Não bastasse um romance, agora tem um triângulo amoroso, rs. Enfim, problema dos filmes de gênero. Ainda assim, o filme cresce e consegue ser melhor (da saga). Melhorou praticamente tudo que mostrou no primeiro.
Existe o romance água com açúcar? Sim. Mas é um filme do gênero juvenil, né. Mesmo sendo praticamente raso em todos os sentidos, abordam temas sociais relevantes, o que é bastante bom. Fora que a parte de ação me agradou. Achei razoavelmente bom.
É um filme sobre alcoolismo e luto. É uma história que foi contada diversas as vezes, um homem que afasta sua família por ser um alcoólatra e etc... Ele é convidado pra se tornar treinador de basquete do time colegial do qual era jogador na sua adolescência. A questão esportiva é bastante secundária e muito clichê, ou seja, nada pra se destacar. O foco é mais no drama vivido pelo protagonista, mas é sem força e nunca chega atingir um pico que seja tão recompensador assim.
Depois que fui ver que era do mesmo diretor de Warrior (um bom filme, com momentos emocionalmente bem fortes).
Ótima surpresa. É um filme recente, mas que passou totalmente despercebido, pelo menos, por mim. Olha, eu nunca imaginei que a criação da Mulher Maravilha teria nascido de uma relação poliamorosa. Não fazia a mínima ideia, haha.
Eu não sei o quão pontual é essa cinebiografia, acredito que tenha algumas partes fictícias (o que é comum em filmes do gênero) sobre os personagens. Mas a história é muito interessante e bem conduzida. O filme não deixa de mostrar como as mulheres são discriminadas nesse sistema patriarcal e etc... Mesmo não explorando tão profundamente esse aspecto, não é algo dispensável.
Uma das coisas que mais gostei é como o filme trabalha os conceitos de domínio, influência, submissão e conformidade. É a partir de estudos sobre esses conceitos que o professor Marston enxergou a importância de criar uma mulher forte, autoconsciente e dominante, ao contrário do que era muito mais comum na época: a submissão feminina.
Além disso tudo, é uma história de amor muito bonita. Que me envolveu do início ao fim. Os personagens são ótimos, principalmente Elizabeth (interpretada por Rebecca Hall). Deu pra sentir todo o carinho que existia entre eles.
Eu só acho que foi demasiadamente “educado”, sem cenas ousadas e etc... Poderia ser um pouco transgressor, mas não foi (talvez pra atingir um público maior). Por isso ele segue um caminho mais clássico, o que não chega ser um problema.
“Eu quero que você me ame por todos os meus dias”
Ô sequência linda. Eu já estava gostando do filme, mas ele me conquistou nessa cena final.
Filmes como esse são um dos motivos da minha paixão pelo cinema. Favor, não esperar realidade. Não se trata disso.
As Wachowski nos convidam pra mergulhar (caso não consiga, possivelmente detestará) nesse mundo alternativo e extraordinário. Acho impressionante em como eles exploram (abraçando completamente) a artificialidade da tecnologia. É colocado uma estética de anime com muitas explosões de cores simplesmente incríveis.
O elenco está excelente. Os personagens são arquétipos, mas é algo que combinou perfeitamente com o filme. O enredo em si, é simples. É previsível? Sim. Porém, o mais legal é ver em como o Speed consegue se sair nos momentos difíceis nas pistas de corrida. A edição é um negócio de maluco (no bom sentido), muitos cortes rápidos e tal, isso trouxe uma dinâmica incrível pro filme. Não ficou entediante em nenhum momento.
Johnny (Stephen Dorff) é um ator rico e famoso. Que praticamente vive num hotel de luxo e tem todas as mordomias possíveis, mas, apesar de tudo isso, é uma pessoa vazia. O seu relacionamento com o mundo é meramente superficial. Isso muda com a chegada de sua filha, Cleo (Elle Fanning). Pai e filha passando alguns dias juntos e tal, o que acompanhamos são momentos completamente banais (que aos poucos dão consistência para relação), como jogar videogame, comer sorvete e etc... Mas é justamente a proximidade com sua filha e por essas coisas banais que faz Johnny pensar em crescer.
É uma pequena história, silenciosa, sem excessos e muito introspectiva. Bem no estilo da Sofia mesmo. O cinema é repleto de filme sobre personagem passando por crise existencial e etc... O que difere de tantos que já vi sobre o tema, é que ele não segue num tom melancólico como de costume. Isso me agradou.
O ritmo é lento, com cenas longas (algumas boas, outras sem graça), poucos diálogos, onde os olhares tem mais peso do que palavras. É o tipo de filme que precisa estar envolvido com o que está acontecendo, ou se não, dificilmente agradará. Eu não me simpatizei tanto pelo protagonista, eu gostei muito mais da Cleo, interpretada brilhantemente pela Elle Fanning.
É um thriller de “assalto” cheio de tensão e emoção que evolui de minuto a minuto. Embora funcione perfeitamente nesse sentido. Ele não é apenas mais um thriller convencional, porque o crime em si, serve para contar uma história muito maior e mais complexa. O filme entra na mente humana e da família.
A história é contada a partir de perspectivas diferentes que vai de um personagem para outro, que alterna entre os dias antes e depois do assalto. O flashback e Flashforward são métodos que quando mal usados, são capazes de enfraquecer um filme. O que acontece aqui, é o contrário. Não é nem um pouco exagerado (algo esperado de um mestre como o Lumet) nas perspectivas e nas reviravoltas. A cada cena repetida (por um ângulo diferente), os personagens ganham mais peso e entendemos melhor suas motivações...
O elenco está incrível. Albert Finney, Marisa Tomei, Hawke e Hoffman estão excelentes. Principalmente, o Hoffman... Pqp, acho que é a sua interpretação que mais gostei. A maneira que consegue colocar toda sua frustração em seu rosto é espetacular.
É trágico e bastante intenso ver dois irmãos em pleno desespero enfrentando as consequências de seus atos. O impacto dramático é enorme. É uma reflexão sobre a culpa, ganância, moralidade e a complexidade do homem... Grande filme.
Fui pego de surpresa, confesso. É que o início é tão harmonioso, engraçado e divertido... Por isso pensei que seguiria mais ou menos nesse caminho, rs. No entanto, no segundo ato, o clima que até então era de festa e alegria se transforma num drama pesado cheio de amarguras.
