Não se dispõe em momento algum a tratar o tema com cuidado ou honestidade. Não explora a questão, não analisa os fatores necessários para a compreensão geral do que se é abordado, manipula o espectador através do fator emocional, tendencia o tema e pra completar parece ter sido dirigido por uma criança de 5 anos.
Chega a ser inacreditável o nível de descaramento.
Interessante a questão da luta de classes e a corajosa posição em não demonizar ou inocentar um lado ou outro. E nem acho que o filme seja ruim, na realidade possui qualidades bem significativas, principalmente quando se atenta à ambientação e ao exercício de gênero. Mas… é tão bagunçado que chega a incomodar. Ele estabelece bem alguns aspectos enquanto abandona completamente outros que seriam primordiais para a construção geral do retrato.
Me soou um tanto desleixado mesmo, sem muito apego a algum tipo de unidade narrativa ou estrutural. É desses filmes que procuram se sustentar apenas na ideia e esquecem que a execução é necessária pra concepção do todo.
Não é ruim, mas melhor lapidado, seria uma pancada muito mais eficiente.
A impressão que me dá é que existem dois filmes em um sem muita coesão. Enquanto a questão do abuso é pouco explorada e deixada muito na superfície, o fator mental do personagem de Sarsgaard proporciona ao filme um respiro e um caminho mais possibilitador para a trama. O problema é que os dois aspectos não se conversam e o filme parece sempre um pouco distante, esparso.
Inegável a força das atuações e a delicadeza com que Franco aborda o cerne do seu trabalho, mas é uma pena que no geral, apesar de bem redondinho, o filme não explore de maneira eficiente o potencial que possui.
Pra um diretor que sempre se mostrou contundente na forma e no conteúdo abordados, achei “The Old Oak” um tanto desprovido de inspiração.
Ken Loach é conhecido pelo seu cinema denúncia, onde sempre evidencia os problemas recorrentes da sociedade ocidental capitalista, como a xenofobia, o racismo e a intolerância religiosa. Nesse seu novo trabalho, está tudo ali bem colocado e não há muito por onde caminhar. Já conhecemos a abordagem e os objetivos e são sempre dignos.
O problema é que o filme nunca parece ter a pujança necessária para um tema tão importante. Sinto que Loach dirigiu um filme no automático na esperança de que a temática poderia segurar todo o resto. E nem sempre isso acaba funcionando.
No geral não é um trabalho ruim, mas carece de uma homogeneidade entre os fatores trabalhados. É tematicamente muito bem intencionado e narrativamente bem frágil.
Me parece muito desfocado e sem senso de direção. Tem ótimos momentos mas quando a gente olha para o todo, num geral, nada se conversa organicamente em momento algum. É uma pena, pois a ideia em si é muito interessante, porém mal articulada.
E olha que apesar de ser um filme problemático, temos uma atuação central que faz valer a empreitada. Jeffrey Wright está maravilhoso em cena.
Mas não vai muito além. É tudo bem superficial, fragmentado e sem coesão estrutural.
E não que isso seja um problema. Mas o filme de Bradley Cooper se debruça no que há de mais preguiçoso e insosso quanto às suas próprias pretensões. Fica evidente que ele quer a todo momento encaixar o seu trabalho em um padrão que se conecte ou agrade o grande público e, consequentemente, a Academia em si.
Mulligan se destaca em um trabalho de alcance médio enquanto Cooper transita entre o automático e o caricato.
É um filme muito interessante nos momentos em que se atém ao contemplativo (quase a projeção inteira), mas que perde muito o senso de seriedade quando os diálogos se fazem presente. Me desagradou bastante o tom com que esses dois fatores se conversam, parece não haver aquela síntese de unidade. Apesar disso, é um típico Wenders; observador do ambiente, do uso das luzes, utilizando a cidade como pilar narrativo, sintetizando a onipresença e a grandeza perante a mera rotina de um ser humano que encontrou a paz na simplicidade.
Acho bonita a mensagem e bastante delicado na abordagem, mas não me pegou da maneira que esperava. Quem sabe numa revisão…
Revendo, pude constatar o que de certa forma já havia sentido na primeira assistida: é um filme que evidencia o horror a partir do choque contextual. Não existe a necessidade em mostrar absolutamente nada. O horror não está apenas dentro do campo, ele é estruturado fora dele. Ele é arquitetado na parte de fora dos muros.
