É um bom drama familiar. É bem executado e comovente. Nós acompanhamos uma família através de muitos anos, vendo as crianças crescerem. Cinco filhos seguir caminhos separados, alguns anônimos, outros baderneiros e que estão confusos sexualmente. Passa a existir muito caos, humor e tristeza neste filme, onde o pai é um homem difícil (rígido e autoritário), que torna um pouco mais complicado o ambiente para que as crianças cresçam, pois todos devem fazê-lo feliz.
Quero dizer que o filme me fez lembrar de outros, medianos, que tratam de uma história parecida ou dos mesmos temas abordados, mas C.R.A.Z.Y não é apenas mediano. Isso por causa da ótima direção e o roteiro muito bem amarrado, onde o diretor consegue embarcar numa relação familiar cheia de disputas internas e lidar com conflitos contemporâneos (drogas, homossexualismo e etc...), ao mesmo tempo mantendo constantemente o conceito de qualidade inerente e fundamental em um filme: a história.
O filme nos oferece interessantes personagens com personalidades diferentes. Os dois atores principais, os dois irmãos que obtêm mais tempo no filme, são ótimos. É brilhante, tão encantador que nunca consegue cair na “obscuridade”, mesmo estando próximo disso, às vezes.
Não poderia deixar de mencionar a ótima trilha sonora que contém Elvis, David Bowie, Pink Floyd e Rolling Stones.
A riqueza, as diversas camadas implantadas em "Caché" são sensacionais.
Com algumas convenções específicas do gênero "thriller", mas nunca interessado em um retorno convencional em termos de expectativas que existem no gênero, Caché é mais sobre perguntas do que respostas, algo que não satisfará quem estiver procurando algo mais convencional. Haneke faz uma desconstrução dentro do gênero e depois remonta de sua própria maneira.
Com um drama psicológico bem forte típico dos filmes de Haneke, ele fez uma análise sobre a inadequação moral da natureza humana. E não posso deixar de mencionar que contém uma questão sociopolítica muito interessante. Pela premissa parece ser um thriller clássico, mas não é. Caché aborda outras coisas bem mais interessantes, como os erros do passado e como facilmente são ignorados para que possamos viver "tranquilamente" com a nossa consciência. Caché é de uma tensão primorosa. Você nunca sabe quando está para acontecer algo, ele nos nega qualquer tipo de antecipação (seja com alguma trilha sonora que geralmente antecipa os acontecimentos, exemplo). Por isso, alguns momentos chocantes sempre nos pegam de surpresa.
Um filme que "mescla" bem o drama, romance e comédia, de uma forma leve e despretensiosa. Incrível é que tinha tudo pra cair na mesmice, porém, se torna bem engraçado e cativante.
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.” Vinicius de Morais
Essa frase serve perfeitamente para descrever nosso protagonista Melvin (Jack Nicholson). O filme poderia ser apenas mais uma comédia romântica qualquer, caso não tivesse o elenco que teve, em minha opinião. Nicholson, Helen Hunt e Greg Kinnear. Esse trio foi fantástico!
Esse diálogo entre Melvin e Carol foi muito lindo. O que o filme quis passar é bonito.
Melvin: “Você me faz querer ser um homem melhor.” Helen: “Isso é talvez o melhor complemento da minha vida.”
Eu gosto de cinema autoral, que te faça pensar e não apenas deixando o espectador como o receptor passivo de informação. “As Harmonias de Werckmeister” é cheio de simbolismos em suas imagens poéticas. Vale ressaltar que é um tanto difícil de compreendê-lo.
Em uma pequena cidade húngara, uma população pacata se depara com uma novidade de velha fama: um circo que trazia uma imensa baleia empalhada e um príncipe sem nome, definido pelo poder que supostamente ostentava. Essas pessoas, controladas politicamente pela aura de um senhor de alta classe, veem-se desesperadas pela chegada do inverno rigoroso, agora lhes faltando lenha e carvão, fundamentais para a sobrevivência nesse contexto. Diante de seus problemas não solucionados e inflamada pelas pessoas que controlavam a venda de ingressos para o circo, essa população empreende uma caótica revolta, estancada por forças do Exército.
Tal enredo, como pode ser percebido, é apresentado com metáforas constantes aos regimes políticos europeus, em uma crítica de ironia refinada que culmina em ilustrações de verdadeiro caos, demonstrando que a incapacidade de diversas formas de governo levanta um limite muito frágil entre a ideia de “ordem” e a total entrega ao descontrole e, em alguns momentos, à selvageria. De forma densa, essas paradoxais “Harmonias” usam um tom difícil e por vezes incompreensível para tratar de velhas e simples críticas (forçando um caráter erudito realmente dispensável em diversos momentos) que poderiam ser abordadas de forma mais prazerosa.
"Quer dizer que John Wick é o bicho-papão?" "Não, ele é o cara que contratamos para matar o bicho-papão!"
Se há uma coisa que "John Wick" prova, é que não importa o quão estúpida a história é, com uma boa execução pode ser algo divertido para aqueles que apreciam um filme de ação.
Início nos apresenta o ex-assassino Jonh Wick lamentando a morte de sua esposa. Temos uma breve introdução (básica, rs), mostrando que ele agora se preocupa somente com duas coisas em sua vida: seu carro e o cachorro, presente de sua falecida esposa para que ele tenha alguém na sua ausência. No entanto, alguns mafiosos russos acabam tirando as duas coisas mais preciosas de sua vida, fazendo-o simplesmente "voltar ao jogo".
Acho um pouco absurda essa história (rs), mas, felizmente, não focou nisso e nem se levou a sério, a meu ver. Após isso, temos uma narrativa de praticamente pura ação. Temos um elenco de ótimos nomes, porém, alguns com pouco espaço durante o longa, rs. É o que acontece com o ótimo Ian McShane (Deadwood): o pouquíssimo tempo que apareceu foi algo muito legal, mas o tornaram um simples personagem de apoio. Willem Dafoe é outro que ganhou um pouco mais de espaço e teve cenas legais.
Gostei do clima, essa vibe corajosa que falta na maioria dos filmes de ação de Hollywood. Assistindo John Wick, lembrei dos filmes de ação dos anos 80 e 90, quando tínhamos Stallone, Van Damme (meu preferido, rs) e etc.
A melhor sequência de ação foi a da boate, achei bem empolgante e com uma trilha sonora muito boa, o que proporcionou um clímax ótimo. Eu nunca vi ninguém dar tanto "head-shot" como John Wick. Não é um dos melhores "badass" que tivemos durante a história do cinema, mas é bacana e merece esse rótulo.
Então, embora Whiplash tenha sido cinematograficamente ótimo (montagem, edição e etc...), a história não me convenceu. O restrito foco sobre o professor/aluno leva a uma repetição na narrativa, a meu ver. Não houve profundidade e progresso, não houve qualquer tipo de desenvolvimento de interação humana entre os dois. Foi somente seguido de insultos e pressão por parte do professor, trabalho duro e sofrimento por parte do aluno.
E como o filme é baseado principalmente em torno do relacionamento professor/aluno, não conseguiu captar bem as outras relações, seja com a namorada, ou relação com o seu pai ou outros estudantes. Eles estão ali apenas para "apoiar" a história principal. Eles não possuem um pingo de profundidade, estão ali para dar um traço do quão ambicioso e determinado é o protagonista. Enfim, todo o resto é decoração. Desde a faculdade e outros personagens. Eu fico me perguntando se existe alguém como o Fletcher e que se manteve dentro de instituição acadêmica durante muito tempo agindo dessa forma, pois ele passa um "pouco" (jogar cadeiras, dar tapas e etc...) dos limites, né.
