Eu gostei bastante. A nota poderia ser até 4,25. Só achei que tem umas falas meio piegas e levemente clichês (ele no final falando pra Mulher-Gato "take care of yourself", o Pinguim falando umas coisas meio cômicas, enfim, charmes para a galera - tudo ok). A fotografia poderia ser melhor para um filme desse nível (olhe para a fotografia da Trilogia Nolan, é bem superior), mas a trilha sonora é ótima. Boas atuações, especialmente Pattinson e Paul Dano. Não é cansativo e na real eu gostei que levaram a trama até o limite do interesse do espectador. A construção socio-psicológica de Gotham, Bruce Wayne e Charada ficou boa e interessante. Mais de 3 horas seria maçante, mas quase 3 horas ficou redondo. Esperando a continuação. As expectativas foram alcançadas e esse é um exemplar de mais produto de qualidade da franquia Batman, junto do recente Coringa, que também é ótimo.
Lynch sendo romântico e Hollywoodiano, ao mesmo tempo que segue sendo autoral. Interessante demais como consegue. O final emociona! Ótimas atuações, inclusive.
Completamente hipnótico, intrigante, onírico e até mesmo engraçado, em alguns momentos. É muito subjetivo, com teorias (umas mais aceitas como verdadeiras que outras) que tentam decifrar o filme, porém o próprio diretor comenta que não tem uma verdade acerca do filme - é para ser uma experiência subjetiva e interpretativa muito mais do que um exercício de quebra-cabeça, como outros thrillers tipo Seven, Os Suspeitos, Psicose, etc. O mesmo surrealismo já tinha sido utilizado no "quem matou?" ou "who done it?" de Twin Peaks. Lynch se preocupa e se compromete muito mais com as emoções e a fantasia que o cinema proporciona do que com ser fiel a realidade e a fazer sentido.
Triste ver as pessoas desmerecendo e rejeitando esse interesse e sensível drama altamente psicológico e atmosférico de qualidade. Sim, é lento, sim, não há muita ação, mas o filme é bem executado, atuado e escrito. É um filme sobre o luto, sobre o desejo de reparação e vingança que advém de um sentimento de injustiça pela perda. Não, não é um filme imperdível e brilhante, mas é muito bom, e pra mim, inteligente e instigante na medida certa. Como um fogo brando que vai cozinhando a comida pouco a pouco. E o que tem de interessante nisso? Pra que assistir um filme assim? Bom, se vocês curtem filmes simples bem atuados, psicológicos e com um roteiro inteligente vão perceber que é um filme atraente, por incrível que pareça.
No final, fiquei com a impressão que ele não tinha ficado satisfeito em matar somente o assassino, como também queria responsabilizar e matar a mulher também.
Muito meigo, inteligente, único, diferente e com diálogos muito interessantes sobre a vida e as relações românticas e familiares. Pensei que a nota aqui no Filmow fosse massacrar o filme com um 3.4. Fico feliz que não, mas assustado com 4.2. Uma pequena jóia que vale a pena ser conhecida.
Bom, mas eu esperava mais. Tecnicamente é lindo, mas eu achei o roteiro bem simplista, que parece ser de pouca importância ou eficácia para um universo construído que é sim atraente. Personagens pouco desenvolvidos, trama um tanto maniqueísta - parece que o filme não alcança o vôo que poderia ter alcançado.
O que eu gostei: universo Tim Burtoniano sempre melancólico, fantasioso e agradável - sempre muito bem feito do ponto de vista estético-técnico. O que eu não gostei: O filme acaba sendo um universo fantástico Tim Burtoniano meio Disney, meio slasher - que parece não dar conta de uma complexidade ou profundidade - eu particularmente achei o filme "tímido" como slasher, porque sim, tem sangue e violência, mas a sensação é que o terror e o slasher é superficial. Parece mais um filme de fantasia!
De qualquer forma, o filme é tão lindo e agradável esteticamente com um roteiro minimamente direito e atuações ok que a nota é 3,75/4 estrelas.
Muito bom! Bem atuado e ótimo roteiro, embora eu tenha achado previsível (eu e muitos pelo visto) o desenrolar da trama. Ainda, uma crítica ácida sobre quem atua do lado da Lei (ela, como psicóloga), mostrando como é tênue a linha entre retidão moral e enganação, hipocrisia para viver de uma imagem social - ou seja, ambos exploram a confiança de suas vítimas (con man). Eu amo filme com esse enredo crime/picaretas, com essas reviravoltas, portanto, o filme foi uma experiência muito boa. Tinha dado 4,5 estrelas assim que cliquei, mas me pareceu excessivo. Assim, gostaria de dar mesmo 4,25.
