Então, é um filme que até tem suas qualidades. A direção é boa, mas a história em si, é bem "mais do mesmo" que estamos acostumados. Alguns momentos de discussões entre a família são interessante, mas o melhor do filme são as atuações mesmo. O elenco está bem. Mas é só.
A cena de abertura é ótima, pois a mesma consegue muito bem ilustrar a força narrativa do filme. A história é sobre o surgimento do Facebook. Mas o foco é sobre as pessoas que estiveram envolvidas no desenvolvimento do Facebook, mostrando as consequências que surgiram durante esse processo.
O ponto alto, pra mim, é como a história foi contada. É que tem três níveis de tempo, o desenvolvimento do facebook em paralelo com dois processos contra o Mark Zuckerberg. As perspectivas estão interligadas. Os personagens são complexos e interessantes. Os diálogos são afiados e muito bem executados.
O filme é frenético do início ao fim, é tudo muito rápido que nem percebemos o tempo passar. É um ótimo retrato da geração internet dos anos 2000. É uma obra que será lembrada nas décadas seguintes.
Primeiramente, eu devo dizer que é um filme muito diferente de qualquer outro filme nesse estilo que eu tenha assistido. Eu acredito que revê-lo é praticamente necessário, para talvez tiver outras interpretações e tal.
O início se preocupa em apenas mostrar cotidiano, num ritmo lento e discreto. A tensão é muito bem construída, o enredo é cheio de ambiguidades e tal. Cada personagem com seus anseios que esperam para serem satisfeitos. As consequências que isso pode trazer, ou não. Eu achei interessante a cena na cozinha entre os três personagens, onde o Ben fala pra Haemi perguntar a Jong-Su o que significa uma metáfora. Isso faz com que a pessoa comece a pensar mais sobre cada ação dos personagens. É que o filme é realmente cheio de metáforas, em muitos momentos não tem como saber exatamente o que está acontecendo. As dúvidas se multiplicam cada vez mais quando se para pra pensar em todas as questões.
A cena em que os três personagens estão bebendo e fumando enquanto assistem o nascer do sol é lindamente executada. E logo depois Ben conta para Jong-su sobre sua paixão de queimar estufas. E também fala que encontrou sua próxima “vítima” perto da fazenda de Jong-su. Logo após a Hae-mi simplesmente desaparece, fazendo com que Jong-su perseguisse o Ben para encontrar respostas referentes ao desaparecimento. É tudo muito bem construído. O Ben ao falar sobre queimar uma estufa próxima a Jong-su, poderia estar se referindo a Hae-mi, por exemplo. É uma das várias interpretações. Há uma cena perto do final em que Jong-su aparece num quarto escrevendo, eu pensei na possibilidade da maior parte da história do filme ser ficcional. Escrita por ele mesmo. É que Hae-mi e Ben poderiam até ser reais no começo, mas por causa dos ciúmes sentido por ele, talvez tivesse o feito querer escrever uma história com ele, Ben e Hae-mi. Com um final onde ele mata o Ben. Sei lá, é uma interpretação, haha.
Eu fiquei com muitas perguntas sem respostas, mas isso não é um problema. É importante pensar e pensar sobre tudo que viu. É muito interessante. É tudo muito bem executado. Os enquadramentos são visualmente poderosos. As atuações são consistentes. A trilha sonora é espetacular. Eu gosto de filme que se arrisca, esse é um deles. Eu preciso rever o mais logo possível.
Então. Eu achei a ideia muito interessante. A mensagem política é muito bonita e importante. A questão de como obtemos nossa comida e quem deve sofrer e morrer por ela, é muito atual.
Eu só não sei se ele é forte o suficiente pra mudar as pessoas em relação ao consumo de carne. Porque achei essa crítica às indústrias e tal, um pouco superficial. Eu gostei mais da primeira metade, onde o foco é a amizade entre Mija e Okja. E foi importante tornar Okja em um individuo e depois mostrar o que a indústria está fazendo contra ele. Mas a segunda metade é uma tremenda bagunça, por isso não me envolveu e os personagens (mesmo tendo muito bons atores) extremamente caricaturais foram uma vergonha.
Enfim, achei mais ou menos. No entanto, acho que é um filme que merece ser visto.
A história alterna entre duas linhas de tempo, a primeira sendo no início do século 20 e há segunda muitos anos depois. É tudo muito bem montado, por isso consegue ser fluído e intrigante, não achei nada cansativo. O Karamakate (xamã) está em ambas às linhas (uma jovem, em outro mais velho). O primeiro que Karamakate acompanha é um alemão, muitos anos depois é um americano. Os dois homens são brancos e cientistas.
Nós presenciamos o choque entre as duas culturas. A cena da bússola é uma das melhores cenas do filme:
Karamakate para o Theo: “Você é igual aos outros brancos” Theo: “O sistema de orientação deles se baseia no vento e nas estrelas. Se aprenderem a usar a bússola, esse conhecimento se perderá” Karamakate: “Não pode proibi-los de aprender. O conhecimento é de todos”.
Por mais que Theo não seja exatamente como a maioria dos homens brancos (ele é um cientista que admira a cultura indígena), mas não é capaz de entender certas coisas. É como Evan (cientista americano) em querer levar a planta para estudá-la nos EUA, mas Karamakate não quer isso, porque a planta é sagrada e tem medo que ela seja tratada de forma errada.
O filme deixa evidente em muitas cenas o que foi essa bosta do colonialismo. A enorme exploração e o abuso contra a comunidade indígena. É horrível ver como foram forçados a tirar borracha das árvores, é horrível ver a imposição ao cristianismo, à cena onde o padre (ou monge, não lembro) castiga as crianças indígenas (por falarem em sua própria língua) é cruel. Era óbvio o interesse (podemos dizer que ainda é) em destruir toda a cultura indígena.
