Assisti na época da minha adolescência, nem dei muita bola. Mas ontem eu revi e é simplesmente fantástico. O gênero cyberpunk no cinema nasceu praticamente aqui: Ridley Scott no seu auge (porra, não dá pra entender que é o mesmo cara que faz esses últimos filmes ruins dele), fotografia atmosférica, roteiro denso, questionador que ao meu ver não envelhece, pelo contrário só fica ainda mais atual com o passar do tempo. A trilha sonora sem querer criou um subgênero atual da música eletrônica, o synthwave, a qual sou um fã declarado, casa diretamente com a atmosfera.
Entendo quem ache sonolento, não é um filme de fácil digestão. Mas para mim é uma das grande obras-primas do cinema.
Se for pra resumir esse filme é uma concha de retalhos. Uma grande pena, eu como fã da DC Comics queria muito que o DCEU desse certo, eu comprei a ideia que o Zack Snyder tinha concebido pro universo, mas isso se perdeu. É um filme ok.
Não estava esperando muito mas acabou sendo uma adaptação muito boa do clássico Castlevania III, principalmente por dois pontos: o gore visceral e o respeito a cronologia dos jogos. Só uma pena terem feito só 4 episódios, coisa que espero que mude já na segunda temporada confirmada. Tomara que vingue e que, com isso, prossiga com os outros Castlevania's, se manterem essa pegada seria um prato cheio pros fãs.
Pelo que tanto falam bem desse Mad Max achei que ele superaria o 2 como o meu favorito, mas não foi o caso, por um motivo central: achei o roteiro bem furado, os motivos já falaram bastante aqui. Além do mais o Tom Hardy fez uma atuação muito sem sal, nem chega aos pés do Mel Gibson como Max, que, em tempo: se o nome do filme fosse Mad Furiosa faria mais sentido, tanto pela história quanto pela Carlize Theron. Max é o protagonista só no nome e no cartaz do filme, algo que já meio que sabia mas não esperava que era com essa intensidade.
Porém eu admito que a fotografia e as cenas de ação são insanamente boas. Só que pra mim acaba não compensando muito esses defeitos.
Não me levem a mal: não é um filme ruim, de maneira alguma. Só não achei TUUUUUDO isso e nem o melhor Mad Max. Se esquecendo do roteiro capenga vale pelas cenas de perseguição que são um show a parte.
É disparado a melhor temporada de Better Call Saul, atuações de tirar o chapéu do Michael McKean e Bob Odenkirk, a estreia de um personagem central em Breaking Bad, episódios que prendem a sua atenção (aqui uma observação especial pro episódio do julgamento, foi o único episódio jurídico da televisão que não achei chatíssimo, foi bem o oposto) e a sempre sutileza nos detalhes do Vince Glligan justificam isso. Temos um finale de cortar o coração, assim como Breaking Bad a gente se pega compadecido por personagens que não merecem isso.
Quanto mais o roteiro vai chegando do momento que Jimmy McGill é, em definitivo, Saul Goodman que conhecemos em BrBa, melhor a série vai ficando.
Better Call Saul ainda tem muita lenha pra queimar e espero que tanto a AMC quanto a Netflix saibam disso.
A Piada Mortal é meu HQ favorito de todos os tempos e quem leu sabe que, pra fazer um longa metragem, mudanças precisavam ser feitas. O problema é que desvirtuaram o foco do roteiro magistral que o Alan Moore originalmente fez, que era a relação do Batman com o Coringa e como eles são dois lados da mesma moeda chamada loucura: todo o primeiro ato é sobre a Batgirl e sua relação (incluindo aí amorosa, sendo que pra mim sempre foi algo mais fraternal do que carnal) com o Batman, essa parte não existe na HQ e não deveria existir aqui: é sonsa e o vilão mafioso é genérico. Mesmo quem não tem o background do quadrinho poderá perceber que essa parte tá aqui só pra encher a linguiça e mais nada, algo bem melhor poderia ser construído. São longos 30 minutos até realmente começar a adaptação da HQ. Eu também não fui muito fã do traço escolhido. As cenas icônicas mereciam mais destaque.
Mas sempre foi um sonho pessoal ver Kevin Conroy e Mark Hamill numa eventual adaptação da piada mortal e aqui se justifica o porque: são fenomenais, principalmente no famigerado final. Ainda nos pontos positivos temos uma adição de cenas de ação no circo de horrores que, ao meu ver, foram bem-vindas.
No final fica um negócio confuso pros fãs: esperava-se mais pois a DC tem uma fama fenomenal em filmes animados e pra aumentar ainda mais o peso estamos falando da Piada Mortal. Ao msmo tempo ainda sim é gratificante ver essa adaptação tão sonhada com o Conroy e Hamill finalmente sendo realizado, mesmo que a execução não tenha sido das melhores.
Final extremamente poético pra uma série extremamente poética. Damon Lindelof aqui se redime totalmente do finale polêmico de Lost, principalmente levando em consideração o número reduzido de episódios habituais. Agradeço a HBO por ter investido numa conclusão mesmo com a pouca audiência, a qual acho uma grande pena mas até entendo - não é pra um público muito abrangente, é um drama (e bota drama nisso) existencialista e filosófica ao extremo tocando em temas delicados como por exemplo o sentido da vida, a morte. Além de namorar com o sobrenatural, é do co-criador de Lost, afinal.
Agora com a conclusão dá pra bater o martelo: a alta aclamação da crítica dessa vez é justificável. The Leftovers é a série mais subestimada dos últimos tempos sem duvida alguma. Não dá pra recomendar o suficiente.
De início o filme tem um público alvo nicho do nicho: é pra quem ama música eletrônica, mais especificamente o gênero French House (ou French Touch, como preferir). Porém não é só isso. O considero um musical com a estética típica dos filmes franceses, aqui é a trilha sonora (e que trilha!) é quem conduz o roteiro e não o contrário.
Mostra essa cena cultural no seu auge. O personagem central, Paul (sim, não são os Daft Punk como parte da mídia especializada alardeou, eles aparecem em mais de um momento mas são coadjuvantes) é o típico jovem que numa Paris extremamente fértil e inspirado na revolução pioneira de Thomas e Guy-Man quer transformar a sua paixão no seu ganha pão: mostra a sua ascensão no underground e queda desse objetivo, seu hedonismo sem limites e as consequências desses atos. Quem já teve esse mesmo sonho vai se identificar muito.
Recomendadíssimo pra quem tem essa mesma paixão do Paul. Pros demais acho que será uma experiência meio monótona e, talvez, meio sem sal.
OBS: a semelhança dos atores com os Daft Punk jovens é de assustar. E pra quem manja da cena toda vai adorar as referências sutis a outros artistas importantes em determinadas cenas.
O nome é péssimo, o foco não é a Deep Web e sim o livre mercado institucionalizado no Silk Road. Pra quem é libertário e/ou entusiasta de tecnologia é quase que obrigatório ver a história retratada de Dread Pirate Roberts que existiu, existe e ainda existirá quer queira o Estado ou não - Ross teve o culhão em desafiar o establishment e pagou muito caro por isso.
