Filme bem chatinho. Tinha tudo para discutir sobre questões filosóficas e cristãs, ou mesmo discorrer sobre política e guerra, mas isso seria pura fantasia, afinal, como já dito pela Dada, não dá pra esperar muita coisa de um blockbuster que apela para as lutas com espadas e sangue - já que é justamente isso o que a plateia quer! Mais um produto da indústria hollywoodiana que tinha toda uma bela premissa a ser desenvolvida, mas preferiu ficar na superficialidade de um filme comum que apela para os efeitos visuais - que nem são tão bons.
Na verdade, Nelson, acho que vc vai se surpreender mesmo com a Emma Watson, assim como me surpreendi. Se em filmes anteriores ela fazia caras e bocas para expressar coisas tão simples, aqui ela dá um banho de interpretação, levando Hermione a um outro patamar (em termos de emotividade).
Li num jornal de ontem (se não me engano "O Globo", RJ) que o maior mérito dos realizadores da franquia Harry Potter tenha sido a permanência de David Yates como o diretor dos longas finais. Eu concordo em número e em grau - Yates fez um trabalho de mestre (pelo menos em "O Enigma do Príncipe" e este "As Relíquias da Morte"; "A Ordem da Fênix", ao contrário, não merece tanto destaque). O diretor, até então desconhecido, mostra uma maturidade que diretores bastante experientes as vezes não demonstram (vide o meu ídolo Spielberg, que ultimamente, como salienta muito bem a crítica de cinema, tem se tornado um covarde que se intimida a mostrar cenas violentas). Yates percebeu que os interlocutores dos filmes de Harry Potter, enfim, cresceram, bem como os personagens principais da trama. Sendo assim, não faz o menor sentido a já clássica e alegre trilha do mestre John Williams, bem como um Rony que serve a toda hora de alívio cômico para a história. Em HP7, tudo é sombra e penumbra, as trevas se expandem com a ascensão de Voldemort e seus seguidores. O filme é elevado a um tom trágico, de modo que o filme só é bem-sucedido (na verdade, o melhor dos sete até aqui) pois é corajoso - Yates faz questão de mostrar numa cena específica a temática da sexualidade, e em outros momentos não mede esforço para expôr sangue em sua narrativa, além de mostrar sequências de tortura e mortes deprimentes. Mas afinal, não é exatamente esse o contexto do novo filme: a ascensão de um ser que se considera todo-poderoso e elimina todos os adversários que se colocam à sua frente? Aliás, HP7 funciona muito bem como uma metáfora de regimes totalitários que figuraram no século anterior, e é interessante notar como os ingleses, como bem chamou a atenção o jornal "O Globo" de ontem, representam ideias como supressão da liberdade, autoritarismo, perseguição aos considerados inferiores em filmes que, antes de mais nada, têm o objetivo primeiro de divertir a plateia. Entretanto, não foi diversão que eu encontrei na sala de cinema ontem, mas um filme extremamente triste, lúgubre, que tirou lágrimas de todas os fãs da série em uma das cenas finais - recepção que eu já esperava ao ler o livro. Extremamente bem feito, HP7 é tecnicamente impecável - não só pelos efeitos visuais (só sei que Dobby e Monstro não são de verdade porque são figuras que não tramitam no real!), mas também pela direção de arte (com especial atenção à concepção do Ministério da Magia) e pela fotografia (que arrisco, será mais uma vez indicada ao Oscar). Em relação às atuações, quem me surpreendeu mesmo foi Emma Watson, a qual mostrou uma Hermione diferente da que conhecíamos, transformada pelo meio. Aliás, todos os atores e atrizes desse filme (a reunião do que se tem de melhor do elenco britânico, para muitos críticos), por mais que alguns tenham um papel relativamente pequeno, desempenham funções dramáticas admiráveis - eu cito ao menos dois exemplos, Helena Bonham Carter como Bellatrix e Jason Isaacs, como Lucius Malfoy (a interpretação de Isaacs é sutil demais; reparem na voz dele ao conversar com Voldemort, alternando entre a raiva e a submissão completa). Resumindo, HP7 tornou-se mais um dos meus filmes favoritos, digno realmente de palmas (o que aconteceu na sala de cinema onde estive). E é fantástico que pessoas das mais diversas idades separem duas horas e meia de seu dia para apreciar uma história tão bem contada - foi bem interessante perceber que alguns casais de velhinhos saíam de mãos dadas comentando o filme, além de outras pessoas ainda com os olhos vermelhos, resultado de um "final" triste que certamente comoverá muita gente. Já começa o adeus ao menino bruxo, algo semelhante ao "Senhor dos Anéis" quando de seu terceiro capítulo. Só temos de esperar agora até julho.
