1. A fotografia, que é lindíssima. Cada frame poderia ser uma imagem de divulgação, um quadro, uma fotografia para ser enquadrada. O filme é muito bonito visualmente. A direção de arte também é muito bem feita, mas a fotografia é do caralho.
2. O roteiro - é ação, não drama, então ele não é forte em diálogos ou em construção de personagem. Mas eu acho que muitas vezes as pessoas menosprezam alguns gêneros - ação, comédia, terror - como se fossem gêneros "menores" mas pra fazer um filme BOM nesses gêneros demanda bastante talento. Fazer uma ação que consegue construir sequência após sequência de ação - no caso, as perseguições de carro e os tiroteios e as lutas e tal - que fazem o espectador prender a respiração de tensão com a pausa na medida ideal só pra dar pra respirar exige um roteiro muito bem construído (além da direção pra manter o filme dinâmico, né). E eu fiquei tenso durante quase o filme todo com essas cenas. Aquela em que eles decidem voltar pra Citadel é espetacular. Longuíssima mas tensa todos os segundos.
3. E o terceiro mérito é meio que político. Mad Max não é o filme mais feminista do ano - ainda tem muito o que melhorar. Mas só o fato de deixar o personagem título coprotagonizar o filme com uma personagem feminina amputada já é algo muito diferente para filme de ação comercial. E daí você não tem só ela (coisa que filme de ação faz sempre, escolhe uma ÚNICA personagem feminina e chama de representatividade), esse tem várias personagens femininas (principalmente as 5 noivas) e cada uma ganha sua própria personalidade (mesmo que seja reduzida a uma única característica até pq o roteiro não permite muito desenvolvimento).
O filme é uma grande imersão emocional. Atuação impactante de Brie Larson. O menino que faz o Jack também mostra bastante talento. Mas o grande destaque pra mim fica por conta do excelente roteiro que faz do filme duas grandes experiências distintas (o primeiro ato no famigerado ~~Room~~ cheio de tensão, sensação de claustrofobia, construção de personagens e até uma sensação meio mágica e o segundo, muito mais real, dramático e que carrega a história dos dois protagonistas). O texto também é muito competente em alternar a visão de mundo da Mãe e de Jack sem usar nenhum recurso visual. Nós ora enxergamos o Quarto de Jack (mágico, vasto, acolhedor, seguro) e ora o Quarto de Joy (claustrofóbico, opressor, triste, desesperador) apenas com os diálogos, foco de câmera e as fantásticas atuações. Essa dinâmica permanece durante todo o filme, mesmo quando - SEM SPOILERS - a situação troca. É uma forma muito eficaz de nos fazer nos aproximar dos personagens.
Para mim, o melhor filme do Shyamalan desde O Sexto Sentido. Uma história interessante, original e que se destaca e com desdobramentos surpreendentes (característico dele sempre colocar algum plot twist bem inesperado, mas nesse ele mandou muuuito bem). Ele soube trabalhar muito bem com dois tipos de terror: cenas de suspense (o esconde-esconde, todas as noites, toda a sequência final) e terror psicológico (o lance do forno, as entrevistas, a cena da cadeira de balanço), além de usar a comédia como mestre na forma do moleque Tyler, que é engraçadíssimo e ajuda a quebrar a tensão para depois vir e criar uma nova.
As atuações são muito boas. Os dois protagonistas mirins seguram os papéis com firmeza e a atriz que faz a vó é muito inspirada. A edição é simples, mas isso não prejudica o filme. Gosto quando fazem os jogos entre as câmeras de Becca e Tyler, dão uma dinâmica diferente ao modelo (que já virou um clichê fortíssimo do terror) de found footage.
Vi alguém reclamando do final, mas eu gostei bastante. Tava esperando que eles morressem e gostei que eles venceram e de uma maneira bem "luta por sobrevivência", bem gore e se vingando pelo acontecido. Me senti justiçado.
A única coisa que o filme peca, apesar de acertar muito bem no terror/suspense e na comédia, é no drama. Eles tentam e tentam, mas não convencem - como acontece por exemplo em Babadook. Os dramas dos personagens são pouco desenvolvidos (em cenas isoladas) e sem nenhuma característica que suporte esses dramas. Fica meio vazio e superficial.
O filme é incrível. Conta com atuações impecáveis - no sentido literal da palavra, sem nenhum defeito - de Regina Casé e Camila Márdila e com um roteiro redondinho da própria diretora, que cativa mesclando humor e sensibilidade para tratar de relações tão cheias de complexidades e nuances como as descritas no filme. É realmente surpreendente como relações complicadas (e são várias - de mãe ausente com filha distante, casal prestes a se separar até a empregada que representa a figura materna de um menino de classe alta) foram colocadas de forma tão realista. A direção também é sólida, com planos quase sempre estáveis, parados, mas que dizem bastante, além de uma fotografia muito bonita.