Independente da sua ideologia ainda acho interessante vê-lo pra mostrar como a Justiça e seus agentes muitas vezes funcionam. É provável que no fim você ficará indignado e assustado em como o Governo tem poder sobre nós e acho essa mesma indignação importante pra levantar o debate para o maior número de público possível.
The Americans vai te prendendo aos poucos, quando você percebe assistiu toda a temporada em dois dias. Uma série perfeita pra quem curte a temática da Guerra Fria; Pra quem curte política, economia, geopolítica, história (nessa temporada os holofotes estão na Guerra do Afeganistão); Pra quem sente falta de uma série de ação que lhe deixe vidrado e empolgado; Pra quem gosta de se emocionar com dramas familiares e pessoais (A relação do Philip com a Elizabeth é tocante e atinge seu ápice nessa temporada). The Americans é esse grande caldo de "tudo um pouco" que parece que não vai ficar bom mas lhe surpreende positivamente como poucas produções televisivas. Absolutamente todos os arcos do roteiro dos personagens coadjuvantes lhe deixam curioso para o que virá depois, um feito considerável. A última cena da temporada é um show a parte e sintetiza de uma forma sublime tudo isso em apenas uma única cena.
Tô um ano atrasado então vai ter alerta de TEXTÃO. Simplesmente não entendi o hate todo. Tem seus defeitos, principalmente no roteiro, mas está longe de ser o pior filme do ano passado e até o de super heróis (Homem de Ferro 3 ainda briga com A Era de Ultron pra esse posto).
O filme esteticamente é MUITO bonito, principalmente nos sonhos do Bruce, nas montagem do Superman e nas lutas, aquilo é muito o estilo Zack Snyder de direção, ele fez a mesma coisa em Watchmen e a crítica amou, mas aqui é "exagerado", vai entender. Sim, é exagerado, mas é essa a intenção: é um filme aonde está a Tríndade (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) da DC Comics com uma proposta bem diferente da Marvel, num tom mais maduro, sombrio e, porque não, megalomaníaco. Até os críticos mais ferrenhos tem que admitir que o Ben Affleck foi uma grata surpresa: ele mandou muito bem como Bruce Wayne e Batman, deu pra ver que ele fez um belo estudo do personagem em sua versão da HQ O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight Returns) - clássico incontestável do Frank Miller. O lado detetive do personagem é sacrificado em nome de mostrar o lado mais visceral, sombrio, violento e inescrupuloso, é outra pegada. Eu gostei bastante, principalmente pelas referencia direta da HQ a que me referi. Falando nas referencias...É aí que mora a qualidade do filme, pra quem é fã como eu, e ao mesmo tempo é o seu maior defeito ao lado do roteiro. Nos filmes da Marvel Studios (desculpem mas é inevitável comparar, são rivais históricos, mesmo gênero e tudo mais) se você pega um easter egg é legal, se não bola pra frente que o filme segue seu rumo do mesmo jeito, algo que por sinal a Disney está atualmente transpondo também em Star Wars, por exemplo. Aqui não, em BvS as referências originais SÃO o filme: se a pessoa não tiver o background da HQ O Cavaleiro das Trevas não vai entender aquele Bruce Wayne de meia idade neurótico e o Batman mais revoltado; não vai entender de porque aquela cena do Superman numa corte existir, uma clara homenagem ao Superman de Alex Ross; não vai entender as cenas de luta super coreografadas do Batman e nem aquela perseguição do Batmóvel, que são claras referências a série de jogos Batman Arkham. Eu sinceramente adorei essas cenas, porém se eu não tivesse pescado essas alusões eu acharia tudo isso aí viajado demais mesmo dentro do contexto e entenderia bulhufas do porque daquilo, o que com certeza muita gente deve ter achado. Zack Snyder sempre se declarou um fanboy dos quadrinhos e aqui pra mim ficou mais que evidente isso, só que isso acabou se tornando uma faca de dois gumes. Uma pena. Outra que a crítica teve que engolir foi a Gal Gadot como Diana e Mulher-Maravilha, foi subutilizada mas agora terá um filme só dela pra mostrar ainda mais pro que veio. Do elenco o Lex Luthor de Jesse Eisenberg é o mais polêmico, eu fico no time que gostou da proposta, mas admitindo que tem umas cenas bisonhas que o envolve, culpa mais do roteiro do que da sua atuação, julgo eu. Henry Cavill é ok, faz seu papel.
O principal defeito do filme todos já sabem. O roteiro é atropelado e sem liga. Acho que a culpa maior estaria na produção executiva que quis correr atrás da Marvel Studios a qualquer custo, colocando o carro na frente dos bois e com isso o roteiro foi sacrificado. Não achei a ideia do plot twist de todo mal, mas foi EXTREMAMENTE mal executado, um momento de vergonha alheia total. A Warner tem que ter calma se quiser que a sua DCEU tenha o mesmo sucesso da MCU. E, principalmente, não pode voltar atrás agora, tem que manter a pegada diferente de sua concorrente, se não vai saturar ainda mais um gênero já saturado e ainda perderá seu público mais fiel.
Se você é fã da DC e principalmente do Batman assista sem medo, vai por mim que esse filme é um baita fanservice do começo ao fim e não vejo problema algum nisso, pelo contrário é bem difícil agradar os fãs mais hardcore que sempre são os mais chatos. Mas caso não seja o caso assista por sua conta e risco, quem sabe até goste, não deixem a ~mídia~ cagar regra pro que você deve ou não gostar.
Série do ano. Jonathan Nolan, aliado dessa vez com sua esposa Lisa Joy, mostra sua genialidade em ter transformado um filme bem mais ou menos dos anos 70 nesse roteiro extremamente filosófico (bebe muito da fonte do Nietzsche) e denso, aonde o debate e a reflexão está no ser humano: sua consciência, emoções e o que realmente nos define (ou não) como humanos. O finale é um reflexo total da primeira temporada de Westworld: deleite total, sequer percebi que era mais longo do que o habitual (uma hora e meia de duração). Sem spoilers, mas é intrigante demais ver todos os mistérios e teorias sendo confirmados ou o oposto - um saudosismo do J.J.Abrams por Lost, talvez. Visualmente impecável seja no figurino, maquiagem e ambientação - tanto no parque (a parte faroeste) ou no futuro (a parte sci-fi propriamente dito). Dr. Robert Ford é o meu personagem favorito muito por causa dele: Anthony Hopkins. Quando a cena foca nele é impactante. Ele rouba a cena, como esperado. Porém Evan Rachel Wood (Dolores), Ed Harris (The Man in Black), Jimmi Simpson (William - subplot dele merece um foco especial, uma belíssima alegoria) e Jeffrey Wright (Bernard) merecem também um destaque especial. Ainda no elenco Rodrigo Santoro faz muito bem o seu papel como o "bandido dos faroestes", todavia seu personagem é subusado no contexto geral. Os covers do Ramin Djawadi na pegada western (espere por muito Radiohead) é o grande charme no aspecto sonoro. O cara é o responsável pela trilha de GoT então podem esperar que é de qualidade. É delicioso de ouvir, dica: tem no Spotify. Mais uma pitada de referências à cultura pop (de Show de Truman, Blade Runner a até Dragonball) e temos Westworld.
