Tudo que eu pudesse comentar pareceria vázio perto do universo de significados desse filme. Que obra humana, linda e fantástica. Foi algo que me atingiu em cheio, mas me passou ensinamentos maravilhosos e me ajudou num momento de tristeza. Esse é um filme para se guardar com carinho no coração.
É um filme interessante, com um roteiro um tanto que diferente e que me surpreendeu de maneira positiva. Não tem grandes pretensões, mas contém passagens tocantes e textos filosóficos que ajudam o filme a construir seu significado. O que me surpreendeu foi o bom timing do Jason Sudeikis para o drama. E a Maisie Williams passou por um rápido processo de amadurecimento, e consegue nos entregar uma personagem que a desprende do que a atriz faz em Game of Thrones.
Brutalmente sensível, uma essência que exala o ar da vida e o leve peso da morte. Esse é um filme mais independente, de 2015, sobre um enfermeiro que presta assistência a pacientes em estado terminal. É o tipo de filme que lhe passa a dor do silêncio, ao passo em que é simples: é a vida e a morte, o ciclo natural. Trata questões polêmicas, como a eutanásia, o cuidado com idosos e a depressão - sofrida principalmente pelo personagem de Tim Roth durante todo o filme, que encontra no cuidado pelo outro e no campanheirismo pequenos refúgios do seu estado. Enfim. É lindo e forte.
Esse foi o único filme de terror/suspense, desde o primeiro "Invocação do Mal", que conseguiu me deixar paralisado de medo. Eu achei o enredo bastante original e todo o clima de mistério sobre a desconhecida leva a uma revelação muito interessante - que poderia ser explorada numa sequência. O fato dele se passar em apenas um cenário é o ponto mais alto da trama, pois você consegue sentir o quão presos os dois personagens estão. Enfim. Muito bom! Muito bom, mesmo. Uma dica: esse é para assistir de madrugada, com todas as luzes desligadas.
Oliver Stone consegue levantar uma pergunta que muitos de nós já fizemos: seria Snowden um herói ou um traidor de sua nação? É interessante que essa cinebiografia responde muito bem: ele foi, e de certa forma ainda é, um herói. Mas eu não diria isso. Ao final de "Snowden", e lembrando de passagens do belíssimo "Citizenfour", eu chego a consideração de que Edward Snowden é um homem que revolucionou as estruturas do seu tempo - pois na minha leitura é muito caro usar a palavra "herói", mas isso para qualquer homem.
Snowden sacrificou sua vida pessoal e profissional em nome de algo maior, e avançou contra o grande serviço de inteligência dos Estados Unidos. Expôs dados que comprovavam o monitoramento dos EUA em outros países, em grandes lideranças internacionais e em diversos outros serviços - ou seja, o Big Brother estava mais ativo que nunca. E sim, eu usei o termo "sacrificou"... pois foi isso que ele fez.
Ainda assim não estou criando o herói.
Para quem já leu algo sobre ou viu essas películas, sabe quais foram as motivações de Snowden (Joseph Gordon-Levitt). Embora esse filme explore seu lado sentimental pelo país, e apresente uma boa dramatização do seu envolvimento com Lindsay Mills (interpretada pela lindissima e simpática Shailene Woodley) ele está correndo atrás do que pensa ser o certo: são as pessoas "comuns", digamos, que precisam decidir o que é certo e errado para o seu país, e devem ser livres da vigilância de um Estado, seja ele qual for.
E enquanto assistia o filme, ele me levantou um outro ponto, que penso ser válido: onde nós estamos? Atrás da tela de um computador, com um teclado e digitando "fora temer" em todas as redes sociais e mensagens. É uma forma de demonstrar resistência? Sim, claro. Mas perdeu o fólego. Então, veja bem: foi através de um computador e um teclado que Edward Snowden conseguiu ser o revolucionário que precisávamos, denunciou a espionagem realizada pelos EUA, expôs códigos e mais segredos. Posso estar simplificando a coisa toda, mas quero dizer que toda forma de resistência é bem vinda, desde que não banalizada, e que há outras formas de ser um Snowden contra o governo Temer, e você não precisa ser um hacker para isso.
Na minha interpretação, foi exatamente a crença nos valores aos pilares que faziam à sua nação que impulsionaram Snowden a fazer o que fez, um código moral que para muitos pode ser bastante questionável, especialmente se estivermos falando dos fundamentalistas conservadores dos EUA que querem a cabeça dele numa bandeja. Estamos falando de uma nação que acredita fielmente ser superior a todas as outras, e que usa como ponto de desculpa para permanecer na supremacia a guerra ao terror ("sempre que pudermos, vamos intervir nos assuntos alheios") ao terrorismo, mas que na verdade se trata apenas do velho controle pelo mercado econômico e social.
