O único arco interessante dentro de todo o filme é o que gira em torno da greve. Em geral, todo o resto não convence, a começar pelas atuações, passando pela trilha sonora muito mal empregada até alcançar a monotonia de grande parte das cenas, apesar (ou mesmo por causa) da excessiva dramaticidade empregada. Contudo, o expoente negativo do filme é o menino, Huw, interpretado por uma criança sem a mínima expressividade. Mas bem, umas gotas de colírio nos olhos devem ser suficientes. Por outro lado, alguns enquadramentos são bem executados e há cenas muito bem montadas, a exemplo do final em retrospectiva. No mais, achei tudo frio, cru e carente de tratamento devido, e é por isso que odeio esta fase do cinema nos Estados Unidos e solidifico ainda mais a minha tese de que o Oscar só está aí para premiar o já estabelecido - e só premia o novo quando o velho já perdeu lugar em todos os outros espaços.
É evidente que o filme não pretende se apropriar de mais do que o título do trabalho do Griffith, galera, provavelmente para fazer o devido contraste e uma correção: o filme de Griffith não representa o verdadeiro nascimento de uma nação; este, sim. Quero muito ver!
Divertidíssimo e bastante reflexivo, além de ter uma trilha sonora lindíssima e um roteiro interessante; contudo, convenhamos: a execução da ideia possui um grande erro, que é a montagem das cenas, muito amadora. Mas é um filme sensacional ♥
Não sei bem explicar por que, mas amo muito esse filme ♥ Cada vez que assisto sinto uma coisa inexplicável em meu coração, e análise nenhuma, por mais superficial que fosse, eu poderia fazer nestas circunstâncias. Fantástico!
Em minha opinião, a pior temporada da série: excelente, mas muito abaixo das outras. Destaque para o Mr Neutron e a sketch da defesa (que quase me matou de tanto rir hauahauh)
Francis Ford Coppola é um filho da puta que sabe bem o que fazer quando o assunto é cinema. Direção excepcional, com destaque à montagem da cena da ópera, que é de tirar o fôlego por cada uma de suas pequenas partes (o que, aliás, me deixou com muita raiva - ninguém pode fazer algo tão bom assim, Jesus Cristo). Não vou nem me arriscar a fazer a análise que esse filme e a trilogia merecem porque não sou capaz, não estou no nível necessário para falar qualquer coisa de uma grandiosidade dessa. Sensacional!
Mais um filme do Woody Allen que, depois de Manhattan, Annie Hall, Meia-noite em Paris etc. entra para o hall de histórias ruins bem produzidas. Há pouca coisa a reclamar além do fato de que o longa, em seus diálogos e em seu enredo, foi feito para ser algo que não conseguiu: profundo. Se é para falar do melhor filme do Allen nesse século, eu, que não sou grande fã, com certeza já teria um pretendente: Meia-noite em Paris. Esse aqui passaria longe.
"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta: a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li. Ta."
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Não tecerei comentários acerca do inconveniente, indigesto e excelente romance de Nabokov, pois já o fiz na exposição do meu ponto de vista sobre o filme de Kubrick. Ao terminar de assistir à versão de Lyne, concluo o que já esperava: o renome do diretor de Laranja Mecânica e 2001, como sua infeliz e habitual insensibilidade no tratamento de alguns temas, aliada às expectativas dos estúdios, foi o grande responsável pela difusão da primeira adaptação cinematográfica de uma das obras mais significativas do século XX; também por esse motivo, eu acredito, se deu a excessiva romantização (em sentido amplíssimo) do relacionamento entre Humbert e Lolita. Contudo, fico feliz por, mais de três décadas depois, Adrian Lyne ter se dedicado a uma readaptação de Lolita. Trata-se de um trabalho de conversão sério, sensível e crítico. Retrato fiel do livro mesmo quanto aos pequenos detalhes, há traços que dele o distinguem e o qualificam não apenas como mera adaptação de algo já criado mas também como obra extremamente original, de que é exemplo mais expresso a montagem, em certa cena do filme, que cruza a batida dos pés de C. Q. e Dolly, indicativo do plano arquitetado pelos dois. O roteirista é Stephen Schiff, desconhecido para mim e muita gente; apesar disso, fez aqui um bom trabalho, criando um roteiro inteligente, lógico e redondo, muito mais do que o presente no filme de Kubrick, que é muito bom, mas deixa a desejar pelo superficial recurso aos elementos presentes no livro. Curiosamente, Nabokov foi um dos roteiristas dessa adaptação, ao lado do próprio Kubrick e de um outro rapaz. Os três foram capazes de destruir completamente a atmosfera do livro ao instituir absurdos, a exemplo de um sempre presente Quilty, em flagrante desarmonia com o clima investigativo que o cerca no texto do escritor russo. Ele mesmo, aliás, poderia ter uma presença ainda mais invisível, mas isso faria do Lolita de Adrian Lyne um filme facilmente classificável como uma das mais adequadas adaptações de livros no cinema já realizadas, e ninguém conseguiria lidar com esse "problema". Mesmo as cenas cortadas (procurem no YouTube, pois são relativas a cenas importantes que são vistas no livro) apenas potencializariam ainda mais a beleza da coerência desse filme. Ao contrário do que ocorre em Kubrick, temos atores em plena harmonia com os seus papéis, preservando toda a ambiguidade dos seus personagens. Jeremy Irons, Dominique Swain e Frank Langella nasceram para interpretar, respectivamente, Humbert, Dololita Haze e Quilty. Todas essas atuações merecem destaque se for considerado o filme em si mesmo; comparado a Kubrick, outra vez, contudo, essa é a Lolita que o público deveria conhecer. Sue Lyon parecia um pouco desconfortável com o papel tão bem vivido por Dominique Swain. A trilha sonora deixa a desejar, quesito em que o filme de 62 ganha despontadamente. Canções àquele tempo contemporâneas não me pareceram a melhor escolha para colocar o leitor na vibe do filme. Se pegassem o Nelson Reedle de "Lolita Ya Ya" para trabalhar aqui... Bem, isso seria fantástico! Temos Ennio Morricone, é verdade, mas o seu fundo musical não se destaca tanto, não passando de um fundo - espero mudar de ideia sobre o assunto pois sou apaixonado pelos trabalhos do cara. A montagem, acima mencionada, ficou LINDA, fantástica ,merecendo destaque a cena supracitada, sem desmerecer todas as outras glórias que podem ser verificadas em toda a extensão do filme - outro exemplo é a cena em que Humbert Humbert primeiro comparece à escola de Lola. A fotografia merece particular atenção pela técnica e pela ousadia... Se é tecnicamente difícil sensualizar da melhor forma no cinema, o que dizer da sensualização de uma adolescente? Lolita na grama, molhada, foi uma interessante jogada, provavelmente encabeçada pelo Adrian e o Howard Atherton, que já trabalhou como diretor de fotografia em dois outros filmes que se aproximam da sexualidade (Proposta Indencente - 1993 - e Atração Fatal - 1987). De toda forma, cabe lembrar a necessária cautela ao se apaixonar por uma história como essa. Não se deve transformar em amor a relação entre Dolores e Humbert. Disso nunca se tratou. Nesse filme, como no livro, H. H. apresenta uma tendência sociopata a se vitimizar de alguma forma. Entretanto, não se pode também negar a beleza da manifestação da sua insensibilidade ao chorar pela primeira vez ao encontrar a não-mais-Lolita-mas-agora-Richard F. Schiller e outros momentos que expressam claramente as suas demências. São cenas repugnantes que merecem atenção por terem sido bem executadas. Lolita é uma das melhores histórias que pude acompanhar, e espero lê-lo outras vezes. Mas é uma história cruel. E ser cruel... Fazer com que o leitor se sinta parte da própria trama por estar na cabeça de Humburg Humburg e, se muito descuidado, o defenda... Isso Nabokov mostrou saber trabalhar como ninguém. Obra prima!