A sequência final é digna de aplausos, por ser tão intensa e bem executada. E apesar de o filme não se manifestar claramente sobre, a mensagem final (minha interpretação) me passou que pra atingir o verdadeiro talento, só passando por dificuldade e dor. É isso? Mesmo se o jovem estiver em pleno desenvolvimento? Se for, eu não acredito nisso. Eu achei que precisava mais de justificação, pois a história tem linha reta e plana sobre dois homens egocêntricos que almejam reconhecimento.
Enfim, é mais uma história de superação contada no cinema. Eu sei que muitos encararam e sentiram de uma maneira diferente, única e etc. Cinema é isso, alguns sentem e outros não (e parece que essa foi a minha vez de não sentir).
Verdade e culpa são dois temas centrais de "A Separação". A verdade se revela uma questão de perspectiva (nesse sentido lembra muito Rashomon, de Kurosawa). Ou seja, é um tipo de quebra-cabeça onde cada um dos personagens tem sua visão coerente sobre o acontecimento. A questão da culpa, por sua vez, se torna cada vez mais complicada.
É um drama de conflitos conjugais e intrigas tão realista que chega a ser assustador. Nunca nos mostra o que de fato ocorreu com o incidente, fazendo com que o processo judicial crie mais suspense, pois todos podem estar mentindo. Sobre a separação de Nader (Peyman Moadi) e Simin (Leila Hatami), com cada decepção revelada, é algo que se torna ainda mais complexo, nunca um mero formalismo.
E apesar de não achar que o filme em nenhum momento tenta pregar algo sobre as questões tratadas, achei feliz a abordagem sobre a moralidade, pois hoje a moralidade é uma palavra estranha para muitos e geralmente associada a religião (reverências e etc...), sem falar nos preconceitos e superstições. A moralidade está oculta em nós mesmos, seja por conveniência ou induzimento. A reflexão persiste em pensar que a verdadeira moralidade pode ser aplicada em diferentes lugares, ou seja, punível em alguns e em outros não. No entanto, é algo que está em todos os nossos pensamentos e ações, creio eu. Ela é alternada entre nossas expectativas e emoções. É tipo algo como "auto-identidade". Em "A Separação", os nossos personagens, principalmente Nader (interpretado impecavelmente por Peyman Moadi) tem que encarar sua realidade e, assim, analisar a situação e reconhecer a sua complexidade.
Pensei que seria uma comédia arrastada com pouca originalidade e humor repetitivo. No entanto, "Na Mira do Chefe" excedeu as minhas expectativas mínimas, pois se tratava de uma comédia de humor negro construído em torno dos dilemas existenciais de dois assassinos, conseguindo acrescentar um efeito dramático, algo que pode até fazer muitos não apreciarem, mas é hilário, contemplativo, por vezes mordaz, muitas vezes niilista, mas marcado por uma corrente de sensações.
Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson) estão muito bem. Apesar do contraponto recíproco de ambos, a fluidez e harmonia que conseguem nos passar através dos diálogos e é interessante a maneira como eles se relacionam. Seus momentos juntos são o que fazem o filme e isso não é só devido ao ótimo roteiro, é por causa da performance de ambos. Colin Farrell tem um bom senso de "timing" cômico, e olha que nunca fui fã do ator e muito menos "hater", rs.
Enfim, apesar de ter muitas qualidades e que sempre vou lembrar por ter me feito rir bastante, sei que não é um filme que vai marcar época, rs. Mas é um filme leve e praticamente perfeito no que se propõe porque ele consegue ter personalidade e, assim mesmo, resultar em entretenimento extremamente divertido.
Yi Yi não tem um ritmo rápido, nem sequer um pouco. Edward Yang parece ser adepto de planos longos, em que as coisas tendem a se desdobrar em um ritmo mais lento, porém, de forma bem meticulosa. É vibrante, fazendo com que em algumas cenas quase se aproximem do melodrama, mas nunca de uma forma forçada ou artificial.
O filme é longo (3 horas de duração), o que assusta um pouco, mas quando você começa a assistir percebe que isso não é nenhum tipo de empecilho, até porque é difícil chegar até o final e não pensar na possibilidade em passar mais algumas horas com esses personagens, essa família.
Há primeiro amor, amor perdido, amor ciumento, amor familiar, crise de meia-idade, a tragédia, comédia, política de negócios e profunda, mas simplesmente a filosofia de um menino de oito anos de idade.
É um monte de coisas sobre várias vidas e não é deprimente. Também não é um cheio de falso otimismo ou sentimentalismo qualquer. Na maior parte é muito honesto, muito verdadeiro e, para muitos, a princípio, pode até parecer banal e comum. O filme não para de entregar uma mensagem profunda, fazendo isso sem cair em repetições.
Não fizemos muito esforço para entrar na cabeça de Verônica, que recém-formada (medicina), tem seu primeiro trabalho, como residente em um hospital público pra avaliar diversos tipo de pacientes, seja os mais aflitos ou agressivos, que foi uma das partes mais interessantes. E em sua vida particular, prefere festejar com suas amigas, apreciando suas relações sexuais sem julgamentos, que particularmente não gostei muito.
Usando um gravador como seu próprio "diário", Verônica observa em um ponto final que ela sofre bastante, ao tentar pensar mais sobre a vida. É um drama interno, reflexivo e etc. É o "vazio" que muito de nós já sentimos. A busca de si mesmo perante ao futuro.
É uma situação complicada, no qual acredito que ninguém quer vivenciar, pois você tiver que escolher entre um colega/amigo e um bônus, o resultado está longe de ser fácil.
De várias coisas, uma coisa que gostei bastante do filme é que não o senti nem um pouco moralista, pois mesmo que seus personagens estejam em dilemas práticos em frente a uma postura moral. Achei que corresponde bem com a realidade em que cada um se encontra. É bem honesto, realista e envolvente.
As muitas das conversas-chave de “Dois Dias, Uma Noite” envolvem Sandra de frente para outra pessoa e reunindo constantemente a coragem de pedir apoio, em seguida, se preparando para uma grande variedade de reações. E Marion é uma baita atriz, ela demonstra uma fragilidade que nunca se torna algo exagerado, isso é incrível. E a cada encontro com um dos seus colegas ela consegue acrescentar algo em seu personagem. E ao decorrer do filme, sua confiança crescente ameaça regularmente a entrar em colapso, até que, com uma reviravolta inesperada, a natureza integral de sua mentalidade que vem se desenvolvendo aos poucos, a florescer nos minutos finais.
Bela crítica e mensagem no final. Um dos melhores que vi de 2014.
É um filme trágico e ao mesmo tempo reconfortante. Num ambiente de guerra, onde a violência é corriqueira, temos uma história que apresenta pessoas de diferentes idades, nacionalidades e religiões, todos sob o mesmo teto, sob a “vigilância” de Ivo, que, com sua compreensão da vida sobre diversos dilemas consegue ser um tipo de guia moral pra eles... Ele explora o impacto da guerra num nível intimista do qual oferece uma mudança interessante nos personagens. É daí que vemos os inimigos se tornando amigos e etc...