É um retrato muito honesto do que era ser gay naquele contexto. A maioria dos personagens são gays, talvez apenas um não seja (isso permanece ambíguo), o que deve ter sido bastante ousado pra aquela época. Isso era (é ainda para muitos, infelizmente) tratado para muitos como uma “doença”. Ainda mais por se mostrar verdadeiro, saindo dos estereótipos e tal, os personagens relevando suas fraquezas e etc... É um filme que esteve à frente do seu tempo, sem dúvidas.
Gostei de todos os personagens. Um pouco mais de Harold e Emory, aqui é mostrado até o preconceito que existia (talvez ainda exista) entre os gays. Os diálogos são incríveis.
Gostei do fato que o foco do documentário não se restringe apenas aos feitos do Maradona dentro das quatro linhas. A ênfase é muito mais na sua pessoa, mostrando a relação com a família e também sua visão política.
Não acho que seja um documentário pra todos, é mais pra quem gosta de futebol ou para quem é fã do Maradona. Inclusive, é perceptível o quão admirável é Maradona para o Kusturica, haha. Os arquivos são incríveis, repleto de imagens mostradas por diversas fases da vida do Maradona. Ele não deixa de comentar sobre a dura fase que esteve envolvido com drogas. A Copa do Mundo de 86 e o gol antológico (sem falar no La Mano de Dios). A parte da Igreja Maradoniana é tão sensacional quanto bizarra, haha.
É um documentário bom, talvez mediano, não sei... É que sou suspeito, pois sou fã do El Pibe de Oro. <3
Eu esperava me sentir mais envolvido emocionalmente, mas não foi o caso. Tipo, aquela boa nostalgia bate, sem dúvidas. Mas é apenas isso. É um documentário objetivo e tal, mas acho um tanto “quadrado”. Sei lá.
Acho que eu iria gostar muito mais se houvesse um foco maior nas perspectivas por parte dos clientes e menos dos empresários... Não que o lado deles não seja interessante (acho bacana mostrar como surgiram as primeiras videolocadoras em SP), mas me deixou a impressão que foi muito mais por causa de dinheiro do que o amor pelo cinema em si, por exemplo. Nada contra, faz parte.
É que daí não rolou aquela identificação (o protagonismo é praticamente todo dos donos), ao contrário, dos momentos que ouvia os comentários dos clientes sobre como foi bom frequentar as locadoras e etc... Isso me trouxe boas recordações da época que tive meu primeiro contato com o cinema.
Era bom, quem viveu sabe muito bem disso. Vai sempre permanecer na memória, com todo o carinho. Mas não trocaria a praticidade do presente pelo passado, rs.
A história é contada através de diferentes personagens que tem apenas uma coisa em comum: sua conexão com a máfia napolitana. Eu gosto em como ele evita o melodrama e o glamour característico que Hollywood mostra quando se trata de filmes sobre a máfia. É um olhar mais cru e realista mesmo.
Ele é filmado em estilo documentário, o que me agradou também. O meu problema com o filme é que as histórias foram bem desinteressantes. Ele sofre por não ter grandes cenas.
Bem bão. Fiquei interessado (aceito indicações) em conhecer outros filmes sobre canibalismo, rs. É um filme de gênero, mas que não deixa de fazer uma crítica social, mais especificamente, contra essa elite burguesa nojenta do Brasil. É tudo muito explícito (mesmo), mas não achei um problema. Pelo contrário, rs.
Tavinho Teixeira é muito engraçado, hauhua. Muitas cenas boas (principalmente no início), o gore não é tão forte, sempre na medida certa, o que me agradou. Eu só queria que aprofundasse mais no clube e tal. Mas, enfim, achei muito divertido e interessante.
É um filme que fala sobre a cruel exploração de mineiros na França do século XIX. É bastante claro e direto em sua proposta. O retrato da época é bem capturado, mostrando a greve dos trabalhadores, que com ela vem o desespero, a fome e etc... Enquanto, uma parcela pequena burguesa desfruta do esforço desumano por parte dos trabalhadores.
Eu gostei. Acho até bastante didático. Só não senti nada muito poderoso aqui, como pensei que seria, por se tratar de um assunto que me interessa bastante. Porém, vale a pena ser visto.
A história é sobre uma professora de filosofia e pesquisadora afro-americana, que é casada com um artista de personalidade muito diferente do que a sua. Ele é mais criativo, prefere seguir o seu instinto e etc... Enquanto ela, é mais lógica e racional. Ela está trabalhando numa pesquisa sobre o êxtase na arte e na religião, embora não tenha ainda vivenciado isso na sua vida... Diferentemente do seu marido. Então, inicia uma jornada de autoconhecimento, onde a protagonista procura se conhecer melhor e ter diferentes experiências em sua vida. Porém, o marido não aceita. É daí que surge uma crise conjugal...
É um retrato cheio de nuances sobre uma mulher negra nesse respectivo contexto. Não tem estereotípico. É simplesmente um drama da vida (não deixando de lado as questões raciais e também de gênero), repleto de conversas e etc... Isso tudo conduzido por uma diretora afro-americana muito perspicaz.
Não é uma obra-prima do Kiarostami, como ele tanto possui em sua filmografia. Mas é um ótimo filme, é impressionante que aqui já mostrava que estávamos diante de um grande diretor. Que posteriormente fez outros belos filmes e memoráveis. Esse me fez lembrar de “Onde Fica a Casa do Meu Amigo?”, talvez por acompanhar a jornada de uma criança, apesar da diferença na conduta de cada um, rs. No entanto, ambos os protagonistas são bem fáceis de se relacionar e etc...
A história é sobre um menino do interior no Irã que é obcecado por futebol, ele prefere ficar jogando do que ir à escola. A seleção do Irã vai jogar uma partida importante em Teerã, ele resolve viajar para assistir à partida... Pra isso, ele rouba, mente e engana praticamente todo mundo, rs.
É um filme simples que mostra a vida. A sequência final é incrível. Não canso de dizer: Kiarostami é genial.