Então, eu não entendo nada sobre física quântica e etc... Mas gostei pra caramba do filme.
Eu gosto de filmes que são praticamente ambientados num único local, por exemplo. É uma ficção científica sem todos os efeitos visuais tão comuns nos filmes do gênero, algo que me agradou bastante. O conceito é ótimo, essa coisa de “realidade alternativa” (ou múltipla) é muito interessante. E como isso traz conflitos para os personagens e tal, é ótimo.
Eu geralmente não curto (por ser muito cético) filmes com essa ideia de “realidade alternativa” e tal, mas o filme tem um desenvolvimento tão crível, que conseguiu me fazer pensar nessa possibilidade. Eu até fiquei tenso em certos momentos.
Eu já tinha curtido muito os dois primeiros. Eu não esperava que o terceiro conseguisse ser ainda melhor. Conseguiu. É muito mais intenso do que seus antecessores, um negócio impressionante mesmo. As sequências de ação vão ficando mais criativas, envolvendo espadas, facas, livros, cavalo e etc...
O elenco de apoio é ótimo. Eu fico cada vez mais interessado no universo do filme. O filme tem mais de duas horas e passa voando. Lembra-me muito os filmes de ação irracionais dos anos 80 e 90. Eu sei que esse tipo de filme não é para todo mundo. Mas para aqueles que gostam do gênero, eu recomendo muito.
A franquia é recente, mas pra mim já conseguiu o status de clássico do gênero. “Baba Yaga” já é lenda.
"Que o poder autoritário, por mais cruel e aparentemente permanente, possa, de fato, ser vulnerável a mudanças."
“Harakiri” é outra obra-prima da história do cinema. A narrativa é absurdamente bem construída. Não é somente sobre um conto de vingança... É um filme com várias camadas, por isso é praticamente impossível classifica-lo apenas sendo isso ou aquilo.
Em cada cena, com cada composição ridiculamente bem cuidada e linda, daria tranquilamente pra enquadrar e pendurar na parede de casa. A história é profunda e melhora muito à medida que as coisas vão sendo relevadas (isso através de flashbacks muito bem usados).
No final, a batalha entre Hanshiro Tsugumo e praticamente todo o clã é realmente incrível e muito bem executado. O simbolismo nos atos de cada lado evidencia ainda mais o que o filme quis mostrar. O Hanshiro, mesmo presenciando toda a hipocrisia e tal, continua sendo um verdadeiro samurai e segue firmemente o código Bushido. Enquanto isso, os samurais do clã acabam recorrendo a armas de fogo, por exemplo. Mostrando toda uma covardia...
Olha, até tem algumas cenas realmente boas, mas o filme é fraco. A história é boba e nada crível. O visual é excessivamente bonitinho... Os diálogos são fracos. A única coisa que eu achei apenas "ok" foi trilha sonora. O cavalo tem uma atuação boa, pois o resto...
Enfim, mesmo com todos os problemas, se a parte emocional do filme funcionasse, talvez eu tivesse gostado um pouco mais, mas não conseguiu criar atração e nem tensão. Um filme bem dispensável.
É impressionante o realismo capturado neste filme (a minha impressão é que nada foi ensaiado). A história em si, é muito simples. Nós acompanhamos o cotidiano (seus costumes e cultura) de uma família pobre que vive numa aldeia rural na Índia.
A história é bem universal, sendo muito fácil se identificar com a mesma. Se fala sobre a vida e a morte (entre outras coisas, como o impacto do Ocidente na época). Ele pode até ter certos “problemas” no aspecto técnico (provavelmente por falta de recursos), mas nada disso tira o seu poder. É comovente, sensível e muito humano.
Eu ainda não vi as continuações, mas acredito que se trata de uma das melhores trilogias da história do cinema.
Eu não tenho problemas com filmes que mostram o amor convencional e tal, mas como é bom e interessante ver um retrato de uma relação amorosa nada convencional. É um relacionamento muito complexo e diferente, com um final muito estranho e único, eu diria.
Eu sei que o foco do filme é o relacionamento, mas como gostaria de saber um pouco mais (principalmente de Alma) da história de cada um (embora tenha mostrado um pouco do passado de Woodcock, mas não o suficiente). Eu não achei nada arrastado, como muitos disseram. É muito dinâmico.
Eu não achei uma obra-prima, mas é tudo muito bem executado. O visual é simplesmente impecável. Eu gostei bastante e recomendo.
O filme fala sobre muitas coisas, principalmente como quão difícil é sobreviver sozinho no mundo. É bem retratada aqui a cruel e dura realidade de muitos operários brasileiros. Que trabalham muito pesado pra receber muito pouco. É muito tocante e triste à história de Cristiano (quantos outros devem existir por aí...), a sequência final é bem poderosa.
As pessoas deveriam conhecer mais o cinema brasileiro que é maravilhoso.
Eu gostei bastante. É o meu segundo filme de Eliane Caffé.
Eu amei “Narradores de Javé” (é um dos meus filmes preferidos). É uma diretora que merece atenção. Ela consegue misturar drama com humor de maneira muito eficaz, por isso os filmes são divertidos, leves e etc... Não deixando de lado sua mensagem social, é claro.
É interessante acompanhar refugiados de diferentes lugares do mundo e brasileiros sem-teto que moram num mesmo edifício onde são ameaçados de despejo. Eles precisam se organizar pra evitar o despejo que pode acontecer em qualquer momento, enquanto isso, nós conhecemos um pouco de cada um, suas preocupações e tal. Durante essa luta em comum, eles vão deixando suas desconfianças de lado e dando espaço para um sentimento de companheirismo e solidariedade com o próximo.