A trilha sonora é linda e com poucas músicas, porém, tem uma principal que é melancólica e muito marcante, sempre ouvida durante praticamente o filme todo, sempre em diferentes variações.
A velhice traz uma sabedoria impressionante pra quem sabe se abrir, com isso, Ivo, o velho (rs), possui uma alma linda de se acompanhar...
Tangerines é bastante sólido e possui uma mensagem pura e simples. Lindo filme.
Meu primeiro filme do Wes Anderson. Eu gostei, ele realmente parece ser daqueles diretores com uma identidade estética reconhecível. E não é só isso, ele sabe contar uma estória, e de uma maneira fascinante. Eu, pelo menos, não me senti cansado em nenhum momento, devido àquelas situações peculiares que era um show à parte. Cada plano lindo, tudo com uma simetria bem colocada. E mesmo tendo visto só um filme do diretor, talvez possa dizer que esteticamente seus filmes são diferenciados.
O elenco recheado de gente bem conhecida, nenhum deixou a desejar, todos estão bem legais. Mas o principal é Ralph Fiennes! Que ator!
Vale ressaltar, que a história não tem nada excepcional, porém, a maneira de contar é o grande lance do filme. Isso que foi ótimo!
Que filme incrível. A história é simples de pessoas simples, mas que é muito tocante, profundo e realista. É muito, mas muito bem filmado. O Wenders demonstra uma qualidade absurda em contar essa história de maneira bastante intimista a respeito da solidão e do silêncio (várias sequências marcadas pela sonoridade do ambiente), esses momentos de silêncio são um dos principais fatores que tornam o filme tão realista. E aliado com uma incrível trilha sonora faz com que o filme tenha vários momentos marcantes na história do cinema.
Não existe "vilões" no filme, eu diria que é só de gente boa (rs), porém, com seus defeitos e tal, mas são todos de uma moral respeitadora no que diz respeito ao trato com outros seres humanos.
Eu não vi tantos filmes de "estrada". Paris, Texas é um exemplo perfeito para esse gênero clássico do cinema. Os personagens solitários que vagam de um lugar a outro, fugindo de um passado tão doloroso quanto misterioso. É assim que Travis (principal) é nos apresentado no início do filme.
Que paisagens lindas... Não sei nem mais o que falar. Muitas cenas destruidoras, principalmente a cena da cabine. Essa é marcante. Que obra!
Um filme brutal, cru, visceral e totalmente realista, que retrata fielmente o horror que foi a segunda guerra mundial. Ele consegue a façanha de nos inserir dentro desse contexto histórico, nós sentimos tudo, é angustiante! Desperta em nós todos os sentimentos possíveis: desespero, medo, ódio, dor, revolta, perda e etc. Muitas sequências perturbadoras e de extrema dramaticidade.
O final é um dos melhores que já vi. 5 estrelas é pouco para "Vá e Veja'.
"Homem algum, por qualquer período de tempo, pode usar um rosto para si e outro para a multidão, sem acabar por confundir-se sobre qual deles é o verdadeiro”.
Gostei bastante, achei um filme bem acima da média do gênero, que poderia ser classificado de que maneira? Investigação, tribunal, suspense e etc... Achei a condução da trama bem fluída (edição do filme ficou ótimo), não me cansou em nenhum momento, e falo isso por que ele tem mais que 2hrs, e geralmente filmes com uma duração longa me cansam um pouco.
Atuações são boas (inclusive do Richard Gere), principalmente do mito (digo mito, por que é mito mesmo) Edward Norton, que já no seu primeiro filme na carreira esbanjou talento.
As cenas no tribunal são ótimas, e olha que não sou muito fã de filmes “tribunais”. Mas esse não é mirabolante, muito pelo contrário, tudo muito bem planejado e executado. E aqueles “duelos” (argumentos que são captados com clareza, outro ponto positivo) verbais entre Marty (Richard Gere) e Janet (Laura Linney) são bem afiados, ambos com personalidades diferentes, mas que souberam lidar muito bem com o júri e testemunhas. Porém, tem aquele “caso” entre eles, que é bem desnecessário pra trama em si, mas que não chega ser muito ruim, por que não exploram muito isso não, apenas algumas cenas com provocações bobas e tal, o que é incrível mesmo é a batalha no tribunal.
O filme ainda faz uma abordagem sobre a influência da igreja em negócios sujos e também sobre pedofilia, mas nada muito aprofundado (ainda bem), por que o foco era outro, mas que não deixou de ser interessante, e conseguiram não deixar muito pretensioso.
Não vou me prolongar muito, mas acredito que o filme na época do seu lançamento deve ter sido bem impactante, e ainda até pode ter sido para vários, mas não aconteceu comigo, apesar de ter sido surpreendido com aquele final.
Engraçado é que o Marty (Gere) fala sobre “ilusão da verdade” (manipulador e tals) no início do filme, e no final é experimenta do próprio veneno. E mais uma vez, o Norton realmente me fez acreditar que o personagem tinha dupla personalidade, ehehe. Por isso aquele final foi uma surpresa pra mim, ahaha.
- Então nunca houve, nunca houve um Roy? - Nunca houve um Aaron, doutor.
De 2010 pra cá, na data de 23 de dezembro tenho como “ritual” assistir esse filme a poucos dias do nosso querido Natal, rs. Eu particularmente acho esse filme hilário e continuo rindo cada vez que revejo. Eu lembro que vi a capa e pensei que seria mais um filme qualquer que simplesmente são despejados no cinema, e que teria pouquíssimo humor negro e etc. Em vez de um despejado filme de comédia, temos uma boa direção, um bom roteiro e, o melhor de tudo, o desempenho do nosso querido Billy Bob Thornton, que é nada menos que brilhante. Sem papas na língua, caráter cínico e entre outras coisas.
Você pode rir pouco em algumas cenas, ou bem mais em outras, pois tem algumas piadas bem ousadas que na hora podem ser um pouco difíceis de digerir. No entanto, eu acho que o filme acerta brilhantemente em nunca se levar demasiadamente a sério. Apesar de ter uma mensagem por trás de que o filme num todo não é só uma piada. É que o Natal não deve ser sobre o mercantilismo... E isso é simbolizado em muitas cenas ao longo do filme. E também sobre como, basicamente, as pessoas egoístas e pessoas decentes lidam um com o outro.
Bad Santa talvez possa ser demasiadamente vulgar para alguns, mas comédias de humor negro é uma forma de arte; para tomar um assunto sério, e gerar risadas é preciso ter habilidade e qualidade.
Engana-se aqueles que pensam que é só um conjunto de excelentes atores, isso só acrescentou, de fato. "As Horas" é profundamente comovente, uma reflexão delicada sobre desespero e esperança, que nos é apresentada através de três mulheres de diferentes épocas, enfrentando seus conflitos, como a opção sobre se deixar levar ou lutar contra as “prisões” em que são mantidas. "Não se pode encontrar a paz evitando a vida", diz Virginia Woolf, apesar de que no futuro possa haver consequências.
"Seria maravilhoso dizer que me arrependi, seria fácil. Mas qual o significado? O que significa se arrepender quando não se tem escolha? Entre a morte ou vida, eu escolhi a vida. É o que você consegue suportar, é isso. Ninguém nunca vai me perdoar." diz Laura.
A sintonia entre as histórias e entre os períodos é maravilhosa, pois consegue juntar e intercalar as três personagens, suas personalidades e suas histórias e isso numa sincronia perfeita.
