Primeiramente, não conheço as obras de Shakespeare. É por isso que não sei dizer se é bom ou não no sentido da adaptação em si.
Eu vi "Macbeth" (2015, Justin Kurzel) que foi outro filme adaptado das obras de Shakespeare. Que não gostei nada, rs. "The King" tem uma linguagem muito mais moderna, não foi vítima da tentação de uma narrativa mais literária, como aconteceu em Macbeth. O que particularmente gostei, rs.
No entanto, o filme em si, é apenas mediano. Acho que a história poderia ser muito mais direta e tal. É que no meio para o final, ele traz algumas reflexões (até interessantes, sim), mas não mostra absolutamente nada que já não tenhamos visto antes.
Mesmo a narrativa sendo bastante convencional e tal. Ele me agradou em muitos momentos, o elenco é bom, os aspectos técnicos são ótimos, as batalhas são realmente excelentes (está aqui a sua maior força, sem dúvidas), por serem bastante realistas e etc...
Como disse antes, achei mediano. Mas é agradável, ainda mais pra quem gosta de filmes históricos (como eu) e etc... Enfim, não é nenhum filme marcante, muito por ter uma narrativa um tanto simples e com pouco brilho...
"Não iremos contar à Nai Nai... Porque é o nosso dever carregar essa fardo emocional pra ela."
A diretora sabe exatamente o que quer contar e faz isso muitíssimo bem. O espectador é completamente envolvido no conflito emocional dessa família.
A matriarca Nai Nai foi diagnosticada com câncer terminal. Ela possui pouco tempo de vida, mas a família opta por não mencionar nada disso pra ela. A família decide se reunir uma última vez depois de um longo tempo afastados para ficar com Nai Nai. A protagonista Billi não sabe falar muito bem chinês, por viver e ter sido criada desde muito cedo nos EUA, por isso não é capaz de entender muito bem a cultura chinesa e tal, é muito por causa disso que faz ela entrar em conflito com a decisão da família em não contar nada a sua avó. É mostrado o choque entre as culturas Ocidentais e Orientais, duas formas de entender a vida e etc...
Então, é uma mentira (com um bom propósito) que desencadeia todos os eventos do filme. É evitado qualquer dramatização excessiva aqui. O estilo narrativo é bastante discreto, mas gostoso de acompanhar. Dá pra sentir que o filme foi feito de coração, por isso que é capaz de passar tão bem a sensação de intimidade do início ao fim.
O elenco está ótimo. Gostei muito da atuação da atriz que interpreta a protagonista. O retorno a sua terra natal foi capaz de gerar uma boa reflexão sobre suas origens e etc... Ela no início discordava da decisão de sua família, mas aos poucos percebe-se certas mudanças em sua pessoa...
Enfim, não deixem de falar com sua família. Eu sei que não tem como fazer isso o tempo todo, por cada um ter sua vida e etc... Mas não deixe passar muito tempo. Valorize-os. Pois se não, o arrependimento vem depois e bate muito forte...
É um filme pós-Segunda Guerra. A história tem como protagonistas duas personagens femininas, Iya (Victoria Miroshnichenko) e Masha (Vasilisa Pereligina), que trabalham num hospital de Leningrado (atualmente se chama São Petersburgo) como enfermeiras e etc... Uma cidade que recebeu um cerco pelos Nazistas durante a guerra, os privando de coisas básicas como água tratada, comida e etc... Mesmo o cerco chegando ao fim, não temos grandes comemorações sobre isso.
É um filme que tem um ritmo lento, só pra deixar claro. Mostra os vários que participaram da Guerra, inclusive, as protagonistas, precisando lidar com experiências pós-traumáticas e etc... Elas são o centro da história. É através de ambas que observamos o quão difícil é encontrar um significado às suas vidas em uma situação onde não parece existir esperança.
O filme aborda questões como sexualidade e entre outros assuntos. A relação entre Iya e Masha é bem interessante. Masha não consegue ter filho, por ser infértil. É o que ela mais quer na vida. Iya é apaixonada por Masha, não consegue viver sem ela. Enfim, é uma relação que tem muito amor, mas também muita manipulação e etc... Ou seja, é complexa. As atrizes estão muito bem, conseguem dar profundidade as suas personagens.
A cinematografia é muito bonita. Tudo muito atmosférico e tal. A única coisa que às vezes me incomodou foram certas sequências bem prolongadas. Mas isso é bem pessoal. Vai de cada um, rs. De resto, gostei bastante.
Uma curiosidade: o diretor mesmo sendo bastante jovem, venceu o "Un cenrtain regard" em Cannes desse ano.
Ótimo filme. Um dos melhores que vi deste ano. É um filme que explora a questão da própria identidade.
A história gira em torno de um ex-soldado chamado Yoav (Tom Mercier) que foge de Israel por não suportar mais viver na sua terra natal que possui um forte fanatismo. Ele não deixa de insultar o seu país, o chamando de cruel, insensível e entre outros adjetivos. Ele quer se livrar da sua origem, não quer falar mais em Hebraico e etc... É também sobre uma tentativa de substituir uma identidade por outra. É por isso que ele vai para França, quer uma nova vida, uma novidade identidade. O inicio parecia entusiasmante (democracia, liberdade e etc), mas ao decorrer ele percebe o quão cruel um país como a França pode ser com um estrangeiro...
Não conhecia Tom Mercier, mas gostei bastante da atuação. É um tanto explosivo.
A cena que Yoav tá fazendo um vídeo (acho que é isso) pornô, cara, é simplesmente humilhante. Deixa escancarado toda uma exploração (principalmente aos imigrantes). Ele enfiando o dedo no cu enquanto o diretor pede pra ele falar em hebraico (uma das poucas cenas em que ele usa sua língua nativa). Isso e entre outras coisas, fez com que ele desmoronasse...
Acho que não vai agradar todo mundo. Ele não é muito convencional e tal. Não achei perfeito também. Mas também não consigo deixar de pensar nele, o que é ótimo. É uma experiência bastante intensa.
Então, esse filme é um EXEMPLO que o cinema de entretenimento não precisa estar em desunião ao um conjunto de boas ideias sobre a nossa sociedade e etc...
Ele pode ser encarado como apenas um ótimo filme de ação, é claro. No entanto, é muito mais que isso. Embora seja muito bem-sucedido nesse quesito. As cenas de ação são muito boas, com bastante violência (na época deve ter sido chocante para o povo, rs), uma marca registrada do Verhoeven. A história em si, é muito simples. Por trás disso, se mostra mais profundo do que parece. É bastante inteligente, cheio de piadas satíricas e com críticas ao poder de manipulação da mídia, ao capitalismo, aos perigos da tecnologia e etc...
Enfim, Verhoeven não só faz um baita filme de ação, mas também traz várias questões complexas que coexistem perfeitamente numa história típica de vingança.
A música tema que toca nas cenas de ação... puts, sensacional! Clássico!
"O que é realidade quando você não pode confiar na sua própria mente?"