Eu curto bastante filmes de epidemia (aliás, aceito sugestões). Achei a produção muito bem caprichada, gostei da ideia de dar um toque mais “realista” para o tema. É um filme que toca em muitos pontos interessantes, mas que poderiam ser melhores trabalhados... O número excessivo de personagens talvez tenha prejudicado o filme nesse sentido. Eu particularmente não gostei da escolha de mostrar vários personagens com arcos independentes. Entendo o motivo. Mas, no final de contas, não me convenceu. Me pareceu acabar em lugar nenhum...
Eu até curti o filme. Me prendeu boa parte do tempo, principalmente no começo. É perturbador saber o quão rápido uma doença pode se espalhar. Gostei de ver a parte dos cientistas e tal, acho a parte mais interessante. O problema é que depois muitas subtramas ganham muito espaço... E, infelizmente, não acrescentam muito. A reta final (um pouco depois que encontram a cura) é quando o filme realmente perde bastante sua força, pelo menos, pra mim.
Só uma coisa (eu geralmente relevo isso), como é irritante ver que nesses filmes a cura é quase sempre criada pelos americanos, a maioria dos filmes do tipo sempre passam essa sensação de que somente eles são capazes de fazer isso. Isso é tão chato, rs. O surgimento do vírus quase nunca acontece nos EUA (que é o caso aqui), mas com o aparecimento da doença na terrinha deles... Parece que os EUA é o único lugar que importa (por favor, não me falem do arco da Marion, haha).
"É tarde demais, não há futuro. Você não vai encarar a verdade.”
O início mostra o suicídio de um professor durante seu período no trabalho. Pierre (Laurent Lafitte) é contratado para ser o seu substituto. Ele assume uma turma pequena de alunos hiper inteligentes, que é a melhor da escola. A partir disso, é desenvolvido um envolvente suspense psicológico entre o professor e sua turma (tensão é muito bem construída, talvez o maior mérito do filme), mas ao mesmo tempo também traz questionamentos sobre a forte crise ambiental em que o nosso mundo vive.
É um pouco difícil descrever o filme sem revelar muita coisa... Então, o que posso dizer é que gostei bastante, considero um trabalho ousado e tal, apesar de achar também que poderia ser mais consistente em certas coisas. Não me incomodo com filme que me deixa no final com mais perguntas do que respostas. Até porque adoro uma interpretação, rs.
Eu não conheço tanto sobre a comunidade indígena. No entanto, eu poderia facilmente passar horas acompanhando suas tradições, o seu cotidiano, o contato com a espiritualidade e etc... É tudo tão interessante e bonito.
A abertura mostra Inhãc (protagonista) no meio da noite seguindo através das árvores até a cachoeira e ouvindo a voz do seu pai morto, é uma abertura muito linda. Eu particularmente gostei muito mais da parte onde se passa na aldeia e tal (por motivos óbvios), mas entendo que a parte da cidade é importante para mostrar como a nossa sociedade lida (ridiculamente) com o povo indígena. O que é bastante triste. Porque os povos indígenas conseguem viver coletivamente tão bem e de maneira tranquila em suas terras, se dedicando a espiritualidade e etc...
Esse filme me fez ter vontade de conhecer mais sobre a cultura indígena.
Já na introdução de cara percebemos que se trata de um filme independente. A montagem rápida e a música estão constantemente presentes.
É um filme sobre erros e escolhas. Faz também abordagens sobre assuntos como o amor, arrependimento, perdão e reconciliação. Ele é dividido em duas partes igualmente bem executadas e interessantes. A primeira metade é bem inquietante, com um ritmo muito pulsante e tenso, onde termina com uma tragédia (que é previsível). Muitas histórias costumam acabar num momento como esse. Mas é a partir da tragédia que imediatamente entramos na segunda metade, pois a vida continua. No entanto, é bem mais calmo (não menos emocionalmente intenso) comparado com a primeira metade e com outra perspectiva.
É um filme com cenas duras, mas também há cenas que transmitem certa esperança. Não deve agradar a todos, acredito que muita gente possa achar tudo muito excessivo. Eu achei o visual bastante poderoso e a trilha sonora (não conhecia nenhuma música), apesar da forte presença, não chegou me agradar tanto, mas também não desagradou, rs.
O ponto mais alto, pra mim, são as atuações. Fiquei impressionado mesmo. Acho que mesmo se a pessoa não gostar do filme, vai reconhecer que os atores estão muito bem. Kelvin Harrison Jr, Sterling K. Brown e Taylor Russell estão ótimos.
Achei muito bom. Vou até procurar ver outros filmes do diretor.
“No amor, não cabe um substituto... Eu estava procurando o que sentia pela outra Su Lizhen. Eu não tinha percebido isso."
A ideia de 2046, de misturar ficção com romance, foi um tiro certeiro, pois as histórias funcionam em perfeita sintonia. Uma delas é com Wang (Faye Wong) e o seu namorado japonês, enquanto a segunda é com Bai Ling (Zhang Zivi), principalmente. São duas histórias, porém, podemos dizer que existem mais duas. A terceiro é com Su Li-Zhen (Maggie Cheung, de Amor à Flor da Pele) e a quarta é com Carina Lau (não sei o nome da personagem, por não ter visto o filme ainda, rs), de Dias Selvagens.
A história gira em torno do personagem Mr.Chow (o mesmo de Amor à Flor da Pele), que é um escritor de ficção (o nome da obra que escreve é justamente “2046”), levando uma vida vazia de sentido, atiçado por seus “hormônios” (rs) e, embora ele tenha tido vários casos, não consegue encontrar o "amor", por estar desiludido com o mesmo. Através do processo de incorporação de circunstâncias da vida real em sua ficção científica, ele também tenta determinar se há um destino de tudo e pra onde está indo. No presente, ele não pode se conectar com as mulheres que vêm e vão. Na ficção, 2046 é um lugar que você visita para reviver memórias imutáveis. Alternadamente, é também um tempo existente somente dentro de um romance de ficção científica, quando as pessoas vão acessar os seus amores de “substituição” sem as assombrações do que eles romperam no passado. Então, eles pensam. E a falta de conexão é simplesmente uma questão de limitações tecnológicas, pois ele continua a encontrar mulheres para quem deseja mais do que relações superficiais, embora ele nunca seja capaz de encontrar o seu tênue ideal: sua memória é a única fonte de consolo.
