Jafar Panahi sempre entregando tudo. Aqui, seu cinema denúncia consegue abranger diversos temas sempre com aquela leveza e, também, contundência. A fofoca como uma espécie de metáfora para o controle estatal e as tentativas de Panahi em tentar sair daquela situação é algo que beira o genial. Cinema de gente grande!
É desses que demora a engrenar e situar o espectador. Tudo parece ser muito aleatório e sem sentido, nos levando a crer que todo o relato se direciona a um caminho vazio. Mas em determinado momento, o filme nos situa e entendemos o que realmente está acontecendo. O resultado é interessante, de certa forma, mas no geral não empolga e trata quase que tudo com muita apatia. Sem sal.
Acho que finaliza de um jeito um tanto apressado demais, mas o que vem antes é bem singelo e bonito, principalmente no que diz respeito às atuações e à representação de uma época que exala nostalgia. Estigmas e preconceitos, costumes e tradicionalismo, tudo isso abordado através do âmbito familiar e da amizade. O resultado é bem bacana, apesar dos pontos negativos. Mais um acerto do Gray.
A melancolia em forma de filme. Modorrento, escuro, sombrio, como a época requer. Um trabalho frio mas sempre muito conciso, principalmente na sua regência, que impõe ao retrato geral de um casamento fadado ao fracasso desde o início, uma força descomunal e intensa. De difícil absorção pois é denso do início ao fim, mas igualmente satisfatório.
“Nossa relação é como um parênteses, uma hora ou outra ela tem que se fechar.”
Assim como tudo na vida, as relações e os elos são passageiros. Mas apesar de tudo, as lembranças e o sentimento puro permanecem. Parecia que eu estava em um filme do Woody Allen.
As rasuras familiares e os eternos dilemas vividos nas relações que se desenvolvem. É um filme que se delimita um pouco ao não aproveitar tanto sua protagonista e as situações que se sucedem entre a família, deixando o retrato bem superficial em alguns pontos. As atrizes estão muito bem em cena e são as responsáveis por sustentar a trama.
Até que tem alguns momentos engraçados e interessantes, mas no geral é tudo bem… superficial, eu diria. É um filme sobre algumas coisas mas ao mesmo tempo sobre nada, especificamente. Sei lá… achei fraco.
Um documento histórico sobre a origem do fascismo italiano e todo o horror perpetrado por esse movimento de massas que chocou e ainda choca o planeta. Me faltam palavras pra definir. Um filme com uma pujança, uma força tão absurda, não só pela maneira em que é concebido, como também pelos desdobramentos contextuais que faz, que é muito difícil até de descrever. Eu to atônito até agora. E é assustador perceber que, apesar de derrotado lá atrás, o fascismo permanece forte e presente em nossa sociedade. Inclusive em nosso país. Aliás, a figura de líderes da extrema-direita (incluindo Bolsonaro) aparecem de uma forma pontual no documentário, exemplificando essa onda neofascista que o mundo presencia e que ameaça a nossa tão frágil democracia.
É inacreditável. Dos melhores que vi no ano e com toda certeza o mais contundente.
Um recorte sobre o abuso e as diversas consequências que o ato gera na vida de uma pessoa. Não tem nada de diferente do que ja vimos anteriormente, mas é um trabalho forte e ancorado por uma atuação central convincente e poderosa que elevam a obra a um patamar acima do normal. Filme bem difícil de digerir.
Uma mistura de Aki Kaurismäki com David Lynch com sei la mais o que. Estranho, mas bastante curioso. Pena que a curiosidade não se mantém a todo momento e o desinteresse, em alguns momentos, ficam evidentes. Quando parte pra um lado mais nonsense, se sustenta ao mesmo tempo em que se perde. Gostei e não gostei ao mesmo tempo. Desses filmes curiosos da mostra que deixam a gente com a pulga atrás da orelha.
A estupidez da guerra exposta de maneira imageticamamente assustadora. Fazia algum tempo que o que me era apresentado em imagens/sons não me surpreendia tanto em um filme de guerra como aqui. E, mais uma vez, a inocência do olhar do jovem no conflito fica em evidência e se destaca como o grande fator que exemplifica a falta de humanidade da nossa espécie. Filmão.