É quase impossível não citar alguns trechos de alguns personagens, então vamos lá:
"Eu me lembro de uma manhã, levantando de madrugada, onde havia uma sensação de possibilidade. Sabe esse sentimento? E eu me lembro de pensar comigo mesma: Então, este é o início da felicidade. Este é o começo. E, claro, haverá sempre mais. Nunca me ocorreu que não era o começo. Era felicidade. Foi o momento", diz Clarissa.
"Alguém tem que morrer para que os outros valorizem a vida. É um contraste", diz Woolf.
"As Horas" faz uma abordagem bastante ousada e perigosa. Digo isso, justamente por ele abordar a alma feminina, correndo o risco de cair nos clichês, mas consegue nos trazer algo novo e diferente nesse quesito, sabe? Trazendo à tona todos os seus medos, incertezas, conflitos e arrependimentos, num tom bastante realista.
Não vou me prolongar muito, mas o que falar do personagem "Richard" (aplausos para o Sr. Ed Harris)? Apareceu tão pouco, mas teve muito destaque. Quando criança percebia que sua mãe não estava presente, não mentalmente. Devido estar insatisfeita com sua vida "perfeita" (velho sonho americano, rs). E, mais velho, Richard tem uma visão mais ampla sobre essas questões, e consegue refletir um pouco sobre sua Mãe e Clarissa, mesmo que haja diferença entre ambas, pois ela não é ausente e o encara como a razão de sua vida. Nesse momento acho que ele entende a mãe, pois viver uma vida sem sentido para si próprio, apenas para fazer sentido aos outros traduz a infelicidade, a morte em vida (negada por Woolf). Acredito que seja um fardo pesado ser a felicidade de alguém quando não se é feliz consigo mesmo.
Um trecho da conversa entre Richard e Clarissa:
“– Para quem é essa festa? – O que quer dizer? – Não estou tentando dizer nada. O que eu digo é... que acho que só continuo vivo pra te satisfazer. – Bem, isso é o que fazemos."
Existem filmes que absorvermos o que eles trazem de bom, certo? Esse é um deles. É pra ser apreciado e admirado eternamente. É o retrato de sentimento e não de acontecimentos. A depressão é a incompreensão da vida e a incerteza se a morte é saída.
E finalizo com esse trecho de Virginia Woolf:
"Encarar a vida de frente. Sempre encarar a vida de frente e conhecê-la como ela é. Enfim, conhecê-la. Amá-la pelo que ela é. E depois descartá-la. Sempre os anos entre nós. Sempre os anos. Sempre o amor. Sempre as horas."
Eu diria que são os temas principais do filme. A memória não é uma linha do tempo dos acontecimentos, é sim, um peso morto e uma maldição para muitas pessoas. A natureza é cheia de ciclos e assim é a vida humana, especialmente, nada menos que a memória, sempre obcecada por algum sonho recorrente ou fantasia. Existem filmes que exigem atenção: esse é um deles, assim como todos os outros trabalhos de Kar-Wai. Mas não tô falando que são filmes de "quebra-cabeças" ou até algo mais surreal, longe disso. Ele consegue transmitir poesia nos seus filmes, sabe? E a partir de coisas muito simples. É o que acontece nesse, que abrange o amor, luta, ódio, ciúme, lembrança, solidão, esquecimento. "Esquecimento"... É disso que se trata Cinzas do Passado.
Cinema Paradiso é belíssimo (parafraseando Totó, rs)! Que bela homenagem ao cinema. Mostra o quanto o cinema pode ser importante na vida de cada um de nós. E isso tudo em meio pós-segunda guerra mundial e, no filme, é retratada toda a nostalgia (que define muito bem o filme) de Totó e outras pessoas pela magia do cinema, todos de uma cidadezinha pequena, em que praticamente, o cinema é a única diversão, é o lugar onde esquecem seus problemas, pelo menos por algumas horas.
É muito bonito ver antigamente como era a interação das pessoas com o cinema, haha. Assistindo clássicos do cinema (Chaplin, exemplo), todos falando alto, rindo e também zoando uns dos outros, até usando o cinema como um local para dormir, ou até mesmo fazendo outras coisas, rs. E na primeira fila com seus olhinhos brilhando está Totó, e por não ter dinheiro pra assistir todas as sessões, faz de tudo para ficar amigo de Alfredo que é o projecionista do cinema, e assim, poder entrar na cabine e consequentemente assistir os filmes. E ao decorrer do filme, eles vão se tornando amigos, de maneira linda e única.
Cinema Paradiso é simples e sem pretensões artísticas, porém, não o diminui em nada, pois é muito lindo e tocante! Fiquei com os olhos marejados (rs), mas não é aquele choro triste e nem nada, é de felicidade em ver um filme completamente puro e cheio de amor. E o final é um dos mais lindos que já que vi na minha vida.
E não poderia deixar de mencionar a trilha sonora espetacular de Ennio Morricone. Quem o conhece, sabe que com ele não tem erro.
Confissões é uma visceral história de vingança, narrada com estilo. É incomum, no sentido de que não é contada de maneira linear e sim através de perspectivas diferentes de vários personagens, num estilo confessional e tal. Existe muita violência, sendo mais puramente psicológica do que física.
O filme é bem estruturado, convergente e com muitas reviravoltas.
Eu achei um filme muito bem conduzido, bem intenso desde o começo e sempre prendendo muita minha atenção. O que considero algo bom, devido não gostar muito de adaptações de quadrinho.
Um filme que lida com viagem no tempo e desenvolve-se através de duas linhas do tempo diferentes, é algo que poderia resultar em fracasso, porém, eles conseguem fazer algo muito bem amarrado. Adoro quando um filme me “cala” de alguma forma. Esse calou.
Grande elenco! E as partes de ação estão muito boas!
É o meu primeiro filme do Wes Anderson. Eu gostei bastante, ele realmente parece ser daqueles diretores com uma identidade estética reconhecível. E não é só isso, ele sabe contar uma história de uma maneira fascinante. Eu, pelo menos, não me senti cansado em nenhum momento, devido àquelas situações peculiares que era um show à parte. Cada plano lindo, tudo com uma simetria bem colocada. E mesmo tendo visto só um filme do diretor, talvez possa dizer que esteticamente seus filmes são diferenciados.
O elenco é recheado de atores conhecidos, todos tiveram atuações boas. Ralph Fiennes foi fantástico!
Poucos filmes abordam de maneira incomum o adultério e assim, muitas vezes, exploram pouco as razões que o desencadearam. Mas, então, surge a ânsia para conseguir um quê a mais, ou seja, algo que nós, amantes da sétima arte, insaciavelmente procuramos. Wong me parece ser daqueles cineastas que pensam através da lente, usando todo seu talento para fazer algo visualmente único, em outras palavras, enxergamos seu coração transbordando na tela.
C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor
4.2 712É um bom drama familiar. É bem executado e comovente. Nós acompanhamos uma família através de muitos anos, vendo as crianças crescerem. Cinco filhos seguir caminhos separados, alguns anônimos, outros baderneiros e que estão confusos sexualmente. Passa a existir muito caos, humor e tristeza neste filme, onde o pai é um homem difícil (rígido e autoritário), que torna um pouco mais complicado o ambiente para que as crianças cresçam, pois todos devem fazê-lo feliz.
