É um filme muito criativo, a narrativa possui diferentes gêneros, transitando perfeitamente em cada um, o que torna ainda mais incrível a experiência. E tudo é tão fluído... Não cansa em nenhum momento. Há muitas camadas, seja políticas ou sociais. É repleto de simbologias, muito rico nesse sentido.
Como é bom ver o povo latino-americano (representado pelo povo brasileiro, mais especificamente, o povo nordestino) combatendo o sadismo de racistas que vem dos países de primeiro mundo... E praticam essa violência, não por entretenimento, mas para se defender, para resistir. É questão de sobrevivência.
Dá orgulho do cinema nacional. Bacurau é lindo. Um dos melhores filmes do ano, se não o melhor (até o momento). A vontade de rever é grande.
Eu nunca fui fã do gênero de terror. Eu gostei do primeiro dirigido por Carpenter.
Já este novo "Halloween" não me agradou. Mesmo sabendo que o Myers está ali e tal. Não fiquei tenso, ou algo do tipo... Tipo, sabe quando algo desumano que está prestes aparecer? Foi isso que senti no antigo. Sei lá, não senti um suspense aqui. Meu coração não bateu em nenhum momento.
Me parece mais um filme de vingança com ação... Enfim, não achei um filme consistente.
Joaquin Phoenix muito bem, como de costume. Entretanto, o filme em si, não me agradou. Eu achei de certa maneira bastante vazio (talvez numa revisitada isso mude)... Existe um problema de ritmo aqui, muito devido ao uso de flashbacks que no final das contas, não serviram pra nada.
Olha, para quem está procurando algo fora do comum, esse filme é imperdível.
A história em si, é simples. Mas o seu desenrolar que é interessante. É como se fosse um mergulho sufocante em um pesadelo, o Friedkin consegue mostrar a degradação humana como ninguém. É repleto de atos de violência e perversões que aumentam no decorrer do filme, até chegar no final, onde o negócio é brutal, grotesco e etc...
Eu fiquei chocado, mas também fascinado. As atuações são ótimas, especialmente do McConoughey, que interpreta o assassino Joe, um personagem amoral, peculiar, sádico e muito preciso, mas também impressionante. Ele consegue dominar praticamente todas as cenas. Ele tem uma maneira calma de falar que chega ser assustador (como atraente). A sua presença é simplesmente incrível. É perfeito. Pra mim, sua melhor atuação.
Eu gostei muito do humor (muita gente pode achar exagerado ou até mesmo repugnante). É um filme orgulhosamente amoral e controverso (com cenas bastante controversas), por isso, acaba provocando reações um tanto diferentes.
“E eu nunca me senti tão imerso e ao mesmo tempo tão desapegado de mim e tão presente no mundo.”
O filme tem uma visão sombria da sociedade como um todo, através da rotina de Henry Barthes (Adrian Brody), um professor substituto que chega numa das piores escolas da cidade, não apenas encontra alunos desinteressados, como também os que passam por problemas e etc... Como também, os professores trabalhando à beira da exaustão.
É tudo muito amargo. Ele trata sobre a angústia existencial, na busca de um sentido para a vida, mesmo tendo que lidar com os erros do passado.
Adrien Brody num geral, é um bom ator. Mas aqui sua atuação é excelente. Os papéis mais densos são perfeitos pra ele, é o que me parece, rs. Ele consegue transmitir todo o sentimento depressivo do personagem, o desespero e etc... E mesmo sabotando qualquer tipo de ligação mais forte com alguém, ele percebe que isso é impossível. Ele é muito humano. O final, talvez, seja o único momento "alegre" do filme.
Olha, o primeiro Creed é bom e tem alma. Entretanto, esse aqui é bem fraco. O Adonis é um mimado, inseguro e etc... Não me simpatizei com ele em nenhum momento no filme. Eu achei que poderiam ter explorado um pouco mais a relação de Viktor e Ivan... Senti potencial nisso. Tanto é, que na luta final, eu queria que o Viktor vencesse a luta.
Essa coisa de Ivan querer a aprovação da sua ex-esposa e a aceitação do seu país é muito mal escrito, não me convenceu. E ficar colocando os Russos como "vilões" não dá mais, isso é tão clichê, coisa dos anos 80...
As lutas não são nada emocionantes. Enfim, as cenas emotivas com o Rocky que são os bons momentos aqui. Nada mais.
É muito ruim. O enredo é simplesmente idiota. Eu não esperava que tivesse grandes diálogos e tal, mas não precisava ser tão horrível, né. A atuação é péssima, mas não por culpa dos atores, mas sim, por causa da escrita pobre do filme.
As poucas batalhas que tiveram, não me agradaram em absolutamente nada. Eu sei que sempre vai existir certas atitudes idiotas de personagens nesse tipo de filme, mas tudo tem limite, eles entram em cada situação perigosa e acabam sobrevivendo (quando não deveriam) repetidas vezes, o que torna bastante chato.
Enfim, geralmente curto esses filmes com criaturas gigantes e tal, mas com esse aqui não rolou nada. Só tédio.
Esse filme merece ter um reconhecimento maior. A história gira em torno de Lisa (Anna Paquin), uma adolescente que testemunhou um acidente de ônibus (cena forte muito bem filmada, excelente mesmo) que causou a morte de uma pessoa. Ela tem sua parcela de culpa no acidente, assim como o motorista (Mark Ruffalo) do ônibus. No depoimento para polícia, tanto Lisa e o motorista dizem, que a luz do sinal estava verde. O que é uma mentira.
