Não estava esperando muito mas acabou sendo uma adaptação muito boa do clássico Castlevania III, principalmente por dois pontos: o gore visceral e o respeito a cronologia dos jogos. Só uma pena terem feito só 4 episódios, coisa que espero que mude já na segunda temporada confirmada. Tomara que vingue e que, com isso, prossiga com os outros Castlevania's, se manterem essa pegada seria um prato cheio pros fãs.
É disparado a melhor temporada de Better Call Saul, atuações de tirar o chapéu do Michael McKean e Bob Odenkirk, a estreia de um personagem central em Breaking Bad, episódios que prendem a sua atenção (aqui uma observação especial pro episódio do julgamento, foi o único episódio jurídico da televisão que não achei chatíssimo, foi bem o oposto) e a sempre sutileza nos detalhes do Vince Glligan justificam isso. Temos um finale de cortar o coração, assim como Breaking Bad a gente se pega compadecido por personagens que não merecem isso.
Quanto mais o roteiro vai chegando do momento que Jimmy McGill é, em definitivo, Saul Goodman que conhecemos em BrBa, melhor a série vai ficando.
Better Call Saul ainda tem muita lenha pra queimar e espero que tanto a AMC quanto a Netflix saibam disso.
Final extremamente poético pra uma série extremamente poética. Damon Lindelof aqui se redime totalmente do finale polêmico de Lost, principalmente levando em consideração o número reduzido de episódios habituais. Agradeço a HBO por ter investido numa conclusão mesmo com a pouca audiência, a qual acho uma grande pena mas até entendo - não é pra um público muito abrangente, é um drama (e bota drama nisso) existencialista e filosófica ao extremo tocando em temas delicados como por exemplo o sentido da vida, a morte. Além de namorar com o sobrenatural, é do co-criador de Lost, afinal.
Agora com a conclusão dá pra bater o martelo: a alta aclamação da crítica dessa vez é justificável. The Leftovers é a série mais subestimada dos últimos tempos sem duvida alguma. Não dá pra recomendar o suficiente.
The Americans vai te prendendo aos poucos, quando você percebe assistiu toda a temporada em dois dias. Uma série perfeita pra quem curte a temática da Guerra Fria; Pra quem curte política, economia, geopolítica, história (nessa temporada os holofotes estão na Guerra do Afeganistão); Pra quem sente falta de uma série de ação que lhe deixe vidrado e empolgado; Pra quem gosta de se emocionar com dramas familiares e pessoais (A relação do Philip com a Elizabeth é tocante e atinge seu ápice nessa temporada). The Americans é esse grande caldo de "tudo um pouco" que parece que não vai ficar bom mas lhe surpreende positivamente como poucas produções televisivas. Absolutamente todos os arcos do roteiro dos personagens coadjuvantes lhe deixam curioso para o que virá depois, um feito considerável. A última cena da temporada é um show a parte e sintetiza de uma forma sublime tudo isso em apenas uma única cena.
Série do ano. Jonathan Nolan, aliado dessa vez com sua esposa Lisa Joy, mostra sua genialidade em ter transformado um filme bem mais ou menos dos anos 70 nesse roteiro extremamente filosófico (bebe muito da fonte do Nietzsche) e denso, aonde o debate e a reflexão está no ser humano: sua consciência, emoções e o que realmente nos define (ou não) como humanos. O finale é um reflexo total da primeira temporada de Westworld: deleite total, sequer percebi que era mais longo do que o habitual (uma hora e meia de duração). Sem spoilers, mas é intrigante demais ver todos os mistérios e teorias sendo confirmados ou o oposto - um saudosismo do J.J.Abrams por Lost, talvez. Visualmente impecável seja no figurino, maquiagem e ambientação - tanto no parque (a parte faroeste) ou no futuro (a parte sci-fi propriamente dito). Dr. Robert Ford é o meu personagem favorito muito por causa dele: Anthony Hopkins. Quando a cena foca nele é impactante. Ele rouba a cena, como esperado. Porém Evan Rachel Wood (Dolores), Ed Harris (The Man in Black), Jimmi Simpson (William - subplot dele merece um foco especial, uma belíssima alegoria) e Jeffrey Wright (Bernard) merecem também um destaque especial. Ainda no elenco Rodrigo Santoro faz muito bem o seu papel como o "bandido dos faroestes", todavia seu personagem é subusado no contexto geral. Os covers do Ramin Djawadi na pegada western (espere por muito Radiohead) é o grande charme no aspecto sonoro. O cara é o responsável pela trilha de GoT então podem esperar que é de qualidade. É delicioso de ouvir, dica: tem no Spotify. Mais uma pitada de referências à cultura pop (de Show de Truman, Blade Runner a até Dragonball) e temos Westworld.
Devemos agradecer a HBO mais uma vez pelo massivo investimento nesta produção. Ficou claro, desde a campanha de marketing, que eles querem que Westworld substitua Game of Thrones como seu maior carro-chefe e esta temporada mostra que o potencial é enorme para que isso se concretize. A próxima temporada é só em 2018, está longe mas isso dá um tempo enorme para lapidarem ainda mais Westworld, além do que dá um holofote merecido pras outras séries da casa em 2017 como The Leftovers e True Detective.
Não a toa ganhou Emmy de melhor série dramática (e bota dramática nisso) internacional. Perfeito para quem tá na vibe de The Leftovers - outro que está no time dos " cults subestimados". Roteiro vai te deixar meio desgraçado da cabeça: é inevitável não ficar reflexivo sobre a morte e como lidamos com ela. E a trilha sonora da banda Mogwai, a qual conheci por causa da série, é um show a parte.
Já mostrou pro que veio no piloto, como bem disseram provavelmente a melhor estreia de uma série da HBO ao lado do The Leftovers. E tão confuso quanto esse, mas novamente é uma confusão que instiga. Sou um fã declarado dos irmãos Nolan e em Westworld o Jonathan poderá revelar todo o seu potencial não só como roteirista que já é muito conhecido mas também como diretor, a propósito: bem que o irmão Christopher poderia dirigir um episódio que fosse. Elenco hollywoodiano com direito a Rodrigo Santoro e Anthony Hopkins. A produção tem assinatura do J.J.Abrams e a trilha sonora é do Ramin Djawadi - o mesmo de Game of Thrones.