Outra coisa que me peguei perguntando: como fica esse sistema com a chegada do descontrolado Donald Trump? Tenho medo da resposta.
Essa cinebiografia é uma das melhores coisas que já vi. É informativo, tem uma carga intensa de boas atuações e um roteiro muito feliz em explorar a crítica ao sistema de inteligência dos EUA, do seu contexto político e do próprio Snowden. No início, podemos entende-lo como uma espécie de jovem conservador, e/ou nacionalista, mas que se vê num campo que logo lhe mostra algo muito diferente do que ele pensava. Mas ao final somos apresentados a um sujeito que preza a liberdade acima de tudo, e deseja garanti-la para as outras pessoas, mesmo que para isso lhe custe tudo o que tenha feito em sua vida.
Para finalizar, e sendo mais parcial do que nunca, eu realmente admiro muito a figura de Edward Snowden, e principalmente a sua coragem. Ele constituiu algo importante, algo que fez com que todas as nações e pessoas prestassem atenção de quem é e para quem serve suas liberdades individuais e coletivas. E a sua ação serve como uma crítica ao que estamos fazendo de errado em relação ao atos contra o governo golpista instalado no Brasil, hoje.
Tudo o que for relacionado a magia me interessa, então a ideia de um grupo que pode enfrentar as sombras do que a liga da justiça convencional não consegue é algo que me deixa muito animado. Essa animação não decepcionou, e seria muito legal ver esses personagens juntos em um live action - com excessão do Batman, pois ele certamente não precisaria participar. E, claro, teríamos Constantine de volta... minhas esperanças em adaptações do personagem não estão totalmente perdidas.
Tom Hanks tá ótimo, e também gostei da Felicity Jones. Mas o filme consegue ser tão ruim quanto o livro - e eu achando que isso não era possível. Enfim. A nota vai mesmo pelo Tom Hanks ter se disponibilizado a enfrentar essa tranqueira aí.
Há coisas que nós simplesmente não conseguimos superar. Não há conselhos, medicação, amigos ou família que consiga retirar todas aquelas lembranças. Elas estão profundamente gravadas. Alguns, por sorte ou vontade - eu não sei - conseguem se desprender, outros nem tanto. "Manchester à Beira-Mar" me surpreendeu e me ganhou pela sensibilidade em mostrar essa parte da vida: "eu não consigo superar". E não há nenhum mal ou fraqueza em dizer isso para si mesmo e para o mundo.
Pessoalmente, foi um filme que apareceu em um momento certo para mim. Fico feliz de ver como o roteiro conduziu todas as questões da maneira mais realista possível. O fato de Lee não superar tamanha tragédia e não dar continuidade a sua vida, tal qual fez sua ex-esposa, apenas mostra ainda mais a fragilidade humana do personagem: ela é exposta, escancarada. E sim, isso é muito bonito de ver, pois nem sempre temos a força necessária para superar algo, e não deveria haver nenhum problema em admitir isso.
Os diálogos e as situações do filme me pareceram bastante reais, mesmo que em alguns momentos nos pareçam frios e absurdos - talvez você pense que o Patrick devesse ficar mais triste, embora ele receba o acontecimento de maneira gradual. E o Casey Affleck mostra o porque foi indicado ao Oscar e foi o vencedor do Globo de Ouro (ok, esse último é sem grande prestígio, mas ainda assim tem lá um reconhecimento ao trabalho), e nos entrega um personagem estagnado, preso nas suas lembranças e muitas vezes autodestrutivo.
Então... terminando esse filme, cheguei a consideração de que há algumas questões da vida que nós simplesmente não conseguimos superar. Mas isso não significa que precisamos continuar infelizes, de forma alguma. Significa apenas que continuamos vivendo, um dia após o outro, no frio ou no calor, mas sempre navegando.
Levanta umas questões morais interessantes, as atuações são de maneira geral satisfatórias e o diretor conseguiu bons pontos na criação da atmosfera de suspense. De fato, tem umas questões até criativas. Mas não posso deixar de pensar o quão medíocre foi esse roteiro... posições preguiçosas, atos simplistas demais. Enfim. Não vi toda essa tensão que comentam.