Triste ver como as pessoas não embasam suas opiniões, de forma que estas se tornam fracas e nada convincentes - ou mesmo desrespeitosas, pois não relevam a memória de um país que tanto sofreu com a Guerra ao definir que o massacre consistiu numa "tática de guerra, mais nada". Triste! Deixo como sugestão, meu caro Marcelo, os filmes Geração e Kanal. Assista a esses longas e depois nos diga o que acha sobre a perspectiva de Wajda sobre os nazistas.
Dei 3 estrelas e meia como minha avaliação do filme. Ainda assim, o filme tem sequências tão memoráveis que acabei marcando como favorito. Andrzej Wajda poderia ter acelerarado um pouco mais o ritmo da narrativa. De qualquer modo, Wajda continua sendo um dos melhores diretores engajados politicamente na produção de suas obras cinematográficas - e é interessante notar que ele já é um senhor de idade, com seus oitenta e tantos anos. Talvez seja por isso que Katyn não seja tão ágil como um Cinzas e Diamantes ou Geração, filmes da década de 50 realizados por um Wajda ainda jovem - e é de se notar também que são justamente esses primeiros filmes do jovem Wajda que consolidaram sua carreira e se transformaram em clássicos do Cinema polonês, quiçá do Cinema mundial. Filme muito bom, vale a pena ser conferido - desde que se tenha passado no Wikipedia para pesquisar sobre o massacre de Katyn, pois como já dito aqui, o filme não é muito contextualiazado, exigindo do espectador certa bagagem histórica.
Fraco e moralista para o espectador de hoje. É preciso assistir a esse filme tendo em vista o contexto cinematográfico clássico hollywoodiano, em que Anjos de Cara Suja surge como mais um exemplo de filme em que o protagonista é um meliante, um marginal, que se dá bem durante boa parte da trama, mas no final das contas acaba caindo em desgraça. Um filme moralista, sem dúvida, mais condizente com a época em que foi produzido.
Kanal é marcado como um dos meus filmes favoritos pela capacidade criativa de Andrzej Wajda em preencher sua narrativa com uma trama tão sombria quanto seus personagens. Um Cinema engajado ao qual tenho tido imenso prazer em assistir. Wajda mostra mais uma vez, e esse é apenas o terceiro filme dele que vejo, uma perspicácia técnica e um conhecimento profundo em termos de linguagem. E uma das coisas mais interessantes, neste filme em particular, é observar como o diretor consegue equilibrar narrativamente a racionalidade dos integrantes da Resistência polonesa ao avanço das tropas militares nazistas em Varsóvia durante a 2ª Guerra, e a entrega à loucura por esses soldados poloneses. Equilíbro muito estranho em Kanal, pois racionalidade e loucura neste filme são duas categorias que se mesclam o tempo todo, de modo que se analisássemos o filme pelo viés de uma psicologia das personagens, teríamos grandes dificuldades frente à complexidade concebida por Wajda e outros realizadores. O final é emblemático - silencioso, porém não poderia ser mais revelador do que é em relação ao ponto de vista dos realizadores. O objetivo do filme fica claro com a última sequência: por mais que os poloneses tenham caído em estado de loucura durante a guerra, a solidariedade continuou sendo uma constante em suas ações, elevada até mesmo sobre a morte. Tendo em vista o ano em que o filme foi lançado (1957), Polônia iria precisar de mais filmes que elevassem a moral de seus filhos, e Wajda estaria à disposição, engajado.