O que segue a partir disso, é uma intensa e emocionante história. Lisa fica inquieta depois do acidente. Ela desesperadamente procura um significado nisso. Já que a pessoa que morreu no acidente, morreu em seus braços, o que é um evento um tanto traumático.
Os personagens são ótimos, principalmente Lisa e Joan (filha e mãe), ambas são confusas com suas emoções, são repletas de questionamentos sobre si mesmas, seja em suas escolhas ou pensamentos. As cenas são muito emocionais e realistas, principalmente os confrontos que envolvem mãe e filha. Os diálogos são ótimos, a longa duração do filme não me cansou em nenhum momento.
Enfim, é um filme sobre a transição do mundo da adolescência para a idade adulta. Ela não é capaz (por ser jovem) de aceitar que essas fatalidades simplesmente acontecem. O final é maravilhoso. Anna Paquin e J. Smith-Cameron tiveram excelentes atuações.
É um Western mais direcionado ao seu lado realista. O interesse estar em explorar a história americana. A história em si, é muito simples. É um grupo com três famílias que viajam por um deserto em 1845. Não há nenhum grande movimento de ação, ou uma aventura... Muito pelo contrário, nessa travessia apenas acompanhamos o cotidiano dessas pessoas, seus esforços diários e tal, os problemas que surgem e etc... Eles estão perdidos no deserto, isso resulta em uma crescente tensão no grupo e uma busca desesperada por água. As paisagens do deserto são absurdamente bem filmadas.
É interessante ver a personagem Emily (Michelle Williams) assumindo um papel de liderança nessa história. A cena em que ela segura o rifle e aponta para o cara (não lembro o nome) é sensacional.
É importante saber que não se trata de um filme hollywoodiano.
“A Ghost Story” é sobre a vida e a morte, mas também sobre a passagem do tempo. Isso tudo a partir da perspectiva dos mortos (fantasmas). A dor não é somente sentida por pessoas que estão vivas, mas também por parte dos fantasmas. Ele provoca uma reflexão sobre a nossa existência e sobre a vida após a morte.
O filme não é de terror (longe disso), mas pensar nessa situação pode ser um pesadelo, haha. É só imaginar que depois da morte há “vida”, onde seríamos invisíveis para os vivos, presos por toda a eternidade e etc... Ou seja, uma solidão infinita. Difícil se colocar no lugar do fantasma. Ele tendo que presenciar o sofrimento da pessoa que ama, sem poder fazer nada. E a vida depois da morte, continua sem ele... E se as pessoas te esquecerem? É angustiante pensar nisso e entre outras coisas.
É importante saber que o ritmo é bastante lento, quase não há conversas e etc... É praticamente tudo contado através das imagens, com várias cenas longas e tal. Acredito que não há como explicar certas coisas com palavras, esse é um caso. No entanto, isso pode incomodar quem não está acostumado ou quem gosta de narrativas mais tradicionais.
Bong Joon-Ho é foda. Acho que é o seu melhor filme, ao lado de Memórias de um Assassino.
A desigualdade social não é nenhuma novidade na filmografia de Joon-Ho. Mas em Parasite esse assunto é abordado de maneira muito peculiar. O diretor segue misturando os gêneros, o drama e humor estão perfeitamente juntos, depois um pouco de suspense/horror... Isso tudo sob o domínio excelente de Joon-ho, pois a transição de gêneros ocorre naturalmente, nunca é forçado ou repetitivo.
A longa sequência da forte chuva é a melhor do filme, eu acho. É onde fica ainda mais evidente o que Joon-ho quer passar. Duas famílias, duas realidades completamente diferentes. As famílias ricas são as únicas que conseguem se proteger, devido a motivos óbvios. Enquanto isso, as famílias pobres que moram embaixo, sofrem com as inundações e etc...
Outra ótima sequência é quando o casal da família rica conversa sobre o cheiro desagradável que pertence à família Kim. Ele diz que é o mesmo cheiro daqueles que usam o metrô... Ou seja, é cheiro de gente pobre. É triste ver como Ki Taek fica ao ouvir isso. É humilhante. É um olhar de pessoas ricas aparentemente bondosas (assim são retratadas) sobre os mais pobres.
O final é ótimo. O filho imaginando ser rico para comprar a casa, para que o seu pai pudesse sair do porão e ver o sol. Ele só pode deixar sua vida de “parasita” e usufruir de uma vida minimamente digna somente se tiver dinheiro. Ou se não, continuará escondido no porão da casa. É o que a sociedade tenta nos impor, infelizmente.
É um inteligente e eficaz retrato crítico das diferenças de classe de um país (e do mundo).
Olha, posso dizer que é uma das histórias mais impressionantes que já vi. Mas a execução em si, é bastante falha. A narração em tom documental não agrega. Ele tem um problema de ritmo, a metade do filme é bem cansativa. No entanto, as cenas da travessia são realmente boas (é assustador), isso salvou o filme de certa maneira, pois sem essa sequência final, o resultado final seria desastroso.
Eu achei impressionante. O filme é longo e tem um ritmo bastante lento, é importante saber disso. É até complicado descrevê-lo, rs.