O longa "Lights Out" consegue, digamos, "fisgar" o telespectador durante um tempo através da sua simplicidade: praticamente se passa em apenas dois cenários, apenas cinco personagens e a premissa bássica de uma entidade sobrenatural atuando sobre a vida de uma família já desestruturada. Há sim pontos interessantes como todo o segredo por trás dessa figura perseguidora, mas para por aí.
Os problemas do filme são crassos: trama desenvolvida de maneira irresponsavelmente rápida, o que confere, especificamente à Lights Out, um enredo superficial e personagens com uma ausência absurda de emoção (atores muito, muito mecânicos); os sustos são os mais básicos num filme do gênero; alguns enquadramentos são terríveis (como os três aparecendo na casa da mãe, já na segunda metade do filme) e os diálogos também pecam pela falta de peso. E por fim: uma boa história que se perdeu logo no início... não sei bem o que houve, mas o filme não nos apresenta o "seu momento", quer dizer, o fator que o diferencia e faz com que alguém continue com a real vontade de assisti-lo. Não é impactante como eu esperava que fosse, infelizmente.
Em seu primeiro ato, me pareceu até complicado de aceitar que o James Wan estava envolvido nessa produção... pois simplesmente não me pareceu um filme que ele assinaria. Mas enfim. Filme decepcionante.
Comédia despretenciosa, com um bom elenco, tratando de uma temática séria, mas que se perde no decorrer dos atos. Os dramas dos personagens simplesmente não convencem... pecou na ausência de profundidade... parecia tudo muito mecânico. É leve, não tem nenhuma cena que alguém considere "comprometedora", servindo apenas para passar o tempo.
Não comparando, mas apenas a nível de informação: o Lars Von Trier conseguiu tratar o tema do vício de maneira mais ampla. Então é sempre uma boa recomendação para quem se interessar pelo assunto. E tem "Shame", estrelado pelo Michael Fassbender, que também aborda o vício em sexo de maneira mais madura - embora não tão destrutiva quanto representa o Lars.
Belo e sensível. Dinâmica entre os atores não poderia ter sido melhor, explorando esse conflito entre gerações, entre o novo e o velho, entre as memórias, nos mostrando um plano de recordações intensas. Michael Caine e Harvey Keitel estão fantástico, e destaco também o excelente Paul Dano. Fotografia e locações também sensacionais. É o tipo de filme que precisa ser reassistido, e nos aprofundarmos ainda mais em seus fortes diálogos e ensinamentos. Fortemente recomendado.
Existe um filme francês chamado "Intouchables" (Intocáveis)... é o que se pode caracterizar como pertencente ao gênero da comédia dramática. É um filme lindo em todos os aspectos, que vai desde a relação de Philippe (François Cluzet) com Driss (Omar Sy), de como este tenta fazer com que o personagem de François Cluzet possa se reanimar com a vida, reencontrar as esperanças perdidas e um prazer incandescente.
E existe o "Como Eu Era Antes de Você", que na verdade não passa de uma cópia mal feita de filmes como "Intocáveis". Eis aqui o que chamo de um verdadeiro desastre de clichês passando na sua tela. A emoção que o filme tenta expor é absurdamente rasa, e não há como ter empatia por nenhum dos personagens.
A trama envolvendo o Will é considerável, consegue atrair por uma certa originalidade em filmes do tipo: ele está decidido do que quer fazer com sua própria vida, e isso gera conflitos com sua família e a obstinada personagem de Emilia Clarke... que, seguindo a lógica desses filmes, é a moça desastrada que logo se apaixona por ele. Na verdade, a atriz é a única parte boa da trama, pois ela consegue dar vida à seu personagem... mas mesmo a dinâmica com o Sam Claflin parece muito arrastada.
Ela sozinha não iria impedir que o filme fosse um desastre. Três pontos devido à Emilia Clarke, porque o filme em si me pareceu bastante decepcionante (mais uma vez foi muito hype para nada).
E não me venham com "Ah, você precisa ler a obra para entender o filme; ah, a autora disse tal coisa em uma entrevista e"... Parem com isso. Se o filme é uma adaptação, como é o caso, ele é uma linguagem que deve sobreviver de maneira independente, separada do livro... o filme por si só já deve mostrar a que veio, já deve ter sua autonomia. Esse negócio de que "você precisa ler o livro" é balela, argumento de fã que não suporta ter sua visão contrariada.