Objetivo do filme: colocar um espelho na frente da sociedade norte-americana. O que esse espelho vai refletir? Tento me colocar na pele de um estadunidense ao assistir a este longa, que se tornou um dos meus favoritos. Brilhantemente dirigido por Paul Haggis e com um elenco de primeira, Crash chama atenção por sua abordagem sobre como os americanos lidam com as diferenças étnicas (ou mesmo classistas) inerentes a sua sociedade. Um filme com tom obviamente pessimista, que não disfarça um minuto sequer o seu fim: apresentar os americanos aos americanos. Tal apresentação, imaginando-me como um concidadão da terra do Tio Sam, é desagradável durante quase toda a apresentação, exceto no terceiro ato, que é, à maneira cinematográfica hollywoodiana, redentor - o que não consiste numa crítica da minha parte, pois compreendo que a sociedade que produz o filme também o consome. O final é positivo, pois leva ao arrependimento, o que torna Crash um anestésico entre tantos outros provenientes do Cinema hollywoodiano pós-11 de setembro.
Danton - O Processo da Revolução é um exemplo marcante de como o filme pode ser relevado como fonte da história, como documento que diz muito sobre o contexto histórico-social no qual seus realizadores estão inseridos. E isso não é somente porque o filme se encaixa perfeitamente no que chamaríamos de gênero histórico. Não somente - afinal, toda a feitura do filme visa à concepção de uma época que remonta ao período do Terror, instaurado pela República Jacobina na França do final do século XVIII. A ideia da história dentro do filme, resumidamente (e o longa é bastante competente em representar os aspectos históricos concernentes à Revolução Francesa, com especial atenção à direção de arte e o figurino). No entanto, valores e questões ideológicas do presente (refiro-me à década de 80, época de seu lançamento), permeiam toda a trama. Andrzej Wajda consegue transpôr para a tela uma grande questão, concernente não somente à Revolução Francesa que representa, mas também à própria condição da Polônia (seu país de origem) como nação no interior da órbita soviética: em que medida a revolução traz liberdade? As duas categorias são recíprocas? Wajda dá uma resposta enfática e bastante negativa, na medida em que mostra o quanto a revolução destrói seus ideais e preceitos fundamentais (bem como seus propagadores e defensores, seus heróis). Resumindo, belíssimo filme, tanto do ponto de vista estético e dramático (Depardieu em um de seus papéis icônicos), quanto pelo viés ideológico, do qual o filme está cheio, consistindo numa imperceptível (pelo menos para nós, espectadores do século XXI) crítica à atuação soviética na Polônia.
Gostei. Típico filme que nos motiva a ir ao cinema apenas para sentí-lo, vibrarmos com a ação e os efeitos visuais (embora aqui não seja a baboseira que é um Transformers da vida). OBS.: Christian Bale está em todas! O cara gosta de trabalhar!
Só indo ao cinema pela segunda (ou terceira) vez para que o filme seja entendido em sua completude, eu acho. Nolan é fantástico, utiliza uma linguagem bastante diferente e esse filme, dos quatro que eu já vi do diretor, é o mais complexo (o que não significa melhor). O que é aquela sequência de montagem alternada, em que pessoas lutam numa lógica que esquece a gravidade? Uma das sequências mais criativas que eu já vi! A sensação que eu tenho é que Nolan quebrou muito a cabeça para chegar ao resultado mostrado na sala escura, ainda mais quando se leva em conta que além do cara dirigir, ele também produz e roteiriza (haja trabalho!) O que mais me chama atenção no diretor são suas incríveis capacidade e habilidade em contar uma boa história, além de trazer aos cinéfilos conceitos e temáticas para os quais poucos realizadores se atentaram. Toda vez que um filme de Nolan estiver em cartaz, podes crer que serei o primeiro da fila, e na pré-estreia!
