"Perfect Blue" é um dos meus filmes favoritos, portanto resolvi pesquisar e assistir mais obras do mesmo diretor, e "Paprika" com certeza não me decepcionou. Esse filme é extremamente original, se igualando na questão de inventividade ao primeiro longa desse diretor. Satoshi Kon não se dá ao trabalho de explicar mínimos detalhes para o público, deixando-o entender a história ao seu desenrolar. Toda a criação do submundo dos sonhos é muito criativa, e o conceito abordado aqui é complexo e intrigante, tanto que é visível a inspiração de Nolan nessa obra para criar "Inception". Apesar de ter gostado bastante do filme, acredito que ele poderia melhorar em certos aspectos, como, por exemplo, o fato da história parecer muito episódica, já que o filme tem apenas 90 minutos. Acredito que, para esse tipo de história, com esse nível de complexidade, se o filme tivesse 20 minutos adicionais para desenvolver um pouco mais a história juntamente com seus personagens, talvez ele até se igualasse ao clássico "Perfect Blue" na questão de qualidade. Porém, ainda sim, "Paprika" é uma ótima animação que com certeza deve ser conferida por todos.
Antes de fazer o filme, Todd Phillips deve ter pensado: "E se a gente pegasse a história de The King of Comedy, trocássemos Rupert Pupkin por Travis Bickle e adaptássemos ela pro universo da DC?" E assim nasceu Joker.
Gene Kelly sabe como fazer um musical, e, ainda mais coreografando todas as cenas com danças, ele fica melhor ainda. Esse filme é muito divertido, já que, apesar de retratar pessoas que passam certa dificuldade na sua profissão, ele representa suas vidas de uma maneira mais alegre. A atuação de Gene é no ponto, ele é extremamente carismático e dança muito bem. Todos os outros estão ótimos também, e adorei a Leslie Caron, ela é lindíssima e dança muito bem
: o primeiro sendo aquela dança de 17 minutos, que, apesar de ser bem executada (tão bem que até influenciou umas das cenas finais de La La Land), ela se torna massante em pouco tempo devido a sua repetitividade e sua música não tão inspirada; o segundo deslise é o final, depois da cena da dança, que se acovarda e decide terminar da forma mais clichê possível (gente, sério que o namorado da Lise voltou feliz da vida pra entregar sua noiva pra seu melhor amigo??? Não faz sentido nenhum)
. Ainda sim, é um filme muito divertido e vale a pena assistir.
Fui assistir o filme com a expectativa baixíssima devido a essa nota do filmow, o que foi ótimo pra mim, porque o filme é engraçadíssimo, me surpreendeu bastante. A fórmula é basicamente a mesma de Borat (meu filme de comédia favorito), e, apesar de não chegar aos pés do anterior, ainda sim me divertiu muito. Aqui, Sasha Baron Cohen consegue ultrapassar as situações extremas de Borat (o que parecia meio impossível)
, com cenas como: ele tentando seduzir um ex-candidato a presidência americana, convidando líderes de países em guerra para se reconciliar, indo falar com um terrorista e irritando caçadores armados, correndo risco de morte em quase todas as ocasiões.
Enfim, o filme é excelente, e, se gosta do humor ácido de Sasha, com certeza irá adorar esse filme.
Tirando o último frame do filme e algumas decisões questionáveis do filme, gostei bastante de "A Cure for Wellness". Tô vendo muita gente falando que o filme é ruim porque não entendeu. Pra mim, ficou bem claro toda a história.
Principalmente o plot twist no final, que não foi um plot twist pra mim, já que estava bem claro o que estava acontecendo.
A ambientação aqui é fantástica. A tensão nunca diminui, fazendo sua duração não ser percebida. A história é muito boa, juntamente com a fotografia e a direção. Ela faz um bom trabalho nos fazendo duvidar de tudo ali junto com o protagonista. A criação daquele mundo é muito bem feita, e, sim, lembra demais "Shutter Island", até acho um demérito do filme essa similaridade exacerbada, porém, apesar disso, ele entrega uma história quase igualmente interessante e bem contada. Ps: Muitas vezes, assisto um filme que não entendo ou não gosto de primeira, mas aprendi a questionar primeiro sempre a mim mesmo do que o filme. Se não entendeu, tente assistir de novo, acho que uma chance a mais pode mudar a opinião de muitos aqui.
Ótimo filme. Apesar da ultra utilização do vermelho não ser minha praia, e de algumas (poucas) escolhas de direção não me agradarem tanto (como o enquadramento em plano mais aberto ainda cortando a cabeça), goste muito do filme pelo seu roteiro. Ele tem camadas e simbolismos muito bem criados.