Ainda não consegui entender como um filme com uma premissa bastante interessante conseguiu se transformar em algo tão tedioso. Alguns pontos podem ser considerados "inovadores" para o gênero, mas outros não passam de cópias mal feitas (do clássico O Exorcista, por exemplo, há várias).
Péssimos efeitos e atuações risíveis que chegam a ser decepcionantes. O ponto alto foi ver um pai sem emoção alguma ao ver sua filha passando por um ritual de exorcismo.
Embora a proposta do "anticristo" e dessa força superior pareça bacana, o filme não te passa um sentimento de confiança nessa própria narrativa, ou seja, de que possa realmente te assustar ou coisa do tipo... apenas apresenta e não se empenha no seu bom desenvolvimento.
Enfim. Esperava mais do longa. Tem bons pontos, mas mal executados. Decepção total.
Que filme divertido! Conta com uma seleção fantástica de atores, um desenvolvimento que sabe fazer a boa dosagem entre drama e comédia (embora seja nesse último ponto que o filme surpreende e se destaca), e uma excelente direção do Kenneth Branagh. E que final! Não poderia ter sido melhor.
Não acreditava muito nesse filme... vi o trailer e não me empolguei. Assisti e foi automaticamente parar na lista de "filmes que te fazem chorar feito criança". Como eu estava felizmente errado! Que beleza, que maravilha. Funciona bem em tudo: roteiro muito bem desenvolvido, lindas imagens, ótimos atores e uma bela mensagem de superação muito bem arquitetada.
Um dos pontos que mais me chamou atenção foi a dinâmica entre o Hugh Jackman e o Taron Egerton, que é simplesmente extraordinária... este último que nos apresentou um personagem simples, divertido, obstinado e apaixonado em seu objetivo. E o Hugh Jackman mais uma vez prova sua, digamos, "maleabilidade" (uma vez marcado por seu Wolverine), se saindo muito bem como um instrutor, um orientador que aprende com seus erros. Ambos os personagens são verdadeiramente apaixonantes.
E que o cinema possa ser agraciado com mais filmes assim: que te deixam com a alma fortalecida e com o corpo preparados para mais voos...
Filme bom. Tem um ótimo desenvolvimento e uma trama interessante com ótimos atores. Fica devendo pelo final, que foi bastante insatisfatório. Mas de maneira geral, é eficiente numa proposta de mostrar os jogos de poder.
Comédia fraca. Até tem um ou outro momento que consegue ser engraçado, mas no geral as situações foram muito forçadas. Na verdade, consegue ser bastante constrangedor. Nem o De Niro salva, sendo que até mesmo seu personagem consegue ser insensivelmente irritante em vários momentos. E o Zac Efron é aquela velha inexpressividade a qual não perco tempo comentando. Não formaram uma boa dupla, e dos filmes de comédia que o Robert De Niro tem feito nos últimos anos, esse consegue, até onde me lembro, ser de longe o pior deles. É ruim, e a mensagem - se é que existe uma de fato - que ele tenta passar perde-se ao final. Muito, muito ruim.
Al Pacino sendo... Al Pacino. Simplesmente brillhante. Grande filme, baseado em fatos reais e com um roteiro maravilhoso que aborda uma temática séria... há questões sobre corrupção, lealdade, justiça... sobre o certo e o errado dentro de um espaço no qual o personagem (Serpico) se vê, por vários momentos, sofrendo tentativas de ser silenciado, de ser apagado. São essas vozes, que conseguem se sobressair diante das diferentes formas de repressão, que devemos ouvir. O personagem de Al Pacino é uma dessas vozes. Filme maravilhoso e que nos passa uma mensagem e um senso de justiça interessante.
Regressão
2.8 535 Assista AgoraComeça promissor e termina de maneira decepcionante. Uma pena, pois tinha um baita elenco e um bom enredo para ser contruído.
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraTudo que eu pudesse comentar pareceria vázio perto do universo de significados desse filme. Que obra humana, linda e fantástica. Foi algo que me atingiu em cheio, mas me passou ensinamentos maravilhosos e me ajudou num momento de tristeza. Esse é um filme para se guardar com carinho no coração.
O Livro do Amor
3.3 63 Assista grátisÉ um filme interessante, com um roteiro um tanto que diferente e que me surpreendeu de maneira positiva. Não tem grandes pretensões, mas contém passagens tocantes e textos filosóficos que ajudam o filme a construir seu significado. O que me surpreendeu foi o bom timing do Jason Sudeikis para o drama. E a Maisie Williams passou por um rápido processo de amadurecimento, e consegue nos entregar uma personagem que a desprende do que a atriz faz em Game of Thrones.