Germinal é uma experiência cinematográfica única, quando o que está em questão é entender a mentalidade de um grupo social que anseia pela revolução. Filme belíssimo esteticamente (fotografia que deixa clara a diferença entre trabalhadores pobres e a burguesia rica, baseada no contraste em termos de iluminação - ambiente escuro nas minas vs. ambiente claro das mansões burguesas; música muito bem orquestrada e criativa etc). Um roteiro que prima pela abordagem dos trabalhadores de uma mina na França, e seu descontentamento em relação às precárias condições de vida, que têm na fome (o pão de cada dia é uma raridade) e na precariedade do trabalho (um velhinho, trabalhador antigo, chega a expelir uma substância negra ao tossir) seus expoentes máximos. Um filme que mostra as aspirações de trabalhadores que já não aceitam como algo natural que eles tenham que passar necessidades (as mais básicas), enquanto os ricos continuam a enriquecer. Mudanças de perspectivas estão no bojo desse processo (o personagem de Depardieu mostra claramente isso, de um trabalhador submisso ao patrão a um radical militante). Enfim, um longa-metragem que destaca uma pequena parte da história oitocentista europeia, que tem nos movimentos proletários certa carga simbólica e representativa.
Um filme realmente interessante. Separe mais ou menos três horas do seu dia para assistir a Reds, se você quer refletir sobre o contexto revolucionário russo no início do século passado e se vc pretender testemunhar as belas performances de Warren Beatty, Diane Keaton e Jack Nicholson - além, é claro, dos vários outros aspectos que enriquecem o filme, como a bela fotografia e o extenso roteiro (que, evidentemente, exigiu muita pesquisa histórica). Tornei-me fã de Warren Beatty que, além de protagonizar o longa, também dirige (o que lhe rendeu o Oscar em 1982) e assina o script. O ponto fraco, a meu ver, é a duração. Muito do início poderia ser cortado, e o foco poderia ser maior ainda na Rússia revolucionária - que passa a ser enquadrada a partir do segundo ato.
Filmaço! Acho que em termos de psicologia do personagem, este é o melhor trabalho de Tom Hanks (percebe-se o quanto o filme exige dele, tanto emocional como fisicamente - ele emagreceu, com certeza, alguns quilinhos). No entanto, a única cena que tira um pouco do brilho deste filme é justamente a parte final, quando acompanhamos através de um videotape a infância do advogado soropositivo - isso é um clichê hollywwodiano mais que ultrapassado, com o único intuito de nos fazer chorar. Enfim, um filme que merece ser visto.
Awake: A Vida Por Um Fio
3.5 736Racismo??
Arraste-me para o Inferno
2.8 2,8K Assista Agora"Tem sangue na minha boca!!"
rsrsrsrsrsrs...
As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista Agorastop motion??
A animação foi realizada com base em captura de movimentos, com a mesma tecnologia de Avatar!
O Livro de Eli
3.6 2,0K Assista AgoraAhh, as três estrelas e meia são por causa de Denzel Washington - ator que não vi ainda falhar.
O Livro de Eli
3.6 2,0K Assista AgoraFilme bem chatinho. Tinha tudo para discutir sobre questões filosóficas e cristãs, ou mesmo discorrer sobre política e guerra, mas isso seria pura fantasia, afinal, como já dito pela Dada, não dá pra esperar muita coisa de um blockbuster que apela para as lutas com espadas e sangue - já que é justamente isso o que a plateia quer! Mais um produto da indústria hollywoodiana que tinha toda uma bela premissa a ser desenvolvida, mas preferiu ficar na superficialidade de um filme comum que apela para os efeitos visuais - que nem são tão bons.