Baita filme de ação e muito divertido. Hoje em dia, com tantos recursos e etc.. Quase não há ficções científicas de ação digno de elogios como esse. Não fiquei entediado em nenhum momento. O roteiro é muito objetivo. O ritmo é frenético, ação do início ao fim. A história é inteligente, as cenas de ação são realmente ótimas (muita violência, haha), cheio de reviravoltas que surpreendem e etc...
O Arnold Schwarzenegger é carismático, é basicamente isso, haha. Até porque não tem como esperar muita expressividade da sua parte. A Sharon Stone aparece pouco, mas quando aparece, ela consegue brilhar. O resto do elenco está bem. Os efeitos visuais são realmente muito bons. O cenário é absurdamente bem feito, é só ver como são as ruas de Marte, o metrô, o táxi/robô e entre outras coisas. Tudo parece real.
É cheio de cenas antológicas, haha. Ele possui seus ótimos momentos de humor. Enfim, o Verhoeven é um diretor interessante pra caramba. É ousado, provocador, visionário e etc...
Olha, Verhoeven é um puta diretor. Depois que vi "Elle", quis ver mais filmes do diretor... Ontem revi "Tropas Estelares", a primeira vez que assisti tinha 12 anos, eu acho. Lembro de ter gostado bastante, mas obviamente não havia entendido a proposta na época. É uma sátira (bastante óbvia) ao fascismo, mas que pode passar despercebido por muita gente.
O início já deixa muito claro o seu lado satírico, com a propaganda militar atraindo os mais jovens e etc... Aparece até uma criança de 12 anos uniformizada, haha. É também uma crítica ao imperialismo americano. Os insetos (esses são os vilões, haha) não ofereciam nenhum perigo até o seu planeta ser invadido...
"Um bom inseto é um inseto morto!", olha só esse bordão, rs.
A narrativa segue o mesmo modelo de filmes de guerra e etc... É um filme que tem muita violência, mas o senso de humor permanece o tempo inteiro, haha. Acho simplesmente sensacional as propagandas militares mostradas no filme, são criativas e engraçadas. Aliás, o filme todo parece uma propaganda (proposital, é claro). Nós somos conduzidos a torcer para os humanos.
Enfim, é divertido, envolvente e com uma crítica contundente (que esteve a frente do seu tempo). Filmaço.
Não gostei. Olha que eu gosto do Woody Allen. O uso da narração na maior parte do tempo é desnecessário. Não achei necessariamente ruim. Mas é bem mais do mesmo. Enfim, achei um Allen menos inspirado.
É muito mais sobre as consequências do ato e não as causas em si. Não sei exatamente de onde vem o desejo da protagonista e tal. É um filme bom, convincente, que teve a minha atenção o tempo inteiro, mas se não fosse pelo elenco competente, talvez o filme não funcionasse. A história é um tanto batida...
No início e tal, até consigo ter empatia por ela, mesmo com esse ato sendo horrível e etc... No entanto, a medida dos acontecimentos e tal, ela vai revelando quem realmente é. O menino é uma vítima de Anne. O fim da relação, as mentiras e etc... Isso causou um dano psicológico enorme no menino, não que os outros não tenham sofrido, mas a fatalidade mesmo, acontece com ele.
Os planos estáticos, o estilo frio e etc... Está tudo aqui e funciona bem. Mas não é nenhuma novidade. Não é como se houvesse um verdadeiro destaque artístico aqui.
Na minha adolescência, lembro que gostei pra caramba. Mas o filme realmente não é grandes coisa. Agora vejo como ele é muito superestimado.
É ótimo como um filme puramente de ação e que conta com uma trilha sonora excelente. No entanto, quando tentam dar "profundidade" (ao tentar falar sobre a sociedade, por exemplo), algo mais significativo para o filme, nisso falha bastante. É também cheio de frases de efeito, o que me incomodou bastante. A batalha que abre o filme não me empolgou, mas as lutas realizadas nas arenas, são bastante divertidas e tal. O enrendo em si, é muito previsível... O Maximus não é nenhum personagem multifacetado, ele é mais um tipo de personagem de ação, apenas isso. Onde a morte da sua mulher e seu filho serviu como motivação de vingança.
Que filmaço. É daquelas obras que você gosta muito e já quer rever o mais rápido possível.
Esse filme me fez ficar pensando por bastante tempo. É cheio de camadas e etc... O enredo em si, é um tanto simples. No entanto, é repleto de detalhes, sutilezas e metáforas... A relação entre os protagonistas é muito complexa.
A construção do protagonista é realmente fascinante. É interessante ver as semelhanças do homem moderno com o personagem central. Por isso permanece atual, mesmo com o passar de longos anos. Ele é um homem da capital. É professor, aparentemente ambicioso e que está em busca de reconhecimento em sua área (Entomologia). Foi para as dunas e caiu numa armadilha. Devido não conseguir escapar do lugar que se encontra, ele acaba se conformando com esse novo lugar (vive com a mulher da areia, rs). É aí que entra algumas questões existenciais e etc... O final é espetacular, a transformação, o desapego à vaidade e entre tantas outras coisas.
O erotismo está em boa parte do filme. É impossível esquecer da cena em que ele lava o corpo da mulher que está coberto de areia (essa que é onipresente)... O foco na mãos de cada um, muitas carícias e etc... É o momento mais erótico e memorável do filme, pra mim.
Jesus Christ, man! Não esperava me decepcionar tanto. É praticamente um eps estendido de 2hrs sem nenhum brilhantismo e com muito pouca intensidade. É cheio de flashback fraco e desinteressante que chegou atrapalhar bastante o ritmo (eu cheguei até bocejar, rs). Olha, esses momentos poderiam estar num eps qualquer da série e provavelmente ninguém sequer se lembraria de tão pouca força que os mesmos possuem. Esse filme passa MUITO LONGE de estar num nível, sei lá, de qualquer eps da série, por exemplo. Eu esperava um roteiro melhor...
"É. Mas meu preferido é Michael. É um amigo da Laure. Ele brincou comigo, me carregou nas costas. E agora, também é um amigo meu."
É o meu primeiro filme de Céline Sciamma. Que grata surpresa. Ela consegue apresentar sutilmente os personagens em uma autêntica história de infância. Um assunto delicado como esse não poderia ter uma mão pesada, ou até mesmo ser demasiadamente pretensioso. É por isso que considero uma decisão acertada o uso da simplicidade.
Então, em nenhum momento o termo de transgênero foi mencionado e tal, mesmo que Laure/Michael provavelmente seja. A diretora não oferece para as crianças uma grande reflexão sobre identidade de gênero e etc, justamente por serem crianças e não adultos conscientes sobre o assunto. É uma criança que pensou que seria bom fingir ser um menino, nem pensou muito sobre isso, apenas fez. É aquela coisa típica de criança em não pensar nas consequências que isso poderia trazer. A preferência da diretora está mais por estudar as normas sociais dos tipos de gênero... O que pra mim é mais uma decisão acertada. O bacana é que nós espectadores refletimos e muito sobre a questão da identidade de gênero, os seus conflitos internos e etc...
