No começo achei perigosa essa narrativa de "a verdade segundo...". Depois, na parte final, achei desnecessária "a verdade", assim, de maneira tão didática. Mas, depois, fiquei pensando que, de fato, é preciso educar o público, pra não gerar interpretação equivocada. A verdade é a verdade de Marguerite. Ponto.
Eu sei pouco sobre parte técnica de cinema, sou da área da linguagens. E posso dizer que, enquanto texto, o último duelo é potente. E é potente porque desvela um tema terrível, presente na sociedade desde sempre, e mostra que as coisas não mudaram muito. Ainda estamos no século XIV.
no capítulo intitulado "a jornada", temos a câmera (portanto, o narrador) acompanhando o protagonista de maneira não usual: se antecipando a ele (que usa praticamente as cores da pantone 2021). Na encruzilhada, a câmera se situa a direita, o protagonista vai pela esquerda. Como seria e quais riscos enfrentaria se tivesse tomado outra direção? Não importa. "E é só isso?" "E o que mais haveria de ser?"
a série me pareceu muito mais um longa dividido em cinco episódios, então o desenvolvimento me pareceu bom, dentro do que se propõe: um recorte na vida de uma mulher, com uma questão importante para ser resolvida - e parece que resolve.
a câmera em primeira pessoa é muito importante pra colocar a gente na intimidade da Cassandra. Os closes (literais e metafóricos) nos apresentam muita coisa, a fotografia é muito bonita (luz fria/luz quente acompanhando estados de espírito), enfim. Tudo muito bonito.
Cruella é um tipo de filme que valeria muito a pena ver no cinema, pra aproveitar a ótima trilha sonora e qualidade estética dos figurinos. Tecnicamente impecável.
Mas, aproveitando o contexto, diria que o filme "deu pano pra manga": se alonga demais em alguns momentos.
eu gosto demais do andy serkis, e gosto demais do carnificina (aquela hq em que ele dá UMA PEIA no homem aranha é impressionante demais). Por isso não quero ver o filme, porque vai estragar a imagem que tenho tanto de um quanto de outro.
enquanto tragédia (teatro), esse filme funciona muito bem e entrega um final bem digno de Plínio Marcos: é o trivial - que carrega toda a reprimenda/frustração/derrota - que gera a imprevisibilidade e o desconcerto.
destaque pra porta que, quando aberta, revela o destino de Levee.
a força desse filme reside em um tripé que o favorece fortemente: o texto (a adaptação da peça reforça que é o elemento principal, já que no teatro dependemos da potência do texto dramático), as cores (o azul, que nos norteia. Simbolicamente, azul se liga à consciência) e a montagem (aqui muito bem utilizada para nos confundir/localizar na cabeça de Anthony.
Mais uma coisa: a maior parte do filme se passa DENTRO (poucas as cenas que o protagonista olha para fora e vê, possivelmente, o passado de maneira lúcida). A referência ao elefante (à boa memória) também é muito significativa pro contexto e as repetições, de onde não conseguimos escapar, porque estamos ali, cúmplices de anne e de anthony.
Esse Oscar deve vir pro Anthony Hopkins que entrega aqui uma atuação das mais comoventes e realistas possíveis.
No curso de Letras, nós tivemos Libras I e II. Fizemos estágio em uma escola para surdos e estive, por alguns dias, imerso na perspectiva deles. Acho que o filme foi fiel com muita coisa, porque conheci gente como o Ruben. Mas esse é só um ponto de vista particular meu. De todo modo, é um filme necessário.
faltavam 12 minutos pro filme acabar e eu ainda não tinha sacado qual era a dele. Entendi o discurso, achei bonito, gostei das escolhas, mas não tinha entendido. Até que, numa reviravolta, tudo fez sentido. Fico com a fala de David, que é uma fala de esperança e de orientação: "Vovó, o caminho não é esse". E de repente eu chorei, porque é isso mesmo a vida.
"(...) Suzuki havia declarado em uma entrevista em dezembro passado que a animação do filme estava pela metade e que o filme teria 125 minutos de duração. Na entrevista à Sight and Sound, Suzuki também afirmou que não espera que o filme seja lançado nos próximos três anos. (...)"
(do site do studio ghibli brasil, matéria do dia 10/03/21)
Eu, que sou um homem comum, me identifiquei com várias partes do filme, seja por questões geracionais (a figura paterna conservadora) seja por coisas pessoais (abacaxi é horrível e sou péssimo em matemática). E, por conta dessa identificação, a história de Taeko pareceu tão doméstica, porque também sou caçula, mas tão doméstica, que era como se eu pudesse olhar pra rua da minha antiga casa e ver aquela criançada ali. E esse sentimento foi bom, mas também me destruiu.