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraNa verdade, Nelson, acho que vc vai se surpreender mesmo com a Emma Watson, assim como me surpreendi. Se em filmes anteriores ela fazia caras e bocas para expressar coisas tão simples, aqui ela dá um banho de interpretação, levando Hermione a um outro patamar (em termos de emotividade).
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraNão, é minha opinião mesmo.
rsrsrs
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
4.2 3,1K Assista AgoraLi num jornal de ontem (se não me engano "O Globo", RJ) que o maior mérito dos realizadores da franquia Harry Potter tenha sido a permanência de David Yates como o diretor dos longas finais. Eu concordo em número e em grau - Yates fez um trabalho de mestre (pelo menos em "O Enigma do Príncipe" e este "As Relíquias da Morte"; "A Ordem da Fênix", ao contrário, não merece tanto destaque). O diretor, até então desconhecido, mostra uma maturidade que diretores bastante experientes as vezes não demonstram (vide o meu ídolo Spielberg, que ultimamente, como salienta muito bem a crítica de cinema, tem se tornado um covarde que se intimida a mostrar cenas violentas). Yates percebeu que os interlocutores dos filmes de Harry Potter, enfim, cresceram, bem como os personagens principais da trama. Sendo assim, não faz o menor sentido a já clássica e alegre trilha do mestre John Williams, bem como um Rony que serve a toda hora de alívio cômico para a história. Em HP7, tudo é sombra e penumbra, as trevas se expandem com a ascensão de Voldemort e seus seguidores. O filme é elevado a um tom trágico, de modo que o filme só é bem-sucedido (na verdade, o melhor dos sete até aqui) pois é corajoso - Yates faz questão de mostrar numa cena específica a temática da sexualidade, e em outros momentos não mede esforço para expôr sangue em sua narrativa, além de mostrar sequências de tortura e mortes deprimentes. Mas afinal, não é exatamente esse o contexto do novo filme: a ascensão de um ser que se considera todo-poderoso e elimina todos os adversários que se colocam à sua frente? Aliás, HP7 funciona muito bem como uma metáfora de regimes totalitários que figuraram no século anterior, e é interessante notar como os ingleses, como bem chamou a atenção o jornal "O Globo" de ontem, representam ideias como supressão da liberdade, autoritarismo, perseguição aos considerados inferiores em filmes que, antes de mais nada, têm o objetivo primeiro de divertir a plateia. Entretanto, não foi diversão que eu encontrei na sala de cinema ontem, mas um filme extremamente triste, lúgubre, que tirou lágrimas de todas os fãs da série em uma das cenas finais - recepção que eu já esperava ao ler o livro. Extremamente bem feito, HP7 é tecnicamente impecável - não só pelos efeitos visuais (só sei que Dobby e Monstro não são de verdade porque são figuras que não tramitam no real!), mas também pela direção de arte (com especial atenção à concepção do Ministério da Magia) e pela fotografia (que arrisco, será mais uma vez indicada ao Oscar). Em relação às atuações, quem me surpreendeu mesmo foi Emma Watson, a qual mostrou uma Hermione diferente da que conhecíamos, transformada pelo meio. Aliás, todos os atores e atrizes desse filme (a reunião do que se tem de melhor do elenco britânico, para muitos críticos), por mais que alguns tenham um papel relativamente pequeno, desempenham funções dramáticas admiráveis - eu cito ao menos dois exemplos, Helena Bonham Carter como Bellatrix e Jason Isaacs, como Lucius Malfoy (a interpretação de Isaacs é sutil demais; reparem na voz dele ao conversar com Voldemort, alternando entre a raiva e a submissão completa). Resumindo, HP7 tornou-se mais um dos meus filmes favoritos, digno realmente de palmas (o que aconteceu na sala de cinema onde estive). E é fantástico que pessoas das mais diversas idades separem duas horas e meia de seu dia para apreciar uma história tão bem contada - foi bem interessante perceber que alguns casais de velhinhos saíam de mãos dadas comentando o filme, além de outras pessoas ainda com os olhos vermelhos, resultado de um "final" triste que certamente comoverá muita gente. Já começa o adeus ao menino bruxo, algo semelhante ao "Senhor dos Anéis" quando de seu terceiro capítulo. Só temos de esperar agora até julho.
