Após uma sequência de filmes medianos, Jerry Lewis e Dean Martin voltam com um excelente filme e esse mérito vem principalmente do roteiro. Sidney Sheldon, que ainda não era um escritor de thrillers eróticos mas já havia vencido um Oscar de melhor roteiro por Um Solteirão Cobiçado, traz uma excelente história que foca muito na tensão sexual entre os personagens, ao estilo do que faria anos mais tarde em sua obra máxima, Jeannie é um Gênio.
Com isso, chega a ser impressionante em ver como determinadas coisas passaram pelo Código Hayes considerando que 5 anos mais tarde a censura ainda estaria incomodando o Hitchcock por mostrar casos extraconjugais ou mulheres de sutiã.
Ele provoca o espectador, e é isso que nos deixa atentos à tela pois mesmo com todas as gags dos personagens, é visível como Dean Martin já começa a ficar sobrando em tela, com seus números musicais solo sendo os trechos mais cansativos do filme, somente retornando ao ritmo normal quando se reúne com Jerry e se diverte, tendo que segurar o riso em cena.
Ao menos como comédia o filme não funcionou para mim. Foram poucas as risadas que dei, a ponto de poderem ser contadas nos dedos de uma única mão. Lembro que tentei assistir uma vez e a história não me prendia, desistindo nos 20 minutos iniciais e deixando para outra oportunidade. Na segunda tentativa, novamente o mesmo problema e vi que não era comigo, já que estava querendo ver, mas sim do filme.
A questão principal é que Os Pecados de Theodora tem uma premissa interessante e de fato é muito corajoso ao se utilizar de diversas técnicas para chocar o público e driblar o Código Hayes. Uma personagem esconde sua gravidez, mas é uma gravidez durante o casamento. O tio libertino tem um problema de saúde, como uma penalidade pela vida promíscua.
O problema é que o casal não possui a menor química, talvez justamente por essa limitação do período. Então ao invés de você gostar de Michael passa a torná-lo desprezível, querendo que deixe Theodora em paz. Você não compra os motivos dele ir até a cidade e só quer que ele arrume algo para fazer. Em virtude disso, o filme se torna mais agradável no momento da "vingança", o que faz valer a pena.
Gostei muito mais desse do que da grande obra "Um Cão Andaluz", talvez por aqui ser um pouco mais preciso um roteiro, bem como as críticas pontuais realizadas. É bem corajoso ao colocar todos os conflitos do sexo e referências sexuais ainda em 1930, com a sublimação por diversos elementos como a religião, a política e a sociedade. Ainda vai além e critica, além dessa sublimação, a liberalidade absoluta, com referência aos 120 Dias de Sodoma em seu encerramento. Deixa de ser um compilado de imagens para ter um propósito muito maior do que o choque.
Diferente de outros filmes de Buñuel, aqui a intenção é não ter uma linha narrativa precisa. Com idas e voltas na condução, sua função é trazer o surreal, o diferente, com diversas técnicas e efeitos no intuito de trazer o irreal. Claro que poderia ser melhor se a história tivesse um roteiro ou críticas mais precisas, como Buñuel chega a fazer em A Idade do Ouro ou a própria sequência de sonho feita por Salvador Dalí em Quando fala o Coração. Ainda assim, essa ausência conversa muito mais com a intenção do movimento artístico, cumprindo essa função.
Estava reticente achando que seria mais uma adaptação da obra de Bram Stoker quando, de forma bem inteligente, o filme vai no sentido oposto. Ele tem plena consciência de que todos já conhecem a história de Drácula, Van Helsing e Jonathan Harker, então se utiliza apenas dos nomes dos personagens para criar algo totalmente novo. Com isso, o filme deixa de ser uma adaptação e se torna algo inédito, com uma história violenta e que te instiga a querer saber o desfecho. Até mesmo quando se arrisca em inserir alívios cômicos, é bem sucedido. Peter Cushing rouba a cena sempre que aparece, e demonstra o que eu considerei como uma das cenas de desespero mais genuínas no cinema próximo ao final, com o ator correndo e pulando grades para alcançar o vampiro.
Que filme bem feito. Mesmo com os momentos de Harrold Lloyd subindo em prédios sendo algo prévio de sua carreira, já tendo realizado algo bem semelhante em High and Dizzy três anos antes, aqui a cena funciona porque ele passa a focar mais na tensão do que no humor. E essa tensão, de forma muito inteligente, começa a ser trabalhada várias cenas antes, a partir de quando o protagonista tem que se desdobrar em seu trabalho para enganar sua namorada, criando aquela agonia de querermos entrar na tela e dizer "Pelo amor de Deus, fale a verdade para ela!", aumentando gradativamente até os últimos vinte minutos. A cena final é tão marcante que inspirou um conto de Stephen King em Sombras da Noite, e é legal ver que a trilha sonora, realizada muitos anos depois, cria uma pequena piada ao colocar os acordes de Psicose na cena em que os pombos atacam Lloyd, criando uma referência à Hitchcock e Os Pássaros. Efeitos que dão de 10 a 0 nos atuais.