A minha interpretação do filme é a seguinte: Salvador Mallo estava cansado da onde sua vida se encontrava, portanto resolveu resgatar elementos de seu passado para tentar consertar o que tinha errado. Assim, ele chama Alberto para reatar uma relação a tempos quebrada. Porém, com o decorrer do filme, percebemos que essa reaproximação não é benéfica para o protagonista, já que Alberto o apresenta às drogas e o relembra do filme que foi estragado pelo ator. Porém, apesar de sua presença piorar a vida de Salvador, Alberto o relembra que seu talento é escrever, e, mesmo relutante, sua crônica é cedida ao ator para apresentações teatrais. Com isso, Federico, inesperadamente (como a concepção da peça), reconhece sua história na apresentação e procura Salvador para um encontro depois de anos. Esse encontro, repentino e evitado por Salvador, mostra ao protagonista que o sentido de sua vida estava no que ele havia reprimido por anos. Portanto, Salvador para de usar drogas, vai ao médico e começa a escrever justamente sobre o que ele havia escondido à séculos, porém agora sabendo que era justamente aquilo que ia te tirar da melancolia.
Gostei muito desse filme. Os irmãos Safdie já demonstraram que são bons na direção com "Bom Comportamento", e aqui não é diferente. O nível de tensão é alto, os irmãos gostam de colocar a câmera na cara dos atores, isso gera uma sensação de claustrofobia bem vinda nesse tipo de filme. O roteiro é muito bem escrito, bem redondinho, com ótimo desenvolvimento de personagem, principalmente o protagonista. As situações são muito bem construídas e a fluidez é ótima. O filme não para. Adam Sandler rouba esse filme. Pra mim, ele é igual Nicolas Cage, os dois tem fama de fazer filmes ruins, mas quando pegam um filme com um bom roteiro, eles não decepcionam, e aqui não é diferente. A maneira como ele fala, o jeito que se veste, tudo combina com o personagem, e dá pra ver que ele se entrega aqui. O único problema que tenho com o filme é sua trilha sonora, ela é muito intrusiva e por diversas vezes, ela altera o clima da cena, prejudicando a tensão.
SPOILER PESADO: Por exemplo, no final, quando o protagonista morre, a trilha é animada demais para a ocasião. Deveria ser um momento crucial e super tenso, porém a trilha suaviza o momento. Sei que é muito comum filmes utilizarem músicas divertidas em momentos trágicos para causar um contraste, mas se tentaram fazer isso aqui, não funcionou.
Petra Costa é uma excelente diretora, ela já tinha demonstrado seu talento em "Elena" e aqui, só confirma sua qualidade na direção. Ela sabe manipular as emoções do público magistralmente, suas escolhas musicais são feitas justamente para direcionar o espectador a um determinado sentimento, e, juntamente com a direção, ela tem êxito nesse departamento. As polêmicas que circundam esse documentário se embasam no fato dela não apresentar fielmente todos os acontecimentos de maneira imparcial na sua obra. Porém, há de se notar que essa produção é uma representação do ponto de vista da diretora durante o processo de impeachment, e não uma reprodução neutra dos eventos ocorridos nesse período. Petra tinha contato direto com Lula e Dilma, portanto, logicamente, seu trabalho seria favorável a eles. Ainda sim, tenho problemas com esse tipo de documentário. Muitas pessoas aceitarão essa obra como verdade absoluta, já que não se trata apenas de uma ficção, e sim, de uma retratação de acontecimentos reais, portanto, utilizar apenas sua vivência para produzir tal conteúdo pode não ser a melhor opção. Por fim, ainda espero que nosso representante ao Oscar tenha chances reais de vencer. Torço para que mais obras brasileiras consigam atingir mais pessoas e que nosso cinema seja mais difundido pelo mundo como nesse caso.