Então, vou falar mais dos personagens mesmo. O Fabian é o personagem mais complexo, eu pensei que ele iria à busca de redenção, mas ele preferiu seguir o caminho da condenação (por isso o estupro da sua irmã, a morte do cachorro). Ele falando sobre as instituições (família, por exemplo) falhas e tal. Como gostaria que tudo começasse do zero. Ele deixou de lado todos seus apegos emocionais. O que acontece com Joaquin é o oposto, mesmo numa situação desesperadora e revoltante, ele não perde sua fé, sua humanidade. No final, temos uma cena muito bonita, no qual ele começa a flutuar no ar, como se alcançasse o "status" de santo.
O filme é também um incrível retrato da vida nas Filipinas. A Eliza (esposa de Joaquin), com sua irmã mais nova e seus dois filhos não precisam nem falar muito para sentirmos todas as dificuldades enfrentadas por eles em sua vida cotidiana.
A cinematografia é coisa de gente grande. Excelente filme.
Eu vejo o pessoal comentando que o diretor usou como referência o livro “Crime e Castigo”, vou até procurar ler... E depois rever essa obra.
Bem fraco. Eu pensei que fosse ser um pouco interessante, mas em nenhum aspecto é interessante. A história é absurdamente ridícula, sendo contada através de uma violência tosca. Não tem estilo nenhum. Os momentos cômicos são vergonhosamente ridículos.
O filme retrata a vida de um músico muito talentoso, mas que não é notado. O que é bastante realista. Não tem o clichê do “músico que persegue seu sonho, passa por momentos difíceis e tal, mas no final consegue alcançar o seu objetivo”.
O interesse está naqueles que ainda continuam tentando, mesmo quando parece que realmente não tem mais o porquê de continuar. Não precisa ser músico pra se simpatizar com as lutas de Llewyn Davis (Oscar Isaac). Essa frase: "Eu estou tão cansado. Pensei que precisava de uma boa noite de sono, mas... É mais que isso". Isso torna a história universal. Eu acho que esse sentimento de querer desistir, todo mundo já teve em algum momento da vida. A atuação do Oscar Isaac é excelente. Mesmo com uma expressão tranquila, ele consegue passar toda sua dor e amargura.
Ô amarga ironia esse final...
Eu não vi todos os filmes dos irmãos Coen. Mas não vi tão pouco assim, então, posso dizer que aqui eles se reinventaram. Dentre todos seus filmes que vi, é basicamente o mais íntimo, melancólico e realista. Continuam presente os diálogos inteligentes e peculiares, características de outros seus filmes.
É um filme fora do padrão. Eu entendo porque muitas pessoas não gostaram. Ele praticamente exige que você assista de uma maneira diferente. Não é sobre uma trama pré-estabelecida com início, meio e fim. Não existe uma explicação detalhada sobre os acontecimentos. Eu não tenho nada contra o modelo tradicional, mas o cinema pode e deve ser mais que isso. Esse é um filme feito pra perturbar e estimular sua imaginação.
Eu gosto muito da ideia do alienígena (acho que ela é uma) explorando o ser humano e não o contrário (o que é mais comum acontecer). A maior parte do filme é acompanhando essa alienígena (Scarlett Johansson) que tem aparência humana tentando seduzir os homens que encontra na rua. A cada conversa, ela vai aprendendo se comunicar melhor e etc... Já que o seu vocabulário é limitado. O mais assustador e fascinante, é quando ela leva os homens para dentro de sua casa (é complicado descrever) com a intenção de sexo... Eles afundam numa espécie de piscina com água negra, enquanto estão tentando se aproximar dela... Isso acontece repetidas às vezes.
Mesmo não entendendo o objetivo de tudo isso, as cenas são realmente muito estranhas e bonitas ao mesmo tempo, o que me deixou muito intrigado. Eu acho que o filme fica ainda mais interessante a partir do momento que ela conhece e leva um homem deformado para sua casa, algo acontece e faz com que ela se arrependa, acho que por reconhecer outro ser tão isolado como ela, por exemplo.
A compaixão por outro ser desencadeou uma mudança no seu comportamento (a cena no espelho sugere isso). É daí que começa uma transição dela de alienígena para ser humano. Deixou de fazer aquilo que estava fazendo com os homens, não ficou mais apenas imitando os outros, ela começa explorar o seu corpo e etc... Ela fica confusa com certas coisas (como ao comer o bolo). A descoberta sobre si mesma (ser mulher) é acompanhada por uma mudança de caçadora pra presa na última parte do filme. A cena na floresta é aterrorizante, por ser terror da vida real mesmo. Ela não sabia o que era medo. O medo surge quando ela percebe o que significa ser mulher nesse mundo.
Enfim, eu poderia falar sobre mais coisas, como a atuação brilhante de Scarlett, mas não vou me prolongar muito. “Sob a Pele” é poderoso e questionador. Isso é arte.
Eu esperava muito mais, muito mesmo (hype é foda). Mas ainda assim, achei bom.
A premissa central é sobre vingança e tal, o que foi interessante. Mas o enredo se arrastou por muito tempo com cenas prolongadas exageradas. Tanto é que gostei muito da primeira parte, por achar algo instigante e provocativo. Na segunda metade, os momentos são revisitados em diferentes ângulos, perspectivas e etc... Bom, isso tudo é bem contado. Mas depois que acontece a primeira reviravolta, acho que devido à história da primeira metade ter sido recontada em outra perspectiva o filme perde bastante a intensidade (pelo menos, pra mim) e fica bastante previsível (talvez porque sou familiarizado com os filmes do diretor).