Este e Efeito Fallout são bons no mesmo nível, com seus acertos e erros, estes bem poucos, no máximo o excesso de personagens no final, podendo excluir facilmente o chefe da NSA e deixar todos os elementos deste com o chefe da CIA. Justamente por causa desse excesso que o filme acaba ficando cansativo na única parte em que não deveria ser.
De verdade, seria merecido Tom Cruise receber um Oscar pelo conjunto da obra, não por fazer suas cenas sem dublês, o que qualquer um com treinamento pode fazer, mas sim por, enquanto faz essas cenas, ainda se manter no personagem, com a mesma atenção e até soltando algumas falas, o que não é para qualquer um.
Tem várias pequenas referências que vão desde A Caçada ao Outubro Vermelho, com o submarino invisível, até a Agatha Christie, trazendo o Expresso do Oriente.
Vanessa Kirby, que teve uma personagem bem mal aproveitada no filme anterior, aqui tem o destaque merecido a ponto de roubar a cena sempre que aparece.
Assisti esse há algum tempo, logo após ver o documentário Public Speaking, e esqueci de marcar no Filmow. Apesar de não ter alguns episódios tão bons, melhorando ao longo da temporada, é delicioso de assistir em razão da figura de Fran ser fascinante, e por vezes até dá vontade de ter a vida dela, qual seja, uma casa sem tecnologia ou celulares, somente com livros, e que ninguém nos incomode. E muitas vezes você sequer concorda com o que ela fala, e por vezes ela própria não concorda com o que está falando, mas tem um raciocínio tão lógico naquilo que diz que é impossível não chegar ao final da frase e pensar "Realmente, ela tem um ponto". Gostaria que tivesse mais apresentadores ao estilo Spike Lee, em que fazia perguntas e debatia para ver como ela se sai nos momentos de conflito.
É o melhor da franquia (ainda não vi o filme seguinte), aceitando a história de Missão Impossível como algo contínuo e, com isso, trazendo os personagens lidando com problemas que já eram abordados nos filmes anteriores, não sendo uma mera antologia. Talvez tenha gostado tanto por ser o filme com o estilo mais próximo aos de James Bond, que eu amo, tanto que por diversas vezes chamei de "007 - Efeito Fallout". As cenas de ação, que são longas, não são cansativas, utilizando em alguns momentos da mesma tática de Star Wars em que, para manter a tensão em uma longa cena de ação, divide-a entre vários personagens, cortando de um para outro e o que estão fazendo naquele exato momento. Fizeram muito bem em trazer de volta o vilão do filme anterior, que não havia sido aproveitado de forma satisfatória, e espero que façam o mesmo com Henry Cavill, que tem um excelente personagem.
Apesar de ter uns dez minutos iniciais bem complicados, colocando muita informação na tentativa de apresentar os personagens e, com isso, sobrecarregando o filme, após esse curto trecho o filme voa e traz não só um ótimo filme do Blaxploitation, mas do gênero de ação em si. Tem excelentes cenas de perseguição, como por exemplo todas as cenas com Gator, e você realmente torce pelo protagonista ainda que Isaac Hayes deslize na atuação em alguns momentos. Ainda, transforma aqueles clássicos problemas do gênero em vantagens, como por exemplo utilizar dos tremores da câmera para aumentar a tensão do momento.
É bizarro ver o Steve Mcqueen com quase 30 anos fazendo um papel de adolescente cheio de rugas na cara e buscando ajudar a sociedade local, mas ainda assim não atrapalha o contesto geral do filme. Ele é clichê, mas são tão bem utilizados que ao invés de incomodarem criam tensão à história, nos dando agonia ao ver que os personagens não estão com o sentido de urgência necessário à situação e sim preocupados com corridas de veículos ou fazer o irmão dormir. Tem ótimos efeitos que, mesmo não sendo magníficos, são aceitáveis hoje em dia.
O lado positivo é que ele utiliza como trunfo um dos maiores problemas do filme anterior. Enquanto em Protocolo Fantasma a falta de profissionalismo dos personagens, a ponto de parecer que tudo foi resolvido mais pela sorte do que pela capacidade, incomoda na trama, este elemento é utilizado como ponto de partida para motivar a dissolução da IMF, sendo até mesmo dito tal característica em diálogo. Com isso, o filme acaba sendo mais coeso, sendo óbvia a tentativa de tornar a série algo mais glamouroso, ao estilo de um James Bond, apostando na sensualidade de personagens e no luxo dos equipamentos. Ainda assim, falta um pouco de alma ao filme, fazendo com que o espectador goste da trama, mas não se apegue suficientemente a ela e aos protagonistas.
Apesar de não ser um filme tão bom quanto o anterior por querer se apoiar em uma trama complicada demais para aumentar as dificuldades da equipe de Ethan, ainda assim é um filme bem agradável de assistir, longe de ser uma Sessão da Tarde ao estilo do que foi o segundo filme. Tem bons personagens e sequências de ação. No entanto, acaba sendo complexo sem necessidade, deixando o espectador perdido em alguns momentos e até mesmo perdendo a fé nos protagonistas que em vários momentos mostram que, sendo deixados sozinhos, não são tão profissionais assim. Vale para analisar todas as formas que a franquia pode assumir, sendo um rumo inesperado.