Parece, em sua essência, um filme sobre a passividade do cotidiano e as relações construídas em um determinado lugar. Mas, como todo canto, reserva um certo mistério. Acho que é muito mais um trabalho de observação do que um mistério em si. No mais, se sustenta pelo apego às pessoas que ali estão e pela calmaria dos acontecimentos.
Gostei e desgostei ao mesmo tempo. Mas acho a ideia tão bacana e bem executada, de certa forma, que os pontos positivos se sobressaem mais do que os negativos. É uma montanha russa. Uma hora empolga, outra não. Mas no fim, o filme faz valer tudo que foi mostrado anteriormente. E diz muito sobre o limite humano de um jeito peculiar, evidenciando a figura de linguagem como foco para um entendimento maior sobre o mal.
O sofrimento da subsistência e a indiferença humana para com seu semelhante. E ao final, somos colocados nesse lugar, o lugar de não olhar e não sentir o outro. Não importa como seja o padecimento alheio, parece que sempre naturalizamos aquela situação. Essa é a história de “Harka”. Uma história que representa a realidade de muita gente.
A vida pacata de um vilarejo que é virada de ponta cabeça pelos problemas que assolam a civilidade. Rotinas alteradas, percepções distorcidas e vidas em perigo. É um filme bem interessante pois leva seu tempo pra construir a tranquilidade e depois transverter tudo isso em um mar de instabilidade e dúvida. E tudo isso com aquele humor pontual e certeiro do sempre incrível cinema romeno. Gostei bastante.
Acho que o grande problema de “Manto de Jóias” é a despreocupação em buscar uma coesão que justifique tanta confusão narrativa. Eu sinceramente não consegui compreender, com tanto personagem e transições, qualquer coisa que ele tenha tentado construir. É um filme, do início ao fim, sem um pingo de unidade. Mas, talvez, seja um daqueles que propositalmente fazem isso. Só sei que não funcionou comigo.
Incrível como é um filme que trata de tanta coisa ao mesmo tempo e consegue, de maneira eficiente, dar conta de tudo sem cair em alguns maneirismos. É sobre o desajuste familiar, as relações entre pais e filhos e o quanto elas influenciam no comportamento deles, e também sobre a amizade, na sua mais pura, bonita e selvagem essência. Filme muito forte e significativo.
Não comprei muito a ideia que vai se desenvolvendo a partir do que se estabelece pelo trabalho de Ramses. O andar do subtexto se perde no caminho, transformando um trabalho que poderia tratar de situações pessoais com mais carinho em um filme pouco homogêneo. Até a metade parecia uma coisa e depois simplesmente vai pra um caminho pouco convincente do ponto de vista narrativo.
Representa muito aquela nossa realidade do dia a dia, aquele contato com amigos, familiares, desconhecidos, que cruzam e cruzaram nossa vida naquele que foi o momento mais triste e desesperançoso da nossa história. E quatro anos depois, aqui estamos de novo. É assustador e triste imaginar que isso pode se repetir.
Mas, é como a música de Caetano diz: “nenhuma força virá a me fazer calar”
Carece de unidade e não lida muito bem com a transição narrativa que faz. O elo entre o palpável e o subjetivo é um tanto falho. Bonitas imagens, mas não vai muito além, pro meu gosto.
Engessado, burocrático e bem clichê. Água com açúcar total. E além de tudo, filme que se passa na antiga União Soviética, com personagens russos falando em inglês. Meh.
Os Anos do Super 8
2.9 2Um trabalho pessoal que enobrece o afeto e a vivência do ser humano apegada à memória. Bem simples, porém belo e singelo.
Fumer fait tousser
3.2 8??????????????????????????????? Pior que eu ri um pouco
Sem Ursos
3.9 15 Assista AgoraJafar Panahi sempre entregando tudo. Aqui, seu cinema denúncia consegue abranger diversos temas sempre com aquela leveza e, também, contundência. A fofoca como uma espécie de metáfora para o controle estatal e as tentativas de Panahi em tentar sair daquela situação é algo que beira o genial. Cinema de gente grande!