O filme ainda ganha muita força por tratar de temas tão atuais e de forma tão propensa a gerar debate na sociedade - o pobre "que sabe seu lugar" vs. a nova classe média que não aceita migalha, a inclusão social que o nosso país vive desde a última década, relações familiares distantes, protagonismo feminino. No entanto, sinto que ele poderia ser ainda melhor se soubesse ser mais sutil. Metáforas e alegorias funcionariam melhor sem serem tão abertamente escancaradas ao público como
quando Bárbara finge que há um rato na piscina e logo em seguida Jéssica explica que o rato simboliza ela ou quando Fabinho nega o carinho da mãe após aceitar o de Val e Bárbara precisa deixar isso bem claro para o público.
No mesmo sentido, o ponto de que o sistema é errado por si só seria melhor exemplificado por uma patroa que não é vilanizada apenas por ser rica. A melhor das patroas não faria diferença na mudança que sofreu Val, pois toda a lógica por trás da função de empregada doméstica e das diferenças de classe estariam ali ainda assim.
De qualquer forma, um filme muito agradável de assistir, de excelente qualidade técnica e ideológica (filosófica/artística rs), que proporciona ótimas risadas e, ainda por cima, um debate muito interessante pro pós-pipoca.
Ok, o filme é um terror adolescente trash meia-boca que não mereceria nem muitos comentários se ele não fosse extremamente criativo. A narrativa toda em uma tela de computador é um esquema simples (sem contar extremamente barato), mas que eu ainda não tinha visto feito de uma forma tão correta quanto nesse filme. Apesar do roteiro fraco, atuações medianas e sustos previsíveis, o formato adiciona uma agonia e desconforto latentes para quem está assistindo pelo computador.
É claro que esse formato não é para qualquer história ou filme, mas me deixou pensando em o que roteiros mais fortes, um diretor mais experiente ou só mesmo uma história mais envolvente poderiam se tornar com esse modelo de narrativa.
Vale assistir (e pelo computador) só para descobrir uma experiência um pouco diferente de cinema.
Como sempre, um excelente roteiro da Pixar, cheio de analogias inteligentes sobre o funcionamento do nosso raciocínio, emoções, construção de personalidade e até uma metáfora bacana sobre depressão. Mensagem importante e bonitinha sobre a importância de se permitir sentir triste e de que emoções, quase sempre, são complexas e precisam ser sentidas. Gostei também da percepção da cabeça dos outros personagens e notar que, quanto mais maduros, mais em equilíbrio as emoções se encontram. E que alguém que é guiado pela Tristeza, não é necessariamente alguém depressivo ou triste - como a mãe da Riley.
Como sempre, também, excelente trabalho de animação - um dos melhores bebês que já vi feito nesse tipo de filme. Estupenda atuação da Phyllis Smith como Tristeza - a transformando na personagem mais cativante de DivertidaMente. Tem sequências muito engraçadas, como a da gravação dos sonhos, e momentos emocionantes que sem dúvida levarão às lágrimas qualquer adulto na sala de cinema, mas para mim o filme pecou um pouco no meio - com a jornada da Alegria e da Tristeza, se arrastando um tantinho de forma desnecessária.
De qualquer forma, mais um filme gostoso da Pixar que emociona, diverte e permite várias reflexões sobre si mesmo.
Extremamente original, mas tomado de referências excelentes (como não lembrar de Jack Torrance com Amelia alucinada mais para o final do filme) e analogias inteligentes. Foge de clichês (cai em alguns, como as baratinhas, mas são menores) e tem um final bastante ousado para filmes do gênero, construindo uma reflexão muito bacana sobre luto, depressão e enfrentar os próprios demônios.
A atuação intensa e acertada de Essie Davis, o trabalho impecável de caracterização e maquiagem e o roteiro que dedica o início do filme a explorar as complexidades emocionais e psicológicas das personagens, não nos deixa outra escolha senão se identificar de forma bastante pessoal com a protagonista - e isso é fundamental para que o filme funcione.
Os sustos funcionam bem, trabalhando com frequência a imaginação de quem está assistindo com jogos de sombra, trilha sonora e antecipação. Algumas sequências são muito inspiradas, como o
Incrível como todo filme do Hitchcock tem uma marca muito clara que não só o diferencia dos demais do diretor, mas deixa uma lembrança na história do cinema. Seja o único cenário de Disque M para Matar, a trilha sonora de Psicose, o plano sequência de Festim Diabólico ou o vilão inusitado de Pássaros. Aqui, a marca sem dúvida é a personagem-título, que não chega a aparecer em nenhuma tomada, mas faz-se presente durante as 2 horas de filme.
O roteiro ajuda a construir isso de forma fenomenal. Desde construir a personagem a partir das memórias e impressões de terceiros a detalhes que fazem a diferença, como o fato da nova Mrs. De Winter não chegar nem a apresentar um primeiro nome - afinal, como ela ousaria se comparar a grandiosa Rebecca? A atuação muito acertada de Joan Fontaine também nos coloca no clima, fazendo com que Mrs. De Winter seja uma personificação de quem está assistindo - tão perdida quanto, assustada. Judith Anderson, como Mrs. Danvers, nos mostra o outro lado - a adoração à Rebecca, e age como uma continuação da personagem, de forma muito macabra e bem sucedida.