Devemos agradecer a HBO mais uma vez pelo massivo investimento nesta produção. Ficou claro, desde a campanha de marketing, que eles querem que Westworld substitua Game of Thrones como seu maior carro-chefe e esta temporada mostra que o potencial é enorme para que isso se concretize. A próxima temporada é só em 2018, está longe mas isso dá um tempo enorme para lapidarem ainda mais Westworld, além do que dá um holofote merecido pras outras séries da casa em 2017 como The Leftovers e True Detective.
Não a toa ganhou Emmy de melhor série dramática (e bota dramática nisso) internacional. Perfeito para quem tá na vibe de The Leftovers - outro que está no time dos " cults subestimados". Roteiro vai te deixar meio desgraçado da cabeça: é inevitável não ficar reflexivo sobre a morte e como lidamos com ela. E a trilha sonora da banda Mogwai, a qual conheci por causa da série, é um show a parte.
Já mostrou pro que veio no piloto, como bem disseram provavelmente a melhor estreia de uma série da HBO ao lado do The Leftovers. E tão confuso quanto esse, mas novamente é uma confusão que instiga. Sou um fã declarado dos irmãos Nolan e em Westworld o Jonathan poderá revelar todo o seu potencial não só como roteirista que já é muito conhecido mas também como diretor, a propósito: bem que o irmão Christopher poderia dirigir um episódio que fosse. Elenco hollywoodiano com direito a Rodrigo Santoro e Anthony Hopkins. A produção tem assinatura do J.J.Abrams e a trilha sonora é do Ramin Djawadi - o mesmo de Game of Thrones.
A HBO tá investindo MUITO nessa série e dito isso tudo é difícil dar errado, bem difícil.
Ambientação fantástica da época das Grandes Navegações e da Época Dourada da Pirataria. É verdade que no começo da série a história parece ser mais um de "caça ao tesouro", mas não se engane: a trama se desenrola pra um viés político-econômico bastante forte (normalmente esquecem dessa parte quando a temática é piratas devido ao estereótipo) que atinge seu auge nessa temporada. Eu senti uma inspiração de Game of Thrones na sanguinolência: sim, espere por personagens que você liga terem um final trágico. Ainda na parte de personagens o Capitão Flint tem tudo pra ficar no hall dos grandes anti-heróis da televisão.
Outros destaques positivos são o figurino, fotografia de época e as batalhas navais. Black Sails foi uma grata surpresa.
A cada nova temporada BoJack Horseman merece maior reconhecimento, mais hype. Aqui fica ainda mais óbvio que não se trata de uma animação de comédia e sim uma que tem "comédia", parece igual mas não é. Todas as temporadas começam despretensiosas mas na metade final terminam de uma maneira niilista, nessa temporada isso fica ainda mais nítido (se é que era possível): o plot twist é de partir o coração e a parte final é, provavelmente, o que mais faz o telespectador refletir sobre a vida. é extremamente poético. Definitivamente o cavalo mais humano da história, me sinto na pele do BoJack e com certeza é exatamente essa a intenção do roteiro.
Destaque para os monólogos no decorrer dos episódios e para o quarto episódio "Fish Out of Water": a criatividade do Raphael Bob-Waksberg foi LONGE e nós agradecemos. E olha que é apenas o quarto episódio da temporada...
Netflix não é só House of Cards e Stranger Things. Dê uma chance e assista Bojack Horseman
Agradeço a HBO ter renovado para a terceira e última temporada, merece e muito. A temporada como um todo tem um padrão elevadíssimo de qualidade, mas o Season Finale é um dos melhores da história televisiva, quem não se emocionar com esse roteiro não é humano. É denso, pesado, reflexivo, intrigante.
Merece todos os reconhecimentos e investimentos possíveis!
Essa série é um soco no estômago, carga emocional é gigante do piloto ao season finale. Roteiro deliciosamente confuso (o que, normalmente, é um revés), enigmático. Entretanto vale ressaltar que não é de fácil digestão devido a uma pegada mais lenta.
É o típico caso de ame ou odeie, eu fico com a primeira opção. Baita produção subestimada da HBO que, muito provavelmente, te deixará reflexivo por um belo período.
Os 10 episódios deveriam ter sido dirigidos pelo Zé Padilha, digo isso não só pelo fato de ser um grande admirador do trabalho dele mas também fica nítido a diferença do estilo de direção entre os episódios - não é algo imperceptível como BrBa, por exemplo. Além disso só eu achei que o roteiro ficou levemente tendencioso pro lado estadunidense? O que é surpreendente já que é uma produção do Padilha. A DEA e o governo deles está muito longe de ser o lado bom dessa história, na realidade é justamente o oposto. Bom, talvez tenha sido apenas uma impressão particular...Além disso ainda na parte roteirístico eu sinceramente não sei como farão pra prolongarem Narcos além da já confirmada segunda temporada, cronologicamente falando acho uma tarefa bem complicada, ficou um pouco "corrido".
Dito isso é mais uma série com o já famoso padrão de qualidade da Netflix. Não entendo a crítica em cima do Wagner Moura centrada no seu espanhol: pra um brasileiro fez um trabalho admirável sim em todos os aspectos, nesse incluso - ele fez um estudo e residiu em Medélin para tentar pegar o sotaque castelhano deles e ao meu ver mandou bem, inclusive sendo o destaque nas atuações, claro que ser o personagem principal ajuda, mas isso implica numa responsabilidade muito grande também. É o ator nacional mais polivalente da atualidade.
A abertura também é excelente, aliás é difícil falar de alguma série da Netflix que esse ponto não seja um destaque, de cabeça lembro de Bojack Horseman e Demolidor mas com certeza não se limita a esses exemplos somente.
A história do Pablo Escobar é digna de uma série desse calibre.
Não achei tão ruim e decepcionante quanto muitos falam, talvez porque um amigo meu ficou tão decepcionado que eu já estava preparado. Mas o Nic Pizzolatto se empolgou demais, é tudo muito excessivo para apenas oito episódios, lembro que fiquei animado quando anunciaram que seriam quatro personagens principais mas acabou sendo mais um defeito do que um trunfo ao meu ver - é tanto subplots (sério, é muito) que é bem fácil ficar perdido e até facilita um certo desinteresse pro núcleo roteirístico, que nessa franquia é sempre homicídio(s) misterioso que choca e mobiliza uma região geográfica específica. Na área da atuação o Colin Farrell carregou nas costas todos a temporada inteira, apesar que Vince Vaugh, conhecido só na área da comédia, me surpreendeu positivamente, bem que poderia investir mais na área dramática.
