Infiltrado cumpre bem ao que se propõe, há cenas de ações muito boas com um começo já empolgante, conseguiu prender minha atenção e me deixar com os olhos grudados na tela, porém eu senti que deram uma enrolada ou que o ritmo caiu depois de algum tempo de rodagem, inclusive quando começaram a explicar o porquê do "H" estar infiltrado na Fortico. Depois vem a explicação do plano e outra vez repassam a mesma cena inicial deixando assim repetitivo. Há algumas forçação de barra em algumas cenas, por exemplo:
o H foi baleado, depois apareceu na casa do cara como se nada tivesse acontecido, o sangue no rosto dele foi da porradaria com o outro cara bem antes dele ser baleado, então concretizou sua vingança de ANOS e pronto.
Só que eu gostei demais do filme porque tem o Jason Statham com sangue nos olhos e eu sou fã demais deste homem. Não é o melhor filme do gênero mas cumpre sim ao que se propõe e o fato de ter me prendido já conta muito.
Eu fui rever para poder assistir o segundo, já que me esqueci de algumas coisas, e sigo achando que é um bom filme mas nada grandioso.Primeiro que só para apresentar o simbionte levou um tempo bem longo, até o Eddie sacar o que estava acontecendo com ele foi suficiente para roubarem confrontos que poderiam ter sido incutidos na trama Segundo: há mais uma correria frenética do que confrontos bem construídos, o único confronto que torna essa obra boa é o confronto final do Venom vs Riot e ainda assim conseguiram rushar tal confronto embora tenha ficado muito bem coreografado. A parte gráfica é muito boa, quando o Venom toma o controle e aparece totalmente é bacana demais
(aquela parte dele assustando o roqueiro no apartamento é hilária).
. Faltou um pouco mais de carisma do Eddie Rock, eu achei o personagem muito sem graça na maioria das vezes, não sei o que houve com o Tom Hardy mas aqui ele não me agradou muito(e eu curto ele demais, sério). Só que gostei do paralelo que estabeleceram entre o Eddie e o Venom, tal qual o primeiro o segundo também se sentia um fracassado e o Eddie não serviu só de receptáculo para esse parasita(ele vai me matar) mas ele se viu nele, achei interessante. Eu odeio Venom? Não! É um bom filme? Sim. Poderia ser um filme muito melhor? Claro que poderia! Agora bora ver o que aprontaram no segundo.
Sabem o que mais me surpreende nesse filme? O fato do protagonista — O Rei — ser desenvolvido de uma maneira tão incrível que não deixa espaço para ser um personagem entediante. Geralmente em filmes com essa temática o rei é o indivíduo que sempre enxerga somente a via da guerra como a forma de derrotar seu inimigo e alcançar a paz, porém, aqui temos um rei que antes de ir por tal via ele se encontra há todo momento introspectivo e num dilema angustiante, utiliza-se da diplomacia, da observação aos fatos antes de iniciar de fato uma guerra física, já que o rei em si se encontra num árduo conflito interno sobre isso. Embora ele seja incapaz de fugir da guerra e as circunstância o obrigam a encará-la, entregaram uma guerra no estilo mais medieval possível, pouca agilidade nas lutas, um enfoque mais nos diálogos do que no quebra pau que estamos acostumado e um cenário muito apropriado para tal estilo. Há também uma riqueza de detalhes impressionante dessa época.
O filme apresenta uma fotografia excelente, utilizaram bem alguns tons para fazerem jus a época no qual a trama se passa, o Timotheé Chalamet entregou uma atuação maravilhosa conseguindo transmitir bem os sentimentos do Rei, sua incoerência e seu algoz ante toda situação. No entanto há alguns problemas nesse filme mas um que eu gostaria de dizer que me incomodou foi o seguinte:
A morte do Dauphin; uma morte muito tosca para um personagem que é apresentado como no mínimo interessante, sério. Tudo bem que teve toda aquela estratégia de campo do John mas eu queria ter visto o Dauphin ter ao menos um confronto decente antes de morrer, só que não rolou.
Robert Pattinson teve poucos minutos de tela e foram suficientes para ele entregar uma atuação sensacional. É um filme ruim? Não! Poderia ser melhor? Sim!
Pig é super imersivo e possui uma carga dramática muito significativa. Um dos pontos que eu mais adorei nesse filme é a sensação que ele passa de que uma hora ou outra o protagonista surtará e começará a descer a porrada, trocará tiroteios e bombardeará seus inimigos tal qual John Wick(eu juro que fui assistir esperando algo assim, só que a quebra de expectativa é gigantesca) porém é bem melhor do que eu imaginava. O filme é totalmente introspectivo-reflexivo, discute e trabalha bem questões como a importância de você ser autêntico, sem se ajustar aos moldes pré-fabricados, a autovalorização, a efemeridade da vida. O Rob é um personagem cuja vida é cheia de intempéries e contrapontos, com um passado custoso mas que torna-se compreensível pois aos poucos a narrativa nos revela outros traços desse personagem de difícil leitura! Há diálogos profundos, sensíveis e muito introspectivos mesmo. O silêncio em algumas cenas tem muito a denunciar também. Há três cenas muito específicas que me desidrataram completamente e eu amei porque eu amo quando o filme consegue me tocar de uma forma intensa e única(é raro eu chorar assistindo filmes, acreditem). É um dos melhores trabalhos em anos do Nicolas Cage, ele está simplesmente magistral e digo isso com toda tranquilidade do mundo. Eu tenho muito o que falar sobre Pig? Tenho! Mas eu só quero sentir todo misto de sentimentos que essa obra me causou, talvez futuramente eu poste outro comentário sobre outras coisas que me agradaram mas no momento eu deixo que a minha enorme apreciação fale mais alto. Que filme fantástico!
Caraaaaa, como assim eu não consegui me entreter com esse filme? Assim: eu sou fã à beça do The Rock e da Emily Blunt mas por algum motivo eu não gostei muito de Jungle Cruise. Eu acho que a única coisa que sustenta o filme é a interação do Frank com a Lily porque de resto é só ladeira abaixo. Além do mais eu senti que beberam muito de outros filmes para produzir esse, meio que estava nítido, na boa. Consegui lembrar de um punhado de filmes similares e fiquei me perguntando: será que se aproveitaram de algum material desses??? A questão de se aventurarem é boa e trabalham bem, não nego, só que eu realmente não me senti preso ao filme, não consegui me conectar ao ponto de rir ou, sei lá, me divertir muito. Eu mesmo estou confuso sobre o que de fato eu senti com esse filme, não vou descer o sarrafo porque provavelmente darei uma segunda chance, vou rever pra saber se me conecto melhor mas por enquanto eu só tenho a dizer que: pra mim foi um tanto quanto fuleiro.
Último filme da trilogia Kizumonogataria. Eu gostei demais, adorei a luta insana da Kiss Shot Vs Araragi e de como animaram muitíssimo bem tal conflito. A crise existencial do protagonista é discutida de uma forma incomum porém interessante, minha única ressalva está relacionada àquela cena dele pegar nos seios da Hanekawa: cena bem tosca, longa(a do depósito) e sem propósito algum. Esse fanservice invalida todo filme? Não, não canso de repetir isso porém admito que essa cena específica não apresenta um propósito significativo mesmo! Tivemos o Oshino Meme salvando o protagonista outra vez e por isso eu não me canso de dizer que ele é um baita personagem bom! Trilha sonora impecável e bastante imersiva. Enfim, demorei para assistir os três filmes mas eu finalmente assisti e gostei demais.