A HBO tá investindo MUITO nessa série e dito isso tudo é difícil dar errado, bem difícil.
Ambientação fantástica da época das Grandes Navegações e da Época Dourada da Pirataria. É verdade que no começo da série a história parece ser mais um de "caça ao tesouro", mas não se engane: a trama se desenrola pra um viés político-econômico bastante forte (normalmente esquecem dessa parte quando a temática é piratas devido ao estereótipo) que atinge seu auge nessa temporada. Eu senti uma inspiração de Game of Thrones na sanguinolência: sim, espere por personagens que você liga terem um final trágico. Ainda na parte de personagens o Capitão Flint tem tudo pra ficar no hall dos grandes anti-heróis da televisão.
Outros destaques positivos são o figurino, fotografia de época e as batalhas navais. Black Sails foi uma grata surpresa.
A cada nova temporada BoJack Horseman merece maior reconhecimento, mais hype. Aqui fica ainda mais óbvio que não se trata de uma animação de comédia e sim uma que tem "comédia", parece igual mas não é. Todas as temporadas começam despretensiosas mas na metade final terminam de uma maneira niilista, nessa temporada isso fica ainda mais nítido (se é que era possível): o plot twist é de partir o coração e a parte final é, provavelmente, o que mais faz o telespectador refletir sobre a vida. é extremamente poético. Definitivamente o cavalo mais humano da história, me sinto na pele do BoJack e com certeza é exatamente essa a intenção do roteiro.
Destaque para os monólogos no decorrer dos episódios e para o quarto episódio "Fish Out of Water": a criatividade do Raphael Bob-Waksberg foi LONGE e nós agradecemos. E olha que é apenas o quarto episódio da temporada...
Netflix não é só House of Cards e Stranger Things. Dê uma chance e assista Bojack Horseman
Agradeço a HBO ter renovado para a terceira e última temporada, merece e muito. A temporada como um todo tem um padrão elevadíssimo de qualidade, mas o Season Finale é um dos melhores da história televisiva, quem não se emocionar com esse roteiro não é humano. É denso, pesado, reflexivo, intrigante.
Merece todos os reconhecimentos e investimentos possíveis!
Essa série é um soco no estômago, carga emocional é gigante do piloto ao season finale. Roteiro deliciosamente confuso (o que, normalmente, é um revés), enigmático. Entretanto vale ressaltar que não é de fácil digestão devido a uma pegada mais lenta.
É o típico caso de ame ou odeie, eu fico com a primeira opção. Baita produção subestimada da HBO que, muito provavelmente, te deixará reflexivo por um belo período.
Os 10 episódios deveriam ter sido dirigidos pelo Zé Padilha, digo isso não só pelo fato de ser um grande admirador do trabalho dele mas também fica nítido a diferença do estilo de direção entre os episódios - não é algo imperceptível como BrBa, por exemplo. Além disso só eu achei que o roteiro ficou levemente tendencioso pro lado estadunidense? O que é surpreendente já que é uma produção do Padilha. A DEA e o governo deles está muito longe de ser o lado bom dessa história, na realidade é justamente o oposto. Bom, talvez tenha sido apenas uma impressão particular...Além disso ainda na parte roteirístico eu sinceramente não sei como farão pra prolongarem Narcos além da já confirmada segunda temporada, cronologicamente falando acho uma tarefa bem complicada, ficou um pouco "corrido".
Dito isso é mais uma série com o já famoso padrão de qualidade da Netflix. Não entendo a crítica em cima do Wagner Moura centrada no seu espanhol: pra um brasileiro fez um trabalho admirável sim em todos os aspectos, nesse incluso - ele fez um estudo e residiu em Medélin para tentar pegar o sotaque castelhano deles e ao meu ver mandou bem, inclusive sendo o destaque nas atuações, claro que ser o personagem principal ajuda, mas isso implica numa responsabilidade muito grande também. É o ator nacional mais polivalente da atualidade.
A abertura também é excelente, aliás é difícil falar de alguma série da Netflix que esse ponto não seja um destaque, de cabeça lembro de Bojack Horseman e Demolidor mas com certeza não se limita a esses exemplos somente.
A história do Pablo Escobar é digna de uma série desse calibre.
Não achei tão ruim e decepcionante quanto muitos falam, talvez porque um amigo meu ficou tão decepcionado que eu já estava preparado. Mas o Nic Pizzolatto se empolgou demais, é tudo muito excessivo para apenas oito episódios, lembro que fiquei animado quando anunciaram que seriam quatro personagens principais mas acabou sendo mais um defeito do que um trunfo ao meu ver - é tanto subplots (sério, é muito) que é bem fácil ficar perdido e até facilita um certo desinteresse pro núcleo roteirístico, que nessa franquia é sempre homicídio(s) misterioso que choca e mobiliza uma região geográfica específica. Na área da atuação o Colin Farrell carregou nas costas todos a temporada inteira, apesar que Vince Vaugh, conhecido só na área da comédia, me surpreendeu positivamente, bem que poderia investir mais na área dramática.
Eu sei que a história e os aspectos técnicos são diferentes da temporada anterior, mas porque essa birra com quem faz o paralelo entre essa temporada e aquela? Ainda é True Detective né? Inclusive o Matthew McConaughey e Woody Harrelson são ainda os produtores junto com o Nic. A primeira temporada foi uma das melhores coisas que já vi na televisão em todos os aspectos, dentro dos thrillers policiais então foi definitivamente o cume, foi A melhor produção da HBO nos últimos tempos (perdão aos fãs de GOT, apenas minha modesta opinião, além do que TD faz mais o meu gosto)...Levando tudo isso em consideração o peso era muito grande. Tentei muito separar as coisas mas pra mim vinha o saudosismo do Matthew e seu magistral Rusty, da direção espetacular do Fukunaga em todos os episódios, do roteiro que me deixava insone de tanto que prendia e até da Lousiana e seu sulismo norte-americano que, ao meu ver, é perfeito para o gênero proposto, principalmente pela fotografia.