Eu não sei se é um padrão nos filmes de Caffé e tal, mas é costume ela querer trabalhar com a maioria de atores não profissionais (aconteceu em Narradores de Javé)? É uma opção muito acertada, pra mim. Dá um tom mais realista. O Dumont é um ator incrível.
"As coisas precisam mudar para continuarem as mesmas".
Isso é um épico histórico.
Que excelente o retrato feito da queda aristocrática siciliana e da ascensão burguesa na época da unificação da Itália. O Don Fabrizio Salina (orgulhoso e inteligente) é um baita personagem. Ele e Tancredi (seu sobrinho) percebendo que a queda da nobreza era inevitável, resolveram conceder em certos momentos para sua sobrevivência, por isso Tancredi se uniu a Garibaldi e depois se casou com a filha de um rico, por exemplo.
Não há elogios suficientes para todo o cuidado técnico nesse filme. É simplesmente impecável. Ele exala uma enorme elegância, mesmo sendo um filme que mostra a decadência.
A sequência final (quase uma hora) do salão com o Don Fabrizio observando o fim de uma época e a chegada de outra, através do comportamento das pessoas no baile, é um negócio impressionante. É um dos melhores filmes da história do cinema.
Não é o típico filme de samurai que tantos têm por aí, portanto, é importante estar ciente disso. O filme é profundamente humano, filosófico e melancólico. O enredo é ótimo, o Seibei é um personagem excelente, os diálogos me passaram a sensação de realistas com o contexto, as lutas (apenas duas) foram incrivelmente realistas. Ele mostra de maneira autêntica a vida de um Samurai que mesmo com uma renda baixa, sendo viúvo, consegue cuidar de sua mãe e suas duas filhas. O protagonista tem uma dedicação muito maior para com a sua família do que para sua vida como samurai.
O filme é praticamente todo narrado por uma das filhas (agora velha) de Seibei, se recordando do quão amoroso e honrado o seu pai era. Eu achei a narração bem dispensável, mas não é algo que chega a prejudicar o filme.
A cena que envolve toda a luta final é simplesmente incrível, pois poderia ser apenas uma luta como qualquer outra, mas é muito maior. Porque até chegar à luta em si, como já conhecemos muito sobre o Seibei, ele e o outro samurai tiveram uma conversa fantástica. E claro, a luta é muito bem coreografada, passando um realismo incrível.
Eu gostei, mas não amei. A história faz um interessante cruzamento do presente com o passado, porque a Europa atualmente vive com um crescimento do neo-nazismo, a crise dos refugiados e tal, que praticamente necessitam um novo começo em um país estrangeiro. O filme consegue criar uma sensação de medo, nada gritante, mas de maneira sutil... O barulho das sirenes da polícia, por exemplo. No entanto, uma cena em que o medo bateu forte foi quando a policia fez uma batida no hotel onde estava o Georg. Uma mulher é arrastada pelo corredor, uma cena coisa horrível... Os outros hóspedes simplesmente ficando em silêncio, aliviados que não tinha sido com eles, é triste não poder fazer nada diante disso.
O meu maior problema foi em que à medida a trama continuava e tal, o romance entre Georg e Marie ganhava cada vez mais espaço, o filme praticamente se torna uma espécie de romance em tempo de fascismo, não que o romance em si, seja um problema. É que o romance foi todo muito distante e frio, pra mim. Eu queria sentir mais as emoções dos personagens... A narração em off, pra mim, foi uma quebra, infelizmente. Eu não gosto quando ela praticamente diz o que está acontecendo no momento da cena.
“Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”.
A crítica sobre Hollywood pode não surpreender tanto assim nos dias de hoje, por ter sido tão explorado, mas isso foi feito em plena década de 50, o que exigiu muita coragem. Ou seja, é importante levar isso em consideração. No entanto, mesmo com o passar de tantos anos, o filme não perdeu nada de sua intensidade, por exemplo. É trágico, cheio de suspense e muito poderoso.
O filme se preocupa em mostrar o que aconteceu com Norma (isso também serve para tantos outros). Ela é mais uma vítima desse sistema, era tão absorvida pela fama que quando é abandonada, acaba perdendo completamente o controle da realidade, por isso vive num mundo onde acredita ainda ser uma estrela. A atuação de Gloria Swanson é nada menos que incrível. A cena em que ela se veste de Charlie Chaplin e começa a dançar para o Gillis, ela é capaz de expressar toda uma delicadeza e tal, porém, em outros momentos, ela também consegue expressar todo o lado perturbador da personagem. É um negócio incrível mesmo.
A cena que Norma visita o set do seu antigo diretor e tal, num momento, um conhecido de Norma que já trabalhou com ela, acabou apontando um holofote para ela. Daí o que acontece: os atores que estão no set a reconhecem e todos vão cumprimenta-la. Isso mostra o poder da indústria cinematográfica. Que é capaz (por seus holofotes) de criar estrelas e conduzir o interesse do público.
O final com a Norma descendo as escadas... É uma das cenas mais memoráveis de todos os tempos. É imortalizada na história do cinema.
“Muito bem, Sr. DeMille, eu estou pronta para o meu close-up”.
É um filme atemporal e que nunca será esquecido. Obra-prima!
Eu gostei. Ele tem problemas? Sim. Mas no final de contas, foi bem agradável, pra mim.
Eu acho que o maior problema está na narrativa, eu queria saber mais sobre as motivações do grande conquistador, queria ver como ele foi se tornando tão poderoso (o filme praticamente não explica isso). Mas chega ao final, o filme tem um salto temporal e estamos na batalha entre ele e seu irmão pra ver quem vai dominar a Mongólia...
O início é muito bom, ele escolhendo (na verdade, ela que escolheu haha) a sua esposa e tal. No entanto, a parte em que o Targutai assume o comando e demonstra o desejo de matar o Temudjin, fica um pouco repetitivo e chato. Depois dá uma boa melhorada, pois as batalhas são muito bem executadas, os cenários são realmente impressionantes. As atuações não são tão inspiradoras, mas não compromete.
