a intervenção, que reside meu absoluto fascínio sobre a trama.
Seja uma verdade história ou a licença poética do roteiro, o confronto entre Freud e Jung sobre o papel da psicanálise desperta uma reflexão fascinante sobre tanto o propósito do conhecimento quanto a potencialidade do ser humano em se reinventar e transformar sua própria realidade. Enquanto Freud defendia a compreensão dos comportamentos, Jung buscava estabelecer uma forma pela qual a pessoa, tomando consciência da origem e significado de suas perturbações, pudesse se reinventar e, portanto, curar-se.
Infelizmente, este debate ganha pouca atenção em meio aos diversos acontecimentos envolvendo o relacionamento entre Jung e Sabina Spielrein, ainda que no diálogo final entre estes dois personagens, quando ela diz a ele que é preciso se distanciar um pouco da realidade dos pacientes, Jung sentencia: "Somente um médico ferido pode ajudar a curar"!
Há, evidentemente, outros elementos interessantes no filme, como o comportamento de Sabina Spielrein quando, já após o tratamento, essa toma as rédeas de seu comportamento sexual, conduzindo (para não dizer manipulando) Jung de forma a saciar seus desejos (considerados meros impulsos), agora com plena consciência... Lançando ainda outra reflexão, de que a "cura" é na verdade a busca pela libertação da pessoa.
Logo após assistir ao filme, durante um café em que compartlhava minhas percepções, comentei sobre como me chamava a atenção as dinâmicas sociais da época em que ocorre a história, como o fato das pessoa possuirem, aparentemente, bastante tempo para se dedicar à leitura e diálogo, quando a erudição parecia ser mais um exercício do que mero status. Foi quando ouvi que "talvez seja por isso que venha desta época tantas ideias originais aplicadas até hoje". De fato, algo que falta à realidade atual.
Esse é um filme que merece ser assistido mais de uma vez, dando-se a merecida atenção às reflexões que a trama propõe, mais do que pelo mero entretenimento, pois há muito sobre o que se falar e comentar por detrás da simples ideia de um "romance alucinante".
Qual será o limite de nossa consciência e autonomia para fazer escolhas que impactarão na vida dos outros? Foram essas perguntas que me ocorreram ao final do filme!
Fascinante como o anúncio da morte imposto à protagonista é apenas o ponto de partida para uma série de reflexões práticas (ou seriam práticas reflexivas!?), assumindo de maneira absoluta o "controle", ao menos de si mesma.
Diferente de outros filmes similares, em que o protagonista tem sua morte anunciada e busca viver mais inconsequentemente do que plenamente (na maioria das vezes contando com muito dinheiro, como o caso de Jack Nicholson em "Antes de Partir"), neste filme vemos um ser humano absolutamente consciente, tanto em relação aos seus desejos quanto sobre suas responsabilidades, até sobre os impactos futuros de sua ausência, e tudo é abordado de maneira passional, sem a frieza de uma reação meramente racional, o que provoca uma empatia singular com a história vivida...
E o mais incrível é perceber que, mesmo numa jornada quase finda (a vida da própria protagonista), quando decidimos ser protagonistas interventivos nos tornamos capazes de transformar a vida de muitas pessoas à nossa volta, ora influenciando, ora inspirando...
Mais do que um filme, uma lição do que somos capazes... Dirão que se trata de uma ficção, uma utopia. Direi apenas que se trata da virtualidade de nosso potencial de ser humano!
Mesmo reconhecendo que se trata de um filme biográfico, ele é mais do que a "simples" história de um homem. É na verdade um olhar sobre o poder exercido pela variável "fator humano" nas mais diversas equações da vida, seja no amor, na saúde ou na ciência!
Há quem assista ao fime e veja "apenas" a superação de um indivíduo sobre seu estado de saúde física, acompanhado pela benevolente esposa, condenada por muitos (isso para não usar a expressão "por todos os lados") pelo simples fato de amar e viver intensamente, sendo ela mesma uma "variável" dificíl de se prever!
Assistindo ao filme (tardiamente- rs), percebi a maneira delicada como foram trabalhadas questões sensíveis, especialmente numa época em que temos a oportunidade de (ou somos pressionados a...) rever nossa forma de pensar e agir, quebrando alguns paradigmas sobre o amor entre duas ou mais pessoas, de aceitar ou não as limitações impostas por uma doença ou condição e, acima de tudo, de questionar nossas próprias verdades, como fez Hawkings ao lançar uma segunda teoria que refutava a primeira tese proposta no doutorado.
Pode-se dizer que este é um filme sobre Stephen e Jane, contada a partir do olhar desta, porém, acredito que seja mais do que isso. Essa é uma históra sobre relações de pessoas com outras pessoas, com suas fés e com o conhecimento, uma perspectiva sobre aquilo do que somos capazes quando simplesmesm decidimos ser mais do que as circunstâncias nos impõem.
Toda equação busca responder uma igualdade que envolve uma ou mais variáveis. Na vida tudo é virtualmente possível quando o fator humano é uma das variáveis consideradas. E a verdade é que, aparentemente, ainda nos negamos este potencial de escolher!
O você faria se fosse imortal? Responder a essa pergunta pode ser muito mais complexo do que parece, e é ela que desperta as reflexões mais fascinantes nesse filme despretensioso, com uma história que resgata um dos princípios de nossa humanidade: a efemeridade da vida.
É comum reclamarmos da falta de tempo, ou dos efeitos de sua passagem. Porém, é essa dinâmica transitória que nos põe em movimento diariamente. Saber que o “tempo não pára” pode se tornar o mote para a busca de uma vida plena.
Adeline nos mostra isso na sua tediosa rotina pela sobrevivência, tanto pela fuga daqueles que querem desvendar seus segredos, quanto pela ausência de relações que mais intensas em significado, pois o medo da perda a afasta.
O roteiro nos brinda com diálogos maduros, lançando reflexões extraordinárias, provocando-nos a ideia de que a perfeição está na natureza das coisas e na forma como nós significamos cada relação.
Alguns podem tomar a efemeridade da vida como algo que nos oprime. Eu, por outro lado, tenho consciência de que é este princípio da humanidade o que me liberta!
O filme me surpreendeu positivamente pela maneira como conta a história, trabalhando uma construção gradativa da trama, muito mais do que pela ideia em si, que poderia pareceber bastante clichê. A construção dos personagens, suas tramas pessoais e individuais, demonstra uma sutil riqueza do roteiro, muito bem explorada pelas imagens das "crianças" no cenário presente. Sensível e impactante, ao mesmo tempo. A desconstrução da visão do pai, e também dos filhos, num reencontro de significados me fez pensar na série de pessoas que conheço (e atendo), muitas delas vivendo esta mesma espiral de pequenas inverdades, buscando aceitação, autoafirmação e reconhecimento... Destaque para a pergunta "você é feliz", feita de maneira sutil em meio aos diálogos, num roteio extremamente factível... Consegui reconhecer várias famílias, pessoas reais muito nítidas, num filme que parece o prelúdio de uma comédia familiar norte americana e termina como um excelente exercício de reflexão sobre nossa relação com a verdade...