As atuações são boas, principalmente de Zoé Héran e Malonn Lévana (Jeanne, ô coisa fofa). A maior parte do filme mostra as crianças brincando e etc... É tudo tão natural, tão cheio de espontaneidade, que me pergunto como a diretora conseguiu captar esses momentos. Ela mostra que sabe muito bem conduzir atores que são crianças.
Enfim, é um filme que estranhamente não vejo muitos comentando, mas que certamente deveria ser mais conhecido. É leve, sensível e importante. Não cansa em nenhum momento. Muito bom mesmo.
Então, achei muito bom filme. Muito mais como um estudo de personagem sobre os efeitos da solidão e saúde mental, não que tenha sido algo realmente surpreendente ou inovador nesse sentido. Acho até mesmo um caminho um tanto previsível as vezes, mas é muito eficaz e interessante conhecer as origens de uma figura como o Joker. O Joaquim Phoenix literalmente carrega o filme nas costas. Posso até parecer exagerado, mas se não fosse por ele, acho que o filme não seria a metade do que é. O Joker de Phoenix é mais humano e vulnerável do que nunca. É perceptível o quão imerso ele está no papel. Puro talento. Espero que agora não comece a surgir gente (sabe como é certos cinéfilos) dizendo que ele não é tudo isso e etc... Só porque vai estar na boca de todo mundo, haha.
O filme não é somente um estudo de personagem, é claro. Ele tem um fundo que traz questões sociais bastante pertinentes, onde a população mais pobre se encontra abandonada pelo sistema e tal, essa mesma sociedade que não consegue mais ter espaço para empatia, as pessoas são até mesmo ridicularizadas por um possível eleito a governador (Thomas Wayne), pois não são consideradas do mesmo valor que as pessoas mais ricas, por exemplo. Ou seja, Gotham City é fictícia, mas não é muito diferente de qualquer outra cidade real... O problema, pra mim, é que essa crítica social não consegue sair da superfície.
Então, vi gente falando que é um filme irresponsável e tal. Eu não acho. Ele simplesmente mostra os problemas que o mundo vem enfrentando atualmente, ou seja, temas interessantes e pertinentes. Aqui é apresentado as origens do trauma de Arthur Fleck, do contexto cruel em que viveu, as suas dificuldades e etc... Ele realmente sofreu, isso é evidente. O mal não nasce com ninguém. Ele se tornou o Coringa, muito por resultado de uma sociedade desigual e que despreza as pessoas que não se encaixam adequadamente na mesma. Eu sei que muita gente pode ter ficado desconfortável com certas coisas e tal, pois realmente não vejo o filme condenando de maneira firme as atitudes de Arthur. Deve ser por isso que gerou certas controvérsias nos EUA. Mas não acho correto censurar esse tipo de história. Nada de varrer os problemas pra baixo do tapete, o negócio é encarar de frente e tentar resolver. Talvez proibindo a venda de armas seria um bom começo...
É aquilo, enquanto as situações permanecerem cruéis, injustas e etc... Em momentos desespero e desesperança, a chance de alguém se tornar um símbolo é enorme, mesmo se for uma pessoa instável. É exatamente o que acontece com o Joker. Ele toma atitudes extremas, isso traz as pessoas oprimidas para o seu lado, por mais que suas atitudes não sejam motivadas por questões políticas. Ele obviamente nunca pretendeu ser um símbolo. Ele mesmo admite que não acredita nisso. O que ele sempre quis foi ser levado a sério e etc... Entretanto, ele acaba gostando de tudo isso, a violência, as mortes... Isso lhe deu forças. Ele praticamente gosta do caos.
A história não é nova, mas os temas levantados são atuais, o que é positivo. Outra coisa, mais para o final, as coisas vão ficando cada vez mais intensas, por isso esperava uma violência mais impactante e tal. Mas, sinceramente, achei tudo com pouquíssima força. Mas é claro, isso é pessoal, haha. Eu também achei que em muitos momentos ele explica demais as coisas. Não oferecendo nada pra nossa imaginação, por exemplo. Eu não sei o por quê, mas também não curti o final. Enfim, não achei excelente e muito menos uma obra-prima, mas é um filme muito bom, com uma atuação excelente.
Olha, mesmo sendo previsível em muitos momentos, até mesmo usando certos clichês (o que era esperado) conhecidos do gênero, consegue parecer algo novo. Isso é muito admirável. A Olivia Wilde coloca uma perspectiva feminina nova, flexível e sensível sobre temas importantes como a diversidade e entre outros assuntos. Eu gostei da maneira que foi filmado e além disso, é muito bem editado, resultando em um ótimo ritmo, fácil de assistir.
A dupla de protagonistas são ótimas. Elas são inteligentes e divertidas. Não cansam de surpreender fazendo observações perspicazes e etc...
Enfim, é um filme bem divertido, muito colorido, com um ritmo acelerado gostoso de acompanhar e com uma trilha sonora muito bacana.
É um poema de amor e ódio para San Francisco. Jimmie Fails que interpreta ele mesmo (não é um filme biográfico), escreve o roteiro ao lado do diretor Joe Talbot, que é seu amigo de infância, os dois nasceram e foram criados na cidade. Portanto, existe uma conexão muito verdadeira e especial aqui...
Eu não vou me prolongar muito falando sobre o filme, mas o que posso dizer que ele é sincero, muito sensível e emocionante. A cinematografia é excelente. A sequência de abertura é um belo cartão de visita. A química entre os protagonistas é uma coisa incrivelmente poderosa. Gostei muito do retrato da masculinidade aqui, eles choram, procuram conforto emocional em ombro amigo e etc... Isso é tão importante.
Eu acho que na metade do filme o ritmo cai um pouco, mas volta a ficar ótimo no ato final.
Até o momento, posso dizer que é facilmente um dos filmes que mais gostei do ano.
É muito bom, mas acho que poderia ser melhor. Mas ainda assim, é um filme atraente e divertido.
A invasão dos alienígenas é tratado de uma maneira completamente diferente do que estamos acostumados. Eles querem entender (e roubar) os conceitos importantes da nossa sociedade. É tudo muito envolvente, mesmo sendo estranho, rs. Eles não fornecem muitas explicações no início, o que faz nós tentarmos descobrir o que é tudo aquilo e tal. E isso é muito interessante.
O fato dos alienígenas inicialmente não entenderem completamente como funcionam as coisas, principalmente o Shinji, que parece mais um recém nascido, é através dele que o filme traz questões reflexivas interessantes, como o significado do trabalho e o quão estamos dispostos a nos sacrificar pra "crescer" em nossas profissões, por exemplo. Ou até mesmo sobre o que é o amor e entre outras questões. Isso tudo é realizado de uma maneira estranhamente bem humorada.
O elenco está muito bem. Os diálogos são bons e tal, tudo parece bastante natural, o que é um feito e tanto, pois as situações e os diálogos são estranhos, rs.