Já sabemos o que acontece. Existe choque maior que esse? Agora, sentir a indiferença, a apatia, a frieza daquelas pessoas (se é que podemos chama-los de pessoas) é algo que só o filme de Jonathan Glazer conseguiu fazer. Não sei se existe outro trabalho que cause uma perturbação tão distinta e poderosa na gente como Zona de Interesse.
É indigesto, repulsivo, doloroso de assistir. E sinceramente, não lembro de ter visto algo tão forte desenvolvido de uma maneira tão singular. Em um gênero onde já se explorou tudo de todas as formas possíveis, Zona de Interesse mostra que a temática, apesar de batida, ainda possui alcance. E não importa como seja, o choque e a incredulidade sempre estarão presentes. E aqui, esse choque, apesar de imageticamente velado, é mais do que suficiente para nos sufocar.
Um trabalho onde fica evidente que o altruísmo do ser humano sempre, em algum momento, vai acabar prevalecendo. Não importam as diferenças, as complexidades, ou a ambiguidade que reside em cada um de nós. Acima de qualquer coisa, o que é essencialmente bom, está guardado dentro do coração, nem que seja bem lá no fundo, guardado à sete chaves. E a partir de três personalidades distintas percebemos o quanto cada um se complementa no outro, sejam nos defeitos ou nas qualidades. É desses filmes que priorizam os personagens, que trazem aquele olhar minucioso e multifacetado sobre a nossa existência. Filme sobre a humanidade.
Nesse amargo e perigoso mundo, sabemos que existe o bem. Sabemos que a felicidade se faz presente.
Ótimo documentário sobre uma das histórias mais bizarras da história da música. Me fez refletir muito, principalmente no que diz respeito à responsabilidade, ainda mais quando tratamos de seres humanos, que estão suscetíveis à erros e falhas. E custou uma vida, o que naturalmente transforma o escândalo midiático em um puro sentimento de tristeza e desolação.
"As mentiras sobem pelo elevador, enquanto a verdade sobe pela escada."
É uma pena que uma história tão bonita e cheia de significado tenha sido reduzida a um recorte tão raso e medíocre como esse aqui. O filme por si só é um desastre, a construção narrativa e o desenvolvimento dos personagens são de dar dó. Fiquei triste demais com o resultado e vai ser difícil esquecer que algo tão grandioso como o Mamonas tenha sido tratado dessa maneira.
Ps: até agora sem entender o uso daquela música do Rubel no filme. Negócio bizarro.
Senti que o filme tem uma limitação que o impede de ser suficientemente forte na maneira que precisava. Quando ele percorre um caminho mais consciente em relação à contundência, ele é muito mais interessante. Diria até que atinge o potencial máximo. O problema é que o filme não transita bem entre os cortes e isso evidencia uma falta de coesão absurda, o que inclusive prejudica o cerne e o argumento central do filme.
Uma pena que a narrativa seja o elo fraco em um filme que busca tratar de um assunto tão atual. Parece que faltou algo pra ser relevante ao nível de sua proposta. Apesar disso, tem seus acertos.
Achei extremamente problemático por não conseguir aglutinar de maneira coesa cada um dos desdobramentos que se seguem. Como retrato histórico, possui buracos e manipulações, além de abandonar personagens importantes para a concepção geral do que se está abordando. Mas creio que o pior problema aqui seja essa disposição narrativa pouco fluida ou contundente. Quando parece que o filme vai empolgar… corta pra próxima cena sem muito nexo. É um trabalho que parece ter sido enxugado pra caber em 158 minutos, não tem outra explicação.
Possui, porém, boas situações no âmbito do conflito, as cenas de guerra são bem bacanas e seguram muito as pontas. Phoenix está contido, mas representa bem toda a complexidade do seu personagem e Kirby, quando em cena, sabe chamar a atenção inteira para si.
Faltou centrar um pouco o fato histórico, situar, a partir de uma cronologia mais natural, o espectador perante ao retrato em si e uma coesão narrativa que inexiste em quase sua totalidade. Filme sem alma, sem força.. e era justamente o que precisava pra ser grandioso. Uma pena.
É um filme insosso e extremamente engessado que até possui, em determinado momento, um senso de comprometimento estrutural e temático. O problema é que muito logo isso vai completamente por água abaixo, restando um trabalho que pouco foca na construção do retrato e que não trata com seriedade um tema que clama por isso. Tem seus momentos e lampejos de inspiração mas fica ali no médio. Parece tudo muito inautêntico, falso, travado. Não parece um Bellocchio.