É um romance (pouco comum), mas que é muito mais dramático e perturbador (e diria bizarro), pois o “tema” é até que ponto o ciúme pode levar uma pessoa?
A ideia do filme em si, é sobre um tema bem contemporâneo e interessante. Seh-hee e Ji-Woo (não conheço os atores, rs) são um casal que estão no fim daquele “fogo da paixão” (ou amor), mas agora estão naquela fase do “desgaste” que acontece com o tempo na maioria dos relacionamentos. Mas Seh-hee que é muito ciumenta, não consegue conviver com esse desgaste do relacionamento, por ser bem insegura quanto a sua beleza, acredita que se tornou desinteressante para o seu namorado. E por ter esse pensamento que o problema da relação é consigo mesma, sua aparência e etc. A ideia foi recorrer uma cirurgia plástica (algo aparentemente comum na Coreia do Sul), tudo por um rosto novo, uma nova identidade, etc. Ela desaparece durante seis meses (período da cicatrização), sem avisar. Depois reaparece na vida de Ji-Woo, mas sem revelar nada. Inicialmente ela consegue o que gostaria, que é conquistá-lo novamente, mas ao decorrer da trama, ele demonstra que ainda continua de alguma forma “preso” por sua antiga namorada (que é ela mesmo, na sua aparência anterior), o que gera muitos conflitos...
O filme faz várias indagações muito boas, como uma crítica sobre essas buscas exageradas pela perfeita estética, não apenas critica a sociedade por isso, como também não deixa de tocar na “ferida” (que seriam as instituições) de quem lucra com isso. É um filme de reflexão, com questões humanas bem complexas e etc.
É um trabalho notável de “one-take” com um visual bastante bonito, mas não oferece nada além disso. Ele quer passar um realismo sobre o tema, mas não me foi capaz de transmitir os horrores da guerra ou qualquer outro sentimento semelhante. O engraçado é que acho que a direção pode ter tido certa culpa nisso, por chamar muita atenção para si mesma, o que acabou prejudicando. Me lembrou um pouco “O Regresso” do Iñárritu, sei lá, talvez por me lembrar (não estou dizendo que é a mesma coisa) de toda aquela expressividade irritante que mais me parecia um flerte com a vaidade, onde nada é orgânico, apenas demonstrativo. Como se fosse: "Olha o que eu posso fazer" e pronto.
Então, também não me gerou qualquer reflexão. Não que seja necessário. Ok, existe uma mensagem antiguerra, pacifista e tal, mas por favor, né. Não tem nada de especial. Outros filmes do gênero foram muito mais bem-sucedidos nesse sentido. Outra coisa, em nenhum momento fiquei com a sensação de urgência ou muito menos imerso nessa história, o que prejudicou a minha experiência. Os personagens são muito superficiais (e nada atraentes), mesmo eles percorrendo as trincheiras inimigas, os campos cheios de cadáveres apodrecidos e etc... Mas isso é tudo tão friamente capturado que não possui qualquer envolvimento emocional. Não existe uma conexão verdadeira entre nós e os personagens. Até porque não há nada revelado sobre eles. Ou seja, como vou sentir algo? Como vou me importar? Claro, isso é subjetivo. Eu sei que muita gente sentiu e se importou. Faz parte.
A premissa em si, é fraca e pouco convincente, o que não ajudou em nada. Dois soldados aparentemente inexperientes colocados na frente de uma missão importante é uma coisa no mínimo estranha, mas isso relevei de boa. O suspense sobre se eles conseguiriam ou não levar a mensagem a tempo me soou bastante artificial.
Eu achei algumas cenas no mínimo bem ridículas. Essa coisa meio messiânica nos personagens é um tanto absurda. O que foi a cena do avião alemão caindo ao lado deles? Ok, tirar o soldado alemão do fogo e tal, eu até aceito (com ressalvas). Mas são inimigos, né. Então uma certa cautela nesses momentos definitivamente não é pedir muito. Eu nunca vi em qualquer outro filme de guerra onde um soldado treinado salva um inimigo e coloca a cabeça do coitado no seu colo, como se fosse um aliado. Resultado? O cara é esfaqueado em pouco menos de um minuto. Infelizmente, não é só isso. Outra cena bem rápida e tosca, onde o soldado protagonista coloca a fucking mão na boca de um soldado alemão lhe pedindo para ficar quieto, jesus christ... Ele tira a mão e o que acontece? No surprise: o alemão grita “Englander”. Daí o miserávi precisa correr, mas esquece da arma...
Olha, nem é só isso... Há outras cenas forçadas. Não vou comentar todas, mas vou mencionar mais uma só, que é a cena da mulher com o bebê, ô coisa brega, pelo amor de Deus. Que conveniente o soldado ter logo o leite que o bebê precisava... Que manipulação barata e preguiçosa. Isso foi uma tentativa de criar algo mais emocional? Pura breguice. E quando ele se atirou no rio? Ele foi parar logo no lugar onde praticamente a companhia que procurava estava... ai, ai, vou parar por aqui.
Enfim, uma das poucas coisas que gostei é que ele não glorificou a guerra e tal, mas é um filme que não diz nada profundo e tem certos acontecimentos que são problemáticos por falta de plausibilidade, além de particularmente achar um tanto vazio.
Jogos Vorazes: Em Chamas
4.0 3,3K Assista AgoraNão bastasse um romance, agora tem um triângulo amoroso, rs. Enfim, problema dos filmes de gênero. Ainda assim, o filme cresce e consegue ser melhor (da saga). Melhorou praticamente tudo que mostrou no primeiro.
Jogos Vorazes
3.8 5,0K Assista AgoraExiste o romance água com açúcar? Sim. Mas é um filme do gênero juvenil, né. Mesmo sendo praticamente raso em todos os sentidos, abordam temas sociais relevantes, o que é bastante bom. Fora que a parte de ação me agradou. Achei razoavelmente bom.
Um Senhor Estagiário
3.9 1,2K Assista AgoraÉ um filme fofo. Leve e agradável de assistir. Um bom passatempo. De Niro e Hathaway (ótimas atuações) têm uma química bem-humorada. É isso.
