Colegas, é surrpendente a genialidade do mestre Hitchcock em todas as suas grandes obras, inclusive nessa, sério. Eis um filme que nos fascina do início ao fim, a começar por uma teoria psicótica e genial ao mesmo tempo, e posteriormente, concretilá-za - ainda que parcialmente - mediante uma série de circunstâncais instólitas que somente o grandioso Hitchcock sabe criar, pôr na película e nos apresentar. Tudo nesse filme nos prende, o diálogo no início, o desenrolar dos fatos, a fotografia e o jogo de câmera inteligentíssimo capaz de soltar pistas aos espectador e fazê-lo imergir completamente na história. Uma vez eu vi um cara dizer que, até uma simples sombra nos filmes do Hitchcock quer nos dizer alguma coisa, e isso é puramente verdade. Nada é desproposital em seus filmes. Pacto Sinistro consegue se manter interessante ao longo de toda rodagem, é sufocante ver o Guy tendo que fugir de um psicopata a todo momento, pois na mente desse, eles firmaram um pacto e o outro tende a cumprir com a outra parte desse pacto. Mas, é ainda mais prazeroso o fato do diretor ter colocado uma personagem que se assemelha fisicamente com a vítima do assassinato justamente para que quando o assassino lhe visse pela primeira vez, ocorresse o que eu chamaria de "abatimento da consciência" porque o Bruno simplesmente teve um baque ao encontrar com essa personagem, e eu achei isso muito, muito inteligente mesmo, além de sua queda iniciar a partir desse ponto.
Os personagens são marcantes, a Barbará(Pat Hitchcock) é maravilhosa, uma personagem com uma personalidade sensacional e marcante, além dela ser a personagem que eu citei agora pouco e na minha singela opinião ser importantíssa para o desenrolar dos acontecimentos relacionados ao assassinato. E, se não bastasse, ainda pude contemplar uma boa partida de Tênis - e olhem que nunca fui de assistir, mas fiquei com os olhos vidrados o tempo todo no jogo - é absurdo a maneira que o diretor nos transporta para dentro de suas obras. Trilha sonora muito boa, enquadramentos marcantes, e cenas memoráveis fazem parte desse Thriller único e extraordinário.
É tocante, belo e sensível. Um dos melhores filmes que assisti e revi incontáveis vezes. Transita por diversos elementos e me causa um misto de emoções. Em todas as vezes que assisti eu ri e chorei horrores, assim como pude aprender muito com esse filme, com o exemplo de uma amizade sincera e completamente linda entre os dois personagens centrais. Importantíssimo frisar como essa amizade surge a partir de Cinema, pois é justamente aqui onde a mágica acontece, pois o cinema tem disso de acessar os recônditos da alma humana e trazer a tona o que estava oculto, assim como nos mostrar a realidade de um ponto de vista mais significativo. Não me importo se o que falei possa parecer puro sentimentalisto, o que me importa é a ligação que estabeleci com Cinema Paradiso e o modo como essa obra me tocou. Outro ponto a destacar é a brilhante trilha sonora e a intensa imersão que ela me concedu durante todo filme (Eu agradeço ao Itzhak Perlman por isso). O contato das pessoas com o cinema também é de tirar o fôlego, várias vezes me peguei imaginando qual foi a sensação daqueles que tiveram o primeiro contato com a sétima arte assim, no seu íntimo, sabe? Baita filme maravilhoso!
Eu ri horrores dos guris ficando louco com as atrizes nos filmes que eram transmitido no Cinema Paradiso. Também ri daquela cena em que, um cara cospe no público novamente, mas dessa vez jogam uma fralda de merda na cara dele. O guri na aula errando as contas e, teve a pachorra de dizer que o resultado de uma soma era "Natal", minha gente. O melhor de tudo: a reação do público a cada filme, sério, é hilário e genial ao mesmo tempo. Eu amo esse filme.
O filme possui uma trama muito instigante capaz de me deixar com os olhos fixos na tela o tempo todo, segue um padrão característico do próprio genêro, e ainda entrega uma reviravolta um tanto quanto excêntrica. Há elementos no que diz respeito a técnica e a ambientação que estão em perfeita sincronia com o estado de cada personagem a cada circunstancia ou momento. Jack Nicholson entrega uma atuação maravilhosa do início ao fim, juntamente da bela Fay Dunaway. No entanto, é um filme que causa uma certa frustração, insatisfação quando se encaminha alí para o final e, penso eu que isso ocorrre de forma proposital, para nos incutir uma reflexão.
Eu super descartaria a cena em que o Gittes estapeia o rosto da Evelyn Mulray mesmo sendo nessa cena em que a excêntrica reviravolta acontece e nos é revelada.
Na minha perspectiva, Gittes sabia bem ate onde ele poderia e conseguiria ir para ajudar alguém, no caso, Evelyn, e é justamente esse ato final que nos revira o estomâgo, nos causa um baque, e nos mostra que em Chinatown tudo que há de inescrupulosidade pode acontecer (e ele sabia muito bem disso). Um clássico!
Honestamente? Para mim, o Coringa do Jack Nicholson é o melhor. Eu adoro demais tudo que o Jack Nicholson conseguiu entregar nesse filme do Batman, absoulamente tudo mesmo, sua atuação impecável, os trejeitos, o linguajar, ele rouba a cena completamente, colegas. Um genio! Gosto de como o personagem articula todos os seus crimes de uma forma que nos gera completa imersão na obra e tudo com uma tonalidade cômica maravilhosa. Sim, comecei falando do Coringa dele porque o adoro muitíssimo mesmo.
Já o filme, é bem bom, e ter sido produzido pelo Tim Burton deixou tudo melhor, inclusive sua Gotham City é surrea. Ele não só conseguiu conceder uma obscuridade a ela como também soube correlacionar isso com o passado do Batman e com toda criminalidade inerente à Gotham! Há algumas cenas que considero sensacionais, alguns diálogos interessantes, e a maravilhosa da Kim Basinger entregou tudo. Nada contra o Michael Keaton, só acho que ele poderia ter entregado um pouquinho mais na atuação, revendo, percebi isso, sabe? Mas isso está longe de ser um reclamação gigante da minha parte, é apenas uma mínima observação mesmo. Eu gosto demais desse Batman também, do equilíbrio na sua personalidade, não é somente um Batman sério há todo tempo. Foi ótimo rever o filme depois de tanto tempo.
Eu possuo uma relação bem conturbada com o gênero terror, honestamente não consumo quase nada do gênero. Porém, concedi uma chance à "X" e me surpreendeu positivamente. Diferente dos filmes de terror repleto de sanguinolência e mortes idiotas, X possui inúmeras camadas que podemos interpretar de diversos ângulos ou perspectivas distintas. Não é somente terror por terror, é um terror com uma crítica interessante, uma tonalidade cômica equilibrada e mortes legais. Muito inteligente do Ti West apresentar uma pregação logo no início do filme como uma espécie de prenúncio acerca do que estar porvir e no final nos entregar um plot twist genial nessa mesma pregação, sério. Além dos cortes entre um acontecimento ruim e ao que está sendo dito na tela da pequena TV por aquele pastor.
O contraste entre jovialidade e velhice, a capacidade de poder fazer o que quiser porque suas condições físicas ainda permitem mas também não poder porque elas já não permitem mais e o que resta é o sentimento de insuficiência e frustração explica bem as ações de ambos os grupos: os jovens e o casal de idosos. Confesso que senti um pouco de pena do casal de idosos, não me julguem. Outra coisa: durante toda narrativa o Ti West solta algumas coisas que de certa forma já tornam previsíveis alguns acontecimentos, talvez isso seja característico de filmes do gênero mesmo então não vou reclamar disso. Ele também trabalha acerca das relações, e aqui podemos incluir aquele primeiro personagem que morreu e sua frustração em "partilhar" a parceira com outro, certeza que apareceu alguém dizendo que a culpa é da monogamia, bicho. Sendo que vai bem mais além.
Em suma, é um bom filme, temos a Jenna Ortega entregando uma boa atuação, essa guria sabe bem em que trabalhar, eu só queria um pouco mais dela. Mia Goth rainha demais, caras. Do começo ao fim essa atriz entregou foi tudo.
edit: Todo mundo se atentando no pau do Kid Cudi, hein? Vocês não perdoam nada, velho. edit2: Aquela cena da velha dando um tiro na Maxine e voando longe ficou foda demais, eu não sabia se eu ria da velha ou se eu ficava "porra, que loucura de cena" kkkkk.
Qualquer pessoa que vá assistir Ran esperando batalhas no estilo atual dos filmes atuais se decepcionará com Ran. Mas aqueles que vão assistir esperando uma obra prima no que diz respeito a narrativa, fotografia, construção das personagens e suas profundidades se sentirão maravilhados com a beleza e a arte que essa obra prima exala. Houve momentos em que eu pensei estar vendo quadros de obras de arte renomadas em minha frente, inclusive na primeira batalha que ocorre nesse filme, que por sinal é uma das melhores batalhas do cinema, acho que é a melhor, na verdade. Genialidade do autor em conduzir e orquestrar detalhe por detalhe é o que torna esse filme grandioso, a profundidade nos diálogos regados de sapiência deixa tudo ainda mais belo, os personagens com suas motivações e contrastes nos causam um misto de emoções. O modo como a obra trabalha o declínio de um homem e sua árdua relação com a insanidade é totalmente insólita e diferente de tudo que eu já vi no cinema.
Gosto de como o Akira Kurosawa deixa claro que, quando se trata de poder, riqueza, terras e novamente poder, até os laços mais firmes tendem a ser quebrados por aqueles cuja ambição se apodera totalmente. Hidetora percebe isso ao longo de toda narrativa e de fato mergulha-se numa profunda insanidade, sem escapatória. Não é só o declínio de um homem mas de seu império e de sua família. Ele também deixa claro que, não importa quanto tempo passe, mais cedo ou mais tarde tu pagarás pelos seus pecados, e o Hidetora sentiu isso na pele mais do qualquer outro personagem. Que filme, meus amigos.