Peregrinos
2.2 2É desses que demora a engrenar e situar o espectador. Tudo parece ser muito aleatório e sem sentido, nos levando a crer que todo o relato se direciona a um caminho vazio. Mas em determinado momento, o filme nos situa e entendemos o que realmente está acontecendo. O resultado é interessante, de certa forma, mas no geral não empolga e trata quase que tudo com muita apatia. Sem sal.
Restos do Vento
3.0 1A cultura da violência e o quanto ela parece sempre estar intrínseca à nossa existência. Esse me pegou de jeito.
Armageddon Time
3.3 46 Assista AgoraAcho que finaliza de um jeito um tanto apressado demais, mas o que vem antes é bem singelo e bonito, principalmente no que diz respeito às atuações e à representação de uma época que exala nostalgia. Estigmas e preconceitos, costumes e tradicionalismo, tudo isso abordado através do âmbito familiar e da amizade. O resultado é bem bacana, apesar dos pontos negativos. Mais um acerto do Gray.
A Esposa de Tchaikovsky
3.5 20A melancolia em forma de filme. Modorrento, escuro, sombrio, como a época requer. Um trabalho frio mas sempre muito conciso, principalmente na sua regência, que impõe ao retrato geral de um casamento fadado ao fracasso desde o início, uma força descomunal e intensa. De difícil absorção pois é denso do início ao fim, mas igualmente satisfatório.
Crônica de Uma Relação Passageira
3.9 4“Nossa relação é como um parênteses, uma hora ou outra ela tem que se fechar.”
Assim como tudo na vida, as relações e os elos são passageiros. Mas apesar de tudo, as lembranças e o sentimento puro permanecem. Parecia que eu estava em um filme do Woody Allen.
A Linha
2.9 4As rasuras familiares e os eternos dilemas vividos nas relações que se desenvolvem. É um filme que se delimita um pouco ao não aproveitar tanto sua protagonista e as situações que se sucedem entre a família, deixando o retrato bem superficial em alguns pontos. As atrizes estão muito bem em cena e são as responsáveis por sustentar a trama.
A Cozinha
2.0 5Até que tem alguns momentos engraçados e interessantes, mas no geral é tudo bem… superficial, eu diria. É um filme sobre algumas coisas mas ao mesmo tempo sobre nada, especificamente. Sei lá… achei fraco.
Marcha Sobre Roma
4.2 2Um documento histórico sobre a origem do fascismo italiano e todo o horror perpetrado por esse movimento de massas que chocou e ainda choca o planeta. Me faltam palavras pra definir. Um filme com uma pujança, uma força tão absurda, não só pela maneira em que é concebido, como também pelos desdobramentos contextuais que faz, que é muito difícil até de descrever. Eu to atônito até agora. E é assustador perceber que, apesar de derrotado lá atrás, o fascismo permanece forte e presente em nossa sociedade. Inclusive em nosso país. Aliás, a figura de líderes da extrema-direita (incluindo Bolsonaro) aparecem de uma forma pontual no documentário, exemplificando essa onda neofascista que o mundo presencia e que ameaça a nossa tão frágil democracia.
É inacreditável. Dos melhores que vi no ano e com toda certeza o mais contundente.
The Girl Flew
3.2 2Um recorte sobre o abuso e as diversas consequências que o ato gera na vida de uma pessoa. Não tem nada de diferente do que ja vimos anteriormente, mas é um trabalho forte e ancorado por uma atuação central convincente e poderosa que elevam a obra a um patamar acima do normal. Filme bem difícil de digerir.
Woodcutter's Story
3.2 1Uma mistura de Aki Kaurismäki com David Lynch com sei la mais o que. Estranho, mas bastante curioso. Pena que a curiosidade não se mantém a todo momento e o desinteresse, em alguns momentos, ficam evidentes. Quando parte pra um lado mais nonsense, se sustenta ao mesmo tempo em que se perde. Gostei e não gostei ao mesmo tempo. Desses filmes curiosos da mostra que deixam a gente com a pulga atrás da orelha.