Quero dizer que o filme me fez lembrar de outros, medianos, que tratam de uma história parecida ou dos mesmos temas abordados, mas C.R.A.Z.Y não é apenas mediano. Isso por causa da ótima direção e o roteiro muito bem amarrado, onde o diretor consegue embarcar numa relação familiar cheia de disputas internas e lidar com conflitos contemporâneos (drogas, homossexualismo e etc...), ao mesmo tempo mantendo constantemente o conceito de qualidade inerente e fundamental em um filme: a história.
O filme nos oferece interessantes personagens com personalidades diferentes. Os dois atores principais, os dois irmãos que obtêm mais tempo no filme, são ótimos. É brilhante, tão encantador que nunca consegue cair na “obscuridade”, mesmo estando próximo disso, às vezes.
Não poderia deixar de mencionar a ótima trilha sonora que contém Elvis, David Bowie, Pink Floyd e Rolling Stones.
Caché
3.8 384 Assista AgoraA riqueza, as diversas camadas implantadas em "Caché" são sensacionais.
Com algumas convenções específicas do gênero "thriller", mas nunca interessado em um retorno convencional em termos de expectativas que existem no gênero, Caché é mais sobre perguntas do que respostas, algo que não satisfará quem estiver procurando algo mais convencional. Haneke faz uma desconstrução dentro do gênero e depois remonta de sua própria maneira.
Com um drama psicológico bem forte típico dos filmes de Haneke, ele fez uma análise sobre a inadequação moral da natureza humana. E não posso deixar de mencionar que contém uma questão sociopolítica muito interessante. Pela premissa parece ser um thriller clássico, mas não é. Caché aborda outras coisas bem mais interessantes, como os erros do passado e como facilmente são ignorados para que possamos viver "tranquilamente" com a nossa consciência. Caché é de uma tensão primorosa. Você nunca sabe quando está para acontecer algo, ele nos nega qualquer tipo de antecipação (seja com alguma trilha sonora que geralmente antecipa os acontecimentos, exemplo). Por isso, alguns momentos chocantes sempre nos pegam de surpresa.
Melhor É Impossível
4.0 683 Assista AgoraUm filme que "mescla" bem o drama, romance e comédia, de uma forma leve e despretensiosa. Incrível é que tinha tudo pra cair na mesmice, porém, se torna bem engraçado e cativante.
“A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.” Vinicius de Morais
Essa frase serve perfeitamente para descrever nosso protagonista Melvin (Jack Nicholson). O filme poderia ser apenas mais uma comédia romântica qualquer, caso não tivesse o elenco que teve, em minha opinião. Nicholson, Helen Hunt e Greg Kinnear. Esse trio foi fantástico!
Esse diálogo entre Melvin e Carol foi muito lindo. O que o filme quis passar é bonito.
Melvin: “Você me faz querer ser um homem melhor.”
Helen: “Isso é talvez o melhor complemento da minha vida.”
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94Eu gosto de cinema autoral, que te faça pensar e não apenas deixando o espectador como o receptor passivo de informação. “As Harmonias de Werckmeister” é cheio de simbolismos em suas imagens poéticas. Vale ressaltar que é um tanto difícil de compreendê-lo.
Em uma pequena cidade húngara, uma população pacata se depara com uma novidade de velha fama: um circo que trazia uma imensa baleia empalhada e um príncipe sem nome, definido pelo poder que supostamente ostentava. Essas pessoas, controladas politicamente pela aura de um senhor de alta classe, veem-se desesperadas pela chegada do inverno rigoroso, agora lhes faltando lenha e carvão, fundamentais para a sobrevivência nesse contexto. Diante de seus problemas não solucionados e inflamada pelas pessoas que controlavam a venda de ingressos para o circo, essa população empreende uma caótica revolta, estancada por forças do Exército.
Tal enredo, como pode ser percebido, é apresentado com metáforas constantes aos regimes políticos europeus, em uma crítica de ironia refinada que culmina em ilustrações de verdadeiro caos, demonstrando que a incapacidade de diversas formas de governo levanta um limite muito frágil entre a ideia de “ordem” e a total entrega ao descontrole e, em alguns momentos, à selvageria. De forma densa, essas paradoxais “Harmonias” usam um tom difícil e por vezes incompreensível para tratar de velhas e simples críticas (forçando um caráter erudito realmente dispensável em diversos momentos) que poderiam ser abordadas de forma mais prazerosa.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista Agora"Quer dizer que John Wick é o bicho-papão?"
"Não, ele é o cara que contratamos para matar o bicho-papão!"
Se há uma coisa que "John Wick" prova, é que não importa o quão estúpida a história é, com uma boa execução pode ser algo divertido para aqueles que apreciam um filme de ação.
Início nos apresenta o ex-assassino Jonh Wick lamentando a morte de sua esposa. Temos uma breve introdução (básica, rs), mostrando que ele agora se preocupa somente com duas coisas em sua vida: seu carro e o cachorro, presente de sua falecida esposa para que ele tenha alguém na sua ausência. No entanto, alguns mafiosos russos acabam tirando as duas coisas mais preciosas de sua vida, fazendo-o simplesmente "voltar ao jogo".
Acho um pouco absurda essa história (rs), mas, felizmente, não focou nisso e nem se levou a sério, a meu ver. Após isso, temos uma narrativa de praticamente pura ação.
Temos um elenco de ótimos nomes, porém, alguns com pouco espaço durante o longa, rs. É o que acontece com o ótimo Ian McShane (Deadwood): o pouquíssimo tempo que apareceu foi algo muito legal, mas o tornaram um simples personagem de apoio. Willem Dafoe é outro que ganhou um pouco mais de espaço e teve cenas legais.
Gostei do clima, essa vibe corajosa que falta na maioria dos filmes de ação de Hollywood. Assistindo John Wick, lembrei dos filmes de ação dos anos 80 e 90, quando tínhamos Stallone, Van Damme (meu preferido, rs) e etc.
A melhor sequência de ação foi a da boate, achei bem empolgante e com uma trilha sonora muito boa, o que proporcionou um clímax ótimo. Eu nunca vi ninguém dar tanto "head-shot" como John Wick. Não é um dos melhores "badass" que tivemos durante a história do cinema, mas é bacana e merece esse rótulo.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraEntão, embora Whiplash tenha sido cinematograficamente ótimo (montagem, edição e etc...), a história não me convenceu. O restrito foco sobre o professor/aluno leva a uma repetição na narrativa, a meu ver. Não houve profundidade e progresso, não houve qualquer tipo de desenvolvimento de interação humana entre os dois. Foi somente seguido de insultos e pressão por parte do professor, trabalho duro e sofrimento por parte do aluno.
E como o filme é baseado principalmente em torno do relacionamento professor/aluno, não conseguiu captar bem as outras relações, seja com a namorada, ou relação com o seu pai ou outros estudantes. Eles estão ali apenas para "apoiar" a história principal. Eles não possuem um pingo de profundidade, estão ali para dar um traço do quão ambicioso e determinado é o protagonista. Enfim, todo o resto é decoração. Desde a faculdade e outros personagens. Eu fico me perguntando se existe alguém como o Fletcher e que se manteve dentro de instituição acadêmica durante muito tempo agindo dessa forma, pois ele passa um "pouco" (jogar cadeiras, dar tapas e etc...) dos limites, né.
