O romance errante do John Cusack (com 23 anos!) e Ione Skye, dividida entre a carreira pela qual ela sempre trabalhou e o amor, recém-descoberto, inédito pros dois. O filme tem também uma ótima trama secundária a respeito da confiança na relação pai/filha. Além disso, ó: 20 anos depois, essa obra ganha uma aura quase nostálgica com seus figurinos, cenários, os carros e principalmente a proximidade com música (marca registrada do Cameron Crowe) Mas aqui, sempre em fitas cassete :)
Entretenimento da mais alta qualidade. Filme que consegue ser assustador e bem humorado com muito estilo. A sequencia da mansão do Bill Murray é formidável. O final em aberto claramente propiciando continuações. Zombieland é 5 estrelas!
Um filme com esse título podia mesmo correr o risco de ser visto apenas como belo chamariz turístico. Mas escapando de ser meramente panfletário, é uma coleção de boas histórias se interligando em certos pontos dos cento e tantos minutos de filme. Senti sim falta daquele apelo novaiorquino que se vê nos filmes do WoodyAllen, por exemplo. Por isso, com o perdão do clichê, achei mesmo que antes de ser uma declaração de amor à cidade, é uma ode às pessoas que vivem lá. Bonito, vai :D
Nossa, muito querido, esse filme. Delícia de assistir. Interessante que é um filme onde as mulheres dominam inteiramente. Os personagens masculinos são totalmente secundários na trama, mas está lá a importância do suporte que eles dão a suas esposas. Também gostei da ótima montagem feita entre as duas histórias, hora tratando mais de uma, hora se demorando mais na outra. Mas sempre cuidando do ritmo de ambas. Terminei o filme com vontade de blogar, de cozinhar (!) e de, claro, comer :)
Incrível como conseguiram juntar tanta gente boa nessa história que chega a ser engraçada, de tão ruim. Você vê uma série de eventos completamente improváveis, um monte daquelas coincidências arranjadas... Enfim, é um atentado violentíssimo à capacidade de relativização do espectador. Tenho certeza de que mesmo os mais sensíveis em algum momento se aborrecem com tanta inverossimilhança, tanta coisa acontecendo por obra do acaso. Uma pena.
É engraçado dizer isso, mas o ‘Shelter’ tem algo muito importante em se tratando de um filme com temática homo: é quase completamente verossímil! Aqui não se vêem aqueles tipos caricatos, nem tampouco gays super ‘heterossexualizados’ - e a vida do protagonista não é limitada ao fato de ele ser gay. No entanto, a história é fraquinha, não se aprofunda nos conflitos que evoca... E é assim, quem se arrisca pouco, erra pouco. Mas também não faz lá grande coisa :P
Apesar dessa sinopse, é um filme mais contemplativo que conteudista. Bonito de se ver, que é algo característico do Pollack, a julgar por 'Entre Dois Amores'. Some-se a isso o Robert Redford em ótima fase. Filmão. (y)
Boogie Nights é um trabalho incrível de direção de atores e roteiro. Cada um dos personagens ganhou sua própria missão de superação (e sem redenções, uns logram êxito, outros não) todos vivendo ao sabor da coluna vertebral do filme: a indústria do cinema pornográfico dos anos 70/80. Assistimos à transição técnica e de estilo que esse gênero sofre e todo o impacto disso vai ressoando nos integrantes da trama. Ainda sobra espaço pra falar de relações familiares, uso abusivo de narcóticos, o universo disco dos anos 70, prostituição, homossexualidade, além de outros. É um filme ousado que jamais derrapa na vulgaridade e que exala o talento dos envolvidos. Ótimo também pelas referências a Scorsese: perceba que a trajetória do Dirk Diggler se aproxima muito da de Jake La Motta, o ‘Touro Indomável’ (em especial – e descaradamente - na última cena). Enfim, é um filme que precisa mesmo ser visto :)
Se você já viu 'Crimes e Pecados' (também do Woody Allen), vai perceber que o personagem do Colin Farrell tem muito a ver com aquele interpretado por Martin Landau em 1989. Ambos entram numa imensa crise psicológica por não saber lidar com remorso de ter um assassinato no currículo. A dupla de irmãos, via de regra, honestos, que se envolve num crime pra salvar as finanças, também lembra o excelente "Antes que o diabo Saiba que Você Está Morto", de 2007. No entanto, ‘O Sonho de Cassandra’, embora seja um bom filme, está bem abaixo desses dois – justamente por se alongar demais nessa linha de tensão e descambar pra um final que causa impacto, mas que é fácil, artificial. Pena, viu?
