não é um filme de tiro porrada e bomba. Segue uma linha muitíssimo bem executada de colocar o espectador como participante daquilo tudo ali. Jeremy Renner passa a ser um ótimo protagonista e a trama apela pra um lado emocional bastante eficiente.
Não entendi porque a galera credita a esse filme uma propaganda norteamericana. Eu percebi foi o contrário...
Eu me senti como me sinto lendo Eça de Queiroz: um tanto impaciente ("pra que tanta descrição?", eu me pergunto) mas sabedor da função daquela escolha pra narrativa. Esse filme, já pelo título, traz uma história fabular, em que os acontecimentos importam menos que um motivo final, um ensinamento, uma moral não declarada. Cabe, aqui, aos espectadores encontrar um desfecho que melhor lhes contemple.
Eu comecei a ver pra tentar pegar no sono, mas depois de um tempo fiquei super ligado nas imagens, todas muito impressionantes, e no alerta. Gostei muito também do por trás das câmeras e fiquei deslumbrado com o trabalho que essa galera fez pra conseguir obter essas imagens. Incrível mesmo.
olha só, esse rolê de pecado & redenção existe há muito tempo nas narrativas - sófocles que o diga - e foi isso o que mais me incomodou nesse filme. Existia uma espécie de "contrato" entre trama e espectador que foi rompido nesse último episódio. Quer dizer, a parte técnica desse filme é bem executada (aos trancos e barrancos e cortes e velocidade no espaço e destruição), mas aqui, parece, a gente percebe bem o que NÃO fazer num enredo: a gente tem uma colcha de retalhos mal feita, que não cobre àqueles que se interessam por star wars pelo o que ele é: uma obra original, uma história bem amarradinha, redonda.
cinema é isso, né? eu não tenho interesse nenhum no facebook ou no mark zuckerberg, tava relutante em ver esse filme, porque achei que era só propaganda para a rede social, mas depois me peguei vidrado nesse enredo - que nem é lá tão empolgante. Direção muito segura do David Fincher, criando tensões e camadas em uma narrativa, quase que em sua totalidade, burocrática.
interessante o narrador-testemunha ser justamente um professor, portanto mais esclarecido que os outros ali, assim como o fato de ser o único da aldeia que usa óculos. Numa análise semiótica, a gente pode dizer que ele é o que enxerga, de fato, os acontecimentos. Sendo um personagem bem educado, consegue analisar as situações melhor que os outros, todos embrutecidos. O filme é de uma violência simbólica mais terrível que os filmes gore, interessante também isso.
A parte do abuso sexual me deu um nó no estômago, que nojo. E depois a última parte do filme, terrível. Aquela câmera que coloca o espectador por um tempo tendo que encarar o feto, a tentativa de Otilia de se desfazer do feto, que horror.
1º: o título, extraído de uma fala de Benigno, que é uma grande ironia: As mulheres não falam no filme, então não há interlocução. É uma escolha narrativa do roteiro, adiantando já uma violência simbólica. 2º: A trama se constrói toda pela perspectiva de Benigno (e do Marco). Por isso, existe um sentimento meio turvo em relação ao que é "verdadeiro" e o que é, simplesmente, doentio. 3º: A metalinguagem com o filme mudo, Amante minguante, dá o tom didático - e necessário - para que não haja dúvidas a respeito do caminho em que a história segue: Benigno diz que se sentiu "atormentado" com o filme (e aí a coisa da penetração não consentida enquanto a mulher dormia), e é nesse momento em que ele abusa sexualmente de Alicia(?). O desejo reprimido é expresso tomando como partida uma obra de ficção, já que no "mundo real", Benigno é um homem minguante, um incel.
definitivamente, a coisa mais impressionante desse filme, pra mim, é como o enquadramento coloca o espectador em relação aos personagens: nos ambientes externos, parece sempre que nós somos testemunhas do que está acontecendo - compartilhamos o segredo, escondidos atrás de cortinas, grades, muros. Nos ambientes internos, somos lembrados da situação dos dois: as alianças, olhares, ausências. As simulações que as personagens fazem são, também, incrivelmente bem feitas, muitas vezes nos confundindo, porque são verdadeiras nos sentimentos.
o mais interessante nesse filme é a perspectiva: vemos em tela os atores/atrizes em posições horizontais, até mesmo de cabeça pra baixo. Essa naturalidade enquanto recurso estético utilizado é muito interessante porque reflete também na narrativa.
Eu assisti, anteriormente, Avatar(2009) e Matrix(2009), porque entendo que o cinema enquanto técnica tem uma história que precisa ser reverenciada. E 2001 cumpre com muito rigor a renovação dos recursos tecnológicos, unindo trilha sonora interessantíssima (porque ajuda a contar a história e cria a tensão no espectador) com um visual ainda bastante crível, verossímil.