Bom filme! Bem atuado, escrito e dirigido. Muito boa atuação de Paul Newman! Mary Elizabeth Mastrantonio e Tom Cruise estão bem. Interessante que ela foi até indicada ao Oscar, mesmo aparecendo pouco. Parecia mais natural que Tom Cruise em cena, realmente. Eu esperava algo mais do longa, de qualquer forma não considero que decepcionou - acredito eu que por Paul Newman, que PRA MIM eleva o filme a um outro patamar, totalmente entregue ao personagem.
PS: Que sinopse do Filmow é essa? "Mas a amizade entre eles se torna uma verdadeira guerra quando os dois se interessam pela mesma mulher." Viram o mesmo filme que eu? O Paul Newman nunca se interessou pela Mary Elizabeth Mastrontonio, na verdade. Que guerra por causa da mesma mulher? Eles tinham uma amizade e um vínculo, que era devido ao Tom Cruise. Podia até ter olhares porque ela deixava a porta do quarto aberta e ficava semi-nua quando o Paul Newman estava, que olhava de volta, mas ele tinha claro que eles eram parceiros de negócio, tanto que ele confronta ela uma vez quanto a isso. Havia uma atração mútua, no máximo. A "guerra" ocorre porque o Tom Cruise é jovem e imaturo (ainda rebelde e orgulhoso) e o Paul Newman é "macaco-velho".
Que título forçado, cara. Um Espião Nunca Morre. Sabem que o mesmo Pierce Brosnan tem um título de filme como James Bond chamado 007 - O Amanhã Nunca Morre, né? Pois é, são os estúdios brasileiros tentando tirar a última gota da teta da vaca aqui. Associação medíocre.
Filmaço simples, sensível e, principalmente, nada piegas ou forçado, que versa sobre o poder e influência dos laços e vínculos que construímos em nossas vidas e a masculinidade.
O filme é muito bom e Carey Mulligan está ótima - o restante do elenco também está bem. Roteiro interessante, que coloca o filme em um importante debate feminista sobre patriarcado e caráter, poder, parecer "ser uma boa pessoa", ou seja, a sociedade das aparências - como pessoas com imagens aparentemente inocentes (um pediatra, um cara que quer ajudar uma bêbada, um casal que se casa na floresta de modo meigo, uma diretora ou coordenadora de faculdade de Medicina) podem esconder um caráter bastante sujo por detrás, mas que essa sujeira fica escondida para a manutenção de status e poder. O final é supreendente.
Agora, quanto ao comentário feito aqui abaixo de que as mulheres gostam de homens assim (mau-caráter, "tóxicos", narcisistas, potencialmente abusadores), que estes fazem sucesso entre elas - isso é bem complicado. A menos que ela seja igualmente uma pessoa terrivelmente problemática (vide o filme Garota Exemplar, um relacionamento entre dois narcisistas, só que a mulher no caso é uma psicopata, já o homem é apenas classificado socialmente como um babaca). Na prática, acredito que tem a ver mais com atratividade (se o cara é um homem atraente pra ela ou não, como mulher hétero) inicialmente e depois em como ele se mostra como pessoa, vide o caso da protagonista que se envolve com um homem no filme. Eu achei ele meio estúpido desde o princípio, na verdade. Obviamente ele estava mais atraído por ela (cospe no meu café) do que qualquer outra coisa - não a amava. Como seres humanos, precisamos encontrar um parceiro que pensamos ser adequado e que forneça amor, sexo (e pra isso precisa ser atraente fisicamente), companheirismo, segurança (e pra isso pode precisar ter um mínimo de status social e aceitação), que vemos como potenciais pai/mãe para os filhos, etc, alguém para construir um "império" juntos. O que acontece é que a sociedade é tão suja, hipócrita e orientada a poder e status que os homens e mulheres que obtém esses requisitos e assim PARECEM SER DE VALOR muitas vezes são, paradoxalmente, pessoas ruins. Seguir ou aceitar estar com uma pessoa horrível dessas te torna um ou uma interesseira buscando status igualmente, no mínimo. Quero dizer, não acho que a culpa seja das mulheres em si, é a própria sociedade que acaba compactuando com os próprios monstros que cria, depois a conta estoura no colo de alguém, uma hora ou outra! O mesmo vale para outros criminosos. No final das contas, o filme mesmo mostra que tem a ver com caráter - e como ser uma pessoa meio bosta e ruim (traços sociopáticos), embora com "boa imagem", se mostra o caminho mais fácil para crescer na vida (um clássico do capitalismo), pois também temos personagens mulheres opressoras ruins aqui no longa. Caso de Daniel Alves e sua mulher! Todos querem ser felizes, no fim, e levar uma boa vida, de modo egoísta, casando-se na floresta e fazendo o "bem" nos olhos da sociedade, mas alienando-se do mal que fazem e já fizeram a outras pessoas um dia (o que traz arrependimentos em alguns e vontade de ignorar em outros). Só que a protagonista não descansa enquanto não atua frente a essa hipocrisia - que matou sua melhor amiga.
