Uma história simples: uma mulher, dois homens. Sim, é algo que já foi abordado tantas vezes no cinema e tal. Mas quando conduzido por uma diretora maravilhosa (sou fã) como a Claire Denis, pode se tornar algo diferenciado. E foi o que aconteceu.
Eu amo esse fascínio que ela tem de psicanalisar seus personagens através do uso de imagens. Eu não vi todos seus filmes, mas já vi uma boa quantidade, e posso dizer que suas obras são uma espécie de convite ao desconforto, sejam elas narrativas ou sensoriais.
A maneira que ela costuma espremer seus personagens em close-ups é algo de quem entende, faz com que consigamos sentir todas as emoções turbulentas e conflitantes dos mesmos.
Os atores também são essenciais, ainda mais para esses tipo de filme. O que foi a atuação de Vincent Lindon e Binoche?! Muito do que eles sentem é revelado através por linguagem corporal, os olhares... e são muitos sentimentos ocultos aqui, mesmo que por alguns momentos sejam transbordantes.
Eu gosto que a Denis não oferece tanta explicação assim sobre os personagens, sabemos um pouco sobre eles apenas por alguns elementos intrigantes (o Jean foi preso, não sabemos o motivo... e entre outras coisas). Eles nunca são tão claros ou definitivos, isso é justamente o que mais me fascina, porque sinto que eles estão submetidos à constante reflexão...
Eu amo essas complexidades dos relacionamentos. É uma quedinha minha rs. Essa vontade quase incontrolável de se reencontrar com o passado, por mais que as feridas (desse próprio passado) não tenham sido totalmente curadas...
É um filme de silêncios e olhares, pois a grande virtude está no não dito. É tão intimista, não foi necessário muitas palavras para nos fazer sentir/entender, pois as imagens são bastante expressivas e poéticas. Cada detalhe é tão bem cuidado...
É um filme sobre infância, mas não necessariamente sobre amadurecimento. É mais sobre a necessidade de dar e receber afeto. E como isso também pode servir como uma cura mental para os adultos.
Enfim, tudo muito lindo aqui. O final é muito tocante. Nessa hora que eu percebi que o filme entrou no meu coração...
É cheio de boas ideias, mas acabei achando tudo muito disperso e talvez isso seja resultado da mistura (que não conseguiram andar de mãos dadas) de todos esses gêneros: é um road movie, com elementos de terror, mas também uma jornada de autoconhecimento e romance.
Eu adoro os atores, mas a química não me pareceu nada crível. Esse foi um dos motivos do romance não me convencer. E eles não são interessantes, mesmo sendo personagens que vivem às margens da sociedade e pelo fato do filme trazer questões como a solidão, emancipação e etc...
É que tudo isso fica na superfície. Muitas coisas acontecem ao longo do caminho, mas todas essas experiências não tem qualquer impacto real nos personagens... porque tudo se dissolve em pouco tempo e nada disso é realmente sentido.
Um bom exemplo é quando a Maren conhece sua mãe... por todo o acúmulo emocional, era pra ser uma cena visceral, mas é algo que fica no plano. Aliás, o filme carece muito disso, um tratamento um pouco mais visceral...
Olha, é uma superprodução, vale bastante a pena, muito devido ao contexto que vivenciamos e tal, onde ainda encaramos muitos políticos e também simpatizantes enaltecendo o período da ditadura militar.
Por isso é importante mostrar esse filme (espero que o filme chegue em mais pessoas), nem que sirva apenas como uma “introdução” pra muita gente conhecer mais sobre a história de Marighella e outros revolucionários.
Mas cinematograficamente o filme é bastante comum, infelizmente. Não é ruim, mas também não é nem um pouco ousado. Poderia ter sido. É o que achei.
Nossa, esse filme poderia ser tão bom (mesmo), mas não é. Pelo menos, na minha opinião, rs.
O filme não é muito interessado no esporte em si, pois o interesse maior está na aposentadoria precoce de uma jovem atleta e o que isso significa pra ela. O que é muito interessante, certo? É a preocupação com o futuro, o medo do desconhecido...
Foge bastante da estrutura tão conhecida sobre filmes de esporte (ou dos que têm como plano de fundo). O diretor consegue capturar muito bem seus personagens, é atraente acompanha-los nos bastidores, ou nas festas e etc...
O problema maior, pra mim, é que a dramaticidade do filme não consegue atingir um pico razoavelmente bom, infelizmente.
A atriz que faz Nadia é muito limitada, talvez se fosse uma atriz melhor e com um texto mais caprichado, seria um filmão.
Entendi o motivo de sempre citarem esse como um clássico da comédia romântica. É uma referência, sem dúvidas.
A passagem do tempo é convincente, os protagonistas em pura sintonia. É leve, divertido e com ótimos diálogos. Um prato cheio pra quem gosta do gênero.
Me lembrou um pouco “Yi Yi” do Yang, por ser um estilo mais contido e não querer dramatizar tudo (o que poderia facilmente ter acontecido, caso caísse em mãos erradas). Não há falso otimismo ou sentimentalismo barato.
É simplesmente um olhar discreto e verdadeiro sobre duas pessoas que sonham com uma vida diferente, fora do seu país (Nigéria), assim, é mostrado o cotidiano de suas vidas, os esforços para atingirem seus objetivos, que consistem em comprar passaporte, fazer o visto e etc... Mas também existem as despesas comuns de qualquer trabalhador, como também os (malditos) imprevistos, que aparecem e fazem os seus sonhos parecerem inalcançáveis...
Ele tem algumas coisinhas que poderiam ser melhores, mas não prejudica a obra num todo.
É o primeiro longa-metragem dos Irmãos Esiri. Vou ficar atento nos seus próximos trabalhos.
Eu fui com expectativa... Decepcionante. Achei um filme no mínimo medíocre.
Porra, eu adorei o primeiro. Onde fiquei com aquela sensação claustrofóbica e tal, onde tudo foi bem encenado. Você sente o peso da história. O que consequentemente te leva a se importar com os personagens...
Já nesse aqui, aff, achei uma besteira. O filme se esforça muito tentando ser “emocional” em alguns momentos, mas não rolou comigo. Eu senti vergonha só. Achei tudo exagerado, desde o choro, ou a música...
Não deu pra sentir bem o elemento de sobrevivência, como aconteceu no primeiro. Achei mais um filme de ação genérico com zumbis, muito corrido, sem peso nenhum e com um CGI extremamente enfadonho.
É difícil descrever algo sobre esse filme. Eu penso às vezes que, o melhor seria sempre não escrever e deixar apenas um “indescritível” e pronto, mas a necessidade de escrever um pouco sobre essa preciosidade é enorme, rs.