Eu sei que a história e os aspectos técnicos são diferentes da temporada anterior, mas porque essa birra com quem faz o paralelo entre essa temporada e aquela? Ainda é True Detective né? Inclusive o Matthew McConaughey e Woody Harrelson são ainda os produtores junto com o Nic. A primeira temporada foi uma das melhores coisas que já vi na televisão em todos os aspectos, dentro dos thrillers policiais então foi definitivamente o cume, foi A melhor produção da HBO nos últimos tempos (perdão aos fãs de GOT, apenas minha modesta opinião, além do que TD faz mais o meu gosto)...Levando tudo isso em consideração o peso era muito grande. Tentei muito separar as coisas mas pra mim vinha o saudosismo do Matthew e seu magistral Rusty, da direção espetacular do Fukunaga em todos os episódios, do roteiro que me deixava insone de tanto que prendia e até da Lousiana e seu sulismo norte-americano que, ao meu ver, é perfeito para o gênero proposto, principalmente pela fotografia.
No geral é Ok, nem muito bom nem muito ruim. Quer ver um drama policial que a qualidade realmente é lá em cima? Recomendaria a primeira temporada como primeira opção sempre, seguido do muito subestimado The Killing.
Eu já fiz todos os elogios possíveis de Mad Men por aqui, de verdade. O que eu digo é que o final honra tudo: atuações, fotografia, direção e o que mais você quiser que esteja relacionado com esse seriado. Você acha que o melhor monólogo da televisão é do Don quando ele fala de nostalgia no pitch da Kodak ainda na primeira temporada? Espere só quando um personagem totalmente aleatório e coadjuvante desabafar no derradeiro series finale, é no mínimo tocante e a identificação foi instantânea. A biografia de todos os personagens em Mad Men foi tão sofrida que foi revigorante um final positivista, terminar tudo isso com um comercial (afinal não nos esquecemos que o epicentro do roteiro é o retrato da publicidade na época) verídico e igualmente "pra cima" fechou de uma maneira esplêndida, ou seja, como disse no começo: honrou.
Obrigado Matthew Weiner, você, ao lado de Vince Gilligan, é um gênio que veio pra revolucionar a dramaturgia televisiva.
A maior viagem lisérgica , em todos os sentidos possíveis, foi ter visto esse filme. Isso é ruim? Não, ao contrário! Um roteiro ímpar que é ao mesmo tempo engraçado, dramático e filosófico: prepara-se pra introspecção e uma eventual crise existencialista depois de assisti-lo, entretanto achei que demorou um pouco pra "engrenar", só fiquei bem atento a ponto de querer entender tudo o que se passava na metade final.
Dentre as atuações a Cameron Diaz com certeza é o destaque, eu sinceramente sequer percebi que se tratava dela e só me liguei quando vi o nome nos créditos, com certeza é aqui que ela demonstra que tem talento pra valer.
Dito isso eu não o achei perfeito (ou quase isso, que seja) como muitos falam: o que eu disse do roteiro é uma grande faca de dois gumes, pois é tão insano e maluco que ficar perdido e se questionar quanto a sobriedade das pessoas envolvidas na produção do filme será normal, além do fato de que toda uma mistura de gêneros (uma hora é comédia, outra é romance dramática e num certo momento até ação) e subplots confunde ainda mais um roteiro com temáticas que por si só tem um poder de confusão grande. Eu achei essa maluquice toda legal e no fim refletindo é uma doideira que tem sim sentido, mas muitas outras pessoas podem já desistir do filme no meio e eu não culparia elas pra falar a verdade.
Mesmo levando isso em conta é sim um filme que pelo menos vale a pena dar uma chance, sua consciência vai ficar ao contrário, e falando nela: "Como é triste ser alguém. Você não sabe a sorte que tem de ser um macaco, pois consciência é uma maldição terrível. Eu penso, eu sinto, eu sofro”.
É engraçado como Bojack é um cavalo mas na realidade é um dos personagens mais humanos que se tem atualmente. A vida dele é uma montanha-russa emotiva, como a minha e a sua (quem nunca pensou naquele amor que nunca passou de verdade quando, assim como ele, parou pra pensar em quando você realmente estava feliz? E tentar correr atrás disso pra levar mais um golpe da vida?), repleto de altos e baixos. Essa característica já foi muito bem retratada na primeira temporada, mas aqui aumentam o espectro para os outros personagens: até os "Mr. Peanutbutter" tem seus momentos de fossa, decepção e introspecção, pode apostar. Aliás ele foi a maior evolução entre os personagens ao meu ver se for fazer um comparativo entre essa temporada e a anterior.
Eu disse isso antes mas é bom repetir: esse seriado te engana mas pelo lado bom, você vê os trailers e as divulgações e acha que é só uma resposta da Netflix para outras animações humorísticas muito bem sucedidas na TV como Simpsons, mas na verdade não é bem isso, sim tem humor mas é um inteligente, ácido e auto-crítico. Entretanto Bojack Horseman vai muito mais a fundo e não se contenta somente com esse lado humorístico.
"Fica mais fácil. Fica um pouco mais fácil a cada dia, mas você tem que correr todo dia. Essa é a parte difícil. Mas fica mais fácil."
Tanto hype pra ver um filme extremamente forçado. O romance do Bruce Banner com a Natasha: muito forçado e fora do contexto. A cena do Thor tomando consciência das gemas do infinito: forçado (em tempo: quem diz que é a melhor atuação do Chris Hemsworth não viu Rush). A morte do Mercúrio então? O cara é o Flash da Marvel e morre BALEADO? Então tá né...O Ultron é um vilão interessante mas não foi bem desenvolvido, pareceu que ele era só um misantropo maluco querendo causar e pronto. E os gêmeos pareciam que estavam "deslocados", principalmente pra quem manja a origem deles nos quadrinhos - eles estão ligados aos X-Men.
Pelo menos gostei do Gavião, deram bastante destaque nele dessa vez, entretanto achei que em certos momentos esse destaque foi até exagerado.
Preferi o primeiro, que é um filme blockbuster e tem consciência disso, bem "seção pipoca" e ponto final, não tem "draminhas", só as cenas de ação que achei que ficou melhor nesse filme, o que é pouco pro hype todo. Os bazingueiros vão adorar mesmo, como qualquer coisa que venha da Marvel. Não é a pior coisa que a Marvel já fez no cinema (alô Homem de Ferro 3), mas também não é a melhor.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraAssisti na época da minha adolescência, nem dei muita bola. Mas ontem eu revi e é simplesmente fantástico. O gênero cyberpunk no cinema nasceu praticamente aqui: Ridley Scott no seu auge (porra, não dá pra entender que é o mesmo cara que faz esses últimos filmes ruins dele), fotografia atmosférica, roteiro denso, questionador que ao meu ver não envelhece, pelo contrário só fica ainda mais atual com o passar do tempo. A trilha sonora sem querer criou um subgênero atual da música eletrônica, o synthwave, a qual sou um fã declarado, casa diretamente com a atmosfera.