Eu vou procurar conhecer mais sobre os costumes e tradições do povo mongol... É tão interessante, uma cultura tão antiga, que me parece pouco conhecida no Ocidente (não vejo muita gente falando sobre).
Enfim, é uma pena, porque percebe-se que não faltou investimento no filme, pois se tivesse um roteiro melhor, poderia ser um verdadeiro épico.
É interessante ver o quão capaz o ser humano é de fazer para se encaixar num regime vencedor (no caso, o fascismo), para ser visto como “normal”, por isso a opção é se conformar. Marcello se torna informante, o que aparentemente trará benefícios para o mesmo dentro do sistema. Ele recebe uma missão para matar o seu ex-professor de filosofia em Paris. No entanto, torna-se um pouco mais complicado, porque o mesmo se apaixona pela esposa do ex-professor. É perceptível que a crença política de Marcello é inconstante...
O filme visualmente é impressionante. As composições, a iluminação, o trabalho de câmera e etc... Neste sentido, tudo é impecável.
O final é excelente. O arrependimento da vida não vivida (ele é homossexual e tal)... E ainda deixa a mensagem bem clara, pra mim: Que ninguém caia no conformismo. Uma pena que a humanidade num geral, é muito conformista. Filmão.
É muito bom. O filme aborda várias questões atuais e muito importantes. Os dois personagens principais são muito bons, a dinâmica entre eles é incrível. O racismo é estrutural. Isso é enraizado, já faz parte do sistema. E nós temos que debater mais sobre isso. Eu não consigo imaginar o quão horrível deve ser encarar essas injustiças no dia a dia...
Eu não gostei muito da cena em que ele explica o significado de “Ponto Cego”, nenhuma sutileza nisso... E temos a cena final: Onde o Collin encontra o policial na garagem e tem um embate com o mesmo, é meio que forçado tudo isso (ele estar com a arma, por exemplo, não condiz com o personagem). O monólogo do rap é interessante, mas particularmente não senti muita força nisso.
A cena que Collin está correndo no cemitério e tem uma visão dos negros mortos e tal, é uma ótima cena.
Enfim, é um filme muito divertido e inteligente, eu realmente gostei. Eu recomendo muito.
O filme consegue prender a sua atenção o tempo todo, mesmo não abordando nenhum assunto “especial” em si. É apenas o cotidiano, é a vida real. Dá pra sentir toda a brasilidade aqui. É um olhar mais humano e sincero do povo brasileiro, saindo dos estereótipos e tal.
Eu gostei muito da representatividade. Os personagens são como a maioria das pessoas, sem aquele corpo padrão tão mostrados no cinema mainstream.
Então, isso de retratar homens que estão passando por uma profunda crise existencial e tal, é uma coisa que sempre gostei. Ainda mais quando uma parte do desespero é causada pela percepção que o mesmo vem tendo da humanidade. O problema é que o filme praticamente levanta muitos assuntos (meio ambiente, crise de fé e entre outros) complexos e profundos, mas não se aprofunda em nenhum, pelo menos, esse é o meu entendimento. Não seria nada mal um pouco mais de sutileza ao passar certas mensagens (os crimes ambientais, por exemplo), né. Eu acho que todo mundo seria capaz de captar a mensagem.
A mudança extrema do referendo é uma coisa que não me convenceu. Eu me refiro mais lá para o final, onde o personagem meio que entra numa loucura, digamos assim. Tipo, ele está passando por uma crise existencial e tal, mas chegar ao ponto de querer explodir todo mundo na igreja? Eu achei muito exagerado isso. Eu não achei condizente com o personagem.
Eu não gostei do final. Eu realmente não tenho problema com final abrupto, mas esse não me causou absolutamente nada. Ele e a menina se beijando não fizeram sentido nenhum, pra mim.
Enfim, o filme apesar das ótimas ideias, poderia ter feito de maneira mais sutil as abordagens...
Clássico. Épico. É um marco na história do cinema. É indiscutível. O Kurosawa é um mestre, eu acredito que ele sempre será uma inspiração para qualquer um que queira fazer cinema de qualidade.
Qualquer pessoa que tenha assistido uma boa quantidade de filmes perceberá que em “Os Sete Samurais” existem muitos elementos que foram e ainda são reproduzidas inúmeras vezes. É uma história simples, mas é executada de maneira incrível (gente, é um filme de 54, olha o trabalho absurdo realizado aqui). O que falar sobre o uso climático neste filme? O vento forte, a chuva e etc... É tudo muito bem calculado, por isso as cenas são tão poderosas. A batalha final é simplesmente incrível.
E sobre o final... Os camponeses retornando a vida normal e tal, os samurais observando as lápides (com as espadas cravadas) dos samurais que morreram em batalha servem como um momento de reflexão para cada um deles.
Enfim, não entrou para os meus filmes preferidos, mas é filmaço e tem sua enorme importância.
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraEntão, é um filme que até tem suas qualidades. A direção é boa, mas a história em si, é bem "mais do mesmo" que estamos acostumados. Alguns momentos de discussões entre a família são interessante, mas o melhor do filme são as atuações mesmo. O elenco está bem. Mas é só.
A Rede Social
3.6 3,1K Assista AgoraA cena de abertura é ótima, pois a mesma consegue muito bem ilustrar a força narrativa do filme. A história é sobre o surgimento do Facebook. Mas o foco é sobre as pessoas que estiveram envolvidas no desenvolvimento do Facebook, mostrando as consequências que surgiram durante esse processo.