Eu sei que é um filme que está no famoso seleto grupo de “ame ou odeie”. Está longe de ser um entretenimento (passa longe das convenções típicas de Hollywood), portanto, acredito que não deva ser encarado dessa forma, ou as chances de sair decepcionado ou frustrado são enormes. Acredito que deve ser encarado como arte, devido a sua forma estética e das esculturas temporais, digo isso devido à intensidade da experiência visual que temos durante todo o filme, é algo realmente único. E, claro, por sua profundidade espiritual e tal.
A narrativa não-linear faz com que o filme se tornasse uma verdadeira viagem pra mim, pois tentar compreender a evolução do nosso planeta, a bondade e a fé no coração de cada ser humano, nossas atitudes e etc... Ou seja, tudo relacionado à vida. A única coisa que recomendo para aqueles que ainda não assistiram e pretendem assisti-lo é deixar se envolver. E eu acredito que, se você gostar de cinema, ou tiver alguma paixão sobre a vida em si, então, trate de sentar e reverenciar esse filme, como eu reverencio até hoje. Se não gostar, está tudo bem, rs.
São duas partes separadas no filme, digamos assim. Uma delas é a representação do nascimento de corpos cósmicos e do crescimento da terra. Onde temos uma sequência (absurdamente linda) mostrando a beleza da terra e do poder destrutivo da natureza. E que praticamente explana a nossa insignificância e salienta nossa impotência. A segunda parte é aquela em que vemos a perda da inocência quando garoto e as lembranças e reações (questionamentos e etc...) de quando é adulto. Então, o que essas duas partes têm a ver uma com a outra? Não sei, rs. Mas acredito que não seja necessária uma compreensão sobre isso, pois seria como tentar compreender nossa própria existência, certo? E não existe nada exato nela.
Se houver um "propósito" do filme para nós. Eu acredito que seja sobre o significado de nossas vidas, diante de todas as coisas, de todos os tempos. E não apenas de si mesmo, mas a água-viva, e inclusive, os dinossauros, rs. Pode parecer bobo. Não tem resposta. Mas não compreender totalmente algo e mesmo assim encontrar beleza nisso, é algo único. O negócio é mergulhar nessa maravilha. Porque Malick foi capaz de fazer uma bela composição poética sobre a existência. Ele nos intima a admirar, olhar, contemplar, ou seja, o que for. Primeiro olhar para a beleza de tudo e, em seguida, olhar para sua própria vida.
É, falei mais do que deveria, rs. Talvez devesse ter parado no "indescritível"...
"Seis bilhões de pessoas no mundo. Eu mato um e você dá um chilique."
Vi na época de lançamento (há muito tempo, rs), só agora peguei pra rever... Na boa. Obra-prima demais. Um dos meus favoritos do século. É o meu preferido do homem (o que não significa pouca coisa, pois ô filmografia de respeito). Amo o cinema do Michael Mann.
É um emocionante thriller de ação, com questões existenciais (vida, morte, a desumanização da sociedade e etc). Na real, é uma história de dois homens solitários que possuem vidas completamente opostas. A trama acontece durante toda uma noite, a maior parte do tempo do filme acompanhamos Vincent (Tom Cruise) e Max (Jamie Foxx) dentro de um táxi pelas ruas de Los Angeles (a cidade é praticamente um personagem). Dentre os filmes “noturnos”, esse é um dos que visualmente mais me impressionou. Por ser bastante expressiva e tal. O visual é realmente um deleite (se eu for entrar em detalhes, o texto fica ainda maior, rs).
A grande diferença dos filmes de ação do Mann para tantos outros por aí, pra mim. É o seu cuidado com os personagens. Ele sempre procura fazer uma boa caracterização antes de qualquer coisa, assim garantindo uma personalidade bem construída para seus personagens.
Olha, preciso dizer que o Tom Cruise interpretando um vilão, é foda. Isso só mostra que ele é muito melhor assim do que interpretando mocinhos, rs. Aliás, que personagem, né? Com cabelos grisalhos e barba (algo incomum pro Cruise, rs). Um assassino de sangue frio e niilista. Fascinante. Ele consegue roubar todas as cenas. Olha que o Foxx também consegue ter uma ótima interpretação. Mas o personagem de Cruise aqui é memorável. Espero que o Tom Cruise interprete mais vilões (por favor).
A relação entre os dois protagonistas é onde reside a grande força do filme. É simplesmente cativante. Os diálogos são excelentes e significativos (nada superficiais). Cê é completamente absorvido pelas conversas e etc... À medida em que a relação entre os dois cresce, os personagens ganham mais profundidade. Com isso, as cenas de ação ganham ainda mais peso. Fora toda a maestria do Mann em filmar essas sequências de ação (a cena da discoteca, pqp).
Acho incrível que nada no filme é desnecessário. Tudo tem um sentido.
No início do filme, o personagem do Cruise, conta sobre uma história de um homem em Los Angeles que morreu no metrô (prevendo o seu futuro, mesmo sem saber), que só depois de muitas horas, alguém percebe que o homem estava morto. Coisas que acontecem em grandes metrópoles... Onde somos pequenos, insignificantes e etc... É a visão do personagem (pessimista, mas interessante).
A cena do lobo, ARTE!
Enfim, é um filme rico, com uma visão sobre a humanidade e tal, mas também dá pra assistir como se fosse apenas um excelente thriller de ação.
Não conhecia literalmente nada sobre a vida do Elton John (tirando Your Song, é claro). Por isso não tenho a menor ideia de quão preciso é historicamente.
Eu realmente entendi o porquê das comparações com Bohemian Rhapsody. É válido, devido as semelhanças, ambos são músicos, talentosos, gays e que tiveram uma infância complicada.
No entanto, a diferença é nada menos que GRITANTE entre ambos os filmes. Fico feliz por ver uma cinebiografia como Rocketman (Elton John deve ter ficado muito feliz), por outro lado, fico triste por saber que Freddy Mercury poderia ter tido uma cinebiografia melhor (não uma amenizada e moralista). Rocketman é infinitamente melhor, mais honesto e ousado.
Quem me conhece, sabe que não gosto de musicais. Os números musicais não me incomodaram aqui (pra minha surpresa), porque foi perfeitamente integrado a própria narrativa da história de vida do Elton John. O diretor parece entender as limitações do gênero, talvez por isso, consegue evitar certos clichês. A maneira em que nos mostra os altos e baixos da vida do Elton John. Me pareceu bastante autêntico e não muito condescendente. O que eu adorei.
A primeira hora de filme, é incrível. Foram os momentos que mais me agradaram no filme. É tudo muito envolvente, criativo e cheio de energia. Mas a segunda metade, quando Elton John se torna um astro, teve uma queda de ritmo, pra mim. Nada que tenha prejudicado o filme num todo, é claro.