Katyn
3.8 103Triste ver como as pessoas não embasam suas opiniões, de forma que estas se tornam fracas e nada convincentes - ou mesmo desrespeitosas, pois não relevam a memória de um país que tanto sofreu com a Guerra ao definir que o massacre consistiu numa "tática de guerra, mais nada". Triste! Deixo como sugestão, meu caro Marcelo, os filmes Geração e Kanal. Assista a esses longas e depois nos diga o que acha sobre a perspectiva de Wajda sobre os nazistas.
Katyn
3.8 103Dei 3 estrelas e meia como minha avaliação do filme. Ainda assim, o filme tem sequências tão memoráveis que acabei marcando como favorito. Andrzej Wajda poderia ter acelerarado um pouco mais o ritmo da narrativa. De qualquer modo, Wajda continua sendo um dos melhores diretores engajados politicamente na produção de suas obras cinematográficas - e é interessante notar que ele já é um senhor de idade, com seus oitenta e tantos anos. Talvez seja por isso que Katyn não seja tão ágil como um Cinzas e Diamantes ou Geração, filmes da década de 50 realizados por um Wajda ainda jovem - e é de se notar também que são justamente esses primeiros filmes do jovem Wajda que consolidaram sua carreira e se transformaram em clássicos do Cinema polonês, quiçá do Cinema mundial. Filme muito bom, vale a pena ser conferido - desde que se tenha passado no Wikipedia para pesquisar sobre o massacre de Katyn, pois como já dito aqui, o filme não é muito contextualiazado, exigindo do espectador certa bagagem histórica.
Anjos de Cara Suja
4.0 53 Assista AgoraFraco e moralista para o espectador de hoje. É preciso assistir a esse filme tendo em vista o contexto cinematográfico clássico hollywoodiano, em que Anjos de Cara Suja surge como mais um exemplo de filme em que o protagonista é um meliante, um marginal, que se dá bem durante boa parte da trama, mas no final das contas acaba caindo em desgraça. Um filme moralista, sem dúvida, mais condizente com a época em que foi produzido.
Kanal
4.1 16 Assista AgoraKanal é marcado como um dos meus filmes favoritos pela capacidade criativa de Andrzej Wajda em preencher sua narrativa com uma trama tão sombria quanto seus personagens. Um Cinema engajado ao qual tenho tido imenso prazer em assistir. Wajda mostra mais uma vez, e esse é apenas o terceiro filme dele que vejo, uma perspicácia técnica e um conhecimento profundo em termos de linguagem. E uma das coisas mais interessantes, neste filme em particular, é observar como o diretor consegue equilibrar narrativamente a racionalidade dos integrantes da Resistência polonesa ao avanço das tropas militares nazistas em Varsóvia durante a 2ª Guerra, e a entrega à loucura por esses soldados poloneses. Equilíbro muito estranho em Kanal, pois racionalidade e loucura neste filme são duas categorias que se mesclam o tempo todo, de modo que se analisássemos o filme pelo viés de uma psicologia das personagens, teríamos grandes dificuldades frente à complexidade concebida por Wajda e outros realizadores. O final é emblemático - silencioso, porém não poderia ser mais revelador do que é em relação ao ponto de vista dos realizadores. O objetivo do filme fica claro com a última sequência: por mais que os poloneses tenham caído em estado de loucura durante a guerra, a solidariedade continuou sendo uma constante em suas ações, elevada até mesmo sobre a morte. Tendo em vista o ano em que o filme foi lançado (1957), Polônia iria precisar de mais filmes que elevassem a moral de seus filhos, e Wajda estaria à disposição, engajado.