Eu só não gostei muito da parte final, as cenas de ação não me agradaram, não gostei da mudança sofrida pelo jornalista, achei muito repentino. Não gostei do salto temporal. Esse "Dois meses depois" não me agradou mesmo. E sem falar que no final, onde o filme se recorre ao significado do amor, isso é muito comunzinho... Estava gostando muito por sua originalidade, mas essa parte final, como já disse, realmente não me agradou. Uma pena. Mas ainda assim, é um filme que vale a pena. Kiyoshi Kurosawa me parece ser um diretor bastante autoral e que possui um estilo diferenciado. Ou seja, não vejo a hora de ver outro filme seu.
Olha, não achei necessariamente ruim, mas poderia ser melhor. É mais um drama íntimo onde a protagonista precisa lidar com o sofrimento da perda e tal, do que um filme de horror em si (semelhante ao que acontece em Hereditário), apesar das influências sobrenaturais complementares e etc...
A primeira parte funciona muito bem (estava envolvido), mas quando se aproxima do fim, me parece que o estilo se torna mais importante que o conteúdo. Mesmo o enredo sendo muito simples desde o início (e revela tudo que vai acontecer, infelizmente), eu estava interessado, mas à medida dos acontecimentos (tudo previsível, diga-se de passagem), as coisas se tornam inconsistentes demais. Eu não tenho problema com o clichê: "os estrangeiros vão desaparecendo um a um", embora considere uma saída fácil. O problema mesmo é a maneira que os personagens aceitaram isso, quando era óbvio que tinha algo estranho nisso. Eu esperava um pouco mais de profundidade nos personagens, a única personagem decente é a Dani, o Christian é um verdadeiro cuzão, os outros são insignificantes. Ou seja, não tive nenhuma empatia por eles.
Eu conheço poucos filmes do gênero de terror. Mas a maioria dos que vi, se passam no durante a noite e tal, enquanto Midsommar se passa praticamente todo à luz do dia. Isso em si, é interessante. Entretanto, não gostei do retrato feito da comunidade, pois as cenas que mostravam seu cotidiano e etc... Ficou muito repetitivo. Me acrescentou muito pouco. Eu falo isso, pois acho que poderíamos ter conhecido melhor seus costumes e etc, mas não é o que acontece, achei que ficou muito superficial nesse sentido. Acho que isso serviu apenas pra mostrar todo o horror por trás do belo. O problema é que não achei nada assustador, apenas certas coisas bizarras e só, haha.
O final em si, é interessante. Eu gostei, eu acho. No início a Dani era a única que queria sair da comunidade, mas ficou. Porque não tinha mais ninguém, exceto o Christian que visivelmente é ausente quando ela precisa dele. Ela percebeu isso mais claramente com o tempo. Depois teve a conversa com Pelle... A cena que se torna rainha e tal (inclusive, muito boa a cena). A comunidade é o que ela estranhamente escolhe como sua nova família, por isso tomou a decisão de cortar o único laço que tinha com o mundo exterior (Christian).
Eu fico imaginando se a morte da família de Dani tinha ligação com o culto ou não...
Eu até acho o Ari Aster talentoso como diretor, mas acho que seria ótimo se tivesse um co-roteirista ao seu lado.
É um filme literalmente sobre cinema. A estrutura não-linear e entre outras coisas aqui pode incomodar muita gente (o que acho até compreensível, mas é questão de gosto). "Se tivesse uma história, não me interessaria", é o que diz Mitchell Haven (aparentemente o alter-ego do diretor) sobre o filme. Ou seja, não espere um filme tradicional.
"Quantos filmes você já viu?" Mitchell responde: "Eu não sei. Nunca deve perguntar isso a um cineasta. Não queremos admitir quanto tempo passamos obcecados pelos sonhos de outras pessoas"
Em uma cena onde Laurel Graham diz que não sabe atuar, MItchell responde: "Perfeito". É que as atuações e os acontecimentos se sobrepõem e se fundem. A questão levantada aqui sobre elenco é realmente muito fascinante.
Olha, em vários os momentos, eu não sabia mais o que era real ou não. É um filme misterioso, mas ao mesmo tempo, muito provocante. Eu pretendo rever, pois acredito que se trata de um daqueles filmes que só crescem a cada revisitada.
Uma pra pergunta pra quem viu o filme. No início quando aparece os créditos e não tem o nome do Hellman como diretor, isso confundiu vocês? haha.
O tempo de execução é curto, mas o suficiente pra contar a história. Ou seja, nada é desnecessariamente prolongado. Esse é um tipo de filme que na mão de qualquer diretor, se tornaria um thriller de desastre. No entanto, caiu em mãos de Clint Eastwood, que é um diretor experiente e sabe o que faz. A questão de vida e morte nunca se materializa. Pois desde o início é de conhecimento de todos que não houve mortes. O foco é no confronto entre o piloto e a comissão de inquérito. Mas, também interessante é ver em que a medida da investigação acontece, Sully é atormentado por dúvidas e pesadelos. Tom Hanks numa interpretação muito boa e sóbria.
Eu fiquei surpreso com a estrutura do filme. Embora os eventos não sejam mostrados em ordem cronológica, é tudo executado com atenção e cuidado, por isso o filme nunca perde o controle. Nada é exagerado, nada tão dramático. Bem cativante.
Eu sempre curti as farofas que envolvam tubarões e tal, esse é com Crocodilos, haha.
Olha, a protagonista do filme deve ter aprendido como sobreviver com o manual (ser imortal) de sobrevivência de Hugh Glass (O Regresso). Só pode. É cada absurdo, que não tem como não rir. Mas gosto mesmo assim.
Ela consegue nadar (e machucada) mais rápido que qualquer crocodilo. É sério. Isso é incrível! haha
Então, pra quem gostou desse filme. Eu recomendo "Águas Rasas" que é bem divertido. É outro filme que sabe exatamente o que é, que vai direto ao ponto que interessa.
Eu não gosto muito de comédias. No entanto, curti esse. Então, a história é cheio de exageros e tal, mas os eventos envolvendo todos os personagens ao mesmo tempo é muito legal de acompanhar. As atuações são convincentes, provavelmente se divertiram muito fazendo o filme, haha. Hoje em dia, o que mais tem é comédia apelando pra banalidades sexuais e entre outras coisas. Esse aqui vai por outro lado, por isso em nenhum momento ficou preso a vulgaridades e etc... Enfim, é um filme divertido e despretensioso.
O Rei
3.6 403Primeiramente, não conheço as obras de Shakespeare. É por isso que não sei dizer se é bom ou não no sentido da adaptação em si.
Eu vi "Macbeth" (2015, Justin Kurzel) que foi outro filme adaptado das obras de Shakespeare. Que não gostei nada, rs. "The King" tem uma linguagem muito mais moderna, não foi vítima da tentação de uma narrativa mais literária, como aconteceu em Macbeth. O que particularmente gostei, rs.
No entanto, o filme em si, é apenas mediano. Acho que a história poderia ser muito mais direta e tal. É que no meio para o final, ele traz algumas reflexões (até interessantes, sim), mas não mostra absolutamente nada que já não tenhamos visto antes.