Posso definir "Sentidos do Amor" numa única palavra: IMPACTANTE! O filme conseguiu me fazer superar o "Ensaio sobre a cegueira", ao menos em minhas reflexões, não comparando os filmes, mas seus impactos sobre mim... Precisei de uma noite e um dia inteiro para conseguir "digerir" as duas reflexões preponderantes que abstraí dos 92 minutos de filme, pois não se trata de perder "apenas" os sentidos, mas toda a crise emocional, sintomas que antecedem cada perda, e os reflexos sobre o cotidiano das pessoas... Durante todo o filme, fiz um simples exercício de empatia, a fim de compreender ainda melhor a história, colocando-me no lugar dos personagens. Isso só fez com que eu me supreendesse ainda mais após a perda de cada um dos sentidos, vendo as pessoas buscando se adaptar, na tentativa de manter sua "vida normal", o que me chamou a atenção. O restaurante foi um cenário incrível para compreender esta dinâmica da busca pela "normalidade", sem abrir mão do status quo, da forma como já se vivia. Questionei-me até que ponto esta "adaptação" seria positiva. Sem dúvida a inventividade estava presente, mas foi interessante perceber que, sem saber ao certo a origem das síndromes, pouco se vez para propor mudanças culturais estruturais. E a narrativa da protagonista deixa isso muito claro quando fala da volta das pessoas ao trabalho, tema de um dos diálogos do casal numa manhã... L.F. Barros já "diagnosticaria" a todos nós como normalpatas, doentes de/por normalidade! O segundo questionamento que fiz foi até que ponto eu suportaria, sabendo do processo contínuo da perda dos sentidos... Algo que a história não contemplou, a possível fuga através de suicídios, pois, diferente de "Melancolia", não havia a ideia concreta de fuga, da possível "mudança de rota", da "não colisão". No filme fica claro, a partir do terceiro sentido perdido de que tudo aponta para um fim sem sentidos (perdoem-me pelo trocadilho - rs). "Sentidos do Amor" é um filme que faz pensar, questionar até o que pode ser compreendido como algo bom (nossa capacidade de nos adaptar), refletir sobre quais reações são efeito da doença ou apenas o transbordar das obscuras verdades contidas... Para além da trama, o roteiro ganha vida na narrativa da protagonista. A fotografia traz elementos de documentário, que nos transporta para dentro de alguma cenas a ponto de sentir o tripidar das rodas da bicicleta, ou as ondas ao longe... Um filme extraordinário, que vale ser assistido mais de uma vez, a fim de que possamos nos conhecer, e reconhecer, melhor enquanto seres humanos e, talvez, aprender a valorizar ainda mais nossos sentidos, em todos os sentidos (rs)!
Ps: Peço a tolerância por toda esta interpretação, reflexo dos pensamentos de um conscienciólogo humanista! ;-)
Sim, eu gostei do filme... Ele faz pensar. Na verdade, durante todo o tempo fiquei lembrando de um outro título, pouco conhecido, chamado "Você não conhece Jack", baseado na real história do médico que defendeu a "Máquina da Misericórdia", realizando o primeiro suicídio assistido. "Para Sempre Alice" é tocante, com um roteiro bem escrito, ainda que limitado, pois deixa de lado a oportunidade de explorar melhor personagens como o filho, ou as intrigas pessoais da filha mais velha. Ainda assim, cumpre seu propósito de trazer um assunto tão delicado de maneira humana e sensível, abandonando clichês clássicos e incorporando um diálogo até bastante racionalista. Senti falta, apenas, da proposta do título, o que não deprecia, de maneira alguma o roteiro, interpretações e direção apresentados. Mas, confesso, esperançava mais sobre a ideia de mostrar um Alice perene. Reforço que o filme pode provocr questionamentos valorosos, porém, por fim, reafirmou uma ideia conservadora, em que o indivíduo deixa de existir (negação à proposta do título), para manutenção moral da família. Sou defençor do direito à vida, bem como às circunstâncias que nós a vivemo, de maneira que considerei digno da parte da personagem planejar encerrar seu sofrimento, e também o da família, sentindo por não o ter conseguido. Reconheço que esta é uma posição complexa, mas se trata de uma opinião pessoal e instransferível, apenas compartilhada. Resgato aqui uma reflexão escrita por mim há muito tempo: "O maior desafio que a vida nos impõem é dar significado a ela."; na esperança de fazer compreendida minha opinião de que devemos ser nós, indivíduos, os realizados de nossas vidas, e também do término delas, a fim de que nos reste dignidade até o nosso fim. Tomo para mim o desafio de dar sentido à minha vida e de tornar-me "para sempre" da melhor maneira que eu puder...
Branco... será mesmo esta a cor da confiança!? O filme tem um roteiro que se apresenta de maneira confusa, até mostrar que há um propósito por de trás das histórias intrincadas. Mesmo óbvio, a partir de determinado momento, surpreende com um desfecho que, se bem refletido, sugere questões interessantes sobre a natureza humana... Duas, por exemplo: "Até que ponto iríamos para nos vingar!?" e "Como encontrar culpados nas fatalidades do cotidiano?". As histórias parecem brincar com situações difíceis de parecerem críveis, mas com comportamentos bastante factíveis, lembrando-nos de que lidamos com pessoas, ao mesmo tempo em que somos pessoas, passíveis de ações tão horríveis como a vingança, quanto surpreendentemente sensíveis como o perdão... Ainda que perdoar a si mesmo continue sendo o mais difícil. As interpretações são um tanto contidas, mas faz sentido dentro de todo o clima, o que revela um trabalho de dedicação dos atores e de presença do diretor! Mais um filme para refletir...
Simples, delicado e despretensioso, com um roteiro repleto de expressões, com falas curtas, mas cheias de significado, um filme romântico sim, mas que trabalha muito bem e próximo da realidade de nossas relações, portanto, mais do que factível, um filme verossímil, que faz pensar... Um dos destaques são as passagens do tempo. Impressionante a maneira como o roteiro conversa com a fotografia e a edição de imagens muito, mas muito bem feita. A trama, simples (simples, de novo), conquista por conseguir transmitir a sensibilidade da situação, sem clichês ou exageros, tanto nas falas quanto nas interpretações. A história é a que está na sinopse, mas o que eu vi fui muito além... O filme mostra dois seres humanos na busca da melhor forma de lidar com a distância, a ausência e seus sentimentos. No que para alguns podem ter visto apenas uma história "água-com-açúcar", eu percebi algumas lições reais sobre viver plenamente!