Como sempre, a fotografia e as sequências de câmera são fundamentais para a identidade do filme. Com destaque para Mrs. Danvers apresentando o quarto de Rebecca para Mrs. De Winter e, principalmente, para a cena na cabine perto do mar, quando Mr. De Winter faz uma revelação e apenas ouvimos sua voz enquanto a câmera nos apresenta uma Rebecca invisível indo e voltando na cena. Ela pode não estar lá, mas é impossível não imaginá-la com detalhes fazendo o que está sendo narrado.
Que filme espetacular! Cada segmento te coloca dentro da história, construindo a tensão e fazendo você se sentir tão desesperado quanto os personagens. Sabe muito bem transitar entre o drama e a comédia, hora fazendo gargalhar e hora morder os lábios e escancarar a boca em choque. Todos os segmentos são muito bem construídos. Pasternak é mais curtinho e escrachado, mas é perfeito para abrir o filme e definir o tom dos próximos 5. El más fuerte e Hasta la Muerte nos Separe se destacam, para mim, como os que prendem mais atenção e que mais te envolvem na história.
Diálogos rápidos, roteiro bem construído, edição rápida, atuações espetaculares, destaque para Érica Rivas e Leonardo Sbaraglia, além de takes muito criativos e que dão mais poesia ao filme. Sensacional.
Ritmo diferente das comédias românticas tradicionais (apesar de argumento e proposta idênticas), tem um humor que funcionou pra mim e atuações carismáticas do Daniel Radcliffe e da Zoe Kazan. De resto: não tem como um filme ser ruim tendo a bundinha e as pernocas de Dan Radcliffe rs.
O filme tem elementos excelentes. A animação é muito original, bem diferente do que é popular atualmente, e muito lindinha. Os personagens são carismáticos e rapidamente criam empatia com o público. A ideia inicial é muito criativa e realmente levada a sério.
Todo o universo do suicídio é trabalhado com muito seriedade e humor negro ao mesmo tempo. Não se deixem enganar pela animação fofa, o início do filme é realmente sombrio - não, nem me venha comparar com Tim Burton - e quem tem histórico de depressão e já vislumbrou opções como as que o filme retrata vai se sentir bastante tocado - não necessariamente de uma maneira boa. A mensagem do filme é otimista e muito bacana, mas o tom macabro permanece e algumas cenas são especialmente perturbadoras - como a sequência inicial com o pombo e quando o pai vai levar a encomenda para um cliente.
Não encaro isso como um problema at all, na verdade acho inclusive uma qualidade por estar fazendo boas analogias, só fica como um aviso para quem é mais sensível para assuntos assim.
Tirando isso, só achei que faltou estruturar melhor a história. O filme vai se arrastando e se arrastando com essas analogias de depressão e suicídio e com cenas muito bacanas, mas que não realmente constroem para a história central, e daí quando ela começa a se desenvolver, ela tem um clímax muito rápido - e para mim, insatisfatório - e termina. Falha do roteiro, na minha interpretação. Mas de resto, um excelente filme e que merece ser assistido. Animação muito única e interessante.
Sabe quando você fica muito dividido com alguma coisa? Eu AMEI ABSURDAMENTE trechos e aspectos desse filme, mas ODIEI COM TODAS AS MINHAS FORÇAS outras seções. Tô até agora em conflito interno pra chegar a um veredito se gostei ou não do filme. Talvez precise assistir de novo.
Como não amar? Sou louco para ler esses quadrinhos, mas nunca criei vergonha na cara para comprá-los.
As imagens desse filme são de matar. A maneira como ela trabalhar a cor e a falta de cor, as metáforas visuais, o sarcasmo e cinismo, a história contada do ponto de visto iraniano, a Marjani, a avó dela, os pais dela... Eu quero ter uma união estável com esse filme <3.
Excelente. Excelente e característica direção de David Fincher: em tons frios, com cortes rápidos, focando em detalhes. Roteiro maravilhoso da Gillian Flynn (que também escreveu o livro, o que ajuda muito, pois sabe transferir a história de uma mídia pra outra sem perder sua essência), com reviravoltas a torto e a direito que instigam o espectador. Muito muito criativo - a reviravolta do primeiro para o segundo ato eu até já esperava, mas a do segundo para o terceiro foi algo muito diferente do que é comum ver em histórias de suspense/policiais.
As atuações também estavam estupendas. Ben Affleck está a cada dia crescendo na minha avaliação como ator, mas Rosamund Pike que é a verdadeira responsável pelo show que é Gone Girl. Mandou muito bem como Amazing Amy, a colocando como uma das personagens mais memoráveis da história de filmes de mistério policial.
O filme ainda conta com uma dose certeira de humor negro e "WOW moments", que deixaram todos na minha sessão de cinema boquiabertos.