Geração X
1.7 188Tenho vergonha de marcar este filme como "já vi".
Deprimente ver como a Marvel se virava no cinema antes de X-Men.
Crash: No Limite
3.9 1,2KObjetivo do filme: colocar um espelho na frente da sociedade norte-americana. O que esse espelho vai refletir? Tento me colocar na pele de um estadunidense ao assistir a este longa, que se tornou um dos meus favoritos. Brilhantemente dirigido por Paul Haggis e com um elenco de primeira, Crash chama atenção por sua abordagem sobre como os americanos lidam com as diferenças étnicas (ou mesmo classistas) inerentes a sua sociedade. Um filme com tom obviamente pessimista, que não disfarça um minuto sequer o seu fim: apresentar os americanos aos americanos. Tal apresentação, imaginando-me como um concidadão da terra do Tio Sam, é desagradável durante quase toda a apresentação, exceto no terceiro ato, que é, à maneira cinematográfica hollywoodiana, redentor - o que não consiste numa crítica da minha parte, pois compreendo que a sociedade que produz o filme também o consome. O final é positivo, pois leva ao arrependimento, o que torna Crash um anestésico entre tantos outros provenientes do Cinema hollywoodiano pós-11 de setembro.
Danton: O Processo da Revolução
3.8 73Danton - O Processo da Revolução é um exemplo marcante de como o filme pode ser relevado como fonte da história, como documento que diz muito sobre o contexto histórico-social no qual seus realizadores estão inseridos. E isso não é somente porque o filme se encaixa perfeitamente no que chamaríamos de gênero histórico. Não somente - afinal, toda a feitura do filme visa à concepção de uma época que remonta ao período do Terror, instaurado pela República Jacobina na França do final do século XVIII. A ideia da história dentro do filme, resumidamente (e o longa é bastante competente em representar os aspectos históricos concernentes à Revolução Francesa, com especial atenção à direção de arte e o figurino). No entanto, valores e questões ideológicas do presente (refiro-me à década de 80, época de seu lançamento), permeiam toda a trama. Andrzej Wajda consegue transpôr para a tela uma grande questão, concernente não somente à Revolução Francesa que representa, mas também à própria condição da Polônia (seu país de origem) como nação no interior da órbita soviética: em que medida a revolução traz liberdade? As duas categorias são recíprocas? Wajda dá uma resposta enfática e bastante negativa, na medida em que mostra o quanto a revolução destrói seus ideais e preceitos fundamentais (bem como seus propagadores e defensores, seus heróis). Resumindo, belíssimo filme, tanto do ponto de vista estético e dramático (Depardieu em um de seus papéis icônicos), quanto pelo viés ideológico, do qual o filme está cheio, consistindo numa imperceptível (pelo menos para nós, espectadores do século XXI) crítica à atuação soviética na Polônia.
Alma Perdida
2.6 594 Assista AgoraÉ interessante notar que o roteirista dos dois ótimos filmes do Batman, de Christopher Nolan, é também diretor desse filme horroroso! Lixo!
O Encouraçado Potemkin
4.2 343 Assista AgoraA montagem de Eisenstein é considerada um quebra de paradigma na linguagem cinematográfica. Vale a pena dar uma conferida!
O Exterminador do Futuro: A Salvação
3.3 769 Assista AgoraGostei. Típico filme que nos motiva a ir ao cinema apenas para sentí-lo, vibrarmos com a ação e os efeitos visuais (embora aqui não seja a baboseira que é um Transformers da vida). OBS.: Christian Bale está em todas! O cara gosta de trabalhar!
Estrada para Perdição
3.9 400Muito bom o filme, porém o final deixou a desejar - mal resolvido.