Esse segundo filme foca no conflito do Araragi com os seus inimigos e aproveito para dizer que entregaram um belíssimo show visualmente falando juntamente de uma trilha sonora impecável. São boas porradarias, aquela cena da Hanekawa sendo estripada é absurdamente surreal principalmente por conta da riqueza de detalhes que ela nos entrega, o protagonista se desprendendo de sua humanidade momentaneamente e depois os diálogos acerca disso são sensacionais e há uma referência muito inteligente em meio a isso tudo. Novamente o fanservice está presente (como em Monogatari de modo geral) e isso não invalida nenhum pouco a obra. Eu só achei que os conflitos aconteceram e terminaram de forma muito rápida, acho que Araragi Vs Episode teve mais tempo de tela. Outra coisa: o protagonista me pareceu muito burro em alguns momentos, inclusive se o Oshino não tivesse dito para ele usar a cabeça(literalmente) na cena da Hanekawa basicamente morta, ela estaria morta até hoje. Torno a dizer: Oshino Meme é um personagem maravilhoso!
Great White é fajuto, nosense e muito ruim. Eu já vi tantos filmes ruins de tubarões mas que em comparação com esse eu consideraria os melhores, sério! É tudo muito sem sentido aqui, desde o início até o final, gente. Personagens sem carisma algum, boçais e um estúpido que mais sabe falar groselhas do que de fato ser útil (e acabou não sendo mesmo). Há três acontecimentos ainda mais ridículos e nosense demais da conta nesse filme, eu assisti não sabendo se eu gargalhava ou se eu xingava por ser tão ridículo. O Tubarão Branco não aparece quase nada e quando aparece de fato a gente sabe como termina. Joji, eis o personagem estúpido que mencionei anteriormente, fiquei nervoso com a burrice, imprudência e com seu ciúme doentio que culminou numa morte ainda mais ridícula de outro personagem, sem comentários, sinceramente. Eu poderia dizer que a fotografia é bacana mas não posso dizer que nem ela mesma consegue salvar o filme. Entrou para lista de os piores filmes de 2021.
Esse primeiro filme cumpre bem o papel de introduzir os personagens e apresenta-los na trama para então dar seguimento aos acontecimentos nos dois próximos filmes. Monogatari de modo geral é muito estilizado, possui uma ótima direção e uma animação quase inteiramente boa, tenho uma ressalva em relação a isso: o CGI nesse primeiro filme ficou bem chulo, nem todas as cenas estavam bem animadas, somente algumas mesmo mas relevo porque apresentaram uma fluidez considerável em tais cenas. Eu poderia reclamar do fanservice? Poderia! Só que já é outro aspecto característico de Monogatari e não acho que isso seja demérito algum. Senti falta de um Araragi mais expressivo embora o menino passou boa parte do filme agoniado ante tudo que lhe ocorreu, né. O jogo com as palavras, os efeitos sonoros e os takes repentinos que também são característicos da obra torna tudo um pouco mais interessante. Oshino Meme é simplesmente um ótimo personagem e sua aparição em Kizumonogatari é genial.
Há algumas cenas legais e engraçadas, alguns efeitos legaizinhos e o Jim Carrey casou muito bem com o papel que lhe foi dado — antagonista arrogante à beça e muito irritante, sério — cena dele dançando é hilária. Também foi ótimo vê-lo atuando depois de todas as intempéries que o ator passou. Não tenho muito o que falar, eu ri, achei bacana como desenvolveram a relação do Sonic com o Tom e aproveitaram bem o humor nas cenas com ambos juntos, nas falas do Sonic e tal. Fizeram um bom uso do CGI também e é isso. Gostei.
Esse segundo filme tem uma carga humorística mais amena, não me cativou tanto assim justamente por conta disso. Não é ruim, como eu disse no comentário acerca do primeiro filme: eu gosto de Goosebumps, é uma farofinha deliciosa mas senti falta de um humor mais significativo nesse, já que um dos gêneros dele é a comédia. Também faltou mais carisma no trio, eles são legais, o irmão da guria solta umas falas engraçadinhas mas só, não é nada que se compare ao personagem Champ nem ao trio do primeiro. O foco aqui é na revanche do Slappy que particularmente é o personagem que mais torna esse segundo filme bom e repito: eis um personagem que se tivesse ido à terapia não teria mil e um complexos, acreditem. O primeiro dá de dez a zero nesse segundo filme tranquilamente e, embora eu não tenha achado esse ruim, também não acho maravilhoso, é bom e só.
Goosebumps é aquela farofinha deliciosa. Um filme que soube bem utilizar o humor e que me tirou muitas risadas, gosto tanto que revi recentemente. Os monstros são legais e temos até um Lobisomem no estilo SWAG! Champ é o personagem mais hilário e bundão ( o que o torna hilário) do filme e não dá pra ficar sério em nenhuma cena com ele. Jack Black simplesmente fenomenal, sou fã dele e de como ele atua com tamanha naturalidade, sabe? Não é nada forçado ou com má vontade, ele se entrega de corpo e alma, seja em qual filme for! Única coisa "negativa" é aquele clichê do casalzinho, sei lá, não gostei e achei o Zach um pouco sem graça, me julguem! PORÉM não é demérito algum isso, como falei anteriormente: gosto de Goosebumps. E o motivo do Slappy botar terror em geral??? Terapia, meu filho, terapia!
Eu admito que fui assistir Oito e Meio com uma expectativa gigantesca do filme ser maravilhoso porém eu apenas achei bom. Há muitas outras obras cinematográficas bem melhores que essa, do Federico Fellini, sério. Oito e Meio chega a ser desconexo às vezes e suscita uma confusão no espectador que, embora não é impossível de entender depois, torna a narrativa um tanto quanto maçante. Há alguns diálogos reflexivos e interessantes, a fotografia é boa, aborda de uma forma diferente o bloqueio do processo criativo do protagonista e no decorrer disso tudo tece umas críticas substanciais a assuntos importantes mas pecou no ritmo e por não conseguir construir uma narrativa mais imersiva e menos maçante. Eu me peguei bocejando às vezes, sabe? Não é de todo ruim, eu só não considero uma obra-prima!
Um dos melhores filmes que já assisti. Gosto de como o "debate" é bem trabalhado em 12 Angry Men porque mostra claramente que é sempre necessário considerar e analisar todas as possibilidades antes de quaisquer julgamentos ou pré-conceitos. Confesso que me injuriei com as atitudes superficiais e grotescas de alguns jurados, sendo que estavam agindo indiferentemente ao caso discutido. Um cegado pelo próprio preconceito, outro com um superficialismo boçal a ponto de simplesmente condenar uma vida rapidamente a troco de um joguinho de beisebol. Possui uma narrativa que me instigou do início ao fim e me deixou preso e imerso durante todo tempo de filme. O David é obviamente o personagem mais sensato, justo e empático de toda trama, analisa meticulosamente todos os depoimentos dos depoentes e tece uma análise substancial, desprovida de preconceitos ou de achismos, ele só estava fazendo o trabalho dele. O ponto crucial reside na duração de tal debate em um único espaço onde os próprios jurados olham para o interior de si mesmos e se redescobrem, percebem a frivolidade de seus pensamentos e a própria incapacidade de tecer um julgamento justo, sem desvios a bel prazer ou baseado em experiências pessoais (com exceção de alguns) mudando assim seus pensamentos que outrora eram absurdamente boçais e repugnantes. Tenho muito o que falar? Sim! Mas eu quero apenas sentir. É um filme que incute diversas reflexões no espectador e digno de cada segundo despendido ao mesmo. Entrou para os meus favoritos.