Uma narrativa fascinante que leva o espectador a se questionar se havia compreendido bem os papéis... Uma deliciosa brincadeira, um encontro transformado em reencontro, uma história dentro da história, contadas através de diálogos e situações tão inusitados quanto factíveis, numa palavra: ORIGINAL. As três estrelas (e não mais) se devem ao ritmo dos diálogos e cenas que se perde um pouco na reta final da narrativa, mesmo que isso contribua para inspirar a reflexão de quem está assistindo, preso à trama, imaginando "coisas", grande parte das falas ficam arrastadas. As interpretações estão belíssimas, com destaque, é claro, à Binoche e suas facetas, representando uma mulher tão humana quanto seus outros papéis, mas totalmente diferente neste, seja por sua angustia refletida nos olhos ou nas palavras que lhe parecem presas à garganta... Uma mulher que sofre porque ama, mas tão natural, sem afetações ou clichês. Mais uma grata surpresa para uma quinta-feira à noite, numa véspera de feriado solitária em casa, somente eu e uma taça de vinho...
Confesso-me um tanto quanto desapontado com o roteiro arrastado e cenas infactíveis, perdendo a oportunidade de um diálogo franco sobre a corresponsabilidade de cada indivíduo na construção de um relacionamento. Ainda sobre o roteiro, a história parece descontextualizada da realidade ao seu redor, como o atentado em 11 de Setembro ou a cena cultural pulsante da época em que a trama se desenvolve. E digo isto por reconhecer que os personagens estariam diretametne ligados a isso. Os diálogos poderiam ter sido melhor trabalhados, infelizmente, ainda que a interpretação dos atores tenha contribuído muito para a compreensão de diversas cenas, diversas oportunidades foram perdidas. Acreditem, gostei da perspectiva do filmes, mas vi um potencial para além do que ele me entregou na expectativa de um sábado à noite...
O filme foi uma imensa e grata surpresa, especialmente para aqueles que, talvez desinformados como eu, esperavam por um foco maior à história de Salvador Dali. A narrativa pautada na pulsante vida de García Lorca me pegou desprevinido e fez com que eu me remexesse no sofá diversas vezes. Ouvir seus poemas é como olhar o mundo por olhos de apreço e paixão. Seu movimento pela liberdade, muito mais do que algo político, enseja o desejo por viver uma vida plena, de fato sem limites, fazendo-nos pensar que toda a moralidade vem dos condicionamentos que aceitamos. Este é um filme que precisa ser assistido, no sentido literal da palavra, pois requer presença e disposição para rever aquilo no que nós mesmos acreditamos. O que me deixa apreensivo em toda a história é a repetição ciclíca de alguns fatos que encontram fáceis semelhanças com a moralidade de nossa atualidade. Mesmo sendo o primeiro filme que assisti Javier Beltrán, sua interpretação me tornou um fã de seu trabalho...
Divertido, com bons efeitos e um roteiro simples, fácil de acompanhar. Confesso que esperava mais, porém, a "Jornada do Herói" foi bem escrita e traçada, mesmo com alguns clichês e sem nenhuma supresa reveladora. Minhas três estrelas são dadas pelos efeitos visuais, a fotografia (!?) e a construção do universo, do qual gostei muito...
Seja pela trama ou as fantásticas e bem apresentadas intrigas palacianas, este filme se tornou num dos meus favoridos. A maneira como os personagens são construídos, numa apresentação natural, fazendo-se conhecer por suas atitudes, mais do que por discursos, é fantástica. A ponto de se demorar a reconhecer Shakespeare... Independente do que digam os estudiosos ou os apoiadores da teoria apresentada, a verdade é que o filme nos faz pensar sobre a falsa moralidade que fora comum naquela época, mas que também se faz presente nos discursos de diversos tipos de déspotas, sejam cléricos ou pretensos políticos de uma pretensa democracia...
Divertido, simples e... fala sobre livros e escritores, uma pedida da qual não posso me isentar. Especialmente num fim de semana em que assisti ao "Words and Pictures" e "Encotrando Forrester". Fora alguns clichês (mas o que seria da vida se bons clichês), o filme traz reflexões para além de "Comer, Rezar e Amar" (perdoem-me os que gostaram, também gostei, mas foi impossível não comparar), ainda que numa visão romanceada, a personagem vive uma jornada que a faz tomar consciência sobre as conquistas, embora pareçam longe do que almejava inicialmente... Gosto da "sofisticação simples" dos diálogos e da maneira como cada cena parece trazer reminiscências de diferentes culturas. Talvez algo para "sessão da tarde", porém, com cultura!
No último fim de semana eu revisitei esta fascinante história, inspirado por outro filme, "Words and Pictures"... Incrível como a cada oportunidade que tenho de o assistir novas perspectivas me surgem, talvez por se tratar de diferenes momentos, tal como quando você lê novamente um livro da infância ou juventude, já tendo alcançado certa experiência. Seu olhar se detém em outras nuances, noutras pequenas tramas. Os textos são um prazer à parte nesta breve narrativa cujo sentido é difícil de definir, da maneira maneira como é feita a crítica aos historiadores da literatura que buscam "dar sentido" aos textos de diversos autores, vendo neles apenas fragmentos de si próprios. Mais do que um filme, assistir a esta história pode ser uma forma de resgatar nossa própria história, redescobrindo a oportunidade de explorar nossos reais potenciais...
Este é, sem sombra de dúvidas, mais um daqueles filmes que me faz questionar o porquê de nossos diálogos cotidianos serem tão pobres (?). Certa vez uma amiga me disse que para sua vida ser perfeita só falta ter uma trilha sonora tocando em determinados momentos... Respondi que gostaria de ter um bom roteirista para escrever determinados diálogos! (hahaha) Ok, concluído o desabafo, devo dizer que o filme me deixou boas lembranças, especialmete pelos diálogos e, mesmo odiando partes inteiras devido à degradação, aparentemente desnecessária, de um dos personagens, a maneira como sua jornada é narrada conseguiu me conquistar pela veracidade, o quão factível o é. Um outro detalhe surpreendente foi a fantástica cena de (não) sexo... Considero fascinante quando num filme o roteiro, a interpretação dos atores e o trabalho do diretor nos permite completar certas lagunas, dando-nos a oportunidade de imaginar, criar e gozar (no bom sentido) de um momento íntimo na história, porém, com nossa própria visão. Quisera tivesse eu a oportunidade de degladiar desta maneira todos os dias... Desejo ainda poder defender às palavras, não contra as imagens, mas as explorando, sem decrever, apenas as exaltando. Quando o concluí, assisti novamente "Encontrando Forrester, apenas para me deliciar um pouco mais com o prazer da companhia de boas palavras... Este é um filme que inspira revistar outros, com certeza!