Chronic
3.6 34Brutalmente sensível, uma essência que exala o ar da vida e o leve peso da morte. Esse é um filme mais independente, de 2015, sobre um enfermeiro que presta assistência a pacientes em estado terminal. É o tipo de filme que lhe passa a dor do silêncio, ao passo em que é simples: é a vida e a morte, o ciclo natural. Trata questões polêmicas, como a eutanásia, o cuidado com idosos e a depressão - sofrida principalmente pelo personagem de Tim Roth durante todo o filme, que encontra no cuidado pelo outro e no campanheirismo pequenos refúgios do seu estado. Enfim. É lindo e forte.
A Autópsia
3.3 1,1K Assista AgoraEsse foi o único filme de terror/suspense, desde o primeiro "Invocação do Mal", que conseguiu me deixar paralisado de medo. Eu achei o enredo bastante original e todo o clima de mistério sobre a desconhecida leva a uma revelação muito interessante - que poderia ser explorada numa sequência. O fato dele se passar em apenas um cenário é o ponto mais alto da trama, pois você consegue sentir o quão presos os dois personagens estão. Enfim. Muito bom! Muito bom, mesmo. Uma dica: esse é para assistir de madrugada, com todas as luzes desligadas.
Snowden: Herói ou Traidor
3.8 411 Assista AgoraOliver Stone consegue levantar uma pergunta que muitos de nós já fizemos: seria Snowden um herói ou um traidor de sua nação? É interessante que essa cinebiografia responde muito bem: ele foi, e de certa forma ainda é, um herói. Mas eu não diria isso. Ao final de "Snowden", e lembrando de passagens do belíssimo "Citizenfour", eu chego a consideração de que Edward Snowden é um homem que revolucionou as estruturas do seu tempo - pois na minha leitura é muito caro usar a palavra "herói", mas isso para qualquer homem.
Snowden sacrificou sua vida pessoal e profissional em nome de algo maior, e avançou contra o grande serviço de inteligência dos Estados Unidos. Expôs dados que comprovavam o monitoramento dos EUA em outros países, em grandes lideranças internacionais e em diversos outros serviços - ou seja, o Big Brother estava mais ativo que nunca. E sim, eu usei o termo "sacrificou"... pois foi isso que ele fez.
Ainda assim não estou criando o herói.
Para quem já leu algo sobre ou viu essas películas, sabe quais foram as motivações de Snowden (Joseph Gordon-Levitt). Embora esse filme explore seu lado sentimental pelo país, e apresente uma boa dramatização do seu envolvimento com Lindsay Mills (interpretada pela lindissima e simpática Shailene Woodley) ele está correndo atrás do que pensa ser o certo: são as pessoas "comuns", digamos, que precisam decidir o que é certo e errado para o seu país, e devem ser livres da vigilância de um Estado, seja ele qual for.
E enquanto assistia o filme, ele me levantou um outro ponto, que penso ser válido: onde nós estamos? Atrás da tela de um computador, com um teclado e digitando "fora temer" em todas as redes sociais e mensagens. É uma forma de demonstrar resistência? Sim, claro. Mas perdeu o fólego. Então, veja bem: foi através de um computador e um teclado que Edward Snowden conseguiu ser o revolucionário que precisávamos, denunciou a espionagem realizada pelos EUA, expôs códigos e mais segredos. Posso estar simplificando a coisa toda, mas quero dizer que toda forma de resistência é bem vinda, desde que não banalizada, e que há outras formas de ser um Snowden contra o governo Temer, e você não precisa ser um hacker para isso.
Na minha interpretação, foi exatamente a crença nos valores aos pilares que faziam à sua nação que impulsionaram Snowden a fazer o que fez, um código moral que para muitos pode ser bastante questionável, especialmente se estivermos falando dos fundamentalistas conservadores dos EUA que querem a cabeça dele numa bandeja. Estamos falando de uma nação que acredita fielmente ser superior a todas as outras, e que usa como ponto de desculpa para permanecer na supremacia a guerra ao terror ("sempre que pudermos, vamos intervir nos assuntos alheios") ao terrorismo, mas que na verdade se trata apenas do velho controle pelo mercado econômico e social.
Outra coisa que me peguei perguntando: como fica esse sistema com a chegada do descontrolado Donald Trump? Tenho medo da resposta.