Muito sexo, muita bebedeira e muita diversão é o que O Lobo de Wall Street tem a nos oferecer. Uma pessoa hedonista provavelmente adorará essa obra do Scorsese. Eu particularmente achei o filme bom e só, sim, adorador do Scorsese, eu achei apenas bom. O DiCaprio se entregou de corpo e alma no papel e nos rendeu boas atuações, isso é inegável. Margot Robbie simplesmente primorosa (que mulher, meus amigos) mas admito que o enredo vai ficando monótono e previsível, principalmente quando o pai do Jordan fala para ele que as consequências apareceriam. Também poderia ser muito bem encurtado, sério. 3h de filmes para apresentar só festanças, pessoas adultas agindo como jovens que frequentaram suas primeiras festas, gente. Eu sei que o filme tem uma nota alta, que há várias resenhas positivas sobre ele mas eu mesmo achei bom e divertidinho, somente. Há uma crítica interessante também mas que logo passa a ser ofuscada pela puerilidade e incoerência dos personagens. Enfim, quem comentar tentando me convencer do oposto ou simplesmente me ofendendo(como já vi acontecer aqui) ficará no vácuo eterno. Cada um com seus comentários, respeito é bom e todo mundo gosta.
Não fui assistir com grandes expectativas e terminei achando bom, só. O primeiro ato me prendeu mais e funciona bem como uma preparação dos recrutas para se tornarem Fuzileiros Navais ou, como o próprio filme faz questão de deixar explícito, máquinas mortíferas. Hartman é totalmente estúpido, sádico e sedento/fanático pela guerra. É um daqueles personagens que a cada segundo que abre sua boca exala um preconceito diferente. Me conhecendo eu tenho certeza que sairia no soco com ele. Há também um endeusamento à guerra e a instituição que é apresentada durante a trama. Fiquei muito puto com o que fizeram com o Leonard naquela cena do "chá de manta" porque a culpa foi do próprio Sargento estúpido, pior que achei tal cena pesadinha até que veio a cena final do primeiro ato:
Já estava nítido que o Leonard não suportaria mais a pressão psicológica e cometeria suicídio porém levou o Hartman junto e não fiquei com pena desse estúpido Sargento não.
O que mais me incomodou foi a passagem de tempo do primeiro ato para o segundo que, particularmente, achei um pouco maçante. Kubrick conseguiu retratar os horrores da guerra sim, incutiu uma tensão psicológica bacana, as transformações que a guerra causa naqueles que participam da mesma, e o final foi o momento que eu mais gostei porém achei cansativo antes, tinha umas coisas bem desnecessárias também. Talvez faltou aprofundar mais um pouquinho. E o nome de guerra dos Fuzileiros? Eu ri horrores! Enfim, não é um filme ruim, só não acho fenomenal, é bom.
Tudo começa com a observação e especulação. Hitchcock nos presenteia com uma obra cuja sua direção excelente nos deixa com um gostinho de quero mais. Interessantíssimo como ele conduziu todo filme apenas em um único espaço durante quase toda rodagem. É engraçado, triste e direto. Conforme a execução da câmera nos apresentava janela por janela, também refletia a vida de cada morador naquele pequeno bairro. Numa casa só havia pessoas festejando, noutra uma mulher solitária e a procura de alguém que pudesse sanar tal solidão mas ambas se completam quando a música a impede de cometer um infortúnio consigo mesmo. O contraste presente em cada lar da vizinhança é inteligentemente proposital. Os diálogos entre a Stella, Lisa e Jefferies são sensacionais e até mesmo hilário, com um quê de ingenuidade da parte de Lisa às vezes. O importante é observar os mínimos detalhes e desvendar um possível assassinato e o Jefferies o faz cirurgicamente. E a arma dele para combater o assassino???? SENSACIONAL! Hahaha. Suspense característico do diretor e muito gostosinho de sentir.
O Jefferies com as duas pernas quebradas no final sempre me rende boas gargalhadas, admito.
Eu adoro Janela Indiscreta, Hitchcock é um dos meus diretores favoritos e rever esse filme numa madrugada foi uma ótima experiência. Não reclamo por não haver sanguinolência ou por não ser um Thriller mais "pesado" porque o propósito aqui era totalmente outro.
Começo enaltecendo a atuação magistral do James McAvoy que soube bem transitar entre as personalidades apresentadas com um requinte de detalhes sensacional. Não é para qualquer um mas ele o faz impecavelmente. Uma ideia genial da parte do Shyamalan foi a de apresentar características físicas distintas para cada personalidade. Não mudou apenas a personalidade em si mas as condições físicas, os trejeitos, o modo de falar, a roupagem, aproveitando bem muitos fatores que englobam uma personalidade. O cenário incrivelmente rico em detalhes, o bom e correto uso das cores e iluminação, a execução invejável da câmera, os ângulos e aquele padrão-sequência próprio do diretor só contribuiu para uma imersão ainda melhor. Focando nas cores, é impressionante como ele sabe usá-las com maestria para nos deixar pistas ou até mesmo denunciar que algo estrondoso está para acontecer (quem é muito observador entenderá o que eu estou dizendo). Outra ideia genial da parte dele foi a de apresentar um novo significado a pessoas puras ou impuras. Os "impuros" são aquelas pessoas cuja vida é afortunada, pessoas de sucesso, sem traumas, os não rejeitados. Os "puros" são aquelas pessoas rejeitadas, problemáticas, submetidas ao sofrimento que, na perspectiva do personagem é substancial, e acredito que nesse ponto reside aquela "empatia" dele em relação à Casey quando ele nota as mutilações em sua barriga. Eu achei genial também apresentar o passado da Casey de quando ela era mais nova e recebia lições de caça de seu pai porque isso explica muito as ações dela no cativeiro, o dinamismo da personagem e o porquê dela ter permanecido imóvel naquela cena inicial, sem ter tomado uma medida precipitada. Ela sabia bem em qual campo ela estava inserida e a maneira correta de lidar com a situação ainda que gradativamente. Sabia quem era a caça e o caçador. E ainda havia passado por aquele infortúnio com o tio. Anya Taylor-Joy estava simplesmente surpreendente! PORÉM, como nem tudo é perfeito, eu achei o The Beast exagerado, tudo bem que ele tinha características físicas de um animal mas quando ele destroçou a perna da guria lá, os ossos, os dentes dele nem sequer cresceram/mudaram, gente. Isso não é demérito algum, só estou pontuando algo que desgostei minimamente . No mais, eu adoro Fragmentado e foi ótimo despender tempo revendo. Shyamalan é gênio demais!