Nem toda a previsibilidade é negativa, se a história é bem contada... Escolhi o filme pelo prazer de ver diálogos a respeito de arte, algo de certa forma incomum para nossos dias, ao menos nos meios por onde eu passo, no entanto o roteiro me tomou de maneira arrebatadora, mesmo com cenas que apontavam para um defecho previsível, mas ainda tão bem interpretado que prende o espectator, não mais por desejar ver o "final", mas sim de que maneira ele será apresentado. Um elemento que me chamou a atenção em toda a história é a dificuldade latente em se apontar um protagonista, ou mesmo o "peso" dos personagens na trama ("Quem bolou o plano!?"). Compreendo os comentários e críticas dos demais cinéfilos do Filmow, mas tenho de admitir que tive de me segurar para não levantar e aplaudir, no meio da minha sala, quando os créditos surgiram na tela. Senti-me como numa "premier". Para além da história, das peças de arte, da refinada produção, a maneira como a linguagem dos diálogos, (ou a língua inglesa) foi apresentada demonstra um potencial que talvez tenhamos esquecido em nossas relações cotidianas... Fiquei feliz pelo meu arrebatamento numa noite de sexta-feira.
Surpreedente a delicadeza com que o filme apresenta seus personagens, contando-nos uma história que cruzou várias tantas outras histórias. A temática é crítica, mas foi trazida com leveza... Desde que li a respeito, sempre me perguntei qual era o "teste" que o filme iria propor e, para tantas percepções do filme, o último diálogo foi realmente revelador, provocativo e instigante. Noventa minutos de angústia que pareceram ser bem menos, dada a dinâmica. E a coreografia da dança... EXTRAordinária. Gosto de filmes que conseguem contar uma história sem esquecer que seus personagens são humanos...
Outra grata supresa! Um filme que me chamou a atenção pelo potencial dos seus efeitos visuais, mas me ganhou pela originalidade na abordagem da história, num roteiro que poderia ter sido melhor explorado, mas que cumpriu seu papel naquilo que se propôs. Adoro releituras criativas, ou mesmo propostas inovadoras, para explicar diversos elementos da cultura humana e "Jupiter Ascending" traz algumas propostas interessantes neste sentido. Um filme que consegue, até certo ponto, equilibrar a dinâmica de um filme com cenas de ação e as intrigas palacianas, com um toque de comédia intergalática que me lembrou até mesmo cenas de "Guia do Mochileiro das Galáxias", na melhor forma de criticar a burocracia criada pela raça humana, independente do sistema em que ela esteja. Minha única crítica é a de que toda a história criada poderia, de fato, ser melhor explorada, talvez em mais de um filme, com acréscimos de informações e cenas que explicariam melhor as origens e os destinos de diversos personagens. Com um toque de originalidade e um design para espaçonaves que me deliciou, proponho aos mais céticos a experiência de ver com os próprios olhos e explorar um pouco além do que a ideia de um filme de ação...
Divertido pela forma da narrativa, sem grandes novidades, considerando a direção de Woody Allen, o filme serve ao menos para questionar diversos valores culturais que temos, além de haver cenas muito engraçadas, é claro. Qualquer outro comentário pode beirar o "spoiler", então, escolha uma noite de domingo, ou de quarta-feira, sem pretensões e descubra o quanto consegue absorver de uma versão cinematográfica de Charles Bukowski!
Verdadeiramente avassalador... O amor e o medo da perda na sua forma mais natural e humana. Há pouco a se dizer do filme. Excelentes diálogos, cenas fortes e o jogo das mudanças rápidas de cenário/tempo no jantar de Ned e Felix foi de uma imensa sagacidade. Rendo minha surpresa para a interpretação de Julia Roberts, fantástica num papel duro, seja na força que demonstra no dia a dia da clínica ou no seu desmoronamento frente aos representantes do governo na apresentação de sua pesquisa. Um filme que trata do humano dentro de nós e sobre nossa real força para lutar pelo que acreditamos ser certo.
4 Luas
3.8 286Quatro “retratos” possíveis...
Sempre acreditei que houvessem três tipos de filmes: os que nos ensinam algo, aqueles que servem ao mero entretenimento e outros que nos provocam (quase enojam, de uma forma positiva e reflexiva). Entretanto, “Cuatro Lunas” me fez perceber um quarto tipo, o filme de “retratos possíveis”...
O roteirista e diretor Sergio Tovar Velarde nos presenteia com quatro histórias possíveis, retratos tão reais, confesso, quanto as pessoas que conheci e conheço em minha vida. São personagens, diálogos, ações e motivações críveis, sem afetações ou excessos de “liberdade poética”, pois a poesia está na simplicidade de cada uma das narrativas, algo que na literatura seria pode ser chamado de romance memorialista.
Mesmo nas cenas em que são retratadas as idiossincrasias de determinados grupos, a naturalidade confere ao filme um tom de sobriedade, um olhar crítico, mas sem julgamento, permitindo ao expectador apreciar com seus próprios valores o comportamento de cada personagem, identificando-se, sugerindo uma empatia que poucos filmes nos conferem.
O fim de cada uma das histórias é apresentado como a própria vida, apenas como a virada de mais uma página...
Um filme belo, honesto, quatro retrato possíveis da humanidade!
RG - #conscienciologiahumanista #cinemacabeca
Criação
3.7 353Sobre a força de um propósito...
O título e a sinopse desse filme sempre me chamaram a atenção, mas ainda não havia me dado a oportunidade de o assistir. Uma falha corrigida há algumas noites atrás.
Mesmo conhecendo parte da biografia de Darwin e diversas de suas contribuições ao desenvolvimento do pensamento científico, o filme se revelou uma grata surpresa, especialmente pela oportunidade de se ver um lado extremamente humano, tanto na sua maneira de viver intensamente a sede por aprender quanto na forma como lhe angustia os impactos de suas descobertas na "guerra" entre religião e ciência. Excelente a escolha de focar no dilema da publicação ou não das descobertas, sem se estender às viagens que as originaram, permitindo um aprofundamento deste período de suas história.
O roteiro, que mistura o momento presente às visões e reminiscências do protagonista, possui uma dinâmica que torna a narrativa ágil, fugindo de qualquer possibilidade de monotonia, brindando-nos com diversos saltos entre diversas reflexões, contando-nos a história de Darwin a partir de várias perspectivas factuais.
A maneira como Darwin conta suas histórias aos filhos, especialmente à primogênita Annie, dá um tom ainda mais humanista às descobertas, como o reultado de um indivíduo "curioso por natureza e pela natureza humana".
Se suas descobertas influenciaram novas perspectivas sobre a ciência, sua história, como contada nesse filme, pode inspirar nossa forma de ver nossos propósitos de vida.