Mesmo a narrativa sendo bastante convencional e tal. Ele me agradou em muitos momentos, o elenco é bom, os aspectos técnicos são ótimos, as batalhas são realmente excelentes (está aqui a sua maior força, sem dúvidas), por serem bastante realistas e etc...
Como disse antes, achei mediano. Mas é agradável, ainda mais pra quem gosta de filmes históricos (como eu) e etc... Enfim, não é nenhum filme marcante, muito por ter uma narrativa um tanto simples e com pouco brilho...
A Despedida
4.0 298"Não iremos contar à Nai Nai... Porque é o nosso dever carregar essa fardo emocional pra ela."
A diretora sabe exatamente o que quer contar e faz isso muitíssimo bem. O espectador é completamente envolvido no conflito emocional dessa família.
A matriarca Nai Nai foi diagnosticada com câncer terminal. Ela possui pouco tempo de vida, mas a família opta por não mencionar nada disso pra ela. A família decide se reunir uma última vez depois de um longo tempo afastados para ficar com Nai Nai. A protagonista Billi não sabe falar muito bem chinês, por viver e ter sido criada desde muito cedo nos EUA, por isso não é capaz de entender muito bem a cultura chinesa e tal, é muito por causa disso que faz ela entrar em conflito com a decisão da família em não contar nada a sua avó. É mostrado o choque entre as culturas Ocidentais e Orientais, duas formas de entender a vida e etc...
Então, é uma mentira (com um bom propósito) que desencadeia todos os eventos do filme. É evitado qualquer dramatização excessiva aqui. O estilo narrativo é bastante discreto, mas gostoso de acompanhar. Dá pra sentir que o filme foi feito de coração, por isso que é capaz de passar tão bem a sensação de intimidade do início ao fim.
O elenco está ótimo. Gostei muito da atuação da atriz que interpreta a protagonista. O retorno a sua terra natal foi capaz de gerar uma boa reflexão sobre suas origens e etc... Ela no início discordava da decisão de sua família, mas aos poucos percebe-se certas mudanças em sua pessoa...
Enfim, não deixem de falar com sua família. Eu sei que não tem como fazer isso o tempo todo, por cada um ter sua vida e etc... Mas não deixe passar muito tempo. Valorize-os. Pois se não, o arrependimento vem depois e bate muito forte...
É um dos filmes mais emocionantes do ano.
Uma Mulher Alta
3.8 112É um filme pós-Segunda Guerra. A história tem como protagonistas duas personagens femininas, Iya (Victoria Miroshnichenko) e Masha (Vasilisa Pereligina), que trabalham num hospital de Leningrado (atualmente se chama São Petersburgo) como enfermeiras e etc... Uma cidade que recebeu um cerco pelos Nazistas durante a guerra, os privando de coisas básicas como água tratada, comida e etc... Mesmo o cerco chegando ao fim, não temos grandes comemorações sobre isso.
É um filme que tem um ritmo lento, só pra deixar claro. Mostra os vários que participaram da Guerra, inclusive, as protagonistas, precisando lidar com experiências pós-traumáticas e etc... Elas são o centro da história. É através de ambas que observamos o quão difícil é encontrar um significado às suas vidas em uma situação onde não parece existir esperança.
O filme aborda questões como sexualidade e entre outros assuntos. A relação entre Iya e Masha é bem interessante. Masha não consegue ter filho, por ser infértil. É o que ela mais quer na vida. Iya é apaixonada por Masha, não consegue viver sem ela. Enfim, é uma relação que tem muito amor, mas também muita manipulação e etc... Ou seja, é complexa. As atrizes estão muito bem, conseguem dar profundidade as suas personagens.
A cinematografia é muito bonita. Tudo muito atmosférico e tal. A única coisa que às vezes me incomodou foram certas sequências bem prolongadas. Mas isso é bem pessoal. Vai de cada um, rs. De resto, gostei bastante.
Uma curiosidade: o diretor mesmo sendo bastante jovem, venceu o "Un cenrtain regard" em Cannes desse ano.
Sinônimos
3.4 50 Assista AgoraÓtimo filme. Um dos melhores que vi deste ano. É um filme que explora a questão da própria identidade.
A história gira em torno de um ex-soldado chamado Yoav (Tom Mercier) que foge de Israel por não suportar mais viver na sua terra natal que possui um forte fanatismo. Ele não deixa de insultar o seu país, o chamando de cruel, insensível e entre outros adjetivos. Ele quer se livrar da sua origem, não quer falar mais em Hebraico e etc... É também sobre uma tentativa de substituir uma identidade por outra. É por isso que ele vai para França, quer uma nova vida, uma novidade identidade. O inicio parecia entusiasmante (democracia, liberdade e etc), mas ao decorrer ele percebe o quão cruel um país como a França pode ser com um estrangeiro...
Não conhecia Tom Mercier, mas gostei bastante da atuação. É um tanto explosivo.
A cena que Yoav tá fazendo um vídeo (acho que é isso) pornô, cara, é simplesmente humilhante. Deixa escancarado toda uma exploração (principalmente aos imigrantes). Ele enfiando o dedo no cu enquanto o diretor pede pra ele falar em hebraico (uma das poucas cenas em que ele usa sua língua nativa). Isso e entre outras coisas, fez com que ele desmoronasse...
Acho que não vai agradar todo mundo. Ele não é muito convencional e tal. Não achei perfeito também. Mas também não consigo deixar de pensar nele, o que é ótimo. É uma experiência bastante intensa.
Adorei a cena final.
É uma ótima metáfora. Yoav tentando derrubar uma porta que está e continuará fechado para ele.
Benedetta
3.5 198 Assista AgoraPaul Verhoeven é genial. Boto muita fé nesse filme. Venha logo!
RoboCop: O Policial do Futuro
3.6 681 Assista Agora"Vivo ou morto, você vem comigo!"
Então, esse filme é um EXEMPLO que o cinema de entretenimento não precisa estar em desunião ao um conjunto de boas ideias sobre a nossa sociedade e etc...
Ele pode ser encarado como apenas um ótimo filme de ação, é claro. No entanto, é muito mais que isso. Embora seja muito bem-sucedido nesse quesito. As cenas de ação são muito boas, com bastante violência (na época deve ter sido chocante para o povo, rs), uma marca registrada do Verhoeven. A história em si, é muito simples. Por trás disso, se mostra mais profundo do que parece. É bastante inteligente, cheio de piadas satíricas e com críticas ao poder de manipulação da mídia, ao capitalismo, aos perigos da tecnologia e etc...
Enfim, Verhoeven não só faz um baita filme de ação, mas também traz várias questões complexas que coexistem perfeitamente numa história típica de vingança.
A música tema que toca nas cenas de ação... puts, sensacional! Clássico!
O Vingador do Futuro
3.6 496 Assista Agora"O que é realidade quando você não pode confiar na sua própria mente?"