De uma coisa todos nós sabemos: todo mundo do ciclo Toretto é imortal ou invencível, né não, Roman Pearce? kkkkkkkkkk. Como assim os caras pararam no espaço com um FF, capotaram os carros diversas vezes, levaram altas pancadas mas não tiveram um arranhãozinho??? Quanta extrapolação. É mais um filme com muita pancadaria, correria e diálogos engraçados, com uma pitadinha de humor, e um quê de sentimentalismo (por conta daquela contextualização acerca do passado do Dom e Jakob). Longe de mim descer o sarrafo mas não tem nada de inovador, é só absurdo atrás de absurdo, sabe? É divertido, ótimo pra passar tempo e só. Se houver um crossover com Jurassic Park mesmo eu vou querer ver o Pearce saindo no soco com um dinossauro. Me julguem.
Eu gostei demais! O filme apresenta uma constante tensão já deixando claro que a qualquer momento os personagens podem virar carne moída e é uma tensão bem gostosinha de sentir. Os personagens são super carismáticos, destaco a Ratcatcher com quem me simpatizei muitíssimo e o Nanaue que é o mais carismático de todos, ele também apresenta uma dualidade que se firma entre inocência e brutalidade além dele ser hilário. Há uma rivalidade pueril entre o Bloodsport e Pacemaker que gera bons risos e falando em risos o filme todo têm muitos momentos engraçados, os diálogos são idiotas e inteligentes e digo inteligentes também porque algumas piadinhas possuem umas sacadas geniais, na real da mesma forma que há idiotice também há um quê de genialidade nisso tudo. A LIBERDADE CRIATIVA que o James Gunn teve nesse Esquadrão Suicida é muito gratificante para mim, sério, o cara se desprendeu do convencional e simplesmente fez o que lhe deu na telha e ficou bom demais da conta, não é mesmo, Estrelinha do Mar? haha. Nem preciso falar da Margot Robbie e sua atuação sensacional, né? Eu adorei mesmo, tô nem aí.
Cru, brutal e marcante. Um dos filmes mais cruéis que aborda a temática vingança que eu já assisti. Surpreende-se por ir na via oposta dos clichês dos quais estamos acostumados. Nos mostra de uma forma realista o que há de pior na natureza humana, os personagens são repugnantes em essência, não há sequer um resquício de bondade neles. Na minha simples opinião, a ilha no qual o filme se passa está mais para um sistema autoritário em que a Bok-Nam está de modo coercitivo sujeita as nojeiras, asquerosidades e trabalhos forçados dos dois irmãos e das demais mulheres. Sim, digo delas também porque desde o início elas já se mostraram pessoas ruins em essência também, sem um pingo de empatia pela protagonista que já estava sofrendo há tempos.
O contraste entre Bok-Nam e Hye-Won é muito perceptível, a primeira sempre esteve isolada do continente, viveu uma vida infortunada, a segunda possui uma vida aparentemente abastada, de sucesso, e um contato significativo com o mundo. O que mais me incomodou na Hye-Won foi sua passividade e omissão -- igual as mulheres da ilha -- porque o que a Bok-Nam mais precisava era de alguém que a tirasse da ilha mas nem isso sua amiga de infância foi capaz de fazer.
Aquela cena que a Bok-Nam contou que sua filha estava sendo abusada pelo padrasto dela e a Hye-Won duvidou me deixou nervoso demais.
Então o ambiente no qual ela está inserida diz muito sobre sua conduta sim.
Bedevilled é um retrato do que acontece todos os dias na realidade: estupros, abuso seja qual for contra as mulheres, pedofilia, agressão às mulheres, as inúmeras omissões daqueles que poderiam denunciar mas que compactuam friamente com tais repugnâncias. Quando o cinema se aproxima da realidade nem sempre haverá um final feliz, alegre ou divertido, e Bedevilled existe para comprovar isso. Filmaço!
Cena da faca foi doideira demais, puta que pariu. Aquela cena dela cortando a cabeça de um dos irmãos e a outra dela matando o outro cara e perguntando se estava doendo foram as melhores cenas.
Ari Folman vasculha os recônditos da psique e nos revela os horrores da Guerra do Líbano mediante uma estética e animação de tirar o fôlego. Há todo momento nos é revelado quão obscura a guerra pode ser, os traumas que ela incute tanto nos combatentes --e principalmente -- nas vítimas. O documentário segue como uma série de entrevistas aos amigos do Ari Folman, aqueles que participaram da guerra, cujo o intuito do diretor é relembrar alguns acontecimentos no Líbano. Quanto mais ele os entrevista, mais pesado e custoso vai ficando de se digerir o que está na película. O uso de uma estética colorida, de cenários com uma animação estilizada e o pouco porém significativo uso de rotoscopia não ameniza os horrores transmitidos mas contribui para o espectador permanecer cada segundo imerso nessa triste e real história. É interessante observar que tanto o Folman como os seus amigos tornaram-se vítimas num determinado ponto e rumo da Guerra ao ponto de já não compreenderem a insensatez humana.
O exemplo disso são os morticínios causados pelas Falanges Cristãs(cena pesada a da família).
O documentário é conduzido de forma magistral, as cores denunciam o sentimento dos personagens, insegurança, obsessão, medo são sentimentos que há todo tempo estão interligados com a estética bem trabalhada em cada cenário. A cena que dá título ao mesmo é de uma primorosidade incrível. É uma daquelas animações que queremos assistir somente uma única vez, não por ser ruim, mas por carregar um peso emocional gigante sobre um triste e terrível acontecimento.
É mais frenético em relação aos outros filmes, têm mais cenas de tiroteios, perseguições, uma pitadinha de humor. Eu ri demais do cara falando pro Bond que ele se engraça com qualquer mulher e que isso seria o fim dele e logo depois acontece quase o que o cara disse, ele realmente quase vai pra vala. Outra coisa: que forma de matar alguém mais INCOMUM aquela do cara com a linha envenenada????? Fiquei: porra, bicho, cê é brabo mesmo. Enfim, é um bom filme, com umas sequências legais e o final típico de 007 mesmo.
Luz de Inverno retrata com maestria questões como crise de fé, a crença e descrença em Deus, o sentido da vida e o descontentamento consigo mesmo. O modo como Bergman inicia tal narrativa é inteligente e o fato inicial já coloca os personagens à mercê de uma instabilidade surreal. O pescador é o primeiro exemplo disso, ao saber que os chineses possuem bombas, ele entra em conflito consigo mesmo e procura algo que o alivia de tal tribulação porém o Padre com quem ele tenta conversar já está num conflito ainda pior, com uma dúvida enraizada no seu âmago e, incapaz de fornecer alívio ao pescador, se desprende do que acredita com uma frieza inigualável que consequentemente gera um infortúnio. É a circunstância que denúncia a descrença alheia.
Tomas é um personagem complexo, difícil de se ler, agoniado e amargurado consigo mesmo, já destituído de sua fé, e para mim ficou claro que ele só estava no piloto automático mesmo, inclusive quando realizou a ceia no começo do filme, se despede de toda sua casta de santidade e revela sua natureza humana, o descontentamento ante as insistências de Märta, a incapacidade de fornecer alívio à uma alma angustiada e justifica a distância entre ele e Deus com "Deus se silenciou". O final com aquela interpretação do Algot acerca do sofrimento de Cristo está inteiramente relacionada ao sofrimento interior do Padre, que para mim serviu-se mais de consolo ao seu suplício. No começo o Algot me pareceu apenas um falastrão mas no final ele se mostra um personagem absurdamente sábio.