A composição cênica desse filme é uma das coisas mais bonitas que já vi (o Kubrick manja demais de cenário, um mise en scene bem obsessivo, parece) e também ajuda a contar a história. Então, 2001 é um filme grandioso, mas que se desenvolve nos detalhes metafóricos.
Terminei Avatar, filme que só havia visto no cinema - há 11 anos atrás. A trajetória do herói, coisa tão batida no cinema, tá ali. A diferença é: a preocupação não com a mensagem, mas com a verdade. A língua, a botânica, a fauna. Tudo ali contribui pra um mundo de verdade. James Cameron se preocupou, além da tecnologia revolucionária, com a linguística, a biologia e a física. Grande acerto. A emulação do individuo toma forma quando ainda não se discutia sobre isso. Será uma influência de Baudrillard?
Quem reduz Avatar a um patamar menor provavelmente o observa com os "olhos presentes", que de fato enganam. Em 2009, Avatar é revolucionário pro cinema -e sua trama reinventa a roda. Tudo feito depois dali, em CGI, tem influência no que veio depois.
"ah, mas a história não é tudo isso". Claro que não, aí reafirmo: é a reinvenção da roda. Um filme que DEPENDE de sequências nunca será tudo isso no primeiro. É óbvio. Enfim, vamos pros próximos, explorando esse mundo de Pandora que tem muito conteúdo.
Guerra ao Terror
3.5 1,4K Assista Agoranão é um filme de tiro porrada e bomba. Segue uma linha muitíssimo bem executada de colocar o espectador como participante daquilo tudo ali. Jeremy Renner passa a ser um ótimo protagonista e a trama apela pra um lado emocional bastante eficiente.
Não entendi porque a galera credita a esse filme uma propaganda norteamericana. Eu percebi foi o contrário...
Era Uma Vez na Anatólia
3.8 60Eu me senti como me sinto lendo Eça de Queiroz: um tanto impaciente ("pra que tanta descrição?", eu me pergunto) mas sabedor da função daquela escolha pra narrativa. Esse filme, já pelo título, traz uma história fabular, em que os acontecimentos importam menos que um motivo final, um ensinamento, uma moral não declarada. Cabe, aqui, aos espectadores encontrar um desfecho que melhor lhes contemple.
Dez
4.1 54 Assista AgoraQuerida, não se vive sem perder. Viemos ao mundo pra isso.
Caché
3.8 384 Assista Agorasem dúvidas Haneke se inspirou no CLÁSSICO brasileiro "matou a família e foi ao cinema" para parte do plot deste filme
Nosso Planeta (1ª Temporada)
4.7 92 Assista AgoraEu comecei a ver pra tentar pegar no sono, mas depois de um tempo fiquei super ligado nas imagens, todas muito impressionantes, e no alerta. Gostei muito também do por trás das câmeras e fiquei deslumbrado com o trabalho que essa galera fez pra conseguir obter essas imagens. Incrível mesmo.
As Harmonias de Werckmeister
4.3 94um ótimo exemplo para o conceito de "banalidade do mal", da Arendt
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista Agoraolha só, esse rolê de pecado & redenção existe há muito tempo nas narrativas - sófocles que o diga - e foi isso o que mais me incomodou nesse filme. Existia uma espécie de "contrato" entre trama e espectador que foi rompido nesse último episódio. Quer dizer, a parte técnica desse filme é bem executada (aos trancos e barrancos e cortes e velocidade no espaço e destruição), mas aqui, parece, a gente percebe bem o que NÃO fazer num enredo: a gente tem uma colcha de retalhos mal feita, que não cobre àqueles que se interessam por star wars pelo o que ele é: uma obra original, uma história bem amarradinha, redonda.
A Separação
4.2 726chorei pela Somayeh
Caramba, esse filme não me deu um minuto de paz.
As Coisas Simples da Vida
4.3 121madrugada de domingo; frio em cuiabá, isolamento social e de repente eu me sinto abraçado por esse filme...
A Rede Social
3.6 3,1K Assista Agoracinema é isso, né? eu não tenho interesse nenhum no facebook ou no mark zuckerberg, tava relutante em ver esse filme, porque achei que era só propaganda para a rede social, mas depois me peguei vidrado nesse enredo - que nem é lá tão empolgante. Direção muito segura do David Fincher, criando tensões e camadas em uma narrativa, quase que em sua totalidade, burocrática.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 663 Assista Agora"nós roubamos essa ideia do filme os garotos perdidos"
Aquário
3.6 163the kids want to be so hard
but in my dreams we're still screaming
and running through the yard
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista Agorapensando aqui.......................................................
A Mulher Sem Cabeça
3.5 63o silêncio de Verô é ENSURDECEDOR.