Após a morte de Tito, a Iugoslávia passou a ruir e antigas feridas que antes pareciam estancadas, voltaram a sangrar. O nacionalismo ferrenho tomou conta do aparato estatal e o que antes era homogêneo, unido e promissor, se tornou obscuro e de futuro incerto. O filme toma uma decisão um tanto equivocada ao meu ver: parte do pressuposto que o partido socialista de Milosevic é, necessariamente, um reflexo da liga dos comunistas que um dia foi liderado por Tito, um homem respeitado e amado por muitos. Assim como seu partido, que surgiu da luta e resistência dos partisans.
Consequentemente, esse problema contextual prejudica bem a concepção do retrato por mascarar, ou omitir, informações importantes para o entendimento geral do que acontecia na Sérvia na década de 90. Por ser uma obra de ficção que reflete a realidade, creio que seja um trabalho que não abraça o todo e manipula um pouco o espectador a entender o conflito apenas através de um espectro. Isso me incomoda bastante.
No mais, o drama em si, seu enredo, me ganham bem. Acho interessante a relação entre mãe e filho, o desencontro ideológico que o meio proporciona àquelas personalidades e os dilemas que a moral perante o fator emotivo ocasionam. Inclusive, é um filme que trabalha muito bem o desenvolvimento não apenas de trama, mas dos personagens que ali estão também.
Uma pena que se delimita a entender um contexto de maneira superficial e pobre, pois caso se atentasse a esse importante detalhe, poderia ser muito melhor. Ainda assim, gosto da maioria das decisões que toma e fecha de uma forma contundente.
Não vou entrar na questão contextual porque um documentário é um recorte da visão do seu idealizador. Analisando o trabalho em si, é corajoso por si só (e nem tem como não ser) e igualmente perturbador, chocante. Mas me incomoda, apesar de não ter muito como sair desse looping, a repetição e de certa forma a gratuidade do conteúdo apresentado. Evidente que é necessário explicitar de maneira crua o conflito e suas consequências, só que… precisa de tanto?
Não tem nada de muito diferente, é desses que surpreendem pelo choque mas a fórmula é a mesma de sempre.
É mais chocante do que muito filme que escancara a violência de maneira por vezes gratuita, sem propósito. Aqui, apesar de velada, ela é sentida de um jeito difícil de expressar. Vai demorar pra sair da minha cabeça.
É interessante por tratar de temas tão relevantes e complicados em nossa sociedade de uma maneira leve e divertida. É daquele tipo de filme americano que a gente cansou de ver mas sempre sai com um sorriso estampado no rosto.
Embarquei, ri e me emocionei com a história daquela família e todos os dilemas vividos por cada um deles, em especial a mãe e a filha.
A inóspita paisagem que serve como reflexo do vazio. Desolação e desilusão. Ceylan destrincha, a partir de um minucioso estudo de personagem, a complexidade humana, o existencialismo, e até mesmo o retrato moral da sociedade turca atual. É um filme imenso. Imenso por possibilitar um caminho diferente, aquele que não é fácil e nem afirmativo. Por possibilitar que olhemos o viver como um emaranhado de situações incertas, dúbias, difíceis. Não há, e acredito que nem seja necessário haver, qualquer tipo de resposta se em contraponto as perguntas fazem muito mais sentido.
Sei nem muito mais o que dizer. Eu só queria poder reve-lo agora mesmo. Obra-prima é pouco pra isso aqui. Aliás, mais uma na carreira desse monstro chamado Nuri Bilge Ceylan.
E o Radu Jude continua rindo de tudo e de todos. E de quebra, faz a gente rir junto, sem nunca deixar esquecer que, apesar da comicidade, existe um propósito representativo por detrás do seu retrato. Cinema com força.
One Child Nation
4.1 75Não se dispõe em momento algum a tratar o tema com cuidado ou honestidade. Não explora a questão, não analisa os fatores necessários para a compreensão geral do que se é abordado, manipula o espectador através do fator emocional, tendencia o tema e pra completar parece ter sido dirigido por uma criança de 5 anos.
Chega a ser inacreditável o nível de descaramento.
Se fosse só ruim tava bom.
Propriedade
3.7 82 Assista AgoraInteressante a questão da luta de classes e a corajosa posição em não demonizar ou inocentar um lado ou outro. E nem acho que o filme seja ruim, na realidade possui qualidades bem significativas, principalmente quando se atenta à ambientação e ao exercício de gênero. Mas… é tão bagunçado que chega a incomodar. Ele estabelece bem alguns aspectos enquanto abandona completamente outros que seriam primordiais para a construção geral do retrato.