PS: Vi mulher comentando que o homem que pensavam ser fofo não foi e tals, decepcionando. Po-ha, como levar a sério um cara que pede pra ela cuspir em seu café e quase se faz de pano de chão pra protagonista de modo insistente? Qual a confiança que transmite alguém assim? Quem se comporta assim?!
Há um comentário aí sobre porque a galera resolveu ficar, apesar dos eventos estranhos - já que qualquer pessoa em sã consciência teria ido embora. Infelizmente, vemos pessoas em relações merdas todo o tempo. E ficando - por suas próprias fraquezas e, lógico, necessidade. É uma realidade da vida e do mundo neoliberal. Até ficar e terminar de ver o filme é uma escolha, rs. Minha análise é que o filme possui uma ser certa "lição moralista" porque eu lembro que os que ficaram representam como as fraquezas de cada um (ambição, arrogância, etc.) condena eles a morte, um a um. Diferente de fazer sexo nos filmes dos anos 80 (na época considerado mais socialmente problemático, e assim, "pagando" pela culpa com a vida), haha. Seja pela ambição, pela falta de ética, pela arrogância académica, pelo mau-caratismo...etc. Como se para sobreviver a pessoa precisasse passar pelas provações de caráter e assim ser contemplada. Em Midsommar, a ideia é de que cada um tem o que merece de acordo com sua pessoa - uma espécie de Jogos Mortais colorido e folk à luz do dia.
O grande trunfo aqui é ser por vezes sem sentido e não se levar a sério criando um humor divertidamente absurdista. É engraçado em alguns momentos e tem um humor bem bobo, jovial, só que não diverte tanto assim, ainda causando algum desejo de trocar para um filme melhor e mais interessante. Assisti meio que "obrigado por mim mesmo" porque é considerado um filme marcante, um clássico e tals, só que ou não funcionou bem pra mim (que não sou lá grande fã de comédia, muito menos pastelão) ou se tornou datado demais. Na verdade, possivelmente os dois.
Em uma autêntica crise de identidade masculina contemporânea, esse filme surge como uma referência caricata de modelo de comportamento masculino branco hetero-cis, ora como piada, ora como algo que parece ser lembrado, por alguma razão. O filme nunca bombou tanto como de uns anos pra cá, retratando o agora considerado homem-sigma, MGTOW, algo red-pillado, blá blá blá, blá blá. A crítica neoliberal feita sobre esse filme é sempre muito boa, retratando também a falta de limites e poder da classe alta, que vive em uma bolha narcísica completamente alheia a tudo e todos ao seu redor. Só ele importa e ninguém irá pará-lo. Não existe um não, e ai de alguém dizer não a ele. Assim, ele se comporta muitas vezes como uma criança mimada em corpo de adulto. É um filme que muito interessantemente dialoga perfeitamente com a energia Trumpista e Bolsonarista, a Direita Moderna e seus personagens, por isso mesmo o filme chama a atenção dos mais jovens, porque Patrick é uma espécie de Trump ou Bolsonaro cool e casual mais jovem, alguém bem-sucedido, com status, relacionamentos, carreira, só que absolutamente alucinado, psicótico, sem nenhum interesse político. É um hedonista completamente descompensado e desequilibrado emocionalmente. Entende-se que a geração atual nunca esteve tão mal de saúde mental e até perdida, assim, não surpreende que filmes como Psicopata Americano e Pearl (sobre uma mulher) estejam bombando, porque de certa forma, há uma identificação. Patrick cada vez mais se aproxima de um protótipo de homem neoliberal conservador. Para colocar cereja no bolo, o narcisismo nunca esteve tão em alta, por conta das redes sociais, instagram, Tinder, LinkedIn - coisa que Patrick (Psicopata Americano) e Pearl também apresentam. O filme meio que tem uma energia Tom Cruiseana em momentos, que foi justamente a inspiração do Christian Bale para compor o personagem. Ser cool e bem-sucedido na modernidade capitalista selvagem é, aqui, ser um gigantesco babaca cheio de questões ocultadas por um corpo padrão e status.