Essa cinebiografia é uma das melhores coisas que já vi. É informativo, tem uma carga intensa de boas atuações e um roteiro muito feliz em explorar a crítica ao sistema de inteligência dos EUA, do seu contexto político e do próprio Snowden. No início, podemos entende-lo como uma espécie de jovem conservador, e/ou nacionalista, mas que se vê num campo que logo lhe mostra algo muito diferente do que ele pensava. Mas ao final somos apresentados a um sujeito que preza a liberdade acima de tudo, e deseja garanti-la para as outras pessoas, mesmo que para isso lhe custe tudo o que tenha feito em sua vida.
Para finalizar, e sendo mais parcial do que nunca, eu realmente admiro muito a figura de Edward Snowden, e principalmente a sua coragem. Ele constituiu algo importante, algo que fez com que todas as nações e pessoas prestassem atenção de quem é e para quem serve suas liberdades individuais e coletivas. E a sua ação serve como uma crítica ao que estamos fazendo de errado em relação ao atos contra o governo golpista instalado no Brasil, hoje.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraMuito forte. Os cenários das prisões na Turquia são extraordinários. Aos poucos, acompanhamos a perda de sanidade desse estudante. Genial!
Liga da Justiça Sombria
3.7 213 Assista AgoraTudo o que for relacionado a magia me interessa, então a ideia de um grupo que pode enfrentar as sombras do que a liga da justiça convencional não consegue é algo que me deixa muito animado. Essa animação não decepcionou, e seria muito legal ver esses personagens juntos em um live action - com excessão do Batman, pois ele certamente não precisaria participar. E, claro, teríamos Constantine de volta... minhas esperanças em adaptações do personagem não estão totalmente perdidas.
Inferno
3.2 832 Assista AgoraTom Hanks tá ótimo, e também gostei da Felicity Jones. Mas o filme consegue ser tão ruim quanto o livro - e eu achando que isso não era possível. Enfim. A nota vai mesmo pelo Tom Hanks ter se disponibilizado a enfrentar essa tranqueira aí.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraEntrou facilmente para lista de melhores filmes que já vi. O que posso comentar é: apenas assistam essa beleza, apenas vejam o mais rápido possível.
Manchester à Beira-Mar
3.8 1,4K Assista AgoraHá coisas que nós simplesmente não conseguimos superar. Não há conselhos, medicação, amigos ou família que consiga retirar todas aquelas lembranças. Elas estão profundamente gravadas. Alguns, por sorte ou vontade - eu não sei - conseguem se desprender, outros nem tanto. "Manchester à Beira-Mar" me surpreendeu e me ganhou pela sensibilidade em mostrar essa parte da vida: "eu não consigo superar". E não há nenhum mal ou fraqueza em dizer isso para si mesmo e para o mundo.
Pessoalmente, foi um filme que apareceu em um momento certo para mim. Fico feliz de ver como o roteiro conduziu todas as questões da maneira mais realista possível. O fato de Lee não superar tamanha tragédia e não dar continuidade a sua vida, tal qual fez sua ex-esposa, apenas mostra ainda mais a fragilidade humana do personagem: ela é exposta, escancarada. E sim, isso é muito bonito de ver, pois nem sempre temos a força necessária para superar algo, e não deveria haver nenhum problema em admitir isso.
Os diálogos e as situações do filme me pareceram bastante reais, mesmo que em alguns momentos nos pareçam frios e absurdos - talvez você pense que o Patrick devesse ficar mais triste, embora ele receba o acontecimento de maneira gradual. E o Casey Affleck mostra o porque foi indicado ao Oscar e foi o vencedor do Globo de Ouro (ok, esse último é sem grande prestígio, mas ainda assim tem lá um reconhecimento ao trabalho), e nos entrega um personagem estagnado, preso nas suas lembranças e muitas vezes autodestrutivo.
Então... terminando esse filme, cheguei a consideração de que há algumas questões da vida que nós simplesmente não conseguimos superar. Mas isso não significa que precisamos continuar infelizes, de forma alguma. Significa apenas que continuamos vivendo, um dia após o outro, no frio ou no calor, mas sempre navegando.
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraLevanta umas questões morais interessantes, as atuações são de maneira geral satisfatórias e o diretor conseguiu bons pontos na criação da atmosfera de suspense. De fato, tem umas questões até criativas. Mas não posso deixar de pensar o quão medíocre foi esse roteiro... posições preguiçosas, atos simplistas demais. Enfim. Não vi toda essa tensão que comentam.
