Foi bem difícil pra mim, em boa parte, assimilar a história. A partir de determinado ponto fiquei perdido e a dinâmica me cansou um pouco, enfim, não foi a experiência que eu estava esperando. Não se trata de uma obra ruim, ressalto, trata-se apenas de uma incompatibilidade que ela teve comigo.
Diferente das versões americanas, em Minus One nos importamos com o núcleo humano, graças a um competente desenvolvimento de personagens e um contexto histórico de trauma de guerra muito palpável. O CG é um pouco tosco, verdade, mas quando se olha para o curto orçamento dessa produção, deve-se tirar o chapéu pro produto final.
Parte final de um registro histórico vital e trágico. Na terceira parte, o povo e sua organização popular é o foco. Interessante ver que uma tentativa sediciosa de golpe da oposição foi o estopim para a união da esquerda em prol de se defender para, em seguida, avançar para o período de transição ao socialismo. Pena que o governo de Allende encontrou muitas barreiras pela frente, o que fez que a impaciência surgisse em meio a unidade popular, o que parece ter causado certos rachas dentro da própria esquerda.
Nessa 2ª parte vemos o cerco apertando contra Allende, as consequências da pressão interna (lê-se autossabotagem) e a intervenção cada vez mais invasiva dos EUA. O 11 de setembro chileno é de um absurdo revoltante e Allende torna-se um mártir e entra pra história. Também vemos o surgimento de Pinochet, um aliado constitucionalista (que depois nota-se que era por conveniência) que trai a pátria e torna-se o rosto da ditadura.
Mantém o nível do primeiro filme. Enquanto no primeiro houve detratores devido ao ritmo da história, creio que pouco mudará em relação a parte 2. Mas justiça seja feita, o desfecho desse é bem mais interessante do que fora a parte 1. É a proposta do Villeneuve: priorizar a história em si e o desenvolvimento dos personagens, mesmo que isso sacrifique uma narrativa mais dinâmica e empolgante. Eu gostei, mas entendo quem não tem paciência pra acompanhar.
Um importante documentário sobre um golpe de estado germinado por uma oposição interna patrocinada pela burguesia e por agentes externos americanos - sim, que surpresa, os EUA estão envolvidos com sua cruzada em levar democracia a povos bárbaros do 3° mundo (sempre goela abaixo).
Apaixonante e divertido. A única crítica que faço (e isso é pra todo filme do Wes Anderson) é para as movimentações bruscas e lineares que esse bendito faz.
A parte 1 serve como apresentação de universo, principalmente. Devido a isso, ela acaba sendo menos dinâmica - mas teria que ser dessa forma para termos numa parte 2 algo mais grandiloquente. Confesso que me apeteceu muito mais essa revisita, pois da primeira vez a sensação foi um tanto agridoce.
O terceiro ato desse filme é de uma grandeza ímpar. Tommy Lee Jones é um monstro da atuação e me surpreendeu com sua direção, não sabia dessa sua vertente. Elogiar Hillary Swank é chover no molhado e sua personagem aqui possui tantas camadas, uma história cativa e emocionante.
Uma história carregada de emoção, arrependimentos e ressentimentos. Um elenco pesadíssimo, que soube conduzir bem toda essa gama de emoções com atuações primorosas e comoventes. Segunda obra do Xavier Dolan que assisto e já vejo uma característica manifesta: a gana em deixar o incompleto, em expor a falta de. Tudo para deixar o espectador, no fim, com um nó na garganta.
Um filme belo, singelo e com muitas camadas. Duas histórias que se convergem a partir de um equívoco que reforça que do engano pode surgir a esperança de algo novo.
Uma comédia sombria, pasmem, de um evento real ocorrido nos anos 90. Eu não sabia da história, não sabia nem da sinopse, imagina a surpresa em ver que no final era a dramatização de algo real. E isso dá maior significado para a narrativa mockumentary. Aliás, é assustador o quanto as pessoas são aliciadas e/ou se deixam levar por uma dissonância cognitiva. Jack Black está ótimo no papel de Bernie, uma pessoa ilimitadamente generosa (o que será sua bênção e maldição no decorrer da história), que se vê numa estranha relação com uma infame velhinha de uma cidade pequena.
Filme que começa gostosinho e despretensioso, mas depois vai ficando denso e, de certo modo, sombrio. Finaliza emotivo e esperançoso, com um show (literal e metaforicamente) de um sutil, porém eloquente, Michael Fassbender.
A história da luta de uma mãe viúva com seu filho adolescente neurodivergente e uma vizinha misteriosa e sedenta por liberdade, juntos, encontrando um senso comum voltado à esperanças. O final é incrível e as atuações são primorosas (em especial as atrizes).