Me soou um tanto desleixado mesmo, sem muito apego a algum tipo de unidade narrativa ou estrutural. É desses filmes que procuram se sustentar apenas na ideia e esquecem que a execução é necessária pra concepção do todo.
Não é ruim, mas melhor lapidado, seria uma pancada muito mais eficiente.
Bloqueio
3.8 3O silêncio ensurdecedor, o frio que rasga, o cerco que desumaniza e a fome que mata.
Desolador.
Memory
3.4 12A impressão que me dá é que existem dois filmes em um sem muita coesão. Enquanto a questão do abuso é pouco explorada e deixada muito na superfície, o fator mental do personagem de Sarsgaard proporciona ao filme um respiro e um caminho mais possibilitador para a trama. O problema é que os dois aspectos não se conversam e o filme parece sempre um pouco distante, esparso.
Inegável a força das atuações e a delicadeza com que Franco aborda o cerne do seu trabalho, mas é uma pena que no geral, apesar de bem redondinho, o filme não explore de maneira eficiente o potencial que possui.
The Old Oak
3.6 6Pra um diretor que sempre se mostrou contundente na forma e no conteúdo abordados, achei “The Old Oak” um tanto desprovido de inspiração.
Ken Loach é conhecido pelo seu cinema denúncia, onde sempre evidencia os problemas recorrentes da sociedade ocidental capitalista, como a xenofobia, o racismo e a intolerância religiosa. Nesse seu novo trabalho, está tudo ali bem colocado e não há muito por onde caminhar. Já conhecemos a abordagem e os objetivos e são sempre dignos.
O problema é que o filme nunca parece ter a pujança necessária para um tema tão importante. Sinto que Loach dirigiu um filme no automático na esperança de que a temática poderia segurar todo o resto. E nem sempre isso acaba funcionando.
No geral não é um trabalho ruim, mas carece de uma homogeneidade entre os fatores trabalhados. É tematicamente muito bem intencionado e narrativamente bem frágil.
Ficção Americana
3.8 368 Assista AgoraMe parece muito desfocado e sem senso de direção. Tem ótimos momentos mas quando a gente olha para o todo, num geral, nada se conversa organicamente em momento algum. É uma pena, pois a ideia em si é muito interessante, porém mal articulada.
E olha que apesar de ser um filme problemático, temos uma atuação central que faz valer a empreitada. Jeffrey Wright está maravilhoso em cena.
Mas não vai muito além. É tudo bem superficial, fragmentado e sem coesão estrutural.
Maestro
3.1 260Mais formulaico que uma receita de bolo.
E não que isso seja um problema. Mas o filme de Bradley Cooper se debruça no que há de mais preguiçoso e insosso quanto às suas próprias pretensões. Fica evidente que ele quer a todo momento encaixar o seu trabalho em um padrão que se conecte ou agrade o grande público e, consequentemente, a Academia em si.
Mulligan se destaca em um trabalho de alcance médio enquanto Cooper transita entre o automático e o caricato.
Só faltou gritar: eu quero um Oscar!
Dias Perfeitos
4.2 256 Assista AgoraÉ um filme muito interessante nos momentos em que se atém ao contemplativo (quase a projeção inteira), mas que perde muito o senso de seriedade quando os diálogos se fazem presente. Me desagradou bastante o tom com que esses dois fatores se conversam, parece não haver aquela síntese de unidade. Apesar disso, é um típico Wenders; observador do ambiente, do uso das luzes, utilizando a cidade como pilar narrativo, sintetizando a onipresença e a grandeza perante a mera rotina de um ser humano que encontrou a paz na simplicidade.
Acho bonita a mensagem e bastante delicado na abordagem, mas não me pegou da maneira que esperava. Quem sabe numa revisão…
Zona de Interesse
3.6 584 Assista AgoraRevendo, pude constatar o que de certa forma já havia sentido na primeira assistida: é um filme que evidencia o horror a partir do choque contextual. Não existe a necessidade em mostrar absolutamente nada. O horror não está apenas dentro do campo, ele é estruturado fora dele. Ele é arquitetado na parte de fora dos muros.
Já sabemos o que acontece. Existe choque maior que esse? Agora, sentir a indiferença, a apatia, a frieza daquelas pessoas (se é que podemos chama-los de pessoas) é algo que só o filme de Jonathan Glazer conseguiu fazer. Não sei se existe outro trabalho que cause uma perturbação tão distinta e poderosa na gente como Zona de Interesse.