Não mais me causa surpresa tanta especulação romântica acerca da relação entre Humbert Humbert (não somente mas também um pedófilo) e Lolita (uma garota cuja inocência é roubada). Stanley Kubrick faz um trabalho excelente enquanto diretor, apesar de algumas partes do filme merecerem alguns retoques para que se mantivesse mais fiel à obra de Vladimir Nabokov. A crise de Humbert Humbert após ter encontrado Mrs. Richard. F. Schiller é de grande beleza poética e importância para entrar no doentio jogo de Nabokov, em que o leitor se vê sensibilizado - leitor cruel! leitor cruel! - por um homem doente porque lhe parece simplesmente fascinante. Sim, Humbert Humbert é um personagem fascinante! Não se pode negar o quanto a sua loucura é atraente à mente, principalmente quando o observador é alguém fortemente interessado em personagens trágicos e incomuns. Alie-se isso tudo à sua falta de credibilidade enquanto narrador que também é personagem, então... Uma perfeita figura popular! Um deleite para os fãs da controvérsia. Entretanto, Kubrick não dá atenção a esse fator, completamente deixado de lado. Ao encontro entre Lol... Mrs. Richard F. Schiller e Humbert se segue a injustificada e emocionalmente súbita morte de C. Q.. Outro ponto importante que Kubrick deixou de lado e que é essencial à transmissão das sensações provocadas pelo livro (tento não cair no velho "o livro é melhor..."; não falo aqui de profundidade, mas de abordagens. O esquema anterior não custaria mais que dez minutos adicionais) é o secundarismo de C. Q.. Em várias cenas envolvendo C. Q. fica clara a diferença entre o que é mero surto psicótico e o que é a realidade. Seria mais interessante deixar ao espectador a função de investigar as cenas e chegar a uma conclusão. Entretanto, isso também não foi trazido por Kubrick, que preferiu uma aproximação mais simplista e clichê, infelizmente. Com isso, porém, encerro as minhas críticas e atinjo o ponto de equilíbrio desta pretensa extensiva análise: agora, menciono os créditos do diretor. O mestre responsável pela direção de Lolita é um dos meus diretores preferidos. É dotado de muito talento e comanda como ninguém as filmagens, que saem sempre impecáveis se observadas em si mesmas. Os enquadramentos são muito bem realizados e a trilha sonora... Ah, a trilha sonora! Composta por Nelson Riddle (o mesmo carinha da trilha clássica do Batman - nanananananananana), destacam-se "Lolita Ya Ya" e a canção temática do filme. Peter Sellers está EXPEPCIONAL - como sempre! - e James Mason faz um Humbert bem diferente dos livros... Apesar disso, cria uma versão diferente e igualmente interessante do personagem. Sue Lyon, em minha opinião, é só bonitinha. Executou bem o seu papel, mas nada que me permita dizer que ela fez algo extraordinário. Sobre ela e seu envelhecimento, zero para a equipe de maquiagem. Não sabia disso, mas uns erros de continuidade podem ser percebidos. O negócio agora é dar atenção à versão de 97, de Adrian Lyne, que parece ter feito uma abordagem tecnicamente menos eficiente do que a de Kubrick mas muito mais contundente e harmônica com o que visto nos livros se comparada com a produção do diretor.
Reprisando o esquema de outro comentário: Ep 17 - horrível Ep 18 - muito bom Ep 19 - maçante Muitos fillers de Supernatural são interessantes. Esse não foi um deles, nem de longe, e preferiria não tê-lo assistido. O plot é irritante, o monstro é irritante, Sam e Dean estão irritantes e os coadjuvantes são irritantes. A ideia de colocar um casal gay foi muito boa e parecia demonstrar alguma consciência política na série (que foi miseravelmente representada em alguns outros excepcionalíssimos episódios)... até que, no final, em que em condições usuais - envolvendo um casal hétero -, rolaria um apaixonado beijo, o casal decidiu agir na brotheragem... Afinal, homem até que pode ser gay, mas tem que agir manly. Esse detalhe acabou destituindo o episódio daquilo que seria o seu único traço proveitoso: a ousadia em abordar com a devida e cabida naturalidade a diversidade sexual. Supernatural deveria ter dez episódios por temporada.