No geral é Ok, nem muito bom nem muito ruim. Quer ver um drama policial que a qualidade realmente é lá em cima? Recomendaria a primeira temporada como primeira opção sempre, seguido do muito subestimado The Killing.
Eu já fiz todos os elogios possíveis de Mad Men por aqui, de verdade. O que eu digo é que o final honra tudo: atuações, fotografia, direção e o que mais você quiser que esteja relacionado com esse seriado. Você acha que o melhor monólogo da televisão é do Don quando ele fala de nostalgia no pitch da Kodak ainda na primeira temporada? Espere só quando um personagem totalmente aleatório e coadjuvante desabafar no derradeiro series finale, é no mínimo tocante e a identificação foi instantânea. A biografia de todos os personagens em Mad Men foi tão sofrida que foi revigorante um final positivista, terminar tudo isso com um comercial (afinal não nos esquecemos que o epicentro do roteiro é o retrato da publicidade na época) verídico e igualmente "pra cima" fechou de uma maneira esplêndida, ou seja, como disse no começo: honrou.
Obrigado Matthew Weiner, você, ao lado de Vince Gilligan, é um gênio que veio pra revolucionar a dramaturgia televisiva.
É engraçado como Bojack é um cavalo mas na realidade é um dos personagens mais humanos que se tem atualmente. A vida dele é uma montanha-russa emotiva, como a minha e a sua (quem nunca pensou naquele amor que nunca passou de verdade quando, assim como ele, parou pra pensar em quando você realmente estava feliz? E tentar correr atrás disso pra levar mais um golpe da vida?), repleto de altos e baixos. Essa característica já foi muito bem retratada na primeira temporada, mas aqui aumentam o espectro para os outros personagens: até os "Mr. Peanutbutter" tem seus momentos de fossa, decepção e introspecção, pode apostar. Aliás ele foi a maior evolução entre os personagens ao meu ver se for fazer um comparativo entre essa temporada e a anterior.
Eu disse isso antes mas é bom repetir: esse seriado te engana mas pelo lado bom, você vê os trailers e as divulgações e acha que é só uma resposta da Netflix para outras animações humorísticas muito bem sucedidas na TV como Simpsons, mas na verdade não é bem isso, sim tem humor mas é um inteligente, ácido e auto-crítico. Entretanto Bojack Horseman vai muito mais a fundo e não se contenta somente com esse lado humorístico.
"Fica mais fácil. Fica um pouco mais fácil a cada dia, mas você tem que correr todo dia. Essa é a parte difícil. Mas fica mais fácil."
A Netflix mostra novamente toda o seu toque de Midas quando se trata de produções televisivas. Demolidor tem tudo para ser o que Batman - O Cavaleiro das Trevas foi para os cinemas só que na TV, eu explico: mesmo quem não suporta o gênero vai ter que aplaudir a qualidade da produção.
Mas pra quem acompanhou a fase em que o Frank Miller fez com esse personagem da Marvel nos quadrinhos essa série vai ter um sabor especial pois é extremamente fidedigno, ou seja: espere por um roteiro maduro, personagens com os quais você irá se importar e muita sanguinolência.
O Charlie Cox faz um bom papel principal, mas em questão de atuações eu destaco o Vincent D'Onofrio como Rei do Crime (ele não é um vilão comum - preto no branco- e em certos momentos o telespectador entenderá o porque dele ter se tornado o que se tornou), o talento mirim do pequeno Murdock em flashbacks e o Scott Glenn como Stick (mesmo aparecendo apenas em um episódio ele parecia que tinha saído dos quadrinhos diretamente pra televisão).
Se você não tem esse background não se acanhe, pois vale cada minuto assistindo do mesmo jeito. Assista se você gosta de um roteiro intrigante e que puxa sua atenção, se gosta de uma bela fotografia. Assista se gosta de BELÍSSIMAS cenas de lutas coreografadas (em letras garrafais mesmo, o Bruce Lee ia ficar orgulhoso, de verdade, e olha que ainda vão fazer o Punho de Ferro!) e de ação. Em resumo: assista se gosta de um belo seriado.
Demolidor é uma das melhores estreias na parte de séries televisivas dos últimos tempos.
Eu lamento que The Killing não conseguiu uma audiência considerável como outros thrillers policias investigativos como por exemplo True Detective pois merecia. As atuações de Joel Kinnaman e Mireille Enos como Holder e Linden, respectivamente, se mantem em altíssimo nível dentro de toda a série. Aliás, falando nesses personagens eles com certeza pra mim se tornaram uma das duplas mais emblemáticas da televisão mesmo que somente por quatro temporadas, a simbiose e a relação de altos e baixos dos dois é bastante interessante de se ver. A fotografia que fizeram da exageradamente chuvosa e cinzenta Seattle é perfeita para o gênero.
Ainda bem que a Netflix bancou essa temporada pois The Killing merecia um final e eu sinceramente gostei muito da conclusão da história principalmente considerando o contexto de que tiveram que acelerar o ritmo devido a baixa procura/audiência (fato que, novamente, lamento), por mais que muita gente ache essa temporada a mais fraca, e mesmo quem ache isso eu entendo pois o seriado é nivelado por cima.
The Killing é a produção televisiva mais subestimada que vi em tempos. É mais que obrigatório pra todo fã de suspense/drama policial.
Bojack Horseman pode enganar: no começo você pode achar que é só uma resposta da Netflix a outras produções animadas de humor bem sucedidas como Family Guy ou Simpsons (eu mesmo só comecei a assistir porque vi que era produzido pela Netflix, que o Aaron Paul estava envolvido e por insistência de amigos) mas não é bem isso e mesmo se fosse já se vê umas sacadas que fazem o telespectador rir - o fato de ser um mundo onde seres antropomórficos e humanos convivem ajuda para isso. O seriado já mostra pro que veio com a excelente abertura, que vai fazendo cada vez mais sentindo se o telespectador continuar acompanhando a história de Bojack, grandes chances da abertura se tornar icônica pra televisão, feito que poucas produções conseguem (Mad Men, pra citar um exemplo). A cada episódio avançado do roteiro se presencia que na verdade Bojack Horseman se trata de uma dramédia, sendo que a parte dramática fica mais e mais evidente conforme a temporada chega no fim, sendo o auge disso nos flashbacks da infância dele e também nos dois últimos episódios, aonde definitivamente os risos e a graça dão lugar para outros sentimentos opostos.