É assistível, mas bem fraco. Vem na onda do início dos anos 2000 em que já havia sido feito O Tigre e o Dragão, Matrix, Homem Aranha e X-Men, com Jackie Chan fazendo uma tentativa em criar uma espécie de super heroi próprio, com efeitos especiais e aqueles movimentos com cabos. No entanto, acaba não funcionando já que muito da graça de Jackie Chan eram as suas lutas cômicas que ao mesmo tempo eram reais, então vê-lo flutuando no ar com leveza acaba nos tirando dessa história que, sinceramente, não possui grandes atrativos, não nos convencendo sequer de como eles chegam até os esconderijos seguintes. É bom para passar o tempo, e só.
É a clássica trama de O Príncipe e o Mendigo que teve milhões de variações na arte, com a pessoa pobre que assume o lugar da pessoa rica. Mesmo com Harrold Lloyd trazendo um de seus filmes menos inventivos no quesito de gags e efeitos especiais, algo que sempre gostou de trabalhar, é o que tem as melhores ambientações e figurinos, principalmente quando apela para os cenários abertos, como as ruas do reino e os esconderijos. Você consegue notar como o curta se sente limitado por ser mudo, criando diversas cenas que mostram os personagens interagindo e que ficariam muito melhores se fossem faladas.
Bem fraco já que é uma mera sucessão de gags, com os poucos elementos de roteiro aparecendo de forma esparsa. Traz de volta a crítica à Lei Seca, com a produção clandestina de bebidas, e Harold passando o curta todo bêbado enfrentando várias situações. No entanto, elas se prolongam tanto que ao invés de achar engraçado o espectador passa a ter raiva do personagem, tornando o curta extremamente cansativo, mesmo tendo um ótimo início. Antecipa já algumas cenas de O Homem-Mosca, lançado quatro anos depois.
Mesmo reaproveitando várias ideias de curtas anteriores, como a Broadway e a Lei seca utilizados em Young Mr Jazz e Estourando na Broadway, também com as perseguições numerosas e a tática de se esconder em roupas penduradas que há neste último curta, Harold Lloyd consegue fazer um curta totalmente novo com uma história que merecia um longa metragem.
Ainda, de forma muito inteligente, ele insere as críticas e referências ao período, seja com a lei seca e os bares clandestinos ou com o personagem fugindo de vilões que se assemelham à Klan de O Nascimento de Uma Nação, utilizando propositalmente a mesma trilha.
E mesmo quando ele apela para as gags, as utiliza de uma maneira contínua, com o personagem buscando várias formas de impressionar a mulher. Um dos curtas mais competentes de Lloyd.
Me incomoda um pouco essa falta de foco que Harold Lloyd faz em seus curtas, com eles tendo um título que sequer é o mote principal da trama. No caso, ele é um apanhado de gags sobre questões aleatórias, como a conquista da filha, a luta com o pai, a fuga da polícia, a fuga dos maratonistas, o piquenique e o salvamento. Ou seja, em 10 minutos há pelo menos seis segmentos que, apesar de serem interessantes e darmos risada, fazem com que ele não tenha um mote principal. Ainda assim, a cena dos espelhos é sensacional.
É bem confuso apesar de algumas gags bem interessantes, como as danças entre Harold Lloyd e Bebe Daniels, ou toda a briga final com o protagonista voando por sobre objetos. Realmente ele era muito bom de briga e as cenas ficam convincentes com todas aquelas garrafas jogadas e chutes. Pena que o roteiro não acabou ajudando muito, com o espectador dispersando a atenção mesmo tendo poucos minutos de duração.
Talvez seja o filme mais Chapliniano do Harold Lloyd, com um início focando na pobreza e nas pensões, as dificuldades para pagar o aluguel e tentativas de driblar as cobrança. A partir desse segmento inicial, no entanto, o filme muda e se torna uma boa comédia ambientada em seu período, colocando as casas clandestinas de jogos e bebidas, inclusive com policiais aproveitando as batidas para tomar um gole já que a lei seca existia em alguns estados há pelo menos um ano. Tem talvez a maior perseguição de policiais do cinema da época, sendo incrível como conseguiram, em um espaço tão reduzido, mostrar uma perseguição tão grande com todos coordenados.
Ele é um filme bem competente considerando que possui apenas duas missões básicas: ser um filme infantil e promover a venda de produtos licenciados. E em ambos os aspectos o filme consegue ir direto ao ponto, seja criando uma boa trama que nos deixa interessados e até mesmo eu, que nunca havia visto nada da Patrulha Canina, consegui entender e achar interessante, bem como fazendo piadas com o próprio aspecto mercantil do filme, momento em que os adultos dão a risada mais alta na sessão.