A Origem
4.4 5,9K Assista AgoraSó indo ao cinema pela segunda (ou terceira) vez para que o filme seja entendido em sua completude, eu acho. Nolan é fantástico, utiliza uma linguagem bastante diferente e esse filme, dos quatro que eu já vi do diretor, é o mais complexo (o que não significa melhor). O que é aquela sequência de montagem alternada, em que pessoas lutam numa lógica que esquece a gravidade? Uma das sequências mais criativas que eu já vi! A sensação que eu tenho é que Nolan quebrou muito a cabeça para chegar ao resultado mostrado na sala escura, ainda mais quando se leva em conta que além do cara dirigir, ele também produz e roteiriza (haja trabalho!) O que mais me chama atenção no diretor são suas incríveis capacidade e habilidade em contar uma boa história, além de trazer aos cinéfilos conceitos e temáticas para os quais poucos realizadores se atentaram. Toda vez que um filme de Nolan estiver em cartaz, podes crer que serei o primeiro da fila, e na pré-estreia!
Germinal
3.9 122Germinal é uma experiência cinematográfica única, quando o que está em questão é entender a mentalidade de um grupo social que anseia pela revolução. Filme belíssimo esteticamente (fotografia que deixa clara a diferença entre trabalhadores pobres e a burguesia rica, baseada no contraste em termos de iluminação - ambiente escuro nas minas vs. ambiente claro das mansões burguesas; música muito bem orquestrada e criativa etc). Um roteiro que prima pela abordagem dos trabalhadores de uma mina na França, e seu descontentamento em relação às precárias condições de vida, que têm na fome (o pão de cada dia é uma raridade) e na precariedade do trabalho (um velhinho, trabalhador antigo, chega a expelir uma substância negra ao tossir) seus expoentes máximos. Um filme que mostra as aspirações de trabalhadores que já não aceitam como algo natural que eles tenham que passar necessidades (as mais básicas), enquanto os ricos continuam a enriquecer. Mudanças de perspectivas estão no bojo desse processo (o personagem de Depardieu mostra claramente isso, de um trabalhador submisso ao patrão a um radical militante). Enfim, um longa-metragem que destaca uma pequena parte da história oitocentista europeia, que tem nos movimentos proletários certa carga simbólica e representativa.
Reds
3.9 77Um filme realmente interessante. Separe mais ou menos três horas do seu dia para assistir a Reds, se você quer refletir sobre o contexto revolucionário russo no início do século passado e se vc pretender testemunhar as belas performances de Warren Beatty, Diane Keaton e Jack Nicholson - além, é claro, dos vários outros aspectos que enriquecem o filme, como a bela fotografia e o extenso roteiro (que, evidentemente, exigiu muita pesquisa histórica). Tornei-me fã de Warren Beatty que, além de protagonizar o longa, também dirige (o que lhe rendeu o Oscar em 1982) e assina o script. O ponto fraco, a meu ver, é a duração. Muito do início poderia ser cortado, e o foco poderia ser maior ainda na Rússia revolucionária - que passa a ser enquadrada a partir do segundo ato.
Filadélfia
4.2 908 Assista AgoraFilmaço! Acho que em termos de psicologia do personagem, este é o melhor trabalho de Tom Hanks (percebe-se o quanto o filme exige dele, tanto emocional como fisicamente - ele emagreceu, com certeza, alguns quilinhos). No entanto, a única cena que tira um pouco do brilho deste filme é justamente a parte final, quando acompanhamos através de um videotape a infância do advogado soropositivo - isso é um clichê hollywwodiano mais que ultrapassado, com o único intuito de nos fazer chorar. Enfim, um filme que merece ser visto.
Harry Potter e o Enigma do Príncipe
4.0 1,7K Assista AgoraFotografia incomparável! Junto com O Prisioneiro de Azkaban, o melhor da série!