De todos os filmes do Denis Villeneuve, O Homem Duplicado foi aquele que me exigiu um esforço mental mais aguçado para que eu o entendesse, honestamente. É um filme deveras brilhante, fenomenal mesmo porém exige muito de quem está assistindo, uma completa imersão e atenção, principalmente aos detalhes e em alguns diálogos bem específicos porque são eles que nos ajudará a compreender toda complexidade que essa obra exala (e que complexidade, viu). Não vou me ater à explicações porque a grande maioria já compreendeu o filme ou foi no youtube assistir aqueles vídeos do tipo "final explicado" mas gostaria de expor a minha imensa satisfação com algumas coisas: primeiro com a atuação insólita do Jake Gyllenhaal, não é fácil transitar entre personalidades mas ele consegue e o faz muito bem, além de conseguir transmitir toda emoção do personagem, seu cansaço e descontentamento( o filme também foca muito nessa questão relacionada ao protagonista). Outro ponto: eu adorei a paleta de cores que foi utilizada, sério, é de encher os olhos. Não considerei o ritmo lento, muito pelo contrário, para mim passou rapidamente e quando me dei conta eu já tinha terminado de assistir algo que deixou minha mente explodindo por horas. E a genialidade do Denis Villeneuve em apresentar elementos iniciais que ele sustenta ao longo da narrativa, tornando-os mais sólidos para no final encaixá-los perfeitamente bem? Surreal. Por isso digo que é necessário grudar os olhos na tela e prestar atenção aos detalhes e símbolos. Falando em símbolos, a metáfora com as aranhas deixa tudo mais genial ainda, é sério, esse homem é fantástico. É um daqueles filmes que me deixou com gostinho de quero mais, e eu queria mesmo, porque que filmaço.
Uma produção excelente do Robert Eggers e da A24. O Farol é um filme simbólico, alegórico, metafórico e deveras imersivo, cheios de referências geniais. Gosto de como o diretor brinca de maneira magistral com diversos elementos para nos conceder uma experiência para além do comum, e consegue fazê-lo, é claustrofóbico, desnorteante, desconfortável e inconstante propositalmente. Os dois personagens cujos atores se entregaram de corpo e alma para dar vida aos mesmos apresentam uma relação instável, insana, em um ambiente inóspito e insalubre, nos agraciam com momentos recheados de loucura e obscuridade. É como se eu estivesse ali, vivenciando a experiência de ser um Faroleiro, sentindo todas as mesmas coisas que eles sentiram e passaram, porém, aqui do meu canto,sabe? E a maneira como o Eggers utiliza dos movimentos de câmera, da fotografia, do recurso sonoro deixa tudo mais incrível e realista, é realmente um terror psicológico imersivo.
A construção de ambos os personagens, sendo um deles fruto de imaginação e de uma consciência pesada e culposa torna-se cada vez mais intensa, sólida, nos rende inúmeras interpretações, os elementos se encaixam, a relação de ambos também é intimista e apresenta um equilíbrio de poder. E o final, aquela cena final??? Incrível, mesmo! Eu diria que o Thomas Howard ao estar de frente com aquela luz teve o seu pecado exposto e de imediato recebeu o seu castigo, algo do qual ele vem tentando se desviar durante todo filme, utilizando-se principalmente do álcool para isso.
Robert Pattinson e Willem Dafoe se entregaram de corpo e alma, repito isso porque é um dos pontos maravilhosos desse filme, a atuação de ambos, sério. Embora o ritmo seja lento, as coisas acontecem de forma bem devagar, não vou considerar um demérito porque eu realmente gostei do filme e para mim passou bem rapidinho até.
Eu honestamente me sinto deveras feliz por não ter ido gastar um centavo sequer ao cinema com esse filme. O trailer que me pareceu apresentar uma obra promissora me enganou muito bem. Baixei o filme e assisti na intenção de ver algo mais relacionado ao espaço e a própria lua, mas vi uma mistura muito sem sentido, uma série de conflitos apresentados rapidamente e sem quaisquer explicações que se aproxime minimamente de noção. Um drama mal colocado nas relações conflituosas dos personagens, atitudes idiotas deles em meio a um desastre lunar, sério, esse filme é o esplendor da decadência. Não ouso nem elogiar a parte gráfica e os efeitos especiais porque, de modo sincero, nem isso conseguiu me surpreender. Enfim, entrou para lista de um dos piores filmes de 2022.
Uma das coisas que eu mais priorizo em um filme é sua capacidade em me deixar preso de forma ininterrupta no mesmo durante toda rodagem, inclusive se apresentar uma narrativa interessante e, Entre Facas e Segredos, conseguiu realizar essa proeza desde o início. Tudo nesse filme é sensacional, sério. O elenco incrivelmente maravilhoso, as atuações, o humor nada exagerado porém que me tirou altas gargalhadas, as piadinhas e sacadas inteligentes, sabe? É cheio de plot twist geniais, tipo, tu pensa que é tal coisa mas é outra, tu pensa que foi fulano que fez x coisa mais foi outra pessoa, essa sensação de tentar desvendar o assassinato juntamente dos personagens que a obra concede é gostosinha demais e é tudo muito bem amarradinho, as explicações se encaixam, fazem sentido e você fica: uau, isso aqui está bom demais da conta, não quero que termine.
Gosto de como é trabalhada a questão familiar aqui, de como os filhos do Thrombey mostram com clareza que, quando há dinheiro - e uma fortuna, galera - envolvida na parada, não existe laço familiar algum, não existe reconhecimento genuíno com a enfermeira que cuidou do pai deles (Martinha, tu venceu lindamente, mulher) o que importa é somente e unicamente a fortuna. Foi sensacional ver a cara de cada um deles quando foi lido o testamento, o império pessoal de cada um sendo ruído aos poucos. O surto de geral encheu meus olhos, digo mesmo! E o Daniel Craig? Um primor, amigos, um primor como Benoit Blanc. Há uma boa fotografia também, o fluxo narrativo é ótimo, ritmo muito bom. E aquela cena no final, com a Martha e a caneca? Venceu demais. É tudo muito divertido! Eu amo demais Entre Facas e Segredos, obviamente gostaria de falar detalhadamente sobre o filme, parte técnica etc mas eu tô tranquilo, só quero registar minha satisfação com essa obra maravilhosíssima mesmo, assim, de forma sucinta.
Honestamente? Que filme mais paioso, minha gente. O primeiro já não havia me agradado tanto, esse, piorou a situação. De início, é um filme recheado de piadinhas bobas e o Venom está mais para um palhaço propriamente dito do que um anti-herói, sério. A briguinha pueril dele com o Eddie torna tudo ainda mais boçal e, eu não consigo levar o Eddie Brock a sério, vocês que me perdoem mas não dá, acho ele boçal demais. E o surgimento do Carnificina? Muito forçado, muito mesmo! Se tem algumas cenas desse filme que eu curti, foram as de pancadaria entre o Venom vs Carnifica, e a cena do casamento na qual toca Lacrimosa, do Mozart. Outra coisa: a fotografia desse está bem melhor em relação ao primeiro, tal qual a ambientação também, de início percebe-se isso. O casal de vilões poderiam ter sido explorados melhormente, mas não o fizeram. Woody Harrelson entregou algumas cenas bem bacanas. Enfim, o filme é ruim? Sim, mas é aquele ruim que tem pouquíssimas coisas boas nele - se é que me entendem kkkk.
É interessante os diálogos acerca da consciência, transplantação de um cérebro para um corpo sintético/cibernético, sobre a tecnologia de aprimoramento que está incrustada na sociedade nesse filme e a "substituição" da humanidade para máquinas ou IA'S. Porém, diferentemente de centenas de filmes que exploram mais essa substituição de maneira mais aprofundada, Gost in The Shell centra-se mais na dualidade da protagonista em relação ao seu próprio passado e natureza, pois ela sempre se encontra em dúvida sobre quem de fato ela é/ou foi no passado, ser humana ou não ser, embora ainda se dispõe de um cérebro e de uma consciência. Eu particularmente considerei aquela revelação do Kuze nada genérica para explicar os motivos dele querer se vingar, o que também foi o pontapé para a Motoko entender quem de fato ela era e o que apagaram de sua memória.
Eu senti falta de um pouco mais de ação e de um ritmo mais frenético, não é um filme arrastado de maneira alguma mas também não chega a ser empolgante, sabe? É razoável visualmente falando, poderiam ter melhorado muito nesse ponto, honestamente. Scarlett Johansson entregou uma atuação bacana, mas teria sido massa ver uma asiática no papel principal. Juliette Binoche sempre interpretando aquela cientista brilhante, com respostas incríveis aos seus "pacientes", né? Lembrei dela em High Life(risos). É um passatempo legalzinho, há obras que abordam essa temática Cyberpunk bem melhores.
Lembro-me de quando assisti esse filme pela primeira vez e achei o máximo, agora, com a idade e bagagem cinematográfica que tenho, revi e admito que não tive a mesma impressão. O filme tece críticas substanciais ao consumismo exacerbado, ao capitalismo, trabalha muito a questão do personagem ocultar a própria personalidade para viver em prol de um padrão já estabelecido pela sociedade, que a maioria das massas já seguem por mais pura cegueira e alienação. Há algumas reflexões frutíferas e boas para serem discutidas num café com os amigos mas e depois? Torna-se um pouco monótono, chato e quando é revelado sobre o surto psicótico do personagem, sem comentários..Mas, a cena final, é sem sombra de dúvidas extraordinária, me lembrou de um quote do filme Capitão Fantástico: "Poder ao povo. Abaixo o sistema!” não sei se estou viajando na maionese mas lembrou.
Eu quebrei um hiato de 9 anos sem frequentar o cinema para assistir esse filme, quero dizer, essa preciosidade. Minhas expectativas em relação à No Way Home eram grandes e posso dizer que a maioria foram cumpridas. Entregaram um prato cheio para os fãs da franquia, do personagem e de toda sua história seja nas HQS e nos filmes anteriores. O filme não se resume somente a ações frenéticas mas existe toda uma contextualização importantíssima que resgata o passado de dois outros personagens essenciais, eu obviamente estou falando dos outros dois miranhas e do trabalho singular tanto do Tobey quanto do Andrew. E também trabalha com maestria o amadurecimento do Peter, do Tom Holland.