Seu único defeito, porém, é que ele não tem conteúdo suficiente para 92 minutos de duração, ficando um pouco cansativo em sua metade, até se recuperar no final. Poderia ter 20 minutos a menos e melhoraria muito seu ritmo. Afora isso, os personagens são cativantes, a técnica de animação é muito boa (os veículos e equipamentos chegam a ser palpáveis, com você conseguindo ver aquele porta aviões se tornando uma pista da Hot Wheels na vida real) e tem uma mensagem muito bonita, além de várias referências bem sutis a diversos outros filmes, principalmente do gênero heróis.
Que homenagem bonita ao Mussum, porque afinal o filme é isso: uma homenagem ao Antônio Carlos, mostrando sua figura de palhaço, de músico, de pai, marido, filho, e buscando colocar como cada uma das pessoas via o Mussum.
Acho melhor falar dos problemas do filme, pois são poucos e relacionados a forma como o cinema nacional, principalmente Globo Filmes, é feito: a fotografia e a montagem. Ele não traz nada muito elaborado, estilo programas e minisséries para a televisão pois, como de costume, o filme sempre tem cenas extras inseridas e é passado no início do ano como uma minissérie. Então, nesse ponto, ainda falta um aspecto mais cinematográfico. A montagem também é um problema com esse aspecto, buscando trabalhar quase que a vida toda do Mussum, acaba ficando cansativo por querer mostrar demais ao espectador coisas simples.
No entanto estas duas falhas, que são mais do nosso cinema, não prejudicam o filme que é uma delícia de ver. Você ri ao ver os esquetes sendo reencenados, inclusive com os mesmos efeitos sonoros. Mussum, que sempre foi carismático, ganha ainda mais o público ao ser mostrada a sua relação com sua mãe e, nesse ponto, as atuações do filme se mostram espetaculares, tanto por Cacau Protásio quanto por Neusa Borges. Esta, ao final, tem um discurso lindo e tão verdadeiro que sai do personagem e passa a falar como si própria, a ponto que surpreende Aílton Graça que se esforça para se manter no papel, mas a emoção toma conta dele.
Aílton Graça que, aliás, em alguns momentos se apresenta idêntico ao Mussum, principalmente nas cenas finais, quando se utilizam de uma câmera focando de local mais baixo e o rosto do ator parece mais cheio e amigável tal qual era o do ator. Ainda tem que bater palmas para Felipe Rocha, que interpreta o Dedé, e rouba a cena sempre que aparece.
E dentre tantas outras figuras são representadas, te fazendo entender porquê foi tão difícil a escolha de abandonar o samba para seguir a carreira como humorista, mostrando figuras como Cartola, Elza Soares (e com uma voz idêntica), Garrincha, Chico Anysio, Maurício Sherman, dentre tantas outras figuras do Brasil.
De fato foi um trabalho feito com maestria. E que trilha sonora!
É uma vergonha esse filme não ter sido indicado ao Oscar, sendo uma homenagem linda a essa dupla. Focando somente em um curto período, consegue trazer nessa turnê toda a história da dupla por meio de diálogos, flashbacks e cenas de arquivo, conseguindo ser abrangente mesmo em sua curta duração. John C Reilly e Coogan estão irreconhecíveis e de fato personificaram a dupla em um excelente roteiro que se preocupa em focar na amizade de ambos, e em como amizade não significa necessariamente apenas boas lembranças. É lindo, e não tem como não ficar emocionado com a cena final e todo o suor derramado no palco.
Levei quase 20 anos para terminar de ver esse filme. Assisti quando era adolescente, em 2006 e, quando faltavam pouco menos de 20 minutos para acabar a história, na cena do cemitério, o VHS começava a pular. Depois de tanto tempo, mesmo já sabendo do plot twist final, as únicas coisas que eu me lembrava eram o álbum de fotografias e a cena com o vestido.
Os Outros tem bem a característica dos filmes de terror dos anos 2000, em que se buscava um grande plot twist para a trama, ao estilo O Sexto Sentido, voltados a fazer o espectador retornar ao cinema e ver o filme novamente buscando as pistas ocultas. Não à toa inspirou anos depois Paciente 67, livro que gerou Ilha do Medo, do Scorsese.
Ele é interessante e assustador, sendo incrível sua fotografia com cores tão frias que chegam quase ao preto e branco em alguns momentos. Nicole Kidman e Alakina Mann, a filha Anne, roubam a cena sempre que aparecem e é uma perda pro cinema ela ter parado de atuar.
O único problema que vejo no filme é todo o segmento do marido e a guerra, elemento que não agrega nada à história e que poderia ser cortado completamente, permanecendo o mesmo efeito.
O Meninão
3.8 41Após uma sequência de filmes medianos, Jerry Lewis e Dean Martin voltam com um excelente filme e esse mérito vem principalmente do roteiro. Sidney Sheldon, que ainda não era um escritor de thrillers eróticos mas já havia vencido um Oscar de melhor roteiro por Um Solteirão Cobiçado, traz uma excelente história que foca muito na tensão sexual entre os personagens, ao estilo do que faria anos mais tarde em sua obra máxima, Jeannie é um Gênio.