Esse filme aborda muitos temas atuais, fazendo críticas pertinentes e que devem ser ouvidas. Com certeza, esse é o projeto mais ambicioso de Klebler Mendonça, certamente o mais estranho, e ele consegue acertar em muitos aspectos aqui. A começar pela direção, muito consciente, dá pra notar que ele pensou bastante no que ia fazer antes de gravar. As transições, por exemplo, tanto as fusões como, principalmente, os wipes, são colocados aqui, a meu ver, para intensificar o fato de estarmos assistindo a uma distopia, ou seja, como essas técnicas não são utilizadas usualmente, elas demonstram que essa história não é comum. Outro aspecto que se destacou foi a trilha sonora, bastante diversificada, indo de um violão mais melancólico tocado pelo velhinho, passando por uma trilha remetente a terrores mais antigos, e até abusando de sintetizadores oitentistas (parecido com a trilha de Stranger Things). Por último, o roteiro se mostra muito astuto em não nos revelar de cara o que está acontecendo, sempre nos intrigando, e, ainda quando revela as coisas mais bizarras, ainda deixa algumas informações em abertos para fazer com que o público decifre o resto da história. O filme aborda sabiamente assuntos pertinentes atuais, como o entreguismo do Brasil aos Estados Unidos, a cultura crescente estadunidense de chacinas, a desatenção brasileira a um povo sem voz, a política brasileira que não se importa de verdade com a população, a visão de que o Brasil é só sul e sudeste, enfim, todos esses tópicos são extremamente importantes e o filme ganha destaque por entrar nesses assuntos. Por fim, por mais que seja um pouco longo demais (poderia ter 15 minutos a menos) e tenha algumas cenas de nudez desnecessárias, Bacurau é um importante filme nacional que deveria ser visto pelo maior número de pessoas possível.
Esse filme é pra poucos e, definitivamente, não é pra mim, já que, apesar da boa direção e da ótima fotografia, o filme não tem conteúdo algum a meu ver. A primeira metade é basicamente todo mundo dançando e a segunda, todo mundo loko na droga. Muito massante, cenas longas demais e sem propósito algum. Acho que o fato de eu não usar droga influenciou bastante nessa opinião negativa.
O filme não é ruim, mas não é ótimo. Em todos os seus aspectos, este é um filme básico de super-herói, o roteiro não é inventivo, seguindo batidas conhecidas, a direção não tem momentos inesquecíveis, cenas de ação com muita câmera tremida. É apenas a apresentação de um personagem para o próximo Avengers. Claro, o filme tem a questão de ser o primeiro a ter uma protagonista super-heroína, e, mesmo tendo duas falas um pouco forçadas em relação ao machismo, isso é um ponto bastante positivo, porém o resto da obra ainda sim o coloca em uma posição mediana.
Uma pena. Pra mim, "Green Book" ter ganhado o principal prêmio da noite só piora as coisas pra ele. Acredito que todos tenham gostado desse filme, só que ele com certeza não é o melhor. Agora, ao invés de ser reconhecido como um bom filme, vai se tornar parte dos piores filmes a receber a estatueta.
O filme poderia ter sido mais sutil, mas ainda é uma bela obra. Mahershala Ali está fantástico aqui, deve ganhar o oscar merecidamente. Robert De Niro também está ótimo.
Um dos melhores trabalhos desse diretor. Confesso que os filmes mais recentes de Woody Allen não têm me agradado tanto, mas estou descobrindo que seus longas mais antigos realmente me fascinam. Junto com Annie Hall e Hannah and Her Sisters, Manhattan é um dos meus favoritos. Sua direção é ótima, com planos longos, tanto estáticos como dinâmicos, como quando estão andando na rua, apenas conversando, mas é no roteiro que o filme se destaca. A naturalidade do diálogo é impressionante, e a química entre os personagens é precisa. Na teoria, Isaac e Mary não combinariam, e na mão de um diretor e roteirista inferior, esse filme certamente não daria certo, mas aqui tudo funciona, mesmo quando se demonstram o extremo oposto um do outro, é possível perceber um romance surgindo no ar. Os outros relacionamentos também são bem desenvolvidos, possuem defeitos porém transmitem verdade.
No final, gostei da mensagem do filme. O amor não é perfeito, e, mesmo com certos impedimentos, como Isaac e Tracy, com uma disparidade de idade, e Mary e Yale, com um casamento em risco, as vezes é nessas imperfeições que o amor aparece, e devemos apenas nos entregar a ele e não pensar em mais nada (sei que é cafona, mas a mensagem ainda é valida haha).
Essa obra foi feita no final dos anos 70's, mas parece um filme do início dos anos 60's, com a paleta preta e branca, a trilha sonora remetente a essa época e ao humor similar à comédias sessentistas. Dito isso, adorei o filme, com certeza recomendo.
Paul Thomas Anderson realmente sabe dirigir um filme. Aqui, não há uma singularidade a se destacar, nota-se que o diretor analisou e pensou em cada cena, pois seus planos são precisos. Desde pequenas montagens rápidas até planos longos bem coreografados, tudo é bem encaixado. O roteiro também não deixa a desejar, desenvolvendo cada personagem de maneira singular e interessante. Confesso que gostei mais da primeira parte do longa (antes dos anos 80), já que o grupo todo estava reunido, sendo mais fácil me importar com a história de cada um, porém, quando se separam, achei difícil me interessar por todos com o mesmo peso, mas acredito que Paul saiba disso, pois o filme tem muitos personagens. Em relação a interpretações, todos estão ótimos, essa obra está cheia de talentos. O filme tem alguns poucos defeitos, é longo demais e contém personagens desnecessários (por exemplo, Scotty J.), mas a genialidade de PTA faz o público relevar tudo isso. Filmão.