Baita filme de ação e muito divertido. Hoje em dia, com tantos recursos e etc.. Quase não há ficções científicas de ação digno de elogios como esse. Não fiquei entediado em nenhum momento. O roteiro é muito objetivo. O ritmo é frenético, ação do início ao fim. A história é inteligente, as cenas de ação são realmente ótimas (muita violência, haha), cheio de reviravoltas que surpreendem e etc...
O Arnold Schwarzenegger é carismático, é basicamente isso, haha. Até porque não tem como esperar muita expressividade da sua parte. A Sharon Stone aparece pouco, mas quando aparece, ela consegue brilhar. O resto do elenco está bem. Os efeitos visuais são realmente muito bons. O cenário é absurdamente bem feito, é só ver como são as ruas de Marte, o metrô, o táxi/robô e entre outras coisas. Tudo parece real.
É cheio de cenas antológicas, haha. Ele possui seus ótimos momentos de humor. Enfim, o Verhoeven é um diretor interessante pra caramba. É ousado, provocador, visionário e etc...
Tropas Estelares
3.5 464 Assista AgoraOlha, Verhoeven é um puta diretor. Depois que vi "Elle", quis ver mais filmes do diretor... Ontem revi "Tropas Estelares", a primeira vez que assisti tinha 12 anos, eu acho. Lembro de ter gostado bastante, mas obviamente não havia entendido a proposta na época. É uma sátira (bastante óbvia) ao fascismo, mas que pode passar despercebido por muita gente.
O início já deixa muito claro o seu lado satírico, com a propaganda militar atraindo os mais jovens e etc... Aparece até uma criança de 12 anos uniformizada, haha. É também uma crítica ao imperialismo americano. Os insetos (esses são os vilões, haha) não ofereciam nenhum perigo até o seu planeta ser invadido...
"Um bom inseto é um inseto morto!", olha só esse bordão, rs.
A narrativa segue o mesmo modelo de filmes de guerra e etc... É um filme que tem muita violência, mas o senso de humor permanece o tempo inteiro, haha. Acho simplesmente sensacional as propagandas militares mostradas no filme, são criativas e engraçadas. Aliás, o filme todo parece uma propaganda (proposital, é claro). Nós somos conduzidos a torcer para os humanos.
Enfim, é divertido, envolvente e com uma crítica contundente (que esteve a frente do seu tempo). Filmaço.
O Homem Irracional
3.5 551 Assista AgoraNão gostei. Olha que eu gosto do Woody Allen. O uso da narração na maior parte do tempo é desnecessário. Não achei necessariamente ruim. Mas é bem mais do mesmo. Enfim, achei um Allen menos inspirado.
Rainha de Copas
3.8 101 Assista AgoraÉ muito mais sobre as consequências do ato e não as causas em si. Não sei exatamente de onde vem o desejo da protagonista e tal. É um filme bom, convincente, que teve a minha atenção o tempo inteiro, mas se não fosse pelo elenco competente, talvez o filme não funcionasse. A história é um tanto batida...
No início e tal, até consigo ter empatia por ela, mesmo com esse ato sendo horrível e etc... No entanto, a medida dos acontecimentos e tal, ela vai revelando quem realmente é. O menino é uma vítima de Anne. O fim da relação, as mentiras e etc... Isso causou um dano psicológico enorme no menino, não que os outros não tenham sofrido, mas a fatalidade mesmo, acontece com ele.
Os planos estáticos, o estilo frio e etc... Está tudo aqui e funciona bem. Mas não é nenhuma novidade. Não é como se houvesse um verdadeiro destaque artístico aqui.
Gladiador
4.2 1,7K Assista AgoraNa minha adolescência, lembro que gostei pra caramba. Mas o filme realmente não é grandes coisa. Agora vejo como ele é muito superestimado.
É ótimo como um filme puramente de ação e que conta com uma trilha sonora excelente. No entanto, quando tentam dar "profundidade" (ao tentar falar sobre a sociedade, por exemplo), algo mais significativo para o filme, nisso falha bastante. É também cheio de frases de efeito, o que me incomodou bastante. A batalha que abre o filme não me empolgou, mas as lutas realizadas nas arenas, são bastante divertidas e tal. O enrendo em si, é muito previsível... O Maximus não é nenhum personagem multifacetado, ele é mais um tipo de personagem de ação, apenas isso. Onde a morte da sua mulher e seu filho serviu como motivação de vingança.
A Mulher da Areia
4.5 96Que filmaço. É daquelas obras que você gosta muito e já quer rever o mais rápido possível.
Esse filme me fez ficar pensando por bastante tempo. É cheio de camadas e etc... O enredo em si, é um tanto simples. No entanto, é repleto de detalhes, sutilezas e metáforas... A relação entre os protagonistas é muito complexa.
A construção do protagonista é realmente fascinante. É interessante ver as semelhanças do homem moderno com o personagem central. Por isso permanece atual, mesmo com o passar de longos anos. Ele é um homem da capital. É professor, aparentemente ambicioso e que está em busca de reconhecimento em sua área (Entomologia). Foi para as dunas e caiu numa armadilha. Devido não conseguir escapar do lugar que se encontra, ele acaba se conformando com esse novo lugar (vive com a mulher da areia, rs). É aí que entra algumas questões existenciais e etc... O final é espetacular, a transformação, o desapego à vaidade e entre tantas outras coisas.
O erotismo está em boa parte do filme. É impossível esquecer da cena em que ele lava o corpo da mulher que está coberto de areia (essa que é onipresente)... O foco na mãos de cada um, muitas carícias e etc... É o momento mais erótico e memorável do filme, pra mim.
Enfim, um filme perfeito em todos os sentidos.
El Camino: Um Filme de Breaking Bad
3.7 842 Assista AgoraJesus Christ, man! Não esperava me decepcionar tanto. É praticamente um eps estendido de 2hrs sem nenhum brilhantismo e com muito pouca intensidade. É cheio de flashback fraco e desinteressante que chegou atrapalhar bastante o ritmo (eu cheguei até bocejar, rs). Olha, esses momentos poderiam estar num eps qualquer da série e provavelmente ninguém sequer se lembraria de tão pouca força que os mesmos possuem. Esse filme passa MUITO LONGE de estar num nível, sei lá, de qualquer eps da série, por exemplo. Eu esperava um roteiro melhor...
Tomboy
4.2 1,6K Assista Agora"É. Mas meu preferido é Michael. É um amigo da Laure. Ele brincou comigo, me carregou nas costas. E agora, também é um amigo meu."
É o meu primeiro filme de Céline Sciamma. Que grata surpresa. Ela consegue apresentar sutilmente os personagens em uma autêntica história de infância. Um assunto delicado como esse não poderia ter uma mão pesada, ou até mesmo ser demasiadamente pretensioso. É por isso que considero uma decisão acertada o uso da simplicidade.
Então, em nenhum momento o termo de transgênero foi mencionado e tal, mesmo que Laure/Michael provavelmente seja. A diretora não oferece para as crianças uma grande reflexão sobre identidade de gênero e etc, justamente por serem crianças e não adultos conscientes sobre o assunto. É uma criança que pensou que seria bom fingir ser um menino, nem pensou muito sobre isso, apenas fez. É aquela coisa típica de criança em não pensar nas consequências que isso poderia trazer. A preferência da diretora está mais por estudar as normas sociais dos tipos de gênero... O que pra mim é mais uma decisão acertada. O bacana é que nós espectadores refletimos e muito sobre a questão da identidade de gênero, os seus conflitos internos e etc...