O roteiro é ótimo, os personagens são cheios de problemas modernos (apesar de se comunicarem dessa forma tão analógica). Há muito cuidado com as cores e a falta delas. Tem um monte de pequenos detalhes, referências, coisa de gente grande. Sem falar do charme do stop-motion e das próprias cartas. Além de, claro, o luxo dos dubladores, né? (Seymour Hoffman, Toni Collete e Eric Bana?!) Graças ao alto nível de estúdios como a Pixar, tá cada vez mais difícil fazer animação - e é por isso que há esse rompimento das barreiras do próprio gênero. Mary e Max é lindo :)
O Almodóvar é um dos caras que melhor sabe trabalhar com excessos. São cores demais, falas demais, sentimento e graça - tudo em larga escala. Ao longo da carreira, ele foi se tornando mais comedido, e é o que se vê em 'Abraços Partidos'. Um pouco mais de sobriedade pra ótimos ingredientes: traição, vingança, flashbacks, autoreferências, louvação ao cinema e Penélope Cruz sendo explorada ao máximo. Eu prefiro o espalhafato de antigamente e é por isso que vibrei nas cenas do 'Garotas e Malas' (ficção dentro da ficção). Mas o diretor, sabido que só ele, tende a conservar o que lhe caracteriza, sem abrir mão de algumas experimentações. Bom pra nós :)
Muito da minha admiração pelo Woody Allen se deve ao fato de ele ser perito em fazer rir extraindo o absurdo de situações aparentemente normais. O que acontece aqui é um pouco diferente: são situações bastante improváveis concatenadas pra mostrar ao espectador que mesmo quando a vida nos impõe condições adversas, é possível transmutá-las a nosso favor; às vezes é apenas uma questão de se permitir, abrir mão da ranzinzice. É o que o título “Whatever Works” já indica. Dito isso, achei que é um filme com poucas partes realmente engraçadas (quase todas elas por culpa da Patricia Clarkson, sempre ótima), mas espirituoso e bem produzido, como não poderia deixar de ser.
Quero acreditar que a exigência do estúdio em fazer com que ‘Onde Vivem os Monstros’ se tornasse mais ‘acessível’ ao grande público é que tenha causado os estragos mais sérios desse filme. O livro é pra crianças sim, mas o Jonze, acostumado a filmar os roteiros pirados do Charlie Kauffman, jamais faria dele algo raso. De todo modo, apesar de ser pouco sutil em muitas partes, é ótimo ver as pequenas referências que o Max tirou da própria vivência pra fazer com que a ‘terra dos monstros’ existisse (do jeitinho que a gente faz quando sonha). Além do elencão e da ótima trilha sonora, que ajuda a compor o clima delicado da história. No fim, é um filme que fala da solidão que todos nós - uns menos, outros mais - tivemos que lidar na infância, sob a perspectiva mais privilegiada de todas: a de uma criança.
Eduardo, eu não entendo a Gilda, mas entendo o Johnny Farrell. A Rita Hayworth é de uma beleza e charme simplesmente inacreditáveis. "I can never get a zipper to close".
E o que parece uma trama sobre adultos mal resolvidos, vai se revelando um poço de sarcasmo nos diálogos e de sensualidade por conta dessa eterna diva do cinema. Muito chique, esse filme :)
Só o verborrágico do Robin Williams já valeria o filme tranquilamente. Mas ainda tem as ótimas tramas secundárias, a delícia da trilha sonora, o Forest Whitaker na flor da idade e uma perspectiva bem diferente sobre os conflitos no Vietnã e sobre os próprios vietnamitas.
‘Amor Sem Escalas’ é a história de um sujeito ‘brutalizado’ pela própria rotina. Quando ele é obrigado a interromper o estado de suspensão em que vive (‘Up in The Air’ é sentido literal!) passa a observar o quanto suas relações ‘em solo’ andam enferrujadas; e mais: o quanto ele tem necessidade delas. Nota ainda, muito lentamente, o quanto foi negligente com a própria vida pessoal, perdido entre o 'mecanicismo' dos check-ins e quartos de hotel. E é brilhante a sutil contradição nas falas do personagem, ao passo que o processo de maturação vai se dando. Da poltrona a gente vai percebendo o quanto pessoas maduras (!) estão ainda passíveis a ásperas descobertas sobre o mundo adulto - que pode ser solitário e cruel, sim. Jason Reitman seguiu uma linha bem diferente da adotada em Juno, gostei disso. As atuações todas muito boas, e o cuidado com a trilha sonora continua. Enfim, um filme sóbrio, seco e bastante coerente.