Destaque para a interpretação de Jennifer Connelly, como também para o papel da esposa, uma personagem tão fascinante quanto o próprio Darwin, seja na sua maneira de mediar os conflitos familiares ou na forma de apresentar suas próprias ideias, demonstrando que por debaixo de toda a crença dogmática há um ser pensante que requer apenas ser também inspirada.
RG - #conscienciologiahumanista #cinemacabeca
Um Método Perigoso
3.5 1,1KDiálogos e reflexões sobre a natureza humana...
Demorei a assistir esse filme, ainda que constasse de minha lista desde antes do seu lançamento, talvez pela minha distância com a abordagem psicanalítica, imaginando uma trama muito voltada ao debate metodológico... Ledo engano!
Deliciei-me com os diálogos, a forma apaixonada como cada ponto de vista era apresentado e defendido pelos personagens, sempre através de argumentos que demonstravam aguçadas percepções sobre a natureza humana, além do compromisso de lançar os fundamentos para se compreender e "curar" males que aflingem os indivíduos. E foi nesta dicotomia, entre a compreensão e a intervenção, que reside meu absoluto fascínio sobre a trama.
Seja uma verdade história ou a licença poética do roteiro, o confronto entre Freud e Jung sobre o papel da psicanálise desperta uma reflexão fascinante sobre tanto o propósito do conhecimento quanto a potencialidade do ser humano em se reinventar e transformar sua própria realidade. Enquanto Freud defendia a compreensão dos comportamentos, Jung buscava estabelecer uma forma pela qual a pessoa, tomando consciência da origem e significado de suas perturbações, pudesse se reinventar e, portanto, curar-se.
Infelizmente, este debate ganha pouca atenção em meio aos diversos acontecimentos envolvendo o relacionamento entre Jung e Sabina Spielrein, ainda que no diálogo final entre estes dois personagens, quando ela diz a ele que é preciso se distanciar um pouco da realidade dos pacientes, Jung sentencia: "Somente um médico ferido pode ajudar a curar"!
Há, evidentemente, outros elementos interessantes no filme, como o comportamento de Sabina Spielrein quando, já após o tratamento, essa toma as rédeas de seu comportamento sexual, conduzindo (para não dizer manipulando) Jung de forma a saciar seus desejos (considerados meros impulsos), agora com plena consciência... Lançando ainda outra reflexão, de que a "cura" é na verdade a busca pela libertação da pessoa.
Logo após assistir ao filme, durante um café em que compartlhava minhas percepções, comentei sobre como me chamava a atenção as dinâmicas sociais da época em que ocorre a história, como o fato das pessoa possuirem, aparentemente, bastante tempo para se dedicar à leitura e diálogo, quando a erudição parecia ser mais um exercício do que mero status. Foi quando ouvi que "talvez seja por isso que venha desta época tantas ideias originais aplicadas até hoje". De fato, algo que falta à realidade atual.
Esse é um filme que merece ser assistido mais de uma vez, dando-se a merecida atenção às reflexões que a trama propõe, mais do que pelo mero entretenimento, pois há muito sobre o que se falar e comentar por detrás da simples ideia de um "romance alucinante".
RG - #conscienciologiahumanista #cinemacabeca
Minha Vida Sem Mim
4.0 807 Assista AgoraConsciência e sensibilidade...
Qual será o limite de nossa consciência e autonomia para fazer escolhas que impactarão na vida dos outros? Foram essas perguntas que me ocorreram ao final do filme!
Fascinante como o anúncio da morte imposto à protagonista é apenas o ponto de partida para uma série de reflexões práticas (ou seriam práticas reflexivas!?), assumindo de maneira absoluta o "controle", ao menos de si mesma.
Diferente de outros filmes similares, em que o protagonista tem sua morte anunciada e busca viver mais inconsequentemente do que plenamente (na maioria das vezes contando com muito dinheiro, como o caso de Jack Nicholson em "Antes de Partir"), neste filme vemos um ser humano absolutamente consciente, tanto em relação aos seus desejos quanto sobre suas responsabilidades, até sobre os impactos futuros de sua ausência, e tudo é abordado de maneira passional, sem a frieza de uma reação meramente racional, o que provoca uma empatia singular com a história vivida...
E o mais incrível é perceber que, mesmo numa jornada quase finda (a vida da própria protagonista), quando decidimos ser protagonistas interventivos nos tornamos capazes de transformar a vida de muitas pessoas à nossa volta, ora influenciando, ora inspirando...
Mais do que um filme, uma lição do que somos capazes... Dirão que se trata de uma ficção, uma utopia. Direi apenas que se trata da virtualidade de nosso potencial de ser humano!
RG - #conscienciologiahumanista #cinemacabeca
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraMesmo reconhecendo que se trata de um filme biográfico, ele é mais do que a "simples" história de um homem. É na verdade um olhar sobre o poder exercido pela variável "fator humano" nas mais diversas equações da vida, seja no amor, na saúde ou na ciência!
Há quem assista ao fime e veja "apenas" a superação de um indivíduo sobre seu estado de saúde física, acompanhado pela benevolente esposa, condenada por muitos (isso para não usar a expressão "por todos os lados") pelo simples fato de amar e viver intensamente, sendo ela mesma uma "variável" dificíl de se prever!
Assistindo ao filme (tardiamente- rs), percebi a maneira delicada como foram trabalhadas questões sensíveis, especialmente numa época em que temos a oportunidade de (ou somos pressionados a...) rever nossa forma de pensar e agir, quebrando alguns paradigmas sobre o amor entre duas ou mais pessoas, de aceitar ou não as limitações impostas por uma doença ou condição e, acima de tudo, de questionar nossas próprias verdades, como fez Hawkings ao lançar uma segunda teoria que refutava a primeira tese proposta no doutorado.
Pode-se dizer que este é um filme sobre Stephen e Jane, contada a partir do olhar desta, porém, acredito que seja mais do que isso. Essa é uma históra sobre relações de pessoas com outras pessoas, com suas fés e com o conhecimento, uma perspectiva sobre aquilo do que somos capazes quando simplesmesm decidimos ser mais do que as circunstâncias nos impõem.
Toda equação busca responder uma igualdade que envolve uma ou mais variáveis. Na vida tudo é virtualmente possível quando o fator humano é uma das variáveis consideradas. E a verdade é que, aparentemente, ainda nos negamos este potencial de escolher!
RG - #conscienciologiahumanista #cinemacabeca
A Incrível História de Adaline
3.7 1,5K Assista AgoraSobre "A Incrível História de Adaline":
O você faria se fosse imortal? Responder a essa pergunta pode ser muito mais complexo do que parece, e é ela que desperta as reflexões mais fascinantes nesse filme despretensioso, com uma história que resgata um dos princípios de nossa humanidade: a efemeridade da vida.