Eu assistindo ao último episódio dessa merda: Omfg todo mundo morre pqp nao pera olha ele nao mds morreu tb vsffffff ta talvez o grandao nao ele é de boas e PUTA Q ME PARIU Q CARALHO mas ok o filho talvez seja de boas olha ta deixando até ele escolher com qm vai lutar quem sabe agora nao vai olha musica de batalha ele ta se preparando pra lutar acho q ele vai conseguir fugir dessa e dar inicio a uma nova trama se n for apunhalado pel AH MANO VAI SE FUDERRRRRRRRRRR
A primeira temporada de Vinyl não é completamente imaculada, pois pecou em alguns aspectos, mas a sensação que deixa a quem termina de assisti-la é a de volta a um estado de vazio existencial que antes era sentido ao terminar de ouvir um daqueles álbuns de bandas velhas que todos amamos ouvir e que, agora, com o resgate cultural e histórico promovido e realizado por Jagger e Scorsese, é reforçado pelo fato de que dez episódios passaram rápido demais e de que, infelizmente, o tempo não volta. É claro, veremos Richie, Devon, Kip, os Nasty Bits, a Alibi etc. em algum tempo, mas nada será capaz de criar em nós a sensação de acompanhar o nascimento de uma série tão bem produzida e tão primorosa em aspectos tão diversos: reitero o que disse em comentários anteriores, pois, da direção ao roteiro e deste à trilha sonora, passando pela montagem, por algumas atuações e outros tantos elementos que figuram em segundo plano, tudo funciona muito bem, apesar das falhas extremamente pontuais. Acompanhei com muito entusiasmo o surgimento de Richie Finestra, e posso assegurar-vos que com a mesma idolatria com que segui grande parte dos meus ídolos (porque sou disso). Em Vinyl, a tragédia - representado pelos dramas pessoais e alterações no mundo exterior - e a comédia - representada pelo tom constantemente sarcástico dos personagens - se unem de forma grosseira e inesperada, recriando exatamente a atmosfera rock 'n' roll que, em minha opinião, desde sempre ultrapassou, para trás e para a frente, os limites da década de 70 e do próprio movimento punk. Bobby Cannavale deixa a desejar às vezes, mas a verdade é que conseguiu nos trazer um carisma meio maradonês, como bem disseram logo abaixo, sem o qual a série não andaria, e agora não vejo o cher et déraisonnable Richie interpretado por outra pessoa (oh, sr. w., que incomum!). Olivia Wilde, por outro lado... Arrisco-me a dizer, sem medo de errar, que foi a dona de uma das grandes interpretações da série, deixando para trás o intérprete do marido de Devon Finestra. Contudo, todo o elenco possui uma química excelente, e se pode dizer que nasceram para estar ali, imitando a arte imitando a vida imitando a arte, num ciclo infinitamente repetitivo que não cansa a nós, que gostamos muito de ces choses étranges. Para terminar, após a tão aguardada overdose (que precisava rolar, apesar de eu ter esperado que no corpo do Richie) e uma outra morte inesperada - vejam como o destino joga com a vida das pessoas -, registro a observação de Richie, cujo grau de abstração, se devidamente aumentado, possibilita a sua irradiação sobre a música como um todo: em toda geração, sempre haverá crianças transtornadas e fudidas querendo ouvir que não estão sozinhas. Bem, thanks to Vinyl, we're not that alone anymore. Just a little bit - a nasty little bit.
Após ter visto pela segunda vez, estou ainda mais certo do quanto Cidadão Kane faz mesmo juz a toda a glória e renome que possui. Talvez não seja, para uns, como muitos outros afirmam, a melhor obra fílmica do mundo, porque acho que classificar um filme como tal é um ato pessoal que exige a presença de um elemento extremamente subjetivo, que é a mais crua identificação entre quem vê e o que é visto. Para mim, acontece que Cidadão Kane era um dos meus filmes favoritos, e agora talvez tenha se tornado a melhor coisa que já passou pelo cinema estado-unidense e pela sua história no mundo. Tudo o que se vê não é visto em sua completude. Não seria Welles a dizer o significado de Rosebud, ninguém poderia fazê-lo e estar plenamente certo, pois a expressão pode ser entendida de várias formas, mesmo se tendo em alto relevo a obviedade exposta pelo filme: Rosebud é o nome do trenó do jovenzinho Kane. Entretanto, cabe uma reflexão quanto ao termo. De plano, vale notar que é em torno de Rosebud que o filme gira. Como um suspense investigativo (eu iria dizer policial, mas seria incabido), Cidadão Kane tenta guiar quem o assiste por uma estrada ao final da qual será encontrada a resposta para a pergunta "o que é Rosebud?". Entretanto, a resposta que damos parte sempre de nós e de nossas experiências. Rosebud é o trenó. Mas não é, claro, apenas um trenó. E me arrisco a dizer que não é somente um trenó e a infância perdida. Rosebud é, para mim, expressão do próprio sentimento de perda na vida de Charles Kane. É por isso que estou agora, depois de tê-lo visto pela segunda vez, tão apaixonado pela linearidade que às vezes parece não existir aqui. Mesmo a edição do começo do filme é retomada ao seu final, com os fades de cenas indo, ao começo, e vindo, ao final. Da mesma forma que acompanhamos a ascensão e a queda de um magnata da imprensa, acompanhamos a chegada e a ida de um sentimento que só é aflorado duas vezes: quando o filme começa e quando ele termina. A perda está no abandono, passa despercebida ou recalcada por boa parte do filme, mas é retomada ao final, quando Kane é novamente abandonado (e, sinto dizer, foi aqui que me senti mais identificado, tocado, atacado, até). Tudo o que Kane fazia, fazia por uma razão, é verdade, e essa razão era sempre a mesma: Charles Foster Kane. Ele não tenta impedir Suzan de ir embora por qualquer sentimento romântico e infinito que nutre por ela, mas pelo medo de ser abandonado. Ela nota isso, e ao notar, vai embora. Quantos de nós não nos sentimos assim? Bem, ele pode não ser um filho da puta, mas a dureza daquele momento, a forma como Charlie chora pela primeira vez no filme... É difícil de lidar, sabe? Enfim, eis porque julgo ser este um dos melhores filmes do mundo, além dos motivos abaixo. Orson Welles conjuga no filme os aspectos que são capazes de tornar a experiência de assistir a uma história inesquecível e, sem dúvidas, produtora de grande fascínio. A trama é muito bem desenvolvida, o roteiro fecha em si mesmo, são usados recursos dos mais variados para explicar os acontecimentos (desde flashbacks, recursos que estão além da quarta parede, até um documentário, empregado dentro do próprio filme e da história narrada, passando por referências entre o passado e o futuro convergindo no presente). A edição realizada é absurdamente impressionante: Welles se utiliza, enquanto diretor, de vários artifícios para criar no espectador as sensações necessárias ao aproveitamento da cena, transformando todo o longa em um grande suspense com começo, meio e fim bem delimitados. A trilha sonora cumpre com maestria o seu papel, tirando o fôlego nas cenas feitas para tirar o fôlego e servindo de aditivo sonoplástico às cenas que visualmente já provocariam certos incômodos mas, com o seu auxílio, tornam o espectador ainda mais atento. A continuidade das cenas é fantástica, não se podendo notar um erro sequer (a exemplo de uma das apresentações de Suzan, em que primeiro a vemos de frente, somos levados pela câmera à lâmpada logo acima, que pisca, após o que somos levados de volta para baixo, ao nível do palco, e nos defrontamos com o fato de que nossos sentidos foram traídos e de que Suzan nos deu as costas). Um clássico imperdível e de imenso valor cultural para a história do mundo que merece ser revisto infinitas vezes por toda uma vida.