Eu não sou tão fã do Clint Eastwood, apesar de ter apreciado a maioria dos seus filmes. Pra mim, é indiscutível que ele sabe conduzir uma história como poucos (ainda mais se for comparar com a maioria dos cineastas americanos atuais). Por isso, tem o meu respeito.
“Richard Jewell” é o seu trabalho que mais me agradou desde o maravilhoso “Sobre Meninos e Lobos” (um dos meus preferidos do diretor). Eu gosto do Clint contando histórias sobre pessoas comuns que se tornaram heróis. Isso aconteceu em Sully, agora com Richard Jewell. Acho interessante é que são eventos que tiveram grande repercussão nos EUA, mas que eu não os conhecia.
Nos primeiros minutos, não vemos logo imediatamente o atentado, porque o filme primeiro, opta por nos apresentar o seu protagonista, um americano médio, com boas intenções, pouco ingênuo, que acredita incondicionalmente nas instituições e nas leis. Ele tem o sonho de ser policial, ou seja, quer fazer parte do sistema (é obcecado por ordem), mas ironicamente se torna vítima do próprio sistema.
A sequência do atentado (envolve uma bomba no parque olímpico de 96) é bastante pungente. Richard se torna herói, porém, poucos dias depois se torna o principal suspeito pelo FBI de ter sido responsável pelo atentado. A mídia que o exaltava agora o condena (mesmo na ausência de provas).
Existem críticas ao sensacionalismo da mídia e aos abusos cometidos pelo FBI. Olha, é muito revoltante ver uma instituição tão forte e com tantos recursos como o FBI querendo um bode expiatório...
Esse é o tipo de filme que na mão de qualquer diretor, se tornaria um desastre. Clint constrói a história de maneira sóbria, com um ritmo bastante fluído. O foco é na vida íntima do Richard Jewell, talvez por ter acertado tanto nessa abordagem sensível sobre o personagem, é que me fez gostar tanto assim do filme. Claro, isso é subjetivo. Vai de cada um. Mas, eu realmente fiquei emocionado (me surpreendeu bastante) em alguns momentos.
Não conhecia o ator que interpretou Jewell, mas achei sua atuação absurdamente sensível e verdadeira. O Sam Rockwell está ótimo, o que não me surpreende, pois sempre foi bom ator. No entanto, só precisa urgentemente escolher melhor seus trabalhos e não participar mais de porcarias como Three Billboards, por exemplo. Kathy Bathes aparece pouco, mas quando aparece, impressiona bastante.
Bom filme. Talvez um pouco à frente do seu tempo (2004) nesse olhar sobre três garotas que estão descobrindo seus corpos no meio da adolescência. Não tem nada “único” aqui. Até porque é quase impossível, por ser tratar de um assunto bem típico de filmes “coming of age”.
Como em Tomboy (2011), onde Céline Sciamma também fez escolhas interessantes para contar a história. Aqui optou por não mostrar nada “externo”, como pais, irmãos, ou qualquer outra pessoa. São apenas os adolescentes, seus desejos e seus vários dilemas.
Foi uma boa estreia da Céline Sciamma. É uma diretora que merece atenção. Ainda mais depois de ter feito “Portrait of a Lady on Fire” (2019), que é uma preciosidade.
"Como você diferencia espírito de grupo de comportamento de ovelha?"
Que coisa mais gostosa de assistir. Eu gosto de ver filmes em que a história é mostrada pela perspectiva de uma criança. Ainda mais uma história que contém assuntos como ativismo, aborto, comunismo, catolicismo e etc...
Anna (protagonista), encara com muita dificuldade essa mudança política dos pais. Antes, eram apenas cidadãos burgueses. Agora, pai e mãe se tornaram ativistas políticos (comunistas). Trocaram a casa grande, por um apartamento menor e entre outras coisas. Ou seja, grandes mudanças.
Anna é uma menina esperta e curiosa, ela quer entender o que está acontecendo, mas nem sempre seus pais possuem tempo pra explicar. Como disse, a mudança é ainda mais complicada pra Anna (por ter sido educada a partir de outra realidade de vida), pois estamos falando de uma criança competitiva, que gosta de ser a número um e etc...
Aos poucos, isso vai mudando... Ela começa entender melhor as mudanças em sua vida. Entende mais sobre o que é coletividade e, assim, afastando o egoísmo que possuía. Eu amei ver Anna questionando tudo, haha. A atriz mirim é muito convincente, seja quando precisa ser amorosa ou irritante. É impressionante como ela consegue ser um doce, mas também um tanto carrancuda, rs.
A sequência final é toda muito linda. Anna pegando na mão do seu pai para reconforta-lo e outra dela entrando na escola nova... Novamente, aquele olhar de “curiosa”, acho impressionante. Ela aprendeu muita coisa nesse meio tempo. Por isso consegue pensar com a própria cabeça, o que é muito importante. Ou se não, o perigo de ter o comportamento de ovelha seria grande, rs.
É um belo drama familiar, com bastante humor (acertadamente nada satírico) sagaz.
China fez um grande blockbuster (isso não significa que seja bom). Espero cada vez mais ver produções chinesas grandes assim.
No entanto, o roteiro é fraco, muito melodramático, os personagens sem carisma e etc. Até acho a ficção bastante ambiciosa e interessante, mas não muito bem trabalhada.
Olha, tanto a primeira parte como esse aqui, tem suas falhas e etc... Mas é totalmente irrelevante, quando nos deparamos com o resultado final. É um épico com batalhas grandiosas e muitíssimos bem executadas.
John Woo é foda. Eu queria mesmo é que tivesse uma versão de 10hrs. Eu assistiria facilmente, rs.
Nossa. Eu amo filmes épicos. Ainda mais se tratando sobre um pouco de história da China.
John Woo é um diretor bastante conhecido por fazer um grande trabalhado dirigindo cenas de ação. As cenas de batalha são incríveis. O visual é espetacular. O elenco é repleto de atores bons e conhecidos da China.
A duração poderia tranquilamente ser maior do que 2hrs30min. Muitos personagens são tão ricos, que se tivesse mais tempo, poderiam ser melhor desenvolvidos.
Eu gostei muito do foco nas estratégias militares. Isso enriqueceu ainda mais o épico.
Então, fui assistir sem nenhuma expectativa (já imaginava que não seria grande coisa). Até me deixei levar em alguns momentos, exclusivamente por causa das músicas (incríveis). Mas isso não é necessariamente um mérito do filme em si, né?
É um filme biográfico bem típico. Tudo é muito artificial, amenizado, burocrático, diluído, maniqueísta, moralista e etc... Isso tudo pra agradar um público maior? Provavelmente.
Olha, os saltos temporais em si, não me incomodam (até porque sei que é quase inevitável se tratando de uma biografia), o que me irritou mesmo é o “time” em que usavam isso, porque isso acontecia justamente nos momentos que eles tinham a chance de se aprofundar sobre Freddie e a banda, mas sempre resolviam fugir... Escolhendo assim, permanecer sempre raso.