Entendo quem ache sonolento, não é um filme de fácil digestão. Mas para mim é uma das grande obras-primas do cinema.
Liga da Justiça
3.3 2,5K Assista AgoraSe for pra resumir esse filme é uma concha de retalhos. Uma grande pena, eu como fã da DC Comics queria muito que o DCEU desse certo, eu comprei a ideia que o Zack Snyder tinha concebido pro universo, mas isso se perdeu. É um filme ok.
Castlevania (1ª Temporada)
4.1 575 Assista AgoraNão estava esperando muito mas acabou sendo uma adaptação muito boa do clássico Castlevania III, principalmente por dois pontos: o gore visceral e o respeito a cronologia dos jogos. Só uma pena terem feito só 4 episódios, coisa que espero que mude já na segunda temporada confirmada. Tomara que vingue e que, com isso, prossiga com os outros Castlevania's, se manterem essa pegada seria um prato cheio pros fãs.
Uma surpresa muito grata.
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraPelo que tanto falam bem desse Mad Max achei que ele superaria o 2 como o meu favorito, mas não foi o caso, por um motivo central: achei o roteiro bem furado, os motivos já falaram bastante aqui. Além do mais o Tom Hardy fez uma atuação muito sem sal, nem chega aos pés do Mel Gibson como Max, que, em tempo: se o nome do filme fosse Mad Furiosa faria mais sentido, tanto pela história quanto pela Carlize Theron. Max é o protagonista só no nome e no cartaz do filme, algo que já meio que sabia mas não esperava que era com essa intensidade.
Porém eu admito que a fotografia e as cenas de ação são insanamente boas. Só que pra mim acaba não compensando muito esses defeitos.
Não me levem a mal: não é um filme ruim, de maneira alguma. Só não achei TUUUUUDO isso e nem o melhor Mad Max. Se esquecendo do roteiro capenga vale pelas cenas de perseguição que são um show a parte.
Better Call Saul (3ª Temporada)
4.4 313É disparado a melhor temporada de Better Call Saul, atuações de tirar o chapéu do Michael McKean e Bob Odenkirk, a estreia de um personagem central em Breaking Bad, episódios que prendem a sua atenção (aqui uma observação especial pro episódio do julgamento, foi o único episódio jurídico da televisão que não achei chatíssimo, foi bem o oposto) e a sempre sutileza nos detalhes do Vince Glligan justificam isso. Temos um finale de cortar o coração, assim como Breaking Bad a gente se pega compadecido por personagens que não merecem isso.
Quanto mais o roteiro vai chegando do momento que Jimmy McGill é, em definitivo, Saul Goodman que conhecemos em BrBa, melhor a série vai ficando.
Better Call Saul ainda tem muita lenha pra queimar e espero que tanto a AMC quanto a Netflix saibam disso.
Batman: A Piada Mortal
3.3 495 Assista AgoraA Piada Mortal é meu HQ favorito de todos os tempos e quem leu sabe que, pra fazer um longa metragem, mudanças precisavam ser feitas. O problema é que desvirtuaram o foco do roteiro magistral que o Alan Moore originalmente fez, que era a relação do Batman com o Coringa e como eles são dois lados da mesma moeda chamada loucura: todo o primeiro ato é sobre a Batgirl e sua relação (incluindo aí amorosa, sendo que pra mim sempre foi algo mais fraternal do que carnal) com o Batman, essa parte não existe na HQ e não deveria existir aqui: é sonsa e o vilão mafioso é genérico. Mesmo quem não tem o background do quadrinho poderá perceber que essa parte tá aqui só pra encher a linguiça e mais nada, algo bem melhor poderia ser construído. São longos 30 minutos até realmente começar a adaptação da HQ. Eu também não fui muito fã do traço escolhido. As cenas icônicas mereciam mais destaque.
Mas sempre foi um sonho pessoal ver Kevin Conroy e Mark Hamill numa eventual adaptação da piada mortal e aqui se justifica o porque: são fenomenais, principalmente no famigerado final. Ainda nos pontos positivos temos uma adição de cenas de ação no circo de horrores que, ao meu ver, foram bem-vindas.
No final fica um negócio confuso pros fãs: esperava-se mais pois a DC tem uma fama fenomenal em filmes animados e pra aumentar ainda mais o peso estamos falando da Piada Mortal. Ao msmo tempo ainda sim é gratificante ver essa adaptação tão sonhada com o Conroy e Hamill finalmente sendo realizado, mesmo que a execução não tenha sido das melhores.
The Leftovers (3ª Temporada)
4.5 427 Assista AgoraFinal extremamente poético pra uma série extremamente poética. Damon Lindelof aqui se redime totalmente do finale polêmico de Lost, principalmente levando em consideração o número reduzido de episódios habituais. Agradeço a HBO por ter investido numa conclusão mesmo com a pouca audiência, a qual acho uma grande pena mas até entendo - não é pra um público muito abrangente, é um drama (e bota drama nisso) existencialista e filosófica ao extremo tocando em temas delicados como por exemplo o sentido da vida, a morte. Além de namorar com o sobrenatural, é do co-criador de Lost, afinal.
Agora com a conclusão dá pra bater o martelo: a alta aclamação da crítica dessa vez é justificável. The Leftovers é a série mais subestimada dos últimos tempos sem duvida alguma. Não dá pra recomendar o suficiente.
Eden
3.2 42 Assista AgoraDe início o filme tem um público alvo nicho do nicho: é pra quem ama música eletrônica, mais especificamente o gênero French House (ou French Touch, como preferir). Porém não é só isso. O considero um musical com a estética típica dos filmes franceses, aqui é a trilha sonora (e que trilha!) é quem conduz o roteiro e não o contrário.
Mostra essa cena cultural no seu auge. O personagem central, Paul (sim, não são os Daft Punk como parte da mídia especializada alardeou, eles aparecem em mais de um momento mas são coadjuvantes) é o típico jovem que numa Paris extremamente fértil e inspirado na revolução pioneira de Thomas e Guy-Man quer transformar a sua paixão no seu ganha pão: mostra a sua ascensão no underground e queda desse objetivo, seu hedonismo sem limites e as consequências desses atos. Quem já teve esse mesmo sonho vai se identificar muito.
Recomendadíssimo pra quem tem essa mesma paixão do Paul. Pros demais acho que será uma experiência meio monótona e, talvez, meio sem sal.
OBS: a semelhança dos atores com os Daft Punk jovens é de assustar. E pra quem manja da cena toda vai adorar as referências sutis a outros artistas importantes em determinadas cenas.
Deep Web
3.6 103O nome é péssimo, o foco não é a Deep Web e sim o livre mercado institucionalizado no Silk Road. Pra quem é libertário e/ou entusiasta de tecnologia é quase que obrigatório ver a história retratada de Dread Pirate Roberts que existiu, existe e ainda existirá quer queira o Estado ou não - Ross teve o culhão em desafiar o establishment e pagou muito caro por isso.