E quem diria que uma das melhores (e talvez a melhor de todas!) representações do relacionamento abusivo entre o Coronel Parker e Elvis seria vista numa série de televisão produzida por duas figuras igualmente enigmáticas no ramo artístico a que pertencem? Apesar de Elvis ter sido tão bem incorporado quanto é possível e como foi visto em outras adaptações (sempre medianas, nunca alcançando um grau de esplendor que me faça lembrar de uma sequer que mereça menção nesse comentário), a forma como o seu empresário o tratava ficou mais do que bem retratada aqui, com direito às incursões, aos medos e a um trejeito não tão famoso do rei (Elvis não era só boquinha cortada para cima e sobrancelha). Em palco, os comentários sobre a sua atuação foram bem pertinentes, e, infelizmente, Parker permitiu que Elvis se tornasse quase um bobo da corte (rico, famoso, extremamente habilidoso, mas com um trabalho que poderia ser não excelente, mas impecável). É espantosa a quantidade de estímulos e símbolos visuais utilizados na série, e a forma como o 18 foi mostrado deixa em evidência a preocupação dos envolvidos em criar um enredo que se sustente e que dê ao espectador a possibilidade de refletir sobre o seu significado, sem prejuízo de uma conclusão clichê demais. A trilha sonora do episódio 7 deixou a desejar, errou feio, errou rude, e acho que, de toda a série, acho que foi o único episódio cujas canções não me causaram nenhum sentimento especial, o que é muito triste porque criei o costume de baixar três álbuns com uma música interessante cada que aparecia na série, o que acho que não vai acontecer. Surf City é uma canção de Brian Wilson e Jan Berry, e por isso soa muito como os meninos da praia que todos nós amamos. A fotografia é sempre interessante, e a equipe de edição arrasou totalmente na cena final do avião, sem falar que a última aparição do número 18 foi muito mais que bem trabalhada.
Bobby Cannavale deu um espetáculo de atuação nesse último episódio. Apesar de gostar muito do Richie, já estava mais do que na hora da Dev sair de cima do muro e tomar uma decisão. Não posso deixar de destacar a beleza de cada momento da série, em que o destino, a sorte e o amor se encontram para jogar dados constantemente. Cada evento é de tirar a respiração, e a crueza dos últimos acontecimentos... Olha, fiquei de coração apertado, muito provavelmente pelo Bowie ter aparecido (R.I.P.), o que por si só já me comoveu bastante, mas terem colocado a interpretação inteira de Life on Mars, e naqueles momentos, com toda a dor, com tudo desmoronando, com a vida de Richie Finestra indo embora das suas mãos... A seleção foi perfeita, pensem o que quiserem sobre ela! Gostaria muito de ter ouvido a versão do Bowie quando tocou Here Comes the Night, eu precisei daquilo, e a aparição do Buddy Holly... Meu Deus, a vinculação constante na série entre a ficção e a realidade é tão bem feita que você esquece que ele morreu quase vinte anos antes do momento em que AQUILO acontece. Cena mais que bem casada! Um ponto interessante é a relação mantida entre Richie e aquele rapaz (que eu não sei de onde saiu - se alguém souber, me explica, por favor), que muito se assemelha à relação entre um Dorian já quase absolutamente corrompido e um Henry que pretende corrompê-lo ainda mais. Foi muito legal a forma como o Kip encontrou o seu guitarrista e, apesar de mostrar que as bandas que conhecemos tiveram que ceder a vontades alheias, dá ainda mais relevo ao clima de "jogue com o destino", que é mesmo como a maioria de nós enxerga o rock n roll na década de 70. Se o título desse episódio, Cyclone, já permitia supor o twist absurdo que iria acontecer (mais uma vez o destino brinca com Richie - que, por suas próprias forças, se condena), o do próximo, The King and I, promete apresentar um cenário mais calmo, talvez deprimente, embalado pelas músicas do rei que mais amamos, Elvis (eu sei, é muito improvável, dadas as circunstâncias apresentadas pela série e o grande prejuízo à imagem do bom moço do Rei).
Quase um estudo fílmico do cotidiano manicomial, e uma forte base para a luta antimanicomial, sem dúvidas! Jack Nicholson não deixa a desejar em nada, mas nenhum dos atores deixam, nem mesmo os secundários, resultado da excelente direção do Millos Forman. Ótima fotografia e a banda sonora cabe perfeitamente em cada uma das cenas em que é usada... Gostei muito!
Ah, se o Emmy apreciasse a mixagem de som...!!! A HBO está fazendo um ótimo trabalho deixando milhões de órfãos de uma mãe que morreu antes mesmo de terem nascido na bad por não tê-la conhecido. É claro que todos estamos amando, afinal quem não gosta de uma bad? hahahaha Cá entre nós, acredito que Scorsese está sendo capaz de fazer aquele que tem muito potencial para ser um dos seus melhores trabalhos.
Hitchcock é verdadeiramente o mestre do suspense. Cada enquadramento, cada segundo do filme, especialmente da metade para a frente, quando surge o rumor do que teria ocorrido e ficamos presos ao enredo. MUITO BOM MESMO!
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraMuito ruim, muito estranho.
Como Era Verde Meu Vale
4.1 152 Assista AgoraO único arco interessante dentro de todo o filme é o que gira em torno da greve. Em geral, todo o resto não convence, a começar pelas atuações, passando pela trilha sonora muito mal empregada até alcançar a monotonia de grande parte das cenas, apesar (ou mesmo por causa) da excessiva dramaticidade empregada. Contudo, o expoente negativo do filme é o menino, Huw, interpretado por uma criança sem a mínima expressividade. Mas bem, umas gotas de colírio nos olhos devem ser suficientes.
Por outro lado, alguns enquadramentos são bem executados e há cenas muito bem montadas, a exemplo do final em retrospectiva.
No mais, achei tudo frio, cru e carente de tratamento devido, e é por isso que odeio esta fase do cinema nos Estados Unidos e solidifico ainda mais a minha tese de que o Oscar só está aí para premiar o já estabelecido - e só premia o novo quando o velho já perdeu lugar em todos os outros espaços.