Quando as Luzes se Apagam
3.1 1,1K Assista AgoraO longa "Lights Out" consegue, digamos, "fisgar" o telespectador durante um tempo através da sua simplicidade: praticamente se passa em apenas dois cenários, apenas cinco personagens e a premissa bássica de uma entidade sobrenatural atuando sobre a vida de uma família já desestruturada. Há sim pontos interessantes como todo o segredo por trás dessa figura perseguidora, mas para por aí.
Os problemas do filme são crassos: trama desenvolvida de maneira irresponsavelmente rápida, o que confere, especificamente à Lights Out, um enredo superficial e personagens com uma ausência absurda de emoção (atores muito, muito mecânicos); os sustos são os mais básicos num filme do gênero; alguns enquadramentos são terríveis (como os três aparecendo na casa da mãe, já na segunda metade do filme) e os diálogos também pecam pela falta de peso. E por fim: uma boa história que se perdeu logo no início... não sei bem o que houve, mas o filme não nos apresenta o "seu momento", quer dizer, o fator que o diferencia e faz com que alguém continue com a real vontade de assisti-lo. Não é impactante como eu esperava que fosse, infelizmente.
Em seu primeiro ato, me pareceu até complicado de aceitar que o James Wan estava envolvido nessa produção... pois simplesmente não me pareceu um filme que ele assinaria. Mas enfim. Filme decepcionante.
Terapia do Sexo
3.1 239 Assista AgoraComédia despretenciosa, com um bom elenco, tratando de uma temática séria, mas que se perde no decorrer dos atos. Os dramas dos personagens simplesmente não convencem... pecou na ausência de profundidade... parecia tudo muito mecânico. É leve, não tem nenhuma cena que alguém considere "comprometedora", servindo apenas para passar o tempo.
Não comparando, mas apenas a nível de informação: o Lars Von Trier conseguiu tratar o tema do vício de maneira mais ampla. Então é sempre uma boa recomendação para quem se interessar pelo assunto. E tem "Shame", estrelado pelo Michael Fassbender, que também aborda o vício em sexo de maneira mais madura - embora não tão destrutiva quanto representa o Lars.
A Juventude
4.0 342Belo e sensível. Dinâmica entre os atores não poderia ter sido melhor, explorando esse conflito entre gerações, entre o novo e o velho, entre as memórias, nos mostrando um plano de recordações intensas. Michael Caine e Harvey Keitel estão fantástico, e destaco também o excelente Paul Dano. Fotografia e locações também sensacionais. É o tipo de filme que precisa ser reassistido, e nos aprofundarmos ainda mais em seus fortes diálogos e ensinamentos. Fortemente recomendado.
Como Eu Era Antes de Você
3.7 2,3K Assista AgoraExiste um filme francês chamado "Intouchables" (Intocáveis)... é o que se pode caracterizar como pertencente ao gênero da comédia dramática. É um filme lindo em todos os aspectos, que vai desde a relação de Philippe (François Cluzet) com Driss (Omar Sy), de como este tenta fazer com que o personagem de François Cluzet possa se reanimar com a vida, reencontrar as esperanças perdidas e um prazer incandescente.
E existe o "Como Eu Era Antes de Você", que na verdade não passa de uma cópia mal feita de filmes como "Intocáveis". Eis aqui o que chamo de um verdadeiro desastre de clichês passando na sua tela. A emoção que o filme tenta expor é absurdamente rasa, e não há como ter empatia por nenhum dos personagens.
A trama envolvendo o Will é considerável, consegue atrair por uma certa originalidade em filmes do tipo: ele está decidido do que quer fazer com sua própria vida, e isso gera conflitos com sua família e a obstinada personagem de Emilia Clarke... que, seguindo a lógica desses filmes, é a moça desastrada que logo se apaixona por ele. Na verdade, a atriz é a única parte boa da trama, pois ela consegue dar vida à seu personagem... mas mesmo a dinâmica com o Sam Claflin parece muito arrastada.
Ela sozinha não iria impedir que o filme fosse um desastre. Três pontos devido à Emilia Clarke, porque o filme em si me pareceu bastante decepcionante (mais uma vez foi muito hype para nada).
E não me venham com "Ah, você precisa ler a obra para entender o filme; ah, a autora disse tal coisa em uma entrevista e"... Parem com isso. Se o filme é uma adaptação, como é o caso, ele é uma linguagem que deve sobreviver de maneira independente, separada do livro... o filme por si só já deve mostrar a que veio, já deve ter sua autonomia. Esse negócio de que "você precisa ler o livro" é balela, argumento de fã que não suporta ter sua visão contrariada.