O Caminho de Volta
3.3 83 Assista AgoraÉ um filme sobre alcoolismo e luto. É uma história que foi contada diversas as vezes, um homem que afasta sua família por ser um alcoólatra e etc... Ele é convidado pra se tornar treinador de basquete do time colegial do qual era jogador na sua adolescência. A questão esportiva é bastante secundária e muito clichê, ou seja, nada pra se destacar. O foco é mais no drama vivido pelo protagonista, mas é sem força e nunca chega atingir um pico que seja tão recompensador assim.
Depois que fui ver que era do mesmo diretor de Warrior (um bom filme, com momentos emocionalmente bem fortes).
Enfim, achei fraco, monótono e sem vida.
Tim Maia - Não Há Nada Igual
3.6 593 Assista AgoraMais um enlatado da Globo, sempre na superficialidade... Tim Maia merecia um filme melhor.
Fora que tem o Cauã Reymond narrando a história... Ninguém merece.
Professor Marston e as Mulheres Maravilhas
3.9 167 Assista AgoraÓtima surpresa. É um filme recente, mas que passou totalmente despercebido, pelo menos, por mim. Olha, eu nunca imaginei que a criação da Mulher Maravilha teria nascido de uma relação poliamorosa. Não fazia a mínima ideia, haha.
Eu não sei o quão pontual é essa cinebiografia, acredito que tenha algumas partes fictícias (o que é comum em filmes do gênero) sobre os personagens. Mas a história é muito interessante e bem conduzida. O filme não deixa de mostrar como as mulheres são discriminadas nesse sistema patriarcal e etc... Mesmo não explorando tão profundamente esse aspecto, não é algo dispensável.
Uma das coisas que mais gostei é como o filme trabalha os conceitos de domínio, influência, submissão e conformidade. É a partir de estudos sobre esses conceitos que o professor Marston enxergou a importância de criar uma mulher forte, autoconsciente e dominante, ao contrário do que era muito mais comum na época: a submissão feminina.
Além disso tudo, é uma história de amor muito bonita. Que me envolveu do início ao fim. Os personagens são ótimos, principalmente Elizabeth (interpretada por Rebecca Hall). Deu pra sentir todo o carinho que existia entre eles.
Eu só acho que foi demasiadamente “educado”, sem cenas ousadas e etc... Poderia ser um pouco transgressor, mas não foi (talvez pra atingir um público maior). Por isso ele segue um caminho mais clássico, o que não chega ser um problema.
“Eu quero que você me ame por todos os meus dias”
Ô sequência linda. Eu já estava gostando do filme, mas ele me conquistou nessa cena final.
Speed Racer
2.8 410 Assista AgoraFilmes como esse são um dos motivos da minha paixão pelo cinema. Favor, não esperar realidade. Não se trata disso.
As Wachowski nos convidam pra mergulhar (caso não consiga, possivelmente detestará) nesse mundo alternativo e extraordinário. Acho impressionante em como eles exploram (abraçando completamente) a artificialidade da tecnologia. É colocado uma estética de anime com muitas explosões de cores simplesmente incríveis.
O elenco está excelente. Os personagens são arquétipos, mas é algo que combinou perfeitamente com o filme. O enredo em si, é simples. É previsível? Sim. Porém, o mais legal é ver em como o Speed consegue se sair nos momentos difíceis nas pistas de corrida. A edição é um negócio de maluco (no bom sentido), muitos cortes rápidos e tal, isso trouxe uma dinâmica incrível pro filme. Não ficou entediante em nenhum momento.
Um Lugar Qualquer
3.3 810 Assista AgoraJohnny (Stephen Dorff) é um ator rico e famoso. Que praticamente vive num hotel de luxo e tem todas as mordomias possíveis, mas, apesar de tudo isso, é uma pessoa vazia. O seu relacionamento com o mundo é meramente superficial. Isso muda com a chegada de sua filha, Cleo (Elle Fanning). Pai e filha passando alguns dias juntos e tal, o que acompanhamos são momentos completamente banais (que aos poucos dão consistência para relação), como jogar videogame, comer sorvete e etc... Mas é justamente a proximidade com sua filha e por essas coisas banais que faz Johnny pensar em crescer.
É uma pequena história, silenciosa, sem excessos e muito introspectiva. Bem no estilo da Sofia mesmo. O cinema é repleto de filme sobre personagem passando por crise existencial e etc... O que difere de tantos que já vi sobre o tema, é que ele não segue num tom melancólico como de costume. Isso me agradou.
O ritmo é lento, com cenas longas (algumas boas, outras sem graça), poucos diálogos, onde os olhares tem mais peso do que palavras. É o tipo de filme que precisa estar envolvido com o que está acontecendo, ou se não, dificilmente agradará. Eu não me simpatizei tanto pelo protagonista, eu gostei muito mais da Cleo, interpretada brilhantemente pela Elle Fanning.
Não acho um grande filme. Mas é bom.
Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
3.7 331 Assista AgoraÉ um thriller de “assalto” cheio de tensão e emoção que evolui de minuto a minuto. Embora funcione perfeitamente nesse sentido. Ele não é apenas mais um thriller convencional, porque o crime em si, serve para contar uma história muito maior e mais complexa. O filme entra na mente humana e da família.
A história é contada a partir de perspectivas diferentes que vai de um personagem para outro, que alterna entre os dias antes e depois do assalto. O flashback e Flashforward são métodos que quando mal usados, são capazes de enfraquecer um filme. O que acontece aqui, é o contrário. Não é nem um pouco exagerado (algo esperado de um mestre como o Lumet) nas perspectivas e nas reviravoltas. A cada cena repetida (por um ângulo diferente), os personagens ganham mais peso e entendemos melhor suas motivações...
O elenco está incrível. Albert Finney, Marisa Tomei, Hawke e Hoffman estão excelentes. Principalmente, o Hoffman... Pqp, acho que é a sua interpretação que mais gostei. A maneira que consegue colocar toda sua frustração em seu rosto é espetacular.
É trágico e bastante intenso ver dois irmãos em pleno desespero enfrentando as consequências de seus atos. O impacto dramático é enorme. É uma reflexão sobre a culpa, ganância, moralidade e a complexidade do homem... Grande filme.