O humor presente é muito bem trabalhado, tão bem, que adaptaram até aquele famoso meme dos três para película, velho. A interação deles nos emociona, nos faz rir, chorar e ficar imensamente satisfeitos. Anteriormente eu falei sobre resgatar o passado dos personagens e a valorização aos atores que representam cada um deles, isso ocorre com os vilões também que, particularmente, eu achei sensacional vê-los todos reunidos. Não vou dizer que eu desgostei porque eu realmente amei o filme, porém, só achei o melodrama na interação do Peter com a Mary Jane um pouco forçado às vezes ou sem graça. Exceto isso, adorei as demais interações de ambos, de como ela se preocupa com ele e vice-versa, assim como o Ned também. E O DOUTOR ESTRANHO? Perfeito, como sempre. Mais uma vez ele se mostrou muito overpower e isso só me deixou com mais vontade de assistir o próximo filme dele, minha gente.
O que dá ainda mais sentido e traz um peso muito significativo ao filme é o sacrifício do Peter, no final, eu vi gente dizendo que "broxou" com isso e me questionei se essas pessoas de fato entenderam qual é a proposta desse filme e o que de fato é ser um super-herói. Peter já sabia das consequências, tomou uma decisão visando o bem dos amigos e de toda humanidade e não foi nenhum pouco egoísta. Isso mostra o quanto esse menino amadureceu. Onde isso é motivo pra broxar?? Complicado. Os efeitos especiais ficaram bem bons, Doutor estranho e Peter na dimensão espelhada me ocasionou um orgasmo visual! A cena dos dois Peter abraçando o Peter do Tom(kkkk) é muito emocionante e uma das melhores cenas do filme. E outra coisa: não perderam a mão no que diz respeito a linha do tempo, quem assistiu Loki(a série) sabe bem do que estou falando e, nas cenas pós-créditos, isso também ficou comprovado. Feige ainda terá muito trabalho para conectar todas as leis, já que estamos falando de um multiverso, mas acredito que ele não perderá a mão nem entregará algo superficial nos próximos filmes da Marvel.
Resumi bastante meu comentário porque se eu for discorrer sobre tudo que eu gostei, minuciosamente, o textão vai se tornar um livro! Eu vou dar cinco estrelas pra essa obra sim, esse fan service maravilhoso e é isso!
Em Duna, Denis Villenueve nos entrega um filme introdutório com uma qualidade imersiva inigualável em relação às suas demais obras cinematográficas. Ele não se preocupa em entregar uma trama repleta de conflitos no estilo Star Wars, mas sua maior preocupação reside em nos apresentar o universo de Duna e as simbologias juntamente dos elementos que compõem o mesmo, ainda que inicialmente. Com uma capacidade magistral ele nos arrebata de uma maneira única e muitíssima poderosa conforme explica como funciona um pouco desse universo, as relações de poder, o campo em que os personagens estão inseridos, os conflitos entre as Casas e a hierarquia já estabelecida entre uma Casa e outra. Trabalha também temas como exploração, práticas de comércio desleais e repugnantes, principalmente escravidão (fato esse que fica nítido em diverso diálogos). Não há intenção alguma de apressar os acontecimentos, e o ritmo mais lento em conformidade com uma carga dramática essencial nos envolve totalmente. Não considero "lenga-lenga" muito pelo contrário, ainda que o ritmo seja um pouco lento, eu não consegui desgrudar os olhos da tela um segundo sequer. Denis também utiliza todos os recursos possíveis para nos entregar uma experiência inesquecível, e nesse aspecto enalteço veementemente a experiência sonora que esse filme nos concede. Sério, o "sound design" em Duna é coisa de outro mundo, a maneira como ele utiliza disso para nos inserir ainda mais na obra nos cativa e surpreende demais.
O conflito do Paul está para além do conflito com inimigos externos, pois seu maior conflito é consigo mesmo, com o "fardo" que ele carrega de ter que cumprir todas as expectativas e tornar-se o sucessor de seu pai ou, para alguns, uma espécia de Messias. Sua relação com sua mãe apresenta uma instabilidade deveras válida e que, de certo modo, traz consigo um peso ainda maior à obra. É importante observar o fato de que a Lady faz parte de um grupo absurdamente poderoso, porém em diversos momentos ela se porta como se fosse o ser mais fraco do universo. Os cenários, os figurinos, o destaque ao detalhes, a sonoplastia, os atrativos visuais( estou falando das Naves mesmo, gente, eu adorei) colaboram substancialmente para deixar tudo ainda mais extraordinário. Só torno a repetir que, por ser um filme introdutório, ele apresenta os elementos iniciais, não vá assistir esperando conhecer todo universo de Duna porque tem muita água para rolar ainda. E mesmo sendo introdutório, já é uma obra-prima em tantos níveis, digo com tranquilidade. Eu amei e merece cinco estrelas, sim!
Psicose foi uma pancada gigantesca na censura da época e, logo de início, em pouquíssimos minutos de tela. É intenso, envolvente e muito bem construído desde sua primeira cena até a final. Hitchcock sempre produziu seus filmes de forma meticulosa, detalhista, e aqui não foi diferente. Nada em Psicose é casual ou desproposital. O texto, o domínio proeminente de câmera, o sombreamento denunciando o que está por vir e referenciando a dualidade do antagonista nos mostra quão observador e proeminente era o diretor. Eu gosto do diálogo inicial entre o Norman e a Marion, aproveito para enaltecer o Anthony Perkins que deu vida a um dos maiores antagonistas do cinema de uma forma magistral. Possui dois plot twist geniais e o final com uma revelação insana nos deixa extasiado. Mesmo tendo assistido novamente eu não deixei de ficar surpreso e arrepiado com o final. Embora o primeiro plot seja sensacional, ele deixa uma incógnita em relação à protagonista e a real atitude que ela tomaria caso tudo estivesse corrido bem, a gente meio que fica à mercê de um questionamento sobre a moralidade da personagem.
É importante ressaltar que a linguagem cinematográfica em Psicose se encontra nos detalhes, nas angulações da câmera, numa simples sombra em uma parede que revela a dupla natureza do Norman Bates, os cortes repentinos e o plano-sequência nas cenas de assassinato. Outra coisa belíssima: a trilha sonora épica. O Bernard Herrmann entregou uma trilha sonora que está em perfeita sincronia com a obra de modo geral. Bem fez Hitchcock ter escutado esse homem. Para mim, é sem dúvidas uma obra-prima.
Festim Diabólico se sustenta com diálogos interessantes, principalmente acerca do assassinato que é o tema e a discussão principal durante toda trama. Há planos-sequência e alguns enquadramentos bacanas mas eu senti que o diretor concedeu algumas explicações bem superficiais para alguns acontecimentos, inclusive quando se aproxima do final, meio que apressou demais. Talvez pelo fato do casal terem praticado tal assassinato por causa de uma inspiração filosófica, faltou-lhe aprofundar mais nesse sentido filosófico? Não sei. De maneira alguma é uma obra ruim, eu só não me senti tão intrigado assistindo. Vale apena enaltecer mais uma vez o cuidado do diretor com os detalhes, principalmente aqui onde todo filme se passa em uma única locação. Que coisa mais obscura e poética essa de conceder uma festa com um cadáver dentro de um baú que servirá de mesa de jantar enquanto os convidados discutem - justamente - sobre assassinato. Só o mestre Hitchcock para criar algo assim. Merece 4,5, pois embora não tenha me cativado muito, ainda têm seus pontos positivos e eu sou fã demais do diretor. Não me julguem.
O segundo filme que assisti sendo da filmografia do Takashi Miike. Eu confesso que foi necessário pausar algumas vezes para que eu conseguisse digerir o que estava na película pois o nível de insanidade presente está para lá de extremo. É um filme ultra-violento, sanguinário, sem dosagem alguma na violência e essa está incrustada na trama inteirinha. Takashi não se preocupa em dosar ou medir coisa alguma, ele criou uma obra com cenas com alto teor de gore, mulheres sendo espancadas e torturadas da forma mais brutal possível e, para mim, tais cenas foram as mais difíceis de serem digeridas. Compreendo que o diretor denuncia a violência às mulheres e trabalha outras problemáticas que infelizmente fazem parte da realidade há anos mas realmente foi custoso digerir. Esse pico de violência se sustenta desde o seu início até o final da obra.
Há um retrato fiel da máfia japonesa, no caso, a Yakuza, e sinto que ele estava muito livre trabalhando num campo que ele conhece de forma substancial. Não há eufemismo algum, pois o filme se aproxima demais do que é de fato a Yakuza. Temos dois personagens insano, que se contrastam de uma maneira muito mórbida. Kakihara é totalmente sádico, não apresenta variação alguma nesse ponto, ele é cruel, inflexível e o personagem que mais se destaca e traz um peso significativo para obra. Em contraste a ele, o protagonista Ichi é um indivíduo que desde sua meninice fora atormentado e carrega um trauma consigo, estando agora sob efeito de uma espécie de hipnose, ele vira uma marionete na mão de um outro personagem que utiliza do seu trauma para manipulá-lo nas sombras. Existe uma dualidade no seu comportamento, ele é um chorão e também um assassino sangue frio, ao mesmo tempo que ele mata sorrindo e se excita com isso, ele chora, dando a entender que ele não tinha total consciência dos seus atos. Me senti confuso nesse ponto e em alguns outros porque a trama se apresenta de forma desconexa diversas vezes.
No final, acredito que o diretor quis esclarecer que ninguém escapa impune dos crimes que comete, cedo ou tarde pagarão da pior maneira possível. Todos os personagens possuem finais trágicos, ninguém se safa, e a trama se encerra. Takashi brinca demais com o psicológico e o estômago do espectador nessa obra incrivelmente obscura.