O Nascimento de Uma Nação
3.6 149É evidente que o filme não pretende se apropriar de mais do que o título do trabalho do Griffith, galera, provavelmente para fazer o devido contraste e uma correção: o filme de Griffith não representa o verdadeiro nascimento de uma nação; este, sim.
Quero muito ver!
Os Deuses Devem Estar Loucos
3.8 299Divertidíssimo e bastante reflexivo, além de ter uma trilha sonora lindíssima e um roteiro interessante; contudo, convenhamos: a execução da ideia possui um grande erro, que é a montagem das cenas, muito amadora.
Mas é um filme sensacional ♥
O Show de Truman
4.2 2,6K Assista AgoraNão sei bem explicar por que, mas amo muito esse filme ♥ Cada vez que assisto sinto uma coisa inexplicável em meu coração, e análise nenhuma, por mais superficial que fosse, eu poderia fazer nestas circunstâncias.
Fantástico!
Monty Python's Flying Circus (4ª Temporada)
4.3 11Em minha opinião, a pior temporada da série: excelente, mas muito abaixo das outras.
Destaque para o Mr Neutron e a sketch da defesa (que quase me matou de tanto rir hauahauh)
O Poderoso Chefão: Parte III
4.2 1,1K Assista AgoraFrancis Ford Coppola é um filho da puta que sabe bem o que fazer quando o assunto é cinema. Direção excepcional, com destaque à montagem da cena da ópera, que é de tirar o fôlego por cada uma de suas pequenas partes (o que, aliás, me deixou com muita raiva - ninguém pode fazer algo tão bom assim, Jesus Cristo). Não vou nem me arriscar a fazer a análise que esse filme e a trilogia merecem porque não sou capaz, não estou no nível necessário para falar qualquer coisa de uma grandiosidade dessa.
Sensacional!
Café Society
3.3 530 Assista AgoraMais um filme do Woody Allen que, depois de Manhattan, Annie Hall, Meia-noite em Paris etc. entra para o hall de histórias ruins bem produzidas. Há pouca coisa a reclamar além do fato de que o longa, em seus diálogos e em seu enredo, foi feito para ser algo que não conseguiu: profundo.
Se é para falar do melhor filme do Allen nesse século, eu, que não sou grande fã, com certeza já teria um pretendente: Meia-noite em Paris. Esse aqui passaria longe.
Lolita
3.7 823 Assista Agora"Lolita, luz da minha vida, fogo da minha virilidade. Meu pecado, minha alma. Lo-li-ta:
a ponta da língua faz uma viagem de três passos pelo céu da boca abaixo e, no terceiro, bate nos dentes. Lo. Li. Ta."
-
Não tecerei comentários acerca do inconveniente, indigesto e excelente romance de Nabokov, pois já o fiz na exposição do meu ponto de vista sobre o filme de Kubrick. Ao terminar de assistir à versão de Lyne, concluo o que já esperava: o renome do diretor de Laranja Mecânica e 2001, como sua infeliz e habitual insensibilidade no tratamento de alguns temas, aliada às expectativas dos estúdios, foi o grande responsável pela difusão da primeira adaptação cinematográfica de uma das obras mais significativas do século XX; também por esse motivo, eu acredito, se deu a excessiva romantização (em sentido amplíssimo) do relacionamento entre Humbert e Lolita.
Contudo, fico feliz por, mais de três décadas depois, Adrian Lyne ter se dedicado a uma readaptação de Lolita. Trata-se de um trabalho de conversão sério, sensível e crítico. Retrato fiel do livro mesmo quanto aos pequenos detalhes, há traços que dele o distinguem e o qualificam não apenas como mera adaptação de algo já criado mas também como obra extremamente original, de que é exemplo mais expresso a montagem, em certa cena do filme, que cruza a batida dos pés de C. Q. e Dolly, indicativo do plano arquitetado pelos dois.
O roteirista é Stephen Schiff, desconhecido para mim e muita gente; apesar disso, fez aqui um bom trabalho, criando um roteiro inteligente, lógico e redondo, muito mais do que o presente no filme de Kubrick, que é muito bom, mas deixa a desejar pelo superficial recurso aos elementos presentes no livro. Curiosamente, Nabokov foi um dos roteiristas dessa adaptação, ao lado do próprio Kubrick e de um outro rapaz. Os três foram capazes de destruir completamente a atmosfera do livro ao instituir absurdos, a exemplo de um sempre presente Quilty, em flagrante desarmonia com o clima investigativo que o cerca no texto do escritor russo. Ele mesmo, aliás, poderia ter uma presença ainda mais invisível, mas isso faria do Lolita de Adrian Lyne um filme facilmente classificável como uma das mais adequadas adaptações de livros no cinema já realizadas, e ninguém conseguiria lidar com esse "problema". Mesmo as cenas cortadas (procurem no YouTube, pois são relativas a cenas importantes que são vistas no livro) apenas potencializariam ainda mais a beleza da coerência desse filme.
Ao contrário do que ocorre em Kubrick, temos atores em plena harmonia com os seus papéis, preservando toda a ambiguidade dos seus personagens. Jeremy Irons, Dominique Swain e Frank Langella nasceram para interpretar, respectivamente, Humbert, Dololita Haze e Quilty. Todas essas atuações merecem destaque se for considerado o filme em si mesmo; comparado a Kubrick, outra vez, contudo, essa é a Lolita que o público deveria conhecer. Sue Lyon parecia um pouco desconfortável com o papel tão bem vivido por Dominique Swain.
A trilha sonora deixa a desejar, quesito em que o filme de 62 ganha despontadamente. Canções àquele tempo contemporâneas não me pareceram a melhor escolha para colocar o leitor na vibe do filme. Se pegassem o Nelson Reedle de "Lolita Ya Ya" para trabalhar aqui... Bem, isso seria fantástico! Temos Ennio Morricone, é verdade, mas o seu fundo musical não se destaca tanto, não passando de um fundo - espero mudar de ideia sobre o assunto pois sou apaixonado pelos trabalhos do cara.
A montagem, acima mencionada, ficou LINDA, fantástica ,merecendo destaque a cena supracitada, sem desmerecer todas as outras glórias que podem ser verificadas em toda a extensão do filme - outro exemplo é a cena em que Humbert Humbert primeiro comparece à escola de Lola.