Os personagens coadjuvantes no começo parecem bobos mesmo, sem profundidade e com personalidades rasas, fato que novamente muda conforme se aproxima do fim da temporada, já Bojack vai conseguindo tudo o que queria e ao mesmo tempo nada. No fim da temporada é impossível não se identificar com a crise existencialista na qual ele enfrenta. Espero que a Netflix continue investindo nessa produção, pois não é uma animação qualquer.
Acho que a melhor coisa que fiz agora em tempos de eleição foi ter acompanhado House of Cards. Recomendadíssimo e mais que obrigatório pra quem gosta do tema e/ou produções televisas em geral. As atuações (principalmente Kevin Spacey e Robin Wright no papel do casal Underwood), direções e produção como um todo são de extrema qualidade (estamos falando de nomes do naipe do David Fincher envolvidos).
Apesar do Kevin já ter uma estatueta do Oscar no currículo eu diria que é aqui que ele mostra realmente todo o seu talento. O auge disso e do roteiro da série ao meu ver é quando quebra-se a quarta parede e Frank Underwood faz um monólogo diretamente direcionado para o telespectador, monólogos esses que passam por temas como política (a humanidade não tem limites para o maquiavelismo quando se trata de poder) ou até mesmo coisas mais introspectivas e filosóficas que fazem você pensar e refletir.
E falando nessas partes específicas dos episódios que seguem o seriado: Sim Frank, a democracia é superestimada. E como...
Eu já disse aqui sobre o primor de Mad Men em todos os aspectos possíveis e esse final da mid-season nos mostra novamente isso, principalmente a cena final que causa uma verdadeira salada de emoções, coisa bonita de se ver mesmo. Já tá me lembrando outra obra-prima da AMC, Breaking Bad, num ponto: quando vai chegando no final não para de ficar melhor e melhor Na verdade tem outra coisa semelhante também: o fato de terem dividido a última temporada do seriado em duas partes...Vou sofrer toda a agonia em descobrir o desfecho só no ano que vem de novo, mas tudo bem, está valendo muito a pena.
Eu percebo quando estou gostando realmente de alguma série quando ela se aproxima do seu fim, e é isso que me ocorre com Mad Men agora. Ele te vicia não pela curiosidade de saber logo o que irá ocorrer depois da última cena de algum episódio e é essa a sacada do seriado ao meu ver, o espectador fica curioso pela rotina dos personagens, pra ver qual será o momento histórico que irá afetar a sociedade americana dessa vez (no caso dessa temporada é a Guerra do Vietnã entrando no seu ano mais sangrento e principalmente a morte de Martin Luther King e Bobby Kennedy), pra ver como a agência irá agir dessa vez.
Achei válido o paralelo que fizeram entre Don e House, personagens que num momento você sente nojo e repulsa por eles, mas em algum momento você irá se identificar com a dor sofrida por ele na vida e irá até torcer por ele, no caso do Don o auge disso é no season finale, aonde uma apresentação pra um cliente em potencial, a Hershey's, se transforma num confessionário e numa terapia.
E é assim, com o Don perdendo tudo o que construiu na sua vida, da família aos negócios, que Mad Men vai chegando ao seu término. Mais propício impossível. Sacanagem é a AMC repetir o que fez com Breaking Bad e dividir a última temporada do seriado em duas partes de novo.
O que me impressiona em Mad Men é o detalhismo para representar os anos 60 dos Estados Unidos com uma verossimilidade que as vezes chega a assustar, seja na sociedade como um todo, em fatos históricos da época que marcaram a humanidade (Guerra Fria e asassinato do Kennedy só pra citar dois exemplos que marcam a série como um todo) ou na cultura - nessa parte a quinta temporada é a que mais me marcou no quesito música, o retrato da Invasão Britânica nos EUA consolidada com os Beatles ( a parte que o o Don recebe de presente o LP Revolver da Megan e coloca Tomorrow Never Knows no toca discos é um dos destaques da temporada) e The Rolling Stones é bem interessante. Gostei bastante do foco dado aos personagens secundários nessa temporada, provavelmente para mostrar que não é só o Draper que é a gangorra emocional a ponto de parecer uma pessoa feliz, bonzinho e bem sucedida á imoral, infeliz e sem índole quando menos se espera. Ocorre um plot twist mais que bem vindo para uma temporada que ao meu ver começa lento, mas termina de uma forma fulminante, a ponto de eu achar a melhor do seriado.
Aproveitem, é um daqueles raros casos de série que só vai melhorando com o passar do tempo e das temporadas.
Aula de atuação. Aula de direção, Aula de fotografia. Aula de roteirização.Aula de como concluir essa que é a obra prima definitiva da televisão, Breaking Bad foi tudo isso.
Eu já disse isso aqui mas eu repito: se você admira a produção audiovisual de alguma forma por favor veja esse seriado e entenderá o que estou dizendo. Não é exagero.
Eu já estou órfão. Obrigado Vince Gilligan. abençoado foi o dia que tu teve a epifania pra criar toda essa história e a insistência e a coragem de procurar alguém que comprasse essa sua ideia depois de tantos "nãos". A saga de Walter White merecia ser contada.
No futuro poderei dizer que acompanhei Breaking Bad ao vivo, afinal já é um clássico cicatrizante pra televisão, pros envolvidos na produção do seriado e pra nós, fãs.
Castlevania (1ª Temporada)
4.1 574 Assista AgoraNão estava esperando muito mas acabou sendo uma adaptação muito boa do clássico Castlevania III, principalmente por dois pontos: o gore visceral e o respeito a cronologia dos jogos. Só uma pena terem feito só 4 episódios, coisa que espero que mude já na segunda temporada confirmada. Tomara que vingue e que, com isso, prossiga com os outros Castlevania's, se manterem essa pegada seria um prato cheio pros fãs.