Grande surpresa no Oscar pelas indicações de Melhor Diretor e Melhor Cinematografia. O filme realmente é muito bom, e mereceu as indicações que recebeu. Sua direção é precisa e calma, com vários planos onde os personagens aparecem apenas na metade inferior da tela, deixando um grande espaço acima de suas cabeças. Alguns pontos interessantes do filme foram as escolhas da imagem preto e branco e sua proporção, auxiliando no tom da obra. O roteiro também é ótimo, desconstrói os filmes românticos comuns por separar seus protagonistas por vários anos várias vezes, porém acredito que o início do romance entre os dois foi corrido demais e, já que o filme tem menos de uma hora e meia, ele poderia ter se alongado mais nesse aspecto. Por fim, gostei bastante da obra e torço por ela nas premiações.
Não sei como me sentir sobre esse filme. Sobre os dois primeiros atos, não há dúvidas, gostei bastante. Desde os créditos iniciais, o filme acerta em todos os aspectos. A direção de M. Night Shyamalan, que é muito competente no que faz, utiliza brilhantemente a câmera na grande maioria das cenas, como em takes simétricos, boa utilização de espelhos e planos longos bem elaborados, tendo apenas um exagero na utilização de POV em cenas de ação. Sobre as atuações, todos estão bem aqui, dando destaque, obviamente, para James McAvoy, que, novamente, faz um ótimo trabalho lidando com múltiplas personalidades. Uma última qualidade que gostaria de destacar é a trilha sonora, que eleva a tensão de várias cenas, remetendo a filmes de terror, por conter sons ora agudos, como violinos, ora graves. Agora falando de roteiro:
gostei bastante do que me foi apresentado nos dois primeiros atos, pois, mesmo parecendo ligeiramente mal conectados, eram interessantes e estimulavam a curiosidade do espectador. O primeiro sendo focado na dúvida se esses "super-humanos" realmente tinham poderes e o segundo na fuga de Mr. Glass e Kevin. Porém, no último ato, o filme toma algumas decisões questionáveis e se torna expositivo demais. Sei que essa é uma das características de M. Night Shyamalan, ser inconstante com seu trabalho, mas aqui, não sei se é ruim, só estranhei na primeira vista. Achei toda a história da organização secreta muito forçada e o final meio sem graça. Acho que preferiria ter visto a besta atacar a torre.
Acredito que vou ter que assistir novamente para ter uma opinião melhor formada.
Um dos melhores filmes de 2018, e com certeza o mais maluco e "fora da caixinha". Fazia muito tempo que não via um filme assim, tão sensorial e original. Analisando apenas o roteiro, a história parece simples, mas os componentes desse longa a elevam de uma maneira colossal. A trilha sonora, a edição e, principalmente, a direção nos colocam dentro de cada cena, é impossível desviar o olhar de cada momento proporcionado aqui. Mas, para mim, o grande brilhantismo dessa obra está em sua fotografia. A manipulação das cores e iluminação geram um ambiente psicodélico necessário. Poucos são os que conseguem criar uma atmosfera assim. Realmente, esse filme é uma experiência.
PS: Pra mim, aquele frame em que o personagem do Nicolas Cage está sorrindo no carro, todo ensanguentado, no final do filme, valeu mais que qualquer coisa.
Paprika
4.2 503 Assista Agora"Perfect Blue" é um dos meus filmes favoritos, portanto resolvi pesquisar e assistir mais obras do mesmo diretor, e "Paprika" com certeza não me decepcionou. Esse filme é extremamente original, se igualando na questão de inventividade ao primeiro longa desse diretor. Satoshi Kon não se dá ao trabalho de explicar mínimos detalhes para o público, deixando-o entender a história ao seu desenrolar. Toda a criação do submundo dos sonhos é muito criativa, e o conceito abordado aqui é complexo e intrigante, tanto que é visível a inspiração de Nolan nessa obra para criar "Inception". Apesar de ter gostado bastante do filme, acredito que ele poderia melhorar em certos aspectos, como, por exemplo, o fato da história parecer muito episódica, já que o filme tem apenas 90 minutos. Acredito que, para esse tipo de história, com esse nível de complexidade, se o filme tivesse 20 minutos adicionais para desenvolver um pouco mais a história juntamente com seus personagens, talvez ele até se igualasse ao clássico "Perfect Blue" na questão de qualidade. Porém, ainda sim, "Paprika" é uma ótima animação que com certeza deve ser conferida por todos.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraAntes de fazer o filme, Todd Phillips deve ter pensado:
"E se a gente pegasse a história de The King of Comedy, trocássemos Rupert Pupkin por Travis Bickle e adaptássemos ela pro universo da DC?"