É indigesto, repulsivo, doloroso de assistir. E sinceramente, não lembro de ter visto algo tão forte desenvolvido de uma maneira tão singular. Em um gênero onde já se explorou tudo de todas as formas possíveis, Zona de Interesse mostra que a temática, apesar de batida, ainda possui alcance. E não importa como seja, o choque e a incredulidade sempre estarão presentes. E aqui, esse choque, apesar de imageticamente velado, é mais do que suficiente para nos sufocar.
Os Rejeitados
4.0 317Um trabalho onde fica evidente que o altruísmo do ser humano sempre, em algum momento, vai acabar prevalecendo. Não importam as diferenças, as complexidades, ou a ambiguidade que reside em cada um de nós. Acima de qualquer coisa, o que é essencialmente bom, está guardado dentro do coração, nem que seja bem lá no fundo, guardado à sete chaves. E a partir de três personalidades distintas percebemos o quanto cada um se complementa no outro, sejam nos defeitos ou nas qualidades. É desses filmes que priorizam os personagens, que trazem aquele olhar minucioso e multifacetado sobre a nossa existência. Filme sobre a humanidade.
Nesse amargo e perigoso mundo, sabemos que existe o bem. Sabemos que a felicidade se faz presente.
Eu queria morar nesse filme.
Milli Vanilli: O Maior Escândalo do Mundo da Música
4.1 28Ótimo documentário sobre uma das histórias mais bizarras da história da música. Me fez refletir muito, principalmente no que diz respeito à responsabilidade, ainda mais quando tratamos de seres humanos, que estão suscetíveis à erros e falhas. E custou uma vida, o que naturalmente transforma o escândalo midiático em um puro sentimento de tristeza e desolação.
"As mentiras sobem pelo elevador, enquanto a verdade sobe pela escada."
Mamonas Assassinas: O Filme
2.4 215 Assista AgoraÉ uma pena que uma história tão bonita e cheia de significado tenha sido reduzida a um recorte tão raso e medíocre como esse aqui. O filme por si só é um desastre, a construção narrativa e o desenvolvimento dos personagens são de dar dó. Fiquei triste demais com o resultado e vai ser difícil esquecer que algo tão grandioso como o Mamonas tenha sido tratado dessa maneira.
Ps: até agora sem entender o uso daquela música do Rubel no filme. Negócio bizarro.
Pedágio
3.7 66Senti que o filme tem uma limitação que o impede de ser suficientemente forte na maneira que precisava. Quando ele percorre um caminho mais consciente em relação à contundência, ele é muito mais interessante. Diria até que atinge o potencial máximo. O problema é que o filme não transita bem entre os cortes e isso evidencia uma falta de coesão absurda, o que inclusive prejudica o cerne e o argumento central do filme.
Uma pena que a narrativa seja o elo fraco em um filme que busca tratar de um assunto tão atual. Parece que faltou algo pra ser relevante ao nível de sua proposta. Apesar disso, tem seus acertos.
Napoleão
3.1 322 Assista AgoraAchei extremamente problemático por não conseguir aglutinar de maneira coesa cada um dos desdobramentos que se seguem. Como retrato histórico, possui buracos e manipulações, além de abandonar personagens importantes para a concepção geral do que se está abordando. Mas creio que o pior problema aqui seja essa disposição narrativa pouco fluida ou contundente. Quando parece que o filme vai empolgar… corta pra próxima cena sem muito nexo. É um trabalho que parece ter sido enxugado pra caber em 158 minutos, não tem outra explicação.
Possui, porém, boas situações no âmbito do conflito, as cenas de guerra são bem bacanas e seguram muito as pontas. Phoenix está contido, mas representa bem toda a complexidade do seu personagem e Kirby, quando em cena, sabe chamar a atenção inteira para si.
Faltou centrar um pouco o fato histórico, situar, a partir de uma cronologia mais natural, o espectador perante ao retrato em si e uma coesão narrativa que inexiste em quase sua totalidade. Filme sem alma, sem força.. e era justamente o que precisava pra ser grandioso. Uma pena.
Rapito
3.5 5É um filme insosso e extremamente engessado que até possui, em determinado momento, um senso de comprometimento estrutural e temático. O problema é que muito logo isso vai completamente por água abaixo, restando um trabalho que pouco foca na construção do retrato e que não trata com seriedade um tema que clama por isso. Tem seus momentos e lampejos de inspiração mas fica ali no médio. Parece tudo muito inautêntico, falso, travado. Não parece um Bellocchio.