Uma surpresa muito grata.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 313É disparado a melhor temporada de Better Call Saul, atuações de tirar o chapéu do Michael McKean e Bob Odenkirk, a estreia de um personagem central em Breaking Bad, episódios que prendem a sua atenção (aqui uma observação especial pro episódio do julgamento, foi o único episódio jurídico da televisão que não achei chatíssimo, foi bem o oposto) e a sempre sutileza nos detalhes do Vince Glligan justificam isso. Temos um finale de cortar o coração, assim como Breaking Bad a gente se pega compadecido por personagens que não merecem isso.
Quanto mais o roteiro vai chegando do momento que Jimmy McGill é, em definitivo, Saul Goodman que conhecemos em BrBa, melhor a série vai ficando.
Better Call Saul ainda tem muita lenha pra queimar e espero que tanto a AMC quanto a Netflix saibam disso.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraFinal extremamente poético pra uma série extremamente poética. Damon Lindelof aqui se redime totalmente do finale polêmico de Lost, principalmente levando em consideração o número reduzido de episódios habituais. Agradeço a HBO por ter investido numa conclusão mesmo com a pouca audiência, a qual acho uma grande pena mas até entendo - não é pra um público muito abrangente, é um drama (e bota drama nisso) existencialista e filosófica ao extremo tocando em temas delicados como por exemplo o sentido da vida, a morte. Além de namorar com o sobrenatural, é do co-criador de Lost, afinal.
Agora com a conclusão dá pra bater o martelo: a alta aclamação da crítica dessa vez é justificável. The Leftovers é a série mais subestimada dos últimos tempos sem duvida alguma. Não dá pra recomendar o suficiente.
The Americans (3ª Temporada)
4.4 65 Assista AgoraThe Americans vai te prendendo aos poucos, quando você percebe assistiu toda a temporada em dois dias. Uma série perfeita pra quem curte a temática da Guerra Fria; Pra quem curte política, economia, geopolítica, história (nessa temporada os holofotes estão na Guerra do Afeganistão); Pra quem sente falta de uma série de ação que lhe deixe vidrado e empolgado; Pra quem gosta de se emocionar com dramas familiares e pessoais (A relação do Philip com a Elizabeth é tocante e atinge seu ápice nessa temporada). The Americans é esse grande caldo de "tudo um pouco" que parece que não vai ficar bom mas lhe surpreende positivamente como poucas produções televisivas. Absolutamente todos os arcos do roteiro dos personagens coadjuvantes lhe deixam curioso para o que virá depois, um feito considerável. A última cena da temporada é um show a parte e sintetiza de uma forma sublime tudo isso em apenas uma única cena.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KSérie do ano. Jonathan Nolan, aliado dessa vez com sua esposa Lisa Joy, mostra sua genialidade em ter transformado um filme bem mais ou menos dos anos 70 nesse roteiro extremamente filosófico (bebe muito da fonte do Nietzsche) e denso, aonde o debate e a reflexão está no ser humano: sua consciência, emoções e o que realmente nos define (ou não) como humanos.
O finale é um reflexo total da primeira temporada de Westworld: deleite total, sequer percebi que era mais longo do que o habitual (uma hora e meia de duração). Sem spoilers, mas é intrigante demais ver todos os mistérios e teorias sendo confirmados ou o oposto - um saudosismo do J.J.Abrams por Lost, talvez.
Visualmente impecável seja no figurino, maquiagem e ambientação - tanto no parque (a parte faroeste) ou no futuro (a parte sci-fi propriamente dito).
Dr. Robert Ford é o meu personagem favorito muito por causa dele: Anthony Hopkins. Quando a cena foca nele é impactante. Ele rouba a cena, como esperado. Porém Evan Rachel Wood (Dolores), Ed Harris (The Man in Black), Jimmi Simpson (William - subplot dele merece um foco especial, uma belíssima alegoria) e Jeffrey Wright (Bernard) merecem também um destaque especial. Ainda no elenco Rodrigo Santoro faz muito bem o seu papel como o "bandido dos faroestes", todavia seu personagem é subusado no contexto geral.
Os covers do Ramin Djawadi na pegada western (espere por muito Radiohead) é o grande charme no aspecto sonoro. O cara é o responsável pela trilha de GoT então podem esperar que é de qualidade. É delicioso de ouvir, dica: tem no Spotify.
Mais uma pitada de referências à cultura pop (de Show de Truman, Blade Runner a até Dragonball) e temos Westworld.
Devemos agradecer a HBO mais uma vez pelo massivo investimento nesta produção. Ficou claro, desde a campanha de marketing, que eles querem que Westworld substitua Game of Thrones como seu maior carro-chefe e esta temporada mostra que o potencial é enorme para que isso se concretize. A próxima temporada é só em 2018, está longe mas isso dá um tempo enorme para lapidarem ainda mais Westworld, além do que dá um holofote merecido pras outras séries da casa em 2017 como The Leftovers e True Detective.
"Estas alegrias violentas têm fins violentos."
Les Revenants: A Volta dos Mortos (1ª Temporada)
4.5 318Não a toa ganhou Emmy de melhor série dramática (e bota dramática nisso) internacional. Perfeito para quem tá na vibe de The Leftovers - outro que está no time dos " cults subestimados". Roteiro vai te deixar meio desgraçado da cabeça: é inevitável não ficar reflexivo sobre a morte e como lidamos com ela. E a trilha sonora da banda Mogwai, a qual conheci por causa da série, é um show a parte.
Assista se curte um drama forte.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KJá mostrou pro que veio no piloto, como bem disseram provavelmente a melhor estreia de uma série da HBO ao lado do The Leftovers. E tão confuso quanto esse, mas novamente é uma confusão que instiga.
Sou um fã declarado dos irmãos Nolan e em Westworld o Jonathan poderá revelar todo o seu potencial não só como roteirista que já é muito conhecido mas também como diretor, a propósito: bem que o irmão Christopher poderia dirigir um episódio que fosse. Elenco hollywoodiano com direito a Rodrigo Santoro e Anthony Hopkins. A produção tem assinatura do J.J.Abrams e a trilha sonora é do Ramin Djawadi - o mesmo de Game of Thrones.
A HBO tá investindo MUITO nessa série e dito isso tudo é difícil dar errado, bem difícil.