Bergman também nos entrega planos memoráveis, uma atmosfera que está interligada aos acontecimentos e principalmente ao título do filme. O close no rosto de cada personagem revela o que cada um está sentindo, é tudo muito meticulosamente calculado e memorável. O existencialismo presente em Luz de Inverno é o que torna tal obra ainda mais intrigante. Um dos melhores do Bergman!
Infiltrado
3.6 319 Assista AgoraInfiltrado cumpre bem ao que se propõe, há cenas de ações muito boas com um começo já empolgante, conseguiu prender minha atenção e me deixar com os olhos grudados na tela, porém eu senti que deram uma enrolada ou que o ritmo caiu depois de algum tempo de rodagem, inclusive quando começaram a explicar o porquê do "H" estar infiltrado na Fortico. Depois vem a explicação do plano e outra vez repassam a mesma cena inicial deixando assim repetitivo. Há algumas forçação de barra em algumas cenas, por exemplo:
o H foi baleado, depois apareceu na casa do cara como se nada tivesse acontecido, o sangue no rosto dele foi da porradaria com o outro cara bem antes dele ser baleado, então concretizou sua vingança de ANOS e pronto.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraEu fui rever para poder assistir o segundo, já que me esqueci de algumas coisas, e sigo achando que é um bom filme mas nada grandioso.Primeiro que só para apresentar o simbionte levou um tempo bem longo, até o Eddie sacar o que estava acontecendo com ele foi suficiente para roubarem confrontos que poderiam ter sido incutidos na trama Segundo: há mais uma correria frenética do que confrontos bem construídos, o único confronto que torna essa obra boa é o confronto final do Venom vs Riot e ainda assim conseguiram rushar tal confronto embora tenha ficado muito bem coreografado. A parte gráfica é muito boa, quando o Venom toma o controle e aparece totalmente é bacana demais
(aquela parte dele assustando o roqueiro no apartamento é hilária).
O Rei
3.6 404Sabem o que mais me surpreende nesse filme? O fato do protagonista — O Rei — ser desenvolvido de uma maneira tão incrível que não deixa espaço para ser um personagem entediante. Geralmente em filmes com essa temática o rei é o indivíduo que sempre enxerga somente a via da guerra como a forma de derrotar seu inimigo e alcançar a paz, porém, aqui temos um rei que antes de ir por tal via ele se encontra há todo momento introspectivo e num dilema angustiante, utiliza-se da diplomacia, da observação aos fatos antes de iniciar de fato uma guerra física, já que o rei em si se encontra num árduo conflito interno sobre isso. Embora ele seja incapaz de fugir da guerra e as circunstância o obrigam a encará-la, entregaram uma guerra no estilo mais medieval possível, pouca agilidade nas lutas, um enfoque mais nos diálogos do que no quebra pau que estamos acostumado e um cenário muito apropriado para tal estilo. Há também uma riqueza de detalhes impressionante dessa época.
O filme apresenta uma fotografia excelente, utilizaram bem alguns tons para fazerem jus a época no qual a trama se passa, o Timotheé Chalamet entregou uma atuação maravilhosa conseguindo transmitir bem os sentimentos do Rei, sua incoerência e seu algoz ante toda situação. No entanto há alguns problemas nesse filme mas um que eu gostaria de dizer que me incomodou foi o seguinte:
A morte do Dauphin; uma morte muito tosca para um personagem que é apresentado como no mínimo interessante, sério. Tudo bem que teve toda aquela estratégia de campo do John mas eu queria ter visto o Dauphin ter ao menos um confronto decente antes de morrer, só que não rolou.
Pig: A Vingança
3.5 305Pig é super imersivo e possui uma carga dramática muito significativa. Um dos pontos que eu mais adorei nesse filme é a sensação que ele passa de que uma hora ou outra o protagonista surtará e começará a descer a porrada, trocará tiroteios e bombardeará seus inimigos tal qual John Wick(eu juro que fui assistir esperando algo assim, só que a quebra de expectativa é gigantesca) porém é bem melhor do que eu imaginava. O filme é totalmente introspectivo-reflexivo, discute e trabalha bem questões como a importância de você ser autêntico, sem se ajustar aos moldes pré-fabricados, a autovalorização, a efemeridade da vida. O Rob é um personagem cuja vida é cheia de intempéries e contrapontos, com um passado custoso mas que torna-se compreensível pois aos poucos a narrativa nos revela outros traços desse personagem de difícil leitura! Há diálogos profundos, sensíveis e muito introspectivos mesmo. O silêncio em algumas cenas tem muito a denunciar também. Há três cenas muito específicas que me desidrataram completamente e eu amei porque eu amo quando o filme consegue me tocar de uma forma intensa e única(é raro eu chorar assistindo filmes, acreditem). É um dos melhores trabalhos em anos do Nicolas Cage, ele está simplesmente magistral e digo isso com toda tranquilidade do mundo. Eu tenho muito o que falar sobre Pig? Tenho! Mas eu só quero sentir todo misto de sentimentos que essa obra me causou, talvez futuramente eu poste outro comentário sobre outras coisas que me agradaram mas no momento eu deixo que a minha enorme apreciação fale mais alto. Que filme fantástico!
Jungle Cruise
3.1 352 Assista AgoraCaraaaaa, como assim eu não consegui me entreter com esse filme? Assim: eu sou fã à beça do The Rock e da Emily Blunt mas por algum motivo eu não gostei muito de Jungle Cruise. Eu acho que a única coisa que sustenta o filme é a interação do Frank com a Lily porque de resto é só ladeira abaixo. Além do mais eu senti que beberam muito de outros filmes para produzir esse, meio que estava nítido, na boa. Consegui lembrar de um punhado de filmes similares e fiquei me perguntando: será que se aproveitaram de algum material desses??? A questão de se aventurarem é boa e trabalham bem, não nego, só que eu realmente não me senti preso ao filme, não consegui me conectar ao ponto de rir ou, sei lá, me divertir muito. Eu mesmo estou confuso sobre o que de fato eu senti com esse filme, não vou descer o sarrafo porque provavelmente darei uma segunda chance, vou rever pra saber se me conecto melhor mas por enquanto eu só tenho a dizer que: pra mim foi um tanto quanto fuleiro.
Kizumonogatari III: Sangue Frio
4.0 8Último filme da trilogia Kizumonogataria. Eu gostei demais, adorei a luta insana da Kiss Shot Vs Araragi e de como animaram muitíssimo bem tal conflito. A crise existencial do protagonista é discutida de uma forma incomum porém interessante, minha única ressalva está relacionada àquela cena dele pegar nos seios da Hanekawa: cena bem tosca, longa(a do depósito) e sem propósito algum. Esse fanservice invalida todo filme? Não, não canso de repetir isso porém admito que essa cena específica não apresenta um propósito significativo mesmo! Tivemos o Oshino Meme salvando o protagonista outra vez e por isso eu não me canso de dizer que ele é um baita personagem bom! Trilha sonora impecável e bastante imersiva. Enfim, demorei para assistir os três filmes mas eu finalmente assisti e gostei demais.