As atuações são boas, principalmente de Zoé Héran e Malonn Lévana (Jeanne, ô coisa fofa). A maior parte do filme mostra as crianças brincando e etc... É tudo tão natural, tão cheio de espontaneidade, que me pergunto como a diretora conseguiu captar esses momentos. Ela mostra que sabe muito bem conduzir atores que são crianças.
Enfim, é um filme que estranhamente não vejo muitos comentando, mas que certamente deveria ser mais conhecido. É leve, sensível e importante. Não cansa em nenhum momento. Muito bom mesmo.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraQuero muito ver.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraEntão, achei muito bom filme. Muito mais como um estudo de personagem sobre os efeitos da solidão e saúde mental, não que tenha sido algo realmente surpreendente ou inovador nesse sentido. Acho até mesmo um caminho um tanto previsível as vezes, mas é muito eficaz e interessante conhecer as origens de uma figura como o Joker. O Joaquim Phoenix literalmente carrega o filme nas costas. Posso até parecer exagerado, mas se não fosse por ele, acho que o filme não seria a metade do que é. O Joker de Phoenix é mais humano e vulnerável do que nunca. É perceptível o quão imerso ele está no papel. Puro talento. Espero que agora não comece a surgir gente (sabe como é certos cinéfilos) dizendo que ele não é tudo isso e etc... Só porque vai estar na boca de todo mundo, haha.
O filme não é somente um estudo de personagem, é claro. Ele tem um fundo que traz questões sociais bastante pertinentes, onde a população mais pobre se encontra abandonada pelo sistema e tal, essa mesma sociedade que não consegue mais ter espaço para empatia, as pessoas são até mesmo ridicularizadas por um possível eleito a governador (Thomas Wayne), pois não são consideradas do mesmo valor que as pessoas mais ricas, por exemplo. Ou seja, Gotham City é fictícia, mas não é muito diferente de qualquer outra cidade real... O problema, pra mim, é que essa crítica social não consegue sair da superfície.
Então, vi gente falando que é um filme irresponsável e tal. Eu não acho. Ele simplesmente mostra os problemas que o mundo vem enfrentando atualmente, ou seja, temas interessantes e pertinentes. Aqui é apresentado as origens do trauma de Arthur Fleck, do contexto cruel em que viveu, as suas dificuldades e etc... Ele realmente sofreu, isso é evidente. O mal não nasce com ninguém. Ele se tornou o Coringa, muito por resultado de uma sociedade desigual e que despreza as pessoas que não se encaixam adequadamente na mesma. Eu sei que muita gente pode ter ficado desconfortável com certas coisas e tal, pois realmente não vejo o filme condenando de maneira firme as atitudes de Arthur. Deve ser por isso que gerou certas controvérsias nos EUA. Mas não acho correto censurar esse tipo de história. Nada de varrer os problemas pra baixo do tapete, o negócio é encarar de frente e tentar resolver. Talvez proibindo a venda de armas seria um bom começo...
É aquilo, enquanto as situações permanecerem cruéis, injustas e etc... Em momentos desespero e desesperança, a chance de alguém se tornar um símbolo é enorme, mesmo se for uma pessoa instável. É exatamente o que acontece com o Joker. Ele toma atitudes extremas, isso traz as pessoas oprimidas para o seu lado, por mais que suas atitudes não sejam motivadas por questões políticas. Ele obviamente nunca pretendeu ser um símbolo. Ele mesmo admite que não acredita nisso. O que ele sempre quis foi ser levado a sério e etc... Entretanto, ele acaba gostando de tudo isso, a violência, as mortes... Isso lhe deu forças. Ele praticamente gosta do caos.
A história não é nova, mas os temas levantados são atuais, o que é positivo. Outra coisa, mais para o final, as coisas vão ficando cada vez mais intensas, por isso esperava uma violência mais impactante e tal. Mas, sinceramente, achei tudo com pouquíssima força. Mas é claro, isso é pessoal, haha. Eu também achei que em muitos momentos ele explica demais as coisas. Não oferecendo nada pra nossa imaginação, por exemplo. Eu não sei o por quê, mas também não curti o final. Enfim, não achei excelente e muito menos uma obra-prima, mas é um filme muito bom, com uma atuação excelente.
Fora de Série
3.9 491 Assista AgoraMuito bom. Me surpreendeu.
Olha, mesmo sendo previsível em muitos momentos, até mesmo usando certos clichês (o que era esperado) conhecidos do gênero, consegue parecer algo novo. Isso é muito admirável. A Olivia Wilde coloca uma perspectiva feminina nova, flexível e sensível sobre temas importantes como a diversidade e entre outros assuntos. Eu gostei da maneira que foi filmado e além disso, é muito bem editado, resultando em um ótimo ritmo, fácil de assistir.
A dupla de protagonistas são ótimas. Elas são inteligentes e divertidas. Não cansam de surpreender fazendo observações perspicazes e etc...
Enfim, é um filme bem divertido, muito colorido, com um ritmo acelerado gostoso de acompanhar e com uma trilha sonora muito bacana.
O Último Homem Negro em San Francisco
3.8 51É um poema de amor e ódio para San Francisco. Jimmie Fails que interpreta ele mesmo (não é um filme biográfico), escreve o roteiro ao lado do diretor Joe Talbot, que é seu amigo de infância, os dois nasceram e foram criados na cidade. Portanto, existe uma conexão muito verdadeira e especial aqui...
Eu não vou me prolongar muito falando sobre o filme, mas o que posso dizer que ele é sincero, muito sensível e emocionante. A cinematografia é excelente. A sequência de abertura é um belo cartão de visita. A química entre os protagonistas é uma coisa incrivelmente poderosa. Gostei muito do retrato da masculinidade aqui, eles choram, procuram conforto emocional em ombro amigo e etc... Isso é tão importante.
Eu acho que na metade do filme o ritmo cai um pouco, mas volta a ficar ótimo no ato final.
Até o momento, posso dizer que é facilmente um dos filmes que mais gostei do ano.
Antes Que Tudo Desapareça
3.4 30É muito bom, mas acho que poderia ser melhor. Mas ainda assim, é um filme atraente e divertido.
A invasão dos alienígenas é tratado de uma maneira completamente diferente do que estamos acostumados. Eles querem entender (e roubar) os conceitos importantes da nossa sociedade. É tudo muito envolvente, mesmo sendo estranho, rs. Eles não fornecem muitas explicações no início, o que faz nós tentarmos descobrir o que é tudo aquilo e tal. E isso é muito interessante.