O ponto alto, pra mim, é como a história foi contada. É que tem três níveis de tempo, o desenvolvimento do facebook em paralelo com dois processos contra o Mark Zuckerberg. As perspectivas estão interligadas. Os personagens são complexos e interessantes. Os diálogos são afiados e muito bem executados.
O filme é frenético do início ao fim, é tudo muito rápido que nem percebemos o tempo passar. É um ótimo retrato da geração internet dos anos 2000. É uma obra que será lembrada nas décadas seguintes.
Em Chamas
3.9 378 Assista AgoraPrimeiramente, eu devo dizer que é um filme muito diferente de qualquer outro filme nesse estilo que eu tenha assistido. Eu acredito que revê-lo é praticamente necessário, para talvez tiver outras interpretações e tal.
O início se preocupa em apenas mostrar cotidiano, num ritmo lento e discreto. A tensão é muito bem construída, o enredo é cheio de ambiguidades e tal. Cada personagem com seus anseios que esperam para serem satisfeitos. As consequências que isso pode trazer, ou não. Eu achei interessante a cena na cozinha entre os três personagens, onde o Ben fala pra Haemi perguntar a Jong-Su o que significa uma metáfora. Isso faz com que a pessoa comece a pensar mais sobre cada ação dos personagens. É que o filme é realmente cheio de metáforas, em muitos momentos não tem como saber exatamente o que está acontecendo. As dúvidas se multiplicam cada vez mais quando se para pra pensar em todas as questões.
A cena em que os três personagens estão bebendo e fumando enquanto assistem o nascer do sol é lindamente executada. E logo depois Ben conta para Jong-su sobre sua paixão de queimar estufas. E também fala que encontrou sua próxima “vítima” perto da fazenda de Jong-su. Logo após a Hae-mi simplesmente desaparece, fazendo com que Jong-su perseguisse o Ben para encontrar respostas referentes ao desaparecimento. É tudo muito bem construído. O Ben ao falar sobre queimar uma estufa próxima a Jong-su, poderia estar se referindo a Hae-mi, por exemplo. É uma das várias interpretações. Há uma cena perto do final em que Jong-su aparece num quarto escrevendo, eu pensei na possibilidade da maior parte da história do filme ser ficcional. Escrita por ele mesmo. É que Hae-mi e Ben poderiam até ser reais no começo, mas por causa dos ciúmes sentido por ele, talvez tivesse o feito querer escrever uma história com ele, Ben e Hae-mi. Com um final onde ele mata o Ben. Sei lá, é uma interpretação, haha.
Eu fiquei com muitas perguntas sem respostas, mas isso não é um problema. É importante pensar e pensar sobre tudo que viu. É muito interessante. É tudo muito bem executado. Os enquadramentos são visualmente poderosos. As atuações são consistentes. A trilha sonora é espetacular. Eu gosto de filme que se arrisca, esse é um deles. Eu preciso rever o mais logo possível.
Excelente filme.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraEntão. Eu achei a ideia muito interessante. A mensagem política é muito bonita e importante. A questão de como obtemos nossa comida e quem deve sofrer e morrer por ela, é muito atual.
Eu só não sei se ele é forte o suficiente pra mudar as pessoas em relação ao consumo de carne. Porque achei essa crítica às indústrias e tal, um pouco superficial. Eu gostei mais da primeira metade, onde o foco é a amizade entre Mija e Okja. E foi importante tornar Okja em um individuo e depois mostrar o que a indústria está fazendo contra ele. Mas a segunda metade é uma tremenda bagunça, por isso não me envolveu e os personagens (mesmo tendo muito bons atores) extremamente caricaturais foram uma vergonha.
Enfim, achei mais ou menos. No entanto, acho que é um filme que merece ser visto.
Réalité
3.9 9Queria legenda pt-br. :/
O Abraço da Serpente
4.4 237 Assista AgoraA história alterna entre duas linhas de tempo, a primeira sendo no início do século 20 e há segunda muitos anos depois. É tudo muito bem montado, por isso consegue ser fluído e intrigante, não achei nada cansativo. O Karamakate (xamã) está em ambas às linhas (uma jovem, em outro mais velho). O primeiro que Karamakate acompanha é um alemão, muitos anos depois é um americano. Os dois homens são brancos e cientistas.
Nós presenciamos o choque entre as duas culturas. A cena da bússola é uma das melhores cenas do filme:
Karamakate para o Theo: “Você é igual aos outros brancos”
Theo: “O sistema de orientação deles se baseia no vento e nas estrelas. Se aprenderem a usar a bússola, esse conhecimento se perderá”
Karamakate: “Não pode proibi-los de aprender. O conhecimento é de todos”.
Por mais que Theo não seja exatamente como a maioria dos homens brancos (ele é um cientista que admira a cultura indígena), mas não é capaz de entender certas coisas. É como Evan (cientista americano) em querer levar a planta para estudá-la nos EUA, mas Karamakate não quer isso, porque a planta é sagrada e tem medo que ela seja tratada de forma errada.
O filme deixa evidente em muitas cenas o que foi essa bosta do colonialismo. A enorme exploração e o abuso contra a comunidade indígena. É horrível ver como foram forçados a tirar borracha das árvores, é horrível ver a imposição ao cristianismo, à cena onde o padre (ou monge, não lembro) castiga as crianças indígenas (por falarem em sua própria língua) é cruel. Era óbvio o interesse (podemos dizer que ainda é) em destruir toda a cultura indígena.
Grande filme.
Coerência
4.0 1,3K Assista AgoraEntão, eu não entendo nada sobre física quântica e etc... Mas gostei pra caramba do filme.
Eu gosto de filmes que são praticamente ambientados num único local, por exemplo. É uma ficção científica sem todos os efeitos visuais tão comuns nos filmes do gênero, algo que me agradou bastante. O conceito é ótimo, essa coisa de “realidade alternativa” (ou múltipla) é muito interessante. E como isso traz conflitos para os personagens e tal, é ótimo.