Kizumonogatari II: Sangue Quente
4.0 7Esse segundo filme foca no conflito do Araragi com os seus inimigos e aproveito para dizer que entregaram um belíssimo show visualmente falando juntamente de uma trilha sonora impecável. São boas porradarias, aquela cena da Hanekawa sendo estripada é absurdamente surreal principalmente por conta da riqueza de detalhes que ela nos entrega, o protagonista se desprendendo de sua humanidade momentaneamente e depois os diálogos acerca disso são sensacionais e há uma referência muito inteligente em meio a isso tudo. Novamente o fanservice está presente (como em Monogatari de modo geral) e isso não invalida nenhum pouco a obra. Eu só achei que os conflitos aconteceram e terminaram de forma muito rápida, acho que Araragi Vs Episode teve mais tempo de tela. Outra coisa: o protagonista me pareceu muito burro em alguns momentos, inclusive se o Oshino não tivesse dito para ele usar a cabeça(literalmente) na cena da Hanekawa basicamente morta, ela estaria morta até hoje. Torno a dizer: Oshino Meme é um personagem maravilhoso!
Grande Tubarão Branco
1.8 132Great White é fajuto, nosense e muito ruim. Eu já vi tantos filmes ruins de tubarões mas que em comparação com esse eu consideraria os melhores, sério! É tudo muito sem sentido aqui, desde o início até o final, gente. Personagens sem carisma algum, boçais e um estúpido que mais sabe falar groselhas do que de fato ser útil (e acabou não sendo mesmo). Há três acontecimentos ainda mais ridículos e nosense demais da conta nesse filme, eu assisti não sabendo se eu gargalhava ou se eu xingava por ser tão ridículo. O Tubarão Branco não aparece quase nada e quando aparece de fato a gente sabe como termina. Joji, eis o personagem estúpido que mencionei anteriormente, fiquei nervoso com a burrice, imprudência e com seu ciúme doentio que culminou numa morte ainda mais ridícula de outro personagem, sem comentários, sinceramente. Eu poderia dizer que a fotografia é bacana mas não posso dizer que nem ela mesma consegue salvar o filme. Entrou para lista de os piores filmes de 2021.
Kizumonogatari I: Sangue e Ferro
3.9 13Esse primeiro filme cumpre bem o papel de introduzir os personagens e apresenta-los na trama para então dar seguimento aos acontecimentos nos dois próximos filmes. Monogatari de modo geral é muito estilizado, possui uma ótima direção e uma animação quase inteiramente boa, tenho uma ressalva em relação a isso: o CGI nesse primeiro filme ficou bem chulo, nem todas as cenas estavam bem animadas, somente algumas mesmo mas relevo porque apresentaram uma fluidez considerável em tais cenas. Eu poderia reclamar do fanservice? Poderia! Só que já é outro aspecto característico de Monogatari e não acho que isso seja demérito algum. Senti falta de um Araragi mais expressivo embora o menino passou boa parte do filme agoniado ante tudo que lhe ocorreu, né. O jogo com as palavras, os efeitos sonoros e os takes repentinos que também são característicos da obra torna tudo um pouco mais interessante. Oshino Meme é simplesmente um ótimo personagem e sua aparição em Kizumonogatari é genial.
Sonic: O Filme
3.4 712 Assista AgoraHá algumas cenas legais e engraçadas, alguns efeitos legaizinhos e o Jim Carrey casou muito bem com o papel que lhe foi dado — antagonista arrogante à beça e muito irritante, sério — cena dele dançando é hilária. Também foi ótimo vê-lo atuando depois de todas as intempéries que o ator passou. Não tenho muito o que falar, eu ri, achei bacana como desenvolveram a relação do Sonic com o Tom e aproveitaram bem o humor nas cenas com ambos juntos, nas falas do Sonic e tal. Fizeram um bom uso do CGI também e é isso. Gostei.
Goosebumps 2: Halloween Assombrado
2.7 88Esse segundo filme tem uma carga humorística mais amena, não me cativou tanto assim justamente por conta disso. Não é ruim, como eu disse no comentário acerca do primeiro filme: eu gosto de Goosebumps, é uma farofinha deliciosa mas senti falta de um humor mais significativo nesse, já que um dos gêneros dele é a comédia. Também faltou mais carisma no trio, eles são legais, o irmão da guria solta umas falas engraçadinhas mas só, não é nada que se compare ao personagem Champ nem ao trio do primeiro. O foco aqui é na revanche do Slappy que particularmente é o personagem que mais torna esse segundo filme bom e repito: eis um personagem que se tivesse ido à terapia não teria mil e um complexos, acreditem. O primeiro dá de dez a zero nesse segundo filme tranquilamente e, embora eu não tenha achado esse ruim, também não acho maravilhoso, é bom e só.
Goosebumps: Monstros e Arrepios
3.1 436 Assista AgoraGoosebumps é aquela farofinha deliciosa. Um filme que soube bem utilizar o humor e que me tirou muitas risadas, gosto tanto que revi recentemente. Os monstros são legais e temos até um Lobisomem no estilo SWAG! Champ é o personagem mais hilário e bundão ( o que o torna hilário) do filme e não dá pra ficar sério em nenhuma cena com ele. Jack Black simplesmente fenomenal, sou fã dele e de como ele atua com tamanha naturalidade, sabe? Não é nada forçado ou com má vontade, ele se entrega de corpo e alma, seja em qual filme for! Única coisa "negativa" é aquele clichê do casalzinho, sei lá, não gostei e achei o Zach um pouco sem graça, me julguem! PORÉM não é demérito algum isso, como falei anteriormente: gosto de Goosebumps. E o motivo do Slappy botar terror em geral??? Terapia, meu filho, terapia!
8½
4.3 409 Assista AgoraEu admito que fui assistir Oito e Meio com uma expectativa gigantesca do filme ser maravilhoso porém eu apenas achei bom. Há muitas outras obras cinematográficas bem melhores que essa, do Federico Fellini, sério. Oito e Meio chega a ser desconexo às vezes e suscita uma confusão no espectador que, embora não é impossível de entender depois, torna a narrativa um tanto quanto maçante. Há alguns diálogos reflexivos e interessantes, a fotografia é boa, aborda de uma forma diferente o bloqueio do processo criativo do protagonista e no decorrer disso tudo tece umas críticas substanciais a assuntos importantes mas pecou no ritmo e por não conseguir construir uma narrativa mais imersiva e menos maçante. Eu me peguei bocejando às vezes, sabe? Não é de todo ruim, eu só não considero uma obra-prima!
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraUm dos melhores filmes que já assisti. Gosto de como o "debate" é bem trabalhado em 12 Angry Men porque mostra claramente que é sempre necessário considerar e analisar todas as possibilidades antes de quaisquer julgamentos ou pré-conceitos. Confesso que me injuriei com as atitudes superficiais e grotescas de alguns jurados, sendo que estavam agindo indiferentemente ao caso discutido. Um cegado pelo próprio preconceito, outro com um superficialismo boçal a ponto de simplesmente condenar uma vida rapidamente a troco de um joguinho de beisebol. Possui uma narrativa que me instigou do início ao fim e me deixou preso e imerso durante todo tempo de filme. O David é obviamente o personagem mais sensato, justo e empático de toda trama, analisa meticulosamente todos os depoimentos dos depoentes e tece uma análise substancial, desprovida de preconceitos ou de achismos, ele só estava fazendo o trabalho dele. O ponto crucial reside na duração de tal debate em um único espaço onde os próprios jurados olham para o interior de si mesmos e se redescobrem, percebem a frivolidade de seus pensamentos e a própria incapacidade de tecer um julgamento justo, sem desvios a bel prazer ou baseado em experiências pessoais (com exceção de alguns) mudando assim seus pensamentos que outrora eram absurdamente boçais e repugnantes. Tenho muito o que falar? Sim! Mas eu quero apenas sentir. É um filme que incute diversas reflexões no espectador e digno de cada segundo despendido ao mesmo. Entrou para os meus favoritos.