Isso, das memórias de infância - que muitas vezes são falseáveis - me trouxe uma melancolia com a qual vai demorar conseguir lidar. E eu só queria ver um filme pra "distrair". Tsc. O Renan de 10 anos essa noite vai ter que me fazer pegar no sono.
(chorando tal qual Taeko criança. Essa é a análise mais sentimental que já fiz.)
Raya: warrior; Sisu: mage; Boun: healer; Tong: tank e Noi: rogue. core completaço...
forçada de barra minha, ok. Mas eu gostei dessa jogada. E as cenas de ação estão melhores que em muito filme de ação por aí. E é bem possível também que eu fique horas analisando os frames com as texturas do filme.
Filme importante sobre a luta pelos direitos civis num contexto particularmente estranho (década de 60/70): EUA financiando ditaduras pela américa latina, maio de 68, guerra fria e tantos outros movimentos que ocorriam no xadrez global.
Acho difícil fazer uma obra artística que seja política, mas não panfletária. Esse filme consegue bem: as vezes em que ele parece escorregar para um romantismo ideário, há um retorno para a realidade documentada.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista Agora"Num deserto de almas também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra" (Caio F. Abreu), literalmente.
Cry Macho: O Caminho para Redenção
3.0 179 Assista Agoraacabou e eu fiquei: UÉ?... talvez venha um segundo: "cry macho, o inimigo agora é outro... ou o mesmo... quem sabe??????!"
Não tenho capacidade para julgar pois estou levemente alcoolizado, mas gostei da trilha, dos bichos etc.
Só que me pareceu um novelão mexicano (???) bem didático.
O Último Duelo
3.9 327No começo achei perigosa essa narrativa de "a verdade segundo...". Depois, na parte final, achei desnecessária "a verdade", assim, de maneira tão didática. Mas, depois, fiquei pensando que, de fato, é preciso educar o público, pra não gerar interpretação equivocada. A verdade é a verdade de Marguerite. Ponto.
Eu sei pouco sobre parte técnica de cinema, sou da área da linguagens. E posso dizer que, enquanto texto, o último duelo é potente. E é potente porque desvela um tema terrível, presente na sociedade desde sempre, e mostra que as coisas não mudaram muito. Ainda estamos no século XIV.
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista Agorano capítulo intitulado "a jornada", temos a câmera (portanto, o narrador) acompanhando o protagonista de maneira não usual: se antecipando a ele (que usa praticamente as cores da pantone 2021). Na encruzilhada, a câmera se situa a direita, o protagonista vai pela esquerda. Como seria e quais riscos enfrentaria se tivesse tomado outra direção? Não importa. "E é só isso?" "E o que mais haveria de ser?"
Persépolis
4.5 754tô há aproximadamente 72h pensando bem sobre esse filme..................
Manhãs de Setembro (1ª Temporada)
4.3 162a série me pareceu muito mais um longa dividido em cinco episódios, então o desenvolvimento me pareceu bom, dentro do que se propõe: um recorte na vida de uma mulher, com uma questão importante para ser resolvida - e parece que resolve.
a câmera em primeira pessoa é muito importante pra colocar a gente na intimidade da Cassandra. Os closes (literais e metafóricos) nos apresentam muita coisa, a fotografia é muito bonita (luz fria/luz quente acompanhando estados de espírito), enfim. Tudo muito bonito.
Luca
4.1 770É, eu também quero ser do clubinho dos underdogs...
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraCruella é um tipo de filme que valeria muito a pena ver no cinema, pra aproveitar a ótima trilha sonora e qualidade estética dos figurinos. Tecnicamente impecável.
Mas, aproveitando o contexto, diria que o filme "deu pano pra manga": se alonga demais em alguns momentos.
o Artie deu um gás ótimo pro filme, a Emma Thompson move montanhas com o olhar e eu queria um funko do wink sim.
A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas
4.0 494- Mãe, quem diria que ia se virar tão bem no apocalipse?
- Sou professora. Isso é um dia normal
me identifiquei demais (alô sexto ano!)
Venom: Tempo de Carnificina
2.7 637 Assista Agoraeu gosto demais do andy serkis, e gosto demais do carnificina (aquela hq em que ele dá UMA PEIA no homem aranha é impressionante demais). Por isso não quero ver o filme, porque vai estragar a imagem que tenho tanto de um quanto de outro.
Mushishi (1ª Temporada)
4.7 55ainda tô processando tudo o que acabei de assistir, mas posso dizer que esse anime salvou meus dias.
Chão
4.2 27a sacada da propaganda geladeira/fazenda é ótima. Se todo mundo tem uma fazenda, porque tem uma geladeira, então nem todo mundo tem fazenda.