Ligados Pelo Amor
4.0 855 Assista AgoraQue filme maravilhoso! Tudo se encaixa nele, e a dinâmica entre os atores é sensacional. História encantadora e personagens mais ainda.
Exorcistas do Vaticano
2.0 413 Assista AgoraAinda não consegui entender como um filme com uma premissa bastante interessante conseguiu se transformar em algo tão tedioso. Alguns pontos podem ser considerados "inovadores" para o gênero, mas outros não passam de cópias mal feitas (do clássico O Exorcista, por exemplo, há várias).
Péssimos efeitos e atuações risíveis que chegam a ser decepcionantes. O ponto alto foi ver um pai sem emoção alguma ao ver sua filha passando por um ritual de exorcismo.
Embora a proposta do "anticristo" e dessa força superior pareça bacana, o filme não te passa um sentimento de confiança nessa própria narrativa, ou seja, de que possa realmente te assustar ou coisa do tipo... apenas apresenta e não se empenha no seu bom desenvolvimento.
Enfim. Esperava mais do longa. Tem bons pontos, mas mal executados. Decepção total.
Muito Barulho por Nada
3.6 69 Assista AgoraQue filme divertido! Conta com uma seleção fantástica de atores, um desenvolvimento que sabe fazer a boa dosagem entre drama e comédia (embora seja nesse último ponto que o filme surpreende e se destaca), e uma excelente direção do Kenneth Branagh. E que final! Não poderia ter sido melhor.
Voando Alto
3.8 173Não acreditava muito nesse filme... vi o trailer e não me empolguei. Assisti e foi automaticamente parar na lista de "filmes que te fazem chorar feito criança". Como eu estava felizmente errado! Que beleza, que maravilha. Funciona bem em tudo: roteiro muito bem desenvolvido, lindas imagens, ótimos atores e uma bela mensagem de superação muito bem arquitetada.
Um dos pontos que mais me chamou atenção foi a dinâmica entre o Hugh Jackman e o Taron Egerton, que é simplesmente extraordinária... este último que nos apresentou um personagem simples, divertido, obstinado e apaixonado em seu objetivo. E o Hugh Jackman mais uma vez prova sua, digamos, "maleabilidade" (uma vez marcado por seu Wolverine), se saindo muito bem como um instrutor, um orientador que aprende com seus erros. Ambos os personagens são verdadeiramente apaixonantes.
E que o cinema possa ser agraciado com mais filmes assim: que te deixam com a alma fortalecida e com o corpo preparados para mais voos...
A Negociação
3.0 264Filme bom. Tem um ótimo desenvolvimento e uma trama interessante com ótimos atores. Fica devendo pelo final, que foi bastante insatisfatório. Mas de maneira geral, é eficiente numa proposta de mostrar os jogos de poder.
Poder Paranormal
3.2 702"abrimos mão de nos conhecermos, mas não se pode negar a si mesmo para sempre"
Tirando o Atraso
2.7 433 Assista AgoraComédia fraca. Até tem um ou outro momento que consegue ser engraçado, mas no geral as situações foram muito forçadas. Na verdade, consegue ser bastante constrangedor. Nem o De Niro salva, sendo que até mesmo seu personagem consegue ser insensivelmente irritante em vários momentos. E o Zac Efron é aquela velha inexpressividade a qual não perco tempo comentando. Não formaram uma boa dupla, e dos filmes de comédia que o Robert De Niro tem feito nos últimos anos, esse consegue, até onde me lembro, ser de longe o pior deles. É ruim, e a mensagem - se é que existe uma de fato - que ele tenta passar perde-se ao final. Muito, muito ruim.
Serpico
4.1 276 Assista AgoraAl Pacino sendo... Al Pacino. Simplesmente brillhante. Grande filme, baseado em fatos reais e com um roteiro maravilhoso que aborda uma temática séria... há questões sobre corrupção, lealdade, justiça... sobre o certo e o errado dentro de um espaço no qual o personagem (Serpico) se vê, por vários momentos, sofrendo tentativas de ser silenciado, de ser apagado. São essas vozes, que conseguem se sobressair diante das diferentes formas de repressão, que devemos ouvir. O personagem de Al Pacino é uma dessas vozes. Filme maravilhoso e que nos passa uma mensagem e um senso de justiça interessante.