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraMuito sexo, muita bebedeira e muita diversão é o que O Lobo de Wall Street tem a nos oferecer. Uma pessoa hedonista provavelmente adorará essa obra do Scorsese. Eu particularmente achei o filme bom e só, sim, adorador do Scorsese, eu achei apenas bom. O DiCaprio se entregou de corpo e alma no papel e nos rendeu boas atuações, isso é inegável. Margot Robbie simplesmente primorosa (que mulher, meus amigos) mas admito que o enredo vai ficando monótono e previsível, principalmente quando o pai do Jordan fala para ele que as consequências apareceriam. Também poderia ser muito bem encurtado, sério. 3h de filmes para apresentar só festanças, pessoas adultas agindo como jovens que frequentaram suas primeiras festas, gente. Eu sei que o filme tem uma nota alta, que há várias resenhas positivas sobre ele mas eu mesmo achei bom e divertidinho, somente. Há uma crítica interessante também mas que logo passa a ser ofuscada pela puerilidade e incoerência dos personagens. Enfim, quem comentar tentando me convencer do oposto ou simplesmente me ofendendo(como já vi acontecer aqui) ficará no vácuo eterno. Cada um com seus comentários, respeito é bom e todo mundo gosta.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraNão fui assistir com grandes expectativas e terminei achando bom, só. O primeiro ato me prendeu mais e funciona bem como uma preparação dos recrutas para se tornarem Fuzileiros Navais ou, como o próprio filme faz questão de deixar explícito, máquinas mortíferas. Hartman é totalmente estúpido, sádico e sedento/fanático pela guerra. É um daqueles personagens que a cada segundo que abre sua boca exala um preconceito diferente. Me conhecendo eu tenho certeza que sairia no soco com ele. Há também um endeusamento à guerra e a instituição que é apresentada durante a trama. Fiquei muito puto com o que fizeram com o Leonard naquela cena do "chá de manta" porque a culpa foi do próprio Sargento estúpido, pior que achei tal cena pesadinha até que veio a cena final do primeiro ato:
Já estava nítido que o Leonard não suportaria mais a pressão psicológica e cometeria suicídio porém levou o Hartman junto e não fiquei com pena desse estúpido Sargento não.
O que mais me incomodou foi a passagem de tempo do primeiro ato para o segundo que, particularmente, achei um pouco maçante. Kubrick conseguiu retratar os horrores da guerra sim, incutiu uma tensão psicológica bacana, as transformações que a guerra causa naqueles que participam da mesma, e o final foi o momento que eu mais gostei porém achei cansativo antes, tinha umas coisas bem desnecessárias também. Talvez faltou aprofundar mais um pouquinho. E o nome de guerra dos Fuzileiros? Eu ri horrores! Enfim, não é um filme ruim, só não acho fenomenal, é bom.
Janela Indiscreta
4.3 1,2K Assista AgoraTudo começa com a observação e especulação. Hitchcock nos presenteia com uma obra cuja sua direção excelente nos deixa com um gostinho de quero mais. Interessantíssimo como ele conduziu todo filme apenas em um único espaço durante quase toda rodagem. É engraçado, triste e direto. Conforme a execução da câmera nos apresentava janela por janela, também refletia a vida de cada morador naquele pequeno bairro. Numa casa só havia pessoas festejando, noutra uma mulher solitária e a procura de alguém que pudesse sanar tal solidão mas ambas se completam quando a música a impede de cometer um infortúnio consigo mesmo. O contraste presente em cada lar da vizinhança é inteligentemente proposital. Os diálogos entre a Stella, Lisa e Jefferies são sensacionais e até mesmo hilário, com um quê de ingenuidade da parte de Lisa às vezes. O importante é observar os mínimos detalhes e desvendar um possível assassinato e o Jefferies o faz cirurgicamente. E a arma dele para combater o assassino???? SENSACIONAL! Hahaha. Suspense característico do diretor e muito gostosinho de sentir.
O Jefferies com as duas pernas quebradas no final sempre me rende boas gargalhadas, admito.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraComeço enaltecendo a atuação magistral do James McAvoy que soube bem transitar entre as personalidades apresentadas com um requinte de detalhes sensacional. Não é para qualquer um mas ele o faz impecavelmente. Uma ideia genial da parte do Shyamalan foi a de apresentar características físicas distintas para cada personalidade. Não mudou apenas a personalidade em si mas as condições físicas, os trejeitos, o modo de falar, a roupagem, aproveitando bem muitos fatores que englobam uma personalidade. O cenário incrivelmente rico em detalhes, o bom e correto uso das cores e iluminação, a execução invejável da câmera, os ângulos e aquele padrão-sequência próprio do diretor só contribuiu para uma imersão ainda melhor. Focando nas cores, é impressionante como ele sabe usá-las com maestria para nos deixar pistas ou até mesmo denunciar que algo estrondoso está para acontecer (quem é muito observador entenderá o que eu estou dizendo). Outra ideia genial da parte dele foi a de apresentar um novo significado a pessoas puras ou impuras. Os "impuros" são aquelas pessoas cuja vida é afortunada, pessoas de sucesso, sem traumas, os não rejeitados. Os "puros" são aquelas pessoas rejeitadas, problemáticas, submetidas ao sofrimento que, na perspectiva do personagem é substancial, e acredito que nesse ponto reside aquela "empatia" dele em relação à Casey quando ele nota as mutilações em sua barriga. Eu achei genial também apresentar o passado da Casey de quando ela era mais nova e recebia lições de caça de seu pai porque isso explica muito as ações dela no cativeiro, o dinamismo da personagem e o porquê dela ter permanecido imóvel naquela cena inicial, sem ter tomado uma medida precipitada. Ela sabia bem em qual campo ela estava inserida e a maneira correta de lidar com a situação ainda que gradativamente. Sabia quem era a caça e o caçador. E ainda havia passado por aquele infortúnio com o tio. Anya Taylor-Joy estava simplesmente surpreendente! PORÉM, como nem tudo é perfeito, eu achei o The Beast exagerado, tudo bem que ele tinha características físicas de um animal mas quando ele destroçou a perna da guria lá, os ossos, os dentes dele nem sequer cresceram/mudaram, gente. Isso não é demérito algum, só estou pontuando algo que desgostei minimamente . No mais, eu adoro Fragmentado e foi ótimo despender tempo revendo. Shyamalan é gênio demais!