Enfim, o filme visualmente é realmente muito bonito. É bem atraente e tudo mais. Mas não consigo deixar de pensar que foi muita perfumaria pra pouco filme, haha.
“Eu passei por tantas dificuldades. É pecado tentar sobreviver?”
Eu acho que isso resume muito bem o conceito do “american dream”. A história é sobre Ewa (Marion), uma imigrante polonesa que saiu do seu país após a Primeira Guerra Mundial cheia de esperanças e sonhos, mas é confrontada, como em muitas narrativas, com dificuldades diversas.
A primeira cena é excelente. Os imigrantes ao chegar observam a Estátua da Liberdade, mas a mesma está de costas. O que pra mim significa que o grande fluxo de imigrantes não é bem-vindo.
A Marion Cotillard e Joaquin Phoenix estão (são) incríveis. A Marion faz uma atuação mais silenciosa na maior parte do tempo e tal, mas assim mesmo, consegue mostrar uma força ao mesmo tempo em que expõe toda sua fragilidade. Eu nunca vou deixar de me surpreender com a capacidade do Joaquin Phoenix em ser tão convincente transitando com tanta facilidade em personalidades completamente diferentes. Um personagem complexo precisa de um grande ator, aqui não só conseguiu um grande ator, como talvez o melhor desde sei lá quantos anos.
As composições são absurdamente lindas. O diretor realmente conseguiu fazer com que o filme parecesse um clássico das antigas, mas não deixou de ser moderno, tanto é que temos abordagens atemporais.
O que dizer da cena final? Isso é cinema.
Eu acho que o Gray é o diretor americano que mais vem me agradando nos últimos anos.
"Uma poesia nem sempre precisa rimar. Às vezes ela pode ser apenas criativa."
O filme é tipo um livro mágico com muitas aventuras. É uma história de amor muito bonito entre dois pré-adolescentes “problemáticos”, digamos assim. Os dois não têm amigos, são incompreendidos por todos e encontram significado um no outro. Eles acabam fugindo juntos, isso faz com que todos na ilha os procurassem.
É muito divertido ver as crianças se comportando como adultos e os adultos se comportando infantilmente na maior parte das vezes, haha. É também interessante e bonito ver os dois jovens apaixonados tentando viver a vida que os adultos estão desperdiçando. É nítida a tristeza que faz parte de boa parte dos personagens adultos, principalmente no personagem de Bruce Willis.
A primeira metade é excelente, o romance puro entre os dois é uma coisa realmente fofa. Os diálogos são ótimos, principalmente na sequência da praia que é um dos melhores momentos do filme. Depois cai um tanto, pra mim. Mas nada que comprometa o filme num geral.
É o meu segundo filme de Wes Anderson. Nem preciso comentar sobre o aspecto técnico dos seus filmes, pois ele é realmente bom nisso. Enfim, é uma pequena obra infantil mágica, um pouco de escapismo não faz mal pra ninguém. Bom filme.
Eu estou surpreso com esse filme (eu pensei que seria uma bosta). Mas é sensacional, Eu não imaginava o quão divertido seria.
Spring Breakers é o retrato de uma geração vazia e pedante. É muito irônico e sarcástico. A cena do piano que eles cantam Everytime da Britney Spears é memorável, haha.
“Sempre que eu a via, eu sabia que estava em um sonho novamente. E quando você sabe que está sonhando é uma experiência extracorpórea.”
É um filme muito interessante, não é muito simples. O enredo em si é o menos importante. Ele fala sobre memórias, a reconciliação com o passado... É uma jornada existencial e introspectiva para o seu protagonista.
Quando eu soube a idade do diretor, quase não acreditei... É um trabalho de gente grande. É cinema de autor. O estilo técnico é apurado, o que ele fez na segunda metade do filme merece respeito: um plano sequência de quase uma hora, numa viagem de sonho, com muito simbolismo. Não é apenas um recurso estilístico qualquer.
Primeiramente, é importante ressaltar que não é um filme sobre MMA. É um filme que tem como pano de fundo o esporte, mas é um drama sobre uma família. Tem cenas de lutas, sim. Muito bem executadas, por sinal. Mas a luta aqui que realmente importa, é a luta para esquecer, perdoar e seguir em frente.
O filme tem alguns clichês, mas isso não atrapalha em nada. A história é boa, as atuações são incríveis (principalmente o Nick Nolte), a trilha sonora é outra coisa boa. É quase impossível não se envolver emocionalmente com essa história.
Bacurau
4.3 2,8K Assista Agora"Bacurau - 17km: se for, vá na paz."
Senão... O bicho pega.
É um filme muito criativo, a narrativa possui diferentes gêneros, transitando perfeitamente em cada um, o que torna ainda mais incrível a experiência. E tudo é tão fluído... Não cansa em nenhum momento. Há muitas camadas, seja políticas ou sociais. É repleto de simbologias, muito rico nesse sentido.
Como é bom ver o povo latino-americano (representado pelo povo brasileiro, mais especificamente, o povo nordestino) combatendo o sadismo de racistas que vem dos países de primeiro mundo... E praticam essa violência, não por entretenimento, mas para se defender, para resistir. É questão de sobrevivência.
Dá orgulho do cinema nacional. Bacurau é lindo. Um dos melhores filmes do ano, se não o melhor (até o momento). A vontade de rever é grande.
Halloween
3.4 1,1KEu nunca fui fã do gênero de terror. Eu gostei do primeiro dirigido por Carpenter.