‘There’s nothing in the dark that wasn’t there when the light was on’. Dean Stockwell é um dos raros exemplos de crianças-prodígio que sobreviveram a Hollywood 70 anos depois. (Ele era o garotinho obcecado pela Marinha em ‘Marujos do Amor’ com Gene Kelly e Frank Sinatra). ‘Boy With Green Hair’ advém da esteira do cinema ressacado pela Segunda Guerra Mundial. Seu roteiro em tom de fábula conta a história do menino “órfão de guerra” que, sem mais, um dia acorda com os cabelos verdes. A ausência dos pais e o que isso trouxe de ruim ao garoto (somado ao eco que sua estranha cabeleira causa na vizinhança e escola) faz dele um quase-mártir dos efeitos da guerra e escancara a mensagem ‘pacifista e antibelicista’ do verde enquanto metáfora pra esperança. Adorável em algumas partes e incisivo em outras, esse é um filme que não cabe em si – vai muito além ao exibir uma forma de pensamento de um período tão significante pro cinema e pra História. (y)
A Columbia deu total liberdade de criação ao Gene Kelly nesse filme e é daí que surgiu a ótima sequência em que o astro dança com a própria consciência, na rua desolada do Brooklin. É diferente também por recusar a paleta de cores vibrantes dos musicais dos anos 40, adotando um visual quase noir* em muitas cenas(não fosse a ausência de gangsters e cigarros :D). E depois, a apoteose das figuras femininas posta à prova na cena em que Rita Hayworth toma um porre por amor, sozinha no balcão do velho Joe! *Repare a ligeira referência a Casablanca no final.
O filme vencedor do Oscar (1945) de Melhor Trilha Sonora, foi ainda indicado por melhor canção (Long Ago and Far Away - linda!), melhor direção de arte, cenografia e roteiro.
Uma princesa que não é princesa e, na contramão dos estereótipos, é obstinada, ambiciosa e lutadora (A Charlotte fazendo a antítese: uma 'princesa' descerebrada e idealista) O príncipe é mercenário e cafajeste. tsc Acho que a Disney buscou redenções demais com esse filme e acabou desperdiçando ótimos ingredientes (jazz, Nova Orleans, rio Mississippi) numa história previsível e repetitiva. De todo modo, eu como eterno babão desse estúdio, tenho que dizer que eles continuam ótimos criando tipos como o vagalume Ray e a Mama Odie; os traços cheios de estilo e cores e a atmosfera de magia - dessa vez com um pouco menos de força e esplendor. Pena.
"'O Cheiro do Ralo'. Sinto um prazer estranho quando eu digo isso". É a história de um sujeito que não vê pessoas, mas coisas. Tudo são coisas. Ele trabalha comprando e vendendo coisas. Vai que um dia, ele se apaixona por uma bunda. Aprendi que o ralo é o olho do inferno e que a vida é mesmo dura.
Ah, prazer estranho mesmo é ver cinema nacional bem feito. Trabalho fantástico, muito caprichado e que vale a pena ser conferido. Destaque também pros extras do dvd com a cena do Selton chorando no último dia das gravações. Talento e doçura, vá lá. Sou fã desse cara.
Digam o Que Quiserem
3.7 352O romance errante do John Cusack (com 23 anos!) e Ione Skye, dividida entre a carreira pela qual ela sempre trabalhou e o amor, recém-descoberto, inédito pros dois. O filme tem também uma ótima trama secundária a respeito da confiança na relação pai/filha.
Além disso, ó: 20 anos depois, essa obra ganha uma aura quase nostálgica com seus figurinos, cenários, os carros e principalmente a proximidade com música (marca registrada do Cameron Crowe) Mas aqui, sempre em fitas cassete :)
Feitiço do Tempo
3.9 754 Assista AgoraBill Murray, eu te amo (y)
Zumbilândia
3.7 2,5K Assista AgoraEntretenimento da mais alta qualidade. Filme que consegue ser assustador e bem humorado com muito estilo. A sequencia da mansão do Bill Murray é formidável.