A sequência final é digna de aplausos, por ser tão intensa e bem executada. E apesar de o filme não se manifestar claramente sobre, a mensagem final (minha interpretação) me passou que pra atingir o verdadeiro talento, só passando por dificuldade e dor. É isso? Mesmo se o jovem estiver em pleno desenvolvimento? Se for, eu não acredito nisso. Eu achei que precisava mais de justificação, pois a história tem linha reta e plana sobre dois homens egocêntricos que almejam reconhecimento.
Enfim, é mais uma história de superação contada no cinema. Eu sei que muitos encararam e sentiram de uma maneira diferente, única e etc. Cinema é isso, alguns sentem e outros não (e parece que essa foi a minha vez de não sentir).
A Separação
4.2 725 Assista AgoraVerdade e culpa são dois temas centrais de "A Separação". A verdade se revela uma questão de perspectiva (nesse sentido lembra muito Rashomon, de Kurosawa). Ou seja, é um tipo de quebra-cabeça onde cada um dos personagens tem sua visão coerente sobre o acontecimento. A questão da culpa, por sua vez, se torna cada vez mais complicada.
É um drama de conflitos conjugais e intrigas tão realista que chega a ser assustador. Nunca nos mostra o que de fato ocorreu com o incidente, fazendo com que o processo judicial crie mais suspense, pois todos podem estar mentindo. Sobre a separação de Nader (Peyman Moadi) e Simin (Leila Hatami), com cada decepção revelada, é algo que se torna ainda mais complexo, nunca um mero formalismo.
E apesar de não achar que o filme em nenhum momento tenta pregar algo sobre as questões tratadas, achei feliz a abordagem sobre a moralidade, pois hoje a moralidade é uma palavra estranha para muitos e geralmente associada a religião (reverências e etc...), sem falar nos preconceitos e superstições. A moralidade está oculta em nós mesmos, seja por conveniência ou induzimento. A reflexão persiste em pensar que a verdadeira moralidade pode ser aplicada em diferentes lugares, ou seja, punível em alguns e em outros não. No entanto, é algo que está em todos os nossos pensamentos e ações, creio eu. Ela é alternada entre nossas expectativas e emoções. É tipo algo como "auto-identidade". Em "A Separação", os nossos personagens, principalmente Nader (interpretado impecavelmente por Peyman Moadi) tem que encarar sua realidade e, assim, analisar a situação e reconhecer a sua complexidade.
Na Mira do Chefe
3.7 360Pensei que seria uma comédia arrastada com pouca originalidade e humor repetitivo. No entanto, "Na Mira do Chefe" excedeu as minhas expectativas mínimas, pois se tratava de uma comédia de humor negro construído em torno dos dilemas existenciais de dois assassinos, conseguindo acrescentar um efeito dramático, algo que pode até fazer muitos não apreciarem, mas é hilário, contemplativo, por vezes mordaz, muitas vezes niilista, mas marcado por uma corrente de sensações.
Ray (Colin Farrell) e Ken (Brendan Gleeson) estão muito bem. Apesar do contraponto recíproco de ambos, a fluidez e harmonia que conseguem nos passar através dos diálogos e é interessante a maneira como eles se relacionam. Seus momentos juntos são o que fazem o filme e isso não é só devido ao ótimo roteiro, é por causa da performance de ambos. Colin Farrell tem um bom senso de "timing" cômico, e olha que nunca fui fã do ator e muito menos "hater", rs.
Enfim, apesar de ter muitas qualidades e que sempre vou lembrar por ter me feito rir bastante, sei que não é um filme que vai marcar época, rs. Mas é um filme leve e praticamente perfeito no que se propõe porque ele consegue ter personalidade e, assim mesmo, resultar em entretenimento extremamente divertido.
As Coisas Simples da Vida
4.3 119Que obra de arte.
Yi Yi não tem um ritmo rápido, nem sequer um pouco. Edward Yang parece ser adepto de planos longos, em que as coisas tendem a se desdobrar em um ritmo mais lento, porém, de forma bem meticulosa. É vibrante, fazendo com que em algumas cenas quase se aproximem do melodrama, mas nunca de uma forma forçada ou artificial.
O filme é longo (3 horas de duração), o que assusta um pouco, mas quando você começa a assistir percebe que isso não é nenhum tipo de empecilho, até porque é difícil chegar até o final e não pensar na possibilidade em passar mais algumas horas com esses personagens, essa família.
Há primeiro amor, amor perdido, amor ciumento, amor familiar, crise de meia-idade, a tragédia, comédia, política de negócios e profunda, mas simplesmente a filosofia de um menino de oito anos de idade.
É um monte de coisas sobre várias vidas e não é deprimente. Também não é um cheio de falso otimismo ou sentimentalismo qualquer. Na maior parte é muito honesto, muito verdadeiro e, para muitos, a princípio, pode até parecer banal e comum. O filme não para de entregar uma mensagem profunda, fazendo isso sem cair em repetições.
Era Uma Vez Eu, Verônica
3.5 198Não fizemos muito esforço para entrar na cabeça de Verônica, que recém-formada (medicina), tem seu primeiro trabalho, como residente em um hospital público pra avaliar diversos tipo de pacientes, seja os mais aflitos ou agressivos, que foi uma das partes mais interessantes. E em sua vida particular, prefere festejar com suas amigas, apreciando suas relações sexuais sem julgamentos, que particularmente não gostei muito.
Usando um gravador como seu próprio "diário", Verônica observa em um ponto final que ela sofre bastante, ao tentar pensar mais sobre a vida. É um drama interno, reflexivo e etc. É o "vazio" que muito de nós já sentimos. A busca de si mesmo perante ao futuro.
Mais outro bom filme nacional.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542É uma situação complicada, no qual acredito que ninguém quer vivenciar, pois você tiver que escolher entre um colega/amigo e um bônus, o resultado está longe de ser fácil.
De várias coisas, uma coisa que gostei bastante do filme é que não o senti nem um pouco moralista, pois mesmo que seus personagens estejam em dilemas práticos em frente a uma postura moral. Achei que corresponde bem com a realidade em que cada um se encontra. É bem honesto, realista e envolvente.
As muitas das conversas-chave de “Dois Dias, Uma Noite” envolvem Sandra de frente para outra pessoa e reunindo constantemente a coragem de pedir apoio, em seguida, se preparando para uma grande variedade de reações. E Marion é uma baita atriz, ela demonstra uma fragilidade que nunca se torna algo exagerado, isso é incrível. E a cada encontro com um dos seus colegas ela consegue acrescentar algo em seu personagem. E ao decorrer do filme, sua confiança crescente ameaça regularmente a entrar em colapso, até que, com uma reviravolta inesperada, a natureza integral de sua mentalidade que vem se desenvolvendo aos poucos, a florescer nos minutos finais.
Bela crítica e mensagem no final. Um dos melhores que vi de 2014.
Tangerinas
4.3 243É um filme trágico e ao mesmo tempo reconfortante. Num ambiente de guerra, onde a violência é corriqueira, temos uma história que apresenta pessoas de diferentes idades, nacionalidades e religiões, todos sob o mesmo teto, sob a “vigilância” de Ivo, que, com sua compreensão da vida sobre diversos dilemas consegue ser um tipo de guia moral pra eles... Ele explora o impacto da guerra num nível intimista do qual oferece uma mudança interessante nos personagens. É daí que vemos os inimigos se tornando amigos e etc...