A única cena que realmente gostei (nada espetacular, é claro), foi da criação de Bohemian Rhapsody, foi massa ver o processo (não sei se historicamente é real, mas foi bacana). O resto...
O que falar da atuação do Rami Malek? Jesus Christ! Tá certo que o roteiro fraco não colabora em nada, mas não precisava ser tão esquemático assim. É caricato, muito mais uma imitação, do que propriamente uma atuação... Sem falar na prótese dentária ridícula, haha.
Não conheço a história da banda, portanto, não sei se há erros históricos ou não. Mas isso em si, não me importa muito, pra ser sincero. Porque se fosse bom, tivesse vida, pra mim, seria o suficiente.
Filmão. Acho fascinante ver filmes que mostram o processo da criação de filmes. É literalmente sobre cinema. Nós acompanhamos o cotidiano de profissionais que estão trabalhando num remake de um clássico francês.
É muito divertido ver a personalidade de cada um, ouvimos muitas discussões de ideias, muito ego inflado (ai, ai, esse temperamento artístico, rs) e etc... Mostra a dificuldade que existe no set de filmagem quando nem todos falam o mesmo idioma. É que a Maggie Cheung (Deusa) é contratada pra ser protagonista, mas ela não sabe falar francês, apenas o inglês.
A cena da entrevista com a Maggie Cheung é excelente, por entrar numa discussão interessante sobre filmes de grande público vs filmes arte. O entrevistador cita filmes de John Woo, Van Damme e Schwarzenegger. Com a intenção de mostrar que o público gosta mesmo era disso e que o cinema francês era coisa do passado. Não só isso, é claro. Deixa evidente também o machismo, ao não querer escutar o que ela tinha pra dizer.
A cena da Maggie indo roubar joias num quarto do hotel usando a roupa de sua personagem é sensacional, haha. Mas não é algo que eu tenha visto um sentido, sabe? Nem precisa, rs. Mas acho que foi totalmente proposital fazer assim, uma cena que não tenha um sentido em si. Como muitas vezes acontece na arte.
Às vezes o filme pode parecer estranho (na verdade, ele é), mas é sempre atraente. Acredito que não é o tipo de filme que deve agradar todo mundo. Mas é engraçado como o filme consegue mesclar tantos elementos de diferentes gêneros, rs.
É nada menos uma das mais belas histórias de amor do cinema. Eu amo romances, apesar da maioria dos filmes do gênero não terem me agradado tanto, rs. No entanto, o amor é um elemento essencial para todos nós. Por isso sempre estou à procura de filmes do gênero.
A história é mostrada durante um período de 10 anos. É simplesmente sobre a vida. As pessoas lutando por seus sonhos e etc... XiaoJun Li e Qiao Li (protagonistas) possuem objetivos diferentes, por isso muitas vezes seguem caminhos separados (mesmo o sentimento de amor sendo recíproco). Porém, o destino sempre se trata de juntá-los novamente. Olha, muitas coincidências na maioria das vezes me incomodam num filme. Nesse? Nem um pouco. É tão genuíno e emocionante, só assistindo pra vocês entenderem e sentirem.
É uma história de amor, mas também não é apenas isso. O filme passa a maior parte em Hong Kong, que foi colônia do Reino Unido por muito tempo, portanto, possuía as características capitalistas de uma cidade do Ocidente... Era o destino de muitas pessoas que queriam realizar seus sonhos materiais e etc. Era como se fosse o “American Dream" para muitos do povo da China continental. E, como todos estamos cansados de saber, a maioria das pessoas (ainda mais como os protagonistas) não têm muita chance dentro do capitalismo. Apenas vivem de pequenos sucessos e muitos fracassos. Mas qualquer crítica sobre isso no filme, é realmente muito discreta. No entanto, existe.
É um filme memorável. Merece (vou tomar isso como uma missão, rs) ficar popular tanto quanto qualquer outro belo romance da história do cinema.
Muito bom. A ironia é o fato de eu ter gostado muito do conceito e tal, mas ao mesmo tempo, achar que isso tenha limitado o filme em outro sentido. Como a parte mais dramática. Acho que as emoções não saíram da superfície, talvez por causa dos diálogos digitalizados...
Já na introdução vemos que se trata de um filme criativo. O cursor do mouse se movendo pelo computador e etc... Mostrando imagens e vídeos do crescimento da família.
Em termos de história, é muito simples. Até clichê, pois essencialmente é mais um filme sobre um pai tentando encontrar sua filha desaparecida. O que o diferencia de tantos outros do mesmo gênero, é o seu conceito e como foi encenado. É que tudo é mostrado através da tela de dispositivos tecnológicos, como notebooks, celulares, câmeras, tablets e etc... É tudo perfeitamente integrado, a maneira que passa de um dispositivo para o outro, é feito com muita naturalidade.
Existe a crítica ao sensacionalismo da mídia e para as redes sociais (como a menina emocionada e chorando dizendo que a Margot era sua melhor amiga, quando não era). Mas também não deixa de ser um thriller clássico.
Não achei o filme de terror, como muitos dizem. Pra mim, é mais um drama, com cenas um pouco perturbadoras e chocantes, acompanhado de humor cínico, rs.
É sobre o despertar de uma jovem. Antes num ambiente superprotetor (família). Agora na faculdade descobrindo coisas novas (amor, sexo e desejo de carne humana, haha). É uma visão um tanto diferente de transição da adolescência para maturidade.
Eu gostei. Só acho que poderia ser um pouco mais elaborado. Acho que poderia ser ainda melhor. Havia muito mais potencial...
Vi uma vez (no lançamento, ou seja, faz muito tempo, rs) e nunca tinha pego pra rever... Agora resolvi que verei todos os filmes da franquia.
É bom, muito diferente da maioria dos entretenimentos de hoje em dia, por exemplo. Milla Jovovich e Michelle Rodriguez estão maravilhosas em cena. Existe um suspense decente aqui (nada espetacular), mas o considero muito mais um filme de ação, onde os personagens precisam fazer de tudo para sobreviver. A trilha sonora é ótima.
Com Amor e Fúria
3.2 11 Assista AgoraUma história simples: uma mulher, dois homens. Sim, é algo que já foi abordado tantas vezes no cinema e tal. Mas quando conduzido por uma diretora maravilhosa (sou fã) como a Claire Denis, pode se tornar algo diferenciado. E foi o que aconteceu.
Eu amo esse fascínio que ela tem de psicanalisar seus personagens através do uso de imagens. Eu não vi todos seus filmes, mas já vi uma boa quantidade, e posso dizer que suas obras são uma espécie de convite ao desconforto, sejam elas narrativas ou sensoriais.
A maneira que ela costuma espremer seus personagens em close-ups é algo de quem entende, faz com que consigamos sentir todas as emoções turbulentas e conflitantes dos mesmos.