É um bom entretenimento e cumpre ao que se propõe. Em poucos minutos de rodagem eu já pirei com uma cena que me deixou boquiaberto, gente. Desde o início o filme expõe uma ponta que vai se amarrando às outras e nos dá a total compreensão no final, não divaga da sua proposta, sabe? O Mark é um energúmeno, sério. O cara pensou em literalmente tudo para dificultar a vida da Emma e ferrar com ela, e isso desde o começo do filme, desde a cena dele presenteando ela com aquele colar, velho. Ele é a personificação da vida quando essa quer ferrar com a gente. Megan Fox coberta de sangue foi o motivo do meu colapso. Eu acho essa mulher um primor mas nesse filme faltou alguma coisa nela, não sei bem dizer o que, acho que faltou convencer mais nas cenas dela nervosa? Não sei. Fiquei incomodado com o irmão do Boby e achei forçado aquela cena dele fora da casa e a Emma deitada no gelo, assim: o cara passou pertinho dela, ela se deitou rapidamente e ele não viu ela? Não engoli. É um suspense legalzinho, nada extraordinário, consegue nos entreter e dá para assistir comendo uma pipoquinha.
Barão Omatsuri é um dos antagonistas mais obscuros dos filmes de One Piece. Eu adorei como o filme se inicia numa leveza, naquela interação gostosinha entre os Mugiwaras, e conforme a trama transcorre uma obscuridade toma conta de todo filme. Não é um filme que apresenta lutas extraordinárias e nem foca nisso mas sim na contextualização desse antagonista que até então era muito misterioso. One Piece sempre trabalhou a importância de uma amizade leal e sincera e outra vez nos ensina a lutar verdadeiramente pelos nossos laços mais importantes. Na cena em que centenas de flechas caem sobre o Luffy eu só consegui lembrar daquela frase icônica dele para o Sanji, no arco "Whole Cake", no qual ele diz que ainda que lanças caem sobre ele ou que ele fique com fome, ele continuaria esperando pelo Sanji. Cena icônica! O traço quase livre ficou muito bom também!
É uma obra-prima do início ao fim. Existe somente uma única coisa que eu desgostei minimamente em 1917 mas que eu consigo relevar de uma forma super tranquila porque eu sou fã à beça desse filme. Sua condução, o plano-sequência, a imersividade inigualável e a tensão que ele me causa toda vez que eu revejo são pontos que o torna belíssimo. Não é maçante, não é chato nem muito menos entediante; é um retrato da guerra, de como ela realmente é, e de como a natureza humana torna-se muito mais frágil do que o papel nesse panorama caótico. Para mim, o conflito maior dos dois personagens centrais residia na duvida sobre um dia serem capazes de retornarem para seus lares, para aqueles que amam e os amam, suas famílias e amigos, e nesse ponto o filme trabalha com dignidade tal questão, não foca somente no propósito deles de entregarem a tal mensagem mas também nos sentimentos de ambos personagens, na dor de perder um amigo no campo, na frustração do ser ante ao inesperado, ao repentino, é tudo muito conduzido de uma forma magistral e os elementos se encaixam harmoniosamente. Não são só os efeitos especiais insólitos ou a parte técnica no geral que tornam o filme fascinante mas sim a mensagem que ele transmite, eu sei que estou dizendo uma obviedade, no entanto às vezes nos preocupamos mais com os efeitos especiais ou com a estética e nos esquecemos de refletir sobre o que está na película. Eu já disse e torno a dizer: é uma obra-prima do início ao fim. Dispenso um aprofundamento abrangente porque eu só quero sentir, sentir e sentir.
Uma das coisas que mais me chamou a atenção no protagonista é o infortúnio como uma espécie de maldição que o persegue desde o seu nascimento. O indivíduo nasceu sob circunstâncias deploráveis, depois seguiu tendo uma vida super difícil, que só foi ladeira abaixo mas ante todas essas desgraças ele foi o único que nasceu com um talento inigualável; é como se ele já tivesse pagando um preço caríssimo por ter nascido com tal talento. E não há melhoria, pois tal talento o leva a ter atitudes extremamente doentias. Compreendo que ele queria preservar o aroma ou a essência humana mas sua obsessão incontrolável cauteriza toda sua mentalidade, tanto que seu único objetivo é esse e ele pratica os assassinatos sem hesitação alguma, ele não raciocina claramente sobre suas ações em momento algum. Me pareceu também que tal "maldição" afetou aqueles que cruzaram seu caminho, temos grandes exemplos como a senhora que o vendeu para o Grimal, depois esse e depois o Baldini.
O que torna o Jean interessante é sua firmeza ante ao seu propósito, ele não desvia sob circunstância alguma dele, é um personagem quase nada comunicativo mas que os trejeitos em si denunciam bem quais são suas intenções, os olhares dele e a sua frieza dizem muito também. Porém, esse filme apresenta um problema que de certo modo me incomodou bastante, i.e, seu final:
como assim ele ascende a outro patamar, atinge seu propósito e quando todos que estavam naquela execução sentem o cheiro do perfume naquele lenço se encontram numa espécie de epifania que resulta em um bacanal, em todo mundo nu? Foram reações bem exageradas, sério.
Outra coisa acerca do final: embora o propósito dele era preservar o aroma humano e ele conseguiu criar o perfume com tal aroma/essência; ele simplesmente chegou a conclusão de que não poderia amar nem ser amado, então retornou para o lugar de onde nasceu, utilizou do perfume e teve aquele final meio contraditório. O cara assassinou a mulherada, depois conseguiu mudar a percepção de geral sobre ele com o perfume para no final jogar todo restante em si mesmo e ser morto por aquelas pessoas alucinadas pelo cheiro do perfume. Meio que uma involução, não?
É um filme ruim? De maneira alguma! É um filme muito bom, com uma fotografia bacana mas que pecou em algumas coisas no roteiro, principalmente no final.
Embora apresente alguns problemas foi para mim uma grande e desconfortável surpresa. O ritmo no começo é um dos problemas visíveis nesse filme, por ser arrastado e muito lento inicialmente pode desanimar o espectador, demora um pouco para a trama engatar de fato. Outro problema se encontra em alguns diálogos repudiáveis acerca da figura feminina, alguns chegam a ser bem boçais. Então eu diria que a primeira parte do filme não é lá grande coisa, serve mais para denunciar o que está porvir mesmo. Já do meio para o final o ritmo muda consideravelmente e a trama torna-se muito mais imersiva e instigante. Takashi Miike consegue criar uma atmosfera cujo o suspense aflitivo misturado com uma tensão única nos causa um desconforto que torna-se intenso a cada minuto transcorrido. O filme está mais para um "thriller" do que para o terror propriamente dito.
Já o final é poético, doentio e deveras desconfortável. Levanta uma crítica em relação a objetificação do corpo feminino e traz atona respostas para perguntas que o filme nos permite levantar conforme vamos assistindo. É interessante observar a dualidade que a Asami apresenta durante todo tempo, como ela consegue se manter num personagem que contrasta em tudo em relação a sua verdadeira personalidade,ela faz de modo muito natural e convincente. O infortúnio do seu passado já é mais do que explicativo para compreendermos sua morbidez. Os momentos finais é para quem tem estômago, não é fácil digerir, inclusive:
(a cena dela socando as agulhas no Aoyama me deixou muito desconfortável, daí quando ela começou a cortar os pés dele eu quase tive um treco)
Outra coisa: o Aoyama é um personagem muito burro às vezes, burro e mal intencionado porque numa outra cena específica ele finge um sonsice em relação à proposta que havia feito a Asami e acabou se ferrando lindamente.
Eu iniciei a filmografia do Takashi Miike por esse filme e estou sim satisfeito com o que ele conseguiu entregar e já tenho uma boa noção do que está porvir. Não espero leveza pois sei que muitos temas 'pesados' serão trabalhados nos demais filmes desse diretor prolifico.
Eu sinto que esse filme é mais sobre um homem que sai de sua zona de conforto e inicia sua jornada para não só provar o seu valor mas também abster-se do que os outros pensam acerca de si mesmo, em busca de compreender suas próprias nuances. Temos um personagem que contrasta entre coragem e apatia em diversos momentos mas com uma incessante vontade de chegar ao seu destino para obter respostas para perguntas que surgem durante todo seu percurso. Sir Gawain não é um personagem dotado de habilidades ou particularidades de um herói, em alguns momentos eu entendi que o filme tentou desconstruir a narrativa de que todo herói já possui características próprias de um sem a necessidade de construir ou adquirir isso mediante algumas provações, tanto que em uma cena ele é impedido de prosseguir de uma forma um pouco boçal. Os elementos místicos e medievais em conformidade com a linguagem metafórica e os cenários esverdeados numa ambientação visualmente linda, poética e sensível torna tudo mais interessante e denunciam a sensação de perigo e estranheza, duas coisas que acompanham o protagonista o tempo inteiro. Sua jornada é cheia de obstáculos, alguns são frutos de sua própria imaginação, outros realmente existem mas na minha humilde opinião o seu maior obstáculo foi entender que enquanto ele estivesse à merce de algumas amarras( os desejos do rei e de sua família) ele não poderia compreender a si mesmo, tanto que antes dele se abster daquele pano em sua cintura nos é mostrado um primeiro final super horrendo, e quando ele se abstém, a gente sabe o que o próprio Cavaleiro Verde diz para ele, sendo esse o segundo final que a obra nos permiti pensar a respeito e também nos mostra a inevitabilidade da morte. Eu me peguei boiando em alguns momentos então me desculpem se eu disse groselhas, a real é que eu vou digerir melhor esse filme porque dá uma viajada legal na trama.
Dev Patel estava completo em sua atuação, tendo conseguido passar todos os sentimentos do personagem, não senti que foi uma atuação forçada ou inconvincente. Eu adorei o design de personagem do Cavaleiro Verde mesmo ele tendo aparecido pouquíssimas vezes. Outra vez torno a elogiar a estética surreal desse filme porque eu realmente gostei de como utilizaram as cores, os tons, e entregaram uma fotografia e uma ambientação excelentes. De modo geral é um filme muito bom!