A atuação de um serial killer, a espetacularização da imprensa e a rapinagem oportunista de um político populista, tudo isso exposto com uma direção afiada, dinâmica e com uma narrativa ácida, divertida e bastante errada.
Uma história de denúncia com um sabor amargo e que precedeu muitos episódios semelhantes - já sendo uma retratação do que havia acontecido e que nunca vai deixar de acontecer. Ótima estreia de Ryan Coogler na direção, com atuações competentes. E tudo isso em menos de 1h30 de filme.
Como diria Scorsese: Absolute Cinema! Porém, injustamente, com uma nota média muito abaixo do que merecia. Um drama japonês de guerra que se propõe a olhar para si mesmo enquanto nação, com uma autocrítica dura e sem rodeios. Além disso, há subtramas bem colocadas e que se acrescem com o desenrolar da história.
"Eu não sou louca. Porém esse é justamente o fato que faz de mim uma louca neste país."
Assim como em "Stereo", Cronenberg mostrou que nessa época ele tinha descoberto o sonífero mais potente até então inventado. Um filme de 1h que parece ter 4h. Louco, porém sem a romantização da loucura. Chato, com a marca de um estudante de cinema pseudointelectual. É de espantar que o mesmo até conseguiu no futuro fazer filmes legais.
Divertido, delicioso e nem um pouco polido socialmente. Uma reimaginação inspirada de Frankenstein, com uma pobre criatura ingênua e vitimada por um mundo cruel e patético. Bella Baxter aventura-se no mundo, fazendo descobertas sexuais, sociais e emocionais. Atuações magníficas, fotografia e trilha sonora hipnotizantes.
Uma digressão antes da crítica: eu tenho uma certa aversão de ver em tela um caso amoroso entre uma mulher linda (como Léa Seydoux) e um homem muito feio. Em vários momentos do filme, me incomodei.
Bom, quanto ao filme, é um pouco dispersivo em sua narrativa. Uma trama linear encaixaria melhor, pois da forma como foi exposto aqui, soou como pretensão, como exibicionismo. O grande destaque é a atuação da Léa Seydoux. Sou apaixonado por essa mulher, com sua beleza e charme tipicamente francês.
Filme é bom? Sim. Plausível de estar na disputa pelo Oscar de melhor filme? Não mesmo.
Pontos negativos: extremamente cafona e com um patriotismo americano que funcionava apenas nos anos 80, devido a nossa alienação hollywoodiana. O mais engraçado é que eu já esperava essas características, mas sinto que veio numa dose maior que a aceitável, muito presa à fórmula oitentista, que se mostra ultrapassada. E nem vou me estender no final do filme, porque é o cúmulo achar que aquela solução é minimamente possível - chega a ser de um chauvinismo juvenil.
Pontos positivos: relação de Maverick e o filho de seu amigo falecido. O herói da história, mesmo mostrando-se como o típico americano infalível, fica com essa estigma apenas na estética, pois em seu íntimo está em uma luta ferrenha com a culpa e o luto. Eles realmente acertaram em cheio nessa trama, poderiam ter dado maior foco nisso.
Talvez seja o melhor da trilogia, apesar de se transformar num outro filme na metade. Enquanto esteve em 1666, mostrou-se um terror com potencial, com momentos tensos e macabros, mas aí do nada o filme literalmente se transforma em 1994, pt. 2 e aí se abobalha, assim como os dois anteriores. O clima de terror se esvai e retoma-se a aventura teen.
Acho que nunca tinha revisto esse filme - e se tinha, foi ainda adolescente, numa versão dublada e picotada pela Globo.
Bom, esse filme é o início da popularização do gênero, junto com Homem-Aranha. A história, por conta desse pioneirismo, é bem mais simples e modesta que outras obras que viriam. É como ler uma edição avulsa das mensais dos mutantes, desgrudado de um grande arco ou saga - o que faz falta hj em dia, devido a megalomania que o MCU se enfiou. As atuações ainda são um pouco travadas, mas os atores parecem ficar mais a vontade no 2º (que também irei rever). Resumindo, muito prazeroso revê-lo e passa bem no teste do tempo.
Terra em Transe
4.1 287 Assista AgoraFoi bem difícil pra mim, em boa parte, assimilar a história. A partir de determinado ponto fiquei perdido e a dinâmica me cansou um pouco, enfim, não foi a experiência que eu estava esperando. Não se trata de uma obra ruim, ressalto, trata-se apenas de uma incompatibilidade que ela teve comigo.
Godzilla: Minus One
4.0 454Diferente das versões americanas, em Minus One nos importamos com o núcleo humano, graças a um competente desenvolvimento de personagens e um contexto histórico de trauma de guerra muito palpável. O CG é um pouco tosco, verdade, mas quando se olha para o curto orçamento dessa produção, deve-se tirar o chapéu pro produto final.