Já este novo "Halloween" não me agradou. Mesmo sabendo que o Myers está ali e tal. Não fiquei tenso, ou algo do tipo... Tipo, sabe quando algo desumano que está prestes aparecer? Foi isso que senti no antigo. Sei lá, não senti um suspense aqui. Meu coração não bateu em nenhum momento.
Me parece mais um filme de vingança com ação... Enfim, não achei um filme consistente.
Você Nunca Esteve Realmente Aqui
3.6 521 Assista AgoraJoaquin Phoenix muito bem, como de costume. Entretanto, o filme em si, não me agradou. Eu achei de certa maneira bastante vazio (talvez numa revisitada isso mude)... Existe um problema de ritmo aqui, muito devido ao uso de flashbacks que no final das contas, não serviram pra nada.
Killer Joe: Matador de Aluguel
3.6 880 Assista AgoraOlha, para quem está procurando algo fora do comum, esse filme é imperdível.
A história em si, é simples. Mas o seu desenrolar que é interessante. É como se fosse um mergulho sufocante em um pesadelo, o Friedkin consegue mostrar a degradação humana como ninguém. É repleto de atos de violência e perversões que aumentam no decorrer do filme, até chegar no final, onde o negócio é brutal, grotesco e etc...
Eu fiquei chocado, mas também fascinado. As atuações são ótimas, especialmente do McConoughey, que interpreta o assassino Joe, um personagem amoral, peculiar, sádico e muito preciso, mas também impressionante. Ele consegue dominar praticamente todas as cenas. Ele tem uma maneira calma de falar que chega ser assustador (como atraente). A sua presença é simplesmente incrível. É perfeito. Pra mim, sua melhor atuação.
Eu gostei muito do humor (muita gente pode achar exagerado ou até mesmo repugnante). É um filme orgulhosamente amoral e controverso (com cenas bastante controversas), por isso, acaba provocando reações um tanto diferentes.
Excelente filme.
O Substituto
4.4 1,7K Assista Agora“E eu nunca me senti tão imerso e ao mesmo tempo tão desapegado de mim e tão presente no mundo.”
O filme tem uma visão sombria da sociedade como um todo, através da rotina de Henry Barthes (Adrian Brody), um professor substituto que chega numa das piores escolas da cidade, não apenas encontra alunos desinteressados, como também os que passam por problemas e etc... Como também, os professores trabalhando à beira da exaustão.
É tudo muito amargo. Ele trata sobre a angústia existencial, na busca de um sentido para a vida, mesmo tendo que lidar com os erros do passado.
Adrien Brody num geral, é um bom ator. Mas aqui sua atuação é excelente. Os papéis mais densos são perfeitos pra ele, é o que me parece, rs. Ele consegue transmitir todo o sentimento depressivo do personagem, o desespero e etc... E mesmo sabotando qualquer tipo de ligação mais forte com alguém, ele percebe que isso é impossível. Ele é muito humano. O final, talvez, seja o único momento "alegre" do filme.
Ótimo filme.
Creed II
3.8 540Olha, o primeiro Creed é bom e tem alma. Entretanto, esse aqui é bem fraco. O Adonis é um mimado, inseguro e etc... Não me simpatizei com ele em nenhum momento no filme. Eu achei que poderiam ter explorado um pouco mais a relação de Viktor e Ivan... Senti potencial nisso. Tanto é, que na luta final, eu queria que o Viktor vencesse a luta.
Essa coisa de Ivan querer a aprovação da sua ex-esposa e a aceitação do seu país é muito mal escrito, não me convenceu. E ficar colocando os Russos como "vilões" não dá mais, isso é tão clichê, coisa dos anos 80...
As lutas não são nada emocionantes. Enfim, as cenas emotivas com o Rocky que são os bons momentos aqui. Nada mais.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 651 Assista AgoraÉ muito ruim. O enredo é simplesmente idiota. Eu não esperava que tivesse grandes diálogos e tal, mas não precisava ser tão horrível, né. A atuação é péssima, mas não por culpa dos atores, mas sim, por causa da escrita pobre do filme.
As poucas batalhas que tiveram, não me agradaram em absolutamente nada. Eu sei que sempre vai existir certas atitudes idiotas de personagens nesse tipo de filme, mas tudo tem limite, eles entram em cada situação perigosa e acabam sobrevivendo (quando não deveriam) repetidas vezes, o que torna bastante chato.
Enfim, geralmente curto esses filmes com criaturas gigantes e tal, mas com esse aqui não rolou nada. Só tédio.
Margaret
2.9 175Esse filme merece ter um reconhecimento maior. A história gira em torno de Lisa (Anna Paquin), uma adolescente que testemunhou um acidente de ônibus (cena forte muito bem filmada, excelente mesmo) que causou a morte de uma pessoa. Ela tem sua parcela de culpa no acidente, assim como o motorista (Mark Ruffalo) do ônibus. No depoimento para polícia, tanto Lisa e o motorista dizem, que a luz do sinal estava verde. O que é uma mentira.
O que segue a partir disso, é uma intensa e emocionante história. Lisa fica inquieta depois do acidente. Ela desesperadamente procura um significado nisso. Já que a pessoa que morreu no acidente, morreu em seus braços, o que é um evento um tanto traumático.