A fotografia merece particular atenção pela técnica e pela ousadia... Se é tecnicamente difícil sensualizar da melhor forma no cinema, o que dizer da sensualização de uma adolescente? Lolita na grama, molhada, foi uma interessante jogada, provavelmente encabeçada pelo Adrian e o Howard Atherton, que já trabalhou como diretor de fotografia em dois outros filmes que se aproximam da sexualidade (Proposta Indencente - 1993 - e Atração Fatal - 1987).
De toda forma, cabe lembrar a necessária cautela ao se apaixonar por uma história como essa. Não se deve transformar em amor a relação entre Dolores e Humbert. Disso nunca se tratou. Nesse filme, como no livro, H. H. apresenta uma tendência sociopata a se vitimizar de alguma forma. Entretanto, não se pode também negar a beleza da manifestação da sua insensibilidade ao chorar pela primeira vez ao encontrar a não-mais-Lolita-mas-agora-Richard F. Schiller e outros momentos que expressam claramente as suas demências. São cenas repugnantes que merecem atenção por terem sido bem executadas. Lolita é uma das melhores histórias que pude acompanhar, e espero lê-lo outras vezes. Mas é uma história cruel. E ser cruel... Fazer com que o leitor se sinta parte da própria trama por estar na cabeça de Humburg Humburg e, se muito descuidado, o defenda... Isso Nabokov mostrou saber trabalhar como ninguém.
Obra prima!
Lolita
3.7 632 Assista AgoraNão mais me causa surpresa tanta especulação romântica acerca da relação entre Humbert Humbert (não somente mas também um pedófilo) e Lolita (uma garota cuja inocência é roubada). Stanley Kubrick faz um trabalho excelente enquanto diretor, apesar de algumas partes do filme merecerem alguns retoques para que se mantivesse mais fiel à obra de Vladimir Nabokov.
A crise de Humbert Humbert após ter encontrado Mrs. Richard. F. Schiller é de grande beleza poética e importância para entrar no doentio jogo de Nabokov, em que o leitor se vê sensibilizado - leitor cruel! leitor cruel! - por um homem doente porque lhe parece simplesmente fascinante.
Sim, Humbert Humbert é um personagem fascinante! Não se pode negar o quanto a sua loucura é atraente à mente, principalmente quando o observador é alguém fortemente interessado em personagens trágicos e incomuns. Alie-se isso tudo à sua falta de credibilidade enquanto narrador que também é personagem, então... Uma perfeita figura popular! Um deleite para os fãs da controvérsia.
Entretanto, Kubrick não dá atenção a esse fator, completamente deixado de lado. Ao encontro entre Lol... Mrs. Richard F. Schiller e Humbert se segue a injustificada e emocionalmente súbita morte de C. Q..
Outro ponto importante que Kubrick deixou de lado e que é essencial à transmissão das sensações provocadas pelo livro (tento não cair no velho "o livro é melhor..."; não falo aqui de profundidade, mas de abordagens. O esquema anterior não custaria mais que dez minutos adicionais) é o secundarismo de C. Q.. Em várias cenas envolvendo C. Q. fica clara a diferença entre o que é mero surto psicótico e o que é a realidade. Seria mais interessante deixar ao espectador a função de investigar as cenas e chegar a uma conclusão. Entretanto, isso também não foi trazido por Kubrick, que preferiu uma aproximação mais simplista e clichê, infelizmente.
Com isso, porém, encerro as minhas críticas e atinjo o ponto de equilíbrio desta pretensa extensiva análise: agora, menciono os créditos do diretor.
O mestre responsável pela direção de Lolita é um dos meus diretores preferidos. É dotado de muito talento e comanda como ninguém as filmagens, que saem sempre impecáveis se observadas em si mesmas. Os enquadramentos são muito bem realizados e a trilha sonora... Ah, a trilha sonora! Composta por Nelson Riddle (o mesmo carinha da trilha clássica do Batman - nanananananananana), destacam-se "Lolita Ya Ya" e a canção temática do filme. Peter Sellers está EXPEPCIONAL - como sempre! - e James Mason faz um Humbert bem diferente dos livros... Apesar disso, cria uma versão diferente e igualmente interessante do personagem. Sue Lyon, em minha opinião, é só bonitinha. Executou bem o seu papel, mas nada que me permita dizer que ela fez algo extraordinário. Sobre ela e seu envelhecimento, zero para a equipe de maquiagem. Não sabia disso, mas uns erros de continuidade podem ser percebidos.
O negócio agora é dar atenção à versão de 97, de Adrian Lyne, que parece ter feito uma abordagem tecnicamente menos eficiente do que a de Kubrick mas muito mais contundente e harmônica com o que visto nos livros se comparada com a produção do diretor.
The Good Wife (7ª Temporada)
3.8 111Af, vtnc com essa series finale T_T gostei, porém.... :(
O Último Magnata
3.3 39 Assista AgoraFantástica direção de Elia Kazan e uma perfeita e sensível explicação do cinema enquanto forma de arte pura.
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraSai do cinema agora e to na bad nao sei pq
Sobrenatural (11ª Temporada)
4.1 351 Assista AgoraReprisando o esquema de outro comentário:
Ep 17 - horrível
Ep 18 - muito bom
Ep 19 - maçante
Muitos fillers de Supernatural são interessantes. Esse não foi um deles, nem de longe, e preferiria não tê-lo assistido. O plot é irritante, o monstro é irritante, Sam e Dean estão irritantes e os coadjuvantes são irritantes. A ideia de colocar um casal gay foi muito boa e parecia demonstrar alguma consciência política na série (que foi miseravelmente representada em alguns outros excepcionalíssimos episódios)... até que, no final, em que em condições usuais - envolvendo um casal hétero -, rolaria um apaixonado beijo, o casal decidiu agir na brotheragem... Afinal, homem até que pode ser gay, mas tem que agir manly. Esse detalhe acabou destituindo o episódio daquilo que seria o seu único traço proveitoso: a ousadia em abordar com a devida e cabida naturalidade a diversidade sexual.
Supernatural deveria ter dez episódios por temporada.