E assim nasceu Joker.
O Quinto Elemento
3.7 816Filme extremamente divertido, perfeitamente exagerado, a criação de mundo é muito inspirada e Milla Jovovich está perfeita no papel de Leeloo.
Sinfonia de Paris
3.7 133 Assista AgoraGene Kelly sabe como fazer um musical, e, ainda mais coreografando todas as cenas com danças, ele fica melhor ainda. Esse filme é muito divertido, já que, apesar de retratar pessoas que passam certa dificuldade na sua profissão, ele representa suas vidas de uma maneira mais alegre. A atuação de Gene é no ponto, ele é extremamente carismático e dança muito bem. Todos os outros estão ótimos também, e adorei a Leslie Caron, ela é lindíssima e dança muito bem
(aliás, a cena dela dançando no começo do filme, naquela imaginação do protagonista, é a minha favorita no filme todo)
O filme é bem legal até seus 20 minutos finais, quando comete seus dois maiores deslises
: o primeiro sendo aquela dança de 17 minutos, que, apesar de ser bem executada (tão bem que até influenciou umas das cenas finais de La La Land), ela se torna massante em pouco tempo devido a sua repetitividade e sua música não tão inspirada; o segundo deslise é o final, depois da cena da dança, que se acovarda e decide terminar da forma mais clichê possível (gente, sério que o namorado da Lise voltou feliz da vida pra entregar sua noiva pra seu melhor amigo??? Não faz sentido nenhum)
Brüno
2.6 1,2K Assista AgoraFui assistir o filme com a expectativa baixíssima devido a essa nota do filmow, o que foi ótimo pra mim, porque o filme é engraçadíssimo, me surpreendeu bastante. A fórmula é basicamente a mesma de Borat (meu filme de comédia favorito), e, apesar de não chegar aos pés do anterior, ainda sim me divertiu muito. Aqui, Sasha Baron Cohen consegue ultrapassar as situações extremas de Borat (o que parecia meio impossível)
, com cenas como: ele tentando seduzir um ex-candidato a presidência americana, convidando líderes de países em guerra para se reconciliar, indo falar com um terrorista e irritando caçadores armados, correndo risco de morte em quase todas as ocasiões.
Enfim, o filme é excelente, e, se gosta do humor ácido de Sasha, com certeza irá adorar esse filme.
A Cura
3.0 707 Assista AgoraTirando o último frame do filme e algumas decisões questionáveis do filme, gostei bastante de "A Cure for Wellness".
Tô vendo muita gente falando que o filme é ruim porque não entendeu. Pra mim, ficou bem claro toda a história.
Principalmente o plot twist no final, que não foi um plot twist pra mim, já que estava bem claro o que estava acontecendo.
A ambientação aqui é fantástica. A tensão nunca diminui, fazendo sua duração não ser percebida. A história é muito boa, juntamente com a fotografia e a direção. Ela faz um bom trabalho nos fazendo duvidar de tudo ali junto com o protagonista. A criação daquele mundo é muito bem feita, e, sim, lembra demais "Shutter Island", até acho um demérito do filme essa similaridade exacerbada, porém, apesar disso, ele entrega uma história quase igualmente interessante e bem contada.
Ps: Muitas vezes, assisto um filme que não entendo ou não gosto de primeira, mas aprendi a questionar primeiro sempre a mim mesmo do que o filme. Se não entendeu, tente assistir de novo, acho que uma chance a mais pode mudar a opinião de muitos aqui.
Morangos Silvestres
4.4 658E o pessoal acha que está inovando fazendo filmes feministas.
Bergman mostrava fragilidade masculina desde os anos 50.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraÓtimo filme. Apesar da ultra utilização do vermelho não ser minha praia, e de algumas (poucas) escolhas de direção não me agradarem tanto (como o enquadramento em plano mais aberto ainda cortando a cabeça), goste muito do filme pelo seu roteiro. Ele tem camadas e simbolismos muito bem criados.