Os Rapazes da Banda
4.1 71Fui pego de surpresa, confesso. É que o início é tão harmonioso, engraçado e divertido... Por isso pensei que seguiria mais ou menos nesse caminho, rs. No entanto, no segundo ato, o clima que até então era de festa e alegria se transforma num drama pesado cheio de amarguras.
É um retrato muito honesto do que era ser gay naquele contexto. A maioria dos personagens são gays, talvez apenas um não seja (isso permanece ambíguo), o que deve ter sido bastante ousado pra aquela época. Isso era (é ainda para muitos, infelizmente) tratado para muitos como uma “doença”. Ainda mais por se mostrar verdadeiro, saindo dos estereótipos e tal, os personagens relevando suas fraquezas e etc... É um filme que esteve à frente do seu tempo, sem dúvidas.
Gostei de todos os personagens. Um pouco mais de Harold e Emory, aqui é mostrado até o preconceito que existia (talvez ainda exista) entre os gays. Os diálogos são incríveis.
Friedkin é foda.
Maradona
3.5 40Gostei do fato que o foco do documentário não se restringe apenas aos feitos do Maradona dentro das quatro linhas. A ênfase é muito mais na sua pessoa, mostrando a relação com a família e também sua visão política.
Não acho que seja um documentário pra todos, é mais pra quem gosta de futebol ou para quem é fã do Maradona. Inclusive, é perceptível o quão admirável é Maradona para o Kusturica, haha. Os arquivos são incríveis, repleto de imagens mostradas por diversas fases da vida do Maradona. Ele não deixa de comentar sobre a dura fase que esteve envolvido com drogas. A Copa do Mundo de 86 e o gol antológico (sem falar no La Mano de Dios). A parte da Igreja Maradoniana é tão sensacional quanto bizarra, haha.
É um documentário bom, talvez mediano, não sei... É que sou suspeito, pois sou fã do El Pibe de Oro. <3
CineMagia - A História das Videolocadoras de São Paulo
4.0 109Eu esperava me sentir mais envolvido emocionalmente, mas não foi o caso. Tipo, aquela boa nostalgia bate, sem dúvidas. Mas é apenas isso. É um documentário objetivo e tal, mas acho um tanto “quadrado”. Sei lá.
Acho que eu iria gostar muito mais se houvesse um foco maior nas perspectivas por parte dos clientes e menos dos empresários... Não que o lado deles não seja interessante (acho bacana mostrar como surgiram as primeiras videolocadoras em SP), mas me deixou a impressão que foi muito mais por causa de dinheiro do que o amor pelo cinema em si, por exemplo. Nada contra, faz parte.
É que daí não rolou aquela identificação (o protagonismo é praticamente todo dos donos), ao contrário, dos momentos que ouvia os comentários dos clientes sobre como foi bom frequentar as locadoras e etc... Isso me trouxe boas recordações da época que tive meu primeiro contato com o cinema.
Era bom, quem viveu sabe muito bem disso. Vai sempre permanecer na memória, com todo o carinho. Mas não trocaria a praticidade do presente pelo passado, rs.
Gomorra
3.3 130“Está conosco ou contra nós?”
A história é contada através de diferentes personagens que tem apenas uma coisa em comum: sua conexão com a máfia napolitana. Eu gosto em como ele evita o melodrama e o glamour característico que Hollywood mostra quando se trata de filmes sobre a máfia. É um olhar mais cru e realista mesmo.
Ele é filmado em estilo documentário, o que me agradou também. O meu problema com o filme é que as histórias foram bem desinteressantes. Ele sofre por não ter grandes cenas.
Achei mediano.
O Clube dos Canibais
3.1 148 Assista AgoraBem bão. Fiquei interessado (aceito indicações) em conhecer outros filmes sobre canibalismo, rs. É um filme de gênero, mas que não deixa de fazer uma crítica social, mais especificamente, contra essa elite burguesa nojenta do Brasil. É tudo muito explícito (mesmo), mas não achei um problema. Pelo contrário, rs.
Tavinho Teixeira é muito engraçado, hauhua. Muitas cenas boas (principalmente no início), o gore não é tão forte, sempre na medida certa, o que me agradou. Eu só queria que aprofundasse mais no clube e tal. Mas, enfim, achei muito divertido e interessante.
Germinal
3.9 122É um filme que fala sobre a cruel exploração de mineiros na França do século XIX. É bastante claro e direto em sua proposta. O retrato da época é bem capturado, mostrando a greve dos trabalhadores, que com ela vem o desespero, a fome e etc... Enquanto, uma parcela pequena burguesa desfruta do esforço desumano por parte dos trabalhadores.
Eu gostei. Acho até bastante didático. Só não senti nada muito poderoso aqui, como pensei que seria, por se tratar de um assunto que me interessa bastante. Porém, vale a pena ser visto.
Losing Ground
3.8 2“Sempre esqueço que você não pode dançar”
A história é sobre uma professora de filosofia e pesquisadora afro-americana, que é casada com um artista de personalidade muito diferente do que a sua. Ele é mais criativo, prefere seguir o seu instinto e etc... Enquanto ela, é mais lógica e racional. Ela está trabalhando numa pesquisa sobre o êxtase na arte e na religião, embora não tenha ainda vivenciado isso na sua vida... Diferentemente do seu marido. Então, inicia uma jornada de autoconhecimento, onde a protagonista procura se conhecer melhor e ter diferentes experiências em sua vida. Porém, o marido não aceita. É daí que surge uma crise conjugal...
É um retrato cheio de nuances sobre uma mulher negra nesse respectivo contexto. Não tem estereotípico. É simplesmente um drama da vida (não deixando de lado as questões raciais e também de gênero), repleto de conversas e etc... Isso tudo conduzido por uma diretora afro-americana muito perspicaz.
Precisa ser conhecido. Ótimo filme.
O Passageiro
4.1 7Não é uma obra-prima do Kiarostami, como ele tanto possui em sua filmografia. Mas é um ótimo filme, é impressionante que aqui já mostrava que estávamos diante de um grande diretor. Que posteriormente fez outros belos filmes e memoráveis. Esse me fez lembrar de “Onde Fica a Casa do Meu Amigo?”, talvez por acompanhar a jornada de uma criança, apesar da diferença na conduta de cada um, rs. No entanto, ambos os protagonistas são bem fáceis de se relacionar e etc...