Tecnicamente impecável, o filme tem uma fotografia bonita e um direcionamento estético interessante. O roteiro é correto, com construção de clímax, reviravoltas, ação, humor e backstory do protagonista, mas não sei o que foi que não me permitiu me envolver com nenhum personagem. Acho que faltou carisma aos boxtrolls, não sei, mas o filme não me envolveu.
Gosto das atuações (todas muito boas, principalmente das mulheres - três irmãs, mãe e Anu), gosto da leveza, do bom humor inteligente e de risadas garantidas, do foco exacerbado em personagens femininas (e tão diferentes uma da outra), da relação fraternal de May, Yasmin e Dalia, da relação entre May e sua mãe, da tolerância religiosa, no foco e orgulho em ser do Oriente Médio e da completa ausência de racismo e homofobia. E fica bem claro que isso só é possível pois o filme foi escrito, produzido, dirigido e estrelado por Cherien Dabis, que tem origem palestina-jordaniana e foi criada nos Estados Unidos, assim como sua personagem.
Filme muito engraçado, sem a levianidade de outras comédias e interessante do ponto de vista sociocultural.
Fascinante. À cinematografia do Wes Anderson não tem igual. Cada frame parece uma obra de arte, com cores, tipografias, enquadramentos e elementos espalhados pelo cenários selecionados a dedo para compor o universo da trama. E Grande Hotel Budapeste é especialmente lindo, acho que o mais bonito dos três que tive a oportunidade de assistir do diretor (apesar de Os Excêntricos Tenenbaums ainda permanecer no meu coração como meu filme predileto dele).
O roteiro é dinâmico e permeado de personagens cativantes quase que caricaturais (como todos do autor). O trabalho da equipe de maquiagem/cabelo/figurino e dos atores já queridinhos do diretor são primordiais também para deixar os personagens ainda mais charmosos e engraçados de um jeito bem sutil. Ralph Fiennes está excelente, Tony Revolori é uma ótima surpresa com um excelente tempo cômico, Tilda Swinton está irreconhecível (aliás, sempre falam do Johnny Depp mas o que essa mulher muda a aparência para os personagens também é incrível) e Edward Norton, não sei por que, sempre que abre a boca em filmes do Wes Anderson me dá vontade de rir.
Uma boa história, com uma estética de embasbacar e personagens que inspiram carinho. Minha única crítica vai ao fato de que todas as histórias do Wes são focadas em homens e homens e homens quase sempre brancos. É raro ver personagens femininas centrais à história ou não brancos. Claro, temos o Zero aqui e Suzy em Moonrise Kingdom e Margot e Etheline em Os Excêntricos Tenenbaums, mas nunca em papéis protagonistas. Não acho que ele seja ofensivo em nenhum dos casos, mas cansa de vez em quando. De qualquer forma, segue uma boa história, com uma estética de embasbacar e personagens que inspiram carinho.
Surpreendentemente bom. Eu não esperava que fosse ruim, mas também não esperava que passasse de um suspensezinho interessante. Esse filme é uma sequência de acertos que começam na escalação de um elenco fenomenal (Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e Paul Dano arrebentam, complementados de atuações mais breves, mas também comoventes de Viola Davis, Maria Bello, Melissa Leo e Terrence Howard). A direção de Denis Villeneuve é muito acertada também, com tomadas de câmera que ajudam a criar a tensão e com uma fotografia azulada e nublada que nos deixa o tempo todo com um sentimento de tristeza e desespero. O roteiro pode não ter o desfecho mais surpreendente da história, mas é muito conciso e prende o espectador por mais que certos elementos da trama já tenham sido deduzidos.
Fraquinho. Premissa interessante, mas mal embasada - o que compromete a verossimilhança do filme. O desenvolvimento também é mal estruturado, demorando para dar início à ação mais tensa. Ganha pontos pela estética (a caracterização dos vilões é aterrorizante - desde as máscaras até a sequência de imagens na câmera do lado de fora) e por atuações dignas do Ethan Hawke e da Lena Headey.
Emocionante (um pouco maniqueísta, com armadilhas para choro fácil - mas isso não compromete a emoção verdadeira que o filme traz - até pela história ser real), com ótima atuação de Judi Dench.
O filme te faz querer sair na rua espancando freiras rs. Não conseguiria ser tão bom de coração como Philomena e me deu até certa raivinha da atitude dela depois de tudo que passou, apesar de compreender suas motivações.
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraMeh
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraO filme pra mim tem três méritos principais:
1. A fotografia, que é lindíssima. Cada frame poderia ser uma imagem de divulgação, um quadro, uma fotografia para ser enquadrada. O filme é muito bonito visualmente. A direção de arte também é muito bem feita, mas a fotografia é do caralho.
2. O roteiro - é ação, não drama, então ele não é forte em diálogos ou em construção de personagem. Mas eu acho que muitas vezes as pessoas menosprezam alguns gêneros - ação, comédia, terror - como se fossem gêneros "menores" mas pra fazer um filme BOM nesses gêneros demanda bastante talento. Fazer uma ação que consegue construir sequência após sequência de ação - no caso, as perseguições de carro e os tiroteios e as lutas e tal - que fazem o espectador prender a respiração de tensão com a pausa na medida ideal só pra dar pra respirar exige um roteiro muito bem construído (além da direção pra manter o filme dinâmico, né). E eu fiquei tenso durante quase o filme todo com essas cenas. Aquela em que eles decidem voltar pra Citadel é espetacular. Longuíssima mas tensa todos os segundos.