O final em aberto claramente propiciando continuações. Zombieland é 5 estrelas!
Simplesmente Complicado
3.5 914 Assista AgoraApesar de muito fã da Nancy Meyers, achei que o desfecho de 'Simplesmente Complicado" dá uma leve trupicada - não justificada pelo título :P
Nova York, Eu Te Amo
3.2 607 Assista AgoraUm filme com esse título podia mesmo correr o risco de ser visto apenas como belo chamariz turístico. Mas escapando de ser meramente panfletário, é uma coleção de boas histórias se interligando em certos pontos dos cento e tantos minutos de filme. Senti sim falta daquele apelo novaiorquino que se vê nos filmes do WoodyAllen, por exemplo. Por isso, com o perdão do clichê, achei mesmo que antes de ser uma declaração de amor à cidade, é uma ode às pessoas que vivem lá. Bonito, vai :D
Julie & Julia
3.6 1,1K Assista AgoraNossa, muito querido, esse filme. Delícia de assistir. Interessante que é um filme onde as mulheres dominam inteiramente. Os personagens masculinos são totalmente secundários na trama, mas está lá a importância do suporte que eles dão a suas esposas.
Também gostei da ótima montagem feita entre as duas histórias, hora tratando mais de uma, hora se demorando mais na outra. Mas sempre cuidando do ritmo de ambas.
Terminei o filme com vontade de blogar, de cozinhar (!) e de, claro, comer :)
O Som do Coração
3.9 1,5K Assista AgoraIncrível como conseguiram juntar tanta gente boa nessa história que chega a ser engraçada, de tão ruim. Você vê uma série de eventos completamente improváveis, um monte daquelas coincidências arranjadas... Enfim, é um atentado violentíssimo à capacidade de relativização do espectador. Tenho certeza de que mesmo os mais sensíveis em algum momento se aborrecem com tanta inverossimilhança, tanta coisa acontecendo por obra do acaso. Uma pena.
De Repente, Califórnia
4.0 822 Assista AgoraÉ engraçado dizer isso, mas o ‘Shelter’ tem algo muito importante em se tratando de um filme com temática homo: é quase completamente verossímil! Aqui não se vêem aqueles tipos caricatos, nem tampouco gays super ‘heterossexualizados’ - e a vida do protagonista não é limitada ao fato de ele ser gay. No entanto, a história é fraquinha, não se aprofunda nos conflitos que evoca... E é assim, quem se arrisca pouco, erra pouco. Mas também não faz lá grande coisa :P
Mais Forte que a Vingança
4.0 53 Assista AgoraApesar dessa sinopse, é um filme mais contemplativo que conteudista.
Bonito de se ver, que é algo característico do Pollack, a julgar por 'Entre Dois Amores'. Some-se a isso o Robert Redford em ótima fase. Filmão. (y)
Boogie Nights: Prazer Sem Limites
4.0 551 Assista AgoraBoogie Nights é um trabalho incrível de direção de atores e roteiro. Cada um dos personagens ganhou sua própria missão de superação (e sem redenções, uns logram êxito, outros não) todos vivendo ao sabor da coluna vertebral do filme: a indústria do cinema pornográfico dos anos 70/80. Assistimos à transição técnica e de estilo que esse gênero sofre e todo o impacto disso vai ressoando nos integrantes da trama. Ainda sobra espaço pra falar de relações familiares, uso abusivo de narcóticos, o universo disco dos anos 70, prostituição, homossexualidade, além de outros. É um filme ousado que jamais derrapa na vulgaridade e que exala o talento dos envolvidos. Ótimo também pelas referências a Scorsese: perceba que a trajetória do Dirk Diggler se aproxima muito da de Jake La Motta, o ‘Touro Indomável’ (em especial – e descaradamente - na última cena).
Enfim, é um filme que precisa mesmo ser visto :)
O Sonho de Cassandra
3.4 231 Assista AgoraSe você já viu 'Crimes e Pecados' (também do Woody Allen), vai perceber que o personagem do Colin Farrell tem muito a ver com aquele interpretado por Martin Landau em 1989. Ambos entram numa imensa crise psicológica por não saber lidar com remorso de ter um assassinato no currículo.
A dupla de irmãos, via de regra, honestos, que se envolve num crime pra salvar as finanças, também lembra o excelente "Antes que o diabo Saiba que Você Está Morto", de 2007.