O fato dos alienígenas inicialmente não entenderem completamente como funcionam as coisas, principalmente o Shinji, que parece mais um recém nascido, é através dele que o filme traz questões reflexivas interessantes, como o significado do trabalho e o quão estamos dispostos a nos sacrificar pra "crescer" em nossas profissões, por exemplo. Ou até mesmo sobre o que é o amor e entre outras questões. Isso tudo é realizado de uma maneira estranhamente bem humorada.
O elenco está muito bem. Os diálogos são bons e tal, tudo parece bastante natural, o que é um feito e tanto, pois as situações e os diálogos são estranhos, rs.
Eu só não gostei muito da parte final, as cenas de ação não me agradaram, não gostei da mudança sofrida pelo jornalista, achei muito repentino. Não gostei do salto temporal. Esse "Dois meses depois" não me agradou mesmo. E sem falar que no final, onde o filme se recorre ao significado do amor, isso é muito comunzinho... Estava gostando muito por sua originalidade, mas essa parte final, como já disse, realmente não me agradou. Uma pena. Mas ainda assim, é um filme que vale a pena. Kiyoshi Kurosawa me parece ser um diretor bastante autoral e que possui um estilo diferenciado. Ou seja, não vejo a hora de ver outro filme seu.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraOlha, não achei necessariamente ruim, mas poderia ser melhor. É mais um drama íntimo onde a protagonista precisa lidar com o sofrimento da perda e tal, do que um filme de horror em si (semelhante ao que acontece em Hereditário), apesar das influências sobrenaturais complementares e etc...
A primeira parte funciona muito bem (estava envolvido), mas quando se aproxima do fim, me parece que o estilo se torna mais importante que o conteúdo. Mesmo o enredo sendo muito simples desde o início (e revela tudo que vai acontecer, infelizmente), eu estava interessado, mas à medida dos acontecimentos (tudo previsível, diga-se de passagem), as coisas se tornam inconsistentes demais. Eu não tenho problema com o clichê: "os estrangeiros vão desaparecendo um a um", embora considere uma saída fácil. O problema mesmo é a maneira que os personagens aceitaram isso, quando era óbvio que tinha algo estranho nisso. Eu esperava um pouco mais de profundidade nos personagens, a única personagem decente é a Dani, o Christian é um verdadeiro cuzão, os outros são insignificantes. Ou seja, não tive nenhuma empatia por eles.
Eu conheço poucos filmes do gênero de terror. Mas a maioria dos que vi, se passam no durante a noite e tal, enquanto Midsommar se passa praticamente todo à luz do dia. Isso em si, é interessante. Entretanto, não gostei do retrato feito da comunidade, pois as cenas que mostravam seu cotidiano e etc... Ficou muito repetitivo. Me acrescentou muito pouco. Eu falo isso, pois acho que poderíamos ter conhecido melhor seus costumes e etc, mas não é o que acontece, achei que ficou muito superficial nesse sentido. Acho que isso serviu apenas pra mostrar todo o horror por trás do belo. O problema é que não achei nada assustador, apenas certas coisas bizarras e só, haha.
O final em si, é interessante. Eu gostei, eu acho. No início a Dani era a única que queria sair da comunidade, mas ficou. Porque não tinha mais ninguém, exceto o Christian que visivelmente é ausente quando ela precisa dele. Ela percebeu isso mais claramente com o tempo. Depois teve a conversa com Pelle... A cena que se torna rainha e tal (inclusive, muito boa a cena). A comunidade é o que ela estranhamente escolhe como sua nova família, por isso tomou a decisão de cortar o único laço que tinha com o mundo exterior (Christian).
Eu fico imaginando se a morte da família de Dani tinha ligação com o culto ou não...
Eu até acho o Ari Aster talentoso como diretor, mas acho que seria ótimo se tivesse um co-roteirista ao seu lado.
Caminho para o Nada
3.1 24É um filme literalmente sobre cinema. A estrutura não-linear e entre outras coisas aqui pode incomodar muita gente (o que acho até compreensível, mas é questão de gosto). "Se tivesse uma história, não me interessaria", é o que diz Mitchell Haven (aparentemente o alter-ego do diretor) sobre o filme. Ou seja, não espere um filme tradicional.
"Quantos filmes você já viu?"
Mitchell responde: "Eu não sei. Nunca deve perguntar isso a um cineasta. Não queremos admitir quanto tempo passamos obcecados pelos sonhos de outras pessoas"
Em uma cena onde Laurel Graham diz que não sabe atuar, MItchell responde: "Perfeito". É que as atuações e os acontecimentos se sobrepõem e se fundem. A questão levantada aqui sobre elenco é realmente muito fascinante.
Olha, em vários os momentos, eu não sabia mais o que era real ou não. É um filme misterioso, mas ao mesmo tempo, muito provocante. Eu pretendo rever, pois acredito que se trata de um daqueles filmes que só crescem a cada revisitada.
Uma pra pergunta pra quem viu o filme. No início quando aparece os créditos e não tem o nome do Hellman como diretor, isso confundiu vocês? haha.
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 577 Assista AgoraO tempo de execução é curto, mas o suficiente pra contar a história. Ou seja, nada é desnecessariamente prolongado. Esse é um tipo de filme que na mão de qualquer diretor, se tornaria um thriller de desastre. No entanto, caiu em mãos de Clint Eastwood, que é um diretor experiente e sabe o que faz. A questão de vida e morte nunca se materializa. Pois desde o início é de conhecimento de todos que não houve mortes. O foco é no confronto entre o piloto e a comissão de inquérito. Mas, também interessante é ver em que a medida da investigação acontece, Sully é atormentado por dúvidas e pesadelos. Tom Hanks numa interpretação muito boa e sóbria.
Eu fiquei surpreso com a estrutura do filme. Embora os eventos não sejam mostrados em ordem cronológica, é tudo executado com atenção e cuidado, por isso o filme nunca perde o controle. Nada é exagerado, nada tão dramático. Bem cativante.
Predadores Assassinos
3.2 770 Assista AgoraEu sempre curti as farofas que envolvam tubarões e tal, esse é com Crocodilos, haha.
Olha, a protagonista do filme deve ter aprendido como sobreviver com o manual (ser imortal) de sobrevivência de Hugh Glass (O Regresso). Só pode. É cada absurdo, que não tem como não rir. Mas gosto mesmo assim.
Ela consegue nadar (e machucada) mais rápido que qualquer crocodilo. É sério. Isso é incrível! haha
Então, pra quem gostou desse filme. Eu recomendo "Águas Rasas" que é bem divertido. É outro filme que sabe exatamente o que é, que vai direto ao ponto que interessa.
Um Amor a Cada Esquina
3.1 108 Assista AgoraEu não gosto muito de comédias. No entanto, curti esse. Então, a história é cheio de exageros e tal, mas os eventos envolvendo todos os personagens ao mesmo tempo é muito legal de acompanhar. As atuações são convincentes, provavelmente se divertiram muito fazendo o filme, haha. Hoje em dia, o que mais tem é comédia apelando pra banalidades sexuais e entre outras coisas. Esse aqui vai por outro lado, por isso em nenhum momento ficou preso a vulgaridades e etc... Enfim, é um filme divertido e despretensioso.