Os personagens são ótimos, principalmente Lisa e Joan (filha e mãe), ambas são confusas com suas emoções, são repletas de questionamentos sobre si mesmas, seja em suas escolhas ou pensamentos. As cenas são muito emocionais e realistas, principalmente os confrontos que envolvem mãe e filha. Os diálogos são ótimos, a longa duração do filme não me cansou em nenhum momento.
Enfim, é um filme sobre a transição do mundo da adolescência para a idade adulta. Ela não é capaz (por ser jovem) de aceitar que essas fatalidades simplesmente acontecem. O final é maravilhoso. Anna Paquin e J. Smith-Cameron tiveram excelentes atuações.
O Atalho
3.3 60 Assista AgoraÉ um Western mais direcionado ao seu lado realista. O interesse estar em explorar a história americana. A história em si, é muito simples. É um grupo com três famílias que viajam por um deserto em 1845. Não há nenhum grande movimento de ação, ou uma aventura... Muito pelo contrário, nessa travessia apenas acompanhamos o cotidiano dessas pessoas, seus esforços diários e tal, os problemas que surgem e etc... Eles estão perdidos no deserto, isso resulta em uma crescente tensão no grupo e uma busca desesperada por água. As paisagens do deserto são absurdamente bem filmadas.
É interessante ver a personagem Emily (Michelle Williams) assumindo um papel de liderança nessa história. A cena em que ela segura o rifle e aponta para o cara (não lembro o nome) é sensacional.
É importante saber que não se trata de um filme hollywoodiano.
Sombras da Vida
3.8 1,3K Assista AgoraNossa. Que filme singular.
“A Ghost Story” é sobre a vida e a morte, mas também sobre a passagem do tempo. Isso tudo a partir da perspectiva dos mortos (fantasmas). A dor não é somente sentida por pessoas que estão vivas, mas também por parte dos fantasmas. Ele provoca uma reflexão sobre a nossa existência e sobre a vida após a morte.
O filme não é de terror (longe disso), mas pensar nessa situação pode ser um pesadelo, haha. É só imaginar que depois da morte há “vida”, onde seríamos invisíveis para os vivos, presos por toda a eternidade e etc... Ou seja, uma solidão infinita. Difícil se colocar no lugar do fantasma. Ele tendo que presenciar o sofrimento da pessoa que ama, sem poder fazer nada. E a vida depois da morte, continua sem ele... E se as pessoas te esquecerem? É angustiante pensar nisso e entre outras coisas.
É importante saber que o ritmo é bastante lento, quase não há conversas e etc... É praticamente tudo contado através das imagens, com várias cenas longas e tal. Acredito que não há como explicar certas coisas com palavras, esse é um caso. No entanto, isso pode incomodar quem não está acostumado ou quem gosta de narrativas mais tradicionais.
Enfim, um filme contemplativo, sutil e original.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraBong Joon-Ho é foda. Acho que é o seu melhor filme, ao lado de Memórias de um Assassino.
A desigualdade social não é nenhuma novidade na filmografia de Joon-Ho. Mas em Parasite esse assunto é abordado de maneira muito peculiar. O diretor segue misturando os gêneros, o drama e humor estão perfeitamente juntos, depois um pouco de suspense/horror... Isso tudo sob o domínio excelente de Joon-ho, pois a transição de gêneros ocorre naturalmente, nunca é forçado ou repetitivo.
A longa sequência da forte chuva é a melhor do filme, eu acho. É onde fica ainda mais evidente o que Joon-ho quer passar. Duas famílias, duas realidades completamente diferentes. As famílias ricas são as únicas que conseguem se proteger, devido a motivos óbvios. Enquanto isso, as famílias pobres que moram embaixo, sofrem com as inundações e etc...
Outra ótima sequência é quando o casal da família rica conversa sobre o cheiro desagradável que pertence à família Kim. Ele diz que é o mesmo cheiro daqueles que usam o metrô... Ou seja, é cheiro de gente pobre. É triste ver como Ki Taek fica ao ouvir isso. É humilhante. É um olhar de pessoas ricas aparentemente bondosas (assim são retratadas) sobre os mais pobres.
O final é ótimo. O filho imaginando ser rico para comprar a casa, para que o seu pai pudesse sair do porão e ver o sol. Ele só pode deixar sua vida de “parasita” e usufruir de uma vida minimamente digna somente se tiver dinheiro. Ou se não, continuará escondido no porão da casa. É o que a sociedade tenta nos impor, infelizmente.
É um inteligente e eficaz retrato crítico das diferenças de classe de um país (e do mundo).
A Travessia
3.6 613 Assista AgoraÉ muito comum.
Olha, posso dizer que é uma das histórias mais impressionantes que já vi. Mas a execução em si, é bastante falha. A narração em tom documental não agrega. Ele tem um problema de ritmo, a metade do filme é bem cansativa. No entanto, as cenas da travessia são realmente boas (é assustador), isso salvou o filme de certa maneira, pois sem essa sequência final, o resultado final seria desastroso.
O Doutrinador
3.2 289 Assista AgoraNem dá vontade de escrever muito sobre esse filme. É muito ruim.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraEu não suporto esse tipo de gente rica, pelo amor de Deus. É cada atitude mesquinha e ridícula...
O filme é bom, mas esperava muito mais. Achei caricato e faltou um pouco de força no sentido emocional, pra mim.
Enfim, é um bom conto sobre diferentes classes sociais. A Regina Casé está muito bem. A cena que ela está dentro da piscina é a minha favorita.