Os atores também são essenciais, ainda mais para esses tipo de filme. O que foi a atuação de Vincent Lindon e Binoche?! Muito do que eles sentem é revelado através por linguagem corporal, os olhares... e são muitos sentimentos ocultos aqui, mesmo que por alguns momentos sejam transbordantes.
Eu gosto que a Denis não oferece tanta explicação assim sobre os personagens, sabemos um pouco sobre eles apenas por alguns elementos intrigantes (o Jean foi preso, não sabemos o motivo... e entre outras coisas). Eles nunca são tão claros ou definitivos, isso é justamente o que mais me fascina, porque sinto que eles estão submetidos à constante reflexão...
Eu amo essas complexidades dos relacionamentos. É uma quedinha minha rs. Essa vontade quase incontrolável de se reencontrar com o passado, por mais que as feridas (desse próprio passado) não tenham sido totalmente curadas...
Um dos meus preferidos do ano.
A Menina Silenciosa
4.0 129O filme mais carinhoso do ano.
É um filme de silêncios e olhares, pois a grande virtude está no não dito. É tão intimista, não foi necessário muitas palavras para nos fazer sentir/entender, pois as imagens são bastante expressivas e poéticas. Cada detalhe é tão bem cuidado...
É um filme sobre infância, mas não necessariamente sobre amadurecimento. É mais sobre a necessidade de dar e receber afeto. E como isso também pode servir como uma cura mental para os adultos.
Enfim, tudo muito lindo aqui. O final é muito tocante. Nessa hora que eu percebi que o filme entrou no meu coração...
Até os Ossos
3.3 257 Assista AgoraÉ cheio de boas ideias, mas acabei achando tudo muito disperso e talvez isso seja resultado da mistura (que não conseguiram andar de mãos dadas) de todos esses gêneros: é um road movie, com elementos de terror, mas também uma jornada de autoconhecimento e romance.
Eu adoro os atores, mas a química não me pareceu nada crível. Esse foi um dos motivos do romance não me convencer. E eles não são interessantes, mesmo sendo personagens que vivem às margens da sociedade e pelo fato do filme trazer questões como a solidão, emancipação e etc...
É que tudo isso fica na superfície. Muitas coisas acontecem ao longo do caminho, mas todas essas experiências não tem qualquer impacto real nos personagens... porque tudo se dissolve em pouco tempo e nada disso é realmente sentido.
Um bom exemplo é quando a Maren conhece sua mãe... por todo o acúmulo emocional, era pra ser uma cena visceral, mas é algo que fica no plano. Aliás, o filme carece muito disso, um tratamento um pouco mais visceral...
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraMarighella foi um grande camarada.
Olha, é uma superprodução, vale bastante a pena, muito devido ao contexto que vivenciamos e tal, onde ainda encaramos muitos políticos e também simpatizantes enaltecendo o período da ditadura militar.
Por isso é importante mostrar esse filme (espero que o filme chegue em mais pessoas), nem que sirva apenas como uma “introdução” pra muita gente conhecer mais sobre a história de Marighella e outros revolucionários.
Mas cinematograficamente o filme é bastante comum, infelizmente. Não é ruim, mas também não é nem um pouco ousado. Poderia ter sido. É o que achei.
A Fundação de uma República
3.6 15Grande Mao Tsé-Tung.
Vale a pena conhecer.
Vida de Campeã
3.3 9 Assista AgoraNossa, esse filme poderia ser tão bom (mesmo), mas não é. Pelo menos, na minha opinião, rs.
O filme não é muito interessado no esporte em si, pois o interesse maior está na aposentadoria precoce de uma jovem atleta e o que isso significa pra ela. O que é muito interessante, certo? É a preocupação com o futuro, o medo do desconhecido...
Foge bastante da estrutura tão conhecida sobre filmes de esporte (ou dos que têm como plano de fundo). O diretor consegue capturar muito bem seus personagens, é atraente acompanha-los nos bastidores, ou nas festas e etc...
O problema maior, pra mim, é que a dramaticidade do filme não consegue atingir um pico razoavelmente bom, infelizmente.
A atriz que faz Nadia é muito limitada, talvez se fosse uma atriz melhor e com um texto mais caprichado, seria um filmão.
Não é ruim. Pra mim, é entre bom/regular.
Harry & Sally: Feitos um Para o Outro
3.9 500 Assista AgoraDelícia de filme.
Entendi o motivo de sempre citarem esse como um clássico da comédia romântica. É uma referência, sem dúvidas.
A passagem do tempo é convincente, os protagonistas em pura sintonia. É leve, divertido e com ótimos diálogos. Um prato cheio pra quem gosta do gênero.
Eyimofe (Este é o Meu Desejo)
3.8 3Me lembrou um pouco “Yi Yi” do Yang, por ser um estilo mais contido e não querer dramatizar tudo (o que poderia facilmente ter acontecido, caso caísse em mãos erradas). Não há falso otimismo ou sentimentalismo barato.
É simplesmente um olhar discreto e verdadeiro sobre duas pessoas que sonham com uma vida diferente, fora do seu país (Nigéria), assim, é mostrado o cotidiano de suas vidas, os esforços para atingirem seus objetivos, que consistem em comprar passaporte, fazer o visto e etc... Mas também existem as despesas comuns de qualquer trabalhador, como também os (malditos) imprevistos, que aparecem e fazem os seus sonhos parecerem inalcançáveis...
Ele tem algumas coisinhas que poderiam ser melhores, mas não prejudica a obra num todo.
É o primeiro longa-metragem dos Irmãos Esiri. Vou ficar atento nos seus próximos trabalhos.
Invasão Zumbi 2: Península
2.4 391 Assista AgoraEu fui com expectativa... Decepcionante. Achei um filme no mínimo medíocre.
Porra, eu adorei o primeiro. Onde fiquei com aquela sensação claustrofóbica e tal, onde tudo foi bem encenado. Você sente o peso da história. O que consequentemente te leva a se importar com os personagens...
Já nesse aqui, aff, achei uma besteira. O filme se esforça muito tentando ser “emocional” em alguns momentos, mas não rolou comigo. Eu senti vergonha só. Achei tudo exagerado, desde o choro, ou a música...
Não deu pra sentir bem o elemento de sobrevivência, como aconteceu no primeiro. Achei mais um filme de ação genérico com zumbis, muito corrido, sem peso nenhum e com um CGI extremamente enfadonho.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraÉ difícil descrever algo sobre esse filme. Eu penso às vezes que, o melhor seria sempre não escrever e deixar apenas um “indescritível” e pronto, mas a necessidade de escrever um pouco sobre essa preciosidade é enorme, rs.