Com isso, chega a ser impressionante em ver como determinadas coisas passaram pelo Código Hayes considerando que 5 anos mais tarde a censura ainda estaria incomodando o Hitchcock por mostrar casos extraconjugais ou mulheres de sutiã.
Ele provoca o espectador, e é isso que nos deixa atentos à tela pois mesmo com todas as gags dos personagens, é visível como Dean Martin já começa a ficar sobrando em tela, com seus números musicais solo sendo os trechos mais cansativos do filme, somente retornando ao ritmo normal quando se reúne com Jerry e se diverte, tendo que segurar o riso em cena.
Os Pecados de Teodora
3.7 5Ao menos como comédia o filme não funcionou para mim. Foram poucas as risadas que dei, a ponto de poderem ser contadas nos dedos de uma única mão. Lembro que tentei assistir uma vez e a história não me prendia, desistindo nos 20 minutos iniciais e deixando para outra oportunidade. Na segunda tentativa, novamente o mesmo problema e vi que não era comigo, já que estava querendo ver, mas sim do filme.
A questão principal é que Os Pecados de Theodora tem uma premissa interessante e de fato é muito corajoso ao se utilizar de diversas técnicas para chocar o público e driblar o Código Hayes. Uma personagem esconde sua gravidez, mas é uma gravidez durante o casamento. O tio libertino tem um problema de saúde, como uma penalidade pela vida promíscua.
O problema é que o casal não possui a menor química, talvez justamente por essa limitação do período. Então ao invés de você gostar de Michael passa a torná-lo desprezível, querendo que deixe Theodora em paz. Você não compra os motivos dele ir até a cidade e só quer que ele arrume algo para fazer. Em virtude disso, o filme se torna mais agradável no momento da "vingança", o que faz valer a pena.
A Idade do Ouro
3.8 85Gostei muito mais desse do que da grande obra "Um Cão Andaluz", talvez por aqui ser um pouco mais preciso um roteiro, bem como as críticas pontuais realizadas. É bem corajoso ao colocar todos os conflitos do sexo e referências sexuais ainda em 1930, com a sublimação por diversos elementos como a religião, a política e a sociedade. Ainda vai além e critica, além dessa sublimação, a liberalidade absoluta, com referência aos 120 Dias de Sodoma em seu encerramento. Deixa de ser um compilado de imagens para ter um propósito muito maior do que o choque.
Um Cão Andaluz
4.1 707Diferente de outros filmes de Buñuel, aqui a intenção é não ter uma linha narrativa precisa. Com idas e voltas na condução, sua função é trazer o surreal, o diferente, com diversas técnicas e efeitos no intuito de trazer o irreal. Claro que poderia ser melhor se a história tivesse um roteiro ou críticas mais precisas, como Buñuel chega a fazer em A Idade do Ouro ou a própria sequência de sonho feita por Salvador Dalí em Quando fala o Coração. Ainda assim, essa ausência conversa muito mais com a intenção do movimento artístico, cumprindo essa função.
O Vampiro da Noite
3.8 102Estava reticente achando que seria mais uma adaptação da obra de Bram Stoker quando, de forma bem inteligente, o filme vai no sentido oposto. Ele tem plena consciência de que todos já conhecem a história de Drácula, Van Helsing e Jonathan Harker, então se utiliza apenas dos nomes dos personagens para criar algo totalmente novo. Com isso, o filme deixa de ser uma adaptação e se torna algo inédito, com uma história violenta e que te instiga a querer saber o desfecho. Até mesmo quando se arrisca em inserir alívios cômicos, é bem sucedido. Peter Cushing rouba a cena sempre que aparece, e demonstra o que eu considerei como uma das cenas de desespero mais genuínas no cinema próximo ao final, com o ator correndo e pulando grades para alcançar o vampiro.
O Homem Mosca
4.3 82 Assista AgoraQue filme bem feito. Mesmo com os momentos de Harrold Lloyd subindo em prédios sendo algo prévio de sua carreira, já tendo realizado algo bem semelhante em High and Dizzy três anos antes, aqui a cena funciona porque ele passa a focar mais na tensão do que no humor. E essa tensão, de forma muito inteligente, começa a ser trabalhada várias cenas antes, a partir de quando o protagonista tem que se desdobrar em seu trabalho para enganar sua namorada, criando aquela agonia de querermos entrar na tela e dizer "Pelo amor de Deus, fale a verdade para ela!", aumentando gradativamente até os últimos vinte minutos.
A cena final é tão marcante que inspirou um conto de Stephen King em Sombras da Noite, e é legal ver que a trilha sonora, realizada muitos anos depois, cria uma pequena piada ao colocar os acordes de Psicose na cena em que os pombos atacam Lloyd, criando uma referência à Hitchcock e Os Pássaros.
Efeitos que dão de 10 a 0 nos atuais.
Missão: Impossível 7 - Acerto De Contas - Parte 1
3.9 406 Assista AgoraEste e Efeito Fallout são bons no mesmo nível, com seus acertos e erros, estes bem poucos, no máximo o excesso de personagens no final, podendo excluir facilmente o chefe da NSA e deixar todos os elementos deste com o chefe da CIA. Justamente por causa desse excesso que o filme acaba ficando cansativo na única parte em que não deveria ser.