Nada de Novo no Front
4.0 612 Assista AgoraA estupidez da guerra exposta de maneira imageticamamente assustadora. Fazia algum tempo que o que me era apresentado em imagens/sons não me surpreendia tanto em um filme de guerra como aqui. E, mais uma vez, a inocência do olhar do jovem no conflito fica em evidência e se destaca como o grande fator que exemplifica a falta de humanidade da nossa espécie. Filmão.
A Pequena Ilha
3.0 1Parece, em sua essência, um filme sobre a passividade do cotidiano e as relações construídas em um determinado lugar. Mas, como todo canto, reserva um certo mistério. Acho que é muito mais um trabalho de observação do que um mistério em si. No mais, se sustenta pelo apego às pessoas que ali estão e pela calmaria dos acontecimentos.
Terceira Guerra Mundial
3.4 3Gostei e desgostei ao mesmo tempo. Mas acho a ideia tão bacana e bem executada, de certa forma, que os pontos positivos se sobressaem mais do que os negativos. É uma montanha russa. Uma hora empolga, outra não. Mas no fim, o filme faz valer tudo que foi mostrado anteriormente. E diz muito sobre o limite humano de um jeito peculiar, evidenciando a figura de linguagem como foco para um entendimento maior sobre o mal.
Harka
3.6 4O sofrimento da subsistência e a indiferença humana para com seu semelhante. E ao final, somos colocados nesse lugar, o lugar de não olhar e não sentir o outro. Não importa como seja o padecimento alheio, parece que sempre naturalizamos aquela situação. Essa é a história de “Harka”. Uma história que representa a realidade de muita gente.
Homens de Atos
3.7 2A vida pacata de um vilarejo que é virada de ponta cabeça pelos problemas que assolam a civilidade. Rotinas alteradas, percepções distorcidas e vidas em perigo. É um filme bem interessante pois leva seu tempo pra construir a tranquilidade e depois transverter tudo isso em um mar de instabilidade e dúvida. E tudo isso com aquele humor pontual e certeiro do sempre incrível cinema romeno. Gostei bastante.
Manto de Gemas
2.8 7Acho que o grande problema de “Manto de Jóias” é a despreocupação em buscar uma coesão que justifique tanta confusão narrativa. Eu sinceramente não consegui compreender, com tanto personagem e transições, qualquer coisa que ele tenha tentado construir. É um filme, do início ao fim, sem um pingo de unidade. Mas, talvez, seja um daqueles que propositalmente fazem isso. Só sei que não funcionou comigo.
Belas Criaturas
3.9 11Incrível como é um filme que trata de tanta coisa ao mesmo tempo e consegue, de maneira eficiente, dar conta de tudo sem cair em alguns maneirismos. É sobre o desajuste familiar, as relações entre pais e filhos e o quanto elas influenciam no comportamento deles, e também sobre a amizade, na sua mais pura, bonita e selvagem essência. Filme muito forte e significativo.
Visões de Ramsés
2.4 1Não comprei muito a ideia que vai se desenvolvendo a partir do que se estabelece pelo trabalho de Ramses. O andar do subtexto se perde no caminho, transformando um trabalho que poderia tratar de situações pessoais com mais carinho em um filme pouco homogêneo. Até a metade parecia uma coisa e depois simplesmente vai pra um caminho pouco convincente do ponto de vista narrativo.
Transe
1.9 13Representa muito aquela nossa realidade do dia a dia, aquele contato com amigos, familiares, desconhecidos, que cruzam e cruzaram nossa vida naquele que foi o momento mais triste e desesperançoso da nossa história. E quatro anos depois, aqui estamos de novo. É assustador e triste imaginar que isso pode se repetir.
Mas, é como a música de Caetano diz: “nenhuma força virá a me fazer calar”
Resistiremos!
A Montanha
2.0 2Carece de unidade e não lida muito bem com a transição narrativa que faz. O elo entre o palpável e o subjetivo é um tanto falho. Bonitas imagens, mas não vai muito além, pro meu gosto.
Segredos de Guerra
3.4 61 Assista AgoraEngessado, burocrático e bem clichê. Água com açúcar total. E além de tudo, filme que se passa na antiga União Soviética, com personagens russos falando em inglês. Meh.