A Fita Branca
4.0 756 Assista Agorainteressante o narrador-testemunha ser justamente um professor, portanto mais esclarecido que os outros ali, assim como o fato de ser o único da aldeia que usa óculos. Numa análise semiótica, a gente pode dizer que ele é o que enxerga, de fato, os acontecimentos. Sendo um personagem bem educado, consegue analisar as situações melhor que os outros, todos embrutecidos. O filme é de uma violência simbólica mais terrível que os filmes gore, interessante também isso.
A violência travestida faz seu trottoir.
4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias
4.0 263eu nunca parei tanto pra fumar durante um filme. Não pelas variadas cenas de cigarro, mas pelo contexto, dolorido, angustiante, horroroso.
A parte do abuso sexual me deu um nó no estômago, que nojo. E depois a última parte do filme, terrível. Aquela câmera que coloca o espectador por um tempo tendo que encarar o feto, a tentativa de Otilia de se desfazer do feto, que horror.
Mas é um filme necessário. Atemporal, até.
Fale com Ela
4.2 1,0K Assista Agoratrês coisas sobre esse filme:
1º: o título, extraído de uma fala de Benigno, que é uma grande ironia: As mulheres não falam no filme, então não há interlocução. É uma escolha narrativa do roteiro, adiantando já uma violência simbólica.
2º: A trama se constrói toda pela perspectiva de Benigno (e do Marco). Por isso, existe um sentimento meio turvo em relação ao que é "verdadeiro" e o que é, simplesmente, doentio.
3º: A metalinguagem com o filme mudo, Amante minguante, dá o tom didático - e necessário - para que não haja dúvidas a respeito do caminho em que a história segue: Benigno diz que se sentiu "atormentado" com o filme (e aí a coisa da penetração não consentida enquanto a mulher dormia), e é nesse momento em que ele abusa sexualmente de Alicia(?). O desejo reprimido é expresso tomando como partida uma obra de ficção, já que no "mundo real", Benigno é um homem minguante, um incel.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agora"estamos todos à beira do desespero. Só podemos olhar um para o outro e nos fazer companhia, tirar sarro de nós mesmos. Ou não?"
Amor à Flor da Pele
4.3 501 Assista Agoradefinitivamente, a coisa mais impressionante desse filme, pra mim, é como o enquadramento coloca o espectador em relação aos personagens: nos ambientes externos, parece sempre que nós somos testemunhas do que está acontecendo - compartilhamos o segredo, escondidos atrás de cortinas, grades, muros. Nos ambientes internos, somos lembrados da situação dos dois: as alianças, olhares, ausências. As simulações que as personagens fazem são, também, incrivelmente bem feitas, muitas vezes nos confundindo, porque são verdadeiras nos sentimentos.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista Agora"Vamos, será como no cinema! A gente finge ser outra pessoa."
Resgate
3.5 803cada EITA atrás de VISH...
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista Agorao mais interessante nesse filme é a perspectiva: vemos em tela os atores/atrizes em posições horizontais, até mesmo de cabeça pra baixo. Essa naturalidade enquanto recurso estético utilizado é muito interessante porque reflete também na narrativa.
Eu assisti, anteriormente, Avatar(2009) e Matrix(2009), porque entendo que o cinema enquanto técnica tem uma história que precisa ser reverenciada. E 2001 cumpre com muito rigor a renovação dos recursos tecnológicos, unindo trilha sonora interessantíssima (porque ajuda a contar a história e cria a tensão no espectador) com um visual ainda bastante crível, verossímil.
A composição cênica desse filme é uma das coisas mais bonitas que já vi (o Kubrick manja demais de cenário, um mise en scene bem obsessivo, parece) e também ajuda a contar a história. Então, 2001 é um filme grandioso, mas que se desenvolve nos detalhes metafóricos.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraTerminei Avatar, filme que só havia visto no cinema - há 11 anos atrás. A trajetória do herói, coisa tão batida no cinema, tá ali. A diferença é: a preocupação não com a mensagem, mas com a verdade. A língua, a botânica, a fauna. Tudo ali contribui pra um mundo de verdade. James Cameron se preocupou, além da tecnologia revolucionária, com a linguística, a biologia e a física. Grande acerto. A emulação do individuo toma forma quando ainda não se discutia sobre isso. Será uma influência de Baudrillard?
Quem reduz Avatar a um patamar menor provavelmente o observa com os "olhos presentes", que de fato enganam. Em 2009, Avatar é revolucionário pro cinema -e sua trama reinventa a roda. Tudo feito depois dali, em CGI, tem influência no que veio depois.
"ah, mas a história não é tudo isso". Claro que não, aí reafirmo: é a reinvenção da roda. Um filme que DEPENDE de sequências nunca será tudo isso no primeiro. É óbvio. Enfim, vamos pros próximos, explorando esse mundo de Pandora que tem muito conteúdo.
Os Irmãos Willoughbys
3.5 154 Assista AgoraFREUD CORRE AQUI!!!
"determinação, imaginação, esperança. Eu falei que sabia reconhecer uma boa história."