Meu Novo Brinquedo
3.1 8 Assista AgoraComo conseguiram convencer o Daniel Auteuil a fazer isso aqui me intriga muito.
Tempo Esgotado
3.8 2"Água depois de derramada, não se junta mais."
O País Perdido
3.5 1Após a morte de Tito, a Iugoslávia passou a ruir e antigas feridas que antes pareciam estancadas, voltaram a sangrar. O nacionalismo ferrenho tomou conta do aparato estatal e o que antes era homogêneo, unido e promissor, se tornou obscuro e de futuro incerto. O filme toma uma decisão um tanto equivocada ao meu ver: parte do pressuposto que o partido socialista de Milosevic é, necessariamente, um reflexo da liga dos comunistas que um dia foi liderado por Tito, um homem respeitado e amado por muitos. Assim como seu partido, que surgiu da luta e resistência dos partisans.
Consequentemente, esse problema contextual prejudica bem a concepção do retrato por mascarar, ou omitir, informações importantes para o entendimento geral do que acontecia na Sérvia na década de 90. Por ser uma obra de ficção que reflete a realidade, creio que seja um trabalho que não abraça o todo e manipula um pouco o espectador a entender o conflito apenas através de um espectro. Isso me incomoda bastante.
No mais, o drama em si, seu enredo, me ganham bem. Acho interessante a relação entre mãe e filho, o desencontro ideológico que o meio proporciona àquelas personalidades e os dilemas que a moral perante o fator emotivo ocasionam. Inclusive, é um filme que trabalha muito bem o desenvolvimento não apenas de trama, mas dos personagens que ali estão também.
Uma pena que se delimita a entender um contexto de maneira superficial e pobre, pois caso se atentasse a esse importante detalhe, poderia ser muito melhor. Ainda assim, gosto da maioria das decisões que toma e fecha de uma forma contundente.
20 Dias em Mariupol
3.9 56 Assista AgoraNão vou entrar na questão contextual porque um documentário é um recorte da visão do seu idealizador. Analisando o trabalho em si, é corajoso por si só (e nem tem como não ser) e igualmente perturbador, chocante. Mas me incomoda, apesar de não ter muito como sair desse looping, a repetição e de certa forma a gratuidade do conteúdo apresentado. Evidente que é necessário explicitar de maneira crua o conflito e suas consequências, só que… precisa de tanto?
Não tem nada de muito diferente, é desses que surpreendem pelo choque mas a fórmula é a mesma de sempre.
Zona de Interesse
3.6 584 Assista AgoraÉ mais chocante do que muito filme que escancara a violência de maneira por vezes gratuita, sem propósito. Aqui, apesar de velada, ela é sentida de um jeito difícil de expressar. Vai demorar pra sair da minha cabeça.
A Versão Persa
3.3 3 Assista AgoraÉ interessante por tratar de temas tão relevantes e complicados em nossa sociedade de uma maneira leve e divertida. É daquele tipo de filme americano que a gente cansou de ver mas sempre sai com um sorriso estampado no rosto.
Embarquei, ri e me emocionei com a história daquela família e todos os dilemas vividos por cada um deles, em especial a mãe e a filha.
Ervas Secas
4.0 11A inóspita paisagem que serve como reflexo do vazio. Desolação e desilusão. Ceylan destrincha, a partir de um minucioso estudo de personagem, a complexidade humana, o existencialismo, e até mesmo o retrato moral da sociedade turca atual. É um filme imenso. Imenso por possibilitar um caminho diferente, aquele que não é fácil e nem afirmativo. Por possibilitar que olhemos o viver como um emaranhado de situações incertas, dúbias, difíceis. Não há, e acredito que nem seja necessário haver, qualquer tipo de resposta se em contraponto as perguntas fazem muito mais sentido.
Sei nem muito mais o que dizer. Eu só queria poder reve-lo agora mesmo. Obra-prima é pouco pra isso aqui. Aliás, mais uma na carreira desse monstro chamado Nuri Bilge Ceylan.
Me arrebatou.
Meu Amigo Robô
4.0 84E assim é a vida. Entre encontros e desencontros, seguimos sempre em frente.
Não Espere Muito do Fim do Mundo
3.6 12 Assista AgoraE o Radu Jude continua rindo de tudo e de todos. E de quebra, faz a gente rir junto, sem nunca deixar esquecer que, apesar da comicidade, existe um propósito representativo por detrás do seu retrato. Cinema com força.
Usaria o tik tok só pra ver Bobita, pqp.