Independente da sua ideologia ainda acho interessante vê-lo pra mostrar como a Justiça e seus agentes muitas vezes funcionam. É provável que no fim você ficará indignado e assustado em como o Governo tem poder sobre nós e acho essa mesma indignação importante pra levantar o debate para o maior número de público possível.
The Americans (3ª Temporada)
4.4 65 Assista AgoraThe Americans vai te prendendo aos poucos, quando você percebe assistiu toda a temporada em dois dias. Uma série perfeita pra quem curte a temática da Guerra Fria; Pra quem curte política, economia, geopolítica, história (nessa temporada os holofotes estão na Guerra do Afeganistão); Pra quem sente falta de uma série de ação que lhe deixe vidrado e empolgado; Pra quem gosta de se emocionar com dramas familiares e pessoais (A relação do Philip com a Elizabeth é tocante e atinge seu ápice nessa temporada). The Americans é esse grande caldo de "tudo um pouco" que parece que não vai ficar bom mas lhe surpreende positivamente como poucas produções televisivas. Absolutamente todos os arcos do roteiro dos personagens coadjuvantes lhe deixam curioso para o que virá depois, um feito considerável. A última cena da temporada é um show a parte e sintetiza de uma forma sublime tudo isso em apenas uma única cena.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 5,0K Assista AgoraTô um ano atrasado então vai ter alerta de TEXTÃO. Simplesmente não entendi o hate todo. Tem seus defeitos, principalmente no roteiro, mas está longe de ser o pior filme do ano passado e até o de super heróis (Homem de Ferro 3 ainda briga com A Era de Ultron pra esse posto).
O filme esteticamente é MUITO bonito, principalmente nos sonhos do Bruce, nas montagem do Superman e nas lutas, aquilo é muito o estilo Zack Snyder de direção, ele fez a mesma coisa em Watchmen e a crítica amou, mas aqui é "exagerado", vai entender. Sim, é exagerado, mas é essa a intenção: é um filme aonde está a Tríndade (Superman, Batman e Mulher-Maravilha) da DC Comics com uma proposta bem diferente da Marvel, num tom mais maduro, sombrio e, porque não, megalomaníaco.
Até os críticos mais ferrenhos tem que admitir que o Ben Affleck foi uma grata surpresa: ele mandou muito bem como Bruce Wayne e Batman, deu pra ver que ele fez um belo estudo do personagem em sua versão da HQ O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight Returns) - clássico incontestável do Frank Miller. O lado detetive do personagem é sacrificado em nome de mostrar o lado mais visceral, sombrio, violento e inescrupuloso, é outra pegada. Eu gostei bastante, principalmente pelas referencia direta da HQ a que me referi.
Falando nas referencias...É aí que mora a qualidade do filme, pra quem é fã como eu, e ao mesmo tempo é o seu maior defeito ao lado do roteiro. Nos filmes da Marvel Studios (desculpem mas é inevitável comparar, são rivais históricos, mesmo gênero e tudo mais) se você pega um easter egg é legal, se não bola pra frente que o filme segue seu rumo do mesmo jeito, algo que por sinal a Disney está atualmente transpondo também em Star Wars, por exemplo. Aqui não, em BvS as referências originais SÃO o filme: se a pessoa não tiver o background da HQ O Cavaleiro das Trevas não vai entender aquele Bruce Wayne de meia idade neurótico e o Batman mais revoltado; não vai entender de porque aquela cena do Superman numa corte existir, uma clara homenagem ao Superman de Alex Ross; não vai entender as cenas de luta super coreografadas do Batman e nem aquela perseguição do Batmóvel, que são claras referências a série de jogos Batman Arkham. Eu sinceramente adorei essas cenas, porém se eu não tivesse pescado essas alusões eu acharia tudo isso aí viajado demais mesmo dentro do contexto e entenderia bulhufas do porque daquilo, o que com certeza muita gente deve ter achado. Zack Snyder sempre se declarou um fanboy dos quadrinhos e aqui pra mim ficou mais que evidente isso, só que isso acabou se tornando uma faca de dois gumes. Uma pena.
Outra que a crítica teve que engolir foi a Gal Gadot como Diana e Mulher-Maravilha, foi subutilizada mas agora terá um filme só dela pra mostrar ainda mais pro que veio. Do elenco o Lex Luthor de Jesse Eisenberg é o mais polêmico, eu fico no time que gostou da proposta, mas admitindo que tem umas cenas bisonhas que o envolve, culpa mais do roteiro do que da sua atuação, julgo eu. Henry Cavill é ok, faz seu papel.
O principal defeito do filme todos já sabem. O roteiro é atropelado e sem liga. Acho que a culpa maior estaria na produção executiva que quis correr atrás da Marvel Studios a qualquer custo, colocando o carro na frente dos bois e com isso o roteiro foi sacrificado. Não achei a ideia do plot twist de todo mal, mas foi EXTREMAMENTE mal executado, um momento de vergonha alheia total. A Warner tem que ter calma se quiser que a sua DCEU tenha o mesmo sucesso da MCU. E, principalmente, não pode voltar atrás agora, tem que manter a pegada diferente de sua concorrente, se não vai saturar ainda mais um gênero já saturado e ainda perderá seu público mais fiel.
Se você é fã da DC e principalmente do Batman assista sem medo, vai por mim que esse filme é um baita fanservice do começo ao fim e não vejo problema algum nisso, pelo contrário é bem difícil agradar os fãs mais hardcore que sempre são os mais chatos. Mas caso não seja o caso assista por sua conta e risco, quem sabe até goste, não deixem a ~mídia~ cagar regra pro que você deve ou não gostar.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KSérie do ano. Jonathan Nolan, aliado dessa vez com sua esposa Lisa Joy, mostra sua genialidade em ter transformado um filme bem mais ou menos dos anos 70 nesse roteiro extremamente filosófico (bebe muito da fonte do Nietzsche) e denso, aonde o debate e a reflexão está no ser humano: sua consciência, emoções e o que realmente nos define (ou não) como humanos.
O finale é um reflexo total da primeira temporada de Westworld: deleite total, sequer percebi que era mais longo do que o habitual (uma hora e meia de duração). Sem spoilers, mas é intrigante demais ver todos os mistérios e teorias sendo confirmados ou o oposto - um saudosismo do J.J.Abrams por Lost, talvez.
Visualmente impecável seja no figurino, maquiagem e ambientação - tanto no parque (a parte faroeste) ou no futuro (a parte sci-fi propriamente dito).
Dr. Robert Ford é o meu personagem favorito muito por causa dele: Anthony Hopkins. Quando a cena foca nele é impactante. Ele rouba a cena, como esperado. Porém Evan Rachel Wood (Dolores), Ed Harris (The Man in Black), Jimmi Simpson (William - subplot dele merece um foco especial, uma belíssima alegoria) e Jeffrey Wright (Bernard) merecem também um destaque especial. Ainda no elenco Rodrigo Santoro faz muito bem o seu papel como o "bandido dos faroestes", todavia seu personagem é subusado no contexto geral.