A trilha sonora é linda e com poucas músicas, porém, tem uma principal que é melancólica e muito marcante, sempre ouvida durante praticamente o filme todo, sempre em diferentes variações.
A velhice traz uma sabedoria impressionante pra quem sabe se abrir, com isso, Ivo, o velho (rs), possui uma alma linda de se acompanhar...
Tangerines é bastante sólido e possui uma mensagem pura e simples. Lindo filme.
Grande filme.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KMeu primeiro filme do Wes Anderson. Eu gostei, ele realmente parece ser daqueles diretores com uma identidade estética reconhecível. E não é só isso, ele sabe contar uma estória, e de uma maneira fascinante. Eu, pelo menos, não me senti cansado em nenhum momento, devido àquelas situações peculiares que era um show à parte. Cada plano lindo, tudo com uma simetria bem colocada. E mesmo tendo visto só um filme do diretor, talvez possa dizer que esteticamente seus filmes são diferenciados.
O elenco recheado de gente bem conhecida, nenhum deixou a desejar, todos estão bem legais. Mas o principal é Ralph Fiennes! Que ator!
Vale ressaltar, que a história não tem nada excepcional, porém, a maneira de contar é o grande lance do filme. Isso que foi ótimo!
Paris, Texas
4.3 695 Assista AgoraQue filme incrível. A história é simples de pessoas simples, mas que é muito tocante, profundo e realista. É muito, mas muito bem filmado. O Wenders demonstra uma qualidade absurda em contar essa história de maneira bastante intimista a respeito da solidão e do silêncio (várias sequências marcadas pela sonoridade do ambiente), esses momentos de silêncio são um dos principais fatores que tornam o filme tão realista. E aliado com uma incrível trilha sonora faz com que o filme tenha vários momentos marcantes na história do cinema.
Não existe "vilões" no filme, eu diria que é só de gente boa (rs), porém, com seus defeitos e tal, mas são todos de uma moral respeitadora no que diz respeito ao trato com outros seres humanos.
Eu não vi tantos filmes de "estrada". Paris, Texas é um exemplo perfeito para esse gênero clássico do cinema. Os personagens solitários que vagam de um lugar a outro, fugindo de um passado tão doloroso quanto misterioso. É assim que Travis (principal) é nos apresentado no início do filme.
Que paisagens lindas... Não sei nem mais o que falar. Muitas cenas destruidoras, principalmente a cena da cabine. Essa é marcante. Que obra!
Vá e Veja
4.5 754 Assista AgoraObra-Prima!
Um filme brutal, cru, visceral e totalmente realista, que retrata fielmente o horror que foi a segunda guerra mundial. Ele consegue a façanha de nos inserir dentro desse contexto histórico, nós sentimos tudo, é angustiante! Desperta em nós todos os sentimentos possíveis: desespero, medo, ódio, dor, revolta, perda e etc. Muitas sequências perturbadoras e de extrema dramaticidade.
O final é um dos melhores que já vi. 5 estrelas é pouco para "Vá e Veja'.
As Duas Faces de um Crime
4.1 1,0K Assista Agora"Homem algum, por qualquer período de tempo, pode usar um rosto para si e outro para a multidão, sem acabar por confundir-se sobre qual deles é o verdadeiro”.
Gostei bastante, achei um filme bem acima da média do gênero, que poderia ser classificado de que maneira? Investigação, tribunal, suspense e etc... Achei a condução da trama bem fluída (edição do filme ficou ótimo), não me cansou em nenhum momento, e falo isso por que ele tem mais que 2hrs, e geralmente filmes com uma duração longa me cansam um pouco.
Atuações são boas (inclusive do Richard Gere), principalmente do mito (digo mito, por que é mito mesmo) Edward Norton, que já no seu primeiro filme na carreira esbanjou talento.
As cenas no tribunal são ótimas, e olha que não sou muito fã de filmes “tribunais”. Mas esse não é mirabolante, muito pelo contrário, tudo muito bem planejado e executado. E aqueles “duelos” (argumentos que são captados com clareza, outro ponto positivo) verbais entre Marty (Richard Gere) e Janet (Laura Linney) são bem afiados, ambos com personalidades diferentes, mas que souberam lidar muito bem com o júri e testemunhas. Porém, tem aquele “caso” entre eles, que é bem desnecessário pra trama em si, mas que não chega ser muito ruim, por que não exploram muito isso não, apenas algumas cenas com provocações bobas e tal, o que é incrível mesmo é a batalha no tribunal.
O filme ainda faz uma abordagem sobre a influência da igreja em negócios sujos e também sobre pedofilia, mas nada muito aprofundado (ainda bem), por que o foco era outro, mas que não deixou de ser interessante, e conseguiram não deixar muito pretensioso.
Não vou me prolongar muito, mas acredito que o filme na época do seu lançamento deve ter sido bem impactante, e ainda até pode ter sido para vários, mas não aconteceu comigo, apesar de ter sido surpreendido com aquele final.
Engraçado é que o Marty (Gere) fala sobre “ilusão da verdade” (manipulador e tals) no início do filme, e no final é experimenta do próprio veneno. E mais uma vez, o Norton realmente me fez acreditar que o personagem tinha dupla personalidade, ehehe. Por isso aquele final foi uma surpresa pra mim, ahaha.
- Então nunca houve, nunca houve um Roy?
- Nunca houve um Aaron, doutor.
Papai Noel às Avessas
3.1 108De 2010 pra cá, na data de 23 de dezembro tenho como “ritual” assistir esse filme a poucos dias do nosso querido Natal, rs. Eu particularmente acho esse filme hilário e continuo rindo cada vez que revejo. Eu lembro que vi a capa e pensei que seria mais um filme qualquer que simplesmente são despejados no cinema, e que teria pouquíssimo humor negro e etc. Em vez de um despejado filme de comédia, temos uma boa direção, um bom roteiro e, o melhor de tudo, o desempenho do nosso querido Billy Bob Thornton, que é nada menos que brilhante. Sem papas na língua, caráter cínico e entre outras coisas.
Você pode rir pouco em algumas cenas, ou bem mais em outras, pois tem algumas piadas bem ousadas que na hora podem ser um pouco difíceis de digerir. No entanto, eu acho que o filme acerta brilhantemente em nunca se levar demasiadamente a sério. Apesar de ter uma mensagem por trás de que o filme num todo não é só uma piada. É que o Natal não deve ser sobre o mercantilismo... E isso é simbolizado em muitas cenas ao longo do filme. E também sobre como, basicamente, as pessoas egoístas e pessoas decentes lidam um com o outro.
Bad Santa talvez possa ser demasiadamente vulgar para alguns, mas comédias de humor negro é uma forma de arte; para tomar um assunto sério, e gerar risadas é preciso ter habilidade e qualidade.
As Horas
4.2 1,4KEngana-se aqueles que pensam que é só um conjunto de excelentes atores, isso só acrescentou, de fato. "As Horas" é profundamente comovente, uma reflexão delicada sobre desespero e esperança, que nos é apresentada através de três mulheres de diferentes épocas, enfrentando seus conflitos, como a opção sobre se deixar levar ou lutar contra as “prisões” em que são mantidas. "Não se pode encontrar a paz evitando a vida", diz Virginia Woolf, apesar de que no futuro possa haver consequências.
"Seria maravilhoso dizer que me arrependi, seria fácil. Mas qual o significado? O que significa se arrepender quando não se tem escolha? Entre a morte ou vida, eu escolhi a vida. É o que você consegue suportar, é isso. Ninguém nunca vai me perdoar." diz Laura.