A minha interpretação do filme é a seguinte: Salvador Mallo estava cansado da onde sua vida se encontrava, portanto resolveu resgatar elementos de seu passado para tentar consertar o que tinha errado. Assim, ele chama Alberto para reatar uma relação a tempos quebrada. Porém, com o decorrer do filme, percebemos que essa reaproximação não é benéfica para o protagonista, já que Alberto o apresenta às drogas e o relembra do filme que foi estragado pelo ator. Porém, apesar de sua presença piorar a vida de Salvador, Alberto o relembra que seu talento é escrever, e, mesmo relutante, sua crônica é cedida ao ator para apresentações teatrais. Com isso, Federico, inesperadamente (como a concepção da peça), reconhece sua história na apresentação e procura Salvador para um encontro depois de anos. Esse encontro, repentino e evitado por Salvador, mostra ao protagonista que o sentido de sua vida estava no que ele havia reprimido por anos. Portanto, Salvador para de usar drogas, vai ao médico e começa a escrever justamente sobre o que ele havia escondido à séculos, porém agora sabendo que era justamente aquilo que ia te tirar da melancolia.
Joias Brutas
3.7 1,1K Assista AgoraGostei muito desse filme. Os irmãos Safdie já demonstraram que são bons na direção com "Bom Comportamento", e aqui não é diferente. O nível de tensão é alto, os irmãos gostam de colocar a câmera na cara dos atores, isso gera uma sensação de claustrofobia bem vinda nesse tipo de filme. O roteiro é muito bem escrito, bem redondinho, com ótimo desenvolvimento de personagem, principalmente o protagonista. As situações são muito bem construídas e a fluidez é ótima. O filme não para.
Adam Sandler rouba esse filme. Pra mim, ele é igual Nicolas Cage, os dois tem fama de fazer filmes ruins, mas quando pegam um filme com um bom roteiro, eles não decepcionam, e aqui não é diferente. A maneira como ele fala, o jeito que se veste, tudo combina com o personagem, e dá pra ver que ele se entrega aqui.
O único problema que tenho com o filme é sua trilha sonora, ela é muito intrusiva e por diversas vezes, ela altera o clima da cena, prejudicando a tensão.
SPOILER PESADO: Por exemplo, no final, quando o protagonista morre, a trilha é animada demais para a ocasião. Deveria ser um momento crucial e super tenso, porém a trilha suaviza o momento. Sei que é muito comum filmes utilizarem músicas divertidas em momentos trágicos para causar um contraste, mas se tentaram fazer isso aqui, não funcionou.
Perdi Meu Corpo
3.8 351 Assista AgoraDepois desse filme, vou dar mais valor a minha mão direita.
Democracia em Vertigem
4.1 1,3KPetra Costa é uma excelente diretora, ela já tinha demonstrado seu talento em "Elena" e aqui, só confirma sua qualidade na direção. Ela sabe manipular as emoções do público magistralmente, suas escolhas musicais são feitas justamente para direcionar o espectador a um determinado sentimento, e, juntamente com a direção, ela tem êxito nesse departamento.
As polêmicas que circundam esse documentário se embasam no fato dela não apresentar fielmente todos os acontecimentos de maneira imparcial na sua obra. Porém, há de se notar que essa produção é uma representação do ponto de vista da diretora durante o processo de impeachment, e não uma reprodução neutra dos eventos ocorridos nesse período. Petra tinha contato direto com Lula e Dilma, portanto, logicamente, seu trabalho seria favorável a eles. Ainda sim, tenho problemas com esse tipo de documentário. Muitas pessoas aceitarão essa obra como verdade absoluta, já que não se trata apenas de uma ficção, e sim, de uma retratação de acontecimentos reais, portanto, utilizar apenas sua vivência para produzir tal conteúdo pode não ser a melhor opção.
Por fim, ainda espero que nosso representante ao Oscar tenha chances reais de vencer. Torço para que mais obras brasileiras consigam atingir mais pessoas e que nosso cinema seja mais difundido pelo mundo como nesse caso.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraO Kramer vs Kramer moderno. Scarlett Johansson tem que ser indicada como melhor atriz e o filme deve ganhar como melhor roteiro original.
Síndrome de Caim
3.3 65 Assista AgoraEsse filme só me fez perceber que os diretores se copiam a todo tempo. Brian de Palma copiou Psicose, e M. Night Shyamalam copiou esse filme.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraEsse filme aborda muitos temas atuais, fazendo críticas pertinentes e que devem ser ouvidas.