Black Sails (2ª Temporada)
4.5 92 Assista AgoraAmbientação fantástica da época das Grandes Navegações e da Época Dourada da Pirataria. É verdade que no começo da série a história parece ser mais um de "caça ao tesouro", mas não se engane: a trama se desenrola pra um viés político-econômico bastante forte (normalmente esquecem dessa parte quando a temática é piratas devido ao estereótipo) que atinge seu auge nessa temporada. Eu senti uma inspiração de Game of Thrones na sanguinolência: sim, espere por personagens que você liga terem um final trágico. Ainda na parte de personagens o Capitão Flint tem tudo pra ficar no hall dos grandes anti-heróis da televisão.
Outros destaques positivos são o figurino, fotografia de época e as batalhas navais. Black Sails foi uma grata surpresa.
BoJack Horseman (3ª Temporada)
4.6 266 Assista AgoraA cada nova temporada BoJack Horseman merece maior reconhecimento, mais hype. Aqui fica ainda mais óbvio que não se trata de uma animação de comédia e sim uma que tem "comédia", parece igual mas não é. Todas as temporadas começam despretensiosas mas na metade final terminam de uma maneira niilista, nessa temporada isso fica ainda mais nítido (se é que era possível): o plot twist é de partir o coração e a parte final é, provavelmente, o que mais faz o telespectador refletir sobre a vida. é extremamente poético. Definitivamente o cavalo mais humano da história, me sinto na pele do BoJack e com certeza é exatamente essa a intenção do roteiro.
Destaque para os monólogos no decorrer dos episódios e para o quarto episódio "Fish Out of Water": a criatividade do Raphael Bob-Waksberg foi LONGE e nós agradecemos. E olha que é apenas o quarto episódio da temporada...
Netflix não é só House of Cards e Stranger Things. Dê uma chance e assista Bojack Horseman
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422 Assista AgoraAgradeço a HBO ter renovado para a terceira e última temporada, merece e muito. A temporada como um todo tem um padrão elevadíssimo de qualidade, mas o Season Finale é um dos melhores da história televisiva, quem não se emocionar com esse roteiro não é humano. É denso, pesado, reflexivo, intrigante.
Merece todos os reconhecimentos e investimentos possíveis!
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraEssa série é um soco no estômago, carga emocional é gigante do piloto ao season finale. Roteiro deliciosamente confuso (o que, normalmente, é um revés), enigmático. Entretanto vale ressaltar que não é de fácil digestão devido a uma pegada mais lenta.
É o típico caso de ame ou odeie, eu fico com a primeira opção. Baita produção subestimada da HBO que, muito provavelmente, te deixará reflexivo por um belo período.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 897 Assista AgoraOs 10 episódios deveriam ter sido dirigidos pelo Zé Padilha, digo isso não só pelo fato de ser um grande admirador do trabalho dele mas também fica nítido a diferença do estilo de direção entre os episódios - não é algo imperceptível como BrBa, por exemplo. Além disso só eu achei que o roteiro ficou levemente tendencioso pro lado estadunidense? O que é surpreendente já que é uma produção do Padilha. A DEA e o governo deles está muito longe de ser o lado bom dessa história, na realidade é justamente o oposto. Bom, talvez tenha sido apenas uma impressão particular...Além disso ainda na parte roteirístico eu sinceramente não sei como farão pra prolongarem Narcos além da já confirmada segunda temporada, cronologicamente falando acho uma tarefa bem complicada, ficou um pouco "corrido".
Dito isso é mais uma série com o já famoso padrão de qualidade da Netflix. Não entendo a crítica em cima do Wagner Moura centrada no seu espanhol: pra um brasileiro fez um trabalho admirável sim em todos os aspectos, nesse incluso - ele fez um estudo e residiu em Medélin para tentar pegar o sotaque castelhano deles e ao meu ver mandou bem, inclusive sendo o destaque nas atuações, claro que ser o personagem principal ajuda, mas isso implica numa responsabilidade muito grande também. É o ator nacional mais polivalente da atualidade.
A abertura também é excelente, aliás é difícil falar de alguma série da Netflix que esse ponto não seja um destaque, de cabeça lembro de Bojack Horseman e Demolidor mas com certeza não se limita a esses exemplos somente.
A história do Pablo Escobar é digna de uma série desse calibre.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772Não achei tão ruim e decepcionante quanto muitos falam, talvez porque um amigo meu ficou tão decepcionado que eu já estava preparado. Mas o Nic Pizzolatto se empolgou demais, é tudo muito excessivo para apenas oito episódios, lembro que fiquei animado quando anunciaram que seriam quatro personagens principais mas acabou sendo mais um defeito do que um trunfo ao meu ver - é tanto subplots (sério, é muito) que é bem fácil ficar perdido e até facilita um certo desinteresse pro núcleo roteirístico, que nessa franquia é sempre homicídio(s) misterioso que choca e mobiliza uma região geográfica específica. Na área da atuação o Colin Farrell carregou nas costas todos a temporada inteira, apesar que Vince Vaugh, conhecido só na área da comédia, me surpreendeu positivamente, bem que poderia investir mais na área dramática.
Eu sei que a história e os aspectos técnicos são diferentes da temporada anterior, mas porque essa birra com quem faz o paralelo entre essa temporada e aquela? Ainda é True Detective né? Inclusive o Matthew McConaughey e Woody Harrelson são ainda os produtores junto com o Nic. A primeira temporada foi uma das melhores coisas que já vi na televisão em todos os aspectos, dentro dos thrillers policiais então foi definitivamente o cume, foi A melhor produção da HBO nos últimos tempos (perdão aos fãs de GOT, apenas minha modesta opinião, além do que TD faz mais o meu gosto)...Levando tudo isso em consideração o peso era muito grande. Tentei muito separar as coisas mas pra mim vinha o saudosismo do Matthew e seu magistral Rusty, da direção espetacular do Fukunaga em todos os episódios, do roteiro que me deixava insone de tanto que prendia e até da Lousiana e seu sulismo norte-americano que, ao meu ver, é perfeito para o gênero proposto, principalmente pela fotografia.
No geral é Ok, nem muito bom nem muito ruim. Quer ver um drama policial que a qualidade realmente é lá em cima? Recomendaria a primeira temporada como primeira opção sempre, seguido do muito subestimado The Killing.