Eu sei que é um filme que está no famoso seleto grupo de “ame ou odeie”. Está longe de ser um entretenimento (passa longe das convenções típicas de Hollywood), portanto, acredito que não deva ser encarado dessa forma, ou as chances de sair decepcionado ou frustrado são enormes. Acredito que deve ser encarado como arte, devido a sua forma estética e das esculturas temporais, digo isso devido à intensidade da experiência visual que temos durante todo o filme, é algo realmente único. E, claro, por sua profundidade espiritual e tal.
A narrativa não-linear faz com que o filme se tornasse uma verdadeira viagem pra mim, pois tentar compreender a evolução do nosso planeta, a bondade e a fé no coração de cada ser humano, nossas atitudes e etc... Ou seja, tudo relacionado à vida. A única coisa que recomendo para aqueles que ainda não assistiram e pretendem assisti-lo é deixar se envolver. E eu acredito que, se você gostar de cinema, ou tiver alguma paixão sobre a vida em si, então, trate de sentar e reverenciar esse filme, como eu reverencio até hoje. Se não gostar, está tudo bem, rs.
São duas partes separadas no filme, digamos assim. Uma delas é a representação do nascimento de corpos cósmicos e do crescimento da terra. Onde temos uma sequência (absurdamente linda) mostrando a beleza da terra e do poder destrutivo da natureza. E que praticamente explana a nossa insignificância e salienta nossa impotência. A segunda parte é aquela em que vemos a perda da inocência quando garoto e as lembranças e reações (questionamentos e etc...) de quando é adulto. Então, o que essas duas partes têm a ver uma com a outra? Não sei, rs. Mas acredito que não seja necessária uma compreensão sobre isso, pois seria como tentar compreender nossa própria existência, certo? E não existe nada exato nela.
Se houver um "propósito" do filme para nós. Eu acredito que seja sobre o significado de nossas vidas, diante de todas as coisas, de todos os tempos. E não apenas de si mesmo, mas a água-viva, e inclusive, os dinossauros, rs. Pode parecer bobo. Não tem resposta. Mas não compreender totalmente algo e mesmo assim encontrar beleza nisso, é algo único. O negócio é mergulhar nessa maravilha. Porque Malick foi capaz de fazer uma bela composição poética sobre a existência. Ele nos intima a admirar, olhar, contemplar, ou seja, o que for. Primeiro olhar para a beleza de tudo e, em seguida, olhar para sua própria vida.
É, falei mais do que deveria, rs. Talvez devesse ter parado no "indescritível"...
Colateral
3.6 612 Assista Agora"Seis bilhões de pessoas no mundo. Eu mato um e você dá um chilique."
Vi na época de lançamento (há muito tempo, rs), só agora peguei pra rever... Na boa. Obra-prima demais. Um dos meus favoritos do século. É o meu preferido do homem (o que não significa pouca coisa, pois ô filmografia de respeito). Amo o cinema do Michael Mann.
É um emocionante thriller de ação, com questões existenciais (vida, morte, a desumanização da sociedade e etc). Na real, é uma história de dois homens solitários que possuem vidas completamente opostas. A trama acontece durante toda uma noite, a maior parte do tempo do filme acompanhamos Vincent (Tom Cruise) e Max (Jamie Foxx) dentro de um táxi pelas ruas de Los Angeles (a cidade é praticamente um personagem). Dentre os filmes “noturnos”, esse é um dos que visualmente mais me impressionou. Por ser bastante expressiva e tal. O visual é realmente um deleite (se eu for entrar em detalhes, o texto fica ainda maior, rs).
A grande diferença dos filmes de ação do Mann para tantos outros por aí, pra mim. É o seu cuidado com os personagens. Ele sempre procura fazer uma boa caracterização antes de qualquer coisa, assim garantindo uma personalidade bem construída para seus personagens.
Olha, preciso dizer que o Tom Cruise interpretando um vilão, é foda. Isso só mostra que ele é muito melhor assim do que interpretando mocinhos, rs. Aliás, que personagem, né? Com cabelos grisalhos e barba (algo incomum pro Cruise, rs). Um assassino de sangue frio e niilista. Fascinante. Ele consegue roubar todas as cenas. Olha que o Foxx também consegue ter uma ótima interpretação. Mas o personagem de Cruise aqui é memorável. Espero que o Tom Cruise interprete mais vilões (por favor).
A relação entre os dois protagonistas é onde reside a grande força do filme. É simplesmente cativante. Os diálogos são excelentes e significativos (nada superficiais). Cê é completamente absorvido pelas conversas e etc... À medida em que a relação entre os dois cresce, os personagens ganham mais profundidade. Com isso, as cenas de ação ganham ainda mais peso. Fora toda a maestria do Mann em filmar essas sequências de ação (a cena da discoteca, pqp).
Acho incrível que nada no filme é desnecessário. Tudo tem um sentido.
No início do filme, o personagem do Cruise, conta sobre uma história de um homem em Los Angeles que morreu no metrô (prevendo o seu futuro, mesmo sem saber), que só depois de muitas horas, alguém percebe que o homem estava morto. Coisas que acontecem em grandes metrópoles... Onde somos pequenos, insignificantes e etc... É a visão do personagem (pessimista, mas interessante).
A cena do lobo, ARTE!
Enfim, é um filme rico, com uma visão sobre a humanidade e tal, mas também dá pra assistir como se fosse apenas um excelente thriller de ação.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraNão conhecia literalmente nada sobre a vida do Elton John (tirando Your Song, é claro). Por isso não tenho a menor ideia de quão preciso é historicamente.
Eu realmente entendi o porquê das comparações com Bohemian Rhapsody. É válido, devido as semelhanças, ambos são músicos, talentosos, gays e que tiveram uma infância complicada.
No entanto, a diferença é nada menos que GRITANTE entre ambos os filmes. Fico feliz por ver uma cinebiografia como Rocketman (Elton John deve ter ficado muito feliz), por outro lado, fico triste por saber que Freddy Mercury poderia ter tido uma cinebiografia melhor (não uma amenizada e moralista). Rocketman é infinitamente melhor, mais honesto e ousado.
Quem me conhece, sabe que não gosto de musicais. Os números musicais não me incomodaram aqui (pra minha surpresa), porque foi perfeitamente integrado a própria narrativa da história de vida do Elton John. O diretor parece entender as limitações do gênero, talvez por isso, consegue evitar certos clichês. A maneira em que nos mostra os altos e baixos da vida do Elton John. Me pareceu bastante autêntico e não muito condescendente. O que eu adorei.
A primeira hora de filme, é incrível. Foram os momentos que mais me agradaram no filme. É tudo muito envolvente, criativo e cheio de energia. Mas a segunda metade, quando Elton John se torna um astro, teve uma queda de ritmo, pra mim. Nada que tenha prejudicado o filme num todo, é claro.
Que bela homenagem.