A história é sobre um menino do interior no Irã que é obcecado por futebol, ele prefere ficar jogando do que ir à escola. A seleção do Irã vai jogar uma partida importante em Teerã, ele resolve viajar para assistir à partida... Pra isso, ele rouba, mente e engana praticamente todo mundo, rs.
É um filme simples que mostra a vida. A sequência final é incrível. Não canso de dizer: Kiarostami é genial.
Contágio
3.2 1,8K Assista AgoraEu curto bastante filmes de epidemia (aliás, aceito sugestões). Achei a produção muito bem caprichada, gostei da ideia de dar um toque mais “realista” para o tema. É um filme que toca em muitos pontos interessantes, mas que poderiam ser melhores trabalhados... O número excessivo de personagens talvez tenha prejudicado o filme nesse sentido. Eu particularmente não gostei da escolha de mostrar vários personagens com arcos independentes. Entendo o motivo. Mas, no final de contas, não me convenceu. Me pareceu acabar em lugar nenhum...
Eu até curti o filme. Me prendeu boa parte do tempo, principalmente no começo. É perturbador saber o quão rápido uma doença pode se espalhar. Gostei de ver a parte dos cientistas e tal, acho a parte mais interessante. O problema é que depois muitas subtramas ganham muito espaço... E, infelizmente, não acrescentam muito. A reta final (um pouco depois que encontram a cura) é quando o filme realmente perde bastante sua força, pelo menos, pra mim.
Só uma coisa (eu geralmente relevo isso), como é irritante ver que nesses filmes a cura é quase sempre criada pelos americanos, a maioria dos filmes do tipo sempre passam essa sensação de que somente eles são capazes de fazer isso. Isso é tão chato, rs. O surgimento do vírus quase nunca acontece nos EUA (que é o caso aqui), mas com o aparecimento da doença na terrinha deles... Parece que os EUA é o único lugar que importa (por favor, não me falem do arco da Marion, haha).
O Professor Substituto
3.7 70 Assista Agora"É tarde demais, não há futuro. Você não vai encarar a verdade.”
O início mostra o suicídio de um professor durante seu período no trabalho. Pierre (Laurent Lafitte) é contratado para ser o seu substituto. Ele assume uma turma pequena de alunos hiper inteligentes, que é a melhor da escola. A partir disso, é desenvolvido um envolvente suspense psicológico entre o professor e sua turma (tensão é muito bem construída, talvez o maior mérito do filme), mas ao mesmo tempo também traz questionamentos sobre a forte crise ambiental em que o nosso mundo vive.
É um pouco difícil descrever o filme sem revelar muita coisa... Então, o que posso dizer é que gostei bastante, considero um trabalho ousado e tal, apesar de achar também que poderia ser mais consistente em certas coisas. Não me incomodo com filme que me deixa no final com mais perguntas do que respostas. Até porque adoro uma interpretação, rs.
Intrigante do início ao fim.
Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos
4.1 25Eu não conheço tanto sobre a comunidade indígena. No entanto, eu poderia facilmente passar horas acompanhando suas tradições, o seu cotidiano, o contato com a espiritualidade e etc... É tudo tão interessante e bonito.
A abertura mostra Inhãc (protagonista) no meio da noite seguindo através das árvores até a cachoeira e ouvindo a voz do seu pai morto, é uma abertura muito linda. Eu particularmente gostei muito mais da parte onde se passa na aldeia e tal (por motivos óbvios), mas entendo que a parte da cidade é importante para mostrar como a nossa sociedade lida (ridiculamente) com o povo indígena. O que é bastante triste. Porque os povos indígenas conseguem viver coletivamente tão bem e de maneira tranquila em suas terras, se dedicando a espiritualidade e etc...
Esse filme me fez ter vontade de conhecer mais sobre a cultura indígena.
As Ondas
3.9 163 Assista AgoraJá na introdução de cara percebemos que se trata de um filme independente. A montagem rápida e a música estão constantemente presentes.
É um filme sobre erros e escolhas. Faz também abordagens sobre assuntos como o amor, arrependimento, perdão e reconciliação. Ele é dividido em duas partes igualmente bem executadas e interessantes. A primeira metade é bem inquietante, com um ritmo muito pulsante e tenso, onde termina com uma tragédia (que é previsível). Muitas histórias costumam acabar num momento como esse. Mas é a partir da tragédia que imediatamente entramos na segunda metade, pois a vida continua. No entanto, é bem mais calmo (não menos emocionalmente intenso) comparado com a primeira metade e com outra perspectiva.
É um filme com cenas duras, mas também há cenas que transmitem certa esperança. Não deve agradar a todos, acredito que muita gente possa achar tudo muito excessivo. Eu achei o visual bastante poderoso e a trilha sonora (não conhecia nenhuma música), apesar da forte presença, não chegou me agradar tanto, mas também não desagradou, rs.
O ponto mais alto, pra mim, são as atuações. Fiquei impressionado mesmo. Acho que mesmo se a pessoa não gostar do filme, vai reconhecer que os atores estão muito bem. Kelvin Harrison Jr, Sterling K. Brown e Taylor Russell estão ótimos.
Achei muito bom. Vou até procurar ver outros filmes do diretor.
2046 - Os Segredos do Amor
4.0 150 Assista Agora“No amor, não cabe um substituto... Eu estava procurando o que sentia pela outra Su Lizhen. Eu não tinha percebido isso."
A ideia de 2046, de misturar ficção com romance, foi um tiro certeiro, pois as histórias funcionam em perfeita sintonia. Uma delas é com Wang (Faye Wong) e o seu namorado japonês, enquanto a segunda é com Bai Ling (Zhang Zivi), principalmente. São duas histórias, porém, podemos dizer que existem mais duas. A terceiro é com Su Li-Zhen (Maggie Cheung, de Amor à Flor da Pele) e a quarta é com Carina Lau (não sei o nome da personagem, por não ter visto o filme ainda, rs), de Dias Selvagens.