É comum reclamarmos da falta de tempo, ou dos efeitos de sua passagem. Porém, é essa dinâmica transitória que nos põe em movimento diariamente. Saber que o “tempo não pára” pode se tornar o mote para a busca de uma vida plena.
Adeline nos mostra isso na sua tediosa rotina pela sobrevivência, tanto pela fuga daqueles que querem desvendar seus segredos, quanto pela ausência de relações que mais
intensas em significado, pois o medo da perda a afasta.
O roteiro nos brinda com diálogos maduros, lançando reflexões extraordinárias, provocando-nos a ideia de que a perfeição está na natureza das coisas e na forma como nós significamos cada relação.
Alguns podem tomar a efemeridade da vida como algo que nos oprime. Eu, por outro lado, tenho consciência de que é este princípio da humanidade o que me liberta!
RG - #conscienciologiahumanista
Estão Todos Bem
3.8 678 Assista AgoraO filme me surpreendeu positivamente pela maneira como conta a história, trabalhando uma construção gradativa da trama, muito mais do que pela ideia em si, que poderia pareceber bastante clichê.
A construção dos personagens, suas tramas pessoais e individuais, demonstra uma sutil riqueza do roteiro, muito bem explorada pelas imagens das "crianças" no cenário presente. Sensível e impactante, ao mesmo tempo.
A desconstrução da visão do pai, e também dos filhos, num reencontro de significados me fez pensar na série de pessoas que conheço (e atendo), muitas delas vivendo esta mesma espiral de pequenas inverdades, buscando aceitação, autoafirmação e reconhecimento...
Destaque para a pergunta "você é feliz", feita de maneira sutil em meio aos diálogos, num roteio extremamente factível... Consegui reconhecer várias famílias, pessoas reais muito nítidas, num filme que parece o prelúdio de uma comédia familiar norte americana e termina como um excelente exercício de reflexão sobre nossa relação com a verdade...
RG
Sentidos do Amor
4.1 1,2KPosso definir "Sentidos do Amor" numa única palavra: IMPACTANTE!
O filme conseguiu me fazer superar o "Ensaio sobre a cegueira", ao menos em minhas reflexões, não comparando os filmes, mas seus impactos sobre mim...
Precisei de uma noite e um dia inteiro para conseguir "digerir" as duas reflexões preponderantes que abstraí dos 92 minutos de filme, pois não se trata de perder "apenas" os sentidos, mas toda a crise emocional, sintomas que antecedem cada perda, e os reflexos sobre o cotidiano das pessoas...
Durante todo o filme, fiz um simples exercício de empatia, a fim de compreender ainda melhor a história, colocando-me no lugar dos personagens. Isso só fez com que eu me supreendesse ainda mais após a perda de cada um dos sentidos, vendo as pessoas buscando se adaptar, na tentativa de manter sua "vida normal", o que me chamou a atenção.
O restaurante foi um cenário incrível para compreender esta dinâmica da busca pela "normalidade", sem abrir mão do status quo, da forma como já se vivia. Questionei-me até que ponto esta "adaptação" seria positiva. Sem dúvida a inventividade estava presente, mas foi interessante perceber que, sem saber ao certo a origem das síndromes, pouco se vez para propor mudanças culturais estruturais. E a narrativa da protagonista deixa isso muito claro quando fala da volta das pessoas ao trabalho, tema de um dos diálogos do casal numa manhã... L.F. Barros já "diagnosticaria" a todos nós como normalpatas, doentes de/por normalidade!
O segundo questionamento que fiz foi até que ponto eu suportaria, sabendo do processo contínuo da perda dos sentidos... Algo que a história não contemplou, a possível fuga através de suicídios, pois, diferente de "Melancolia", não havia a ideia concreta de fuga, da possível "mudança de rota", da "não colisão". No filme fica claro, a partir do terceiro sentido perdido de que tudo aponta para um fim sem sentidos (perdoem-me pelo trocadilho - rs).
"Sentidos do Amor" é um filme que faz pensar, questionar até o que pode ser compreendido como algo bom (nossa capacidade de nos adaptar), refletir sobre quais reações são efeito da doença ou apenas o transbordar das obscuras verdades contidas...
Para além da trama, o roteiro ganha vida na narrativa da protagonista. A fotografia traz elementos de documentário, que nos transporta para dentro de alguma cenas a ponto de sentir o tripidar das rodas da bicicleta, ou as ondas ao longe...
Um filme extraordinário, que vale ser assistido mais de uma vez, a fim de que possamos nos conhecer, e reconhecer, melhor enquanto seres humanos e, talvez, aprender a valorizar ainda mais nossos sentidos, em todos os sentidos (rs)!
Ps: Peço a tolerância por toda esta interpretação, reflexo dos pensamentos de um conscienciólogo humanista! ;-)
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraSim, eu gostei do filme... Ele faz pensar. Na verdade, durante todo o tempo fiquei lembrando de um outro título, pouco conhecido, chamado "Você não conhece Jack", baseado na real história do médico que defendeu a "Máquina da Misericórdia", realizando o primeiro suicídio assistido.
"Para Sempre Alice" é tocante, com um roteiro bem escrito, ainda que limitado, pois deixa de lado a oportunidade de explorar melhor personagens como o filho, ou as intrigas pessoais da filha mais velha. Ainda assim, cumpre seu propósito de trazer um assunto tão delicado de maneira humana e sensível, abandonando clichês clássicos e incorporando um diálogo até bastante racionalista.
Senti falta, apenas, da proposta do título, o que não deprecia, de maneira alguma o roteiro, interpretações e direção apresentados. Mas, confesso, esperançava mais sobre a ideia de mostrar um Alice perene.
Reforço que o filme pode provocr questionamentos valorosos, porém, por fim, reafirmou uma ideia conservadora, em que o indivíduo deixa de existir (negação à proposta do título), para manutenção moral da família.
Sou defençor do direito à vida, bem como às circunstâncias que nós a vivemo, de maneira que considerei digno da parte da personagem planejar encerrar seu sofrimento, e também o da família, sentindo por não o ter conseguido.
Reconheço que esta é uma posição complexa, mas se trata de uma opinião pessoal e instransferível, apenas compartilhada.
Resgato aqui uma reflexão escrita por mim há muito tempo: "O maior desafio que a vida nos impõem é dar significado a ela."; na esperança de fazer compreendida minha opinião de que devemos ser nós, indivíduos, os realizados de nossas vidas, e também do término delas, a fim de que nos reste dignidade até o nosso fim.
Tomo para mim o desafio de dar sentido à minha vida e de tornar-me "para sempre" da melhor maneira que eu puder...
RG
Terceira Pessoa
3.3 200 Assista AgoraBranco... será mesmo esta a cor da confiança!?