Com certeza, esse é o projeto mais ambicioso de Klebler Mendonça, certamente o mais estranho, e ele consegue acertar em muitos aspectos aqui. A começar pela direção, muito consciente, dá pra notar que ele pensou bastante no que ia fazer antes de gravar. As transições, por exemplo, tanto as fusões como, principalmente, os wipes, são colocados aqui, a meu ver, para intensificar o fato de estarmos assistindo a uma distopia, ou seja, como essas técnicas não são utilizadas usualmente, elas demonstram que essa história não é comum.
Outro aspecto que se destacou foi a trilha sonora, bastante diversificada, indo de um violão mais melancólico tocado pelo velhinho, passando por uma trilha remetente a terrores mais antigos, e até abusando de sintetizadores oitentistas (parecido com a trilha de Stranger Things).
Por último, o roteiro se mostra muito astuto em não nos revelar de cara o que está acontecendo, sempre nos intrigando, e, ainda quando revela as coisas mais bizarras, ainda deixa algumas informações em abertos para fazer com que o público decifre o resto da história. O filme aborda sabiamente assuntos pertinentes atuais, como o entreguismo do Brasil aos Estados Unidos, a cultura crescente estadunidense de chacinas, a desatenção brasileira a um povo sem voz, a política brasileira que não se importa de verdade com a população, a visão de que o Brasil é só sul e sudeste, enfim, todos esses tópicos são extremamente importantes e o filme ganha destaque por entrar nesses assuntos.
Por fim, por mais que seja um pouco longo demais (poderia ter 15 minutos a menos) e tenha algumas cenas de nudez desnecessárias, Bacurau é um importante filme nacional que deveria ser visto pelo maior número de pessoas possível.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraEsse filme é pra poucos e, definitivamente, não é pra mim, já que, apesar da boa direção e da ótima fotografia, o filme não tem conteúdo algum a meu ver. A primeira metade é basicamente todo mundo dançando e a segunda, todo mundo loko na droga. Muito massante, cenas longas demais e sem propósito algum. Acho que o fato de eu não usar droga influenciou bastante nessa opinião negativa.
Capitã Marvel
3.7 1,9K Assista AgoraO filme não é ruim, mas não é ótimo. Em todos os seus aspectos, este é um filme básico de super-herói, o roteiro não é inventivo, seguindo batidas conhecidas, a direção não tem momentos inesquecíveis, cenas de ação com muita câmera tremida. É apenas a apresentação de um personagem para o próximo Avengers. Claro, o filme tem a questão de ser o primeiro a ter uma protagonista super-heroína, e, mesmo tendo duas falas um pouco forçadas em relação ao machismo, isso é um ponto bastante positivo, porém o resto da obra ainda sim o coloca em uma posição mediana.
Um Drink no Inferno
3.7 1,4K Assista AgoraKATE: Excuse me.
RICHIE: What?
KATE: Where are you taking us?
RICHIE: Mexico.
KATE: What's in Mexico?
RICHIE: Mexicans.
TARANTINO, YOU DID IT AGAIN.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraUma pena.
Pra mim, "Green Book" ter ganhado o principal prêmio da noite só piora as coisas pra ele. Acredito que todos tenham gostado desse filme, só que ele com certeza não é o melhor. Agora, ao invés de ser reconhecido como um bom filme, vai se tornar parte dos piores filmes a receber a estatueta.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraO filme poderia ter sido mais sutil, mas ainda é uma bela obra. Mahershala Ali está fantástico aqui, deve ganhar o oscar merecidamente. Robert De Niro também está ótimo.
Manhattan
4.1 595 Assista AgoraUm dos melhores trabalhos desse diretor.
Confesso que os filmes mais recentes de Woody Allen não têm me agradado tanto, mas estou descobrindo que seus longas mais antigos realmente me fascinam. Junto com Annie Hall e Hannah and Her Sisters, Manhattan é um dos meus favoritos. Sua direção é ótima, com planos longos, tanto estáticos como dinâmicos, como quando estão andando na rua, apenas conversando, mas é no roteiro que o filme se destaca. A naturalidade do diálogo é impressionante, e a química entre os personagens é precisa. Na teoria, Isaac e Mary não combinariam, e na mão de um diretor e roteirista inferior, esse filme certamente não daria certo, mas aqui tudo funciona, mesmo quando se demonstram o extremo oposto um do outro, é possível perceber um romance surgindo no ar. Os outros relacionamentos também são bem desenvolvidos, possuem defeitos porém transmitem verdade.
No final, gostei da mensagem do filme. O amor não é perfeito, e, mesmo com certos impedimentos, como Isaac e Tracy, com uma disparidade de idade, e Mary e Yale, com um casamento em risco, as vezes é nessas imperfeições que o amor aparece, e devemos apenas nos entregar a ele e não pensar em mais nada (sei que é cafona, mas a mensagem ainda é valida haha).