Eu geralmente não curto (por ser muito cético) filmes com essa ideia de “realidade alternativa” e tal, mas o filme tem um desenvolvimento tão crível, que conseguiu me fazer pensar nessa possibilidade. Eu até fiquei tenso em certos momentos.
Excelente.
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraEu já tinha curtido muito os dois primeiros. Eu não esperava que o terceiro conseguisse ser ainda melhor. Conseguiu. É muito mais intenso do que seus antecessores, um negócio impressionante mesmo. As sequências de ação vão ficando mais criativas, envolvendo espadas, facas, livros, cavalo e etc...
O elenco de apoio é ótimo. Eu fico cada vez mais interessado no universo do filme. O filme tem mais de duas horas e passa voando. Lembra-me muito os filmes de ação irracionais dos anos 80 e 90. Eu sei que esse tipo de filme não é para todo mundo. Mas para aqueles que gostam do gênero, eu recomendo muito.
A franquia é recente, mas pra mim já conseguiu o status de clássico do gênero. “Baba Yaga” já é lenda.
Harakiri
4.6 180"Que o poder autoritário, por mais cruel e aparentemente permanente, possa, de fato, ser vulnerável a mudanças."
“Harakiri” é outra obra-prima da história do cinema. A narrativa é absurdamente bem construída. Não é somente sobre um conto de vingança... É um filme com várias camadas, por isso é praticamente impossível classifica-lo apenas sendo isso ou aquilo.
Em cada cena, com cada composição ridiculamente bem cuidada e linda, daria tranquilamente pra enquadrar e pendurar na parede de casa. A história é profunda e melhora muito à medida que as coisas vão sendo relevadas (isso através de flashbacks muito bem usados).
No final, a batalha entre Hanshiro Tsugumo e praticamente todo o clã é realmente incrível e muito bem executado. O simbolismo nos atos de cada lado evidencia ainda mais o que o filme quis mostrar. O Hanshiro, mesmo presenciando toda a hipocrisia e tal, continua sendo um verdadeiro samurai e segue firmemente o código Bushido. Enquanto isso, os samurais do clã acabam recorrendo a armas de fogo, por exemplo. Mostrando toda uma covardia...
É um dos filmes obrigatórios.
Cavalo de Guerra
4.0 1,9KOlha, até tem algumas cenas realmente boas, mas o filme é fraco. A história é boba e nada crível. O visual é excessivamente bonitinho... Os diálogos são fracos. A única coisa que eu achei apenas "ok" foi trilha sonora. O cavalo tem uma atuação boa, pois o resto...
Enfim, mesmo com todos os problemas, se a parte emocional do filme funcionasse, talvez eu tivesse gostado um pouco mais, mas não conseguiu criar atração e nem tensão. Um filme bem dispensável.
A Canção da Estrada
4.4 71 Assista AgoraÉ impressionante o realismo capturado neste filme (a minha impressão é que nada foi ensaiado). A história em si, é muito simples. Nós acompanhamos o cotidiano (seus costumes e cultura) de uma família pobre que vive numa aldeia rural na Índia.
A história é bem universal, sendo muito fácil se identificar com a mesma. Se fala sobre a vida e a morte (entre outras coisas, como o impacto do Ocidente na época). Ele pode até ter certos “problemas” no aspecto técnico (provavelmente por falta de recursos), mas nada disso tira o seu poder. É comovente, sensível e muito humano.
Eu ainda não vi as continuações, mas acredito que se trata de uma das melhores trilogias da história do cinema.
Trama Fantasma
3.7 804 Assista AgoraEu não tenho problemas com filmes que mostram o amor convencional e tal, mas como é bom e interessante ver um retrato de uma relação amorosa nada convencional. É um relacionamento muito complexo e diferente, com um final muito estranho e único, eu diria.
Eu sei que o foco do filme é o relacionamento, mas como gostaria de saber um pouco mais (principalmente de Alma) da história de cada um (embora tenha mostrado um pouco do passado de Woodcock, mas não o suficiente). Eu não achei nada arrastado, como muitos disseram. É muito dinâmico.
Eu não achei uma obra-prima, mas é tudo muito bem executado. O visual é simplesmente impecável. Eu gostei bastante e recomendo.
Arábia
4.2 167 Assista Agora“Vamos pra casa”
Outro muito bom filme brasileiro.
O filme fala sobre muitas coisas, principalmente como quão difícil é sobreviver sozinho no mundo. É bem retratada aqui a cruel e dura realidade de muitos operários brasileiros. Que trabalham muito pesado pra receber muito pouco. É muito tocante e triste à história de Cristiano (quantos outros devem existir por aí...), a sequência final é bem poderosa.
As pessoas deveriam conhecer mais o cinema brasileiro que é maravilhoso.
Era o Hotel Cambridge
4.2 99Eu gostei bastante. É o meu segundo filme de Eliane Caffé.
Eu amei “Narradores de Javé” (é um dos meus filmes preferidos). É uma diretora que merece atenção. Ela consegue misturar drama com humor de maneira muito eficaz, por isso os filmes são divertidos, leves e etc... Não deixando de lado sua mensagem social, é claro.
É interessante acompanhar refugiados de diferentes lugares do mundo e brasileiros sem-teto que moram num mesmo edifício onde são ameaçados de despejo. Eles precisam se organizar pra evitar o despejo que pode acontecer em qualquer momento, enquanto isso, nós conhecemos um pouco de cada um, suas preocupações e tal. Durante essa luta em comum, eles vão deixando suas desconfianças de lado e dando espaço para um sentimento de companheirismo e solidariedade com o próximo.