O filme tem um roteiro que se apresenta de maneira confusa, até mostrar que há um propósito por de trás das histórias intrincadas. Mesmo óbvio, a partir de determinado momento, surpreende com um desfecho que, se bem refletido, sugere questões interessantes sobre a natureza humana... Duas, por exemplo: "Até que ponto iríamos para nos vingar!?" e "Como encontrar culpados nas fatalidades do cotidiano?".
As histórias parecem brincar com situações difíceis de parecerem críveis, mas com comportamentos bastante factíveis, lembrando-nos de que lidamos com pessoas, ao mesmo tempo em que somos pessoas, passíveis de ações tão horríveis como a vingança, quanto surpreendentemente sensíveis como o perdão... Ainda que perdoar a si mesmo continue sendo o mais difícil.
As interpretações são um tanto contidas, mas faz sentido dentro de todo o clima, o que revela um trabalho de dedicação dos atores e de presença do diretor!
Mais um filme para refletir...
RG
Loucamente Apaixonados
3.5 1,2K Assista AgoraSimples, delicado e despretensioso, com um roteiro repleto de expressões, com falas curtas, mas cheias de significado, um filme romântico sim, mas que trabalha muito bem e próximo da realidade de nossas relações, portanto, mais do que factível, um filme verossímil, que faz pensar...
Um dos destaques são as passagens do tempo. Impressionante a maneira como o roteiro conversa com a fotografia e a edição de imagens muito, mas muito bem feita.
A trama, simples (simples, de novo), conquista por conseguir transmitir a sensibilidade da situação, sem clichês ou exageros, tanto nas falas quanto nas interpretações.
A história é a que está na sinopse, mas o que eu vi fui muito além... O filme mostra dois seres humanos na busca da melhor forma de lidar com a distância, a ausência e seus sentimentos.
No que para alguns podem ter visto apenas uma história "água-com-açúcar", eu percebi algumas lições reais sobre viver plenamente!
RG
Cópia Fiel
3.9 452 Assista AgoraUma narrativa fascinante que leva o espectador a se questionar se havia compreendido bem os papéis... Uma deliciosa brincadeira, um encontro transformado em reencontro, uma história dentro da história, contadas através de diálogos e situações tão inusitados quanto factíveis, numa palavra: ORIGINAL.
As três estrelas (e não mais) se devem ao ritmo dos diálogos e cenas que se perde um pouco na reta final da narrativa, mesmo que isso contribua para inspirar a reflexão de quem está assistindo, preso à trama, imaginando "coisas", grande parte das falas ficam arrastadas.
As interpretações estão belíssimas, com destaque, é claro, à Binoche e suas facetas, representando uma mulher tão humana quanto seus outros papéis, mas totalmente diferente neste, seja por sua angustia refletida nos olhos ou nas palavras que lhe parecem presas à garganta... Uma mulher que sofre porque ama, mas tão natural, sem afetações ou clichês.
Mais uma grata surpresa para uma quinta-feira à noite, numa véspera de feriado solitária em casa, somente eu e uma taça de vinho...
RG
Deixe a Luz Acesa
3.2 275Confesso-me um tanto quanto desapontado com o roteiro arrastado e cenas infactíveis, perdendo a oportunidade de um diálogo franco sobre a corresponsabilidade de cada indivíduo na construção de um relacionamento.
Ainda sobre o roteiro, a história parece descontextualizada da realidade ao seu redor, como o atentado em 11 de Setembro ou a cena cultural pulsante da época em que a trama se desenvolve. E digo isto por reconhecer que os personagens estariam diretametne ligados a isso.
Os diálogos poderiam ter sido melhor trabalhados, infelizmente, ainda que a interpretação dos atores tenha contribuído muito para a compreensão de diversas cenas, diversas oportunidades foram perdidas.
Acreditem, gostei da perspectiva do filmes, mas vi um potencial para além do que ele me entregou na expectativa de um sábado à noite...
RG
Poucas Cinzas: Salvador Dalí
3.4 316O filme foi uma imensa e grata surpresa, especialmente para aqueles que, talvez desinformados como eu, esperavam por um foco maior à história de Salvador Dali.
A narrativa pautada na pulsante vida de García Lorca me pegou desprevinido e fez com que eu me remexesse no sofá diversas vezes.
Ouvir seus poemas é como olhar o mundo por olhos de apreço e paixão. Seu movimento pela liberdade, muito mais do que algo político, enseja o desejo por viver uma vida plena, de fato sem limites, fazendo-nos pensar que toda a moralidade vem dos condicionamentos que aceitamos.
Este é um filme que precisa ser assistido, no sentido literal da palavra, pois requer presença e disposição para rever aquilo no que nós mesmos acreditamos.
O que me deixa apreensivo em toda a história é a repetição ciclíca de alguns fatos que encontram fáceis semelhanças com a moralidade de nossa atualidade.
Mesmo sendo o primeiro filme que assisti Javier Beltrán, sua interpretação me tornou um fã de seu trabalho...
RGiuliano
O Sétimo Filho
2.5 722 Assista AgoraDivertido, com bons efeitos e um roteiro simples, fácil de acompanhar.
Confesso que esperava mais, porém, a "Jornada do Herói" foi bem escrita e traçada, mesmo com alguns clichês e sem nenhuma supresa reveladora.
Minhas três estrelas são dadas pelos efeitos visuais, a fotografia (!?) e a construção do universo, do qual gostei muito...
RGiuliano
Anônimo
3.8 365 Assista AgoraSeja pela trama ou as fantásticas e bem apresentadas intrigas palacianas, este filme se tornou num dos meus favoridos.
A maneira como os personagens são construídos, numa apresentação natural, fazendo-se conhecer por suas atitudes, mais do que por discursos, é fantástica. A ponto de se demorar a reconhecer Shakespeare...
Independente do que digam os estudiosos ou os apoiadores da teoria apresentada, a verdade é que o filme nos faz pensar sobre a falsa moralidade que fora comum naquela época, mas que também se faz presente nos discursos de diversos tipos de déspotas, sejam cléricos ou pretensos políticos de uma pretensa democracia...
RGiuliano
Sob o Sol da Toscana
3.7 475 Assista AgoraDivertido, simples e... fala sobre livros e escritores, uma pedida da qual não posso me isentar. Especialmente num fim de semana em que assisti ao "Words and Pictures" e "Encotrando Forrester".
Fora alguns clichês (mas o que seria da vida se bons clichês), o filme traz reflexões para além de "Comer, Rezar e Amar" (perdoem-me os que gostaram, também gostei, mas foi impossível não comparar), ainda que numa visão romanceada, a personagem vive uma jornada que a faz tomar consciência sobre as conquistas, embora pareçam longe do que almejava inicialmente...