Pacto Sinistro
4.1 292 Assista AgoraColegas, é surrpendente a genialidade do mestre Hitchcock em todas as suas grandes obras, inclusive nessa, sério. Eis um filme que nos fascina do início ao fim, a começar por uma teoria psicótica e genial ao mesmo tempo, e posteriormente, concretilá-za - ainda que parcialmente - mediante uma série de circunstâncais instólitas que somente o grandioso Hitchcock sabe criar, pôr na película e nos apresentar. Tudo nesse filme nos prende, o diálogo no início, o desenrolar dos fatos, a fotografia e o jogo de câmera inteligentíssimo capaz de soltar pistas aos espectador e fazê-lo imergir completamente na história. Uma vez eu vi um cara dizer que, até uma simples sombra nos filmes do Hitchcock quer nos dizer alguma coisa, e isso é puramente verdade. Nada é desproposital em seus filmes. Pacto Sinistro consegue se manter interessante ao longo de toda rodagem, é sufocante ver o Guy tendo que fugir de um psicopata a todo momento, pois na mente desse, eles firmaram um pacto e o outro tende a cumprir com a outra parte desse pacto. Mas, é ainda mais prazeroso o fato do diretor ter colocado uma personagem que se assemelha fisicamente com a vítima do assassinato justamente para que quando o assassino lhe visse pela primeira vez, ocorresse o que eu chamaria de "abatimento da consciência" porque o Bruno simplesmente teve um baque ao encontrar com essa personagem, e eu achei isso muito, muito inteligente mesmo, além de sua queda iniciar a partir desse ponto.
Os personagens são marcantes, a Barbará(Pat Hitchcock) é maravilhosa, uma personagem com uma personalidade sensacional e marcante, além dela ser a personagem que eu citei agora pouco e na minha singela opinião ser importantíssa para o desenrolar dos acontecimentos relacionados ao assassinato. E, se não bastasse, ainda pude contemplar uma boa partida de Tênis - e olhem que nunca fui de assistir, mas fiquei com os olhos vidrados o tempo todo no jogo - é absurdo a maneira que o diretor nos transporta para dentro de suas obras. Trilha sonora muito boa, enquadramentos marcantes, e cenas memoráveis fazem parte desse Thriller único e extraordinário.
Cinema Paradiso
4.5 1,4K Assista AgoraÉ tocante, belo e sensível. Um dos melhores filmes que assisti e revi incontáveis vezes. Transita por diversos elementos e me causa um misto de emoções. Em todas as vezes que assisti eu ri e chorei horrores, assim como pude aprender muito com esse filme, com o exemplo de uma amizade sincera e completamente linda entre os dois personagens centrais. Importantíssimo frisar como essa amizade surge a partir de Cinema, pois é justamente aqui onde a mágica acontece, pois o cinema tem disso de acessar os recônditos da alma humana e trazer a tona o que estava oculto, assim como nos mostrar a realidade de um ponto de vista mais significativo. Não me importo se o que falei possa parecer puro sentimentalisto, o que me importa é a ligação que estabeleci com Cinema Paradiso e o modo como essa obra me tocou. Outro ponto a destacar é a brilhante trilha sonora e a intensa imersão que ela me concedu durante todo filme (Eu agradeço ao Itzhak Perlman por isso). O contato das pessoas com o cinema também é de tirar o fôlego, várias vezes me peguei imaginando qual foi a sensação daqueles que tiveram o primeiro contato com a sétima arte assim, no seu íntimo, sabe? Baita filme maravilhoso!
Eu ri horrores dos guris ficando louco com as atrizes nos filmes que eram transmitido no Cinema Paradiso.
Também ri daquela cena em que, um cara cospe no público novamente, mas dessa vez jogam uma fralda de merda na cara dele. O guri na aula errando as contas e, teve a pachorra de dizer que o resultado de uma soma era "Natal", minha gente. O melhor de tudo: a reação do público a cada filme, sério, é hilário e genial ao mesmo tempo. Eu amo esse filme.
Chinatown
4.1 636 Assista AgoraO filme possui uma trama muito instigante capaz de me deixar com os olhos fixos na tela o tempo todo, segue um padrão característico do próprio genêro, e ainda entrega uma reviravolta um tanto quanto excêntrica. Há elementos no que diz respeito a técnica e a ambientação que estão em perfeita sincronia com o estado de cada personagem a cada circunstancia ou momento. Jack Nicholson entrega uma atuação maravilhosa do início ao fim, juntamente da bela Fay Dunaway. No entanto, é um filme que causa uma certa frustração, insatisfação quando se encaminha alí para o final e, penso eu que isso ocorrre de forma proposital, para nos incutir uma reflexão.
Eu super descartaria a cena em que o Gittes estapeia o rosto da Evelyn Mulray mesmo sendo nessa cena em que a excêntrica reviravolta acontece e nos é revelada.
Batman
3.5 831 Assista AgoraHonestamente? Para mim, o Coringa do Jack Nicholson é o melhor. Eu adoro demais tudo que o Jack Nicholson conseguiu entregar nesse filme do Batman, absoulamente tudo mesmo, sua atuação impecável, os trejeitos, o linguajar, ele rouba a cena completamente, colegas. Um genio! Gosto de como o personagem articula todos os seus crimes de uma forma que nos gera completa imersão na obra e tudo com uma tonalidade cômica maravilhosa. Sim, comecei falando do Coringa dele porque o adoro muitíssimo mesmo.
Já o filme, é bem bom, e ter sido produzido pelo Tim Burton deixou tudo melhor, inclusive sua Gotham City é surrea. Ele não só conseguiu conceder uma obscuridade a ela como também soube correlacionar isso com o passado do Batman e com toda criminalidade inerente à Gotham! Há algumas cenas que considero sensacionais, alguns diálogos interessantes, e a maravilhosa da Kim Basinger entregou tudo. Nada contra o Michael Keaton, só acho que ele poderia ter entregado um pouquinho mais na atuação, revendo, percebi isso, sabe? Mas isso está longe de ser um reclamação gigante da minha parte, é apenas uma mínima observação mesmo. Eu gosto demais desse Batman também, do equilíbrio na sua personalidade, não é somente um Batman sério há todo tempo. Foi ótimo rever o filme depois de tanto tempo.
X: A Marca da Morte
3.4 1,2K Assista AgoraEu possuo uma relação bem conturbada com o gênero terror, honestamente não consumo quase nada do gênero. Porém, concedi uma chance à "X" e me surpreendeu positivamente. Diferente dos filmes de terror repleto de sanguinolência e mortes idiotas, X possui inúmeras camadas que podemos interpretar de diversos ângulos ou perspectivas distintas. Não é somente terror por terror, é um terror com uma crítica interessante, uma tonalidade cômica equilibrada e mortes legais. Muito inteligente do Ti West apresentar uma pregação logo no início do filme como uma espécie de prenúncio acerca do que estar porvir e no final nos entregar um plot twist genial nessa mesma pregação, sério. Além dos cortes entre um acontecimento ruim e ao que está sendo dito na tela da pequena TV por aquele pastor.
O contraste entre jovialidade e velhice, a capacidade de poder fazer o que quiser porque suas condições físicas ainda permitem mas também não poder porque elas já não permitem mais e o que resta é o sentimento de insuficiência e frustração explica bem as ações de ambos os grupos: os jovens e o casal de idosos. Confesso que senti um pouco de pena do casal de idosos, não me julguem. Outra coisa: durante toda narrativa o Ti West solta algumas coisas que de certa forma já tornam previsíveis alguns acontecimentos, talvez isso seja característico de filmes do gênero mesmo então não vou reclamar disso. Ele também trabalha acerca das relações, e aqui podemos incluir aquele primeiro personagem que morreu e sua frustração em "partilhar" a parceira com outro, certeza que apareceu alguém dizendo que a culpa é da monogamia, bicho. Sendo que vai bem mais além.
Em suma, é um bom filme, temos a Jenna Ortega entregando uma boa atuação, essa guria sabe bem em que trabalhar, eu só queria um pouco mais dela. Mia Goth rainha demais, caras. Do começo ao fim essa atriz entregou foi tudo.
Muito boa aquela cena dela no lago e o crocodilo perseguindo ela, achei sensacional.
edit: Todo mundo se atentando no pau do Kid Cudi, hein? Vocês não perdoam nada, velho.
edit2: Aquela cena da velha dando um tiro na Maxine e voando longe ficou foda demais, eu não sabia se eu ria da velha ou se eu ficava "porra, que loucura de cena" kkkkk.
Ran
4.5 264 Assista AgoraQualquer pessoa que vá assistir Ran esperando batalhas no estilo atual dos filmes atuais se decepcionará com Ran. Mas aqueles que vão assistir esperando uma obra prima no que diz respeito a narrativa, fotografia, construção das personagens e suas profundidades se sentirão maravilhados com a beleza e a arte que essa obra prima exala. Houve momentos em que eu pensei estar vendo quadros de obras de arte renomadas em minha frente, inclusive na primeira batalha que ocorre nesse filme, que por sinal é uma das melhores batalhas do cinema, acho que é a melhor, na verdade. Genialidade do autor em conduzir e orquestrar detalhe por detalhe é o que torna esse filme grandioso, a profundidade nos diálogos regados de sapiência deixa tudo ainda mais belo, os personagens com suas motivações e contrastes nos causam um misto de emoções. O modo como a obra trabalha o declínio de um homem e sua árdua relação com a insanidade é totalmente insólita e diferente de tudo que eu já vi no cinema.