A Voz Suprema do Blues
3.5 541 Assista Agoraaquele monólogo de seis minutos do Chadwick é uma das coisas mais primorosas que já vi.
enquanto tragédia (teatro), esse filme funciona muito bem e entrega um final bem digno de Plínio Marcos: é o trivial - que carrega toda a reprimenda/frustração/derrota - que gera a imprevisibilidade e o desconcerto.
destaque pra porta que, quando aberta, revela o destino de Levee.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista Agoraa força desse filme reside em um tripé que o favorece fortemente: o texto (a adaptação da peça reforça que é o elemento principal, já que no teatro dependemos da potência do texto dramático), as cores (o azul, que nos norteia. Simbolicamente, azul se liga à consciência) e a montagem (aqui muito bem utilizada para nos confundir/localizar na cabeça de Anthony.
Mais uma coisa: a maior parte do filme se passa DENTRO (poucas as cenas que o protagonista olha para fora e vê, possivelmente, o passado de maneira lúcida). A referência ao elefante (à boa memória) também é muito significativa pro contexto e as repetições, de onde não conseguimos escapar, porque estamos ali, cúmplices de anne e de anthony.
Esse Oscar deve vir pro Anthony Hopkins que entrega aqui uma atuação das mais comoventes e realistas possíveis.
O Som do Silêncio
4.1 988 Assista AgoraNo curso de Letras, nós tivemos Libras I e II. Fizemos estágio em uma escola para surdos e estive, por alguns dias, imerso na perspectiva deles. Acho que o filme foi fiel com muita coisa, porque conheci gente como o Ruben. Mas esse é só um ponto de vista particular meu. De todo modo, é um filme necessário.
duas coisas muito relevantes sobre esse filme: abordar a perspectiva da identidade surda e mostrar que o implante coclear não resolve tudo.
Minari - Em Busca da Felicidade
3.9 555 Assista Agorafaltavam 12 minutos pro filme acabar e eu ainda não tinha sacado qual era a dele. Entendi o discurso, achei bonito, gostei das escolhas, mas não tinha entendido. Até que, numa reviravolta, tudo fez sentido. Fico com a fala de David, que é uma fala de esperança e de orientação: "Vovó, o caminho não é esse". E de repente eu chorei, porque é isso mesmo a vida.
O Menino e a Garça
4.0 222"(...) Suzuki havia declarado em uma entrevista em dezembro passado que a animação do filme estava pela metade e que o filme teria 125 minutos de duração. Na entrevista à Sight and Sound, Suzuki também afirmou que não espera que o filme seja lançado nos próximos três anos. (...)"
(do site do studio ghibli brasil, matéria do dia 10/03/21)
:(
Memórias de Ontem
4.1 236Eu, que sou um homem comum, me identifiquei com várias partes do filme, seja por questões geracionais (a figura paterna conservadora) seja por coisas pessoais (abacaxi é horrível e sou péssimo em matemática). E, por conta dessa identificação, a história de Taeko pareceu tão doméstica, porque também sou caçula, mas tão doméstica, que era como se eu pudesse olhar pra rua da minha antiga casa e ver aquela criançada ali. E esse sentimento foi bom, mas também me destruiu.
Isso, das memórias de infância - que muitas vezes são falseáveis - me trouxe uma melancolia com a qual vai demorar conseguir lidar. E eu só queria ver um filme pra "distrair". Tsc. O Renan de 10 anos essa noite vai ter que me fazer pegar no sono.
(chorando tal qual Taeko criança. Essa é a análise mais sentimental que já fiz.)
Raya e o Último Dragão
4.0 647 Assista AgoraRaya: warrior; Sisu: mage; Boun: healer; Tong: tank e Noi: rogue. core completaço...
forçada de barra minha, ok. Mas eu gostei dessa jogada. E as cenas de ação estão melhores que em muito filme de ação por aí. E é bem possível também que eu fique horas analisando os frames com as texturas do filme.
Judas e o Messias Negro
4.1 516 Assista AgoraFilme importante sobre a luta pelos direitos civis num contexto particularmente estranho (década de 60/70): EUA financiando ditaduras pela américa latina, maio de 68, guerra fria e tantos outros movimentos que ocorriam no xadrez global.
Acho difícil fazer uma obra artística que seja política, mas não panfletária. Esse filme consegue bem: as vezes em que ele parece escorregar para um romantismo ideário, há um retorno para a realidade documentada.
WandaVision
4.2 840 Assista Agorapra mim, WandaVision é muito Black Mirror!
Asas
4.0 96Filmes que valem a pena ver num sábado à noite
O Mandaloriano: Star Wars (2ª Temporada)
4.5 445 Assista Agorana boa, eu queria ter visto isso no cinema. Em telona gigantesca com sonzaço e aquela sensação vergonhosa - pra mim - de sair da sala chorando.
Nomadland
3.9 897 Assista Agoratem filme que é preciso analisar.
tem filme que a gente só precisa suspirar e dizer "e eu sei lá, caralho?..."
Nomadland é um pouco do primeiro, mas muito do segundo.