Eu não sei se é um padrão nos filmes de Caffé e tal, mas é costume ela querer trabalhar com a maioria de atores não profissionais (aconteceu em Narradores de Javé)? É uma opção muito acertada, pra mim. Dá um tom mais realista. O Dumont é um ator incrível.
O Leopardo
4.2 105 Assista Agora"As coisas precisam mudar para continuarem as mesmas".
Isso é um épico histórico.
Que excelente o retrato feito da queda aristocrática siciliana e da ascensão burguesa na época da unificação da Itália. O Don Fabrizio Salina (orgulhoso e inteligente) é um baita personagem. Ele e Tancredi (seu sobrinho) percebendo que a queda da nobreza era inevitável, resolveram conceder em certos momentos para sua sobrevivência, por isso Tancredi se uniu a Garibaldi e depois se casou com a filha de um rico, por exemplo.
Não há elogios suficientes para todo o cuidado técnico nesse filme. É simplesmente impecável. Ele exala uma enorme elegância, mesmo sendo um filme que mostra a decadência.
A sequência final (quase uma hora) do salão com o Don Fabrizio observando o fim de uma época e a chegada de outra, através do comportamento das pessoas no baile, é um negócio impressionante. É um dos melhores filmes da história do cinema.
O Samurai do Entardecer
4.4 47Excelente.
Não é o típico filme de samurai que tantos têm por aí, portanto, é importante estar ciente disso. O filme é profundamente humano, filosófico e melancólico. O enredo é ótimo, o Seibei é um personagem excelente, os diálogos me passaram a sensação de realistas com o contexto, as lutas (apenas duas) foram incrivelmente realistas. Ele mostra de maneira autêntica a vida de um Samurai que mesmo com uma renda baixa, sendo viúvo, consegue cuidar de sua mãe e suas duas filhas. O protagonista tem uma dedicação muito maior para com a sua família do que para sua vida como samurai.
O filme é praticamente todo narrado por uma das filhas (agora velha) de Seibei, se recordando do quão amoroso e honrado o seu pai era. Eu achei a narração bem dispensável, mas não é algo que chega a prejudicar o filme.
A cena que envolve toda a luta final é simplesmente incrível, pois poderia ser apenas uma luta como qualquer outra, mas é muito maior. Porque até chegar à luta em si, como já conhecemos muito sobre o Seibei, ele e o outro samurai tiveram uma conversa fantástica. E claro, a luta é muito bem coreografada, passando um realismo incrível.
Grande filme.
Em Trânsito
3.8 48 Assista AgoraEu gostei, mas não amei. A história faz um interessante cruzamento do presente com o passado, porque a Europa atualmente vive com um crescimento do neo-nazismo, a crise dos refugiados e tal, que praticamente necessitam um novo começo em um país estrangeiro. O filme consegue criar uma sensação de medo, nada gritante, mas de maneira sutil... O barulho das sirenes da polícia, por exemplo. No entanto, uma cena em que o medo bateu forte foi quando a policia fez uma batida no hotel onde estava o Georg. Uma mulher é arrastada pelo corredor, uma cena coisa horrível... Os outros hóspedes simplesmente ficando em silêncio, aliviados que não tinha sido com eles, é triste não poder fazer nada diante disso.
O meu maior problema foi em que à medida a trama continuava e tal, o romance entre Georg e Marie ganhava cada vez mais espaço, o filme praticamente se torna uma espécie de romance em tempo de fascismo, não que o romance em si, seja um problema. É que o romance foi todo muito distante e frio, pra mim. Eu queria sentir mais as emoções dos personagens... A narração em off, pra mim, foi uma quebra, infelizmente. Eu não gosto quando ela praticamente diz o que está acontecendo no momento da cena.
Enfim, penso em rever.
Crepúsculo dos Deuses
4.5 794 Assista Agora“Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”.
A crítica sobre Hollywood pode não surpreender tanto assim nos dias de hoje, por ter sido tão explorado, mas isso foi feito em plena década de 50, o que exigiu muita coragem. Ou seja, é importante levar isso em consideração. No entanto, mesmo com o passar de tantos anos, o filme não perdeu nada de sua intensidade, por exemplo. É trágico, cheio de suspense e muito poderoso.
O filme se preocupa em mostrar o que aconteceu com Norma (isso também serve para tantos outros). Ela é mais uma vítima desse sistema, era tão absorvida pela fama que quando é abandonada, acaba perdendo completamente o controle da realidade, por isso vive num mundo onde acredita ainda ser uma estrela. A atuação de Gloria Swanson é nada menos que incrível. A cena em que ela se veste de Charlie Chaplin e começa a dançar para o Gillis, ela é capaz de expressar toda uma delicadeza e tal, porém, em outros momentos, ela também consegue expressar todo o lado perturbador da personagem. É um negócio incrível mesmo.
A cena que Norma visita o set do seu antigo diretor e tal, num momento, um conhecido de Norma que já trabalhou com ela, acabou apontando um holofote para ela. Daí o que acontece: os atores que estão no set a reconhecem e todos vão cumprimenta-la. Isso mostra o poder da indústria cinematográfica. Que é capaz (por seus holofotes) de criar estrelas e conduzir o interesse do público.
O final com a Norma descendo as escadas... É uma das cenas mais memoráveis de todos os tempos. É imortalizada na história do cinema.
“Muito bem, Sr. DeMille, eu estou pronta para o meu close-up”.
É um filme atemporal e que nunca será esquecido. Obra-prima!
O Guerreiro Genghis Khan
3.5 120 Assista AgoraEu gostei. Ele tem problemas? Sim. Mas no final de contas, foi bem agradável, pra mim.
Eu acho que o maior problema está na narrativa, eu queria saber mais sobre as motivações do grande conquistador, queria ver como ele foi se tornando tão poderoso (o filme praticamente não explica isso). Mas chega ao final, o filme tem um salto temporal e estamos na batalha entre ele e seu irmão pra ver quem vai dominar a Mongólia...