O Caso Richard Jewell
3.7 244 Assista AgoraEu não sou tão fã do Clint Eastwood, apesar de ter apreciado a maioria dos seus filmes. Pra mim, é indiscutível que ele sabe conduzir uma história como poucos (ainda mais se for comparar com a maioria dos cineastas americanos atuais). Por isso, tem o meu respeito.
“Richard Jewell” é o seu trabalho que mais me agradou desde o maravilhoso “Sobre Meninos e Lobos” (um dos meus preferidos do diretor). Eu gosto do Clint contando histórias sobre pessoas comuns que se tornaram heróis. Isso aconteceu em Sully, agora com Richard Jewell. Acho interessante é que são eventos que tiveram grande repercussão nos EUA, mas que eu não os conhecia.
Nos primeiros minutos, não vemos logo imediatamente o atentado, porque o filme primeiro, opta por nos apresentar o seu protagonista, um americano médio, com boas intenções, pouco ingênuo, que acredita incondicionalmente nas instituições e nas leis. Ele tem o sonho de ser policial, ou seja, quer fazer parte do sistema (é obcecado por ordem), mas ironicamente se torna vítima do próprio sistema.
A sequência do atentado (envolve uma bomba no parque olímpico de 96) é bastante pungente. Richard se torna herói, porém, poucos dias depois se torna o principal suspeito pelo FBI de ter sido responsável pelo atentado. A mídia que o exaltava agora o condena (mesmo na ausência de provas).
Existem críticas ao sensacionalismo da mídia e aos abusos cometidos pelo FBI. Olha, é muito revoltante ver uma instituição tão forte e com tantos recursos como o FBI querendo um bode expiatório...
Esse é o tipo de filme que na mão de qualquer diretor, se tornaria um desastre. Clint constrói a história de maneira sóbria, com um ritmo bastante fluído. O foco é na vida íntima do Richard Jewell, talvez por ter acertado tanto nessa abordagem sensível sobre o personagem, é que me fez gostar tanto assim do filme. Claro, isso é subjetivo. Vai de cada um. Mas, eu realmente fiquei emocionado (me surpreendeu bastante) em alguns momentos.
Não conhecia o ator que interpretou Jewell, mas achei sua atuação absurdamente sensível e verdadeira. O Sam Rockwell está ótimo, o que não me surpreende, pois sempre foi bom ator. No entanto, só precisa urgentemente escolher melhor seus trabalhos e não participar mais de porcarias como Three Billboards, por exemplo. Kathy Bathes aparece pouco, mas quando aparece, impressiona bastante.
Lírios D'Água
3.1 157Bom filme. Talvez um pouco à frente do seu tempo (2004) nesse olhar sobre três garotas que estão descobrindo seus corpos no meio da adolescência. Não tem nada “único” aqui. Até porque é quase impossível, por ser tratar de um assunto bem típico de filmes “coming of age”.
Como em Tomboy (2011), onde Céline Sciamma também fez escolhas interessantes para contar a história. Aqui optou por não mostrar nada “externo”, como pais, irmãos, ou qualquer outra pessoa. São apenas os adolescentes, seus desejos e seus vários dilemas.
Foi uma boa estreia da Céline Sciamma. É uma diretora que merece atenção. Ainda mais depois de ter feito “Portrait of a Lady on Fire” (2019), que é uma preciosidade.
A Culpa é do Fidel
4.3 304"Como você diferencia espírito de grupo de comportamento de ovelha?"
Que coisa mais gostosa de assistir. Eu gosto de ver filmes em que a história é mostrada pela perspectiva de uma criança. Ainda mais uma história que contém assuntos como ativismo, aborto, comunismo, catolicismo e etc...
Anna (protagonista), encara com muita dificuldade essa mudança política dos pais. Antes, eram apenas cidadãos burgueses. Agora, pai e mãe se tornaram ativistas políticos (comunistas). Trocaram a casa grande, por um apartamento menor e entre outras coisas. Ou seja, grandes mudanças.
Anna é uma menina esperta e curiosa, ela quer entender o que está acontecendo, mas nem sempre seus pais possuem tempo pra explicar. Como disse, a mudança é ainda mais complicada pra Anna (por ter sido educada a partir de outra realidade de vida), pois estamos falando de uma criança competitiva, que gosta de ser a número um e etc...
Aos poucos, isso vai mudando... Ela começa entender melhor as mudanças em sua vida. Entende mais sobre o que é coletividade e, assim, afastando o egoísmo que possuía. Eu amei ver Anna questionando tudo, haha. A atriz mirim é muito convincente, seja quando precisa ser amorosa ou irritante. É impressionante como ela consegue ser um doce, mas também um tanto carrancuda, rs.
A sequência final é toda muito linda. Anna pegando na mão do seu pai para reconforta-lo e outra dela entrando na escola nova... Novamente, aquele olhar de “curiosa”, acho impressionante. Ela aprendeu muita coisa nesse meio tempo. Por isso consegue pensar com a própria cabeça, o que é muito importante. Ou se não, o perigo de ter o comportamento de ovelha seria grande, rs.
É um belo drama familiar, com bastante humor (acertadamente nada satírico) sagaz.
Terra à Deriva
3.1 115China fez um grande blockbuster (isso não significa que seja bom). Espero cada vez mais ver produções chinesas grandes assim.
No entanto, o roteiro é fraco, muito melodramático, os personagens sem carisma e etc. Até acho a ficção bastante ambiciosa e interessante, mas não muito bem trabalhada.
A Batalha dos Três Reinos II
3.9 41Olha, tanto a primeira parte como esse aqui, tem suas falhas e etc... Mas é totalmente irrelevante, quando nos deparamos com o resultado final. É um épico com batalhas grandiosas e muitíssimos bem executadas.
John Woo é foda. Eu queria mesmo é que tivesse uma versão de 10hrs. Eu assistiria facilmente, rs.
A Batalha dos Três Reinos
3.9 127Nossa. Eu amo filmes épicos. Ainda mais se tratando sobre um pouco de história da China.
John Woo é um diretor bastante conhecido por fazer um grande trabalhado dirigindo cenas de ação. As cenas de batalha são incríveis. O visual é espetacular. O elenco é repleto de atores bons e conhecidos da China.
A duração poderia tranquilamente ser maior do que 2hrs30min. Muitos personagens são tão ricos, que se tivesse mais tempo, poderiam ser melhor desenvolvidos.
Eu gostei muito do foco nas estratégias militares. Isso enriqueceu ainda mais o épico.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraEntão, fui assistir sem nenhuma expectativa (já imaginava que não seria grande coisa). Até me deixei levar em alguns momentos, exclusivamente por causa das músicas (incríveis). Mas isso não é necessariamente um mérito do filme em si, né?
É um filme biográfico bem típico. Tudo é muito artificial, amenizado, burocrático, diluído, maniqueísta, moralista e etc... Isso tudo pra agradar um público maior? Provavelmente.