Norte, O Fim da História
4.2 24Eu achei impressionante. O filme é longo e tem um ritmo bastante lento, é importante saber disso. É até complicado descrevê-lo, rs.
Então, vou falar mais dos personagens mesmo. O Fabian é o personagem mais complexo, eu pensei que ele iria à busca de redenção, mas ele preferiu seguir o caminho da condenação (por isso o estupro da sua irmã, a morte do cachorro). Ele falando sobre as instituições (família, por exemplo) falhas e tal. Como gostaria que tudo começasse do zero. Ele deixou de lado todos seus apegos emocionais. O que acontece com Joaquin é o oposto, mesmo numa situação desesperadora e revoltante, ele não perde sua fé, sua humanidade. No final, temos uma cena muito bonita, no qual ele começa a flutuar no ar, como se alcançasse o "status" de santo.
O filme é também um incrível retrato da vida nas Filipinas. A Eliza (esposa de Joaquin), com sua irmã mais nova e seus dois filhos não precisam nem falar muito para sentirmos todas as dificuldades enfrentadas por eles em sua vida cotidiana.
A cinematografia é coisa de gente grande. Excelente filme.
Eu vejo o pessoal comentando que o diretor usou como referência o livro “Crime e Castigo”, vou até procurar ler... E depois rever essa obra.
Kingsman: Serviço Secreto
4.0 2,2K Assista AgoraBem fraco. Eu pensei que fosse ser um pouco interessante, mas em nenhum aspecto é interessante. A história é absurdamente ridícula, sendo contada através de uma violência tosca. Não tem estilo nenhum. Os momentos cômicos são vergonhosamente ridículos.
Esquecível.
Inside Llewyn Davis - Balada de um Homem Comum
3.8 529 Assista AgoraExcelente.
O filme retrata a vida de um músico muito talentoso, mas que não é notado. O que é bastante realista. Não tem o clichê do “músico que persegue seu sonho, passa por momentos difíceis e tal, mas no final consegue alcançar o seu objetivo”.
O interesse está naqueles que ainda continuam tentando, mesmo quando parece que realmente não tem mais o porquê de continuar. Não precisa ser músico pra se simpatizar com as lutas de Llewyn Davis (Oscar Isaac). Essa frase: "Eu estou tão cansado. Pensei que precisava de uma boa noite de sono, mas... É mais que isso". Isso torna a história universal. Eu acho que esse sentimento de querer desistir, todo mundo já teve em algum momento da vida. A atuação do Oscar Isaac é excelente. Mesmo com uma expressão tranquila, ele consegue passar toda sua dor e amargura.
Ô amarga ironia esse final...
Eu não vi todos os filmes dos irmãos Coen. Mas não vi tão pouco assim, então, posso dizer que aqui eles se reinventaram. Dentre todos seus filmes que vi, é basicamente o mais íntimo, melancólico e realista. Continuam presente os diálogos inteligentes e peculiares, características de outros seus filmes.
PS: A trilha sonora é obra-prima.
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraÉ um filme fora do padrão. Eu entendo porque muitas pessoas não gostaram. Ele praticamente exige que você assista de uma maneira diferente. Não é sobre uma trama pré-estabelecida com início, meio e fim. Não existe uma explicação detalhada sobre os acontecimentos. Eu não tenho nada contra o modelo tradicional, mas o cinema pode e deve ser mais que isso. Esse é um filme feito pra perturbar e estimular sua imaginação.
Eu gosto muito da ideia do alienígena (acho que ela é uma) explorando o ser humano e não o contrário (o que é mais comum acontecer). A maior parte do filme é acompanhando essa alienígena (Scarlett Johansson) que tem aparência humana tentando seduzir os homens que encontra na rua. A cada conversa, ela vai aprendendo se comunicar melhor e etc... Já que o seu vocabulário é limitado. O mais assustador e fascinante, é quando ela leva os homens para dentro de sua casa (é complicado descrever) com a intenção de sexo... Eles afundam numa espécie de piscina com água negra, enquanto estão tentando se aproximar dela... Isso acontece repetidas às vezes.
Mesmo não entendendo o objetivo de tudo isso, as cenas são realmente muito estranhas e bonitas ao mesmo tempo, o que me deixou muito intrigado. Eu acho que o filme fica ainda mais interessante a partir do momento que ela conhece e leva um homem deformado para sua casa, algo acontece e faz com que ela se arrependa, acho que por reconhecer outro ser tão isolado como ela, por exemplo.
A compaixão por outro ser desencadeou uma mudança no seu comportamento (a cena no espelho sugere isso). É daí que começa uma transição dela de alienígena para ser humano. Deixou de fazer aquilo que estava fazendo com os homens, não ficou mais apenas imitando os outros, ela começa explorar o seu corpo e etc... Ela fica confusa com certas coisas (como ao comer o bolo). A descoberta sobre si mesma (ser mulher) é acompanhada por uma mudança de caçadora pra presa na última parte do filme. A cena na floresta é aterrorizante, por ser terror da vida real mesmo. Ela não sabia o que era medo. O medo surge quando ela percebe o que significa ser mulher nesse mundo.
Enfim, eu poderia falar sobre mais coisas, como a atuação brilhante de Scarlett, mas não vou me prolongar muito. “Sob a Pele” é poderoso e questionador. Isso é arte.
A Criada
4.4 1,3K Assista AgoraEu esperava muito mais, muito mesmo (hype é foda). Mas ainda assim, achei bom.