O início é muito bom, ele escolhendo (na verdade, ela que escolheu haha) a sua esposa e tal. No entanto, a parte em que o Targutai assume o comando e demonstra o desejo de matar o Temudjin, fica um pouco repetitivo e chato. Depois dá uma boa melhorada, pois as batalhas são muito bem executadas, os cenários são realmente impressionantes. As atuações não são tão inspiradoras, mas não compromete.
Eu vou procurar conhecer mais sobre os costumes e tradições do povo mongol... É tão interessante, uma cultura tão antiga, que me parece pouco conhecida no Ocidente (não vejo muita gente falando sobre).
Enfim, é uma pena, porque percebe-se que não faltou investimento no filme, pois se tivesse um roteiro melhor, poderia ser um verdadeiro épico.
O Conformista
4.1 83 Assista AgoraEsse é um filme que rende uma ótima discussão.
É interessante ver o quão capaz o ser humano é de fazer para se encaixar num regime vencedor (no caso, o fascismo), para ser visto como “normal”, por isso a opção é se conformar. Marcello se torna informante, o que aparentemente trará benefícios para o mesmo dentro do sistema. Ele recebe uma missão para matar o seu ex-professor de filosofia em Paris. No entanto, torna-se um pouco mais complicado, porque o mesmo se apaixona pela esposa do ex-professor. É perceptível que a crença política de Marcello é inconstante...
O filme visualmente é impressionante. As composições, a iluminação, o trabalho de câmera e etc... Neste sentido, tudo é impecável.
O final é excelente. O arrependimento da vida não vivida (ele é homossexual e tal)... E ainda deixa a mensagem bem clara, pra mim: Que ninguém caia no conformismo. Uma pena que a humanidade num geral, é muito conformista. Filmão.
Ponto Cego
4.0 142 Assista AgoraÉ muito bom. O filme aborda várias questões atuais e muito importantes. Os dois personagens principais são muito bons, a dinâmica entre eles é incrível. O racismo é estrutural. Isso é enraizado, já faz parte do sistema. E nós temos que debater mais sobre isso. Eu não consigo imaginar o quão horrível deve ser encarar essas injustiças no dia a dia...
Eu não gostei muito da cena em que ele explica o significado de “Ponto Cego”, nenhuma sutileza nisso... E temos a cena final: Onde o Collin encontra o policial na garagem e tem um embate com o mesmo, é meio que forçado tudo isso (ele estar com a arma, por exemplo, não condiz com o personagem). O monólogo do rap é interessante, mas particularmente não senti muita força nisso.
A cena que Collin está correndo no cemitério e tem uma visão dos negros mortos e tal, é uma ótima cena.
Enfim, é um filme muito divertido e inteligente, eu realmente gostei. Eu recomendo muito.
Temporada
3.9 145 Assista AgoraO filme consegue prender a sua atenção o tempo todo, mesmo não abordando nenhum assunto “especial” em si. É apenas o cotidiano, é a vida real. Dá pra sentir toda a brasilidade aqui. É um olhar mais humano e sincero do povo brasileiro, saindo dos estereótipos e tal.
Eu gostei muito da representatividade. Os personagens são como a maioria das pessoas, sem aquele corpo padrão tão mostrados no cinema mainstream.
Enfim, sinto orgulho do cinema brasileiro.
Fé Corrompida
3.7 376 Assista AgoraEntão, isso de retratar homens que estão passando por uma profunda crise existencial e tal, é uma coisa que sempre gostei. Ainda mais quando uma parte do desespero é causada pela percepção que o mesmo vem tendo da humanidade. O problema é que o filme praticamente levanta muitos assuntos (meio ambiente, crise de fé e entre outros) complexos e profundos, mas não se aprofunda em nenhum, pelo menos, esse é o meu entendimento. Não seria nada mal um pouco mais de sutileza ao passar certas mensagens (os crimes ambientais, por exemplo), né. Eu acho que todo mundo seria capaz de captar a mensagem.
A mudança extrema do referendo é uma coisa que não me convenceu. Eu me refiro mais lá para o final, onde o personagem meio que entra numa loucura, digamos assim. Tipo, ele está passando por uma crise existencial e tal, mas chegar ao ponto de querer explodir todo mundo na igreja? Eu achei muito exagerado isso. Eu não achei condizente com o personagem.
Eu não gostei do final. Eu realmente não tenho problema com final abrupto, mas esse não me causou absolutamente nada. Ele e a menina se beijando não fizeram sentido nenhum, pra mim.
Enfim, o filme apesar das ótimas ideias, poderia ter feito de maneira mais sutil as abordagens...
Os Sete Samurais
4.5 404Clássico. Épico. É um marco na história do cinema. É indiscutível. O Kurosawa é um mestre, eu acredito que ele sempre será uma inspiração para qualquer um que queira fazer cinema de qualidade.
Qualquer pessoa que tenha assistido uma boa quantidade de filmes perceberá que em “Os Sete Samurais” existem muitos elementos que foram e ainda são reproduzidas inúmeras vezes. É uma história simples, mas é executada de maneira incrível (gente, é um filme de 54, olha o trabalho absurdo realizado aqui). O que falar sobre o uso climático neste filme? O vento forte, a chuva e etc... É tudo muito bem calculado, por isso as cenas são tão poderosas. A batalha final é simplesmente incrível.
E sobre o final... Os camponeses retornando a vida normal e tal, os samurais observando as lápides (com as espadas cravadas) dos samurais que morreram em batalha servem como um momento de reflexão para cada um deles.
Enfim, não entrou para os meus filmes preferidos, mas é filmaço e tem sua enorme importância.