Filmaço negro sobre crime e temática racial pouco valorizado. Suspense muito interessante, ágil e fotográfico com questões étnicas-sociais levantadas que seguem atuais. É meio que outro crime isso aqui ser tão desprezado e ignorado, na real, pois funciona até como filme de ação. Entendo a maquiagem branca usada nos assaltos (white-mask) como uma possível metáfora de que só se esbranquiçando eles conseguem ser bem-sucedidos, mas isso é só uma interpretação minha mesmo.
De fato é um filme muito bom e até mesmo ótimo que merece ser conhecido. As atuações surpreendem, assim como o roteiro, divertido e interessante, em um filme que fala sobre masculinidade, paternidade e lei. Ainda, sobre a fragilidade e um quase-determinismo sobre o crescer sem um pai ou com um pai negligente, ausente ou abusador. A mãe entra na discussão levemente, apenas em momentos, retratada como alguém com menos falha que os homens, que são mais irresponsáveis (os socos no policial no fim para mim expressam isso), embora estejam do lado da lei, defendendo a sociedade e suas regras e costumes. O tempo inteiro o filme mantém sua qualidade, com um ritmo perfeito. O final, antes do final de fato, que toca ligeiramente na questão racial, ficou excelente. Para mim, o longa merecia ser lançado na Criterion Collection ou algo assim (como um dos próprios pôsters aqui do Filmow brinca, mas não que não foi), mas acredito que por ser parte da filmografia do badalado Clint Eastwood não deva ocorrer.
Uma autêntica obra-prima. Eu amo tanto esse filme. O sensível e sagaz garoto John Connor, a combativa mãe incompreendida internada, um Arnold Schwarzenegger dessa vez voltado para proteger, um vilão marcante, os civis sem entender nada. O melhor filme de ação de todos os tempos? Possivelmente. Top 5, com certeza. E não somente ação, mas é possível ver aqui elementos de terror, estética neo-noir, aventura e até drama. Cameron levaria também outra mescla de gêneros que sabe executar tão bem depois para o consagrado e ótimo Titanic. Porém, é T2 seu melhor filme. Poucas vezes o cinema alcançou tal nível de perfeição.
É visível a qualidade do filme em diversos aspectos, mas ele simplesmente não me empolgou muito. Ainda sim, é um filme bem curioso e acho que esse é o principal mérito dele. Não empolga, mas te mantém minimamente ali. Nota 3,75, se pudesse.
Eu não sei porque a nota de Pearl é tão alta aqui (4,0) e a de X tão baixa (3,4). Os dois filmes possuem a mesma qualidade e são irmãos, por assim dizer. mas Pearl bombou, X não. Acredito eu que Pearl atende mais ao público que quer se identificar ou se interessa por um personagem desajustado, onde estuda (analisa) psicologicamente este, como Psicopata Americano (outro ótimo filme, mas super hypado como nunca em sua história de uns anos pra cá), Coringa, etc. É um filme de personagem. O show dele. Aqui, de Pearl, de Mia Goth. Todas as interpretações dos protagonistas desses filmes que mencionei são muito crus, por sinal. É o artista vulnerabilizado para seu personagem. A narcisista (termo chave para esses filmes) geração TikTok que quer o mundo a seus pés (e se julga merecedora) pode, de fato, ter a ver com o hype algo excessiva. Cinematograficamente, ambos são da mesma qualidade (ótima), em que X bebe de Massacre da Serra Elétrica e entrega algo novo igualmente interessante e Pearl faz um Mágico de Oz desajustado de terror psicológico à la A24. Curioso como a época decide consagrar certos filmes, obviamente por identificação com seus protagonistas. Se Psicopata Americano tivesse sido realizado hoje em dia este teria sido um sucesso gigantesco, porque o público atual se torna algo previsível já - ele busca essencialmente personagens narcisistas, frustrados, cheios de questões psicológicas, querendo descontar sua raiva em uma sociedade que os "abandonou" para sofrer. Haja Análise.
Eu lembro que é menos bom do que o Filmow e os comentários abaixo fazem parecer ser, mas não é de todo ruim, só é esquecível e, principalmente, não substitui uma sessão (inicial) sequer de Análise.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraEu gostei bastante. A nota poderia ser até 4,25. Só achei que tem umas falas meio piegas e levemente clichês (ele no final falando pra Mulher-Gato "take care of yourself", o Pinguim falando umas coisas meio cômicas, enfim, charmes para a galera - tudo ok). A fotografia poderia ser melhor para um filme desse nível (olhe para a fotografia da Trilogia Nolan, é bem superior), mas a trilha sonora é ótima. Boas atuações, especialmente Pattinson e Paul Dano. Não é cansativo e na real eu gostei que levaram a trama até o limite do interesse do espectador. A construção socio-psicológica de Gotham, Bruce Wayne e Charada ficou boa e interessante. Mais de 3 horas seria maçante, mas quase 3 horas ficou redondo. Esperando a continuação. As expectativas foram alcançadas e esse é um exemplar de mais produto de qualidade da franquia Batman, junto do recente Coringa, que também é ótimo.