3. E o terceiro mérito é meio que político. Mad Max não é o filme mais feminista do ano - ainda tem muito o que melhorar. Mas só o fato de deixar o personagem título coprotagonizar o filme com uma personagem feminina amputada já é algo muito diferente para filme de ação comercial. E daí você não tem só ela (coisa que filme de ação faz sempre, escolhe uma ÚNICA personagem feminina e chama de representatividade), esse tem várias personagens femininas (principalmente as 5 noivas) e cada uma ganha sua própria personalidade (mesmo que seja reduzida a uma única característica até pq o roteiro não permite muito desenvolvimento).
E o final é com todas as mulheres indo dominar a cidade e acabar com a tirania do cara. Dá vontade de torcer mais. Pelo menos pra mim.
O Quarto de Jack
4.4 3,3K Assista AgoraO filme é uma grande imersão emocional. Atuação impactante de Brie Larson. O menino que faz o Jack também mostra bastante talento. Mas o grande destaque pra mim fica por conta do excelente roteiro que faz do filme duas grandes experiências distintas (o primeiro ato no famigerado ~~Room~~ cheio de tensão, sensação de claustrofobia, construção de personagens e até uma sensação meio mágica e o segundo, muito mais real, dramático e que carrega a história dos dois protagonistas). O texto também é muito competente em alternar a visão de mundo da Mãe e de Jack sem usar nenhum recurso visual. Nós ora enxergamos o Quarto de Jack (mágico, vasto, acolhedor, seguro) e ora o Quarto de Joy (claustrofóbico, opressor, triste, desesperador) apenas com os diálogos, foco de câmera e as fantásticas atuações. Essa dinâmica permanece durante todo o filme, mesmo quando - SEM SPOILERS - a situação troca. É uma forma muito eficaz de nos fazer nos aproximar dos personagens.
Um Conto Chinês
4.0 852 Assista AgoraCada um de nós é um universo
A Visita
3.3 1,6K Assista AgoraPara mim, o melhor filme do Shyamalan desde O Sexto Sentido. Uma história interessante, original e que se destaca e com desdobramentos surpreendentes (característico dele sempre colocar algum plot twist bem inesperado, mas nesse ele mandou muuuito bem). Ele soube trabalhar muito bem com dois tipos de terror: cenas de suspense (o esconde-esconde, todas as noites, toda a sequência final) e terror psicológico (o lance do forno, as entrevistas, a cena da cadeira de balanço), além de usar a comédia como mestre na forma do moleque Tyler, que é engraçadíssimo e ajuda a quebrar a tensão para depois vir e criar uma nova.
As atuações são muito boas. Os dois protagonistas mirins seguram os papéis com firmeza e a atriz que faz a vó é muito inspirada. A edição é simples, mas isso não prejudica o filme. Gosto quando fazem os jogos entre as câmeras de Becca e Tyler, dão uma dinâmica diferente ao modelo (que já virou um clichê fortíssimo do terror) de found footage.
Vi alguém reclamando do final, mas eu gostei bastante. Tava esperando que eles morressem e gostei que eles venceram e de uma maneira bem "luta por sobrevivência", bem gore e se vingando pelo acontecido. Me senti justiçado.
A única coisa que o filme peca, apesar de acertar muito bem no terror/suspense e na comédia, é no drama. Eles tentam e tentam, mas não convencem - como acontece por exemplo em Babadook. Os dramas dos personagens são pouco desenvolvidos (em cenas isoladas) e sem nenhuma característica que suporte esses dramas. Fica meio vazio e superficial.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraO filme é incrível. Conta com atuações impecáveis - no sentido literal da palavra, sem nenhum defeito - de Regina Casé e Camila Márdila e com um roteiro redondinho da própria diretora, que cativa mesclando humor e sensibilidade para tratar de relações tão cheias de complexidades e nuances como as descritas no filme. É realmente surpreendente como relações complicadas (e são várias - de mãe ausente com filha distante, casal prestes a se separar até a empregada que representa a figura materna de um menino de classe alta) foram colocadas de forma tão realista. A direção também é sólida, com planos quase sempre estáveis, parados, mas que dizem bastante, além de uma fotografia muito bonita.
O filme ainda ganha muita força por tratar de temas tão atuais e de forma tão propensa a gerar debate na sociedade - o pobre "que sabe seu lugar" vs. a nova classe média que não aceita migalha, a inclusão social que o nosso país vive desde a última década, relações familiares distantes, protagonismo feminino. No entanto, sinto que ele poderia ser ainda melhor se soubesse ser mais sutil. Metáforas e alegorias funcionariam melhor sem serem tão abertamente escancaradas ao público como
quando Bárbara finge que há um rato na piscina e logo em seguida Jéssica explica que o rato simboliza ela ou quando Fabinho nega o carinho da mãe após aceitar o de Val e Bárbara precisa deixar isso bem claro para o público.