A premissa central é sobre vingança e tal, o que foi interessante. Mas o enredo se arrastou por muito tempo com cenas prolongadas exageradas. Tanto é que gostei muito da primeira parte, por achar algo instigante e provocativo. Na segunda metade, os momentos são revisitados em diferentes ângulos, perspectivas e etc... Bom, isso tudo é bem contado. Mas depois que acontece a primeira reviravolta, acho que devido à história da primeira metade ter sido recontada em outra perspectiva o filme perde bastante a intensidade (pelo menos, pra mim) e fica bastante previsível (talvez porque sou familiarizado com os filmes do diretor).
Enfim, o filme visualmente é realmente muito bonito. É bem atraente e tudo mais. Mas não consigo deixar de pensar que foi muita perfumaria pra pouco filme, haha.
Era Uma Vez em Nova York
3.5 296 Assista Agora“Eu passei por tantas dificuldades. É pecado tentar sobreviver?”
Eu acho que isso resume muito bem o conceito do “american dream”. A história é sobre Ewa (Marion), uma imigrante polonesa que saiu do seu país após a Primeira Guerra Mundial cheia de esperanças e sonhos, mas é confrontada, como em muitas narrativas, com dificuldades diversas.
A primeira cena é excelente. Os imigrantes ao chegar observam a Estátua da Liberdade, mas a mesma está de costas. O que pra mim significa que o grande fluxo de imigrantes não é bem-vindo.
A Marion Cotillard e Joaquin Phoenix estão (são) incríveis. A Marion faz uma atuação mais silenciosa na maior parte do tempo e tal, mas assim mesmo, consegue mostrar uma força ao mesmo tempo em que expõe toda sua fragilidade. Eu nunca vou deixar de me surpreender com a capacidade do Joaquin Phoenix em ser tão convincente transitando com tanta facilidade em personalidades completamente diferentes. Um personagem complexo precisa de um grande ator, aqui não só conseguiu um grande ator, como talvez o melhor desde sei lá quantos anos.
As composições são absurdamente lindas. O diretor realmente conseguiu fazer com que o filme parecesse um clássico das antigas, mas não deixou de ser moderno, tanto é que temos abordagens atemporais.
O que dizer da cena final? Isso é cinema.
Eu acho que o Gray é o diretor americano que mais vem me agradando nos últimos anos.
Moonrise Kingdom
4.2 2,1K Assista Agora"Uma poesia nem sempre precisa rimar. Às vezes ela pode ser apenas criativa."
O filme é tipo um livro mágico com muitas aventuras. É uma história de amor muito bonito entre dois pré-adolescentes “problemáticos”, digamos assim. Os dois não têm amigos, são incompreendidos por todos e encontram significado um no outro. Eles acabam fugindo juntos, isso faz com que todos na ilha os procurassem.
É muito divertido ver as crianças se comportando como adultos e os adultos se comportando infantilmente na maior parte das vezes, haha. É também interessante e bonito ver os dois jovens apaixonados tentando viver a vida que os adultos estão desperdiçando. É nítida a tristeza que faz parte de boa parte dos personagens adultos, principalmente no personagem de Bruce Willis.
A primeira metade é excelente, o romance puro entre os dois é uma coisa realmente fofa. Os diálogos são ótimos, principalmente na sequência da praia que é um dos melhores momentos do filme. Depois cai um tanto, pra mim. Mas nada que comprometa o filme num geral.
É o meu segundo filme de Wes Anderson. Nem preciso comentar sobre o aspecto técnico dos seus filmes, pois ele é realmente bom nisso. Enfim, é uma pequena obra infantil mágica, um pouco de escapismo não faz mal pra ninguém. Bom filme.
Spring Breakers: Garotas Perigosas
2.4 2,0K Assista AgoraEu estou surpreso com esse filme (eu pensei que seria uma bosta). Mas é sensacional, Eu não imaginava o quão divertido seria.
Spring Breakers é o retrato de uma geração vazia e pedante. É muito irônico e sarcástico. A cena do piano que eles cantam Everytime da Britney Spears é memorável, haha.
Muito bom.
Longa Jornada Noite Adentro
3.6 63 Assista Agora“Sempre que eu a via, eu sabia que estava em um sonho novamente. E quando você sabe que está sonhando é uma experiência extracorpórea.”
É um filme muito interessante, não é muito simples. O enredo em si é o menos importante. Ele fala sobre memórias, a reconciliação com o passado... É uma jornada existencial e introspectiva para o seu protagonista.
Quando eu soube a idade do diretor, quase não acreditei... É um trabalho de gente grande. É cinema de autor. O estilo técnico é apurado, o que ele fez na segunda metade do filme merece respeito: um plano sequência de quase uma hora, numa viagem de sonho, com muito simbolismo. Não é apenas um recurso estilístico qualquer.
Guerreiro
4.0 919 Assista AgoraPrimeiramente, é importante ressaltar que não é um filme sobre MMA. É um filme que tem como pano de fundo o esporte, mas é um drama sobre uma família. Tem cenas de lutas, sim. Muito bem executadas, por sinal. Mas a luta aqui que realmente importa, é a luta para esquecer, perdoar e seguir em frente.
O filme tem alguns clichês, mas isso não atrapalha em nada. A história é boa, as atuações são incríveis (principalmente o Nick Nolte), a trilha sonora é outra coisa boa. É quase impossível não se envolver emocionalmente com essa história.
Muito bom.