Gosto de como o Akira Kurosawa deixa claro que, quando se trata de poder, riqueza, terras e novamente poder, até os laços mais firmes tendem a ser quebrados por aqueles cuja ambição se apodera totalmente. Hidetora percebe isso ao longo de toda narrativa e de fato mergulha-se numa profunda insanidade, sem escapatória. Não é só o declínio de um homem mas de seu império e de sua família. Ele também deixa claro que, não importa quanto tempo passe, mais cedo ou mais tarde tu pagarás pelos seus pecados, e o Hidetora sentiu isso na pele mais do qualquer outro personagem. Que filme, meus amigos.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraDe todos os filmes do Denis Villeneuve, O Homem Duplicado foi aquele que me exigiu um esforço mental mais aguçado para que eu o entendesse, honestamente. É um filme deveras brilhante, fenomenal mesmo porém exige muito de quem está assistindo, uma completa imersão e atenção, principalmente aos detalhes e em alguns diálogos bem específicos porque são eles que nos ajudará a compreender toda complexidade que essa obra exala (e que complexidade, viu). Não vou me ater à explicações porque a grande maioria já compreendeu o filme ou foi no youtube assistir aqueles vídeos do tipo "final explicado" mas gostaria de expor a minha imensa satisfação com algumas coisas: primeiro com a atuação insólita do Jake Gyllenhaal, não é fácil transitar entre personalidades mas ele consegue e o faz muito bem, além de conseguir transmitir toda emoção do personagem, seu cansaço e descontentamento( o filme também foca muito nessa questão relacionada ao protagonista). Outro ponto: eu adorei a paleta de cores que foi utilizada, sério, é de encher os olhos. Não considerei o ritmo lento, muito pelo contrário, para mim passou rapidamente e quando me dei conta eu já tinha terminado de assistir algo que deixou minha mente explodindo por horas. E a genialidade do Denis Villeneuve em apresentar elementos iniciais que ele sustenta ao longo da narrativa, tornando-os mais sólidos para no final encaixá-los perfeitamente bem? Surreal. Por isso digo que é necessário grudar os olhos na tela e prestar atenção aos detalhes e símbolos. Falando em símbolos, a metáfora com as aranhas deixa tudo mais genial ainda, é sério, esse homem é fantástico. É um daqueles filmes que me deixou com gostinho de quero mais, e eu queria mesmo, porque que filmaço.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraUma produção excelente do Robert Eggers e da A24. O Farol é um filme simbólico, alegórico, metafórico e deveras imersivo, cheios de referências geniais. Gosto de como o diretor brinca de maneira magistral com diversos elementos para nos conceder uma experiência para além do comum, e consegue fazê-lo, é claustrofóbico, desnorteante, desconfortável e inconstante propositalmente. Os dois personagens cujos atores se entregaram de corpo e alma para dar vida aos mesmos apresentam uma relação instável, insana, em um ambiente inóspito e insalubre, nos agraciam com momentos recheados de loucura e obscuridade. É como se eu estivesse ali, vivenciando a experiência de ser um Faroleiro, sentindo todas as mesmas coisas que eles sentiram e passaram, porém, aqui do meu canto,sabe? E a maneira como o Eggers utiliza dos movimentos de câmera, da fotografia, do recurso sonoro deixa tudo mais incrível e realista, é realmente um terror psicológico imersivo.
A construção de ambos os personagens, sendo um deles fruto de imaginação e de uma consciência pesada e culposa torna-se cada vez mais intensa, sólida, nos rende inúmeras interpretações, os elementos se encaixam, a relação de ambos também é intimista e apresenta um equilíbrio de poder. E o final, aquela cena final??? Incrível, mesmo! Eu diria que o Thomas Howard ao estar de frente com aquela luz teve o seu pecado exposto e de imediato recebeu o seu castigo, algo do qual ele vem tentando se desviar durante todo filme, utilizando-se principalmente do álcool para isso.
Robert Pattinson e Willem Dafoe se entregaram de corpo e alma, repito isso porque é um dos pontos maravilhosos desse filme, a atuação de ambos, sério. Embora o ritmo seja lento, as coisas acontecem de forma bem devagar, não vou considerar um demérito porque eu realmente gostei do filme e para mim passou bem rapidinho até.
Moonfall: Ameaça Lunar
2.4 550 Assista AgoraEu honestamente me sinto deveras feliz por não ter ido gastar um centavo sequer ao cinema com esse filme. O trailer que me pareceu apresentar uma obra promissora me enganou muito bem. Baixei o filme e assisti na intenção de ver algo mais relacionado ao espaço e a própria lua, mas vi uma mistura muito sem sentido, uma série de conflitos apresentados rapidamente e sem quaisquer explicações que se aproxime minimamente de noção. Um drama mal colocado nas relações conflituosas dos personagens, atitudes idiotas deles em meio a um desastre lunar, sério, esse filme é o esplendor da decadência. Não ouso nem elogiar a parte gráfica e os efeitos especiais porque, de modo sincero, nem isso conseguiu me surpreender. Enfim, entrou para lista de um dos piores filmes de 2022.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraUma das coisas que eu mais priorizo em um filme é sua capacidade em me deixar preso de forma ininterrupta no mesmo durante toda rodagem, inclusive se apresentar uma narrativa interessante e, Entre Facas e Segredos, conseguiu realizar essa proeza desde o início. Tudo nesse filme é sensacional, sério. O elenco incrivelmente maravilhoso, as atuações, o humor nada exagerado porém que me tirou altas gargalhadas, as piadinhas e sacadas inteligentes, sabe? É cheio de plot twist geniais, tipo, tu pensa que é tal coisa mas é outra, tu pensa que foi fulano que fez x coisa mais foi outra pessoa, essa sensação de tentar desvendar o assassinato juntamente dos personagens que a obra concede é gostosinha demais e é tudo muito bem amarradinho, as explicações se encaixam, fazem sentido e você fica: uau, isso aqui está bom demais da conta, não quero que termine.
Gosto de como é trabalhada a questão familiar aqui, de como os filhos do Thrombey mostram com clareza que, quando há dinheiro - e uma fortuna, galera - envolvida na parada, não existe laço familiar algum, não existe reconhecimento genuíno com a enfermeira que cuidou do pai deles (Martinha, tu venceu lindamente, mulher) o que importa é somente e unicamente a fortuna. Foi sensacional ver a cara de cada um deles quando foi lido o testamento, o império pessoal de cada um sendo ruído aos poucos. O surto de geral encheu meus olhos, digo mesmo! E o Daniel Craig? Um primor, amigos, um primor como Benoit Blanc. Há uma boa fotografia também, o fluxo narrativo é ótimo, ritmo muito bom. E aquela cena no final, com a Martha e a caneca? Venceu demais. É tudo muito divertido! Eu amo demais Entre Facas e Segredos, obviamente gostaria de falar detalhadamente sobre o filme, parte técnica etc mas eu tô tranquilo, só quero registar minha satisfação com essa obra maravilhosíssima mesmo, assim, de forma sucinta.
Venom: Tempo de Carnificina
2.7 637 Assista AgoraHonestamente? Que filme mais paioso, minha gente. O primeiro já não havia me agradado tanto, esse, piorou a situação. De início, é um filme recheado de piadinhas bobas e o Venom está mais para um palhaço propriamente dito do que um anti-herói, sério. A briguinha pueril dele com o Eddie torna tudo ainda mais boçal e, eu não consigo levar o Eddie Brock a sério, vocês que me perdoem mas não dá, acho ele boçal demais. E o surgimento do Carnificina? Muito forçado, muito mesmo! Se tem algumas cenas desse filme que eu curti, foram as de pancadaria entre o Venom vs Carnifica, e a cena do casamento na qual toca Lacrimosa, do Mozart. Outra coisa: a fotografia desse está bem melhor em relação ao primeiro, tal qual a ambientação também, de início percebe-se isso. O casal de vilões poderiam ter sido explorados melhormente, mas não o fizeram. Woody Harrelson entregou algumas cenas bem bacanas. Enfim, o filme é ruim? Sim, mas é aquele ruim que tem pouquíssimas coisas boas nele - se é que me entendem kkkk.
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraÉ interessante os diálogos acerca da consciência, transplantação de um cérebro para um corpo sintético/cibernético, sobre a tecnologia de aprimoramento que está incrustada na sociedade nesse filme e a "substituição" da humanidade para máquinas ou IA'S. Porém, diferentemente de centenas de filmes que exploram mais essa substituição de maneira mais aprofundada, Gost in The Shell centra-se mais na dualidade da protagonista em relação ao seu próprio passado e natureza, pois ela sempre se encontra em dúvida sobre quem de fato ela é/ou foi no passado, ser humana ou não ser, embora ainda se dispõe de um cérebro e de uma consciência. Eu particularmente considerei aquela revelação do Kuze nada genérica para explicar os motivos dele querer se vingar, o que também foi o pontapé para a Motoko entender quem de fato ela era e o que apagaram de sua memória.
Eu senti falta de um pouco mais de ação e de um ritmo mais frenético, não é um filme arrastado de maneira alguma mas também não chega a ser empolgante, sabe? É razoável visualmente falando, poderiam ter melhorado muito nesse ponto, honestamente. Scarlett Johansson entregou uma atuação bacana, mas teria sido massa ver uma asiática no papel principal. Juliette Binoche sempre interpretando aquela cientista brilhante, com respostas incríveis aos seus "pacientes", né? Lembrei dela em High Life(risos). É um passatempo legalzinho, há obras que abordam essa temática Cyberpunk bem melhores.
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraLembro-me de quando assisti esse filme pela primeira vez e achei o máximo, agora, com a idade e bagagem cinematográfica que tenho, revi e admito que não tive a mesma impressão. O filme tece críticas substanciais ao consumismo exacerbado, ao capitalismo, trabalha muito a questão do personagem ocultar a própria personalidade para viver em prol de um padrão já estabelecido pela sociedade, que a maioria das massas já seguem por mais pura cegueira e alienação. Há algumas reflexões frutíferas e boas para serem discutidas num café com os amigos mas e depois? Torna-se um pouco monótono, chato e quando é revelado sobre o surto psicótico do personagem, sem comentários..Mas, a cena final, é sem sombra de dúvidas extraordinária, me lembrou de um quote do filme Capitão Fantástico: "Poder ao povo. Abaixo o sistema!” não sei se estou viajando na maionese mas lembrou.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraEu quebrei um hiato de 9 anos sem frequentar o cinema para assistir esse filme, quero dizer, essa preciosidade. Minhas expectativas em relação à No Way Home eram grandes e posso dizer que a maioria foram cumpridas. Entregaram um prato cheio para os fãs da franquia, do personagem e de toda sua história seja nas HQS e nos filmes anteriores. O filme não se resume somente a ações frenéticas mas existe toda uma contextualização importantíssima que resgata o passado de dois outros personagens essenciais, eu obviamente estou falando dos outros dois miranhas e do trabalho singular tanto do Tobey quanto do Andrew. E também trabalha com maestria o amadurecimento do Peter, do Tom Holland.