De verdade, seria merecido Tom Cruise receber um Oscar pelo conjunto da obra, não por fazer suas cenas sem dublês, o que qualquer um com treinamento pode fazer, mas sim por, enquanto faz essas cenas, ainda se manter no personagem, com a mesma atenção e até soltando algumas falas, o que não é para qualquer um.
Tem várias pequenas referências que vão desde A Caçada ao Outubro Vermelho, com o submarino invisível, até a Agatha Christie, trazendo o Expresso do Oriente.
Vanessa Kirby, que teve uma personagem bem mal aproveitada no filme anterior, aqui tem o destaque merecido a ponto de roubar a cena sempre que aparece.
Faz de Conta que NY é uma Cidade
4.2 30 Assista AgoraAssisti esse há algum tempo, logo após ver o documentário Public Speaking, e esqueci de marcar no Filmow. Apesar de não ter alguns episódios tão bons, melhorando ao longo da temporada, é delicioso de assistir em razão da figura de Fran ser fascinante, e por vezes até dá vontade de ter a vida dela, qual seja, uma casa sem tecnologia ou celulares, somente com livros, e que ninguém nos incomode. E muitas vezes você sequer concorda com o que ela fala, e por vezes ela própria não concorda com o que está falando, mas tem um raciocínio tão lógico naquilo que diz que é impossível não chegar ao final da frase e pensar "Realmente, ela tem um ponto". Gostaria que tivesse mais apresentadores ao estilo Spike Lee, em que fazia perguntas e debatia para ver como ela se sai nos momentos de conflito.
Missão: Impossível - Efeito Fallout
3.9 788É o melhor da franquia (ainda não vi o filme seguinte), aceitando a história de Missão Impossível como algo contínuo e, com isso, trazendo os personagens lidando com problemas que já eram abordados nos filmes anteriores, não sendo uma mera antologia. Talvez tenha gostado tanto por ser o filme com o estilo mais próximo aos de James Bond, que eu amo, tanto que por diversas vezes chamei de "007 - Efeito Fallout". As cenas de ação, que são longas, não são cansativas, utilizando em alguns momentos da mesma tática de Star Wars em que, para manter a tensão em uma longa cena de ação, divide-a entre vários personagens, cortando de um para outro e o que estão fazendo naquele exato momento. Fizeram muito bem em trazer de volta o vilão do filme anterior, que não havia sido aproveitado de forma satisfatória, e espero que façam o mesmo com Henry Cavill, que tem um excelente personagem.
Truck Turner
3.7 13Apesar de ter uns dez minutos iniciais bem complicados, colocando muita informação na tentativa de apresentar os personagens e, com isso, sobrecarregando o filme, após esse curto trecho o filme voa e traz não só um ótimo filme do Blaxploitation, mas do gênero de ação em si. Tem excelentes cenas de perseguição, como por exemplo todas as cenas com Gator, e você realmente torce pelo protagonista ainda que Isaac Hayes deslize na atuação em alguns momentos. Ainda, transforma aqueles clássicos problemas do gênero em vantagens, como por exemplo utilizar dos tremores da câmera para aumentar a tensão do momento.
A Bolha
3.2 103 Assista AgoraÉ bizarro ver o Steve Mcqueen com quase 30 anos fazendo um papel de adolescente cheio de rugas na cara e buscando ajudar a sociedade local, mas ainda assim não atrapalha o contesto geral do filme. Ele é clichê, mas são tão bem utilizados que ao invés de incomodarem criam tensão à história, nos dando agonia ao ver que os personagens não estão com o sentido de urgência necessário à situação e sim preocupados com corridas de veículos ou fazer o irmão dormir. Tem ótimos efeitos que, mesmo não sendo magníficos, são aceitáveis hoje em dia.
Missão: Impossível - Nação Secreta
3.7 805 Assista AgoraO lado positivo é que ele utiliza como trunfo um dos maiores problemas do filme anterior. Enquanto em Protocolo Fantasma a falta de profissionalismo dos personagens, a ponto de parecer que tudo foi resolvido mais pela sorte do que pela capacidade, incomoda na trama, este elemento é utilizado como ponto de partida para motivar a dissolução da IMF, sendo até mesmo dito tal característica em diálogo. Com isso, o filme acaba sendo mais coeso, sendo óbvia a tentativa de tornar a série algo mais glamouroso, ao estilo de um James Bond, apostando na sensualidade de personagens e no luxo dos equipamentos. Ainda assim, falta um pouco de alma ao filme, fazendo com que o espectador goste da trama, mas não se apegue suficientemente a ela e aos protagonistas.
Missão: Impossível - Protocolo Fantasma
3.7 1,7K Assista AgoraApesar de não ser um filme tão bom quanto o anterior por querer se apoiar em uma trama complicada demais para aumentar as dificuldades da equipe de Ethan, ainda assim é um filme bem agradável de assistir, longe de ser uma Sessão da Tarde ao estilo do que foi o segundo filme. Tem bons personagens e sequências de ação. No entanto, acaba sendo complexo sem necessidade, deixando o espectador perdido em alguns momentos e até mesmo perdendo a fé nos protagonistas que em vários momentos mostram que, sendo deixados sozinhos, não são tão profissionais assim. Vale para analisar todas as formas que a franquia pode assumir, sendo um rumo inesperado.