Coração Selvagem
3.7 340 Assista AgoraLynch sendo romântico e Hollywoodiano, ao mesmo tempo que segue sendo autoral. Interessante demais como consegue. O final emociona! Ótimas atuações, inclusive.
Cidade dos Sonhos
4.2 1,7K Assista AgoraCompletamente hipnótico, intrigante, onírico e até mesmo engraçado, em alguns momentos. É muito subjetivo, com teorias (umas mais aceitas como verdadeiras que outras) que tentam decifrar o filme, porém o próprio diretor comenta que não tem uma verdade acerca do filme - é para ser uma experiência subjetiva e interpretativa muito mais do que um exercício de quebra-cabeça, como outros thrillers tipo Seven, Os Suspeitos, Psicose, etc. O mesmo surrealismo já tinha sido utilizado no "quem matou?" ou "who done it?" de Twin Peaks. Lynch se preocupa e se compromete muito mais com as emoções e a fantasia que o cinema proporciona do que com ser fiel a realidade e a fazer sentido.
Uma História Real
4.2 298O único filme normal do David Lynch
Entre Quatro Paredes
3.5 85Triste ver as pessoas desmerecendo e rejeitando esse interesse e sensível drama altamente psicológico e atmosférico de qualidade. Sim, é lento, sim, não há muita ação, mas o filme é bem executado, atuado e escrito. É um filme sobre o luto, sobre o desejo de reparação e vingança que advém de um sentimento de injustiça pela perda. Não, não é um filme imperdível e brilhante, mas é muito bom, e pra mim, inteligente e instigante na medida certa. Como um fogo brando que vai cozinhando a comida pouco a pouco. E o que tem de interessante nisso? Pra que assistir um filme assim? Bom, se vocês curtem filmes simples bem atuados, psicológicos e com um roteiro inteligente vão perceber que é um filme atraente, por incrível que pareça.
No final, fiquei com a impressão que ele não tinha ficado satisfeito em matar somente o assassino, como também queria responsabilizar e matar a mulher também.
Confiança
4.1 65Muito meigo, inteligente, único, diferente e com diálogos muito interessantes sobre a vida e as relações românticas e familiares. Pensei que a nota aqui no Filmow fosse massacrar o filme com um 3.4. Fico feliz que não, mas assustado com 4.2. Uma pequena jóia que vale a pena ser conhecida.
A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
3.8 1,3K Assista AgoraBom, mas eu esperava mais. Tecnicamente é lindo, mas eu achei o roteiro bem simplista, que parece ser de pouca importância ou eficácia para um universo construído que é sim atraente. Personagens pouco desenvolvidos, trama um tanto maniqueísta - parece que o filme não alcança o vôo que poderia ter alcançado.
O que eu gostei: universo Tim Burtoniano sempre melancólico, fantasioso e agradável - sempre muito bem feito do ponto de vista estético-técnico.
O que eu não gostei: O filme acaba sendo um universo fantástico Tim Burtoniano meio Disney, meio slasher - que parece não dar conta de uma complexidade ou profundidade - eu particularmente achei o filme "tímido" como slasher, porque sim, tem sangue e violência, mas a sensação é que o terror e o slasher é superficial. Parece mais um filme de fantasia!
De qualquer forma, o filme é tão lindo e agradável esteticamente com um roteiro minimamente direito e atuações ok que a nota é 3,75/4 estrelas.
O Jogo de Emoções
3.9 20 Assista AgoraMuito bom! Bem atuado e ótimo roteiro, embora eu tenha achado previsível (eu e muitos pelo visto) o desenrolar da trama. Ainda, uma crítica ácida sobre quem atua do lado da Lei (ela, como psicóloga), mostrando como é tênue a linha entre retidão moral e enganação, hipocrisia para viver de uma imagem social - ou seja, ambos exploram a confiança de suas vítimas (con man). Eu amo filme com esse enredo crime/picaretas, com essas reviravoltas, portanto, o filme foi uma experiência muito boa. Tinha dado 4,5 estrelas assim que cliquei, mas me pareceu excessivo. Assim, gostaria de dar mesmo 4,25.
A Cor do Dinheiro
3.5 118 Assista AgoraBom filme! Bem atuado, escrito e dirigido. Muito boa atuação de Paul Newman! Mary Elizabeth Mastrantonio e Tom Cruise estão bem. Interessante que ela foi até indicada ao Oscar, mesmo aparecendo pouco. Parecia mais natural que Tom Cruise em cena, realmente. Eu esperava algo mais do longa, de qualquer forma não considero que decepcionou - acredito eu que por Paul Newman, que PRA MIM eleva o filme a um outro patamar, totalmente entregue ao personagem.