No entanto, ‘O Sonho de Cassandra’, embora seja um bom filme, está bem abaixo desses dois – justamente por se alongar demais nessa linha de tensão e descambar pra um final que causa impacto, mas que é fácil, artificial. Pena, viu?
Mary e Max: Uma Amizade Diferente
4.5 2,4KO roteiro é ótimo, os personagens são cheios de problemas modernos (apesar de se comunicarem dessa forma tão analógica). Há muito cuidado com as cores e a falta delas. Tem um monte de pequenos detalhes, referências, coisa de gente grande.
Sem falar do charme do stop-motion e das próprias cartas. Além de, claro, o luxo dos dubladores, né? (Seymour Hoffman, Toni Collete e Eric Bana?!)
Graças ao alto nível de estúdios como a Pixar, tá cada vez mais difícil fazer animação - e é por isso que há esse rompimento das barreiras do próprio gênero.
Mary e Max é lindo :)
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 920 Assista AgoraSe estiver procurando por um filme genial, veja Fargo.
A lá, o ótimo texto que o Tiago Lipka escreveu sobre o filme:
Abraços Partidos
3.9 662O Almodóvar é um dos caras que melhor sabe trabalhar com excessos. São cores demais, falas demais, sentimento e graça - tudo em larga escala. Ao longo da carreira, ele foi se tornando mais comedido, e é o que se vê em 'Abraços Partidos'. Um pouco mais de sobriedade pra ótimos ingredientes: traição, vingança, flashbacks, autoreferências, louvação ao cinema e Penélope Cruz sendo explorada ao máximo. Eu prefiro o espalhafato de antigamente e é por isso que vibrei nas cenas do 'Garotas e Malas' (ficção dentro da ficção). Mas o diretor, sabido que só ele, tende a conservar o que lhe caracteriza, sem abrir mão de algumas experimentações. Bom pra nós :)
Minha Super Ex-Namorada
2.2 670 Assista AgoraIdéia legal, filme cretino. Acontece :)
Tudo Pode Dar Certo
4.0 1,1KMuito da minha admiração pelo Woody Allen se deve ao fato de ele ser perito em fazer rir extraindo o absurdo de situações aparentemente normais. O que acontece aqui é um pouco diferente: são situações bastante improváveis concatenadas pra mostrar ao espectador que mesmo quando a vida nos impõe condições adversas, é possível transmutá-las a nosso favor; às vezes é apenas uma questão de se permitir, abrir mão da ranzinzice. É o que o título “Whatever Works” já indica. Dito isso, achei que é um filme com poucas partes realmente engraçadas (quase todas elas por culpa da Patricia Clarkson, sempre ótima), mas espirituoso e bem produzido, como não poderia deixar de ser.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraQuero acreditar que a exigência do estúdio em fazer com que ‘Onde Vivem os Monstros’ se tornasse mais ‘acessível’ ao grande público é que tenha causado os estragos mais sérios desse filme. O livro é pra crianças sim, mas o Jonze, acostumado a filmar os roteiros pirados do Charlie Kauffman, jamais faria dele algo raso. De todo modo, apesar de ser pouco sutil em muitas partes, é ótimo ver as pequenas referências que o Max tirou da própria vivência pra fazer com que a ‘terra dos monstros’ existisse (do jeitinho que a gente faz quando sonha). Além do elencão e da ótima trilha sonora, que ajuda a compor o clima delicado da história. No fim, é um filme que fala da solidão que todos nós - uns menos, outros mais - tivemos que lidar na infância, sob a perspectiva mais privilegiada de todas: a de uma criança.
Gilda
4.0 225 Assista AgoraEduardo, eu não entendo a Gilda, mas entendo o Johnny Farrell. A Rita Hayworth é de uma beleza e charme simplesmente inacreditáveis. "I can never get a zipper to close".
E o que parece uma trama sobre adultos mal resolvidos, vai se revelando um poço de sarcasmo nos diálogos e de sensualidade por conta dessa eterna diva do cinema.
Muito chique, esse filme :)
Bom Dia, Vietnã
3.8 243 Assista AgoraSó o verborrágico do Robin Williams já valeria o filme tranquilamente. Mas ainda tem as ótimas tramas secundárias, a delícia da trilha sonora, o Forest Whitaker na flor da idade e uma perspectiva bem diferente sobre os conflitos no Vietnã e sobre os próprios vietnamitas.