Os covers do Ramin Djawadi na pegada western (espere por muito Radiohead) é o grande charme no aspecto sonoro. O cara é o responsável pela trilha de GoT então podem esperar que é de qualidade. É delicioso de ouvir, dica: tem no Spotify.
Mais uma pitada de referências à cultura pop (de Show de Truman, Blade Runner a até Dragonball) e temos Westworld.
Devemos agradecer a HBO mais uma vez pelo massivo investimento nesta produção. Ficou claro, desde a campanha de marketing, que eles querem que Westworld substitua Game of Thrones como seu maior carro-chefe e esta temporada mostra que o potencial é enorme para que isso se concretize. A próxima temporada é só em 2018, está longe mas isso dá um tempo enorme para lapidarem ainda mais Westworld, além do que dá um holofote merecido pras outras séries da casa em 2017 como The Leftovers e True Detective.
"Estas alegrias violentas têm fins violentos."
Les Revenants: A Volta dos Mortos (1ª Temporada)
4.5 318Não a toa ganhou Emmy de melhor série dramática (e bota dramática nisso) internacional. Perfeito para quem tá na vibe de The Leftovers - outro que está no time dos " cults subestimados". Roteiro vai te deixar meio desgraçado da cabeça: é inevitável não ficar reflexivo sobre a morte e como lidamos com ela. E a trilha sonora da banda Mogwai, a qual conheci por causa da série, é um show a parte.
Assista se curte um drama forte.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KJá mostrou pro que veio no piloto, como bem disseram provavelmente a melhor estreia de uma série da HBO ao lado do The Leftovers. E tão confuso quanto esse, mas novamente é uma confusão que instiga.
Sou um fã declarado dos irmãos Nolan e em Westworld o Jonathan poderá revelar todo o seu potencial não só como roteirista que já é muito conhecido mas também como diretor, a propósito: bem que o irmão Christopher poderia dirigir um episódio que fosse. Elenco hollywoodiano com direito a Rodrigo Santoro e Anthony Hopkins. A produção tem assinatura do J.J.Abrams e a trilha sonora é do Ramin Djawadi - o mesmo de Game of Thrones.
A HBO tá investindo MUITO nessa série e dito isso tudo é difícil dar errado, bem difícil.
Black Sails (2ª Temporada)
4.5 92 Assista AgoraAmbientação fantástica da época das Grandes Navegações e da Época Dourada da Pirataria. É verdade que no começo da série a história parece ser mais um de "caça ao tesouro", mas não se engane: a trama se desenrola pra um viés político-econômico bastante forte (normalmente esquecem dessa parte quando a temática é piratas devido ao estereótipo) que atinge seu auge nessa temporada. Eu senti uma inspiração de Game of Thrones na sanguinolência: sim, espere por personagens que você liga terem um final trágico. Ainda na parte de personagens o Capitão Flint tem tudo pra ficar no hall dos grandes anti-heróis da televisão.
Outros destaques positivos são o figurino, fotografia de época e as batalhas navais. Black Sails foi uma grata surpresa.
BoJack Horseman (3ª Temporada)
4.6 266 Assista AgoraA cada nova temporada BoJack Horseman merece maior reconhecimento, mais hype. Aqui fica ainda mais óbvio que não se trata de uma animação de comédia e sim uma que tem "comédia", parece igual mas não é. Todas as temporadas começam despretensiosas mas na metade final terminam de uma maneira niilista, nessa temporada isso fica ainda mais nítido (se é que era possível): o plot twist é de partir o coração e a parte final é, provavelmente, o que mais faz o telespectador refletir sobre a vida. é extremamente poético. Definitivamente o cavalo mais humano da história, me sinto na pele do BoJack e com certeza é exatamente essa a intenção do roteiro.
Destaque para os monólogos no decorrer dos episódios e para o quarto episódio "Fish Out of Water": a criatividade do Raphael Bob-Waksberg foi LONGE e nós agradecemos. E olha que é apenas o quarto episódio da temporada...
Netflix não é só House of Cards e Stranger Things. Dê uma chance e assista Bojack Horseman
The Leftovers (2ª Temporada)
4.5 422 Assista AgoraAgradeço a HBO ter renovado para a terceira e última temporada, merece e muito. A temporada como um todo tem um padrão elevadíssimo de qualidade, mas o Season Finale é um dos melhores da história televisiva, quem não se emocionar com esse roteiro não é humano. É denso, pesado, reflexivo, intrigante.
Merece todos os reconhecimentos e investimentos possíveis!
The Leftovers (1ª Temporada)
4.2 583 Assista AgoraEssa série é um soco no estômago, carga emocional é gigante do piloto ao season finale. Roteiro deliciosamente confuso (o que, normalmente, é um revés), enigmático. Entretanto vale ressaltar que não é de fácil digestão devido a uma pegada mais lenta.
É o típico caso de ame ou odeie, eu fico com a primeira opção. Baita produção subestimada da HBO que, muito provavelmente, te deixará reflexivo por um belo período.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista AgoraOs 10 episódios deveriam ter sido dirigidos pelo Zé Padilha, digo isso não só pelo fato de ser um grande admirador do trabalho dele mas também fica nítido a diferença do estilo de direção entre os episódios - não é algo imperceptível como BrBa, por exemplo. Além disso só eu achei que o roteiro ficou levemente tendencioso pro lado estadunidense? O que é surpreendente já que é uma produção do Padilha. A DEA e o governo deles está muito longe de ser o lado bom dessa história, na realidade é justamente o oposto. Bom, talvez tenha sido apenas uma impressão particular...Além disso ainda na parte roteirístico eu sinceramente não sei como farão pra prolongarem Narcos além da já confirmada segunda temporada, cronologicamente falando acho uma tarefa bem complicada, ficou um pouco "corrido".
Dito isso é mais uma série com o já famoso padrão de qualidade da Netflix. Não entendo a crítica em cima do Wagner Moura centrada no seu espanhol: pra um brasileiro fez um trabalho admirável sim em todos os aspectos, nesse incluso - ele fez um estudo e residiu em Medélin para tentar pegar o sotaque castelhano deles e ao meu ver mandou bem, inclusive sendo o destaque nas atuações, claro que ser o personagem principal ajuda, mas isso implica numa responsabilidade muito grande também. É o ator nacional mais polivalente da atualidade.
A abertura também é excelente, aliás é difícil falar de alguma série da Netflix que esse ponto não seja um destaque, de cabeça lembro de Bojack Horseman e Demolidor mas com certeza não se limita a esses exemplos somente.
A história do Pablo Escobar é digna de uma série desse calibre.
True Detective (2ª Temporada)
3.6 772Não achei tão ruim e decepcionante quanto muitos falam, talvez porque um amigo meu ficou tão decepcionado que eu já estava preparado. Mas o Nic Pizzolatto se empolgou demais, é tudo muito excessivo para apenas oito episódios, lembro que fiquei animado quando anunciaram que seriam quatro personagens principais mas acabou sendo mais um defeito do que um trunfo ao meu ver - é tanto subplots (sério, é muito) que é bem fácil ficar perdido e até facilita um certo desinteresse pro núcleo roteirístico, que nessa franquia é sempre homicídio(s) misterioso que choca e mobiliza uma região geográfica específica. Na área da atuação o Colin Farrell carregou nas costas todos a temporada inteira, apesar que Vince Vaugh, conhecido só na área da comédia, me surpreendeu positivamente, bem que poderia investir mais na área dramática.