PS: Que sinopse do Filmow é essa? "Mas a amizade entre eles se torna uma verdadeira guerra quando os dois se interessam pela mesma mulher." Viram o mesmo filme que eu? O Paul Newman nunca se interessou pela Mary Elizabeth Mastrontonio, na verdade. Que guerra por causa da mesma mulher? Eles tinham uma amizade e um vínculo, que era devido ao Tom Cruise. Podia até ter olhares porque ela deixava a porta do quarto aberta e ficava semi-nua quando o Paul Newman estava, que olhava de volta, mas ele tinha claro que eles eram parceiros de negócio, tanto que ele confronta ela uma vez quanto a isso. Havia uma atração mútua, no máximo. A "guerra" ocorre porque o Tom Cruise é jovem e imaturo (ainda rebelde e orgulhoso) e o Paul Newman é "macaco-velho".
November Man: Um Espião Nunca Morre
3.1 142 Assista grátisQue título forçado, cara. Um Espião Nunca Morre. Sabem que o mesmo Pierce Brosnan tem um título de filme como James Bond chamado 007 - O Amanhã Nunca Morre, né? Pois é, são os estúdios brasileiros tentando tirar a última gota da teta da vaca aqui. Associação medíocre.
Monster: Desejo Assassino
4.0 1,2K Assista AgoraO que que a Mia Goth tá fazendo aqui?
Buffalo '66
4.1 302Filmaço simples, sensível e, principalmente, nada piegas ou forçado, que versa sobre o poder e influência dos laços e vínculos que construímos em nossas vidas e a masculinidade.
Bela Vingança
3.8 1,3K Assista AgoraO filme é muito bom e Carey Mulligan está ótima - o restante do elenco também está bem. Roteiro interessante, que coloca o filme em um importante debate feminista sobre patriarcado e caráter, poder, parecer "ser uma boa pessoa", ou seja, a sociedade das aparências - como pessoas com imagens aparentemente inocentes (um pediatra, um cara que quer ajudar uma bêbada, um casal que se casa na floresta de modo meigo, uma diretora ou coordenadora de faculdade de Medicina) podem esconder um caráter bastante sujo por detrás, mas que essa sujeira fica escondida para a manutenção de status e poder. O final é supreendente.
Agora, quanto ao comentário feito aqui abaixo de que as mulheres gostam de homens assim (mau-caráter, "tóxicos", narcisistas, potencialmente abusadores), que estes fazem sucesso entre elas - isso é bem complicado. A menos que ela seja igualmente uma pessoa terrivelmente problemática (vide o filme Garota Exemplar, um relacionamento entre dois narcisistas, só que a mulher no caso é uma psicopata, já o homem é apenas classificado socialmente como um babaca). Na prática, acredito que tem a ver mais com atratividade (se o cara é um homem atraente pra ela ou não, como mulher hétero) inicialmente e depois em como ele se mostra como pessoa, vide o caso da protagonista que se envolve com um homem no filme. Eu achei ele meio estúpido desde o princípio, na verdade. Obviamente ele estava mais atraído por ela (cospe no meu café) do que qualquer outra coisa - não a amava. Como seres humanos, precisamos encontrar um parceiro que pensamos ser adequado e que forneça amor, sexo (e pra isso precisa ser atraente fisicamente), companheirismo, segurança (e pra isso pode precisar ter um mínimo de status social e aceitação), que vemos como potenciais pai/mãe para os filhos, etc, alguém para construir um "império" juntos. O que acontece é que a sociedade é tão suja, hipócrita e orientada a poder e status que os homens e mulheres que obtém esses requisitos e assim PARECEM SER DE VALOR muitas vezes são, paradoxalmente, pessoas ruins. Seguir ou aceitar estar com uma pessoa horrível dessas te torna um ou uma interesseira buscando status igualmente, no mínimo. Quero dizer, não acho que a culpa seja das mulheres em si, é a própria sociedade que acaba compactuando com os próprios monstros que cria, depois a conta estoura no colo de alguém, uma hora ou outra! O mesmo vale para outros criminosos. No final das contas, o filme mesmo mostra que tem a ver com caráter - e como ser uma pessoa meio bosta e ruim (traços sociopáticos), embora com "boa imagem", se mostra o caminho mais fácil para crescer na vida (um clássico do capitalismo), pois também temos personagens mulheres opressoras ruins aqui no longa. Caso de Daniel Alves e sua mulher! Todos querem ser felizes, no fim, e levar uma boa vida, de modo egoísta, casando-se na floresta e fazendo o "bem" nos olhos da sociedade, mas alienando-se do mal que fazem e já fizeram a outras pessoas um dia (o que traz arrependimentos em alguns e vontade de ignorar em outros). Só que a protagonista não descansa enquanto não atua frente a essa hipocrisia - que matou sua melhor amiga.