Game of Thrones (6ª Temporada)
4.6 1,6KEu assistindo ao último episódio dessa merda:
Omfg todo mundo morre pqp nao pera olha ele
nao mds morreu tb vsffffff ta talvez o grandao nao ele é de boas e PUTA Q ME PARIU Q CARALHO
mas ok o filho talvez seja de boas olha ta deixando até ele escolher com qm vai lutar quem sabe agora nao vai olha musica de batalha ele ta se preparando pra lutar acho q ele vai conseguir fugir dessa e dar inicio a uma nova trama se n for apunhalado pel AH MANO VAI SE FUDERRRRRRRRRRR
Better Call Saul (2ª Temporada)
4.3 358 Assista AgoraPQP CHUCK omfggggg
Vinyl (1ª Temporada)
4.1 145A primeira temporada de Vinyl não é completamente imaculada, pois pecou em alguns aspectos, mas a sensação que deixa a quem termina de assisti-la é a de volta a um estado de vazio existencial que antes era sentido ao terminar de ouvir um daqueles álbuns de bandas velhas que todos amamos ouvir e que, agora, com o resgate cultural e histórico promovido e realizado por Jagger e Scorsese, é reforçado pelo fato de que dez episódios passaram rápido demais e de que, infelizmente, o tempo não volta.
É claro, veremos Richie, Devon, Kip, os Nasty Bits, a Alibi etc. em algum tempo, mas nada será capaz de criar em nós a sensação de acompanhar o nascimento de uma série tão bem produzida e tão primorosa em aspectos tão diversos: reitero o que disse em comentários anteriores, pois, da direção ao roteiro e deste à trilha sonora, passando pela montagem, por algumas atuações e outros tantos elementos que figuram em segundo plano, tudo funciona muito bem, apesar das falhas extremamente pontuais.
Acompanhei com muito entusiasmo o surgimento de Richie Finestra, e posso assegurar-vos que com a mesma idolatria com que segui grande parte dos meus ídolos (porque sou disso). Em Vinyl, a tragédia - representado pelos dramas pessoais e alterações no mundo exterior - e a comédia - representada pelo tom constantemente sarcástico dos personagens - se unem de forma grosseira e inesperada, recriando exatamente a atmosfera rock 'n' roll que, em minha opinião, desde sempre ultrapassou, para trás e para a frente, os limites da década de 70 e do próprio movimento punk.
Bobby Cannavale deixa a desejar às vezes, mas a verdade é que conseguiu nos trazer um carisma meio maradonês, como bem disseram logo abaixo, sem o qual a série não andaria, e agora não vejo o cher et déraisonnable Richie interpretado por outra pessoa (oh, sr. w., que incomum!). Olivia Wilde, por outro lado... Arrisco-me a dizer, sem medo de errar, que foi a dona de uma das grandes interpretações da série, deixando para trás o intérprete do marido de Devon Finestra. Contudo, todo o elenco possui uma química excelente, e se pode dizer que nasceram para estar ali, imitando a arte imitando a vida imitando a arte, num ciclo infinitamente repetitivo que não cansa a nós, que gostamos muito de ces choses étranges.
Para terminar, após a tão aguardada overdose (que precisava rolar, apesar de eu ter esperado que no corpo do Richie) e uma outra morte inesperada - vejam como o destino joga com a vida das pessoas -, registro a observação de Richie, cujo grau de abstração, se devidamente aumentado, possibilita a sua irradiação sobre a música como um todo: em toda geração, sempre haverá crianças transtornadas e fudidas querendo ouvir que não estão sozinhas. Bem, thanks to Vinyl, we're not that alone anymore. Just a little bit - a nasty little bit.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraApós ter visto pela segunda vez, estou ainda mais certo do quanto Cidadão Kane faz mesmo juz a toda a glória e renome que possui. Talvez não seja, para uns, como muitos outros afirmam, a melhor obra fílmica do mundo, porque acho que classificar um filme como tal é um ato pessoal que exige a presença de um elemento extremamente subjetivo, que é a mais crua identificação entre quem vê e o que é visto. Para mim, acontece que Cidadão Kane era um dos meus filmes favoritos, e agora talvez tenha se tornado a melhor coisa que já passou pelo cinema estado-unidense e pela sua história no mundo.
Tudo o que se vê não é visto em sua completude. Não seria Welles a dizer o significado de Rosebud, ninguém poderia fazê-lo e estar plenamente certo, pois a expressão pode ser entendida de várias formas, mesmo se tendo em alto relevo a obviedade exposta pelo filme: Rosebud é o nome do trenó do jovenzinho Kane. Entretanto, cabe uma reflexão quanto ao termo. De plano, vale notar que é em torno de Rosebud que o filme gira. Como um suspense investigativo (eu iria dizer policial, mas seria incabido), Cidadão Kane tenta guiar quem o assiste por uma estrada ao final da qual será encontrada a resposta para a pergunta "o que é Rosebud?". Entretanto, a resposta que damos parte sempre de nós e de nossas experiências. Rosebud é o trenó. Mas não é, claro, apenas um trenó. E me arrisco a dizer que não é somente um trenó e a infância perdida. Rosebud é, para mim, expressão do próprio sentimento de perda na vida de Charles Kane.
É por isso que estou agora, depois de tê-lo visto pela segunda vez, tão apaixonado pela linearidade que às vezes parece não existir aqui. Mesmo a edição do começo do filme é retomada ao seu final, com os fades de cenas indo, ao começo, e vindo, ao final. Da mesma forma que acompanhamos a ascensão e a queda de um magnata da imprensa, acompanhamos a chegada e a ida de um sentimento que só é aflorado duas vezes: quando o filme começa e quando ele termina. A perda está no abandono, passa despercebida ou recalcada por boa parte do filme, mas é retomada ao final, quando Kane é novamente abandonado (e, sinto dizer, foi aqui que me senti mais identificado, tocado, atacado, até). Tudo o que Kane fazia, fazia por uma razão, é verdade, e essa razão era sempre a mesma: Charles Foster Kane. Ele não tenta impedir Suzan de ir embora por qualquer sentimento romântico e infinito que nutre por ela, mas pelo medo de ser abandonado. Ela nota isso, e ao notar, vai embora. Quantos de nós não nos sentimos assim? Bem, ele pode não ser um filho da puta, mas a dureza daquele momento, a forma como Charlie chora pela primeira vez no filme... É difícil de lidar, sabe? Enfim, eis porque julgo ser este um dos melhores filmes do mundo, além dos motivos abaixo.