O humor presente é muito bem trabalhado, tão bem, que adaptaram até aquele famoso meme dos três para película, velho. A interação deles nos emociona, nos faz rir, chorar e ficar imensamente satisfeitos. Anteriormente eu falei sobre resgatar o passado dos personagens e a valorização aos atores que representam cada um deles, isso ocorre com os vilões também que, particularmente, eu achei sensacional vê-los todos reunidos. Não vou dizer que eu desgostei porque eu realmente amei o filme, porém, só achei o melodrama na interação do Peter com a Mary Jane um pouco forçado às vezes ou sem graça. Exceto isso, adorei as demais interações de ambos, de como ela se preocupa com ele e vice-versa, assim como o Ned também. E O DOUTOR ESTRANHO? Perfeito, como sempre. Mais uma vez ele se mostrou muito overpower e isso só me deixou com mais vontade de assistir o próximo filme dele, minha gente.
O que dá ainda mais sentido e traz um peso muito significativo ao filme é o sacrifício do Peter, no final, eu vi gente dizendo que "broxou" com isso e me questionei se essas pessoas de fato entenderam qual é a proposta desse filme e o que de fato é ser um super-herói. Peter já sabia das consequências, tomou uma decisão visando o bem dos amigos e de toda humanidade e não foi nenhum pouco egoísta. Isso mostra o quanto esse menino amadureceu. Onde isso é motivo pra broxar?? Complicado. Os efeitos especiais ficaram bem bons, Doutor estranho e Peter na dimensão espelhada me ocasionou um orgasmo visual! A cena dos dois Peter abraçando o Peter do Tom(kkkk) é muito emocionante e uma das melhores cenas do filme. E outra coisa: não perderam a mão no que diz respeito a linha do tempo, quem assistiu Loki(a série) sabe bem do que estou falando e, nas cenas pós-créditos, isso também ficou comprovado. Feige ainda terá muito trabalho para conectar todas as leis, já que estamos falando de um multiverso, mas acredito que ele não perderá a mão nem entregará algo superficial nos próximos filmes da Marvel.
Resumi bastante meu comentário porque se eu for discorrer sobre tudo que eu gostei, minuciosamente, o textão vai se tornar um livro! Eu vou dar cinco estrelas pra essa obra sim, esse fan service maravilhoso e é isso!
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraEm Duna, Denis Villenueve nos entrega um filme introdutório com uma qualidade imersiva inigualável em relação às suas demais obras cinematográficas. Ele não se preocupa em entregar uma trama repleta de conflitos no estilo Star Wars, mas sua maior preocupação reside em nos apresentar o universo de Duna e as simbologias juntamente dos elementos que compõem o mesmo, ainda que inicialmente. Com uma capacidade magistral ele nos arrebata de uma maneira única e muitíssima poderosa conforme explica como funciona um pouco desse universo, as relações de poder, o campo em que os personagens estão inseridos, os conflitos entre as Casas e a hierarquia já estabelecida entre uma Casa e outra. Trabalha também temas como exploração, práticas de comércio desleais e repugnantes, principalmente escravidão (fato esse que fica nítido em diverso diálogos). Não há intenção alguma de apressar os acontecimentos, e o ritmo mais lento em conformidade com uma carga dramática essencial nos envolve totalmente. Não considero "lenga-lenga" muito pelo contrário, ainda que o ritmo seja um pouco lento, eu não consegui desgrudar os olhos da tela um segundo sequer. Denis também utiliza todos os recursos possíveis para nos entregar uma experiência inesquecível, e nesse aspecto enalteço veementemente a experiência sonora que esse filme nos concede. Sério, o "sound design" em Duna é coisa de outro mundo, a maneira como ele utiliza disso para nos inserir ainda mais na obra nos cativa e surpreende demais.
O conflito do Paul está para além do conflito com inimigos externos, pois seu maior conflito é consigo mesmo, com o "fardo" que ele carrega de ter que cumprir todas as expectativas e tornar-se o sucessor de seu pai ou, para alguns, uma espécia de Messias. Sua relação com sua mãe apresenta uma instabilidade deveras válida e que, de certo modo, traz consigo um peso ainda maior à obra. É importante observar o fato de que a Lady faz parte de um grupo absurdamente poderoso, porém em diversos momentos ela se porta como se fosse o ser mais fraco do universo. Os cenários, os figurinos, o destaque ao detalhes, a sonoplastia, os atrativos visuais( estou falando das Naves mesmo, gente, eu adorei) colaboram substancialmente para deixar tudo ainda mais extraordinário. Só torno a repetir que, por ser um filme introdutório, ele apresenta os elementos iniciais, não vá assistir esperando conhecer todo universo de Duna porque tem muita água para rolar ainda. E mesmo sendo introdutório, já é uma obra-prima em tantos níveis, digo com tranquilidade. Eu amei e merece cinco estrelas, sim!
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraPsicose foi uma pancada gigantesca na censura da época e, logo de início, em pouquíssimos minutos de tela. É intenso, envolvente e muito bem construído desde sua primeira cena até a final. Hitchcock sempre produziu seus filmes de forma meticulosa, detalhista, e aqui não foi diferente. Nada em Psicose é casual ou desproposital. O texto, o domínio proeminente de câmera, o sombreamento denunciando o que está por vir e referenciando a dualidade do antagonista nos mostra quão observador e proeminente era o diretor. Eu gosto do diálogo inicial entre o Norman e a Marion, aproveito para enaltecer o Anthony Perkins que deu vida a um dos maiores antagonistas do cinema de uma forma magistral. Possui dois plot twist geniais e o final com uma revelação insana nos deixa extasiado. Mesmo tendo assistido novamente eu não deixei de ficar surpreso e arrepiado com o final. Embora o primeiro plot seja sensacional, ele deixa uma incógnita em relação à protagonista e a real atitude que ela tomaria caso tudo estivesse corrido bem, a gente meio que fica à mercê de um questionamento sobre a moralidade da personagem.
É importante ressaltar que a linguagem cinematográfica em Psicose se encontra nos detalhes, nas angulações da câmera, numa simples sombra em uma parede que revela a dupla natureza do Norman Bates, os cortes repentinos e o plano-sequência nas cenas de assassinato. Outra coisa belíssima: a trilha sonora épica. O Bernard Herrmann entregou uma trilha sonora que está em perfeita sincronia com a obra de modo geral. Bem fez Hitchcock ter escutado esse homem. Para mim, é sem dúvidas uma obra-prima.
Festim Diabólico
4.3 883 Assista AgoraFestim Diabólico se sustenta com diálogos interessantes, principalmente acerca do assassinato que é o tema e a discussão principal durante toda trama. Há planos-sequência e alguns enquadramentos bacanas mas eu senti que o diretor concedeu algumas explicações bem superficiais para alguns acontecimentos, inclusive quando se aproxima do final, meio que apressou demais. Talvez pelo fato do casal terem praticado tal assassinato por causa de uma inspiração filosófica, faltou-lhe aprofundar mais nesse sentido filosófico? Não sei. De maneira alguma é uma obra ruim, eu só não me senti tão intrigado assistindo. Vale apena enaltecer mais uma vez o cuidado do diretor com os detalhes, principalmente aqui onde todo filme se passa em uma única locação. Que coisa mais obscura e poética essa de conceder uma festa com um cadáver dentro de um baú que servirá de mesa de jantar enquanto os convidados discutem - justamente - sobre assassinato. Só o mestre Hitchcock para criar algo assim. Merece 4,5, pois embora não tenha me cativado muito, ainda têm seus pontos positivos e eu sou fã demais do diretor. Não me julguem.
Ichi: O Assassino
3.7 302 Assista AgoraO segundo filme que assisti sendo da filmografia do Takashi Miike. Eu confesso que foi necessário pausar algumas vezes para que eu conseguisse digerir o que estava na película pois o nível de insanidade presente está para lá de extremo. É um filme ultra-violento, sanguinário, sem dosagem alguma na violência e essa está incrustada na trama inteirinha. Takashi não se preocupa em dosar ou medir coisa alguma, ele criou uma obra com cenas com alto teor de gore, mulheres sendo espancadas e torturadas da forma mais brutal possível e, para mim, tais cenas foram as mais difíceis de serem digeridas. Compreendo que o diretor denuncia a violência às mulheres e trabalha outras problemáticas que infelizmente fazem parte da realidade há anos mas realmente foi custoso digerir. Esse pico de violência se sustenta desde o seu início até o final da obra.
Há um retrato fiel da máfia japonesa, no caso, a Yakuza, e sinto que ele estava muito livre trabalhando num campo que ele conhece de forma substancial. Não há eufemismo algum, pois o filme se aproxima demais do que é de fato a Yakuza. Temos dois personagens insano, que se contrastam de uma maneira muito mórbida. Kakihara é totalmente sádico, não apresenta variação alguma nesse ponto, ele é cruel, inflexível e o personagem que mais se destaca e traz um peso significativo para obra. Em contraste a ele, o protagonista Ichi é um indivíduo que desde sua meninice fora atormentado e carrega um trauma consigo, estando agora sob efeito de uma espécie de hipnose, ele vira uma marionete na mão de um outro personagem que utiliza do seu trauma para manipulá-lo nas sombras. Existe uma dualidade no seu comportamento, ele é um chorão e também um assassino sangue frio, ao mesmo tempo que ele mata sorrindo e se excita com isso, ele chora, dando a entender que ele não tinha total consciência dos seus atos. Me senti confuso nesse ponto e em alguns outros porque a trama se apresenta de forma desconexa diversas vezes.
No final, acredito que o diretor quis esclarecer que ninguém escapa impune dos crimes que comete, cedo ou tarde pagarão da pior maneira possível. Todos os personagens possuem finais trágicos, ninguém se safa, e a trama se encerra. Takashi brinca demais com o psicológico e o estômago do espectador nessa obra incrivelmente obscura.