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraEu já fiz todos os elogios possíveis de Mad Men por aqui, de verdade. O que eu digo é que o final honra tudo: atuações, fotografia, direção e o que mais você quiser que esteja relacionado com esse seriado. Você acha que o melhor monólogo da televisão é do Don quando ele fala de nostalgia no pitch da Kodak ainda na primeira temporada? Espere só quando um personagem totalmente aleatório e coadjuvante desabafar no derradeiro series finale, é no mínimo tocante e a identificação foi instantânea. A biografia de todos os personagens em Mad Men foi tão sofrida que foi revigorante um final positivista, terminar tudo isso com um comercial (afinal não nos esquecemos que o epicentro do roteiro é o retrato da publicidade na época) verídico e igualmente "pra cima" fechou de uma maneira esplêndida, ou seja, como disse no começo: honrou.
Obrigado Matthew Weiner, você, ao lado de Vince Gilligan, é um gênio que veio pra revolucionar a dramaturgia televisiva.
"The best things in life are free".
BoJack Horseman (2ª Temporada)
4.4 173É engraçado como Bojack é um cavalo mas na realidade é um dos personagens mais humanos que se tem atualmente. A vida dele é uma montanha-russa emotiva, como a minha e a sua (quem nunca pensou naquele amor que nunca passou de verdade quando, assim como ele, parou pra pensar em quando você realmente estava feliz? E tentar correr atrás disso pra levar mais um golpe da vida?), repleto de altos e baixos. Essa característica já foi muito bem retratada na primeira temporada, mas aqui aumentam o espectro para os outros personagens: até os "Mr. Peanutbutter" tem seus momentos de fossa, decepção e introspecção, pode apostar. Aliás ele foi a maior evolução entre os personagens ao meu ver se for fazer um comparativo entre essa temporada e a anterior.
Eu disse isso antes mas é bom repetir: esse seriado te engana mas pelo lado bom, você vê os trailers e as divulgações e acha que é só uma resposta da Netflix para outras animações humorísticas muito bem sucedidas na TV como Simpsons, mas na verdade não é bem isso, sim tem humor mas é um inteligente, ácido e auto-crítico. Entretanto Bojack Horseman vai muito mais a fundo e não se contenta somente com esse lado humorístico.
"Fica mais fácil. Fica um pouco mais fácil a cada dia, mas você tem que correr todo dia. Essa é a parte difícil. Mas fica mais fácil."
Demolidor (1ª Temporada)
4.4 1,5K Assista AgoraA Netflix mostra novamente toda o seu toque de Midas quando se trata de produções televisivas. Demolidor tem tudo para ser o que Batman - O Cavaleiro das Trevas foi para os cinemas só que na TV, eu explico: mesmo quem não suporta o gênero vai ter que aplaudir a qualidade da produção.
Mas pra quem acompanhou a fase em que o Frank Miller fez com esse personagem da Marvel nos quadrinhos essa série vai ter um sabor especial pois é extremamente fidedigno, ou seja: espere por um roteiro maduro, personagens com os quais você irá se importar e muita sanguinolência.
O Charlie Cox faz um bom papel principal, mas em questão de atuações eu destaco o Vincent D'Onofrio como Rei do Crime (ele não é um vilão comum - preto no branco- e em certos momentos o telespectador entenderá o porque dele ter se tornado o que se tornou), o talento mirim do pequeno Murdock em flashbacks e o Scott Glenn como Stick (mesmo aparecendo apenas em um episódio ele parecia que tinha saído dos quadrinhos diretamente pra televisão).
Se você não tem esse background não se acanhe, pois vale cada minuto assistindo do mesmo jeito. Assista se você gosta de um roteiro intrigante e que puxa sua atenção, se gosta de uma bela fotografia. Assista se gosta de BELÍSSIMAS cenas de lutas coreografadas (em letras garrafais mesmo, o Bruce Lee ia ficar orgulhoso, de verdade, e olha que ainda vão fazer o Punho de Ferro!) e de ação. Em resumo: assista se gosta de um belo seriado.
Demolidor é uma das melhores estreias na parte de séries televisivas dos últimos tempos.
The Killing (4ª Temporada)
4.3 262 Assista AgoraEu lamento que The Killing não conseguiu uma audiência considerável como outros thrillers policias investigativos como por exemplo True Detective pois merecia. As atuações de Joel Kinnaman e Mireille Enos como Holder e Linden, respectivamente, se mantem em altíssimo nível dentro de toda a série. Aliás, falando nesses personagens eles com certeza pra mim se tornaram uma das duplas mais emblemáticas da televisão mesmo que somente por quatro temporadas, a simbiose e a relação de altos e baixos dos dois é bastante interessante de se ver. A fotografia que fizeram da exageradamente chuvosa e cinzenta Seattle é perfeita para o gênero.
Ainda bem que a Netflix bancou essa temporada pois The Killing merecia um final e eu sinceramente gostei muito da conclusão da história principalmente considerando o contexto de que tiveram que acelerar o ritmo devido a baixa procura/audiência (fato que, novamente, lamento), por mais que muita gente ache essa temporada a mais fraca, e mesmo quem ache isso eu entendo pois o seriado é nivelado por cima.
The Killing é a produção televisiva mais subestimada que vi em tempos. É mais que obrigatório pra todo fã de suspense/drama policial.
BoJack Horseman (1ª Temporada)
4.3 286 Assista AgoraBojack Horseman pode enganar: no começo você pode achar que é só uma resposta da Netflix a outras produções animadas de humor bem sucedidas como Family Guy ou Simpsons (eu mesmo só comecei a assistir porque vi que era produzido pela Netflix, que o Aaron Paul estava envolvido e por insistência de amigos) mas não é bem isso e mesmo se fosse já se vê umas sacadas que fazem o telespectador rir - o fato de ser um mundo onde seres antropomórficos e humanos convivem ajuda para isso. O seriado já mostra pro que veio com a excelente abertura, que vai fazendo cada vez mais sentindo se o telespectador continuar acompanhando a história de Bojack, grandes chances da abertura se tornar icônica pra televisão, feito que poucas produções conseguem (Mad Men, pra citar um exemplo). A cada episódio avançado do roteiro se presencia que na verdade Bojack Horseman se trata de uma dramédia, sendo que a parte dramática fica mais e mais evidente conforme a temporada chega no fim, sendo o auge disso nos flashbacks da infância dele e também nos dois últimos episódios, aonde definitivamente os risos e a graça dão lugar para outros sentimentos opostos.