Eu sei que a história e os aspectos técnicos são diferentes da temporada anterior, mas porque essa birra com quem faz o paralelo entre essa temporada e aquela? Ainda é True Detective né? Inclusive o Matthew McConaughey e Woody Harrelson são ainda os produtores junto com o Nic. A primeira temporada foi uma das melhores coisas que já vi na televisão em todos os aspectos, dentro dos thrillers policiais então foi definitivamente o cume, foi A melhor produção da HBO nos últimos tempos (perdão aos fãs de GOT, apenas minha modesta opinião, além do que TD faz mais o meu gosto)...Levando tudo isso em consideração o peso era muito grande. Tentei muito separar as coisas mas pra mim vinha o saudosismo do Matthew e seu magistral Rusty, da direção espetacular do Fukunaga em todos os episódios, do roteiro que me deixava insone de tanto que prendia e até da Lousiana e seu sulismo norte-americano que, ao meu ver, é perfeito para o gênero proposto, principalmente pela fotografia.
No geral é Ok, nem muito bom nem muito ruim. Quer ver um drama policial que a qualidade realmente é lá em cima? Recomendaria a primeira temporada como primeira opção sempre, seguido do muito subestimado The Killing.
Mad Men (7ª Temporada)
4.6 387 Assista AgoraEu já fiz todos os elogios possíveis de Mad Men por aqui, de verdade. O que eu digo é que o final honra tudo: atuações, fotografia, direção e o que mais você quiser que esteja relacionado com esse seriado. Você acha que o melhor monólogo da televisão é do Don quando ele fala de nostalgia no pitch da Kodak ainda na primeira temporada? Espere só quando um personagem totalmente aleatório e coadjuvante desabafar no derradeiro series finale, é no mínimo tocante e a identificação foi instantânea. A biografia de todos os personagens em Mad Men foi tão sofrida que foi revigorante um final positivista, terminar tudo isso com um comercial (afinal não nos esquecemos que o epicentro do roteiro é o retrato da publicidade na época) verídico e igualmente "pra cima" fechou de uma maneira esplêndida, ou seja, como disse no começo: honrou.
Obrigado Matthew Weiner, você, ao lado de Vince Gilligan, é um gênio que veio pra revolucionar a dramaturgia televisiva.
"The best things in life are free".
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraA maior viagem lisérgica , em todos os sentidos possíveis, foi ter visto esse filme. Isso é ruim? Não, ao contrário! Um roteiro ímpar que é ao mesmo tempo engraçado, dramático e filosófico: prepara-se pra introspecção e uma eventual crise existencialista depois de assisti-lo, entretanto achei que demorou um pouco pra "engrenar", só fiquei bem atento a ponto de querer entender tudo o que se passava na metade final.
Dentre as atuações a Cameron Diaz com certeza é o destaque, eu sinceramente sequer percebi que se tratava dela e só me liguei quando vi o nome nos créditos, com certeza é aqui que ela demonstra que tem talento pra valer.
Dito isso eu não o achei perfeito (ou quase isso, que seja) como muitos falam: o que eu disse do roteiro é uma grande faca de dois gumes, pois é tão insano e maluco que ficar perdido e se questionar quanto a sobriedade das pessoas envolvidas na produção do filme será normal, além do fato de que toda uma mistura de gêneros (uma hora é comédia, outra é romance dramática e num certo momento até ação) e subplots confunde ainda mais um roteiro com temáticas que por si só tem um poder de confusão grande. Eu achei essa maluquice toda legal e no fim refletindo é uma doideira que tem sim sentido, mas muitas outras pessoas podem já desistir do filme no meio e eu não culparia elas pra falar a verdade.
Mesmo levando isso em conta é sim um filme que pelo menos vale a pena dar uma chance, sua consciência vai ficar ao contrário, e falando nela: "Como é triste ser alguém. Você não sabe a sorte que tem de ser um macaco, pois consciência é uma maldição terrível. Eu penso, eu sinto, eu sofro”.
BoJack Horseman (2ª Temporada)
4.4 173É engraçado como Bojack é um cavalo mas na realidade é um dos personagens mais humanos que se tem atualmente. A vida dele é uma montanha-russa emotiva, como a minha e a sua (quem nunca pensou naquele amor que nunca passou de verdade quando, assim como ele, parou pra pensar em quando você realmente estava feliz? E tentar correr atrás disso pra levar mais um golpe da vida?), repleto de altos e baixos. Essa característica já foi muito bem retratada na primeira temporada, mas aqui aumentam o espectro para os outros personagens: até os "Mr. Peanutbutter" tem seus momentos de fossa, decepção e introspecção, pode apostar. Aliás ele foi a maior evolução entre os personagens ao meu ver se for fazer um comparativo entre essa temporada e a anterior.
Eu disse isso antes mas é bom repetir: esse seriado te engana mas pelo lado bom, você vê os trailers e as divulgações e acha que é só uma resposta da Netflix para outras animações humorísticas muito bem sucedidas na TV como Simpsons, mas na verdade não é bem isso, sim tem humor mas é um inteligente, ácido e auto-crítico. Entretanto Bojack Horseman vai muito mais a fundo e não se contenta somente com esse lado humorístico.
"Fica mais fácil. Fica um pouco mais fácil a cada dia, mas você tem que correr todo dia. Essa é a parte difícil. Mas fica mais fácil."
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista AgoraTanto hype pra ver um filme extremamente forçado. O romance do Bruce Banner com a Natasha: muito forçado e fora do contexto. A cena do Thor tomando consciência das gemas do infinito: forçado (em tempo: quem diz que é a melhor atuação do Chris Hemsworth não viu Rush). A morte do Mercúrio então? O cara é o Flash da Marvel e morre BALEADO? Então tá né...O Ultron é um vilão interessante mas não foi bem desenvolvido, pareceu que ele era só um misantropo maluco querendo causar e pronto. E os gêmeos pareciam que estavam "deslocados", principalmente pra quem manja a origem deles nos quadrinhos - eles estão ligados aos X-Men.
Pelo menos gostei do Gavião, deram bastante destaque nele dessa vez, entretanto achei que em certos momentos esse destaque foi até exagerado.
Preferi o primeiro, que é um filme blockbuster e tem consciência disso, bem "seção pipoca" e ponto final, não tem "draminhas", só as cenas de ação que achei que ficou melhor nesse filme, o que é pouco pro hype todo. Os bazingueiros vão adorar mesmo, como qualquer coisa que venha da Marvel. Não é a pior coisa que a Marvel já fez no cinema (alô Homem de Ferro 3), mas também não é a melhor.