Até a Morte - Sobreviver é a Melhor Vingança
3.1 185 Assista AgoraÉ um bom entretenimento e cumpre ao que se propõe. Em poucos minutos de rodagem eu já pirei com uma cena que me deixou boquiaberto, gente. Desde o início o filme expõe uma ponta que vai se amarrando às outras e nos dá a total compreensão no final, não divaga da sua proposta, sabe? O Mark é um energúmeno, sério. O cara pensou em literalmente tudo para dificultar a vida da Emma e ferrar com ela, e isso desde o começo do filme, desde a cena dele presenteando ela com aquele colar, velho. Ele é a personificação da vida quando essa quer ferrar com a gente. Megan Fox coberta de sangue foi o motivo do meu colapso. Eu acho essa mulher um primor mas nesse filme faltou alguma coisa nela, não sei bem dizer o que, acho que faltou convencer mais nas cenas dela nervosa? Não sei. Fiquei incomodado com o irmão do Boby e achei forçado aquela cena dele fora da casa e a Emma deitada no gelo, assim: o cara passou pertinho dela, ela se deitou rapidamente e ele não viu ela? Não engoli. É um suspense legalzinho, nada extraordinário, consegue nos entreter e dá para assistir comendo uma pipoquinha.
One Piece 6 - O Barão Omatsuri e a Ilha …
3.8 13Barão Omatsuri é um dos antagonistas mais obscuros dos filmes de One Piece. Eu adorei como o filme se inicia numa leveza, naquela interação gostosinha entre os Mugiwaras, e conforme a trama transcorre uma obscuridade toma conta de todo filme. Não é um filme que apresenta lutas extraordinárias e nem foca nisso mas sim na contextualização desse antagonista que até então era muito misterioso. One Piece sempre trabalhou a importância de uma amizade leal e sincera e outra vez nos ensina a lutar verdadeiramente pelos nossos laços mais importantes. Na cena em que centenas de flechas caem sobre o Luffy eu só consegui lembrar daquela frase icônica dele para o Sanji, no arco "Whole Cake", no qual ele diz que ainda que lanças caem sobre ele ou que ele fique com fome, ele continuaria esperando pelo Sanji. Cena icônica! O traço quase livre ficou muito bom também!
Meu olho encheu de lágrimas quando o Luffy e aquele personagem que ajuda ele fizeram o sinal do "bigodinho"
Cena do Luffy defendendo ele e chamando-o de companheiro é emocionante também.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraÉ uma obra-prima do início ao fim. Existe somente uma única coisa que eu desgostei minimamente em 1917 mas que eu consigo relevar de uma forma super tranquila porque eu sou fã à beça desse filme. Sua condução, o plano-sequência, a imersividade inigualável e a tensão que ele me causa toda vez que eu revejo são pontos que o torna belíssimo. Não é maçante, não é chato nem muito menos entediante; é um retrato da guerra, de como ela realmente é, e de como a natureza humana torna-se muito mais frágil do que o papel nesse panorama caótico. Para mim, o conflito maior dos dois personagens centrais residia na duvida sobre um dia serem capazes de retornarem para seus lares, para aqueles que amam e os amam, suas famílias e amigos, e nesse ponto o filme trabalha com dignidade tal questão, não foca somente no propósito deles de entregarem a tal mensagem mas também nos sentimentos de ambos personagens, na dor de perder um amigo no campo, na frustração do ser ante ao inesperado, ao repentino, é tudo muito conduzido de uma forma magistral e os elementos se encaixam harmoniosamente. Não são só os efeitos especiais insólitos ou a parte técnica no geral que tornam o filme fascinante mas sim a mensagem que ele transmite, eu sei que estou dizendo uma obviedade, no entanto às vezes nos preocupamos mais com os efeitos especiais ou com a estética e nos esquecemos de refletir sobre o que está na película. Eu já disse e torno a dizer: é uma obra-prima do início ao fim. Dispenso um aprofundamento abrangente porque eu só quero sentir, sentir e sentir.
Perfume: A História de um Assassino
4.0 2,2KUma das coisas que mais me chamou a atenção no protagonista é o infortúnio como uma espécie de maldição que o persegue desde o seu nascimento. O indivíduo nasceu sob circunstâncias deploráveis, depois seguiu tendo uma vida super difícil, que só foi ladeira abaixo mas ante todas essas desgraças ele foi o único que nasceu com um talento inigualável; é como se ele já tivesse pagando um preço caríssimo por ter nascido com tal talento. E não há melhoria, pois tal talento o leva a ter atitudes extremamente doentias. Compreendo que ele queria preservar o aroma ou a essência humana mas sua obsessão incontrolável cauteriza toda sua mentalidade, tanto que seu único objetivo é esse e ele pratica os assassinatos sem hesitação alguma, ele não raciocina claramente sobre suas ações em momento algum. Me pareceu também que tal "maldição" afetou aqueles que cruzaram seu caminho, temos grandes exemplos como a senhora que o vendeu para o Grimal, depois esse e depois o Baldini.
O que torna o Jean interessante é sua firmeza ante ao seu propósito, ele não desvia sob circunstância alguma dele, é um personagem quase nada comunicativo mas que os trejeitos em si denunciam bem quais são suas intenções, os olhares dele e a sua frieza dizem muito também. Porém, esse filme apresenta um problema que de certo modo me incomodou bastante, i.e, seu final:
como assim ele ascende a outro patamar, atinge seu propósito e quando todos que estavam naquela execução sentem o cheiro do perfume naquele lenço se encontram numa espécie de epifania que resulta em um bacanal, em todo mundo nu? Foram reações bem exageradas, sério.
Outra coisa acerca do final: embora o propósito dele era preservar o aroma humano e ele conseguiu criar o perfume com tal aroma/essência; ele simplesmente chegou a conclusão de que não poderia amar nem ser amado, então retornou para o lugar de onde nasceu, utilizou do perfume e teve aquele final meio contraditório. O cara assassinou a mulherada, depois conseguiu mudar a percepção de geral sobre ele com o perfume para no final jogar todo restante em si mesmo e ser morto por aquelas pessoas alucinadas pelo cheiro do perfume. Meio que uma involução, não?
O Teste Decisivo
3.6 381Embora apresente alguns problemas foi para mim uma grande e desconfortável surpresa. O ritmo no começo é um dos problemas visíveis nesse filme, por ser arrastado e muito lento inicialmente pode desanimar o espectador, demora um pouco para a trama engatar de fato. Outro problema se encontra em alguns diálogos repudiáveis acerca da figura feminina, alguns chegam a ser bem boçais. Então eu diria que a primeira parte do filme não é lá grande coisa, serve mais para denunciar o que está porvir mesmo. Já do meio para o final o ritmo muda consideravelmente e a trama torna-se muito mais imersiva e instigante. Takashi Miike consegue criar uma atmosfera cujo o suspense aflitivo misturado com uma tensão única nos causa um desconforto que torna-se intenso a cada minuto transcorrido. O filme está mais para um "thriller" do que para o terror propriamente dito.
Já o final é poético, doentio e deveras desconfortável. Levanta uma crítica em relação a objetificação do corpo feminino e traz atona respostas para perguntas que o filme nos permite levantar conforme vamos assistindo. É interessante observar a dualidade que a Asami apresenta durante todo tempo, como ela consegue se manter num personagem que contrasta em tudo em relação a sua verdadeira personalidade,ela faz de modo muito natural e convincente. O infortúnio do seu passado já é mais do que explicativo para compreendermos sua morbidez. Os momentos finais é para quem tem estômago, não é fácil digerir, inclusive:
(a cena dela socando as agulhas no Aoyama me deixou muito desconfortável, daí quando ela começou a cortar os pés dele eu quase tive um treco)
Eu iniciei a filmografia do Takashi Miike por esse filme e estou sim satisfeito com o que ele conseguiu entregar e já tenho uma boa noção do que está porvir. Não espero leveza pois sei que muitos temas 'pesados' serão trabalhados nos demais filmes desse diretor prolifico.
A Lenda do Cavaleiro Verde
3.6 475 Assista AgoraEu sinto que esse filme é mais sobre um homem que sai de sua zona de conforto e inicia sua jornada para não só provar o seu valor mas também abster-se do que os outros pensam acerca de si mesmo, em busca de compreender suas próprias nuances. Temos um personagem que contrasta entre coragem e apatia em diversos momentos mas com uma incessante vontade de chegar ao seu destino para obter respostas para perguntas que surgem durante todo seu percurso. Sir Gawain não é um personagem dotado de habilidades ou particularidades de um herói, em alguns momentos eu entendi que o filme tentou desconstruir a narrativa de que todo herói já possui características próprias de um sem a necessidade de construir ou adquirir isso mediante algumas provações, tanto que em uma cena ele é impedido de prosseguir de uma forma um pouco boçal. Os elementos místicos e medievais em conformidade com a linguagem metafórica e os cenários esverdeados numa ambientação visualmente linda, poética e sensível torna tudo mais interessante e denunciam a sensação de perigo e estranheza, duas coisas que acompanham o protagonista o tempo inteiro. Sua jornada é cheia de obstáculos, alguns são frutos de sua própria imaginação, outros realmente existem mas na minha humilde opinião o seu maior obstáculo foi entender que enquanto ele estivesse à merce de algumas amarras( os desejos do rei e de sua família) ele não poderia compreender a si mesmo, tanto que antes dele se abster daquele pano em sua cintura nos é mostrado um primeiro final super horrendo, e quando ele se abstém, a gente sabe o que o próprio Cavaleiro Verde diz para ele, sendo esse o segundo final que a obra nos permiti pensar a respeito e também nos mostra a inevitabilidade da morte. Eu me peguei boiando em alguns momentos então me desculpem se eu disse groselhas, a real é que eu vou digerir melhor esse filme porque dá uma viajada legal na trama.
Dev Patel estava completo em sua atuação, tendo conseguido passar todos os sentimentos do personagem, não senti que foi uma atuação forçada ou inconvincente. Eu adorei o design de personagem do Cavaleiro Verde mesmo ele tendo aparecido pouquíssimas vezes. Outra vez torno a elogiar a estética surreal desse filme porque eu realmente gostei de como utilizaram as cores, os tons, e entregaram uma fotografia e uma ambientação excelentes. De modo geral é um filme muito bom!