Os personagens coadjuvantes no começo parecem bobos mesmo, sem profundidade e com personalidades rasas, fato que novamente muda conforme se aproxima do fim da temporada, já Bojack vai conseguindo tudo o que queria e ao mesmo tempo nada. No fim da temporada é impossível não se identificar com a crise existencialista na qual ele enfrenta. Espero que a Netflix continue investindo nessa produção, pois não é uma animação qualquer.
House of Cards (2ª Temporada)
4.6 497Acho que a melhor coisa que fiz agora em tempos de eleição foi ter acompanhado House of Cards. Recomendadíssimo e mais que obrigatório pra quem gosta do tema e/ou produções televisas em geral. As atuações (principalmente Kevin Spacey e Robin Wright no papel do casal Underwood), direções e produção como um todo são de extrema qualidade (estamos falando de nomes do naipe do David Fincher envolvidos).
Apesar do Kevin já ter uma estatueta do Oscar no currículo eu diria que é aqui que ele mostra realmente todo o seu talento. O auge disso e do roteiro da série ao meu ver é quando quebra-se a quarta parede e Frank Underwood faz um monólogo diretamente direcionado para o telespectador, monólogos esses que passam por temas como política (a humanidade não tem limites para o maquiavelismo quando se trata de poder) ou até mesmo coisas mais introspectivas e filosóficas que fazem você pensar e refletir.
E falando nessas partes específicas dos episódios que seguem o seriado: Sim Frank, a democracia é superestimada. E como...
Dr. House (6ª Temporada)
4.5 260A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal
You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't, they don't speak for us
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
Silent silence
This is my final fit, my final bellyache with
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises
No alarms and no surprises please
Such a pretty house and such a pretty garden
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises (let me out of here)
No alarms and no surprises please (let me out of here)
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraEu já disse aqui sobre o primor de Mad Men em todos os aspectos possíveis e esse final da mid-season nos mostra novamente isso, principalmente a cena final que causa uma verdadeira salada de emoções, coisa bonita de se ver mesmo. Já tá me lembrando outra obra-prima da AMC, Breaking Bad, num ponto: quando vai chegando no final não para de ficar melhor e melhor Na verdade tem outra coisa semelhante também: o fato de terem dividido a última temporada do seriado em duas partes...Vou sofrer toda a agonia em descobrir o desfecho só no ano que vem de novo, mas tudo bem, está valendo muito a pena.
Mad Men (6ª Temporada)
4.5 165 Assista AgoraEu percebo quando estou gostando realmente de alguma série quando ela se aproxima do seu fim, e é isso que me ocorre com Mad Men agora. Ele te vicia não pela curiosidade de saber logo o que irá ocorrer depois da última cena de algum episódio e é essa a sacada do seriado ao meu ver, o espectador fica curioso pela rotina dos personagens, pra ver qual será o momento histórico que irá afetar a sociedade americana dessa vez (no caso dessa temporada é a Guerra do Vietnã entrando no seu ano mais sangrento e principalmente a morte de Martin Luther King e Bobby Kennedy), pra ver como a agência irá agir dessa vez.
Achei válido o paralelo que fizeram entre Don e House, personagens que num momento você sente nojo e repulsa por eles, mas em algum momento você irá se identificar com a dor sofrida por ele na vida e irá até torcer por ele, no caso do Don o auge disso é no season finale, aonde uma apresentação pra um cliente em potencial, a Hershey's, se transforma num confessionário e numa terapia.
E é assim, com o Don perdendo tudo o que construiu na sua vida, da família aos negócios, que Mad Men vai chegando ao seu término. Mais propício impossível. Sacanagem é a AMC repetir o que fez com Breaking Bad e dividir a última temporada do seriado em duas partes de novo.
Mad Men (5ª Temporada)
4.6 206 Assista AgoraO que me impressiona em Mad Men é o detalhismo para representar os anos 60 dos Estados Unidos com uma verossimilidade que as vezes chega a assustar, seja na sociedade como um todo, em fatos históricos da época que marcaram a humanidade (Guerra Fria e asassinato do Kennedy só pra citar dois exemplos que marcam a série como um todo) ou na cultura - nessa parte a quinta temporada é a que mais me marcou no quesito música, o retrato da Invasão Britânica nos EUA consolidada com os Beatles ( a parte que o o Don recebe de presente o LP Revolver da Megan e coloca Tomorrow Never Knows no toca discos é um dos destaques da temporada) e The Rolling Stones é bem interessante. Gostei bastante do foco dado aos personagens secundários nessa temporada, provavelmente para mostrar que não é só o Draper que é a gangorra emocional a ponto de parecer uma pessoa feliz, bonzinho e bem sucedida á imoral, infeliz e sem índole quando menos se espera. Ocorre um plot twist mais que bem vindo para uma temporada que ao meu ver começa lento, mas termina de uma forma fulminante, a ponto de eu achar a melhor do seriado.
Aproveitem, é um daqueles raros casos de série que só vai melhorando com o passar do tempo e das temporadas.
Breaking Bad (5ª Temporada)
4.8 3,0K Assista AgoraAula de atuação. Aula de direção, Aula de fotografia. Aula de roteirização.Aula de como concluir essa que é a obra prima definitiva da televisão, Breaking Bad foi tudo isso.
Eu já disse isso aqui mas eu repito: se você admira a produção audiovisual de alguma forma por favor veja esse seriado e entenderá o que estou dizendo. Não é exagero.
Eu já estou órfão. Obrigado Vince Gilligan. abençoado foi o dia que tu teve a epifania pra criar toda essa história e a insistência e a coragem de procurar alguém que comprasse essa sua ideia depois de tantos "nãos". A saga de Walter White merecia ser contada.
No futuro poderei dizer que acompanhei Breaking Bad ao vivo, afinal já é um clássico cicatrizante pra televisão, pros envolvidos na produção do seriado e pra nós, fãs.
"Guess I got what I deserved".