A sintonia entre as histórias e entre os períodos é maravilhosa, pois consegue juntar e intercalar as três personagens, suas personalidades e suas histórias e isso numa sincronia perfeita.
É quase impossível não citar alguns trechos de alguns personagens, então vamos lá:
"Eu me lembro de uma manhã, levantando de madrugada, onde havia uma sensação de possibilidade. Sabe esse sentimento? E eu me lembro de pensar comigo mesma: Então, este é o início da felicidade. Este é o começo. E, claro, haverá sempre mais. Nunca me ocorreu que não era o começo. Era felicidade. Foi o momento", diz Clarissa.
"Alguém tem que morrer para que os outros valorizem a vida. É um contraste", diz Woolf.
"As Horas" faz uma abordagem bastante ousada e perigosa. Digo isso, justamente por ele abordar a alma feminina, correndo o risco de cair nos clichês, mas consegue nos trazer algo novo e diferente nesse quesito, sabe? Trazendo à tona todos os seus medos, incertezas, conflitos e arrependimentos, num tom bastante realista.
Não vou me prolongar muito, mas o que falar do personagem "Richard" (aplausos para o Sr. Ed Harris)? Apareceu tão pouco, mas teve muito destaque. Quando criança percebia que sua mãe não estava presente, não mentalmente. Devido estar insatisfeita com sua vida "perfeita" (velho sonho americano, rs). E, mais velho, Richard tem uma visão mais ampla sobre essas questões, e consegue refletir um pouco sobre sua Mãe e Clarissa, mesmo que haja diferença entre ambas, pois ela não é ausente e o encara como a razão de sua vida. Nesse momento acho que ele entende a mãe, pois viver uma vida sem sentido para si próprio, apenas para fazer sentido aos outros traduz a infelicidade, a morte em vida (negada por Woolf). Acredito que seja um fardo pesado ser a felicidade de alguém quando não se é feliz consigo mesmo.
Um trecho da conversa entre Richard e Clarissa:
“– Para quem é essa festa?
– O que quer dizer?
– Não estou tentando dizer nada. O que eu digo é... que acho que só continuo vivo pra te satisfazer.
– Bem, isso é o que fazemos."
Existem filmes que absorvermos o que eles trazem de bom, certo? Esse é um deles. É pra ser apreciado e admirado eternamente. É o retrato de sentimento e não de acontecimentos. A depressão é a incompreensão da vida e a incerteza se a morte é saída.
E finalizo com esse trecho de Virginia Woolf:
"Encarar a vida de frente. Sempre encarar a vida de frente e conhecê-la como ela é. Enfim, conhecê-la. Amá-la pelo que ela é. E depois descartá-la. Sempre os anos entre nós. Sempre os anos. Sempre o amor. Sempre as horas."
Cinzas do Passado Redux
3.7 52 Assista AgoraMemória, tempo e sua passagem.
Eu diria que são os temas principais do filme. A memória não é uma linha do tempo dos acontecimentos, é sim, um peso morto e uma maldição para muitas pessoas. A natureza é cheia de ciclos e assim é a vida humana, especialmente, nada menos que a memória, sempre obcecada por algum sonho recorrente ou fantasia. Existem filmes que exigem atenção: esse é um deles, assim como todos os outros trabalhos de Kar-Wai. Mas não tô falando que são filmes de "quebra-cabeças" ou até algo mais surreal, longe disso. Ele consegue transmitir poesia nos seus filmes, sabe? E a partir de coisas muito simples. É o que acontece nesse, que abrange o amor, luta, ódio, ciúme, lembrança, solidão, esquecimento. "Esquecimento"... É disso que se trata Cinzas do Passado.
Muito bom.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraCinema Paradiso é belíssimo (parafraseando Totó, rs)! Que bela homenagem ao cinema. Mostra o quanto o cinema pode ser importante na vida de cada um de nós. E isso tudo em meio pós-segunda guerra mundial e, no filme, é retratada toda a nostalgia (que define muito bem o filme) de Totó e outras pessoas pela magia do cinema, todos de uma cidadezinha pequena, em que praticamente, o cinema é a única diversão, é o lugar onde esquecem seus problemas, pelo menos por algumas horas.
É muito bonito ver antigamente como era a interação das pessoas com o cinema, haha. Assistindo clássicos do cinema (Chaplin, exemplo), todos falando alto, rindo e também zoando uns dos outros, até usando o cinema como um local para dormir, ou até mesmo fazendo outras coisas, rs. E na primeira fila com seus olhinhos brilhando está Totó, e por não ter dinheiro pra assistir todas as sessões, faz de tudo para ficar amigo de Alfredo que é o projecionista do cinema, e assim, poder entrar na cabine e consequentemente assistir os filmes. E ao decorrer do filme, eles vão se tornando amigos, de maneira linda e única.
Cinema Paradiso é simples e sem pretensões artísticas, porém, não o diminui em nada, pois é muito lindo e tocante! Fiquei com os olhos marejados (rs), mas não é aquele choro triste e nem nada, é de felicidade em ver um filme completamente puro e cheio de amor. E o final é um dos mais lindos que já que vi na minha vida.
E não poderia deixar de mencionar a trilha sonora espetacular de Ennio Morricone. Quem o conhece, sabe que com ele não tem erro.
Confissões
4.2 854Confissões é uma visceral história de vingança, narrada com estilo. É incomum, no sentido de que não é contada de maneira linear e sim através de perspectivas diferentes de vários personagens, num estilo confessional e tal. Existe muita violência, sendo mais puramente psicológica do que física.
O filme é bem estruturado, convergente e com muitas reviravoltas.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraEu achei um filme muito bem conduzido, bem intenso desde o começo e sempre prendendo muita minha atenção. O que considero algo bom, devido não gostar muito de adaptações de quadrinho.
Um filme que lida com viagem no tempo e desenvolve-se através de duas linhas do tempo diferentes, é algo que poderia resultar em fracasso, porém, eles conseguem fazer algo muito bem amarrado. Adoro quando um filme me “cala” de alguma forma. Esse calou.
Grande elenco! E as partes de ação estão muito boas!
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KÉ o meu primeiro filme do Wes Anderson. Eu gostei bastante, ele realmente parece ser daqueles diretores com uma identidade estética reconhecível. E não é só isso, ele sabe contar uma história de uma maneira fascinante. Eu, pelo menos, não me senti cansado em nenhum momento, devido àquelas situações peculiares que era um show à parte. Cada plano lindo, tudo com uma simetria bem colocada. E mesmo tendo visto só um filme do diretor, talvez possa dizer que esteticamente seus filmes são diferenciados.
O elenco é recheado de atores conhecidos, todos tiveram atuações boas. Ralph Fiennes foi fantástico!
Amor à Flor da Pele
4.3 498 Assista AgoraAmor à Flor da Pele: O eco do que não foi
Poucos filmes abordam de maneira incomum o adultério e assim, muitas vezes, exploram pouco as razões que o desencadearam. Mas, então, surge a ânsia para conseguir um quê a mais, ou seja, algo que nós, amantes da sétima arte, insaciavelmente procuramos. Wong me parece ser daqueles cineastas que pensam através da lente, usando todo seu talento para fazer algo visualmente único, em outras palavras, enxergamos seu coração transbordando na tela.