Olha, os saltos temporais em si, não me incomodam (até porque sei que é quase inevitável se tratando de uma biografia), o que me irritou mesmo é o “time” em que usavam isso, porque isso acontecia justamente nos momentos que eles tinham a chance de se aprofundar sobre Freddie e a banda, mas sempre resolviam fugir... Escolhendo assim, permanecer sempre raso.
A única cena que realmente gostei (nada espetacular, é claro), foi da criação de Bohemian Rhapsody, foi massa ver o processo (não sei se historicamente é real, mas foi bacana). O resto...
O que falar da atuação do Rami Malek? Jesus Christ! Tá certo que o roteiro fraco não colabora em nada, mas não precisava ser tão esquemático assim. É caricato, muito mais uma imitação, do que propriamente uma atuação... Sem falar na prótese dentária ridícula, haha.
Não conheço a história da banda, portanto, não sei se há erros históricos ou não. Mas isso em si, não me importa muito, pra ser sincero. Porque se fosse bom, tivesse vida, pra mim, seria o suficiente.
Irma Vep
3.8 47Filmão. Acho fascinante ver filmes que mostram o processo da criação de filmes. É literalmente sobre cinema. Nós acompanhamos o cotidiano de profissionais que estão trabalhando num remake de um clássico francês.
É muito divertido ver a personalidade de cada um, ouvimos muitas discussões de ideias, muito ego inflado (ai, ai, esse temperamento artístico, rs) e etc... Mostra a dificuldade que existe no set de filmagem quando nem todos falam o mesmo idioma. É que a Maggie Cheung (Deusa) é contratada pra ser protagonista, mas ela não sabe falar francês, apenas o inglês.
A cena da entrevista com a Maggie Cheung é excelente, por entrar numa discussão interessante sobre filmes de grande público vs filmes arte. O entrevistador cita filmes de John Woo, Van Damme e Schwarzenegger. Com a intenção de mostrar que o público gosta mesmo era disso e que o cinema francês era coisa do passado. Não só isso, é claro. Deixa evidente também o machismo, ao não querer escutar o que ela tinha pra dizer.
A cena da Maggie indo roubar joias num quarto do hotel usando a roupa de sua personagem é sensacional, haha. Mas não é algo que eu tenha visto um sentido, sabe? Nem precisa, rs. Mas acho que foi totalmente proposital fazer assim, uma cena que não tenha um sentido em si. Como muitas vezes acontece na arte.
Às vezes o filme pode parecer estranho (na verdade, ele é), mas é sempre atraente. Acredito que não é o tipo de filme que deve agradar todo mundo. Mas é engraçado como o filme consegue mesclar tantos elementos de diferentes gêneros, rs.
Deu pra sentir todo o amor pelo cinema aqui.
Companheiros, Quase Uma História de Amor
4.3 30É nada menos uma das mais belas histórias de amor do cinema. Eu amo romances, apesar da maioria dos filmes do gênero não terem me agradado tanto, rs. No entanto, o amor é um elemento essencial para todos nós. Por isso sempre estou à procura de filmes do gênero.
A história é mostrada durante um período de 10 anos. É simplesmente sobre a vida. As pessoas lutando por seus sonhos e etc... XiaoJun Li e Qiao Li (protagonistas) possuem objetivos diferentes, por isso muitas vezes seguem caminhos separados (mesmo o sentimento de amor sendo recíproco). Porém, o destino sempre se trata de juntá-los novamente. Olha, muitas coincidências na maioria das vezes me incomodam num filme. Nesse? Nem um pouco. É tão genuíno e emocionante, só assistindo pra vocês entenderem e sentirem.
É uma história de amor, mas também não é apenas isso. O filme passa a maior parte em Hong Kong, que foi colônia do Reino Unido por muito tempo, portanto, possuía as características capitalistas de uma cidade do Ocidente... Era o destino de muitas pessoas que queriam realizar seus sonhos materiais e etc. Era como se fosse o “American Dream" para muitos do povo da China continental. E, como todos estamos cansados de saber, a maioria das pessoas (ainda mais como os protagonistas) não têm muita chance dentro do capitalismo. Apenas vivem de pequenos sucessos e muitos fracassos. Mas qualquer crítica sobre isso no filme, é realmente muito discreta. No entanto, existe.
É um filme memorável. Merece (vou tomar isso como uma missão, rs) ficar popular tanto quanto qualquer outro belo romance da história do cinema.
PS: Maggie Cheung é uma Deusa.
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraMuito bom. A ironia é o fato de eu ter gostado muito do conceito e tal, mas ao mesmo tempo, achar que isso tenha limitado o filme em outro sentido. Como a parte mais dramática. Acho que as emoções não saíram da superfície, talvez por causa dos diálogos digitalizados...
Já na introdução vemos que se trata de um filme criativo. O cursor do mouse se movendo pelo computador e etc... Mostrando imagens e vídeos do crescimento da família.
Em termos de história, é muito simples. Até clichê, pois essencialmente é mais um filme sobre um pai tentando encontrar sua filha desaparecida. O que o diferencia de tantos outros do mesmo gênero, é o seu conceito e como foi encenado. É que tudo é mostrado através da tela de dispositivos tecnológicos, como notebooks, celulares, câmeras, tablets e etc... É tudo perfeitamente integrado, a maneira que passa de um dispositivo para o outro, é feito com muita naturalidade.
Existe a crítica ao sensacionalismo da mídia e para as redes sociais (como a menina emocionada e chorando dizendo que a Margot era sua melhor amiga, quando não era). Mas também não deixa de ser um thriller clássico.
Grave
3.4 1,1KNão achei o filme de terror, como muitos dizem. Pra mim, é mais um drama, com cenas um pouco perturbadoras e chocantes, acompanhado de humor cínico, rs.
É sobre o despertar de uma jovem. Antes num ambiente superprotetor (família). Agora na faculdade descobrindo coisas novas (amor, sexo e desejo de carne humana, haha). É uma visão um tanto diferente de transição da adolescência para maturidade.
Eu gostei. Só acho que poderia ser um pouco mais elaborado. Acho que poderia ser ainda melhor. Havia muito mais potencial...
Resident Evil: O Hóspede Maldito
3.4 1,1K Assista AgoraVi uma vez (no lançamento, ou seja, faz muito tempo, rs) e nunca tinha pego pra rever... Agora resolvi que verei todos os filmes da franquia.
É bom, muito diferente da maioria dos entretenimentos de hoje em dia, por exemplo. Milla Jovovich e Michelle Rodriguez estão maravilhosas em cena. Existe um suspense decente aqui (nada espetacular), mas o considero muito mais um filme de ação, onde os personagens precisam fazer de tudo para sobreviver. A trilha sonora é ótima.