A Batalha do Chile - Terceira Parte: O Poder Popular
4.5 7Parte final de um registro histórico vital e trágico. Na terceira parte, o povo e sua organização popular é o foco. Interessante ver que uma tentativa sediciosa de golpe da oposição foi o estopim para a união da esquerda em prol de se defender para, em seguida, avançar para o período de transição ao socialismo. Pena que o governo de Allende encontrou muitas barreiras pela frente, o que fez que a impaciência surgisse em meio a unidade popular, o que parece ter causado certos rachas dentro da própria esquerda.
A Batalha do Chile - Segunda Parte: O golpe de …
4.6 9Nessa 2ª parte vemos o cerco apertando contra Allende, as consequências da pressão interna (lê-se autossabotagem) e a intervenção cada vez mais invasiva dos EUA. O 11 de setembro chileno é de um absurdo revoltante e Allende torna-se um mártir e entra pra história. Também vemos o surgimento de Pinochet, um aliado constitucionalista (que depois nota-se que era por conveniência) que trai a pátria e torna-se o rosto da ditadura.
Duna: Parte 2
4.3 687Mantém o nível do primeiro filme. Enquanto no primeiro houve detratores devido ao ritmo da história, creio que pouco mudará em relação a parte 2. Mas justiça seja feita, o desfecho desse é bem mais interessante do que fora a parte 1. É a proposta do Villeneuve: priorizar a história em si e o desenvolvimento dos personagens, mesmo que isso sacrifique uma narrativa mais dinâmica e empolgante. Eu gostei, mas entendo quem não tem paciência pra acompanhar.
A Batalha do Chile - Primeira Parte: A Insurreição da …
4.6 33Um importante documentário sobre um golpe de estado germinado por uma oposição interna patrocinada pela burguesia e por agentes externos americanos - sim, que surpresa, os EUA estão envolvidos com sua cruzada em levar democracia a povos bárbaros do 3° mundo (sempre goela abaixo).
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista AgoraApaixonante e divertido. A única crítica que faço (e isso é pra todo filme do Wes Anderson) é para as movimentações bruscas e lineares que esse bendito faz.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraRevisto para ver a parte 2.
A parte 1 serve como apresentação de universo, principalmente. Devido a isso, ela acaba sendo menos dinâmica - mas teria que ser dessa forma para termos numa parte 2 algo mais grandiloquente. Confesso que me apeteceu muito mais essa revisita, pois da primeira vez a sensação foi um tanto agridoce.
Miss Julie
3.2 83Começa interessante, num jogo perigoso de gato e rato, sedução e proibições, mas depois envereda pra um melodrama excessivo e repetitivo.
Dívida de Honra
3.5 202 Assista AgoraO terceiro ato desse filme é de uma grandeza ímpar. Tommy Lee Jones é um monstro da atuação e me surpreendeu com sua direção, não sabia dessa sua vertente. Elogiar Hillary Swank é chover no molhado e sua personagem aqui possui tantas camadas, uma história cativa e emocionante.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 304 Assista AgoraUma história carregada de emoção, arrependimentos e ressentimentos. Um elenco pesadíssimo, que soube conduzir bem toda essa gama de emoções com atuações primorosas e comoventes. Segunda obra do Xavier Dolan que assisto e já vejo uma característica manifesta: a gana em deixar o incompleto, em expor a falta de. Tudo para deixar o espectador, no fim, com um nó na garganta.
Lunchbox
4.0 137 Assista AgoraUm filme belo, singelo e com muitas camadas. Duas histórias que se convergem a partir de um equívoco que reforça que do engano pode surgir a esperança de algo novo.
Quase um Anjo
3.3 181Uma comédia sombria, pasmem, de um evento real ocorrido nos anos 90. Eu não sabia da história, não sabia nem da sinopse, imagina a surpresa em ver que no final era a dramatização de algo real. E isso dá maior significado para a narrativa mockumentary. Aliás, é assustador o quanto as pessoas são aliciadas e/ou se deixam levar por uma dissonância cognitiva. Jack Black está ótimo no papel de Bernie, uma pessoa ilimitadamente generosa (o que será sua bênção e maldição no decorrer da história), que se vê numa estranha relação com uma infame velhinha de uma cidade pequena.
Frank
3.7 599 Assista AgoraFilme que começa gostosinho e despretensioso, mas depois vai ficando denso e, de certo modo, sombrio. Finaliza emotivo e esperançoso, com um show (literal e metaforicamente) de um sutil, porém eloquente, Michael Fassbender.