No mesmo sentido, o ponto de que o sistema é errado por si só seria melhor exemplificado por uma patroa que não é vilanizada apenas por ser rica. A melhor das patroas não faria diferença na mudança que sofreu Val, pois toda a lógica por trás da função de empregada doméstica e das diferenças de classe estariam ali ainda assim.
De qualquer forma, um filme muito agradável de assistir, de excelente qualidade técnica e ideológica (filosófica/artística rs), que proporciona ótimas risadas e, ainda por cima, um debate muito interessante pro pós-pipoca.
Amizade Desfeita
2.8 1,1K Assista AgoraOk, o filme é um terror adolescente trash meia-boca que não mereceria nem muitos comentários se ele não fosse extremamente criativo. A narrativa toda em uma tela de computador é um esquema simples (sem contar extremamente barato), mas que eu ainda não tinha visto feito de uma forma tão correta quanto nesse filme. Apesar do roteiro fraco, atuações medianas e sustos previsíveis, o formato adiciona uma agonia e desconforto latentes para quem está assistindo pelo computador.
É claro que esse formato não é para qualquer história ou filme, mas me deixou pensando em o que roteiros mais fortes, um diretor mais experiente ou só mesmo uma história mais envolvente poderiam se tornar com esse modelo de narrativa.
Vale assistir (e pelo computador) só para descobrir uma experiência um pouco diferente de cinema.
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraComo sempre, um excelente roteiro da Pixar, cheio de analogias inteligentes sobre o funcionamento do nosso raciocínio, emoções, construção de personalidade e até uma metáfora bacana sobre depressão. Mensagem importante e bonitinha sobre a importância de se permitir sentir triste e de que emoções, quase sempre, são complexas e precisam ser sentidas. Gostei também da percepção da cabeça dos outros personagens e notar que, quanto mais maduros, mais em equilíbrio as emoções se encontram. E que alguém que é guiado pela Tristeza, não é necessariamente alguém depressivo ou triste - como a mãe da Riley.
Como sempre, também, excelente trabalho de animação - um dos melhores bebês que já vi feito nesse tipo de filme. Estupenda atuação da Phyllis Smith como Tristeza - a transformando na personagem mais cativante de DivertidaMente. Tem sequências muito engraçadas, como a da gravação dos sonhos, e momentos emocionantes que sem dúvida levarão às lágrimas qualquer adulto na sala de cinema, mas para mim o filme pecou um pouco no meio - com a jornada da Alegria e da Tristeza, se arrastando um tantinho de forma desnecessária.
De qualquer forma, mais um filme gostoso da Pixar que emociona, diverte e permite várias reflexões sobre si mesmo.
O Babadook
3.5 2,0KExtremamente original, mas tomado de referências excelentes (como não lembrar de Jack Torrance com Amelia alucinada mais para o final do filme) e analogias inteligentes. Foge de clichês (cai em alguns, como as baratinhas, mas são menores) e tem um final bastante ousado para filmes do gênero, construindo uma reflexão muito bacana sobre luto, depressão e enfrentar os próprios demônios.
A atuação intensa e acertada de Essie Davis, o trabalho impecável de caracterização e maquiagem e o roteiro que dedica o início do filme a explorar as complexidades emocionais e psicológicas das personagens, não nos deixa outra escolha senão se identificar de forma bastante pessoal com a protagonista - e isso é fundamental para que o filme funcione.
Os sustos funcionam bem, trabalhando com frequência a imaginação de quem está assistindo com jogos de sombra, trilha sonora e antecipação. Algumas sequências são muito inspiradas, como o
filme em preto e branco, com toques de expressionismo alemão e Méliès, explorando o Babadook
Rebecca, a Mulher Inesquecível
4.2 359 Assista AgoraIncrível como todo filme do Hitchcock tem uma marca muito clara que não só o diferencia dos demais do diretor, mas deixa uma lembrança na história do cinema. Seja o único cenário de Disque M para Matar, a trilha sonora de Psicose, o plano sequência de Festim Diabólico ou o vilão inusitado de Pássaros. Aqui, a marca sem dúvida é a personagem-título, que não chega a aparecer em nenhuma tomada, mas faz-se presente durante as 2 horas de filme.
O roteiro ajuda a construir isso de forma fenomenal. Desde construir a personagem a partir das memórias e impressões de terceiros a detalhes que fazem a diferença, como o fato da nova Mrs. De Winter não chegar nem a apresentar um primeiro nome - afinal, como ela ousaria se comparar a grandiosa Rebecca? A atuação muito acertada de Joan Fontaine também nos coloca no clima, fazendo com que Mrs. De Winter seja uma personificação de quem está assistindo - tão perdida quanto, assustada. Judith Anderson, como Mrs. Danvers, nos mostra o outro lado - a adoração à Rebecca, e age como uma continuação da personagem, de forma muito macabra e bem sucedida.