O Medalhão
2.6 165 Assista AgoraÉ assistível, mas bem fraco. Vem na onda do início dos anos 2000 em que já havia sido feito O Tigre e o Dragão, Matrix, Homem Aranha e X-Men, com Jackie Chan fazendo uma tentativa em criar uma espécie de super heroi próprio, com efeitos especiais e aqueles movimentos com cabos. No entanto, acaba não funcionando já que muito da graça de Jackie Chan eram as suas lutas cômicas que ao mesmo tempo eram reais, então vê-lo flutuando no ar com leveza acaba nos tirando dessa história que, sinceramente, não possui grandes atrativos, não nos convencendo sequer de como eles chegam até os esconderijos seguintes. É bom para passar o tempo, e só.
His Royal Slyness
3.6 1É a clássica trama de O Príncipe e o Mendigo que teve milhões de variações na arte, com a pessoa pobre que assume o lugar da pessoa rica. Mesmo com Harrold Lloyd trazendo um de seus filmes menos inventivos no quesito de gags e efeitos especiais, algo que sempre gostou de trabalhar, é o que tem as melhores ambientações e figurinos, principalmente quando apela para os cenários abertos, como as ruas do reino e os esconderijos. Você consegue notar como o curta se sente limitado por ser mudo, criando diversas cenas que mostram os personagens interagindo e que ficariam muito melhores se fossem faladas.
High and Dizzy
3.7 1Bem fraco já que é uma mera sucessão de gags, com os poucos elementos de roteiro aparecendo de forma esparsa. Traz de volta a crítica à Lei Seca, com a produção clandestina de bebidas, e Harold passando o curta todo bêbado enfrentando várias situações. No entanto, elas se prolongam tanto que ao invés de achar engraçado o espectador passa a ter raiva do personagem, tornando o curta extremamente cansativo, mesmo tendo um ótimo início. Antecipa já algumas cenas de O Homem-Mosca, lançado quatro anos depois.
Um Ocidental Oriental
3.6 4Mesmo reaproveitando várias ideias de curtas anteriores, como a Broadway e a Lei seca utilizados em Young Mr Jazz e Estourando na Broadway, também com as perseguições numerosas e a tática de se esconder em roupas penduradas que há neste último curta, Harold Lloyd consegue fazer um curta totalmente novo com uma história que merecia um longa metragem.
Ainda, de forma muito inteligente, ele insere as críticas e referências ao período, seja com a lei seca e os bares clandestinos ou com o personagem fugindo de vilões que se assemelham à Klan de O Nascimento de Uma Nação, utilizando propositalmente a mesma trilha.
E mesmo quando ele apela para as gags, as utiliza de uma maneira contínua, com o personagem buscando várias formas de impressionar a mulher. Um dos curtas mais competentes de Lloyd.
The Marathon
3.4 3Me incomoda um pouco essa falta de foco que Harold Lloyd faz em seus curtas, com eles tendo um título que sequer é o mote principal da trama. No caso, ele é um apanhado de gags sobre questões aleatórias, como a conquista da filha, a luta com o pai, a fuga da polícia, a fuga dos maratonistas, o piquenique e o salvamento. Ou seja, em 10 minutos há pelo menos seis segmentos que, apesar de serem interessantes e darmos risada, fazem com que ele não tenha um mote principal. Ainda assim, a cena dos espelhos é sensacional.
Young Mr. Jazz
3.8 2É bem confuso apesar de algumas gags bem interessantes, como as danças entre Harold Lloyd e Bebe Daniels, ou toda a briga final com o protagonista voando por sobre objetos. Realmente ele era muito bom de briga e as cenas ficam convincentes com todas aquelas garrafas jogadas e chutes. Pena que o roteiro não acabou ajudando muito, com o espectador dispersando a atenção mesmo tendo poucos minutos de duração.
Estourando na Broadway
3.7 2Talvez seja o filme mais Chapliniano do Harold Lloyd, com um início focando na pobreza e nas pensões, as dificuldades para pagar o aluguel e tentativas de driblar as cobrança. A partir desse segmento inicial, no entanto, o filme muda e se torna uma boa comédia ambientada em seu período, colocando as casas clandestinas de jogos e bebidas, inclusive com policiais aproveitando as batidas para tomar um gole já que a lei seca existia em alguns estados há pelo menos um ano. Tem talvez a maior perseguição de policiais do cinema da época, sendo incrível como conseguiram, em um espaço tão reduzido, mostrar uma perseguição tão grande com todos coordenados.
Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso
3.4 7 Assista AgoraEle é um filme bem competente considerando que possui apenas duas missões básicas: ser um filme infantil e promover a venda de produtos licenciados. E em ambos os aspectos o filme consegue ir direto ao ponto, seja criando uma boa trama que nos deixa interessados e até mesmo eu, que nunca havia visto nada da Patrulha Canina, consegui entender e achar interessante, bem como fazendo piadas com o próprio aspecto mercantil do filme, momento em que os adultos dão a risada mais alta na sessão.
Seu único defeito, porém, é que ele não tem conteúdo suficiente para 92 minutos de duração, ficando um pouco cansativo em sua metade, até se recuperar no final. Poderia ter 20 minutos a menos e melhoraria muito seu ritmo. Afora isso, os personagens são cativantes, a técnica de animação é muito boa (os veículos e equipamentos chegam a ser palpáveis, com você conseguindo ver aquele porta aviões se tornando uma pista da Hot Wheels na vida real) e tem uma mensagem muito bonita, além de várias referências bem sutis a diversos outros filmes, principalmente do gênero heróis.
Mussum: O Filmis
3.7 173 Assista AgoraQue homenagem bonita ao Mussum, porque afinal o filme é isso: uma homenagem ao Antônio Carlos, mostrando sua figura de palhaço, de músico, de pai, marido, filho, e buscando colocar como cada uma das pessoas via o Mussum.
Acho melhor falar dos problemas do filme, pois são poucos e relacionados a forma como o cinema nacional, principalmente Globo Filmes, é feito: a fotografia e a montagem. Ele não traz nada muito elaborado, estilo programas e minisséries para a televisão pois, como de costume, o filme sempre tem cenas extras inseridas e é passado no início do ano como uma minissérie. Então, nesse ponto, ainda falta um aspecto mais cinematográfico. A montagem também é um problema com esse aspecto, buscando trabalhar quase que a vida toda do Mussum, acaba ficando cansativo por querer mostrar demais ao espectador coisas simples.
No entanto estas duas falhas, que são mais do nosso cinema, não prejudicam o filme que é uma delícia de ver. Você ri ao ver os esquetes sendo reencenados, inclusive com os mesmos efeitos sonoros. Mussum, que sempre foi carismático, ganha ainda mais o público ao ser mostrada a sua relação com sua mãe e, nesse ponto, as atuações do filme se mostram espetaculares, tanto por Cacau Protásio quanto por Neusa Borges. Esta, ao final, tem um discurso lindo e tão verdadeiro que sai do personagem e passa a falar como si própria, a ponto que surpreende Aílton Graça que se esforça para se manter no papel, mas a emoção toma conta dele.
Aílton Graça que, aliás, em alguns momentos se apresenta idêntico ao Mussum, principalmente nas cenas finais, quando se utilizam de uma câmera focando de local mais baixo e o rosto do ator parece mais cheio e amigável tal qual era o do ator. Ainda tem que bater palmas para Felipe Rocha, que interpreta o Dedé, e rouba a cena sempre que aparece.
E dentre tantas outras figuras são representadas, te fazendo entender porquê foi tão difícil a escolha de abandonar o samba para seguir a carreira como humorista, mostrando figuras como Cartola, Elza Soares (e com uma voz idêntica), Garrincha, Chico Anysio, Maurício Sherman, dentre tantas outras figuras do Brasil.
De fato foi um trabalho feito com maestria. E que trilha sonora!
Stan & Ollie: O Gordo e o Magro
3.7 80 Assista AgoraÉ uma vergonha esse filme não ter sido indicado ao Oscar, sendo uma homenagem linda a essa dupla. Focando somente em um curto período, consegue trazer nessa turnê toda a história da dupla por meio de diálogos, flashbacks e cenas de arquivo, conseguindo ser abrangente mesmo em sua curta duração. John C Reilly e Coogan estão irreconhecíveis e de fato personificaram a dupla em um excelente roteiro que se preocupa em focar na amizade de ambos, e em como amizade não significa necessariamente apenas boas lembranças. É lindo, e não tem como não ficar emocionado com a cena final e todo o suor derramado no palco.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraLevei quase 20 anos para terminar de ver esse filme. Assisti quando era adolescente, em 2006 e, quando faltavam pouco menos de 20 minutos para acabar a história, na cena do cemitério, o VHS começava a pular. Depois de tanto tempo, mesmo já sabendo do plot twist final, as únicas coisas que eu me lembrava eram o álbum de fotografias e a cena com o vestido.
Os Outros tem bem a característica dos filmes de terror dos anos 2000, em que se buscava um grande plot twist para a trama, ao estilo O Sexto Sentido, voltados a fazer o espectador retornar ao cinema e ver o filme novamente buscando as pistas ocultas. Não à toa inspirou anos depois Paciente 67, livro que gerou Ilha do Medo, do Scorsese.
Ele é interessante e assustador, sendo incrível sua fotografia com cores tão frias que chegam quase ao preto e branco em alguns momentos. Nicole Kidman e Alakina Mann, a filha Anne, roubam a cena sempre que aparecem e é uma perda pro cinema ela ter parado de atuar.
O único problema que vejo no filme é todo o segmento do marido e a guerra, elemento que não agrega nada à história e que poderia ser cortado completamente, permanecendo o mesmo efeito.