Gosto da "sofisticação simples" dos diálogos e da maneira como cada cena parece trazer reminiscências de diferentes culturas.
Talvez algo para "sessão da tarde", porém, com cultura!
RG
Encontrando Forrester
3.8 132 Assista AgoraNo último fim de semana eu revisitei esta fascinante história, inspirado por outro filme, "Words and Pictures"...
Incrível como a cada oportunidade que tenho de o assistir novas perspectivas me surgem, talvez por se tratar de diferenes momentos, tal como quando você lê novamente um livro da infância ou juventude, já tendo alcançado certa experiência. Seu olhar se detém em outras nuances, noutras pequenas tramas.
Os textos são um prazer à parte nesta breve narrativa cujo sentido é difícil de definir, da maneira maneira como é feita a crítica aos historiadores da literatura que buscam "dar sentido" aos textos de diversos autores, vendo neles apenas fragmentos de si próprios.
Mais do que um filme, assistir a esta história pode ser uma forma de resgatar nossa própria história, redescobrindo a oportunidade de explorar nossos reais potenciais...
Rg
Palavras e Imagens
3.6 78 Assista AgoraEste é, sem sombra de dúvidas, mais um daqueles filmes que me faz questionar o porquê de nossos diálogos cotidianos serem tão pobres (?). Certa vez uma amiga me disse que para sua vida ser perfeita só falta ter uma trilha sonora tocando em determinados momentos... Respondi que gostaria de ter um bom roteirista para escrever determinados diálogos! (hahaha)
Ok, concluído o desabafo, devo dizer que o filme me deixou boas lembranças, especialmete pelos diálogos e, mesmo odiando partes inteiras devido à degradação, aparentemente desnecessária, de um dos personagens, a maneira como sua jornada é narrada conseguiu me conquistar pela veracidade, o quão factível o é.
Um outro detalhe surpreendente foi a fantástica cena de (não) sexo... Considero fascinante quando num filme o roteiro, a interpretação dos atores e o trabalho do diretor nos permite completar certas lagunas, dando-nos a oportunidade de imaginar, criar e gozar (no bom sentido) de um momento íntimo na história, porém, com nossa própria visão.
Quisera tivesse eu a oportunidade de degladiar desta maneira todos os dias... Desejo ainda poder defender às palavras, não contra as imagens, mas as explorando, sem decrever, apenas as exaltando.
Quando o concluí, assisti novamente "Encontrando Forrester, apenas para me deliciar um pouco mais com o prazer da companhia de boas palavras...
Este é um filme que inspira revistar outros, com certeza!
RG
O Melhor Lance
4.1 366 Assista AgoraNem toda a previsibilidade é negativa, se a história é bem contada...
Escolhi o filme pelo prazer de ver diálogos a respeito de arte, algo de certa forma incomum para nossos dias, ao menos nos meios por onde eu passo, no entanto o roteiro me tomou de maneira arrebatadora, mesmo com cenas que apontavam para um defecho previsível, mas ainda tão bem interpretado que prende o espectator, não mais por desejar ver o "final", mas sim de que maneira ele será apresentado.
Um elemento que me chamou a atenção em toda a história é a dificuldade latente em se apontar um protagonista, ou mesmo o "peso" dos personagens na trama ("Quem bolou o plano!?").
Compreendo os comentários e críticas dos demais cinéfilos do Filmow, mas tenho de admitir que tive de me segurar para não levantar e aplaudir, no meio da minha sala, quando os créditos surgiram na tela. Senti-me como numa "premier".
Para além da história, das peças de arte, da refinada produção, a maneira como a linguagem dos diálogos, (ou a língua inglesa) foi apresentada demonstra um potencial que talvez tenhamos esquecido em nossas relações cotidianas...
Fiquei feliz pelo meu arrebatamento numa noite de sexta-feira.
RG
Teste
3.2 77Surpreedente a delicadeza com que o filme apresenta seus personagens, contando-nos uma história que cruzou várias tantas outras histórias.
A temática é crítica, mas foi trazida com leveza...
Desde que li a respeito, sempre me perguntei qual era o "teste" que o filme iria propor e, para tantas percepções do filme, o último diálogo foi realmente revelador, provocativo e instigante.
Noventa minutos de angústia que pareceram ser bem menos, dada a dinâmica.
E a coreografia da dança... EXTRAordinária.
Gosto de filmes que conseguem contar uma história sem esquecer que seus personagens são humanos...
RG
O Destino de Júpiter
2.5 1,3K Assista AgoraOutra grata supresa! Um filme que me chamou a atenção pelo potencial dos seus efeitos visuais, mas me ganhou pela originalidade na abordagem da história, num roteiro que poderia ter sido melhor explorado, mas que cumpriu seu papel naquilo que se propôs.
Adoro releituras criativas, ou mesmo propostas inovadoras, para explicar diversos elementos da cultura humana e "Jupiter Ascending" traz algumas propostas interessantes neste sentido.
Um filme que consegue, até certo ponto, equilibrar a dinâmica de um filme com cenas de ação e as intrigas palacianas, com um toque de comédia intergalática que me lembrou até mesmo cenas de "Guia do Mochileiro das Galáxias", na melhor forma de criticar a burocracia criada pela raça humana, independente do sistema em que ela esteja.
Minha única crítica é a de que toda a história criada poderia, de fato, ser melhor explorada, talvez em mais de um filme, com acréscimos de informações e cenas que explicariam melhor as origens e os destinos de diversos personagens.
Com um toque de originalidade e um design para espaçonaves que me deliciou, proponho aos mais céticos a experiência de ver com os próprios olhos e explorar um pouco além do que a ideia de um filme de ação...
RG
Tudo Pode Dar Certo
4.0 1,1KDivertido pela forma da narrativa, sem grandes novidades, considerando a direção de Woody Allen, o filme serve ao menos para questionar diversos valores culturais que temos, além de haver cenas muito engraçadas, é claro.
Qualquer outro comentário pode beirar o "spoiler", então, escolha uma noite de domingo, ou de quarta-feira, sem pretensões e descubra o quanto consegue absorver de uma versão cinematográfica de Charles Bukowski!
RG
The Normal Heart
4.3 1,0K Assista AgoraVerdadeiramente avassalador... O amor e o medo da perda na sua forma mais natural e humana.
Há pouco a se dizer do filme. Excelentes diálogos, cenas fortes e o jogo das mudanças rápidas de cenário/tempo no jantar de Ned e Felix foi de uma imensa sagacidade.
Rendo minha surpresa para a interpretação de Julia Roberts, fantástica num papel duro, seja na força que demonstra no dia a dia da clínica ou no seu desmoronamento frente aos representantes do governo na apresentação de sua pesquisa.
Um filme que trata do humano dentro de nós e sobre nossa real força para lutar pelo que acreditamos ser certo.
RG