A história gira em torno do personagem Mr.Chow (o mesmo de Amor à Flor da Pele), que é um escritor de ficção (o nome da obra que escreve é justamente “2046”), levando uma vida vazia de sentido, atiçado por seus “hormônios” (rs) e, embora ele tenha tido vários casos, não consegue encontrar o "amor", por estar desiludido com o mesmo. Através do processo de incorporação de circunstâncias da vida real em sua ficção científica, ele também tenta determinar se há um destino de tudo e pra onde está indo. No presente, ele não pode se conectar com as mulheres que vêm e vão. Na ficção, 2046 é um lugar que você visita para reviver memórias imutáveis. Alternadamente, é também um tempo existente somente dentro de um romance de ficção científica, quando as pessoas vão acessar os seus amores de “substituição” sem as assombrações do que eles romperam no passado. Então, eles pensam. E a falta de conexão é simplesmente uma questão de limitações tecnológicas, pois ele continua a encontrar mulheres para quem deseja mais do que relações superficiais, embora ele nunca seja capaz de encontrar o seu tênue ideal: sua memória é a única fonte de consolo.
Excelente.
Time: O Amor Contra a Passagem do Tempo
3.9 131É um romance (pouco comum), mas que é muito mais dramático e perturbador (e diria bizarro), pois o “tema” é até que ponto o ciúme pode levar uma pessoa?
A ideia do filme em si, é sobre um tema bem contemporâneo e interessante. Seh-hee e Ji-Woo (não conheço os atores, rs) são um casal que estão no fim daquele “fogo da paixão” (ou amor), mas agora estão naquela fase do “desgaste” que acontece com o tempo na maioria dos relacionamentos. Mas Seh-hee que é muito ciumenta, não consegue conviver com esse desgaste do relacionamento, por ser bem insegura quanto a sua beleza, acredita que se tornou desinteressante para o seu namorado. E por ter esse pensamento que o problema da relação é consigo mesma, sua aparência e etc. A ideia foi recorrer uma cirurgia plástica (algo aparentemente comum na Coreia do Sul), tudo por um rosto novo, uma nova identidade, etc. Ela desaparece durante seis meses (período da cicatrização), sem avisar. Depois reaparece na vida de Ji-Woo, mas sem revelar nada. Inicialmente ela consegue o que gostaria, que é conquistá-lo novamente, mas ao decorrer da trama, ele demonstra que ainda continua de alguma forma “preso” por sua antiga namorada (que é ela mesmo, na sua aparência anterior), o que gera muitos conflitos...
O filme faz várias indagações muito boas, como uma crítica sobre essas buscas exageradas pela perfeita estética, não apenas critica a sociedade por isso, como também não deixa de tocar na “ferida” (que seriam as instituições) de quem lucra com isso. É um filme de reflexão, com questões humanas bem complexas e etc.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraÉ um trabalho notável de “one-take” com um visual bastante bonito, mas não oferece nada além disso. Ele quer passar um realismo sobre o tema, mas não me foi capaz de transmitir os horrores da guerra ou qualquer outro sentimento semelhante. O engraçado é que acho que a direção pode ter tido certa culpa nisso, por chamar muita atenção para si mesma, o que acabou prejudicando. Me lembrou um pouco “O Regresso” do Iñárritu, sei lá, talvez por me lembrar (não estou dizendo que é a mesma coisa) de toda aquela expressividade irritante que mais me parecia um flerte com a vaidade, onde nada é orgânico, apenas demonstrativo. Como se fosse: "Olha o que eu posso fazer" e pronto.
Então, também não me gerou qualquer reflexão. Não que seja necessário. Ok, existe uma mensagem antiguerra, pacifista e tal, mas por favor, né. Não tem nada de especial. Outros filmes do gênero foram muito mais bem-sucedidos nesse sentido. Outra coisa, em nenhum momento fiquei com a sensação de urgência ou muito menos imerso nessa história, o que prejudicou a minha experiência. Os personagens são muito superficiais (e nada atraentes), mesmo eles percorrendo as trincheiras inimigas, os campos cheios de cadáveres apodrecidos e etc... Mas isso é tudo tão friamente capturado que não possui qualquer envolvimento emocional. Não existe uma conexão verdadeira entre nós e os personagens. Até porque não há nada revelado sobre eles. Ou seja, como vou sentir algo? Como vou me importar? Claro, isso é subjetivo. Eu sei que muita gente sentiu e se importou. Faz parte.
A premissa em si, é fraca e pouco convincente, o que não ajudou em nada. Dois soldados aparentemente inexperientes colocados na frente de uma missão importante é uma coisa no mínimo estranha, mas isso relevei de boa. O suspense sobre se eles conseguiriam ou não levar a mensagem a tempo me soou bastante artificial.
Eu achei algumas cenas no mínimo bem ridículas. Essa coisa meio messiânica nos personagens é um tanto absurda. O que foi a cena do avião alemão caindo ao lado deles? Ok, tirar o soldado alemão do fogo e tal, eu até aceito (com ressalvas). Mas são inimigos, né. Então uma certa cautela nesses momentos definitivamente não é pedir muito. Eu nunca vi em qualquer outro filme de guerra onde um soldado treinado salva um inimigo e coloca a cabeça do coitado no seu colo, como se fosse um aliado. Resultado? O cara é esfaqueado em pouco menos de um minuto. Infelizmente, não é só isso. Outra cena bem rápida e tosca, onde o soldado protagonista coloca a fucking mão na boca de um soldado alemão lhe pedindo para ficar quieto, jesus christ... Ele tira a mão e o que acontece? No surprise: o alemão grita “Englander”. Daí o miserávi precisa correr, mas esquece da arma...
Olha, nem é só isso... Há outras cenas forçadas. Não vou comentar todas, mas vou mencionar mais uma só, que é a cena da mulher com o bebê, ô coisa brega, pelo amor de Deus. Que conveniente o soldado ter logo o leite que o bebê precisava... Que manipulação barata e preguiçosa. Isso foi uma tentativa de criar algo mais emocional? Pura breguice. E quando ele se atirou no rio? Ele foi parar logo no lugar onde praticamente a companhia que procurava estava... ai, ai, vou parar por aqui.
Enfim, uma das poucas coisas que gostei é que ele não glorificou a guerra e tal, mas é um filme que não diz nada profundo e tem certos acontecimentos que são problemáticos por falta de plausibilidade, além de particularmente achar um tanto vazio.