Como sempre, a fotografia e as sequências de câmera são fundamentais para a identidade do filme. Com destaque para Mrs. Danvers apresentando o quarto de Rebecca para Mrs. De Winter e, principalmente, para a cena na cabine perto do mar, quando Mr. De Winter faz uma revelação e apenas ouvimos sua voz enquanto a câmera nos apresenta uma Rebecca invisível indo e voltando na cena. Ela pode não estar lá, mas é impossível não imaginá-la com detalhes fazendo o que está sendo narrado.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraQue filme espetacular! Cada segmento te coloca dentro da história, construindo a tensão e fazendo você se sentir tão desesperado quanto os personagens. Sabe muito bem transitar entre o drama e a comédia, hora fazendo gargalhar e hora morder os lábios e escancarar a boca em choque. Todos os segmentos são muito bem construídos. Pasternak é mais curtinho e escrachado, mas é perfeito para abrir o filme e definir o tom dos próximos 5. El más fuerte e Hasta la Muerte nos Separe se destacam, para mim, como os que prendem mais atenção e que mais te envolvem na história.
Diálogos rápidos, roteiro bem construído, edição rápida, atuações espetaculares, destaque para Érica Rivas e Leonardo Sbaraglia, além de takes muito criativos e que dão mais poesia ao filme. Sensacional.
Será Que?
3.5 913 Assista AgoraRitmo diferente das comédias românticas tradicionais (apesar de argumento e proposta idênticas), tem um humor que funcionou pra mim e atuações carismáticas do Daniel Radcliffe e da Zoe Kazan. De resto: não tem como um filme ser ruim tendo a bundinha e as pernocas de Dan Radcliffe rs.
Annabelle
2.7 2,7K Assista AgoraUma estrela pelo bebê fofo e uma pelo diabo, que ficou bem feito, e as pouquíssimas cenas de susto.
Os Amantes Passageiros
3.1 648 Assista AgoraAmo/sou aquela sequência de I'm So Excited. Apenas digo isso.
Almodóvar pode fazer um filme sobre qualquer coisa - drama ou comédia - e eu acho que vou amar, não é possível. Não estou entendendo as críticas.
A Pequena Loja de Suicídios
3.7 774O filme tem elementos excelentes. A animação é muito original, bem diferente do que é popular atualmente, e muito lindinha. Os personagens são carismáticos e rapidamente criam empatia com o público. A ideia inicial é muito criativa e realmente levada a sério.
Todo o universo do suicídio é trabalhado com muito seriedade e humor negro ao mesmo tempo. Não se deixem enganar pela animação fofa, o início do filme é realmente sombrio - não, nem me venha comparar com Tim Burton - e quem tem histórico de depressão e já vislumbrou opções como as que o filme retrata vai se sentir bastante tocado - não necessariamente de uma maneira boa. A mensagem do filme é otimista e muito bacana, mas o tom macabro permanece e algumas cenas são especialmente perturbadoras - como a sequência inicial com o pombo e quando o pai vai levar a encomenda para um cliente.
Não encaro isso como um problema at all, na verdade acho inclusive uma qualidade por estar fazendo boas analogias, só fica como um aviso para quem é mais sensível para assuntos assim.
Tirando isso, só achei que faltou estruturar melhor a história. O filme vai se arrastando e se arrastando com essas analogias de depressão e suicídio e com cenas muito bacanas, mas que não realmente constroem para a história central, e daí quando ela começa a se desenvolver, ela tem um clímax muito rápido - e para mim, insatisfatório - e termina. Falha do roteiro, na minha interpretação. Mas de resto, um excelente filme e que merece ser assistido. Animação muito única e interessante.
O Congresso Futurista
3.9 295 Assista AgoraSabe quando você fica muito dividido com alguma coisa? Eu AMEI ABSURDAMENTE trechos e aspectos desse filme, mas ODIEI COM TODAS AS MINHAS FORÇAS outras seções. Tô até agora em conflito interno pra chegar a um veredito se gostei ou não do filme. Talvez precise assistir de novo.
Persépolis
4.5 754Como não amar? Sou louco para ler esses quadrinhos, mas nunca criei vergonha na cara para comprá-los.
As imagens desse filme são de matar. A maneira como ela trabalhar a cor e a falta de cor, as metáforas visuais, o sarcasmo e cinismo, a história contada do ponto de visto iraniano, a Marjani, a avó dela, os pais dela... Eu quero ter uma união estável com esse filme <3.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraExcelente. Excelente e característica direção de David Fincher: em tons frios, com cortes rápidos, focando em detalhes. Roteiro maravilhoso da Gillian Flynn (que também escreveu o livro, o que ajuda muito, pois sabe transferir a história de uma mídia pra outra sem perder sua essência), com reviravoltas a torto e a direito que instigam o espectador. Muito muito criativo - a reviravolta do primeiro para o segundo ato eu até já esperava, mas a do segundo para o terceiro foi algo muito diferente do que é comum ver em histórias de suspense/policiais.