Velozes e Furiosos 9
2.8 415 Assista AgoraDe uma coisa todos nós sabemos: todo mundo do ciclo Toretto é imortal ou invencível, né não, Roman Pearce? kkkkkkkkkk. Como assim os caras pararam no espaço com um FF, capotaram os carros diversas vezes, levaram altas pancadas mas não tiveram um arranhãozinho??? Quanta extrapolação. É mais um filme com muita pancadaria, correria e diálogos engraçados, com uma pitadinha de humor, e um quê de sentimentalismo (por conta daquela contextualização acerca do passado do Dom e Jakob). Longe de mim descer o sarrafo mas não tem nada de inovador, é só absurdo atrás de absurdo, sabe? É divertido, ótimo pra passar tempo e só. Se houver um crossover com Jurassic Park mesmo eu vou querer ver o Pearce saindo no soco com um dinossauro. Me julguem.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraEu gostei demais! O filme apresenta uma constante tensão já deixando claro que a qualquer momento os personagens podem virar carne moída e é uma tensão bem gostosinha de sentir. Os personagens são super carismáticos, destaco a Ratcatcher com quem me simpatizei muitíssimo e o Nanaue que é o mais carismático de todos, ele também apresenta uma dualidade que se firma entre inocência e brutalidade além dele ser hilário. Há uma rivalidade pueril entre o Bloodsport e Pacemaker que gera bons risos e falando em risos o filme todo têm muitos momentos engraçados, os diálogos são idiotas e inteligentes e digo inteligentes também porque algumas piadinhas possuem umas sacadas geniais, na real da mesma forma que há idiotice também há um quê de genialidade nisso tudo. A LIBERDADE CRIATIVA que o James Gunn teve nesse Esquadrão Suicida é muito gratificante para mim, sério, o cara se desprendeu do convencional e simplesmente fez o que lhe deu na telha e ficou bom demais da conta, não é mesmo, Estrelinha do Mar? haha. Nem preciso falar da Margot Robbie e sua atuação sensacional, né? Eu adorei mesmo, tô nem aí.
Endemoniada
4.0 316 Assista AgoraCru, brutal e marcante. Um dos filmes mais cruéis que aborda a temática vingança que eu já assisti. Surpreende-se por ir na via oposta dos clichês dos quais estamos acostumados. Nos mostra de uma forma realista o que há de pior na natureza humana, os personagens são repugnantes em essência, não há sequer um resquício de bondade neles. Na minha simples opinião, a ilha no qual o filme se passa está mais para um sistema autoritário em que a Bok-Nam está de modo coercitivo sujeita as nojeiras, asquerosidades e trabalhos forçados dos dois irmãos e das demais mulheres. Sim, digo delas também porque desde o início elas já se mostraram pessoas ruins em essência também, sem um pingo de empatia pela protagonista que já estava sofrendo há tempos.
O contraste entre Bok-Nam e Hye-Won é muito perceptível, a primeira sempre esteve isolada do continente, viveu uma vida infortunada, a segunda possui uma vida aparentemente abastada, de sucesso, e um contato significativo com o mundo. O que mais me incomodou na Hye-Won foi sua passividade e omissão -- igual as mulheres da ilha -- porque o que a Bok-Nam mais precisava era de alguém que a tirasse da ilha mas nem isso sua amiga de infância foi capaz de fazer.
Aquela cena que a Bok-Nam contou que sua filha estava sendo abusada pelo padrasto dela e a Hye-Won duvidou me deixou nervoso demais.
Bedevilled é um retrato do que acontece todos os dias na realidade: estupros, abuso seja qual for contra as mulheres, pedofilia, agressão às mulheres, as inúmeras omissões daqueles que poderiam denunciar mas que compactuam friamente com tais repugnâncias. Quando o cinema se aproxima da realidade nem sempre haverá um final feliz, alegre ou divertido, e Bedevilled existe para comprovar isso. Filmaço!
Cena da faca foi doideira demais, puta que pariu.
Aquela cena dela cortando a cabeça de um dos irmãos e a outra dela matando o outro cara e perguntando se estava doendo foram as melhores cenas.
Valsa com Bashir
4.2 305 Assista AgoraAri Folman vasculha os recônditos da psique e nos revela os horrores da Guerra do Líbano mediante uma estética e animação de tirar o fôlego. Há todo momento nos é revelado quão obscura a guerra pode ser, os traumas que ela incute tanto nos combatentes --e principalmente -- nas vítimas. O documentário segue como uma série de entrevistas aos amigos do Ari Folman, aqueles que participaram da guerra, cujo o intuito do diretor é relembrar alguns acontecimentos no Líbano. Quanto mais ele os entrevista, mais pesado e custoso vai ficando de se digerir o que está na película. O uso de uma estética colorida, de cenários com uma animação estilizada e o pouco porém significativo uso de rotoscopia não ameniza os horrores transmitidos mas contribui para o espectador permanecer cada segundo imerso nessa triste e real história. É interessante observar que tanto o Folman como os seus amigos tornaram-se vítimas num determinado ponto e rumo da Guerra ao ponto de já não compreenderem a insensatez humana.
O exemplo disso são os morticínios causados pelas Falanges Cristãs(cena pesada a da família).
O documentário é conduzido de forma magistral, as cores denunciam o sentimento dos personagens, insegurança, obsessão, medo são sentimentos que há todo tempo estão interligados com a estética bem trabalhada em cada cenário. A cena que dá título ao mesmo é de uma primorosidade incrível. É uma daquelas animações que queremos assistir somente uma única vez, não por ser ruim, mas por carregar um peso emocional gigante sobre um triste e terrível acontecimento.
Com 007 Só Se Vive Duas Vezes
3.5 156 Assista AgoraÉ mais frenético em relação aos outros filmes, têm mais cenas de tiroteios, perseguições, uma pitadinha de humor. Eu ri demais do cara falando pro Bond que ele se engraça com qualquer mulher e que isso seria o fim dele e logo depois acontece quase o que o cara disse, ele realmente quase vai pra vala. Outra coisa: que forma de matar alguém mais INCOMUM aquela do cara com a linha envenenada????? Fiquei: porra, bicho, cê é brabo mesmo. Enfim, é um bom filme, com umas sequências legais e o final típico de 007 mesmo.
Luz de Inverno
4.3 173Luz de Inverno retrata com maestria questões como crise de fé, a crença e descrença em Deus, o sentido da vida e o descontentamento consigo mesmo. O modo como Bergman inicia tal narrativa é inteligente e o fato inicial já coloca os personagens à mercê de uma instabilidade surreal. O pescador é o primeiro exemplo disso, ao saber que os chineses possuem bombas, ele entra em conflito consigo mesmo e procura algo que o alivia de tal tribulação porém o Padre com quem ele tenta conversar já está num conflito ainda pior, com uma dúvida enraizada no seu âmago e, incapaz de fornecer alívio ao pescador, se desprende do que acredita com uma frieza inigualável que consequentemente gera um infortúnio. É a circunstância que denúncia a descrença alheia.
Tomas é um personagem complexo, difícil de se ler, agoniado e amargurado consigo mesmo, já destituído de sua fé, e para mim ficou claro que ele só estava no piloto automático mesmo, inclusive quando realizou a ceia no começo do filme, se despede de toda sua casta de santidade e revela sua natureza humana, o descontentamento ante as insistências de Märta, a incapacidade de fornecer alívio à uma alma angustiada e justifica a distância entre ele e Deus com "Deus se silenciou". O final com aquela interpretação do Algot acerca do sofrimento de Cristo está inteiramente relacionada ao sofrimento interior do Padre, que para mim serviu-se mais de consolo ao seu suplício. No começo o Algot me pareceu apenas um falastrão mas no final ele se mostra um personagem absurdamente sábio.
Bergman também nos entrega planos memoráveis, uma atmosfera que está interligada aos acontecimentos e principalmente ao título do filme. O close no rosto de cada personagem revela o que cada um está sentindo, é tudo muito meticulosamente calculado e memorável. O existencialismo presente em Luz de Inverno é o que torna tal obra ainda mais intrigante. Um dos melhores do Bergman!