PS: Vi mulher comentando que o homem que pensavam ser fofo não foi e tals, decepcionando. Po-ha, como levar a sério um cara que pede pra ela cuspir em seu café e quase se faz de pano de chão pra protagonista de modo insistente? Qual a confiança que transmite alguém assim? Quem se comporta assim?!
McLovin' foi um dos poucos que se salvou, hahaha
Velozes e Furiosos 10
3.0 294 Assista AgoraFamília, carros, mulheres e adrenalina, filhos da put@
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraHá um comentário aí sobre porque a galera resolveu ficar, apesar dos eventos estranhos - já que qualquer pessoa em sã consciência teria ido embora. Infelizmente, vemos pessoas em relações merdas todo o tempo. E ficando - por suas próprias fraquezas e, lógico, necessidade. É uma realidade da vida e do mundo neoliberal. Até ficar e terminar de ver o filme é uma escolha, rs. Minha análise é que o filme possui uma ser certa "lição moralista" porque eu lembro que os que ficaram representam como as fraquezas de cada um (ambição, arrogância, etc.) condena eles a morte, um a um. Diferente de fazer sexo nos filmes dos anos 80 (na época considerado mais socialmente problemático, e assim, "pagando" pela culpa com a vida), haha. Seja pela ambição, pela falta de ética, pela arrogância académica, pelo mau-caratismo...etc. Como se para sobreviver a pessoa precisasse passar pelas provações de caráter e assim ser contemplada. Em Midsommar, a ideia é de que cada um tem o que merece de acordo com sua pessoa - uma espécie de Jogos Mortais colorido e folk à luz do dia.
Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu
3.6 616 Assista AgoraO grande trunfo aqui é ser por vezes sem sentido e não se levar a sério criando um humor divertidamente absurdista. É engraçado em alguns momentos e tem um humor bem bobo, jovial, só que não diverte tanto assim, ainda causando algum desejo de trocar para um filme melhor e mais interessante. Assisti meio que "obrigado por mim mesmo" porque é considerado um filme marcante, um clássico e tals, só que ou não funcionou bem pra mim (que não sou lá grande fã de comédia, muito menos pastelão) ou se tornou datado demais. Na verdade, possivelmente os dois.
Psicopata Americano
3.7 1,9K Assista AgoraEm uma autêntica crise de identidade masculina contemporânea, esse filme surge como uma referência caricata de modelo de comportamento masculino branco hetero-cis, ora como piada, ora como algo que parece ser lembrado, por alguma razão. O filme nunca bombou tanto como de uns anos pra cá, retratando o agora considerado homem-sigma, MGTOW, algo red-pillado, blá blá blá, blá blá. A crítica neoliberal feita sobre esse filme é sempre muito boa, retratando também a falta de limites e poder da classe alta, que vive em uma bolha narcísica completamente alheia a tudo e todos ao seu redor. Só ele importa e ninguém irá pará-lo. Não existe um não, e ai de alguém dizer não a ele. Assim, ele se comporta muitas vezes como uma criança mimada em corpo de adulto. É um filme que muito interessantemente dialoga perfeitamente com a energia Trumpista e Bolsonarista, a Direita Moderna e seus personagens, por isso mesmo o filme chama a atenção dos mais jovens, porque Patrick é uma espécie de Trump ou Bolsonaro cool e casual mais jovem, alguém bem-sucedido, com status, relacionamentos, carreira, só que absolutamente alucinado, psicótico, sem nenhum interesse político. É um hedonista completamente descompensado e desequilibrado emocionalmente. Entende-se que a geração atual nunca esteve tão mal de saúde mental e até perdida, assim, não surpreende que filmes como Psicopata Americano e Pearl (sobre uma mulher) estejam bombando, porque de certa forma, há uma identificação. Patrick cada vez mais se aproxima de um protótipo de homem neoliberal conservador. Para colocar cereja no bolo, o narcisismo nunca esteve tão em alta, por conta das redes sociais, instagram, Tinder, LinkedIn - coisa que Patrick (Psicopata Americano) e Pearl também apresentam. O filme meio que tem uma energia Tom Cruiseana em momentos, que foi justamente a inspiração do Christian Bale para compor o personagem. Ser cool e bem-sucedido na modernidade capitalista selvagem é, aqui, ser um gigantesco babaca cheio de questões ocultadas por um corpo padrão e status.