As atuações também estavam estupendas. Ben Affleck está a cada dia crescendo na minha avaliação como ator, mas Rosamund Pike que é a verdadeira responsável pelo show que é Gone Girl. Mandou muito bem como Amazing Amy, a colocando como uma das personagens mais memoráveis da história de filmes de mistério policial.
O filme ainda conta com uma dose certeira de humor negro e "WOW moments", que deixaram todos na minha sessão de cinema boquiabertos.
Os Boxtrolls
3.6 296 Assista AgoraTecnicamente impecável, o filme tem uma fotografia bonita e um direcionamento estético interessante. O roteiro é correto, com construção de clímax, reviravoltas, ação, humor e backstory do protagonista, mas não sei o que foi que não me permitiu me envolver com nenhum personagem. Acho que faltou carisma aos boxtrolls, não sei, mas o filme não me envolveu.
O Casamento de May
3.1 12 Assista AgoraGosto das atuações (todas muito boas, principalmente das mulheres - três irmãs, mãe e Anu), gosto da leveza, do bom humor inteligente e de risadas garantidas, do foco exacerbado em personagens femininas (e tão diferentes uma da outra), da relação fraternal de May, Yasmin e Dalia, da relação entre May e sua mãe, da tolerância religiosa, no foco e orgulho em ser do Oriente Médio e da completa ausência de racismo e homofobia. E fica bem claro que isso só é possível pois o filme foi escrito, produzido, dirigido e estrelado por Cherien Dabis, que tem origem palestina-jordaniana e foi criada nos Estados Unidos, assim como sua personagem.
Filme muito engraçado, sem a levianidade de outras comédias e interessante do ponto de vista sociocultural.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KFascinante. À cinematografia do Wes Anderson não tem igual. Cada frame parece uma obra de arte, com cores, tipografias, enquadramentos e elementos espalhados pelo cenários selecionados a dedo para compor o universo da trama. E Grande Hotel Budapeste é especialmente lindo, acho que o mais bonito dos três que tive a oportunidade de assistir do diretor (apesar de Os Excêntricos Tenenbaums ainda permanecer no meu coração como meu filme predileto dele).
O roteiro é dinâmico e permeado de personagens cativantes quase que caricaturais (como todos do autor). O trabalho da equipe de maquiagem/cabelo/figurino e dos atores já queridinhos do diretor são primordiais também para deixar os personagens ainda mais charmosos e engraçados de um jeito bem sutil. Ralph Fiennes está excelente, Tony Revolori é uma ótima surpresa com um excelente tempo cômico, Tilda Swinton está irreconhecível (aliás, sempre falam do Johnny Depp mas o que essa mulher muda a aparência para os personagens também é incrível) e Edward Norton, não sei por que, sempre que abre a boca em filmes do Wes Anderson me dá vontade de rir.
Uma boa história, com uma estética de embasbacar e personagens que inspiram carinho. Minha única crítica vai ao fato de que todas as histórias do Wes são focadas em homens e homens e homens quase sempre brancos. É raro ver personagens femininas centrais à história ou não brancos. Claro, temos o Zero aqui e Suzy em Moonrise Kingdom e Margot e Etheline em Os Excêntricos Tenenbaums, mas nunca em papéis protagonistas. Não acho que ele seja ofensivo em nenhum dos casos, mas cansa de vez em quando. De qualquer forma, segue uma boa história, com uma estética de embasbacar e personagens que inspiram carinho.
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraSurpreendentemente bom. Eu não esperava que fosse ruim, mas também não esperava que passasse de um suspensezinho interessante. Esse filme é uma sequência de acertos que começam na escalação de um elenco fenomenal (Hugh Jackman, Jake Gyllenhaal e Paul Dano arrebentam, complementados de atuações mais breves, mas também comoventes de Viola Davis, Maria Bello, Melissa Leo e Terrence Howard). A direção de Denis Villeneuve é muito acertada também, com tomadas de câmera que ajudam a criar a tensão e com uma fotografia azulada e nublada que nos deixa o tempo todo com um sentimento de tristeza e desespero. O roteiro pode não ter o desfecho mais surpreendente da história, mas é muito conciso e prende o espectador por mais que certos elementos da trama já tenham sido deduzidos.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraFraquinho. Premissa interessante, mas mal embasada - o que compromete a verossimilhança do filme. O desenvolvimento também é mal estruturado, demorando para dar início à ação mais tensa. Ganha pontos pela estética (a caracterização dos vilões é aterrorizante - desde as máscaras até a sequência de imagens na câmera do lado de fora) e por atuações dignas do Ethan Hawke e da Lena Headey.
Philomena
4.0 925 Assista AgoraEmocionante (um pouco maniqueísta, com armadilhas para choro fácil - mas isso não compromete a emoção verdadeira que o filme traz - até pela história ser real), com ótima atuação de Judi Dench.
O filme te faz querer sair na rua espancando freiras rs. Não conseguiria ser tão bom de coração como Philomena e me deu até certa raivinha da atitude dela depois de tudo que passou, apesar de compreender suas motivações.