Orson Welles conjuga no filme os aspectos que são capazes de tornar a experiência de assistir a uma história inesquecível e, sem dúvidas, produtora de grande fascínio. A trama é muito bem desenvolvida, o roteiro fecha em si mesmo, são usados recursos dos mais variados para explicar os acontecimentos (desde flashbacks, recursos que estão além da quarta parede, até um documentário, empregado dentro do próprio filme e da história narrada, passando por referências entre o passado e o futuro convergindo no presente). A edição realizada é absurdamente impressionante: Welles se utiliza, enquanto diretor, de vários artifícios para criar no espectador as sensações necessárias ao aproveitamento da cena, transformando todo o longa em um grande suspense com começo, meio e fim bem delimitados. A trilha sonora cumpre com maestria o seu papel, tirando o fôlego nas cenas feitas para tirar o fôlego e servindo de aditivo sonoplástico às cenas que visualmente já provocariam certos incômodos mas, com o seu auxílio, tornam o espectador ainda mais atento. A continuidade das cenas é fantástica, não se podendo notar um erro sequer (a exemplo de uma das apresentações de Suzan, em que primeiro a vemos de frente, somos levados pela câmera à lâmpada logo acima, que pisca, após o que somos levados de volta para baixo, ao nível do palco, e nos defrontamos com o fato de que nossos sentidos foram traídos e de que Suzan nos deu as costas).
Um clássico imperdível e de imenso valor cultural para a história do mundo que merece ser revisto infinitas vezes por toda uma vida.
Vinyl (1ª Temporada)
4.1 145E quem diria que uma das melhores (e talvez a melhor de todas!) representações do relacionamento abusivo entre o Coronel Parker e Elvis seria vista numa série de televisão produzida por duas figuras igualmente enigmáticas no ramo artístico a que pertencem? Apesar de Elvis ter sido tão bem incorporado quanto é possível e como foi visto em outras adaptações (sempre medianas, nunca alcançando um grau de esplendor que me faça lembrar de uma sequer que mereça menção nesse comentário), a forma como o seu empresário o tratava ficou mais do que bem retratada aqui, com direito às incursões, aos medos e a um trejeito não tão famoso do rei (Elvis não era só boquinha cortada para cima e sobrancelha). Em palco, os comentários sobre a sua atuação foram bem pertinentes, e, infelizmente, Parker permitiu que Elvis se tornasse quase um bobo da corte (rico, famoso, extremamente habilidoso, mas com um trabalho que poderia ser não excelente, mas impecável).
É espantosa a quantidade de estímulos e símbolos visuais utilizados na série, e a forma como o 18 foi mostrado deixa em evidência a preocupação dos envolvidos em criar um enredo que se sustente e que dê ao espectador a possibilidade de refletir sobre o seu significado, sem prejuízo de uma conclusão clichê demais.
A trilha sonora do episódio 7 deixou a desejar, errou feio, errou rude, e acho que, de toda a série, acho que foi o único episódio cujas canções não me causaram nenhum sentimento especial, o que é muito triste porque criei o costume de baixar três álbuns com uma música interessante cada que aparecia na série, o que acho que não vai acontecer. Surf City é uma canção de Brian Wilson e Jan Berry, e por isso soa muito como os meninos da praia que todos nós amamos.
A fotografia é sempre interessante, e a equipe de edição arrasou totalmente na cena final do avião, sem falar que a última aparição do número 18 foi muito mais que bem trabalhada.
Lilo & Stitch
3.9 590 Assista AgoraUma das melhores animações da Disney, em minha opinião ♥
Vinyl (1ª Temporada)
4.1 145Bobby Cannavale deu um espetáculo de atuação nesse último episódio. Apesar de gostar muito do Richie, já estava mais do que na hora da Dev sair de cima do muro e tomar uma decisão. Não posso deixar de destacar a beleza de cada momento da série, em que o destino, a sorte e o amor se encontram para jogar dados constantemente. Cada evento é de tirar a respiração, e a crueza dos últimos acontecimentos... Olha, fiquei de coração apertado, muito provavelmente pelo Bowie ter aparecido (R.I.P.), o que por si só já me comoveu bastante, mas terem colocado a interpretação inteira de Life on Mars, e naqueles momentos, com toda a dor, com tudo desmoronando, com a vida de Richie Finestra indo embora das suas mãos... A seleção foi perfeita, pensem o que quiserem sobre ela!
Gostaria muito de ter ouvido a versão do Bowie quando tocou Here Comes the Night, eu precisei daquilo, e a aparição do Buddy Holly... Meu Deus, a vinculação constante na série entre a ficção e a realidade é tão bem feita que você esquece que ele morreu quase vinte anos antes do momento em que AQUILO acontece. Cena mais que bem casada!
Um ponto interessante é a relação mantida entre Richie e aquele rapaz (que eu não sei de onde saiu - se alguém souber, me explica, por favor), que muito se assemelha à relação entre um Dorian já quase absolutamente corrompido e um Henry que pretende corrompê-lo ainda mais.
Foi muito legal a forma como o Kip encontrou o seu guitarrista e, apesar de mostrar que as bandas que conhecemos tiveram que ceder a vontades alheias, dá ainda mais relevo ao clima de "jogue com o destino", que é mesmo como a maioria de nós enxerga o rock n roll na década de 70.
Se o título desse episódio, Cyclone, já permitia supor o twist absurdo que iria acontecer (mais uma vez o destino brinca com Richie - que, por suas próprias forças, se condena), o do próximo, The King and I, promete apresentar um cenário mais calmo, talvez deprimente, embalado pelas músicas do rei que mais amamos, Elvis (eu sei, é muito improvável, dadas as circunstâncias apresentadas pela série e o grande prejuízo à imagem do bom moço do Rei).
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraQuase um estudo fílmico do cotidiano manicomial, e uma forte base para a luta antimanicomial, sem dúvidas! Jack Nicholson não deixa a desejar em nada, mas nenhum dos atores deixam, nem mesmo os secundários, resultado da excelente direção do Millos Forman. Ótima fotografia e a banda sonora cabe perfeitamente em cada uma das cenas em que é usada... Gostei muito!
Vinyl (1ª Temporada)
4.1 145Ah, se o Emmy apreciasse a mixagem de som...!!! A HBO está fazendo um ótimo trabalho deixando milhões de órfãos de uma mãe que morreu antes mesmo de terem nascido na bad por não tê-la conhecido. É claro que todos estamos amando, afinal quem não gosta de uma bad? hahahaha
Cá entre nós, acredito que Scorsese está sendo capaz de fazer aquele que tem muito potencial para ser um dos seus melhores trabalhos.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraHitchcock é verdadeiramente o mestre do suspense. Cada enquadramento, cada segundo do filme, especialmente da metade para a frente, quando surge o rumor do que teria ocorrido e ficamos presos ao enredo. MUITO BOM MESMO!