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraA história da luta de uma mãe viúva com seu filho adolescente neurodivergente e uma vizinha misteriosa e sedenta por liberdade, juntos, encontrando um senso comum voltado à esperanças. O final é incrível e as atuações são primorosas (em especial as atrizes).
O Bandido da Luz Vermelha
3.9 269A atuação de um serial killer, a espetacularização da imprensa e a rapinagem oportunista de um político populista, tudo isso exposto com uma direção afiada, dinâmica e com uma narrativa ácida, divertida e bastante errada.
Fruitvale Station - A Última Parada
3.9 333 Assista AgoraUma história de denúncia com um sabor amargo e que precedeu muitos episódios semelhantes - já sendo uma retratação do que havia acontecido e que nunca vai deixar de acontecer. Ótima estreia de Ryan Coogler na direção, com atuações competentes. E tudo isso em menos de 1h30 de filme.
A Mulher de um Espião
3.6 9Como diria Scorsese: Absolute Cinema! Porém, injustamente, com uma nota média muito abaixo do que merecia. Um drama japonês de guerra que se propõe a olhar para si mesmo enquanto nação, com uma autocrítica dura e sem rodeios. Além disso, há subtramas bem colocadas e que se acrescem com o desenrolar da história.
"Eu não sou louca. Porém esse é justamente o fato que faz de mim uma louca neste país."
Crimes do Futuro
2.5 34Assim como em "Stereo", Cronenberg mostrou que nessa época ele tinha descoberto o sonífero mais potente até então inventado. Um filme de 1h que parece ter 4h. Louco, porém sem a romantização da loucura. Chato, com a marca de um estudante de cinema pseudointelectual. É de espantar que o mesmo até conseguiu no futuro fazer filmes legais.
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraDivertido, delicioso e nem um pouco polido socialmente. Uma reimaginação inspirada de Frankenstein, com uma pobre criatura ingênua e vitimada por um mundo cruel e patético. Bella Baxter aventura-se no mundo, fazendo descobertas sexuais, sociais e emocionais. Atuações magníficas, fotografia e trilha sonora hipnotizantes.
Tromperie
3.1 7 Assista AgoraUma digressão antes da crítica: eu tenho uma certa aversão de ver em tela um caso amoroso entre uma mulher linda (como Léa Seydoux) e um homem muito feio. Em vários momentos do filme, me incomodei.
Bom, quanto ao filme, é um pouco dispersivo em sua narrativa. Uma trama linear encaixaria melhor, pois da forma como foi exposto aqui, soou como pretensão, como exibicionismo. O grande destaque é a atuação da Léa Seydoux. Sou apaixonado por essa mulher, com sua beleza e charme tipicamente francês.
Top Gun: Maverick
4.1 1,1K Assista AgoraFilme é bom? Sim. Plausível de estar na disputa pelo Oscar de melhor filme? Não mesmo.
Pontos negativos: extremamente cafona e com um patriotismo americano que funcionava apenas nos anos 80, devido a nossa alienação hollywoodiana. O mais engraçado é que eu já esperava essas características, mas sinto que veio numa dose maior que a aceitável, muito presa à fórmula oitentista, que se mostra ultrapassada. E nem vou me estender no final do filme, porque é o cúmulo achar que aquela solução é minimamente possível - chega a ser de um chauvinismo juvenil.
Pontos positivos: relação de Maverick e o filho de seu amigo falecido. O herói da história, mesmo mostrando-se como o típico americano infalível, fica com essa estigma apenas na estética, pois em seu íntimo está em uma luta ferrenha com a culpa e o luto. Eles realmente acertaram em cheio nessa trama, poderiam ter dado maior foco nisso.
Rua do Medo: 1666 - Parte 3
3.5 513 Assista AgoraTalvez seja o melhor da trilogia, apesar de se transformar num outro filme na metade. Enquanto esteve em 1666, mostrou-se um terror com potencial, com momentos tensos e macabros, mas aí do nada o filme literalmente se transforma em 1994, pt. 2 e aí se abobalha, assim como os dois anteriores. O clima de terror se esvai e retoma-se a aventura teen.
X-Men: O Filme
3.5 904 Assista AgoraAcho que nunca tinha revisto esse filme - e se tinha, foi ainda adolescente, numa versão dublada e picotada pela Globo.
Bom, esse filme é o início da popularização do gênero, junto com Homem-Aranha. A história, por conta desse pioneirismo, é bem mais simples e modesta que outras obras que viriam. É como ler uma edição avulsa das mensais dos mutantes, desgrudado de um grande arco ou saga - o que faz falta hj em dia, devido a megalomania que o MCU se enfiou. As atuações ainda são um pouco travadas, mas os atores parecem ficar mais a vontade no 2º (que também irei rever). Resumindo, muito prazeroso revê-lo e passa bem no teste do tempo.