Esse filme é irresistível! :D
Amor Sem Escalas
3.4 1,4K Assista Agora‘Amor Sem Escalas’ é a história de um sujeito ‘brutalizado’ pela própria rotina. Quando ele é obrigado a interromper o estado de suspensão em que vive (‘Up in The Air’ é sentido literal!) passa a observar o quanto suas relações ‘em solo’ andam enferrujadas; e mais: o quanto ele tem necessidade delas. Nota ainda, muito lentamente, o quanto foi negligente com a própria vida pessoal, perdido entre o 'mecanicismo' dos check-ins e quartos de hotel. E é brilhante a sutil contradição nas falas do personagem, ao passo que o processo de maturação vai se dando.
Da poltrona a gente vai percebendo o quanto pessoas maduras (!) estão ainda passíveis a ásperas descobertas sobre o mundo adulto - que pode ser solitário e cruel, sim.
Jason Reitman seguiu uma linha bem diferente da adotada em Juno, gostei disso. As atuações todas muito boas, e o cuidado com a trilha sonora continua. Enfim, um filme sóbrio, seco e bastante coerente.
O Menino dos Cabelos Verdes
3.9 24‘There’s nothing in the dark that wasn’t there when the light was on’.
Dean Stockwell é um dos raros exemplos de crianças-prodígio que sobreviveram a Hollywood 70 anos depois. (Ele era o garotinho obcecado pela Marinha em ‘Marujos do Amor’ com Gene Kelly e Frank Sinatra). ‘Boy With Green Hair’ advém da esteira do cinema ressacado pela Segunda Guerra Mundial. Seu roteiro em tom de fábula conta a história do menino “órfão de guerra” que, sem mais, um dia acorda com os cabelos verdes. A ausência dos pais e o que isso trouxe de ruim ao garoto (somado ao eco que sua estranha cabeleira causa na vizinhança e escola) faz dele um quase-mártir dos efeitos da guerra e escancara a mensagem ‘pacifista e antibelicista’ do verde enquanto metáfora pra esperança. Adorável em algumas partes e incisivo em outras, esse é um filme que não cabe em si – vai muito além ao exibir uma forma de pensamento de um período tão significante pro cinema e pra História. (y)
Modelos
3.9 23 Assista AgoraA Columbia deu total liberdade de criação ao Gene Kelly nesse filme e é daí que surgiu a ótima sequência em que o astro dança com a própria consciência, na rua desolada do Brooklin. É diferente também por recusar a paleta de cores vibrantes dos musicais dos anos 40, adotando um visual quase noir* em muitas cenas(não fosse a ausência de gangsters e cigarros :D). E depois, a apoteose das figuras femininas posta à prova na cena em que Rita Hayworth toma um porre por amor, sozinha no balcão do velho Joe! *Repare a ligeira referência a Casablanca no final.
O filme vencedor do Oscar (1945) de Melhor Trilha Sonora, foi ainda indicado por melhor canção (Long Ago and Far Away - linda!), melhor direção de arte, cenografia e roteiro.
A Princesa e o Sapo
3.6 911 Assista AgoraUma princesa que não é princesa e, na contramão dos estereótipos, é obstinada, ambiciosa e lutadora (A Charlotte fazendo a antítese: uma 'princesa' descerebrada e idealista) O príncipe é mercenário e cafajeste. tsc
Acho que a Disney buscou redenções demais com esse filme e acabou desperdiçando ótimos ingredientes (jazz, Nova Orleans, rio Mississippi) numa história previsível e repetitiva.
De todo modo, eu como eterno babão desse estúdio, tenho que dizer que eles continuam ótimos criando tipos como o vagalume Ray e a Mama Odie; os traços cheios de estilo e cores e a atmosfera de magia - dessa vez com um pouco menos de força e esplendor. Pena.
O Cheiro do Ralo
3.7 1,1K Assista Agora"'O Cheiro do Ralo'. Sinto um prazer estranho quando eu digo isso".
É a história de um sujeito que não vê pessoas, mas coisas. Tudo são coisas. Ele trabalha comprando e vendendo coisas. Vai que um dia, ele se apaixona por uma bunda. Aprendi que o ralo é o olho do inferno e que a vida é mesmo dura.
Ah, prazer estranho mesmo é ver cinema nacional bem feito.
Trabalho fantástico, muito caprichado e que vale a pena ser conferido.
Destaque também pros extras do dvd com a cena do Selton chorando no último dia das gravações. Talento e doçura, vá lá. Sou fã desse cara.