Ambição em Alta Voltagem
3.5 24Filmaço negro sobre crime e temática racial pouco valorizado. Suspense muito interessante, ágil e fotográfico com questões étnicas-sociais levantadas que seguem atuais. É meio que outro crime isso aqui ser tão desprezado e ignorado, na real, pois funciona até como filme de ação. Entendo a maquiagem branca usada nos assaltos (white-mask) como uma possível metáfora de que só se esbranquiçando eles conseguem ser bem-sucedidos, mas isso é só uma interpretação minha mesmo.
Um Mundo Perfeito
4.0 249 Assista AgoraDe fato é um filme muito bom e até mesmo ótimo que merece ser conhecido. As atuações surpreendem, assim como o roteiro, divertido e interessante, em um filme que fala sobre masculinidade, paternidade e lei. Ainda, sobre a fragilidade e um quase-determinismo sobre o crescer sem um pai ou com um pai negligente, ausente ou abusador. A mãe entra na discussão levemente, apenas em momentos, retratada como alguém com menos falha que os homens, que são mais irresponsáveis (os socos no policial no fim para mim expressam isso), embora estejam do lado da lei, defendendo a sociedade e suas regras e costumes. O tempo inteiro o filme mantém sua qualidade, com um ritmo perfeito. O final, antes do final de fato, que toca ligeiramente na questão racial, ficou excelente. Para mim, o longa merecia ser lançado na Criterion Collection ou algo assim (como um dos próprios pôsters aqui do Filmow brinca, mas não que não foi), mas acredito que por ser parte da filmografia do badalado Clint Eastwood não deva ocorrer.
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
4.1 1,1K Assista AgoraUma autêntica obra-prima. Eu amo tanto esse filme. O sensível e sagaz garoto John Connor, a combativa mãe incompreendida internada, um Arnold Schwarzenegger dessa vez voltado para proteger, um vilão marcante, os civis sem entender nada. O melhor filme de ação de todos os tempos? Possivelmente. Top 5, com certeza. E não somente ação, mas é possível ver aqui elementos de terror, estética neo-noir, aventura e até drama. Cameron levaria também outra mescla de gêneros que sabe executar tão bem depois para o consagrado e ótimo Titanic. Porém, é T2 seu melhor filme. Poucas vezes o cinema alcançou tal nível de perfeição.
Inverno de Sangue em Veneza
3.7 208É visível a qualidade do filme em diversos aspectos, mas ele simplesmente não me empolgou muito. Ainda sim, é um filme bem curioso e acho que esse é o principal mérito dele. Não empolga, mas te mantém minimamente ali. Nota 3,75, se pudesse.
Pearl
3.9 987Eu não sei porque a nota de Pearl é tão alta aqui (4,0) e a de X tão baixa (3,4). Os dois filmes possuem a mesma qualidade e são irmãos, por assim dizer. mas Pearl bombou, X não. Acredito eu que Pearl atende mais ao público que quer se identificar ou se interessa por um personagem desajustado, onde estuda (analisa) psicologicamente este, como Psicopata Americano (outro ótimo filme, mas super hypado como nunca em sua história de uns anos pra cá), Coringa, etc. É um filme de personagem. O show dele. Aqui, de Pearl, de Mia Goth. Todas as interpretações dos protagonistas desses filmes que mencionei são muito crus, por sinal. É o artista vulnerabilizado para seu personagem. A narcisista (termo chave para esses filmes) geração TikTok que quer o mundo a seus pés (e se julga merecedora) pode, de fato, ter a ver com o hype algo excessiva. Cinematograficamente, ambos são da mesma qualidade (ótima), em que X bebe de Massacre da Serra Elétrica e entrega algo novo igualmente interessante e Pearl faz um Mágico de Oz desajustado de terror psicológico à la A24. Curioso como a época decide consagrar certos filmes, obviamente por identificação com seus protagonistas. Se Psicopata Americano tivesse sido realizado hoje em dia este teria sido um sucesso gigantesco, porque o público atual se torna algo previsível já - ele busca essencialmente personagens narcisistas, frustrados, cheios de questões psicológicas, querendo descontar sua raiva em uma sociedade que os "abandonou" para sofrer. Haja Análise.
Eu Maior
4.4 138 Assista AgoraEu lembro que é menos bom do que o Filmow e os comentários abaixo fazem parecer ser, mas não é de todo ruim, só é esquecível e, principalmente, não substitui uma sessão (inicial) sequer de Análise.
Beau Tem Medo
3.2 406 Assista AgoraLá vem surto