Essa obra foi feita no final dos anos 70's, mas parece um filme do início dos anos 60's, com a paleta preta e branca, a trilha sonora remetente a essa época e ao humor similar à comédias sessentistas.
Dito isso, adorei o filme, com certeza recomendo.
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraPaul Thomas Anderson realmente sabe dirigir um filme. Aqui, não há uma singularidade a se destacar, nota-se que o diretor analisou e pensou em cada cena, pois seus planos são precisos. Desde pequenas montagens rápidas até planos longos bem coreografados, tudo é bem encaixado. O roteiro também não deixa a desejar, desenvolvendo cada personagem de maneira singular e interessante. Confesso que gostei mais da primeira parte do longa (antes dos anos 80), já que o grupo todo estava reunido, sendo mais fácil me importar com a história de cada um, porém, quando se separam, achei difícil me interessar por todos com o mesmo peso, mas acredito que Paul saiba disso, pois o filme tem muitos personagens. Em relação a interpretações, todos estão ótimos, essa obra está cheia de talentos. O filme tem alguns poucos defeitos, é longo demais e contém personagens desnecessários (por exemplo, Scotty J.), mas a genialidade de PTA faz o público relevar tudo isso. Filmão.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraGrande surpresa no Oscar pelas indicações de Melhor Diretor e Melhor Cinematografia. O filme realmente é muito bom, e mereceu as indicações que recebeu. Sua direção é precisa e calma, com vários planos onde os personagens aparecem apenas na metade inferior da tela, deixando um grande espaço acima de suas cabeças. Alguns pontos interessantes do filme foram as escolhas da imagem preto e branco e sua proporção, auxiliando no tom da obra. O roteiro também é ótimo, desconstrói os filmes românticos comuns por separar seus protagonistas por vários anos várias vezes, porém acredito que o início do romance entre os dois foi corrido demais e, já que o filme tem menos de uma hora e meia, ele poderia ter se alongado mais nesse aspecto. Por fim, gostei bastante da obra e torço por ela nas premiações.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraNão sei como me sentir sobre esse filme. Sobre os dois primeiros atos, não há dúvidas, gostei bastante. Desde os créditos iniciais, o filme acerta em todos os aspectos. A direção de M. Night Shyamalan, que é muito competente no que faz, utiliza brilhantemente a câmera na grande maioria das cenas, como em takes simétricos, boa utilização de espelhos e planos longos bem elaborados, tendo apenas um exagero na utilização de POV em cenas de ação. Sobre as atuações, todos estão bem aqui, dando destaque, obviamente, para James McAvoy, que, novamente, faz um ótimo trabalho lidando com múltiplas personalidades. Uma última qualidade que gostaria de destacar é a trilha sonora, que eleva a tensão de várias cenas, remetendo a filmes de terror, por conter sons ora agudos, como violinos, ora graves. Agora falando de roteiro:
gostei bastante do que me foi apresentado nos dois primeiros atos, pois, mesmo parecendo ligeiramente mal conectados, eram interessantes e estimulavam a curiosidade do espectador. O primeiro sendo focado na dúvida se esses "super-humanos" realmente tinham poderes e o segundo na fuga de Mr. Glass e Kevin. Porém, no último ato, o filme toma algumas decisões questionáveis e se torna expositivo demais. Sei que essa é uma das características de M. Night Shyamalan, ser inconstante com seu trabalho, mas aqui, não sei se é ruim, só estranhei na primeira vista. Achei toda a história da organização secreta muito forçada e o final meio sem graça. Acho que preferiria ter visto a besta atacar a torre.
Acredito que vou ter que assistir novamente para ter uma opinião melhor formada.
Mandy: Sede de Vingança
3.3 537 Assista AgoraUm dos melhores filmes de 2018, e com certeza o mais maluco e "fora da caixinha".
Fazia muito tempo que não via um filme assim, tão sensorial e original. Analisando apenas o roteiro, a história parece simples, mas os componentes desse longa a elevam de uma maneira colossal. A trilha sonora, a edição e, principalmente, a direção nos colocam dentro de cada cena, é impossível desviar o olhar de cada momento proporcionado aqui. Mas, para mim, o grande brilhantismo dessa obra está em sua fotografia. A manipulação das cores e iluminação geram um ambiente psicodélico necessário. Poucos são os que conseguem criar uma atmosfera assim. Realmente, esse filme é uma experiência.
PS: Pra mim, aquele frame em que o personagem do Nicolas Cage está sorrindo no carro, todo ensanguentado, no final do filme, valeu mais que qualquer coisa.